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Direito Constitucional Seção Estagio supervisionado 2022

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Prévia do material em texto

Seção 2 
SUA PETIÇÃO 
DIREITO 
CONSTITUCIONAL 
 
 2 
 
 
 
 
 
 
Prezado aluno e prezada aluna! 
Vamos dar prosseguimento ao nosso caso. 
Vamos nos lembrar do que aconteceu no nosso primeiro encontro? 
O CASO. 
Benjamim, é um advogado inscrito na OAB/SP com o número 54321 e muito atuante 
na cidade de Quiririm do Sul (fictício), localizada na Comarca de Taubaté, no interior 
do estado de São Paulo. Cidadão exemplar daquela cidade, está em dia com suas 
obrigações eleitorais e possui o título de eleitor de número 123456. 
Este ano, uma atitude do prefeito de sua cidade o deixou absolutamente revoltado. 
Sob a alegação de estarmos em um estado emergencial em razão da pandemia de 
COVID-19, o Prefeito Sr. Salame decidiu construir um novo estádio de futebol, o 
terceiro da cidade, e o fez sem qualquer licitação, contratando de forma direta a 
Empreiteira e Construtora Funeral, de propriedade de seu irmão Luiz Copa. 
Por meio de um Decreto Municipal (171/2021), o Prefeito contratou o Empreiteira e 
Construtora Funeral alegando a dispensa de licitação em razão da pandemia e 
apontou que a empresa era de confiança pessoal dele e que assim deveria iniciar as 
obras imediatamente, sem qualquer concorrência prévia. 
A obra teve o valor orçado em R$ 2,5 milhões e consumiu boa parte dos recursos que 
haviam sido recebidos pelo município para a abertura de vagas hospitalares para o 
tratamento de doentes com a COVID-19. 
 
 
Seção 2 
DIREITO CONSTITUCIONAL 
Sua causa! 
 
 3 
Inconformado, Dr. Benjamim levou os fatos ao conhecimento da Câmara Municipal e 
do Ministério Público, porém nenhuma providência foi tomada. Após quatro meses de 
absoluta inércia desses órgãos públicos ele decidiu que deveria propor uma ação 
judicial para anular a ordem do prefeito para a realização dessa obra, em razão da 
inobservância de normas constitucionais e legais que exigem a realização de licitação 
para a obras públicas, além da imoralidade que a medida teve em desviar recursos 
da saúde para essa construção. 
Pois bem, agora você se lembrou de todos os detalhes. 
No papel do advogado Benjamim você ingressou com uma Ação Popular na Comarca 
de Taubaté, requerendo a anulação da medida realizada pelo prefeito e a devolução 
de eventuais recursos públicos indevidamente recebidos pela Empreiteira e 
Construtora Funeral, de propriedade de seu irmão Luiz Copa. 
A ação foi recebida pelo juiz de primeiro grau que mandou citar todos os réus, a 
Prefeitura de Quiririm do Sul, o Prefeito Salame e a Empreiteira e Construtora Funeral. 
Ocorre, no entanto, que a Construtora Funeral agravou da decisão do magistrado 
alegando a sua ilegitimidade passiva: “requer-se a exclusão da parte Empreiteira e 
Construtora Funeral em razão de sua ilegitimidade, vez que a Ação Popular somente 
pode ser dirigida ao desfazimento do ato administrativo e não ao recebimento de 
valores eventualmente recebidos pela municipalidade, como ocorreu no caso 
presente. Pede o deferimento de liminar para a exclusão requerida”. 
A Terceira Câmara de Direito Público do Tribunal de Justiça de São Paulo recebeu o 
agravo de instrumento da parte, mas não concedeu o pedido liminar de exclusão 
imediata do polo passivo, mandando intimar o autor agravado para manifestação no 
prazo de 15 dias úteis. Essa decisão saiu publicada na data de hoje. 
Agora, no papel do advogado Benjamim, tome a medida processual adequada. Mas 
antes, vamos aprender algumas coisas que auxiliarão na sua missão. 
 
 
 
AS PARTES NO PROCESSO 
Fundamentando! 
 
