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RESUMÃO - DERMATO CARCINOGÊNESE - IGOR DE ANGELI

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IGOR DE ANGELI • MEDICINA – TURMA XXVIII 
 
 1 
dermato e carcinogênese 
 
 
 
dermato e carcinogênese 
IGOR DE ANGELI • MEDICINA – TURMA XXVIII 
 
 
 
 
 
IGOR DE ANGELI • MEDICINA – TURMA XXVIII 
 
2 
dermato e carcinogênese 
 
 
• EMBRIOLOGIA DA PELE: a pele e suas 
estruturas derivam dos seguintes folhetos: 
§ ECTODERMA: estruturas epiteliais, 
epiderme, folículos pilossebáceos, 
glândulas apócrinas e écrinas e as 
unhas. 
§ NEUROECTODERMA: nervos e 
melanócitos. 
§ MESODERMA: fibras colágenas e 
elásticas, vasos sanguíneos, músculos e 
tecido adiposo, células de Langerhans. 
 
• HISTOLOGIA DA EPIDERME: 
- CÉLULAS DA EPIDERME: 
• MELANÓCITOS: células que, à 
coloração H.E, aparece como células 
claras, com núcleo pequeno 
hipercromático e citoplasma 
transparente, levemente basófilo. A 
coloração pela prata mostra a 
natureza dendrítica dos melanócitos, 
com numerosos prolongamentos 
longos e ramificados, que se 
relacionam com células espinhosas. Os 
melanócitos, em conjunto com os 
queratinócitos com que 
funcionalmente se relacionam, 
constituem as unidades 
epidermomelânicas da pele. 
• QUERATINÓCITOS: organizam-se em 
camadas de diferentes estágios de 
maturação celular (camada basal ou 
germinativa, espinhosa, granulosa, 
lúcida e córnea) e tem a função de 
revestimento desses tecidos. 
• CÉLULAS DE LANGHERANHS: fica 
localizada principalmente na camada 
espinhosa da derme. 
• CÉLULAS DE MERKEL: localizada na 
camada basal; contém substâncias 
neurotransmissoras que detectam 
deformidades. É um tipo de 
queratinócito modificado. 
- CAMADAS DA EPIDERME: 
a) CAMADA GERMINATIVA OU BASAL: possui 
duas camadas de células basais e é a mais 
profunda das camadas da epiderme. 
Constitui-se por dois tipos de células, as 
células basais e os melanócitos. 
b) CAMADA MALPIGHIANA ou ESPINHOSA: 
possui de 5 a 10 camadas; as células dessa 
camada são separadas por espaço cruzados 
por finos filamentos (pontes intercelulares – 
desmossomas). 
a pele normal 
 
 
 
IGOR DE ANGELI • MEDICINA – TURMA XXVIII 
 
3 
dermato e carcinogênese 
c) CAMADA GRAULOSA: possui grânulos que 
têm tamanho e forma irregulares, compondo 
de querato-hialina (composto de profilagrina, 
proteína que origina a filagrina – basófilas) e 
citoqueratinas. 
d) CAMADA LÚCIDA: nas regiões 
palmoplantares e pele espessas, existe mais 
uma camada compondo a epiderme, 
situado entre a camada córnea e a 
granulosa, composto por duas ou três 
camadas de células anucleadas, planas, de 
aspecto homogêneo e transparente. Não 
perderam ainda as pontes intracelulares. Ao 
ser corada em HE, ela tem aspecto mais 
eosinofílico. 
e) CAMADA CÓRNEA: formada pelos 
corneócitos: células epidérmicas anucleares, 
com membranas celulares espessas e cujo 
citoplasma corresponde a um sistema 
bifásico de filamentos de queratina 
encerrados em uma matriz amorfa contínua. 
Nas porções inferiores do estrato córneo, os 
filamentos de queratina associam-se à 
filagrina que, nas porções inferiores, por ação 
enzimática, desprende-se da queratina e é 
degradada a aminoácido que, 
osmoticamente, retêm água no estrato 
córneo. 
O corte histológico na coluna ao lado, 
demonstra claramente as camadas da 
epiderme: 
 
 
- DIFERENCIAÇÃO DAS CÉLULAS DA EPIDERME: 
a camada basal é essencialmente 
germinativa, originando as demais camadas 
da epiderme, por meio de progressiva 
diferenciação celular, por isso, há intensa 
atividade mitótica sempre nessa camada. O 
tempo de maturação de uma célula basal, 
até atingir a camada córnea é de ≈ 26 dias. 
• HISTOLOGIA DA DERME: é a segunda 
camada tissular componente da pele, 
disposta imediatamente abaixo da 
epiderme, compreendendo denso estroma 
fibroelástico, no qual situam-se as estruturas 
vasculares e nervosas, e os órgãos anexais, as 
glândulas sebáceas e sudoríparas e os 
folículos pilosos. 
- CAMADAS DA DERME: 
• DERME PAPILAR: constitui uma camada 
pouco espessa de fibras colágenas finas, 
fibras elásticas, numerosos fibroblastos e 
abundante substância fundamental, 
formando as papilas dérmicas, que se 
amoldam aos cones epiteliais da epiderme. 
 
 
 
IGOR DE ANGELI • MEDICINA – TURMA XXVIII 
 
4 
dermato e carcinogênese 
 • DERME RETICULAR: compreende o restante 
da derme, sendo sua porção mais espessa, 
que se estende até o subcutâneo. É 
composta por feixes colágenos mais 
espessos, dispostos, em sua maior parte, 
paralelamente à epiderme. Há, 
proporcionalmente, menor quantidade de 
fibroblastos e de substância fundamental em 
relação à derme adventicial. 
• DERME PERIANEXIAL: estruturalmente 
idêntica à derme papilar, dispõe-se, porém, 
em torno dos anexos. Compõe, com a derme 
papilar, a unidade anatômica denominada 
derme adventicial. 
- VASCULARIZAÇÃO DA DERME: os vasos 
cutâneos constituem sempre um plexo 
profundo em conexão com um plexo 
superficial. O profundo situa-se em nível 
dermo-hipodérmico e é formado por 
arteríolas, ao passo que o superficial se 
localiza na derme subpapilar e é composto 
essencialmente por capilares. 
- INERVAÇÃO DA DERME: 
a) CORPÚSCULOS DE VATER-PACINI: 
localizam-se nas regiões palmoplantares e 
são específicos para a sensibilidade à 
pressão. 
b) CORPÚSCULOS DE MEISSNER: situam-se nas 
mãos e nos pés, especialmente nas polpas 
dos dedos, ao nível da derme papilar. São 
específicos para a sensibilidade tátil. 
c) CORPÚSCULOS DE KRAUSE: são específicos 
para a sensibilidade térmica ao frio. Ocorrem 
nas áreas de transição entre pele e mucosas. 
Encontram-se, portanto, na glande, no 
prepúcio, no clitóris, nos lábios vulvares e, em 
menor quantidade, no lábio, na língua, nas 
pálpebras e na pele perianal. 
d) MENISCOS DE MERKEL-RANVIER: localizados 
na posição subepidérmica, localizados 
especialmente nas polpas dos dedos 
(receptor tátil). 
e) CORPÚSCULOS DE RUFFINI: permeiam o 
colágeno e relacionam-se à sensibilidade 
térmica ao calor. 
- ANEXOS DA DERME: são eles as glândulas 
sudoríparas écrinas e apócrinas, glândula 
sebácea, pelo e unha. 
A secreção sudoral écrina é incolor, inodora, 
hipotônica, composta de 99% de água e 
solutos encontrados no plasma, além de 
conter, em concentrações menores, 
especialmente sódio, cloretos, potássio, ureia, 
proteínas, lipídeos, aminoácidos, cálcio, 
fósforo e ferro. 
A secreção apócrina contém proteínas, 
açúcares, amônia, ácidos graxos e, às vezes, 
cromógenos, como o indozil, podendo-se 
explicar, desse modo, certos casos de 
cromidrose. 
A secreção das glândulas sebáceas é do tipo 
holócrino e o produto de sua atividade é o 
 
 
 
IGOR DE ANGELI • MEDICINA – TURMA XXVIII 
 
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dermato e carcinogênese 
sebo (triglicerídeo, ácido graxo livre, 
colesterol e éster de colesterol). 
• HISTOLOGIA DA HIPODERME: é a camada 
mais profunda da pele, de espessura variável, 
composta exclusivamente por tecido 
adiposo, isto é, células repletas de gordura 
(adipócitos), formando septos. 
Funcionalmente, além de depósito nutritivo 
de reserva, participa no isolamento térmico e 
na proteção mecânica do organismo às 
pressões e aos traumatismos externos e facilita 
a motilidade da pele em relação às estruturas 
subjacentes. 
 
