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1.O CONFLITO ENTRE DIREITOS FUNDAMENTAIS DECORRENTES DA EXPOSIÇÃO NÃO AUTORIZADA DA IMAGEM DO PRESO Falar em expor a imagem dos presos na mídia inclui necessariamente o conflito de interesses que osci

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O CONFLITO ENTRE DIREITOS FUNDAMENTAIS DECORRENTES DA EXPOSIÇÃO 
NÃO AUTORIZADA DA IMAGEM DO PRESO. O QUE DIZEM ATUALMENTE LEIS E 
TRIBUNAIS ? 
 
REFERENCIAL TEÓRICO 
 
1. O CONFLITO ENTRE DIREITOS FUNDAMENTAIS DECORRENTES DA 
EXPOSIÇÃO NÃO AUTORIZADA DA IMAGEM DO PRESO 
 
Falar em expor a imagem dos presos na mídia inclui necessariamente o conflito 
de interesses que oscila entre o exercício do direito à imagem e o direito à informação e 
liberdade de imprensa. Um preso merece ter sua dignidade preservada porque a pena 
imposta deve limitar-se à privação de liberdade e as autoridades não podem 
simplesmente vontade de acrescentar mais medidas, muito menos àquelas que lhe 
causem humilhação e embaraço (BORGES et al., 2019). 
No entanto, a mídia e a polícia não obedecem ao mandamento da lei, violando 
os dispositivos constitucionais ao exibir a imagem do preso, além disso, não só sua 
moral é atacada, mas também sua integridade física, como muitas vezes cenas 
humilhantes de pessoas sendo levadas algemadas e sendo colocadas vergonhoso. 
Ocorre que, em alguns setores da sociedade, a difusão da imagem é percebida 
como um meio de informar e proteger os bons cidadãos que devem ser informados e 
face do criminoso para que estejam cientes e possam se proteger no caso eles 
acidentalmente se encontram cara a cara com esse criminoso (LOPES JR, 2020). 
Portanto, é necessário ter uma visão geral dos recursos atuais comunicação de 
massa e como se comportam diante dos limites da liberdade depoimento, bem como 
análise de problemas relacionados ao impacto na vida do preso a partir do uso da sua 
imagem, bem como as consequências que pode ter, perante várias perspectivas. 
No momento em que um indivíduo é taxado de criminoso pela mídia e tem sua 
própria imagem revelado como tal, fica na cabeça das pessoas que realmente é 
delinquente, mesmo que absolvido no final do julgamento e, esta exposição tem em 
várias ocasiões o apoio da própria polícia, que a prepara reuniões coletivas para 
2 
 
mostrar presos, algemados, mostrando seus rostos sem os seus acordo (CAPEZ, 
2021).. 
É necessário estudar a necessidade de exposição, mas o que se observa é uma 
mera revelação que não faz bem à sociedade ou à sociedade o caso em si, só é feito 
com o objetivo de humilhar alguém que já é socialmente desfavorecido, o que muitas 
vezes prejudica a própria investigação da criminalidade, o que leva à promoção da 
violência policial e carcerária, que a agrava preconceitos e sacrifica uma possível 
ressocialização. 
 
