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ATIVIDADE INDIVIDUAL 
 
Matriz de atividade individual 
Disciplina: Direito Societário Módulo: Atividade Individual 
Aluno: Roberto Botelho Monteiro Neto Turma: 0622-2 3 
Tarefa: Parecer técnico 
Parecer 
 
 Versa o presente parecer acerca do relato abaixo: 
 
“Uma companhia de capital aberto, que funcionou regularmente por determinado lapso temporal, 
até se encontrar em uma situação econômica, financeira e patrimonial desgastada, requer a sua 
recuperação judicial. 
 
Após ver o encerramento formal da recuperação judicial com o reequilíbrio da atividade 
empresarial, o Conselho de Administração propôs uma cisão total da empresa, o que foi aprovado em 
assembleia geral extraordinária. 
 
O protocolo e a justificação previam uma conversão total do patrimônio em três pessoas jurídicas 
novas, criadas para receber o patrimônio da companhia cindida a ser extinta. Nesse contexto, um dos 
acionistas se apresenta na condição de ter amortizado o investimento feito no passado, detendo no 
seu poder ações de fruição. 
 
Considerando que a cisão acarretará redução patrimonial e que os acionistas serão reembolsados 
parcialmente, como se deve proceder em relação ao titular da ação de fruição? 
 
 
PARECER 
 
 
Entende-se por recuperação judicial o processo legal dedicado a permitir que a empresa 
ultrapasse e supere as intempéries de natureza econômica. Esta ferramenta tem por característica 
primaz viabilizar a oportunidade de a empresa retornar ao seu eixo saudável de funcionamento, 
sempre alicerçado em negociações e gerenciamento efetivo). 
Segundo Daniel Carnio Costa: “A recuperação judicial de empresas é a ferramenta jurídica 
adotada pelo sistema brasileiro que tem por objetivo ajudar empresas viáveis, mas em crise, a 
superar esse momento de dificuldade, de maneira a preservar sua atividade empresarial e, 
consequentemente, também os empregos dos trabalhadores, a circulação de bens e serviços, a 
geração de riquezas, o recolhimento de tributos e todos os demais benefícios econômicos e sociais 
que decorrem da atividade empresarial saudável. 
Portanto, quando se trata de recuperação judicial de empresas, tem-se como pano de fundo a 
questão relacionada à crise da empresa. É esse o contexto dentro do qual se insere o estudo da 
recuperação judicial de empresas. 
 Nesse sentido, mostra-se importante o estudo do sistema jurídico voltado a lidar com as questões 
relacionadas à crise da empresa. Analisando-se o sistema jurídico de forma mais abrangente, nota-se 
que o sistema brasileiro que lida com a crise ou com a insolvência empresarial traz, basicamente, 
duas ferramentas: a falência e a recuperação judicial de empresas. ” 
 
 
 
 
2 
 
 
Ao tratar da situação fática apresentada, como bem narrado acima, a recuperação judicial logrou 
êxito. Logo, o conselho administrativo, através do art. 123 da Lei nº 6.404/76, procedeu com a 
convocação da assembleia geral para decidir acerca das matérias pertinentes à consolidação da 
organização: 
 
“Art. 123. Compete ao conselho de administração, se houver, ou aos 
diretores, observado no estatuto, convocar a assembleia-geral. ” 
 
 
Mister apontar também os artigos 131 e 132 da lei supramencionada: 
 
“Art. 131. A assembléia-geral é ordinária quando tem por objeto as 
matérias previstas no artigo 132, e extraordinária nos demais casos. 
 
Parágrafo único. A assembléia-geral ordinária e a assembléia-geral 
extraordinária poderão ser, cumulativamente, convocadas e realizadas no 
mesmo local, data e hora, instrumentadas em ata única. 
 
Art. 132. Anualmente, nos 4 (quatro) primeiros meses seguintes ao 
término do exercício social, deverá haver 1 (uma) assembléia-geral para: 
 
I - Tomar as contas dos administradores, examinar, discutir e votar as 
demonstrações financeiras; 
 
II - Deliberar sobre a destinação do lucro líquido do exercício e a 
distribuição de dividendos; 
 
III - Eleger os administradores e os membros do conselho fiscal, quando 
for o caso; 
 
IV - Aprovar a correção da expressão monetária do capital social (artigo 
167). ” 
 
O procedimento para a feitura da assembleia extraordinária, destacado na seção III da Lei nº 
6.404/76, tem como mote orientar no sentido da publicação dos documentos, assim como quanto ao 
quórum necessário. Logo, satisfeitos os requisitos. 
 
 
Indo além, em face da Lei das sociedades anônimas, o instituto da cisão é entendido em seu art. 
229: 
 
 “A cisão é a operação pela qual a companhia transfere parcelas do seu 
patrimônio para uma ou mais sociedades, constituídas para esse fim ou já 
existentes, extinguindo-se a companhia cindida, se houver versão de todo o 
seu patrimônio, ou dividindo-se o seu capital, se parcial a versão. ” 
 
Neste toar, a Instrução Normativa nº 35, atualizada pela Normativa nº 69 de2019 do DNEI, a cisão 
é conceituada como: 
 
“Art. 24 A cisão é o processo pelo qual a sociedade, por deliberação 
tomada na forma prevista para alteração do estatuto ou contrato social, 
transfere todo ou parcela do seu patrimônio para sociedades existentes ou 
constituídas para este fim, com a extinção da sociedade cindida, se a versão 
for total, ou redução do capital, se parcial. ” 
 
Desta forma, Mamede (2004), define cisão: 
 
“A definição legal é muito ampla e, destarte, compreende diversas hipóteses de cisão: (1) divisão 
da sociedade em duas ou mais sociedades, fruto da cisão e, assim, criadas a partir da mesma, 
extinguindo-se a sociedade cindida; (2) cisão parcial da sociedade, que se mantém – que não se 
extingue, apenas tem seu corpo social reduzido -, sendo criada uma ou mais novas sociedades; (3) 
cisão parcial da sociedade, que se mantém, sendo transferido parte de seu corpo social para outra ou 
outras sociedades preexistentes que, destarte, incorporam essa parte do patrimônio cindido; (4) cisão 
total da sociedade, que se extingue, sendo transferido seu corpo social, em partes, para outras 
sociedades preexistentes que incorporam tais partes do patrimônio cindido.” Gladston Mamede (p. 
226, 2004). 
 