 
 
A dermatite atópica (DA) é um distúrbio 
recidivante, muito comum na lactância. 
Caracteriza-se por pele seca e prurido; a 
consequente coçadura leva a aumento da 
inflamação e liquenificação, agravando o 
prurido e a escarificação. Frequentemente 
associada a uma história pessoal ou familiar 
da própria DA, rinite alérgica e asma. É 
associada a uma disfunção da barreira da 
pele por reatividade da lgE. 
• CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS DA “DA”: 
• CRITÉRIOS MAIORES: prurido, 
morfologia e distribuição típica das 
lesões (face e extensor nas crianças; 
liquenificação nos adultos), história 
pessoal ou familiar e dermatite crônica 
e recidivante. 
• CRITÉRIOS MENORES: xerose, início 
precoce,queratose pilar, elevação da 
IgE sérica, tendência a infecções 
cutâneas e pitiríase alba. 
• ETIOLOGIA DA “DA”: Aeroalérgenos 
específicos, como ácaros da poeira e pólens. 
Exotoxinas de Staphylococcus aureus, que 
atuam como superantígenos. Também 
estreptococos do grupo A. 
Os soros de pacientes com DA contêm 
anticorpos IgE dirigidos contra proteínas 
humanas. 
Já com alimentos, os lactentes e as crianças, 
apresentam exacerbações da DA com a 
ingestão de ovos, leite, amendoim, soja, peixe 
e trigo. 
• EPIDEMIOLOGIA DA “DA”: comum nos 
primeiros dois meses de vida e nos primeiros 
anos; raramente tem início na vida adulta. 
Mais prevalente no sexo masculino. 
• FISIOPATOLOGIA DA “DA”: uma reação de 
hipersensibilidade tipo I e IV (mediada por IgE) 
ocorre em consequência da liberação de 
substâncias vasoativas dos mastócitos e dos 
basófilos, que foram sensibilizados pela 
interação do antígeno com a IgE. As células 
de Langerhans da epiderme possuem 
receptores de IgE de alta afinidade. A 
dermatite atópica 
 
 
 
IGOR DE ANGELI • MEDICINA – TURMA XXVIII 
 
6 
dermato e carcinogênese 
inflamação aguda está associada a um 
predomínio na expressão de interleucina (IL)-
4 e IL-13, enquanto a inflamação crônica na 
DA está associada a níveis aumentados de IL-
5, do fator de estimulação de colônias 
granulocíticas e macrofágicas, da IL-12 e do 
interferon (IFN-gama). Por conseguinte, a 
inflamação cutânea na DA exige um padrão 
de ativação das células T. 
• QUADRO CLÍNICO DA “DA”: os pacientes 
apresentam ressecamento da pele e prurido. 
A constante escarificação leva a um ciclo 
vicioso de prurido à escarificação à 
erupção à prurido à escarificação. 
• PROGNÓSTICO DA “DA”: sem tratamento, as 
áreas acometidas persistem por vários meses 
ou anos. 
Ocorre remissão espontânea, mais ou menos 
completa, durante a infância em mais de 40% 
dos casos, com recidivas mais graves 
ocasionais durante a adolescência. 
Alguns pacientes desenvolvem asma e/ou 
febre do feno. A DA de início no adulto 
frequentemente segue uma evolução grave. 
• DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL DA “DA”: DS, 
DCI, DCA, psoríase, eczema numular, 
dermatofitose e micose fungoide. 
• TRATAMENTO DA “DA”: o aspecto mais 
importante é orientar o paciente para que 
evite a coçadura (uso de anti-histamínicos e 
cortar unhas) e escarificação. Usar emolientes 
(cremes) e curativos úmidos. De forma 
sistêmica, utilizar ciclosporina e realizar 
fototerapia. Como imunobiológicos, utilizar 
dupilumabe e baricitinibe. 
 
 
 
A dermatite de contato por irritante primário 
(DCIP) é causada pela exposição a agentes 
com propriedades de provocar dano 
tecidual. As alterações nos queratinócitos 
epidérmicos decorrem da ação das 
substâncias irritantes. O dano tecidual é tão 
intenso, que, imediatamente após o contato, 
o paciente refere sintomas de tipo ardor e 
queimação. 
Já o caso da dermatite de contato por 
irritante acumulativo é quando o resultado 
pode não ser imediato, surgindo em poucas 
horas ou em alguns dias. 
• ETIOLOGIA DA DCIP: há predomínio de 
dermatite irritativa das mãos em mulheres, 
mas atribui-se essa observação a maior 
exposição das mulheres a agentes irritantes 
nas atividades domésticas. 
São irritantes comuns: sabões, detergentes, 
desinfetantes, xampus, limpadores industriais, 
solventes, álcalis, ácidos, óleos de corte, 
solventes orgânicos, agentes oxidantes, 
plantas, pesticidas e secreções de animais. 
dcip (irrit. primário) 
 
 
 
IGOR DE ANGELI • MEDICINA – TURMA XXVIII 
 
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dermato e carcinogênese 
• EPIDEMIOLOGIA DA DCIP: é a mais comum 
das dermatities. Representa 60% das doenças 
ocupacionais. 
• FISIOPATOLOGIA DA DCIP: o dano da 
barreira de proteção da pele, provocada por 
substâncias irritantes, inicia o stress 
imunológico. Sob a ação de substâncias 
irritantes, os queratinócitos liberam IL 1-a, que, 
por sua vez, induz a liberação de outras 
citocinas participantes da reação 
inflamatória, como o TNF-alfa. 
A liberação de moléculas de adesão, como 
ICAM-1, favorece a presença de linfócitos T 
tipo CD4+, induzindo a liberação de IFN-
gama, e IL-2. Assim, DCIP também é uma 
reação imunológica, sendo que a ativação 
de células T não necessita de antígeno. 
Também há liberação de leucotrienos e 
prostaglandinas. 
Além do fator extrínseco, admite-se a 
atuação de fatores predisponentes: há 
evidências de fatores genéticos de 
suscetibilidade. 
• QUADRO CLÍNICO DA DCIP: apresenta-se 
sob forma eritematosa, eritematovesiculosas, 
etiêmato-vésico-secretantes e eritêmato-
secretante-infiltrativa-liquenificadas. O 
prurido é um sintoma constante. A 
delimitação e a localização do processo 
eruptivo são elementos importantes na 
diagnose dessa forma eczematosa. 
 
• PROGNÓSTICO DA DCIP: a regressão ocorre 
habitualmente em duas semanas após a 
remoção dos estímulos nocivos. Nos casos 
mais crônicos, podem ser necessárias seis 
semanas ou mais. Nos casos de exposição a 
níveis crônicos subcríticos de irritante, alguns 
trabalhadores desenvolvem tolerância ou 
"resistência”. 
• DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL DA DCIP: a DCIP 
distribui-se, diferente da “DA”, regionalmente. 
As principais localizações são as mãos, 
seguidas da face, pescoço, pés e tronco. 
• TRATAMENTO DA DCIP: uso de emolientes e 
corticoides tópicos. 
 
 
 
A dermatite de contato alérgica (DCA) é uma 
doença sistêmica, definida por inflamação 
mediada por células T com hapteno 
específico. É causada por reexposição a uma 
substância à qual o indivíduo foi sensibilizado. 
• ETIOLOGIA DA DCA: corresponde a uma 
reação imunológica do tipo IV, ativada por 
uma substância (hapteno) com 
dca (contato alérgica) 
 
 
 