 4 
O direito, em regra, proíbe a autotutela e exige que a parte que tem um direito (pretensão) 
que está sendo resistida pela outra parte, se valha de meios judiciais para se satisfazer. 
Outra regra jurídica é a de que somente podem pleitear direitos aqueles que julgam ter a sua 
titularidade ou nos termos previstos no artigo 18 do CPC: “Ninguém poderá pleitear direito 
alheio em nome próprio, salvo quando autorizado pelo ordenamento jurídico.” 
Assim, somente quando a lei permitir é que alguém poderá ingressar em juízo pleiteando 
direito de que não é titular, mas sim em nome de terceiro. Damos a isso o nome de 
legitimação extraordinária. 
É justamente o que ocorreu em nosso caso de estudo, Dr. Benjamim está pleiteando um 
direito que não pertence somente a ele, mas à toda coletividade, afinal vimos que as Coisas 
Públicas pertencem a todos nós – O Povo. 
Dessa forma, a Lei da Ação Popular deu a legitimação extraordinária para que qualquer 
cidadão pudesse ingressar com essa ação visando a proteção do interesse público. 
Da mesma forma, outras leis conferem a algumas instituições e a algumas pessoas em 
situações especiais essa legitimidade. Uma das principais instituições previstas em lei é o 
Ministério Público que possui a legitimidade constitucional de promover ações coletivas com 
a ACP e ainda funciona como fiscal da aplicação do ordenamento jurídico que, como já 
vimos, recebe o nome de custos legis. 
Há ainda algumas ações que somente uma pessoa pode ajuizar, não admitindo a sua 
substituição por ninguém, devendo ser extinta, por exemplo em caso de seu falecimento. 
Uma ação de divórcio tem essa natureza, pois somente o cônjuge tem a legitimidade de se 
divorciar do outro, não podendo ser substituído por outro interessado. A essas ações damos 
o nome de ações personalíssimas. 
A legitimidade deve ser aferida em ambos os polos da relação processual, isto é, tanto do 
autor ou autores, quanto dos réus. 
Caso seja constatada a ilegitimidade de parte, o juiz deverá extinguir a ação sem o 
julgamento do mérito, isto é, sem julgar o pedido, extinguindo o instrumento da relação 
processual que é o processo. É o que dispõe o CPC: 
Art. 485. O juiz não resolverá o mérito quando: (…) 
VI – verificar ausência de legitimidade ou de interesse processual; (…) 
 
 5 
Perceba que as partes legítimas são aquelas que tem a possível titularidade do objeto da 
demanda, mesmo que a pretensão a esse direito seja ao fim negada pela análise do pedido. 
São portanto, os sujeitos possuem um vínculo jurídico entre eles e a situação jurídica levada 
a juízo, os titulares dos interesses em disputa. 
A essa legitimidade que no polo ativo da relação jurídico-processual, figura o titular da 
pretensão resistida e, no passivo, o que resiste a essa mesma pretensão, damos o nome de 
legitimidade ad causam. 
Por fim, devemos perceber que há diferença entre a legitimidade consistente na titularidade 
do direito pretendido (ad causam) e a chamada legitimidade ad processum, que é a 
capacidade defender seus direitos de forma autônoma no processo. Por exemplo: um menor 
incapaz (menor de 16 anos) pode ter legitimidade ad causam por ser titular de um direito, 
mas não possui legitimidade para o processo, devendo ser representado por seus pais. 
Vejamos agora a legitimidade ad causam na Ação Popular. 
A legitimidade da Ação Popular decorre do próprio texto constitucional, em razão disso nós 
a consideramos uma Ação Constitucional ou Remédio Constitucional: 
Art. 5º, LXXIII da Constituição Federal: 
“LXXIII - qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise a anular 
ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à 
moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, 
ficando o autor, salvo comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus da 
sucumbência;” 
Vimos que na Lei da Ação Popular, Lei 4741 /65, há idêntica definição de legitimidade, 
cabendo somente aos cidadãos a legitimidade para propor ação popular que vise à anulação 
de atos lesivos aos bens e direitos de valor econômico, artístico, estético, histórico ou 
turístico. 
Mas e em relação à legitimidade passiva, o que diz a lei? 
No polo passivo da Ação Popular devem figurar obrigatoriedade as pessoas jurídicas 
públicas, da administração direta ou indireta, empresas públicas;sociedades de economia 
mista ou privadas, em nome das quais foi praticado o ato a ser anulado, e mais as 
 
 6 
autoridades, funcionários ou administradores que houverem autorizado ou praticado o ato e 
também os beneficiários diretos do ato ou contrato. 
Vejamos a Lei nº 4717/65, em seu Art. 6º: 
Art. 6º A ação será proposta contra as pessoas públicas ou privadas e as 
entidades referidas no art. 1º, contra as autoridades, funcionários ou administradores 
que houverem autorizado, aprovado, ratificado ou praticado o ato impugnado, ou que, 
por omissas, tiverem dado oportunidade à lesão, e contra os beneficiários diretos do 
mesmo. 
 
Portanto, todas as pessoas que diretamente realizaram, aprovaram, ratificaram ou tenham se omitido 
de evitar a realização do ato lesivo, bem como, todos aqueles que se beneficiaram diretamente deles 
serão partes na Ação Popular. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Vimos que em 1º de abril de 2021 foi publicada a nova lei das Licitações, Lei nº 14.133/2021 
que no prazo de dois anos substituirá a Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993, a Lei nº 10.520, de 17 
de julho de 2002, e os arts. 1º a 47-A da Lei nº 12.462, de 4 de agosto de 2011, passando a regular 
sozinha os procedimentos licitatórios. 
Mas por que motivo isso é importante? 
Essa lei é importante pois vincula toda a Administração Pública nacional, evitando o desvio 
de dinheiro público, a honestidade e a igualdade daqueles que querem fazer negócios com os órgãos 
públicos. 
Mas por que a Administração Pública tem essas obrigações? 
 