2. DIREITOS FUNDAMENTAIS 
 
Os direitos fundamentais no sentido material são os verdadeiramente 
fundamentais, aqueles que vêm do direito das gentes, direitos humanos no mais alto 
grau, exemplos são o direito à vida, igualdade jurídica, liberdade física, pensamento, 
crença e culto, expressão, inviolabilidade de habitação, sigilo de correspondência, 
liberdade de reunião e associação, livre escolha de trabalho, propriedade, integridade 
física, intimidade, vida privada, etc (PEZZIN, 2019). 
Os direitos fundamentais são direitos subjetivos e elementos básicos da ordem 
constitucional objetiva, enquanto os direitos subjetivos, direitos fundamentais, 
proporcionam aos titulares a oportunidade de fazer valer seus interesses perante as 
autoridades mandatórias. Os direitos básicos, tanto aqueles que não asseguram 
prioritariamente direitos subjetivos, quanto àqueles que são concebidos como garantias 
individuais, formam a base da ordem jurídica de um Estado Democrático de Direito em 
sua dimensão de elemento fundamental da ordem constitucional objetiva. 
As garantias humanas básicas não deixam de ser direitos, pois sua efetividade 
depende das disposições do ordenamento jurídico, são criação de um Estado 
Democrático de Direito para fazer valer os direitos humanos básicos, e os próprios 
direitos representam certos bens, destinam-se a garantir a uso desses bens; os direitos 
são primários, as garantias são secundárias e muitas delas são adicionais; os direitos 
possibilitam a realização das pessoas e são direta e imediatamente incorporados, de 
modo que as garantias são projetadas nas esferas jurídicas pertinentes apenas em 
3 
 
relação aos direitos; direitos são declarados, garantias são estabelecidas (SCHREIBER, 
2020) 
Os direitos surgem da simples existência humana e devem ser aceitos e 
respeitados pelo Estado, como o direito à vida, à integridade física, à liberdade de ir e 
vir, as garantias são estabelecidas pelo Estado em relação ao indivíduo para assegurar 
a instrumentalidade e o valor do bem, os direitos e para limitar o direito de ir e vir 
livremente, o devido processo legal deve ser respeitado para garantir a defesa 
adequada e o processo contestado. 
 
2.1. Direito à informação 
 
O dever de informar é entendido simplesmente como a transmissão de fatos de 
forma objetiva, seja sobre pessoas, coisas ou qualquer relação, ou seja: o dever de 
informar consiste em impor às partes a obrigação de disponibilizar todas as informações 
sobre a empresa que os conecta (GONÇALVES, 2020). 
A informação tem um valor público e democrático porque possibilita a 
transparência e a difusão do poder, é também uma ferramenta eficaz de controle da 
tomada de decisões, o direito à informação é baseado no próprio regime democrático, 
resultante do princípio da liberdade de expressão e em formação de todas as 
manifestações. Mesmo antes das relações contratuais privadas, o direito de ser 
informado corresponde ao direito coletivo de obter informações com livre acesso. E 
mais: o direito à informação vai além do conceito de liberdade de expressão, pois tende 
a alinhar os interesses de quem informa e de quem recebe informação, além de garantir 
o direito de ser informado. 
O direito à informação baseia-se na transparência que uma sociedade 
democrática almeja, impedindo qualquer intervenção manipuladora do Estado. Ambos 
podem coexistir sem trauma. Tudo o que diz respeito ao coletivo e às ações do Estado 
é informado. Tudo relacionado ao indivíduo e não no interesse direto da comunidade ou 
do Estado é preservado (PAMPLONA FILHO et al., 2020). 
O direito à informação, com seus limites constitucionais, deve respeitar a 
privacidade e a vida privada, por isso o processo de justiça deve ser mantido em sigilo, 
4 
 
e o município deve zelar para manter um equilíbrio perfeito entre informação e 
privacidade, ordenando às vezes o sigilo, agora garantir a publicidade dos atos 
processuais merece a aquisição de outro registro, que sugere que o simples 
cometimento de um crime que enseja investigação pelo Estado pode servir de moeda 
para eventual dano à honra ou imagem de alguém, conforme a situação específica 
pode levar à divulgação da intimidade ou da vida privada. 
A Constituição Federal garante a liberdade de comunicação social ao afirmar que 
"não sofrerá qualquer restrição à expressão do pensamento, criação, fala e informação, 
sob qualquer forma, processo ou meio, observado o disposto nesta Constituição" (art. 
220, caput). No § 1º, estima que “nenhuma lei poderá conter dispositivo que possa 
constituir obstáculo à plena liberdade da informação jornalística em qualquer meio de 
comunicação, observado o disposto nos artigos 5º, IV, V, X, XIII e XIV”. A liberdade de 
informação é, portanto, uma regra da qual derivam seus limites: anonimato, direito de 
resposta, direito à privacidade, vida privada, honra e imagem, liberdade de trabalhar de 
acordo com as qualificações legais e sigilo de fonte (BRASIL, 1988). 
 