IGOR DE ANGELI • MEDICINA – TURMA XXVIII 
 
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dermato e carcinogênese 
características que a transformam em um 
antígeno. A tolerância às substâncias é 
fornecida pelos T CD4+, células reguladoras 
que produzem IL-10, inibidora da reação 
inflamatória da dermatite de contato 
alérgica. A estimulação imunológica pelo 
hapteno leva à produção de T CD8+, células 
citotóxicas efetoras da dermatite de contato 
alérgica. 
Os vários eventos que ocorrem permitem 
dividir a dermatite de contato alérgica em 
três fases: de indução (via aferente), de 
elicitação (via eferente) e fase de resolução. 
• EPIDEMIOLOGIA DA DCA: estima-se que a 
DCA não ocupacional seja três vezes mais 
frequente do que a DCA ocupacional. Afeta 
todas as idades, porém, rara em crianças 
pequenas e em indivíduos com mais de 70 
anos. 
• FISIOPATOLOGIA DA DCA: o hapteno possui 
características específicas (baixo peso 
molecular, reatividade química e solubilidade 
lipídica) tornando-a capaz de penetrar no 
estrato córneo e reagir com componentes do 
sistema imune. O hapteno forma ligações 
covalentes com proteínas da pele, resultando 
no conjugado hapteno-proteína, tornando-se 
um antígeno para a pele. 
- FASE DE INDUÇÃO: nesta fase, a substância 
química (hapteno) que entra em contato 
com a pele, ou seja, é o fator 
desencadeante. 
Células de Langerhans, derivadas da medula 
óssea, permitem a ligação entre células, o 
que facilita o contato com o antígeno. Tem 
como função: processar e transportar o 
antígeno para o linfonodo regional, além de 
produzir IL-1, que estimula os queratinócitos a 
produzirem TNF e fator estimulador de 
colônias de granulócitos-macrófagos. 
O antígeno ligado a células de Langerhans 
entra em contado com linfócitos T (LT) na 
área paracortical do linfonodo regional, com 
proliferação de LT contra o antígeno. As 
moléculas de adesão participam dessa 
relação entre as células T e as células de 
Langerhans. Há, então, aumento da 
produção de citocinas e intensificação da 
inflamação. Um grupo de células T se 
diferencia em células de memória, o que faz 
o indivíduo acumular LT contra determinado 
antígeno. 
O tempo mínimo para se completar a viaaferente é de 4 a 5 dias. Em seres humanos, 
são necessários 14 a 21 dias até que as células 
efetoras voltem a circular na pele. 
- FASE DE ELICITAÇÃO: ocorre quando o 
indivíduo previamente sensibilizado entra 
novamente em contato com o antígeno. Os 
linfócitos previamente sensibilizados reagem 
contra o antígeno e em 24 a 48 horas, a 
reação inflamatória se desenvolve. 
Os linfócitos sensibilizados localizam-se na 
pele, área de deposição do antígeno, por 
 
 
 
IGOR DE ANGELI • MEDICINA – TURMA XXVIII 
 
9 
dermato e carcinogênese 
expressarem o antígeno leucocitário cutâneo 
(CLA). Contribuem ainda para a localização 
dos linfócitos na área de inflamação, seus 
receptores de quimiocinas, particularmente 
da CCL27, a qual é produzida pelos 
queratinócitos. Além das quimiocinas, 
moléculas de adesão como ICAM e VCAM 
contribuem para a ligação dos linfócitos 
sensibilizados ao endotélio dos vasos e 
favorecem sua diapedese. 
Os linfócitos, sendo ativados pelo contato 
com o antígeno, ativam outros linfócitos e, os 
queratinócitos, havendo liberação de grande 
quantidade de citocinas. 
A reativação do quadro, sem nova exposição 
ao antígeno, acontece quando alguns 
complexos antígeno-CL permanecem na 
pele e número suficiente de células T efetoras 
é gerado. Esses LT retornam ao lugar do 
contato com a substância, desencadeando 
dermatite de contato alérgica, sem nova 
exposição ao hapteno. 
- FASE DE RESOLUÇÃO: corresponde ao 
término da reação inflamatória. Nessa fase, 
também são liberadas citocinas como a IL-10, 
TNF-beta. Esses mediadores têm papel na 
indução de supressão de LT. Nessa fase, 
LTCD4+ agem como reguladores, liberando 
citocinas que resolvam a reação. 
• QUADRO CLÍNICO DA DCA: no indivíduo 
sensibilizado, a erupção começa 48 horas ou 
dias após o contato com o alérgeno; as 
exposições repetidas levam a reações cada 
vez mais intensas. O local da erupção limita-
se à área de exposição. 
Pode haver prurido intenso; nas reações 
graves, ocorrem também sensação de 
ferroadas e dor. 
Inicialmente, limitada à área de contato com 
o alérgeno, punho, em forma de colar e 
lábios. No início, limita-se ao local de contato 
e, mais tarde, espalha-se para outras áreas. 
 
• PROGNÓSTICO DA DCA: a duração varia, 
com regressão em cerca de uma a duas 
semanas. Agrava-se à medida que o 
alérgeno continua tendo contato com a 
pele. 
• DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL DA DCA: DCI, 
DA, dermatite seborreica, psoríase, 
dermatofitose epidérmica, erupção fixa por 
fármacos, erisipela e fitofotodermatite. 
 
 
 
IGOR DE ANGELI • MEDICINA – TURMA XXVIII 
 
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dermato e carcinogênese 
• TRATAMENTO DA DCA: uso de emolientes, 
corticoide tópico e anti-histamínico. No caso 
de lesões disseminadas, usa-se corticoide 
sistêmico. 
 
 
 
Para o entendimento inicial da 
carcinogênese, é preciso compreender que 
existem células quiescentes (com baixa 
atividade replicativa) e células permanentes 
(imcapazes de regeneração). 
• FATORES DE CRESCIMENTO: são proteínas, 
formadas por polipeptídeos, que se ligam aos 
receptores da superfície celular, emitindo um 
sinal que atravessa a membrana 
citoplasmática e efetua um comando celular 
ou nuclear, desta forma desempenha uma 
importante função na comunicação 
intercelular, promovendo ativação da 
proliferação, diferenciação e movimentação 
das células, além de influenciar a síntese de 
proteínas e a apoptose celular. 
Os FC’s atuam por mecanismo autócrino 
(uma mesma célula produz e responde ao 
FC), parácrino (uma célula recebe a ação do 
FC produzido por uma célula vizinha), 
endócrino (o FC secretado por uma célula 
age em células distantes) ou justácrino (atua 
"colado" na célula). 
- PRINCIPAIS FATORES DE CRESCIMENTO: 
a) FATOR DE CRESCIMENTO EPIDERMAL (EGF): 
é considerado um potente agente mitógeno 
para fibroblastos, promovendo o aumento da 
produção do tecido de granulação e 
reepitelização de feridas. Esse fator age no 
processo do reparo tecidual, de forma a 
estimular principalmente a angiogênese, ou 
seja, a formação de novos vasos sanguíneos. 
b) FATOR DE CRESCIMENTO FIBROBLÁSTICO 
(FGF): estimula fibroblastos, macrófagos, 
queratinócitos e células endoteliais, além de 
estimular a proliferação e diferenciação 
celular. 
c) FATOR TRANSFORMADOR DO CRESCIMENTO 
Β (TGFΒ): desempenha importante função no 
processo de reparo, estimulando a migração 
de células inflamatórias para o local da lesão, 
além da diferenciação de fibroblastos em 
miofibroblastos e angiogênese. 
• CICLO CELULAR: 
§ G0: fase de quiescência. 
§ G1: ocorre síntese de DNA e proteínas 
(2n). 
§ G1: é um ponto de verificação. Avalia 
a presença de danos no DNA. Há 
aumento, concentração e atividade 
da p53. 
§ S: ocorre replicação do DNA (4n). 
§ G2: ocorre algum reparo no DNA e a 
célula se prepara para a mitose. 
carcinogênese geral 
 
 
 
IGOR DE ANGELI • MEDICINA – TURMA XXVIII 
 
11 
dermato e carcinogênese 
§ PONTO DE VERIFICAÇÃO G2: avalia 
danificação ou replicação incorreta 
do DNA. Caso haja erro, a proteína-
fosfatase ativadora do complexo CDK 
que leva para a fase M é inibida. 
 
- MITOSE: 
§ PRÓFASE: os cromossomos estão visíveis 
à medida que se condensam e se 
compactam. As duas cromátides irmãs 
de cada cromossomo se alinham 
juntas, unidas por um ponto 
denominado centrômero. A 
membrana nuclear desaparece 
durante esse estágio. Fibras do fuso 
começam a se formar, difundindo-se a 
partir de 2 centríolos localizados em 
lados opostos da célula. As fibras do 
fuso ligam-se aos centrômeros de 
cada cromossomo e puxam as 
cromátides irmãs em direções opostas. 
§ METÁFASE: onde os cromossomos 
atingem seu estado de máxima 
condensação. As fibras do fuso 
começam a se contrair e puxar os 
centrômeros dos cromossomos. 
§ ANÁFASE: o centrômero de cada 
cromossomo se divide, permitindo a 
separação das cromátides-irmãs. 
§ TELÓFASE: formação de novas 
membranas nucleares ao redor de 
cada um dos dois conjuntos de 46 
cromossomos. As fibras do fuso 
desaparecem e os cromossomos 
começam a se descondensar. 
- CITOCINESE: ocorre após a divisão nuclear e 
resulta da divisão aproximadamente igual do 
citoplasma em 2 partes. 
• QUINASES DEPENDENTES DE CICLINA (CDK’S): 
são responsáveis por enviar os sinais do ciclo 
celular para moléculas de resposta que 
executam o trabalho de conduzir a célula 
através de seu ciclo de crescimento e divisão. 
Existem quatro classes de ciclinas: 
I. G1/S (CICLINA E): 
- Ativam CDK’s no final de G1. 
- Seus níveis diminuem na fase S. 
II. S-CICLINAS (CICLINA A): 
- Se ligam a CDK’s logo após a progressão ao 
início e ajudam a estimular a duplicação dos 
cromossomos. 
- Seus níveis permanecem elevados até a 
mitose. 
 