Paes de Almeida (2004, p. 207) menciona que o processo de cisão é definido pelo meio em que o 
patrimônio de uma sociedade, chamada de cindida, é dividido em duas ou mais partes, para criação 
de uma nova ou novas sociedades, ou para fazer parte do patrimônio de uma sociedade já existente. 
 
“Portanto, entende que “Havendo cisão com a versão de parcela do patrimônio em sociedade 
nova, a operação será deliberada pela Assembleia-Geral; se já existe a sociedade que vai absorver 
parcela do patrimônio da sociedade cindida, serão obedecidas as regras da incorporação. ” Fran 
Martins (p. 301, 2014). 
 
Deve-se destacar que a sucessão de direito e obrigações é oriundo apenas da parcela que a 
cindida transferiu para a outra sociedade. 
 
Na situação narrada tratamos de uma cisão celebrada na forma da primeira hipótese acima 
mencionada. 
 
Ademais, as ações de fruição podem ser definidas como de natureza ordinária ou preferencial, 
como pode-se aferir através do art. 44, § 5º da LSA: 
 
“Art. 44. O estatuto ou a assembléia-geral extraordinária pode autorizar a 
aplicação de lucros ou reservas no resgate ou na amortização de ações, 
determinando as condições e o modo de proceder-se à operação. ” 
 
Neste sentido, note-se quanto à substituição e amortização de modo integral: 
 
 “ (...) § 5º As ações integralmente amortizadas poderão ser 
substituídas por ações de fruição, com as restrições fixadas pelo estatuto ou 
pela assembléia-geral que deliberar a amortização; em qualquer caso, 
ocorrendo liquidação da companhia, as ações amortizadas só concorrerão ao 
acervo líquido depois de assegurado às ações não a amortizadas valor igual 
ao da amortização, corrigido monetariamente. ” 
 
 
Sendo assim, a amortização é definida através da distribuição aos sócios acionistas, sem redução 
de cotas e quantias que eram devidas ao haver a liquidaçãoda companhia. 
 
 
Quanto ao acionista titular da ação de fruição, no caso em tela, resta explicita a redução 
patrimonial da empresa, onde é verificada a incidaencia do art. 44, §5º da lei das sociedades 
anônimas. A companhia passou pelo processo de rec jud, sendo as ações amortizadas somente 
 
 
 
4 
 
 
deverão concorrer ao acervo depois de viabilizadas e garantidas as ações não amortizadas, com a 
sua devida correção monetária. 
 
Desta feita, cumpre destacar que quanto ao reembolso: 
 
“Art. 45. O reembolso é a operação pela qual, nos casos previstos em lei, a companhia paga aos 
acionistas dissidentes de deliberação da assembléia-geral o valor de suas ações. ” 
 
À luz da legislação, a redução patrimonial deve observar a proporcionalidade dos acionistas. 
 
Conclusão 
 
Ante ao exposto, o titular da ação de fruição, compreende-se que o mesmo já atingiu a 
amortização da sua ação. O mesmo percebeu sua cota parte do patrimônio líquido. Sendo assim, não 
possui direito à amortização, ainda assim mantem-se os outros direitos pertencentes aos acionistas 
(smj, art 109 LSA). 
 
Quando da cisão, a sujeito que possuía uma ação na empresa cindida, receberá ações da 
empresa sucessora (art 223, §2º), preservados, assim, seus direitos de acionista. 
Porém, não receberá o reembolso parcial, sob condição de pena de ser remunerado em 
duplicidade, em prejuízo aos demais acionistas. 
 
 
REFERÊNCIAS: 
 
BRASIL. Lei nº 6.404 de 15 de dezembro de 1976. Dispõe sobre a sociedade por ações. D 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L6404consol.htm. Acessado em 13 de julho de 2022 
 
BRASIL. Instrução Normativa nº 35 de 02 de março de 2017. Disponível em 
https://www.in.gov.br/materia/-/asset_publisher/Kujrw0TZC2Mb/content/id/20472292/d 03-instrucao-
normativa-n-35-de-2-de-marco-de-2017-20472281. Acessado em 13 de julho de 2022 
 
BRASIL. Instrução Normartiva nº 69 de 18 de novembro de 2019. Disponível e 
https://www.in.gov.br/web/dou/-/instrucao-normativa-n-69-de-18-de-novembro-de-2019- 
Acessado em 13 de julho de 2022. 
 
COSTA, Danilo Carnio. Direito Comercial, Edição 1, Julho de 2018 / São Paulo. 
 
MAMEDE, Gladston. Direito empresarial brasileiro: direito societário: sociedades simples e 
empresárias, volume 2 / Gladston Mamede. – São Paulo: Atlas, 2004. 
 
MARTINS, Fran. Curso de direito comercial / Atual. Carlos Henrique Abrão – 40. ed. rev., atual. e 
ampl. – Rio de Janeiro: Forense, 2017.

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