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IGOR DE ANGELI • MEDICINA – TURMA XXVIII 1 dermato e carcinogênese dermato e carcinogênese IGOR DE ANGELI • MEDICINA – TURMA XXVIII IGOR DE ANGELI • MEDICINA – TURMA XXVIII 2 dermato e carcinogênese • EMBRIOLOGIA DA PELE: a pele e suas estruturas derivam dos seguintes folhetos: § ECTODERMA: estruturas epiteliais, epiderme, folículos pilossebáceos, glândulas apócrinas e écrinas e as unhas. § NEUROECTODERMA: nervos e melanócitos. § MESODERMA: fibras colágenas e elásticas, vasos sanguíneos, músculos e tecido adiposo, células de Langerhans. • HISTOLOGIA DA EPIDERME: - CÉLULAS DA EPIDERME: • MELANÓCITOS: células que, à coloração H.E, aparece como células claras, com núcleo pequeno hipercromático e citoplasma transparente, levemente basófilo. A coloração pela prata mostra a natureza dendrítica dos melanócitos, com numerosos prolongamentos longos e ramificados, que se relacionam com células espinhosas. Os melanócitos, em conjunto com os queratinócitos com que funcionalmente se relacionam, constituem as unidades epidermomelânicas da pele. • QUERATINÓCITOS: organizam-se em camadas de diferentes estágios de maturação celular (camada basal ou germinativa, espinhosa, granulosa, lúcida e córnea) e tem a função de revestimento desses tecidos. • CÉLULAS DE LANGHERANHS: fica localizada principalmente na camada espinhosa da derme. • CÉLULAS DE MERKEL: localizada na camada basal; contém substâncias neurotransmissoras que detectam deformidades. É um tipo de queratinócito modificado. - CAMADAS DA EPIDERME: a) CAMADA GERMINATIVA OU BASAL: possui duas camadas de células basais e é a mais profunda das camadas da epiderme. Constitui-se por dois tipos de células, as células basais e os melanócitos. b) CAMADA MALPIGHIANA ou ESPINHOSA: possui de 5 a 10 camadas; as células dessa camada são separadas por espaço cruzados por finos filamentos (pontes intercelulares – desmossomas). a pele normal IGOR DE ANGELI • MEDICINA – TURMA XXVIII 3 dermato e carcinogênese c) CAMADA GRAULOSA: possui grânulos que têm tamanho e forma irregulares, compondo de querato-hialina (composto de profilagrina, proteína que origina a filagrina – basófilas) e citoqueratinas. d) CAMADA LÚCIDA: nas regiões palmoplantares e pele espessas, existe mais uma camada compondo a epiderme, situado entre a camada córnea e a granulosa, composto por duas ou três camadas de células anucleadas, planas, de aspecto homogêneo e transparente. Não perderam ainda as pontes intracelulares. Ao ser corada em HE, ela tem aspecto mais eosinofílico. e) CAMADA CÓRNEA: formada pelos corneócitos: células epidérmicas anucleares, com membranas celulares espessas e cujo citoplasma corresponde a um sistema bifásico de filamentos de queratina encerrados em uma matriz amorfa contínua. Nas porções inferiores do estrato córneo, os filamentos de queratina associam-se à filagrina que, nas porções inferiores, por ação enzimática, desprende-se da queratina e é degradada a aminoácido que, osmoticamente, retêm água no estrato córneo. O corte histológico na coluna ao lado, demonstra claramente as camadas da epiderme: - DIFERENCIAÇÃO DAS CÉLULAS DA EPIDERME: a camada basal é essencialmente germinativa, originando as demais camadas da epiderme, por meio de progressiva diferenciação celular, por isso, há intensa atividade mitótica sempre nessa camada. O tempo de maturação de uma célula basal, até atingir a camada córnea é de ≈ 26 dias. • HISTOLOGIA DA DERME: é a segunda camada tissular componente da pele, disposta imediatamente abaixo da epiderme, compreendendo denso estroma fibroelástico, no qual situam-se as estruturas vasculares e nervosas, e os órgãos anexais, as glândulas sebáceas e sudoríparas e os folículos pilosos. - CAMADAS DA DERME: • DERME PAPILAR: constitui uma camada pouco espessa de fibras colágenas finas, fibras elásticas, numerosos fibroblastos e abundante substância fundamental, formando as papilas dérmicas, que se amoldam aos cones epiteliais da epiderme. IGOR DE ANGELI • MEDICINA – TURMA XXVIII 4 dermato e carcinogênese • DERME RETICULAR: compreende o restante da derme, sendo sua porção mais espessa, que se estende até o subcutâneo. É composta por feixes colágenos mais espessos, dispostos, em sua maior parte, paralelamente à epiderme. Há, proporcionalmente, menor quantidade de fibroblastos e de substância fundamental em relação à derme adventicial. • DERME PERIANEXIAL: estruturalmente idêntica à derme papilar, dispõe-se, porém, em