 
 
IGOR DE ANGELI • MEDICINA – TURMA XXVIII 
 
12 
dermato e carcinogênese 
- Estimulam a produção de enzimas que 
atuam na replicação, duplicação do DNA, 
duplicação do centrossomo e estimulam 
eventos mitóticos iniciais. 
III. M-CICLINAS (CICLINA B): 
- Ativam CDK’s que estimulam a entrada na 
mitose. 
- Os níveis dessas ciclinas diminuem a partir da 
metáfase. 
- Controla a polimerização dos microtúbulos 
para formar o fuso mitótico, 
desaparecimento de carioteca e 
condensação de cromossomos. 
IV. G2-CICLINAS: 
- Ajudam a regular as atividades das G1/S-
ciclinas. 
 
• HIPERPLASIA: consiste no aumento do 
número de células, por incremento da 
proliferação e/ou por diminuição da 
apoptose. 
Para haver hiperplasia são necessários 
suprimento sanguíneo, integridade 
morfofuncional das células e inervação. 
• HIPOPLASIA: é a diminuição do número de 
células de um órgão ou parte do corpo. Pode 
ocorrer na embriogênese (hipoplasia 
pulmonar, hipoplasia renal etc.) ou após o 
nascimento, por diminuição da renovação 
celular, aumento da destruição das células 
ou ambos. 
• HIPERTROFIA: é o aumento dos 
componentese das funções celulares, o que 
amplia o volume das células e dos órgãos. 
• HIPOTROFIA: consiste na redução dos 
componentes e das funções celulares, 
acarretando a diminuição do volume das 
células e dos órgãos. 
• METAPLASIA: é a substituição de um tipo de 
tecido por outro da mesma linhagem (um 
epitélio modifica-se em outro epitélio). Em 
geral, trata-se de processo adaptativo frente 
a algum estímulo, em que o novo tipo celular 
é mais resistente; a metaplasia é também 
reversível. 
• DISPLASIA: é uma palavra usada para 
designar alterações da proliferação e 
tendência à redução na diferenciação 
celular (“crescimento desordenado”). A 
displasia não tem diferenciação celular, é um 
tecido totalmente diferente. 
• NEOPLASIA: pode ser entendida como a 
lesão constituída por proliferação celular 
anormal, descontrolada e autônoma, em 
geral com perda ou redução de 
 
 
 
IGOR DE ANGELI • MEDICINA – TURMA XXVIII 
 
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dermato e carcinogênese 
diferenciação, em consequência de 
alterações em genes ou proteínas que 
regulam a multiplicação e a diferenciação 
das células. Possui proliferação celular 
autônoma. 
 
• FATORES GENÉTICOS E AMBIENTAIS PARA O 
DESENVOLVIMENTO DE CÂNCER: existem 
fatores ambientais (por exemplo, poluentes), 
alimentação, tabagismo, álcool, história 
reprodutiva (exposição acumulada à 
estimulação ao estrogênio) e agentes 
infecciosos. 
• FASES DA CARCINOGÊNESE: 
I. INICIAÇÃO: primeiro estágio da 
indução ao câncer. Ocorre quando 
determinado agente é capaz de gerar 
alterações permanentes no genoma 
da célula e de sua progênie. Nessa 
etapa as células sofrem os efeitos 
causados pelos agentes 
carcinogênicos, ocasionando 
alterações em algum desses genes. 
Neste ponto, as células apresentam-se 
geneticamente modificadas, todavia, 
ainda não é possível identificar um 
tumor. É uma alteração irreversível. O 
iniciador é sempre uma substância 
mutagênica e são substâncias 
eletrofílicas (tem afinidade a 
compostos nucleofílicos, como 
proteínas, RNA e DNA). 
II. PROMOÇÃO: o agente deve ser 
aplicado repetidas vezes, causando 
alterações reversíveis como 
inflamação, irritação, hiperplasia. As 
células geneticamente modificadas 
sofrem os efeitos dos agentes 
carcinogênicos (oncopromotores). 
Essas células passam a ser malignas, de 
forma lenta e gradual. Para que a 
transformação seja findada, é 
necessário que o contato com o 
oncopromotor seja contínuo. Quando 
há quebra desse contato, em muitos 
casos, o processo é interrompido nesse 
estágio. 
III. PROGRESSÃO: ocorre a multiplicação 
descontrolada e irreversível das células 
alteradas. Neste ponto a neoplasia 
encontra-se instalada, evoluindo até 
que apareçam as primeiras 
manifestações clínicas da desordem. 
O clone transformado prolifera, o 
tumor cresce, surgem células com 
potencial metastatizante e a neoplasia 
 
 
 
IGOR DE ANGELI • MEDICINA – TURMA XXVIII 
 
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dermato e carcinogênese 
se desenvolve em sítios distantes da 
sua origem. 
 
• PROTO-ONCOGÊNES: estão presentes em 
células normais, têm expressão regulada e 
participam no controle da proliferação e da 
diferenciação celulares, processos básicos 
para a existência das células. Por essa razão, 
tais genes são muito conservados na 
natureza. Ou seja, ajudam a regular o 
crescimento e a diferenciação celular. 
Exemplos de proto-oncogenes incluem Ras e 
WNT. 
• ONCOGÊNES: originam-se de proto-
oncogenes que sofreram mutação ou 
hiperexpressão. São genes que induzem um 
fenótipo transformado quando expressos nas 
células, promovendo o aumento do 
crescimento celular. A maioria dos 
oncogenes codificam fatores de transcrição, 
fatores que participam de vias de sinalização 
pró-crescimento ou fatores que aumentam a 
sobrevivência celular. 
• GENES SUPRESSORES DE CÂNCER: estão 
envolvidos no controle da multiplicação e da 
diferenciação celulares, evitando 
reprodução descontrolada das células 
(comportam-se como “freios” da divisão 
celular). 
Um exemplo, é a p53 (proteína gurdiã do 
genoma), PRB (proteína retinoblastoma) e 
PTCH. 
• ESTADIAMENTO DO CÂNCER: o T indica o 
tamanho do tumor (p. ex., em centímetros), N 
significa a existência de metástases em 
linfonodos e M refere-se à presença de 
metástases distantes. 
 
 
 
O xeroderma pigmentoso compreende um 
grupo de doenças hereditárias de origem 
geneticamente heterogênea, caracterizadas 
por defeitos na excisão e no reparo do DNA, 
havendo sensibilidade anormal à luz solar, 
particularmente a luz UVB. 
 
• ETIOPATOGENIA DO XERODERMA 
PIGMENTOSO: quando a luz ultravioleta de 
xeroderma pigmentoso 
 
 
 
IGOR DE ANGELI • MEDICINA – TURMA XXVIII 
 
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dermato e carcinogênese 
comprimentos de onda mais curtos (entre 
280-320 nm) é absorvida pelo DNA, este, 
ativado diretamente, produz os chamados 
fotoprodutos, principalmente pirimidina 6-4 
pirimidona e dímeros ciclobutanos da 
pirimidina. Conforme a intensidade da 
radiação, a célula torna-se inviável e morre, 
sendo eliminada. 
Em outras circunstâncias, a célula sobrevive 
com seu DNA alterado pela radiação e, nesse 
caso, poderá tornar-se uma célula com DNA 
mutado e originar uma célula tumoral. Não 
somente a radiação ultravioleta, mas várias 
outras situações podem danificar o DNA, e 
essa condição é corrigida pelo mecanismo 
denominado reparo por excisão de 
nucleotídeos. Esse processo envolve várias 
etapas: 
§ Reconhecimento do dano ao DNA. 
§ Demarcação do dano ocorrido. 
§ Excisão dos nucleotídeos alterados. 
§ Substituição dos nucleotídeos retirados 
da fita do DNA por nucleotídeos 
sintetizados de novo de acordo com o 
modelo representado pela fita de DNA 
preservada. 
 