 
REGIME JURÍDICO ADMINISTRATIVO 
 
 
NOVA LEI DAS LICITAÇÕES 
Lei nº 14.133/2021, de 1º de abril de 2021 
PONTO DE ATENÇÃO 
 
 7 
A Administração Pública não é livre, ela se submete a diversas restrições previstas na 
Constituição e em várias leis especiais e também goza de muitos poderes que a difere dos 
particulares. A esse conjunto de limitações e poderes damos o nome de Regime Jurídico 
Administrativo. 
Aos poderes da Administração damos o nome de prerrogativas e são eles decorrentes da 
finalidade que deve ser sempre perseguida por ela, o Interesse Público. 
 
Por outro lado, apesar de sua Supremacia, a Administração sofre diversas limitações e 
submissões a normas e princípios que a vinculam em todos os seus atos, uma dessas limitações é 
a obrigatoriedade de licitação 
 
DA OBRIGATORIEDADE DE LICITAÇÃO PARA A ADMINITRAÇÃO PÚBLICA. 
 
A submissão da Administração Pública a princípios constitucionais está inserida no Regime 
Administrativo e um dos principais princípios que a regem é o da obrigatoriedade de procedimento 
licitatório para as suas contratações. 
No setor público o administrador não pode escolher livremente de quem ele vai comprar 
determinado produto ou para quem ele vai conceder o uso de um bem ou a realização de um serviço 
cuja titularidade pertence ao ente público. 
O Princípio da Impessoalidade e da igualdade entre os licitantes indicam que todos que 
queiram contratar com a Administração possam fazê-lo em igualdade de condições e concorrer para 
apresentem a proposta mais vantajosa ao interesse público. 
Dessa forma, é possível satisfazer a alguns interesses, o interesse público que receberá 
objetivamente a melhor proposta, bem como, o acesso aos contratos públicos a um maior número 
de pessoas. 
Em razão disso, a nossa Constituição exige que sempre sejam realizadas licitações para a 
realização de contrato com a Administração. Aliás, o que é um contrato administrativo? 
Contratos Administrativos são ajustes que a Administração Pública, agindo nessa qualidade, 
firma com particular ou outra entidade pública com o objetivo de satisfazer a um interesse público 
nas condições e limites estabelecidos pela própria Administração. 
Vejamos quais são os princípios previstos na lei 14.133/2021 que regerão todas as licitações 
no Brasil: 
Art. 5º Na aplicação desta Lei, serão observados os princípios da legalidade, da 
impessoalidade, da moralidade, da publicidade, da eficiência, do interesse público, da 
probidade administrativa, da igualdade, do planejamento, da transparência, da eficácia, 
da segregação de funções, da motivação, da vinculação ao edital, do julgamento 
objetivo, da segurança jurídica, da razoabilidade, da competitividade, da 
 
 8 
proporcionalidade, da celeridade, da economicidade e do desenvolvimento nacional 
sustentável, assim como as disposições do Decreto-Lei nº 4.657, de 4 de setembro de 1942 
(Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro)1. 
 
Por sua vez, o artigo 11 da mesma lei prevê os objetivos que devem ser perseguidos com o 
procedimento licitatório: 
 
Art. 11.O processo licitatório tem por objetivos: 
I - assegurar a seleção da proposta apta a gerar o resultado de contratação mais 
vantajoso para a Administração Pública, inclusive no que se refere ao ciclo de vida do objeto; 
II - assegurar tratamento isonômico entre os licitantes, bem como a justa 
competição; 
III - evitar contratações com sobrepreço ou com preços manifestamente inexequíveis 
e superfaturamento na execução dos contratos; 
IV - incentivar a inovação e o desenvolvimento nacional sustentável. 
 
A nova lei de licitações inovou o ordenamento jurídico ao prever como objetivos a inovação e o 
desenvolvimento nacional sustentável, estando os demais objetivos já previstos na legislação 
anterior. 
 
A utilização de conceitos jurídicos abertos é cada vez mais comum, sendo definido pela doutrina e 
jurisprudência, com o passar do tempo, os seus limites mais claros. 
 
Mas já é possível vermos a preocupação do legislador com que as licitações busquem inovações 
tecnológicas para a Administração, bem como que todos os contratos sejam compatíveis com o meio 
ambiente equilibrado com o desenvolvimento sustentável. 
 
Esse objetivo expresso vai ao encontro de um dos princípios constitucionais da atividade econômica 
que é a defesa do meio ambiente e a preocupação com o impacto ambiental dos produtos e serviços 
e de seus processos de elaboração e prestação, para o desenvolvimento nacional sustentável. (art. 
170, VI, CF), bem como do 225 da CF: 
 
Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum 
do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à 
coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações. 
 
1 Veremos esses princípios novamente em nossos próximos encontros. 
 
 9 
 
 
 
Com esse conteúdo estamos prontos para a pratica! 
Qual medida judicial o Dr. Benjamim deve tomar? 
Você deverá: 
1) Verificar qual o correto endereçamento da sua peça; 
2) Apontar corretamente o polo ativo e polo passivo da sua demanda, observando os 
fundamentos legais; 
3) Narrar os fatos que embasam a demanda; 
4) Enumerar os requerimentos e pedidos da ação; 
5) Datar e assinar a petição. 
Agora é com você! 
Mãos à obra! 
Vamos peticionar!

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