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Saude coletiva resumo, NOBS, história da saúde coletiva

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João Arthur – Medicina – T4A
HISTÓRIA DA SAÚDE PÚBLICA NO BRASIL
· Saúde no Brasil Colônia: povos indígenas que já tinham algumas enfermidades, mas a colonização portuguesa trouxe diversas outras comuns na Europa que não existiam por aqui. Isso causou um grande problema de saúde, como consequência, milhares deles morreram. Nessa época, a preocupação com o desenvolvimento da área da saúde no Brasil era praticamente nula. Não havia infraestrutura e quem precisava buscar auxílio geralmente recorria a pajés, curandeiros ou boticários que viajavam de maneira informal e sem qualquer planejamento público.
· Saúde no Brasil Império: Com a chegada da família real portuguesa e de sua corte em 1808, o Brasil começou a receber mais investimento em infraestrutura. Uma das primeiras medidas foi a criação dos cursos universitários de Medicina, Cirurgia e Química. Profissionais começaram a se graduar no Brasil, substituindo médicos estrangeiros. A Escola de Cirurgia do Rio de Janeiro e o Colégio Médico-Cirúrgico no Real Hospital Militar de Salvador foram pioneiros no período.
· Santas Casas de Misericórdia: As entidades religiosas foram determinantes para a implementação de tratamentos de saúde no território brasileiro. Durante décadas, as Santas Casas de Misericórdia foram a única opção para pessoas que não tinham condições financeiras de pagar por médicos particulares, fundadas por religiosos e mantidas por meio de caridade e filantropia.
· Saúde pública após a Independência do Brasil: Em 1822, D. Pedro II declarou a independência do Brasil. Durante esse período, a vacina contra a varíola foi instaurada para todas as crianças, houve a criação do Instituto Vacínico do Império e medidas foram tomadas para controlar a disseminação da tuberculose, da febre amarela e da malária.
· Revolta da Vacina: Sanitaristas nacionais, com destaque para Oswaldo Cruz, começaram a buscar soluções para melhorar esse cenário (epidemias e falta de saneamento básico). Para impedir que essas doenças se espalhassem, o governo destruiu casas, desalojou pessoas e tornou a vacinação obrigatória, o que ocasionou uma revolta em 1904. Carlos Chagas sucedeu Oswaldo Cruz e conseguiu avançar com menos oposição popular.
· Saúde pública no governo Getúlio Vargas: Houve mudanças no sistema para centralizar a saúde pública brasileira. O Ministério da Educação e Saúde foi criado e aplicou algumas iniciativas para controlar epidemias e endemias. A Constituição de 1934 concedeu assistência médica e “licença-gestante” para trabalhadoras.
· Criação Ministério da Saúde e Conferências Nacionais: Criado em 1953 com o objetivo de definir políticas públicas de saúde e melhorar o atendimento em zonas rurais. Na época também aconteceram as primeiras conferências sobre saúde pública no Brasil → Discussão sobre a criação de um sistema de saúde para toda a população, garantindo que o acesso à saúde fosse universal.
· Saúde durante a ditadura militar: Em 1970, apenas 1% do orçamento da União era destinado à saúde, os cortes resultaram na intensificação de doenças como dengue, meningite e malária. Para reverter a situação, o governo criou o Instituto Nacional de Previdência Social (INPS), unindo todos os órgãos previdenciários que funcionavam desde 1930 e melhorando o atendimento médico. Além disso, foram definidos o Conselho Consultivo de Administração da Saúde Previdenciária (Conasp), o Conselho Nacional dos Secretários Estaduais de Saúde (Conass) e o Conselho Nacional dos Secretários Municipais de Saúde (Conasems). Mais tarde, eles ajudaram na criação do SUS.
· Constituição de 1988 e criação do SUS: A saúde passou a ser um direito de todos e um dever do Estado. A Lei Federal n. 8080, de 1990, regulamenta o SUS com o objetivo de identificar e divulgar os condicionantes e determinantes da saúde, formular a política de saúde para promover os campos econômico e social e fazer ações de saúde de promoção, proteção e recuperação, integrando ações assistenciais e preventivas.