 
 
A queratose actínica caracteriza-se por 
apresentar lesões queratósicas, rugosas, com 
escamas amareladas ou acastanhadas, 
finas, aderentes, secas, podendo apresentar 
discreto eritema. Estão geralmente 
associadas à melanose solar e, como esta, 
ocorrem no dorso das mãos, face, 
antebraços, decote, orelha externa, couro 
cabeludo em indivíduos calvos, ou seja, nas 
áreas expostas. São alterações dos 
queratócitos. 
• EPIDEMIOLOGIA DA QUERATOSE ACTÍNICA: 
comum na meia-idade, em homens, e quase 
nunca acomete indivíduos de pele negra. 
Ocorre mais em profissionais que trabalham e 
praticam esportes ao ar livre. 
• FISIOPATOLOGIA DA QUERATOSE ACTÍNICA: 
a exposição solar prolongada e repetida em 
indivíduos suscetíveis resulta em danos 
cumulativos aos ceratinócitos pela ação dos 
R-UVB (280 a 320 nm). 
As lesões surgem em áreas expostas ao sol 
cronicamente, como face, orelhas, couro 
cabeludo “áreas onde faltam os cabelos”, 
antebraços e dorso das mãos. A ceratose da 
lesão representa proliferação epidérmica 
focal anormal de queratinóticos. 
A análise das células na ceratose actínica 
mostra mutações genéticas 
caracteristicamente induzidas pela radiação 
ultravioleta, como mutação no gen p53 e 
deleção do gen codificador da proteína 
supressora tumoral p16. 
queratose actínica 
 
 
 
IGOR DE ANGELI • MEDICINA – TURMA XXVIII 
 
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dermato e carcinogênese 
As lesões podem regredir, permanecer 
inalteradas ou sofrer malignização. 
• HISTOPATOLOGIA DA QUERATOSE ACTÍNICA: 
o tipo mais frequente é o hiperceratótico, que 
se caracteriza por faixas alternadas de 
hiperceratose e paraceratose recobrindo 
áreas de epitélio displásico e de tampões 
hiperceratóticos nos óstios de ductos 
sudoríparos. 
Há ainda grau variável de displasia da 
epiderme envolvendo áreas interanexiais. 
Alguns casos mostram espessamento dos 
cones epiteliais com atipias acentuadas. 
 
• QUADRO CLÍNICO DA QUERATOSE 
ACTÍNICA: as lesões podem ser hiper-sensíveis 
e dolorosas se forem escoriadas com as 
unhas. 
As lesões cutâneas levam de meses a anos 
para se desenvolver. Escama hiperceratótica 
aderente, que é removida com dificuldade e 
dor. Lesões da cor da pele,marrom-
amareladas ou marrom de aspecto; com 
frequência, observa-se uma tonalidade 
avermelhada. As lesões são ásperas, 
semelhantes a uma lixa grossa. 
 
• PROGNÓSTICO DA QUERATOSE ACTÍNICA: 
podem desaparecer espontaneamente; 
todavia, em geral, persistem por vários anos. 
• DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL DA QUERATOSE 
ACTÍNICA: lúpus eritematoso cutâneo 
crônico; ceratose seborreica, verrugas 
planas, CEC (in situ), CBC superficial. 
• TRATAMENTO DA QUERATOSE ACTÍNICA: uso 
de filtros solares altamente efetivos para 
UVB/UVA, criocirurgia, uso de 5-fluoruracil, 
imiquimoides, retinóides tópicos, peeling 
facial, cirurgia a laser e terapia fotodinâmica. 
 
 
 
O câncer de pele pode ser dividido em: 
§ CARCINOMA BASOCELULAR: trata-se 
de um tumor constituído de células 
morfologicamente semelhantes às 
células basais da epiderme, de 
cânceres de pele 
 
 
 
IGOR DE ANGELI • MEDICINA – TURMA XXVIII 
 
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dermato e carcinogênese 
crescimento muito lento, com 
capacidade invasiva localizada, 
embora destrutiva, sem, no entanto, 
provocar metástases; é, portanto, a 
neoplasia maligna de melhor 
prognóstico. Ocorre, geralmente, 
acima dos 40 anos de idade, sendo 
rara nos afrodescendentes. 
§ CARCINOMA ESPINOCELULAR: trata-se 
de uma neoplasia maligna, isto é, com 
capacidade de invasão local e de 
metastatizar, originária das células 
epiteliais do tegumento (pele e 
mucosa), com certo grau, maior ou 
menor, de diferenciação no sentido da 
ceratinização. Ocorre, geralmente, 
acima dos 50 anos de idade, sendo 
comum no sexo masculino. 
§ MELANOMA: é tumor maligno originário 
dos melanócitos, em geral de 
localização cutânea primária, 
podendo, eventualmente, surgir em 
outras áreas (olhos, mucosas, 
meninges e outros); o melanoma da 
pele é muito mais prevalente que as 
formas não cutâneas. Esses tumores 
caracterizam-se por seu potencial 
metastático e consequente letalidade. 
Um número razoável de casos origina-
se de nevo preexistente. Acima dos 50 
anos, é mais comum em homens e, 
abaixo dos 40 anos, nas mulheres. 
• CARCINOMA BASOCELULAR (CBC): 
- ETIOLOGIA DO CBC: RUV, principalmente do 
espectro UVB (280 a 320 nm), que induz 
mutações dos genes supressores. A 
propensão ao desenvolvimento de múltiplos 
carcinomas basocelulares pode ser 
hereditária. O CBC está associado a 
mutações no gene PTCH em muitos casos. 
à VIA DE SINALIZAÇÃO HEDGEHOG: a 
cascata de sinalização celular tem início com 
a ligação da proteína Hh à proteína 
transmembrana PTCH1. 
 
Na ausência de um ligante Hh, a PTCH inibe a 
atividade da proteína transmembrana SMO. 
A ligação da Hh à PTCH resulta na inativação 
da PTCH e na consequente ativação da 
proteína SMO, a qual irá transduzir o sinal da 
Hh ao citoplasma da célula. Esse sinal será 
transmitido por uma série de proteínas, dentre 
as quais a proteína SUFU, que normalmente 
age como inibidora desta via. 
Após a ligação da Hh à PTCH, essa atividade 
inibitória da SUFU cessa, causando 
desequilíbrio entre as formas ativadoras e 
supressoras da família GLI de fatores de 
transcrição (sendo GLI-1 e GLI-2 ativadoras da 
 
 
 
IGOR DE ANGELI • MEDICINA – TURMA XXVIII 
 
18 
dermato e carcinogênese 
via e GLI-3, supressora), e resultando na 
expressão dos genes-alvo. 
O complexo Hh/PTCH é então internalizado 
na célula, sendo posteriormente degradado. 
- CARACTERÍSTICAS MICROSCÓPICAS DO 
CBC: dois padrões comuns são observados: 
crescimentos multifocais superficiais, 
derivados da epiderme, ou lesões nodulares 
que crescem em direção à porção profunda 
da derme como cordões ou ninhos de células 
com basofilia variável e núcleos 
hipercromáticos, incorporados a uma matriz 
estromal mucinosa ou fibrosa. Os núcleos das 
células tumorais periféricas se alinham na 
camada mais externa (padrão denominado 
“em paliçada” – seta preta), que muitas vezes 
se separa do estroma, criando uma fenda 
(seta vazada) característica. 
 
- TIPOS DE CBC: 
a) CBC NODULAR: é o tipo mais comum; 
pápula ou nódulo “perolado”. Cor da pele ou 
avermelhada, superfície lisa com 
telangiectasia, bem-demarcada e de 
consistência firme. Partes podem exibir 
erosões ou pontilhado de pigmentação 
melanínica. 
 
b) CBC ULCERADO: úlcera (frequentemente 
coberta com uma crosta) com borda 
cilíndrica, que também é transparente, 
perolada, lisa com telangiectasia e de 
consistência firme. 
 
c) CBC PIGMENTADO: pode ser marrom a 
azulado ou preto. Superfície lisa e brilhante, 
de consistência dura e firme; pode ser 
indistinguível do melanoma extensivo 
superficial ou do melanoma nodular, porém, 
é habitualmente mais duro. Podem ocorrer 
lesões císticas: redondas, ovais, com centro 
deprimido (“umbilicado”). 
 
d) CBC ESCLEROSANTE/CICATRICIAL: surge 
como uma pequena placa maculosa de 
morfeia ou uma cicatriz superficial, 
frequentemente com bordas mal definidas, 
da cor da pele, esbranquiçada, mas também 
 
 
 
IGOR DE ANGELI • MEDICINA – TURMA XXVIII 
 
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dermato e carcinogênese 
com pigmentação salpicada. Nesse tipo, há 
uma quantidade excessiva de estroma 
fibroso. O CBC esclerosante pode evoluir para 
o CBC nodular ou ulcerado. Possui mau 
prognóstico por ter muita reincidência. 
 
e) CBC SUPERFICIAL: surge como placas finas. 
Coloração rosa ou vermelha; pode-se 
observar uma borda filiforme fina e 
telangiectasias características. Trata-se da 
única forma de CBC que pode apresentar 
grau significativo de descamação. Esse tipo 
também pode originar o CBC nodular e 
ulcerado. Com frequência, o CBC sangra 
com escoriação mínima. 
 