torno dos anexos. Compõe, com a derme papilar, a unidade anatômica denominada derme adventicial. - VASCULARIZAÇÃO DA DERME: os vasos cutâneos constituem sempre um plexo profundo em conexão com um plexo superficial. O profundo situa-se em nível dermo-hipodérmico e é formado por arteríolas, ao passo que o superficial se localiza na derme subpapilar e é composto essencialmente por capilares. - INERVAÇÃO DA DERME: a) CORPÚSCULOS DE VATER-PACINI: localizam-se nas regiões palmoplantares e são específicos para a sensibilidade à pressão. b) CORPÚSCULOS DE MEISSNER: situam-se nas mãos e nos pés, especialmente nas polpas dos dedos, ao nível da derme papilar. São específicos para a sensibilidade tátil. c) CORPÚSCULOS DE KRAUSE: são específicos para a sensibilidade térmica ao frio. Ocorrem nas áreas de transição entre pele e mucosas. Encontram-se, portanto, na glande, no prepúcio, no clitóris, nos lábios vulvares e, em menor quantidade, no lábio, na língua, nas pálpebras e na pele perianal. d) MENISCOS DE MERKEL-RANVIER: localizados na posição subepidérmica, localizados especialmente nas polpas dos dedos (receptor tátil). e) CORPÚSCULOS DE RUFFINI: permeiam o colágeno e relacionam-se à sensibilidade térmica ao calor. - ANEXOS DA DERME: são eles as glândulas sudoríparas écrinas e apócrinas, glândula sebácea, pelo e unha. A secreção sudoral écrina é incolor, inodora, hipotônica, composta de 99% de água e solutos encontrados no plasma, além de conter, em concentrações menores, especialmente sódio, cloretos, potássio, ureia, proteínas, lipídeos, aminoácidos, cálcio, fósforo e ferro. A secreção apócrina contém proteínas, açúcares, amônia, ácidos graxos e, às vezes, cromógenos, como o indozil, podendo-se explicar, desse modo, certos casos de cromidrose. A secreção das glândulas sebáceas é do tipo holócrino e o produto de sua atividade é o IGOR DE ANGELI • MEDICINA – TURMA XXVIII 5 dermato e carcinogênese sebo (triglicerídeo, ácido graxo livre, colesterol e éster de colesterol). • HISTOLOGIA DA HIPODERME: é a camada mais profunda da pele, de espessura variável, composta exclusivamente por tecido adiposo, isto é, células repletas de gordura (adipócitos), formando septos. Funcionalmente, além de depósito nutritivo de reserva, participa no isolamento térmico e na proteção mecânica do organismo às pressões e aos traumatismos externos e facilita a motilidade da pele em relação às estruturas subjacentes. A dermatite atópica (DA) é um distúrbio recidivante, muito comum na lactância. Caracteriza-se por pele seca e prurido; a consequente coçadura leva a aumento da inflamação e liquenificação, agravando o prurido e a escarificação. Frequentemente associada a uma história pessoal ou familiar da própria DA, rinite alérgica e asma. É associada a uma disfunção da barreira da pele por reatividade da lgE. • CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS DA “DA”: • CRITÉRIOS MAIORES: prurido, morfologia e distribuição típica das lesões (face e extensor nas crianças; liquenificação nos adultos), história pessoal ou familiar e dermatite crônica e recidivante. • CRITÉRIOS MENORES: xerose, início precoce,queratose pilar, elevação da IgE sérica, tendência a infecções cutâneas e pitiríase alba. • ETIOLOGIA DA “DA”: Aeroalérgenos específicos, como ácaros da poeira e pólens. Exotoxinas de Staphylococcus aureus, que atuam como superantígenos. Também estreptococos do grupo A. Os soros de pacientes com DA contêm anticorpos IgE dirigidos contra proteínas humanas. Já com alimentos, os lactentes e as crianças, apresentam exacerbações da DA com a ingestão de ovos, leite, amendoim, soja, peixe e trigo. • EPIDEMIOLOGIA DA “DA”: comum nos primeiros dois meses de vida e nos primeiros anos; raramente tem início na vida adulta. Mais prevalente no sexo masculino. • FISIOPATOLOGIA DA “DA”: uma reação de hipersensibilidade tipo I e IV (mediada por IgE) ocorre em consequência da liberação de substâncias vasoativas dos mastócitos e dos basófilos, que foram sensibilizados pela interação do antígeno com a IgE. As células de Langerhans da epiderme possuem receptores de IgE de alta afinidade. A dermatite atópica IGOR DE ANGELI • MEDICINA – TURMA XXVIII 6 dermato e carcinogênese inflamação aguda está associada a um predomínio na expressão de interleucina (IL)- 4 e IL-13, enquanto a inflamação crônica na DA está associada a níveis aumentados de IL- 5, do fator de estimulação de colônias granulocíticas e macrofágicas, da IL-12 e do interferon (IFN-gama). Por conseguinte, a inflamação cutânea na DA exige um padrão de ativação das células T. • QUADRO CLÍNICO DA “DA”: os pacientes apresentam ressecamento da pele e prurido. A constante escarificação leva a um ciclo vicioso de prurido à escarificação à erupção à prurido à escarificação. • PROGNÓSTICO DA “DA”: sem tratamento, as áreas acometidas persistem por vários meses ou anos. Ocorre remissão espontânea, mais ou menos completa, durante a infância em mais de 40% dos casos, com recidivas mais graves ocasionais durante a adolescência. Alguns pacientes desenvolvem asma e/ou febre do feno. A DA de início no adulto frequentemente segue uma evolução grave. • DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL DA “DA”: DS, DCI, DCA, psoríase, eczema numular, dermatofitose e micose fungoide. • TRATAMENTO DA “DA”: o aspecto mais importante é orientar o paciente para que evite a coçadura (uso de anti-histamínicos e cortar unhas) e escarificação. Usar emolientes (cremes) e curativos úmidos. De forma sistêmica, utilizar ciclosporina e realizar fototerapia. Como imunobiológicos, utilizar dupilumabe e baricitinibe. A dermatite de contato por irritante primário (DCIP) é causada pela exposição a agentes com propriedades de provocar dano tecidual. As alterações nos queratinócitos epidérmicos decorrem da ação das substâncias irritantes. O dano tecidual é tão intenso, que, imediatamente após o contato, o paciente refere sintomas de tipo ardor e queimação. Já o caso da dermatite de contato por irritante acumulativo é quando o resultado pode não ser imediato, surgindo em poucas horas ou em alguns dias. • ETIOLOGIA DA DCIP: há predomínio de dermatite irritativa das mãos em mulheres, mas atribui-se essa observação a maior exposição das mulheres a agentes irritantes nas atividades domésticas. São irritantes comuns: sabões, detergentes, desinfetantes, xampus, limpadores industriais, solventes, álcalis, ácidos, óleos de corte, solventes orgânicos, agentes oxidantes, plantas, pesticidas e secreções de animais. dcip (irrit. primário) IGOR DE ANGELI • MEDICINA – TURMA XXVIII 7 dermato e carcinogênese • EPIDEMIOLOGIA DA DCIP: é a mais comum das dermatities. Representa 60% das doenças ocupacionais. • FISIOPATOLOGIA DA DCIP: o dano da barreira de proteção da pele, provocada por substâncias irritantes, inicia o stress imunológico. Sob a ação de substâncias irritantes, os queratinócitos liberam IL 1-a, que, por sua vez, induz a liberação de outras citocinas participantes da reação inflamatória, como o TNF-alfa. A liberação de moléculas de adesão, como ICAM-1, favorece a presença de linfócitos T tipo CD4+, induzindo a liberação de IFN- gama, e IL-2. Assim, DCIP também é uma reação imunológica, sendo que a ativação de células T não necessita de antígeno. Também há liberação de leucotrienos e prostaglandinas. Além do fator extrínseco, admite-se a atuação de fatores predisponentes: há evidências de fatores genéticos de suscetibilidade. • QUADRO CLÍNICO DA DCIP: apresenta-se sob forma eritematosa, eritematovesiculosas, etiêmato-vésico-secretantes e eritêmato- secretante-infiltrativa-liquenificadas. O prurido é um sintoma constante. A delimitação e a localização do processo eruptivo são elementos importantes na diagnose dessa forma eczematosa. • PROGNÓSTICO DA DCIP: a regressão ocorre habitualmente em duas semanas após a remoção dos estímulos nocivos. Nos casos mais crônicos, podem ser necessárias seis semanas ou mais. Nos casos de exposição a níveis crônicos subcríticos de irritante, alguns trabalhadores desenvolvem tolerância ou "resistência”. • DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL DA DCIP: a DCIP distribui-se, diferente da “DA”, regionalmente. As principais localizações são as mãos, seguidas da face, pescoço, pés e tronco. • TRATAMENTO DA DCIP: uso de emolientes e corticoides tópicos. A dermatite de contato alérgica (DCA) é uma doença sistêmica, definida por inflamação mediada por células T com hapteno específico. É causada por reexposição a uma substância à qual o indivíduo foi sensibilizado. • ETIOLOGIA DA DCA: corresponde a uma reação imunológica do tipo IV, ativada por uma substância (hapteno) com dca (contato alérgica) IGOR DE ANGELI • MEDICINA – TURMA XXVIII 8 dermato e carcinogênese características que a transformam em um antígeno. A tolerância às substâncias é fornecida pelos T CD4+, células reguladoras que produzem IL-10, inibidora da reação inflamatória da dermatite de contato alérgica. A