· Panorama atual da saúde pública no Brasil: O SUS é uma grande conquista para a população brasileira e se tornou um modelo para outros países. Entretanto, a falta de investimento financeiro e o mau gerenciamento resultam em diversos desafios, como a falta de médicos e leitos nos hospitais e a grande espera para atendimento. No que diz respeito aos inimigos da saúde dos brasileiros, os principais atualmente são hipertensão, diabetes e obesidade.
· Emílio Ribas:
· O homem que mudaria para sempre o combate a epidemias no Brasil, especialmente a da febre amarela. 
· Ao perceber que o lixo acumulado nas cidades favorecia o surgimento de doenças e surtos, passou a exigir uma limpeza urbana mais cuidadosa.
· Deixou picar pelo Aedes aegypti para provar que a febre amarela era transmitida por mosquitos infectados, e não de pessoa para pessoa.
· Eloy Chaves: 
· Em 1923, com a Lei Eloy Chaves, a previdência social brasileira foi implantada. Criou as Caixas de Aposentadoria e Pensões para os empregados das empresas ferroviárias.
· Evandro Chagas: 
· Em 1930 assumiu a docência da Clínica de Doenças Tropicais e Infecciosas na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro.
· Defendeu como tese a forma cardíaca da tripanossomíase americana.
· Um dos pioneiros no uso da eletrocardiografia, trouxe contribuições significativas sobre a doença de Chagas.
· Realizou estudos sobre a febre amarela, malária, ancilostomose e, principalmente, sobre a leishmaniose, descobrindo os primeiros casos humanos dessa doença e realizando investigações clínicas e epidemiológicas em diversos estados do Brasil e também na Argentina.
· Oswaldo Cruz:
· O jovem médico e cientista teve que empreender uma campanha sanitária de combate às principais doenças da capital federal: febre amarela, peste bubônica e varíola. Para isso, adotou métodos como o isolamento dos doentes, a notificação compulsória dos casos positivos, a captura dos vetores (mosquitos e ratos), e a desinfecção das moradias em áreas de focos.
· Em poucos meses, a incidência de peste bubônica diminuiu com o extermínio dos ratos, cujas pulgas transmitiam a doença.
· O combate à febre amarela: Oswaldo Cruz acreditava que o transmissor da febre amarela era um mosquito. Implantou medidas sanitárias com brigadas que percorreram casas, jardins, quintais e ruas, para eliminar focos de insetos. Sua atuação provocou violenta reação popular.
· Em 1904, a oposição a Oswaldo Cruz atingiu seu ápice. Com o recrudescimento dos surtos de varíola, o sanitarista tentou promover a vacinação em massa da população. O congresso protestou e foi organizada a Liga contra a vacinação. O Governo suspendeu a obrigatoriedade da vacina.
· 1907, a febre amarela estava erradicada do Rio de Janeiro.
· 1908, em uma nova epidemia de varíola, a própria população procurou os postos de vacinação.
· Em 1908 o sanitarista foi recepcionado como herói nacional e, no ano seguinte, o instituto passou a levar seu nome. Com a equipe do Instituto Oswaldo Cruz (IOC) fez o levantamento das condições sanitárias do interior do país.
· 1909, deixou a Diretoria Geral de Saúde Pública, passando a se dedicar apenas ao Instituto de Manguinhos, que fora rebatizado com o seu nome. Erradicou a febre amarela no Pará e realizou a campanha de saneamento da Amazônia.
· 1910 combateu a malária durante a construção da Ferrovia Madeira-Mamoré e a febre amarela, a convite do governo do Pará.
	
· Carlos Chagas: 
· Dedicou-se ao estudo das doenças tropicais e descobriu o protozoário do gênero Plasmodium, causador da malária, e o parasita Trypanosoma Cruzi, transmissor da doença de Chagas.
· 1905, foi contratado por Oswaldo Cruz com a missão de controlar a epidemia da doença que assolava SP.
· Suas pesquisas o levaram a descobrir uma doença provocada por um protozoário até então desconhecido, que denominou de Trypanosoma cruzi, em homenagem ao seu mestre Oswaldo Cruz.