- PROGNÓSTICO DO CBC: o CBC não sofre 
metástases. Quando as células tumorais se 
implantam em áreas distantes, elas não se 
multiplicam nem crescem, devido à ausência 
dos fatores de crescimento derivados do seu 
estroma. 
São observadas exceções quando o CBC 
apresenta sinais de desdiferenciação. Podem 
ocorrer problemas graves com o CBC que se 
desenvolve nas áreas de perigo da cabeça. 
Nesses locais, o tumor pode invadir 
profundamente os tecidos, causar destruição 
extensa do músculo e do osso e até mesmo 
invadir a dura-máter. Nesses casos, a morte 
pode resultar de hemorragia dos vasos de 
grande calibre erodidos ou de infecção. 
- TRATAMENTO DO CBC: excisão com 
fechamento primário, retalhos cutâneos ou 
enxertos, criocirurgia, eletrocirurgia, 
radioterapia, tratamentos tópicos, 5-
fluoruracil e imiquimoides. 
• CARCINOMA ESPINOCELULAR (CEC): 
- ETIOLOGIA DO CEC: RUV, HPV, exposição 
crônica ao calor e a luz, radiação ionizante, 
imunossupressão e inflamação crônica. 
- CARACTERÍSTICAS MICROSCÓPICAS DO CEC: 
o aspecto histopatológico do CEC é o de 
uma hiperplasia, em ninhos ou cordões, de 
células epiteliais com certa tendência à 
ceratinização e com anaplasia celular, 
invadindo a derme; as pérolas córneas são 
muito expressivas. 
Na imagem abaixo, estão evidenciadas as 
pérolas córneas: 
 
 
 
IGOR DE ANGELI • MEDICINA – TURMA XXVIII 
 
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dermato e carcinogênese 
 
- QUADRO CLÍNICO DO CEC: no caso do CEC 
in situ, as lesões são mais frequentemente 
assintomáticas, mas podem sangrar. 
O CECIS surge na forma de mácula, pápula 
ou placa descamativa ou hiperceratótica 
nitidamente demarcada. As lesões têm 
coloração rosa ou vermelha, com superfície 
ligeiramente descamativa ou erosões, 
podendo ser crostosas. Solitárias ou múltiplas, 
essas lesões são conhecidas como Doença 
de Bowen. 
 
O carcinoma verrucoso é uma variante lenta 
e particular do CEC. De Aspecto 
anatomopatológico relativamente benigno, 
pode localizar-se na região plantar, tornozelo, 
áreas genitais e boca. 
 
 
A formação de nódulos ou o aparecimento 
de dor ou hiperestesia no CECIS sugerem 
evolução para CEC invasivo. 
- DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL DO CEC: 
queratoacantoma, epitelioma basocelular, 
granuloma piogênico e queratose actínica. 
No caso da queratose actínica (fotoda 
esquerda), a lesão apresenta-se mais 
“superficial” e no CEC (foto da direita), mais 
“profundo”/infiltrado. 
 
 
 
 
IGOR DE ANGELI • MEDICINA – TURMA XXVIII 
 
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dermato e carcinogênese 
- PROGNÓSTICO DO CEC: o CEC provoca 
destruição local dos tecidos e tem potencial 
metastático. As metástases são dirigidas para 
os linfonodos regionais e surgem em um a três 
anos após o diagnóstico inicial. 
Os CEC’s de alto risco são definidos por 
diâmetro de mais de 2 cm, com nível de 
invasão de mais de 4 mm. 
- TRATAMENTO DO CEC: em lesões recentes e 
< 1 cm, realizar eletrocoagulação e 
curetagem. 
No caso de lesões maiores, excisão com 
margem e profundidade de garantia (0,5 
cm). A criocirurgia também pode ser 
utilizada. 
Já no caso de lesões extensas ou de longa 
duração, realizar exérese ampla. 
Quando há metástase para linfonodos, 
realizar radioterapia ou linfadenectomia. 
• MELANOMA: 
- ETIOLOGIA DO MELANOMA: sabe-se que 
alguns fatores, como genética, exposição 
solar, fototipo, número de nevos e síndrome 
do nevo displásico (SND) têm grande 
importância. 
O evento iniciador parece ser uma mutação 
ativadora em BRAF ou (menos comumente) 
em RAS. As fases-chaves do desenvolvimento 
do melanoma são marcadas pelo 
crescimento radial e vertical. 
 
- CARACTERÍSTICAS MICROSCÓPICAS DO 
MELANOMA: encontram-se ninhos 
malformados ou células individuais em todas 
as camadas da epiderme (espalhamento 
pagetoide) ou nos nódulos dérmicos 
expansivos; estas constituem as fases de 
crescimento radial e vertical, 
respectivamente. 
Os melanomas expansivos superficiais estão 
frequentemente associados a um infiltrado 
linfocitário. 
As células apresentam grandes núcleos com 
contornos irregulares, cromatina 
caracteristicamente aglutinada na periferia 
da membrana nuclear e proeminentes 
nucléolos eosinofílicos “vermelho cereja”. 
 
 
 
 
 
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dermato e carcinogênese 
à PROFUNDIDADE DAS LESÕES (NÍVEIS DE 
CLARK): 
§ NÍVEL I: melanoma confinado a 
epiderme e epitélio anexial. 
§ NÍVEL II: invasão papilar. 
§ NÍVEL III: comprometimento de toda 
derme papilar até a transição derme 
reticular, porém sem invadi-la. 
§ NÍVEL IV: invasão da derme reticular. 
§ NÍVEL V: invasão da hipoderme. 
à ESPESSURA DA LESÃO (ESPESSURA DE 
BRESLOW): medida em milímetros da porção 
superior da camada granulosa até a parte 
mais profunda do tumor: 
§ Menor do que 0,76 mm. 
§ Maior do que 0,76 mm e menor do que 
1,5 mm. 
§ Maior do que 1,5 mm e menor do que 
4 mm. 
§ Maior do que 4 mm. 
- QUADRO CLÍNICO DO MELANOMA: os 
melanomas de pele geralmente são 
assintomáticos, embora o prurido possa ser a 
manifestação inicial. O sinal clínico mais 
importante é a alteração na cor ou no 
tamanho de uma lesão pigmentada. Os 
principais sinais clínicos de alerta são: 
1. Aumento rápido de um nevo 
preexistente. 
2. Coceira ou dor na lesão. 
3. Desenvolvimento de uma nova lesão 
pigmentada durante a vida adulta. 
4. Irregularidades nas bordas de uma 
lesão pigmentada. 
5. Variação de cor dentro de uma lesão 
pigmentada. 
Esses princípios expressos são chamados 
“ABCDE” do melanoma: assimetria, borda, 
cor, diâmetro e evolução. 
- TIPOS DE MELANOMA: 
a) LENTIGO MALIGNO: ocorre em face ou em 
áreas expostas de indivíduos idosos. Há 
aumento da atividade dos melanócitos, 
traduzida clinicamente pela melanose solar. 
Evolui, com a proliferação de melanócitos 
atípicos na epiderme. Possui cor castanha a 
negra, que se estende lentamente em 
superfície. Bordas da mancha são irregulares 
e a pigmentação não é uniforme. 
 
b) MELANOMA EXTENSIVO SUPERFICIAL: é a 
forma mais frequente de todos os 
melanomas. Ocorre entra a 4ª e 5ª década 
de vida, principalmente no tronco e dorso 
 
 
 
IGOR DE ANGELI • MEDICINA – TURMA XXVIII 
 
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dermato e carcinogênese 
(homens) e nos MMII’s (mulheres). Apresenta-
se como lesão leve ou francamente elevada, 
arciforme. Margens são denteadas e 
irregulares. Coloração varia desde 
acastanhada a negra, com áreas azuladas, 
esbranquiçadas, acinzentadas e até 
vermelhas. 
 
c) MELANOMA NODULAR: apresenta-se como 
lesão nodular ou em placa, ou mesmo 
polipoide. Coloração negro-azulada ou com 
laivos acastanhados. De evolução rápida. 
Acomete tronco nos homens e pernas nas 
mulheres. Ocorrem, em geral, na 5ª década 
de vida. Podem ser amelanóticos e possuem 
crescimento vertical desde o princípio. 
 
d) MELANOMA LENTIGINOSO ACRAL: raro nos 
indivíduos de pele branca e comum em 
negros e asiáticos. É mais frequentemente em 
indivíduos idosos, na 6ª casa de vida. 
Acomete regiões palmares, plantares e 
falanges terminais. Possui crescimento 
horizontal e crescimento vertical. 
 
e) MELANOMA AMELANÓTICO: concentração 
muito baixa de pigmento melânico. A lesão é 
rósea ou vermelha e pode simular um 
granuloma piogênico ou um CEC. Na região 
plantar, pode simular até mesmo mal 
perfurante. O diagnóstico clínico é 
particularmente difícil e quase sempre tardio, 
o que piora seu prognóstico. 
 
