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João Pedro de Freitas Gomes - 1706340 São Paulo, 26 de setembro de 2022 - 5º Semestre - Sinergia Direito de Posse e Propriedade e Ritos Especiais Profª Adalgisa Pires Falcão 1. PROPRIEDADE Nas lições de Álvaro Villaça de Azevedo “o direito de propriedade é a sujeição do bem à vontade do proprietário, seu titular.” Trata-se do mais completo dos direitos subjetivos, a matriz dos direitos reais e o núcleo do direito das coisas (Art. 1.228, CC). Além disso, nos termos do Art. 5º, XXII, CF, a propriedade é tratada como direito fundamental. Porém, conforme dispõe o inciso XXIII a “propriedade atenderá a sua função social.” ● O Art. 1.228, CC, enuncia os poderes do proprietário: ○ Direito de Usar - jus utendi: se servir de uma coisa. ○ Direito de gozar ou usufruir - jus fruendi: relaciona-se a percepção dos frutos e produtos. ○ Direito de dispor da coisa - jus abutendi: alienar ou entregar a coisa. ○ Direito de reaver a coisa - rei vindicatio: retomar a propriedade (ação reivindicatória). 2. TEORIAS Com relação ao fundamento da propriedade, existem quatro teorias principais que buscam explicar o assunto, das quais duas se destacam: ● Teoria da Lei: o que legitima a propriedade é a própria vontade do legislador, isto é, o seu reconhecimento depende da lei. ● Teoria da Natureza Humana: o que legitima o direito de propriedade é a necessidade do ser humano de valer-se dela para realizar os atos da vida cotidiana. 3. CLASSIFICAÇÃO ● Propriedade Plena - Alo Dial: quando o proprietário reúne todas as faculdades (ou poderes), diz-se que tem propriedade plena. ● Propriedade Limitada: quando um dos poderes é retirado do proprietário, chama-se propriedade limitada. Ex: superfície, usufruto, hipoteca. 4. CARACTERÍSTICAS O direito à propriedade é: João Pedro de Freitas Gomes - 1706340 ● Absoluto: oponibilidade erga omnes (oponível a terceiros). ● Exclusivo: ressalvadas certas situações, a exemplo do condomínio, o poder dominial de alguém exclui o de outrem, concomitantemente, sobre a mesma coisa. ● Perpétuo: não se extingue, simplesmente, pelo não uso, podendo ser transmitida por gerações. ● Elástico: pode ser distendida ou contraída na formação de outros direitos reais sem perder sua essência. ● Direito Fundamental 5. LIMITAÇÃO DO DIREITO DE PROPRIEDADE ● Extensão da Propriedade (Art. 1.229, CC): nos termos do dito artigo, a propriedade abrange o subsolo e o espaço aéreo correspondente dentro de um limite razoável, o qual está ligado à utilidade da coisa. Exceção: conforme prevê o Art. 1.230, CC, a propriedade do solo não abrange as jazidas, minas e demais recursos minerais, os potenciais de energia hidráulica, os monumentos arqueológicos e outros bens referidos por leis especiais (vide CF: Art. 176). ● Propriedade Resolúvel: a propriedade resolúvel, em linhas gerais, liga-se a um título aquisitivo que trás uma condição ou termo que uma vez implementados poderão ocasionar a perda da propriedade em prejuízo de determinada pessoa. Exemplo: se determinado contrato de compra e venda de bem imóvel for celebrado com cláusula de retrovenda, o vendedor poderá readquirir a propriedade no prazo decadencial de três anos, isto é, a propriedade poderá ser resolvida em relação ao comprador. ● Propriedade Fiduciária: é uma espécie de propriedade resolúvel. Em resumo, a alienação fiduciária é negócio jurídico pelo qual o devedor, ou fiduciante, com o escopo de garantia, contrata a transferência ao credor, ou fiduciário, a propriedade resolúvel da coisa. Os contratos de alienação fiduciária serão regidos com a seguinte perspectiva: I. Alienação Fiduciária de Bens Imóveis (Lei 9.514/1997) II. Alienação Fiduciária de Móveis infungíveis fora do mercado financeiro de capitais. AULA 06 1. Aquisição de Propriedade João Pedro de Freitas Gomes - 1706340 ● Quanto a classificação da aquisição: a. A título singular (bem individualizado) b. A título universal (bens não individualizados) ● Quanto ao objeto: c. Aquisição originária - não existe qualquer vínculo entre o antigo e o novo proprietário. Ex: Usucapião. d. Aquisição derivada - existe vínculo entre o antecessor e o novo proprietário. 2. Aquisição de Propriedade Imóvel ● Modos de aquisição (Arts. 1.238 a 1.259 e 1.784, CC). a. Registro do título - retificação ou anulação (Arts. 1.245 a 1.247, CC). b. Direito hereditário - o direito hereditário é, também, modo de aquisição da propriedade imóvel porque, “aberta a sucessão, a herança transmite-se, desde logo, aos herdeiros legítimos testamentários. (Art. 1.784, CC) c. Usucapião (aula específica) d. Acessão Natural i. Requisitos 1. conjunção entre duas coisas, antes separadas; 2. natureza acessória de uma dessas coisas, em relação à outra. ii. Formas 1. Formação de ilhas (Art. 1.249, CC) - no que toca à formação de ilhas, destaca-se que a regra do Art. 1.249, CC, apenas será aplicada no caso de rios NÃO navegáveis, já que os navegáveis pertencem ao poder público. ● Aluvião (Art. 1.250, CC) - diz respeito ao procedimento natural considerado lento e gradual, de onde uma porção de terra se desloca de uma propriedade e adere à outra. Não há direito de indenização. ● Avulsão (Art. 1.251, CC) - diz respeito ao procedimento natural considerado violento e abrupto, de onde uma porção de terra se desloca de uma propriedade e adere à outra. Tem direito de indenização com prazo de 1 ano para reclamar.
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