· Pela primeira vez na história da medicina, um pesquisador conseguiu descrever por completo o ciclo da doença, tendo identificado o vetor (o besouro), o agente causal(Trypanosoma cruzi), o reservatório doméstico (gato), a doença nos humanos e suas complicações.
· 1918 → surto de gripe espanhola no Rio de Janeiro, Carlos Chagas foi para controlar a epidemia. Diante da falta de assistência médica, precárias condições de higiene e falta de saneamento, o sanitarista instalou vários postos de atendimento médico e, no Instituto Osvaldo Cruz, incentivou a pesquisa da doença. Com medidas preventivas, a infecção foi debelada no mesmo ano. 
· Carlos Chagas foi reconhecido por suas pesquisas e descobertas, recebendo prêmios e homenagens de vários países.
· LEI 8080:
· Regulamenta o SUS → Dispõe sobre as condições para a promoção, proteção e recuperação da saúde, a organização e o funcionamento dos serviços correspondentes e dá outras providências.
· A Lei 8.080 define que o conjunto de ações e serviços de saúde prestados por órgãos e instituições públicas da administração direta e indireta e das fundações mantidas pelo Poder Público, constitui o SUS. A iniciativa privada pode participar do SUS em caráter complementar.
· Quando os serviços da rede própria do SUS forem insuficientes, a iniciativa privada poderá integrar os serviços do SUS, em caráter complementar, através da formalização de contratos ou convênios, com preferência para as instituições filantrópicas e as sem fins lucrativos. 
· As ações e os serviços de saúde executados pelo SUS, seja diretamente ou complementado pela iniciativa privada, serão organizados de forma regionalizada e hierarquizada, em níveis de complexidade crescente, com direção única em cada esfera de governo, sendo exercida pelos seguintes órgãos:
· União → Ministério da Saúde;
· Estados/DF → Secretarias Estaduais de Saúde ou órgão equivalente;
· Municípios → Secretarias Municipais de Saúde ou órgão equivalente;
· Subsistema de Saúde Indígena: Se organiza com base no território e nas identidades culturais, constituindo os Distritos Sanitários Especiais Indígenas (DSEI). O modelo de atenção à saúde nos DSEI é definido pela realidade local e pelas especificidades culturais.
· Subsistema de Atendimento e Internação Domiciliar: O atendimento e a internação domiciliar estão estabelecidos no SUS.Os profissionais trabalham na perspectiva multidisciplinar, nos níveis da medicina preventiva, terapêutica e reabilitadora.
· Acompanhamento durante o trabalho de parto, parto e pós-parto imediato.
· Um aspecto interessante e que ressalta a importância da Lei 8080/1990 é que ela foi a base para a criação do Sistema Único de Saúde (SUS)
· LEI 8142:
· Dispõe sobre a participação da comunidade na gestão do SUS e sobre as transferências intergovernamentais de recursos financeiros na área da saúde e dá outras providências. 
· O SUS conta, em cada esfera de governo (Municipal, Estadual, Nacional e no Distrito Federal), com instâncias colegiadas, que são organizações para propor, avaliar, controlar e fiscalizar a execução da política de saúde nos três níveis de gestão do SUS. São elas: 
· Conferência de Saúde: Ocorre a cada 4 anos, o objetivo principal é avaliar a situação de saúde e propor as diretrizes para a formulação da política de saúde nos níveis correspondentes.
· Conselho de Saúde: Ocorre a cada 2 anos, atua na formulação de estratégias e no controle da execução da política de saúde na instância correspondente.
· Transferência de recursos financeiros de acordo com a Lei 8.142: Os recursos financeiros do SUS são provenientes do Fundo Nacional de Saúde (FNS). A transferência de recursos ocorre: O Fundo Nacional faz o repasse diretamente para os fundos municipais, estaduais e do Distrito Federal.
· CONSTITUIÇÃO FEDERAL 
· Art. 196. A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação.