 
 
 
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dermato e carcinogênese 
- TRATAMENTO DO MELANOMA: realizar 
pesquisa de linfonodo sentinela, 
linfadenectomia terapêutica da região 
envolvida, excisão, ablação a laser, uso de 
imiquimoides, injeções de TNF-a, Trametinibe 
e inibidores de KIT. 
 
 
 
Para entender as piodermites e 
dermatofitoses, é necessário entender a 
microbiota cutânea. 
• MICROBIOTA CUTÂNEA: a flora cutânea é 
composta por bactérias e fungos residentes 
permanentes da pele. A maioria das 
bactérias está localizada superficialmente na 
camada córnea; algumas, no entanto, estão 
localizadas nos folículos pilosos. 
As bactérias gram-positivas são os organismos 
mais comumente encontrados na superfície 
da pele. Os fungos Candida e Malassezia são 
os mais encontrados, principalmente em 
áreas úmidas. 
Os Estreptococos colonizam transitoriamente 
a pele. 
Os bacilos Gram-negativos não são 
usualmente cultivados na pele humana. 
Staphylococcus aureus NÃO deve ser 
considerado membro da flora normal. 
§ BACTÉRIAS: 
- Acinetobacter. 
- Aerococcus. 
- Bacillus. 
- Clostridium. 
- Corynebacterium. 
- Micrococcus. 
- Peptostreptococcus. 
- Propionibacterium. 
- Staphylococcus (Staphylococcus comum 
na pele: Staphylococcus epidermidis). 
- Streptococcus. 
§ FUNGOS: 
- Candida. 
- Malassezia. 
• RELAÇÕES INTERESPECÍFICAS FUNGO E 
HOSPEDEIRO: todos os fungos podem existir 
como heterotróficos ou saprófitas 
(organismos que se nutrem de materiais 
mortos ou em decomposição), simbiontes 
(organismos que vivem em conjunto com 
benefício mútuo), comensais (quando vivem 
em estreita relação em que apenas um 
organismo é beneficiado e o outro não é 
prejudicado), ou como parasitas (organismos 
que vivem à custa de outro e esta relação é 
prejudicial ao hospedeiro). 
piodermites e dermatofitoses 
 
 
 
IGOR DE ANGELI • MEDICINA – TURMA XXVIII 
 
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dermato e carcinogênese 
Os patógenos fúngicos podem ser primários 
(são agentes de infecções respiratórias e 
nenhum deles é parasita obrigatório) ou 
oportunistas (o estado do hospedeiro é de 
fundamental importância na determinação 
da patogenicidade de patógenos fúngicos 
oportunistas). 
• PIODERMITES*: são elas: impetigo bolhoso e 
não bolhoso, ectima, foliculite, furúnculos, 
erisipela, celulite, síndrome da pele 
escaldada estafilocócica (SSSS) e síndrome 
do choque tóxico. 
• DERMATOFITOSES*: são elas: tinha, 
candidoses e pitríase versicolor (pano 
branco). 
* TABELÃO COM DETALHES AO FINAL DO CADERNO DE ESTUDO. 
 
 
 
A hanseníase é uma doença crônica, infecto 
contagiosa, cujo agente etiológico é o 
Mycobacterium leprae, um bacilo álcool-
ácido resistente, fracamente gram-positivo, 
que infecta os nervos periféricos e, mais 
especificamente, as células de Schwann. 
•EPIDEMIOLOGIA DA HANSENÍASE: é 
transmitida por meio de contato próximo e 
prolongado de uma pessoa suscetível (com 
maior probabilidade de adoecer) com um 
doente com hanseníase que não está sendo 
tratado. Normalmente, a fonte da doença é 
um parente próximo que não sabe que está 
doente, como avós, pais, irmãos, cônjuges 
etc. A bactéria é transmitida pelas vias 
respiratórias (pelo ar), e não pelos objetos 
utilizados pelo paciente. 
Ou seja, é uma doença de alta infectividade 
e baixa patogenicidade. 
• ETIOPATOGÊNESE DA HANSENÍASE: o bacilo 
de Hansen + PGL1 (lipídio sintetizado que tem 
afinidade pelos nervos e pele), se ligam ao 
macrófago, que ativa os T CD4+. 
A partir desses T CD4+, ocorre o surgimento de 
duas vias: 
§ IL-10 à leva à Th2 à produz anticorpos 
que não impedem a proliferação à 
surge a forma multibacilar. 
§ Produção de IL-12, IFN-gama e TNF-alfa 
à eliminam a maioria dos bacilos à 
surge a forma paucibacilar. 
• QUADRO CLÍNICO DA HANSENÍASE: 
a) INDETERMINADA (PAUCIBACILAR): todos os 
pacientes passam por essa fase no início da 
doença. Entretanto, ela pode ser ou não 
perceptível. Geralmente afeta crianças 
abaixo de 10 anos, ou mais raramente 
adolescentes e adultos que foram contatos 
de pacientes com hanseníase. 
A lesão de pele geralmente é única, mais 
clara do que a pele ao redor (mancha), não 
hanseníase 
 
 
 
IGOR DE ANGELI • MEDICINA – TURMA XXVIII 
 
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dermato e carcinogênese 
é elevada (sem alteração de relevo), 
apresenta bordas mal delimitadas, e é seca 
(“não pega poeira” – uma vez que não 
ocorre sudorese na respectiva área). Há 
perda da sensibilidade (hipoestesia ou 
anestesia) térmica e/ou dolorosa, mas a tátil 
(habilidade de sentir o toque) geralmente é 
preservada. 
A prova da histamina é incompleta na lesão, 
a biópsia de pele frequentemente não 
confirma o diagnóstico e a baciloscopia é 
negativa. 
Atenção deve ser dada aos casos com 
manchas hipocrômicas grandes e dispersas, 
ocorrendo em mais de um membro, ou seja, 
lesões muito distantes, pois pode se tratar de 
um caso de hanseníase dimorfa macular 
(forma multibacilar); nesses casos, é comum o 
paciente queixar-se de formigamentos nos 
pés e mãos, e/ou câimbras, e na palpação 
dos nervos frequentemente se observa 
espessamentos. 
 
b) TUBERCULÓIDE (PAUCIBACILAR): é a forma 
da doença em que o sistema imune da 
pessoa consegue destruir os bacilos 
espontaneamente. Assim como na 
hanseníase indeterminada, a doença 
também pode acometer crianças. Tem um 
tempo de incubação de cerca de cinco 
anos. 
Mais frequentemente, manifesta-se por uma 
placa (mancha elevada em relação à pele 
adjacente) totalmente anestésica ou por 
placa com bordas elevadas, bem 
delimitadas e centro claro (forma de anel ou 
círculo). 
Nesses casos, a baciloscopia é negativa e a 
biópsia de pele quase sempre não demonstra 
bacilos, e nem confirma sozinha o 
diagnóstico. Sempre será necessário fazer 
correlação clínica. Sempre há perda total de 
sensibilidade, associada ou não à alteração 
de função motora, porém de forma 
localizada. 
 
c) DIMORFA (MULTIBACILAR): caracteriza-se, 
geralmente, por mostrar várias manchas de 
pele avermelhadas ou esbranquiçadas, com 
bordas elevadas, mal delimitadas na 
periferia, ou por múltiplas lesões bem 
delimitadas semelhantes à lesão 
tuberculóide, porém a borda externa é 
esmaecida (pouco definida). 
 
 
 
IGOR DE ANGELI • MEDICINA – TURMA XXVIII 
 
27 
dermato e carcinogênese 
Há perda parcial a total da sensibilidade, 
com diminuição de funções autonômicas. É 
comum haver comprometimento assimétrico 
de nervos periféricos, as vezes visíveis ao 
exame clínico. 
É a forma mais comum de apresentação da 
doença (mais de 70% dos casos). Ocorre, 
normalmente, após um longo período de 
incubação (cerca de 10 anos ou mais). 
A baciloscopia da borda infiltrada das lesões 
(e não dos lóbulos das orelhas e cotovelos), 
quando bem coletada e corada, é 
frequentemente positiva. Todavia, quando o 
paciente é bem avaliado clinicamente, os 
exames laboratoriais quase sempre são 
desnecessários. 
 
d) VIRCHOWIANA (MULTIBACILAR): é a forma 
mais contagiosa da doença. A pele 
apresenta-se avermelhada, seca, infiltrada, 
cujos poros apresentam-se dilatados 
(aspecto de “casca de laranja”), poupando 
geralmente couro cabeludo, axilas e o meio 
da coluna lombar (áreas quentes). 
Na evolução da doença, é comum 
aparecerem caroços (pápulas e nódulos) 
escuros, endurecidos e assintomáticos. 
Quando a doença se encontra em estágio 
mais avançado, pode haver perda parcial a 
total das sobrancelhas (madarose) e dos 
cílios, além de outros pelos, exceto os do 
couro cabeludo. A face costuma ser lisa (sem 
rugas) devido a infiltração, o nariz é congesto, 
os pés e mãos arroxeados e edemaciados, a 
pele e os olhos secos. 
 