2.2. A dignidade da pessoa humana 
 
O princípio constitucional da dignidade da pessoa humana identifica o espaço da 
integridade moral a ser assegurada a todas as pessoas para sua única existência no 
mundo, sendo a dignidade da pessoa humana um princípio constitucional que não 
envolve apenas um caráter normativo, mas também há aspectos éticos de valor. 
Os princípios constitucionais passarama informar todo o ordenamento jurídico 
para possibilitar a conquista da dignidade humana em todas as relações jurídicas, e as 
normas jurídicas se mostraram limitadas, tímidas para cumprir o comando constitucional 
e o princípio da interpretação conforme a Constituição é um dos mais importantes 
inovações na promoção de que a lei deve sempre ser interpretada a partir da lei 
principal. 
Artigo 5º C.F. ao enumerar os direitos e garantias fundamentais, declara: todos 
são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer espécie. A mesma disposição 
garante expressamente o direito à liberdade e à igualdade. São recorrentes os dois 
5 
 
primeiros itens da norma constitucional, que enfatizam a igualdade entre homens e 
mulheres e a proibição de obrigar alguém a fazer ou não fazer nada, exceto em virtude 
da lei (BRASIL, 1988). 
Assim a Constituição Federal, que é a lei das leis, deve ser seguida de qualquer 
outra forma normal que possa ser contemplada legal e socialmente, a dignidade da 
pessoa humana é o princípio fundamental para todos os demais princípios. 
A Constituição enumera muitos outros, como o princípio da personalidade 
contido no artigo 5º, X, da Constituição Federal de 1988, segundo o qual a intimidade, a 
vida privada, a honra e a imagem das pessoas são invioláveis e asseguram o direito à 
indenização por danos materiais ou morais decorrentes de sua violação. 
A referência à dignidade da pessoa humana parece abranger todos esses 
direitos básicos, sejam eles individuais clássicos ou econômicos e sociais, e se 
expressa como um princípio de valor pré-constitucional e de hierarquia 
supraconstitucional e cuidado humilde porque o senso de dignidade e autoconfiança 
está na natureza do homem desde o nascimento, quando ele começa a desenvolver 
sua personalidade, se socializar e merece consideração, principalmente no poder 
público, para que as pessoas mantenham sua dignidade, respeito honesto pelos 
direitos e garantias de cada pessoa, portanto este princípio é a base e o princípio de um 
Estado Democrático de Direito e não pode ser contrariado em nenhuma situação ou 
excluído, especialmente no âmbito de infração penal e processo penal. 
 
2.3. O direito a honra e a imagem 
 
A honra são qualidades físicas, morais e intelectuais de uma pessoa, fazendo-a 
respeitada no meio social em que vive e que diz respeito, ainda, à sua autoestima. A 
honra em sua obra da seguinte maneira: honra objetiva. Sentimento que o grupo social 
tem a respeito dos atributos físicos, morais e intelectuais de alguém. É o que os outros 
pensam a respeito do sujeito; e honra subjetiva. Sentimento que cada um tem a 
respeito de seus próprios atributos. É o juízo que se faz de si mesmo, o seu amor-
próprio, sua autoestima (CAPEZ, 2021). 
6 
 
Temos nossa honra como um dos bens mais indispensáveis a nossa 
confortável sobrevivência e ela divide-se em objetiva e subjetiva sendo a primeira 
representada pela nossa reputação perante terceiros; e a segunda se relacionada ao 
nosso decoro e dignidade. 
Através de qualquer aparelho ligado mediante a uma rede o usuário consiste ser 
capaz de enviar para milhões de outros usuários, desde que públicos, qualquer imagem 
ou escrito. Com isto, este documento enviado eletronicamente poderá ofender a honra 
de terceiros ou ameaçá-los em fração de segundos e essa ação deve-se observar com 
clareza todos os fatos para elucidar e culpar o criminoso (LOPES JR, 2020). 
Portanto as leis devem ser mais severas e por fim fazer com que essa conduta 
criminosa finde para sempre e, os crimes contra a honra estão previstos no Código 
Penal nos (Arts. 138 a 145), são eles a calúnia, injúria e difamação, esses crimes são 
comuns no cotidiano e atingem ainda o campo virtual, tendo em vista a variedade de 
usuários que navegam na rede. 
 