· Art. 197. São de relevância pública as ações e serviços de saúde, cabendo ao Poder Público dispor, nos termos da lei, sobre sua regulamentação, fiscalização e controle, devendo sua execução ser feita diretamente ou através de terceiros e, também, por pessoa física ou jurídica de direito privado.
· Art. 198. As ações e serviços públicos de saúde integram uma rede regionalizada e hierarquizada e constituem um sistema único, organizado de acordo com as seguintes diretrizes: 
· I - descentralização, com direção única em cada esfera de governo;
· II - atendimento integral;
· III - participação da comunidade.
· Art. 199. A assistência à saúde é livre à iniciativa privada. As instituições privadas poderão participar de forma complementar do sistema único de saúde.
· Art. 200. compete ao SUS:
· 1- Controlar e fiscalizar procedimentos, produtos e substâncias de interesse para a saúde e participar da produção de medicamentos, equipamentos, imunobiológicos, hemoderivados e outros insumos;
· 2- Executar as ações de vigilância sanitária e epidemiológica;
· 3- Ordenar a formação de recursos humanos na área de saúde;
· 4- Participar da formulação da política e da execução das ações de saneamento básico;
· 5- Incrementar em sua área de atuação o desenvolvimento científico e tecnológico;
· 6- Fiscalizar e inspecionar alimentos, controle de seu teor nutricional como bebidas e águas para consumo humano;
· 7- Participar do controle e fiscalização da produção, transporte, guarda e utilização de substâncias e produtos psicoativos, tóxicos e radioativos;
· 8- Colaborar na proteção do meio ambiente, nele compreendido o do trabalho.
· NOBS: normas operacionais básicas do SUS, surgiram com a necessidade de regulamentação dos serviços prestados pelo SUS.
· NOB 91: Responsável por equiparar prestadores públicos e privados no que se refere a modalidade de financiamento, que passa a ser, em ambos os casos, o pagamento pela produção de serviços. Além disso, centraliza a gestão do SUS a nível federal, através do INAMPS. Cria também tetos financeiros para financiar a rede ambulatorial e hospitalar. Estabelece um instrumento convenial como forma de transferência de recursos do INAMPS para estados, Distrito Federal e municípios. Além disso, é responsável também pelo sistema de informação ambulatorial. → Financiamento do SUS.
· NOB 93: Primeira norma editada pelo Ministério da Saúde. Institucionalizou as comissões intercessoras bipartite (âmbito estadual) e tripartite (âmbito nacional), como importantes espaços de negociação, pactuação e articulação. Cria a transferência regular automática fundo a fundo, do teto nacional da assistência para municípios em gestão semi plena. Também foi responsável por trazer os municípios como gestores, ou seja, os municípios passaram a ser responsabilizados pela gestão de saúde do seu município. Também definiu o papel dos estados de forma frágil, mas esses ainda assim, passaram a assumir o papel de gestor do sistema estadual de saúde. Essa norma também foi responsável por impulsionar a municipalização. → Descentralização do SUS e municipalização. 
· NOB 96: os estados e municípios passaram a ter novas condições de gestão. Teve como um dos objetivos principais a reorganização do modelo assistencial. Além disso, também foi responsável por impulsionar as transferências fundo a fundo. Também trouxe a reorganização da gestão de procedimentos de média e de alta complexidade. Além disso, também foi responsável por incorporar ações de vigilância sanitária, epidemiológica, controle de doenças e elaboração da programação pactuada e integrada, gestão estadual e municipal plena. → Reorganização do modelo assistencial.
· O SUS não é apenas um sistema de prestação de serviços assistenciais. É um sistema complexo que tem a responsabilidade de articular e coordenar ações promocionais e de prevenção, como as de cura e reabilitação. Por isso, não há como comparar com o sistema privado.
· A descentralização se dá na direção dos municípios;
· Princípios do SUS: universalidade, integralidade, equidade;
· NÍVEIS DE PREVENÇÃO
· 1. Primária: prevenir que a doença ocorra;
· 2. Secundária: diagnósticoe tratamento; prevenir mais agravos durante a doença;
· 3. Terciária: reabilitar e reinserir na sociedade; prevenir que a doença reincida.

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