São comuns as queixas de câimbras e 
formigamentos nas mãos e pés, que 
entretanto apresentam-se aparentemente 
normais. “Dor nas juntas” (articulações) 
 
 
 
IGOR DE ANGELI • MEDICINA – TURMA XXVIII 
 
28 
dermato e carcinogênese 
também são comuns e, frequentemente, o 
paciente tem o diagnóstico clínico e 
laboratorial equivocado de “reumatismo”. 
Na hanseníase virchowiana, o diagnóstico 
pode ser confirmado facilmente pela 
baciloscopia dos lóbulos das orelhas e 
cotovelos. 
• REAÇÕES HANSÊNICAS: 
- TIPO I: ocorre por processo de hiper-
reatividade imunológica em resposta ao 
bacilo. 
Lesões possuem aspecto eritemato-infiltradas, 
com agudização de lesões antigas. Há dor 
espontânea nos nervos periféricos. 
O comprometimento sistêmico não é 
frequente. 
Há edema de mãos e pés, com 
aparecimento brusco de mão em garra e pé 
caído. 
De evolução lenta. 
- TIPO II: também ocorre por processo de 
hiper-reatividade imunológica em resposta 
ao bacilo. 
Lesões pré-existentes permanecem 
inalteradas. Há o aparecimento brusco de 
nódulos eritematosos, dolorosos à palpação. 
Comprometimento sistêmico é frequente. Há 
febre, astenia, mialgia, náusea e dor articular. 
Há edema de extremidades, neurite, 
epistaxes, irite e linfadenite. 
De evolução rápida. 
• CRITÉRIOS DE CLASSIFICAÇÃO DA 
HANSENÍASE PELO MINISTÉRIO DA SAÚDE: 
§ PAUCIBACILARES: presença de até 
cinco lesões de pele com baciloscopia 
negativa. 
§ MULTIBACILARES: presença de seis ou 
mais lesões de pele OU baciloscopia 
positiva. 
• DIANÓSTICO DIFERENCIAL DE HANSENÍASE: 
§ HANSENÍASE INDETERMINADA: pitiríase 
versicolor, dermatite seborreica e 
vitiligo. 
§ HANSENÍASE TUBERCULÓIDE: 
dermatofitose, psoríase, dermatite 
seborreica e sífilis secundária e 
terciária. 
§ HANSENÍASE DIMORFA E 
VIRCHOWIANA: leishmaniose, sífilis 
secundária, farmacodermias, lúpus 
eritematoso sistêmico e xantomatose. 
• TRATAMENTO DA HANSENÍASE: o paciente PB 
receberá uma dose mensal supervisionada 
de Rifampicina e de Dapsona. Já o paciente 
MB receberá Rifampicina, Dapsona e 
Clofazimina.
 
 
 
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dermato e carcinogênese 
PIODERMITES AGENTE ETIOLÓGICO ETIOPATOGENIA QUADRO CLÍNICO TRATAMENTO 
IMPETIGO BOLHOSO 
 
 
 
§ Staphylococcus 
aureus (↑). 
§ Streptococcus 
pyogenes. 
§ Recém-nascido 
§ Face, genitália. 
§ Liberação de toxinas 
que destrói os 
desmossomos (por 
isso gera a bolha) 
§ Vesículas/bolhas 
íntegras. 
§ Limpeza local. 
§ Antibióticos tópicos – 
para lesões mais 
locais. 
§ Antibióticos sistêmicos 
– para piora 
generalizada. 
IMPETIGO NÃO BOLHOSO 
 
 
 
§ Staphylococcus 
aureus. 
§ Streptococcus 
pyogenes (↑). 
§ Crianças de 3-5 anos. 
§ Face pré-orificial 
(perto do nariz, 
boca). 
§ Erosões com crostas 
melicéricas (amarelo-
douradas). 
§ Idem ao impetigo 
bolhoso. 
ECTIMA 
 
 
 
§ Staphylococcus 
aureus. 
§ Streptococcus 
pyogenes. 
§ Crianças, na faixa de 
10 anos (escolar). 
§ Má higiene. 
§ Pena e braços. 
§ Ulcerações com 
crostas. 
§ Evolui e pode gerarcicatriz. 
§ Idem ao impetigo 
bolhoso e não 
bolhoso. 
FOLICULITES 
 
 
 
§ Staphylococcus 
aureus. 
 
 
 
 
 
§ Trauma local. 
§ Áreas pilosas. 
§ Fístula folicular com 
halo eritematoso. 
§ Limpeza local. 
§ Antibióticos tópicos – 
para lesões mais 
locais. 
§ Antibióticos sistêmicos 
– para piora 
generalizada. 
 
 
 
IGOR DE ANGELI • MEDICINA – TURMA XXVIII 
 
 30 
dermato e carcinogênese 
 
FURÚNCULO 
 
 
 
§ Staphylococcus 
aureus. 
§ Complicação da 
foliculite. 
§ Abcesso (coleção de 
pus). 
§ Drenagem. 
§ Antibiótico sistêmico. 
ERISIPELA 
 
 
 
§ Streptococcus 
pyogenes. 
§ Streptococcus β-
hemolíticos. 
§ Staphylococcus 
aureus (quando há 
lesão bolhosa). 
§ Pessoas com 
diabetes, 
cardiopatias, 
problemas renais. 
§ Possuir pé-de-atleta 
e/ou onicomicose 
(micose na unha). 
§ Eritema intenso, 
bordas bem 
delimitadas. 
§ Pode haver bolhas. 
§ Antibiótico sistêmico. 
CELULITE 
 
 
 
§ Streptococcus 
pyogenes. 
§ Afeta o corpo todo. § Eritema mais 
profundo, ou seja, 
com menos 
intensidade visível. 
§ Bordas mal 
delimitadas. 
§ Antibiótico sistêmico. 
 
 
 
IGOR DE ANGELI • MEDICINA – TURMA XXVIII 
 
 31 
dermato e carcinogênese 
SSSS (PELE ESCALDADA) 
 
 
 
§ Staphylococcus 
aureus. 
§ Toxinas. § Quadro generalizado 
de eritrodermia 
(corpo todo vermelho 
e descamando). 
§ Quadro grave. 
Necessita de 
antibiótico sistêmico. 
§ Internação. 
SÍNDROME DO CHOQUE 
TÓXICO 
 
 
 
§ Staphylococcus 
aureus. 
§ Toxinas. § Comprometimento 
sistêmico. 
§ Quadro grave. 
Necessita de 
antibiótico sistêmico. 
§ Internação. 
PITIRÍASE VESICOLOR (PANO 
BRANCO) 
 
 
 
§ Malassezia furfur. § Muito comum. 
§ Adultos. 
§ Clima quente e 
úmido. 
§ Dorso, ombros, 
pescoço. 
§ Há inibição da 
tirosinase. 
§ Ocorre na epiderme 
(folículo piloso). 
§ A inibição da 
tirosinase causa 
hipocromia. 
§ Manchas podem ser 
hipocrômicas, 
acastanhadas e 
rosada. 
§ Descamação 
furfurácea. 
§ Sinal de Zileri. 
§ Xampu. 
§ Cremes imidazólicos 
(tópicos ou 
sistêmicos). 
 
 
 
IGOR DE ANGELI • MEDICINA – TURMA XXVIII 
 
 32 
dermato e carcinogênese 
DERMATOFITOSES 
(TINEAS/TINHAS) 
 
 
 
 
§ Trichophyton. 
§ Microsporum. 
§ Epidermophyton. 
§ Antropofílico. 
§ Geofílico. 
§ Zoofílico. 
§ Ocorre em áreas 
queratinizadas. 
§ Pode levar à 
inflamação dérmica. 
§ Tinhas do couro 
cabeludo. 
§ Tinha da barba. 
§ Tinha da virilha. 
§ Tinha do corpo. 
§ Tinha da mão. 
§ Tinha do pé 
(intertiginosa, 
vesiculobolhosa e 
escamosa). 
§ Tinha de unha. 
§ Cremes imidazólicos 
(tópicos ou 
sistêmicos). 
CANDIDOSES 
 
 
 
§ Candida albicans. § Oportunista. 
§ Atinge qualquer 
idade. 
§ Quadro clínico 
diverso. 
§ Cremes imidazólicos 
(tópicos ou 
sistêmicos).

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