2.4. O direito à personalidade 
 
A personalidade não é propriamente um direito, mas representa o conceito 
fundamental sobre o qual se baseiam os direitos, a personalidade é uma característica 
natural da pessoa humana, vital para o desenvolvimento da saúde psicofísica que 
constitui todo ser, tendo a capacidade primordial de proteger a dignidade e a igualdade 
de todos os seres humanos (BITTAR, 2017). 
Os direitos pessoais integram, entre outros, os direitos à vida, à autoimagem, ao 
nome, à intimidade, à integridade corporal, à inviolabilidade da intimidade e à vida 
privada, e estão elencados na Constituição Federal para tanto. O conceito de pessoa 
está intrinsecamente ligado ao conceito de ser humano, e quem nasce vivo torna-se um 
ser humano, assim adquire uma personalidade, portanto é uma propriedade ou 
característica de um ser humano, pode ser definido como uma aptidão genérica de 
adquirir direitos e negociar obrigações ou deveres no código civil e é um pré-requisito 
para a inclusão e desempenho de uma pessoa no código legal. 
7 
 
É importante saber que todo direito da personalidade corresponde a um valor 
básico, a começar pelo valor do próprio corpo, que é a condição básica do que somos, 
do que sentimos, percebemos, pensamos e agimos, e por causa do que nosso corpo 
representa É proibido descartá-lo, salvo por motivos de saúde, se se tratar de redução 
permanente da integridade física ou for contrário aos bons costumes (CASSETTARI, 
2020). 
Os direitos protegem todo o conjunto de características específicas de uma 
pessoa, conferem-lhe dignidade e possibilidade de criatividade no campo jurídico e são 
absolutos porque todos têm a obrigação de respeitá-los. A proteção da dignidade está 
relacionada a valores humanos como sua conduta, seu nome e sua reputação, o direito 
à honra protege o indivíduo de falsos ataques que possam prejudicar sua boa 
reputação e, a violação deste direito causa prejuízo a uma pessoa, portanto esta é a 
responsabilidade pública do agente decorrente do ato ilícito, sendo importante perceber 
que além da pessoa que cometeu o crime, existem também seus herdeiros e seu 
cônjuge, os membros da família que estão romanticamente envolvidos podem pleitear 
danos se comprovados: nexo de causalidade, dano e culpa. 
 
REFERÊNCIAS 
 
BITTAR, C. A. Os direitos da personalidade. Saraiva Educação SA, 2017. 
 
BORGES, A. L. L. S. et al. Aplicabilidade do direito ao esquecimento: colisão entre 
direitos fundamentais. 2019. Dissertação de Mestrado. 
 
BRASIL. Constituição. Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, DF: 
Senado Federal, 1988. 
 
CAPEZ, F. Curso de processo penal. Saraiva Educação SA, 2021. 
 
CASSETTARI, C. Elementos de direito civil. Saraiva Educação SA, 2020. 
 
8 
 
GONÇALVES, C. R. Responsabilidade civil. Saraiva Educação SA, 2020. 
 
LOPES JR, A. Fundamentos do Processo Penal. Introdução Crítica. 6ª edição. 
Saraiva Educação SA, 2020. 
 
PAMPLONA FILHO, R. et al. Manual de Direito Civil Volume Único. Saraiva 
Educação SA, 2020. 
 
PEZZIN, L. A. Direitos fundamentais. 2019. 
 
SCHREIBER, A. Manual de direito civil: contemporâneo. Saraiva Educação SA, 
2020.

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