estimulação imunológica pelo hapteno leva à produção de T CD8+, células citotóxicas efetoras da dermatite de contato alérgica. Os vários eventos que ocorrem permitem dividir a dermatite de contato alérgica em três fases: de indução (via aferente), de elicitação (via eferente) e fase de resolução. • EPIDEMIOLOGIA DA DCA: estima-se que a DCA não ocupacional seja três vezes mais frequente do que a DCA ocupacional. Afeta todas as idades, porém, rara em crianças pequenas e em indivíduos com mais de 70 anos. • FISIOPATOLOGIA DA DCA: o hapteno possui características específicas (baixo peso molecular, reatividade química e solubilidade lipídica) tornando-a capaz de penetrar no estrato córneo e reagir com componentes do sistema imune. O hapteno forma ligações covalentes com proteínas da pele, resultando no conjugado hapteno-proteína, tornando-se um antígeno para a pele. - FASE DE INDUÇÃO: nesta fase, a substância química (hapteno) que entra em contato com a pele, ou seja, é o fator desencadeante. Células de Langerhans, derivadas da medula óssea, permitem a ligação entre células, o que facilita o contato com o antígeno. Tem como função: processar e transportar o antígeno para o linfonodo regional, além de produzir IL-1, que estimula os queratinócitos a produzirem TNF e fator estimulador de colônias de granulócitos-macrófagos. O antígeno ligado a células de Langerhans entra em contado com linfócitos T (LT) na área paracortical do linfonodo regional, com proliferação de LT contra o antígeno. As moléculas de adesão participam dessa relação entre as células T e as células de Langerhans. Há, então, aumento da produção de citocinas e intensificação da inflamação. Um grupo de células T se diferencia em células de memória, o que faz o indivíduo acumular LT contra determinado antígeno. O tempo mínimo para se completar a viaaferente é de 4 a 5 dias. Em seres humanos, são necessários 14 a 21 dias até que as células efetoras voltem a circular na pele. - FASE DE ELICITAÇÃO: ocorre quando o indivíduo previamente sensibilizado entra novamente em contato com o antígeno. Os linfócitos previamente sensibilizados reagem contra o antígeno e em 24 a 48 horas, a reação inflamatória se desenvolve. Os linfócitos sensibilizados localizam-se na pele, área de deposição do antígeno, por IGOR DE ANGELI • MEDICINA – TURMA XXVIII 9 dermato e carcinogênese expressarem o antígeno leucocitário cutâneo (CLA). Contribuem ainda para a localização dos linfócitos na área de inflamação, seus receptores de quimiocinas, particularmente da CCL27, a qual é produzida pelos queratinócitos. Além das quimiocinas, moléculas de adesão como ICAM e VCAM contribuem para a ligação dos linfócitos sensibilizados ao endotélio dos vasos e favorecem sua diapedese. Os linfócitos, sendo ativados pelo contato com o antígeno, ativam outros linfócitos e, os queratinócitos, havendo liberação de grande quantidade de citocinas. A reativação do quadro, sem nova exposição ao antígeno, acontece quando alguns complexos antígeno-CL permanecem na pele e número suficiente de células T efetoras é gerado. Esses LT retornam ao lugar do contato com a substância, desencadeando dermatite de contato alérgica, sem nova exposição ao hapteno. - FASE DE RESOLUÇÃO: corresponde ao término da reação inflamatória. Nessa fase, também são liberadas citocinas como a IL-10, TNF-beta. Esses mediadores têm papel na indução de supressão de LT. Nessa fase, LTCD4+ agem como reguladores, liberando citocinas que resolvam a reação. • QUADRO CLÍNICO DA DCA: no indivíduo sensibilizado, a erupção começa 48 horas ou dias após o contato com o alérgeno; as exposições repetidas levam a reações cada vez mais intensas. O local da erupção limita- se à área de exposição. Pode haver prurido intenso; nas reações graves, ocorrem também sensação de ferroadas e dor. Inicialmente, limitada à área de contato com o alérgeno, punho, em forma de colar e lábios. No início, limita-se ao local de contato e, mais tarde, espalha-se para outras áreas. • PROGNÓSTICO DA DCA: a duração varia, com regressão em cerca de uma a duas semanas. Agrava-se à medida que o alérgeno continua tendo contato com a pele. • DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL DA DCA: DCI, DA, dermatite seborreica, psoríase, dermatofitose epidérmica, erupção fixa por fármacos, erisipela e fitofotodermatite. IGOR DE ANGELI • MEDICINA – TURMA XXVIII 10 dermato e carcinogênese • TRATAMENTO DA DCA: uso de emolientes, corticoide tópico e anti-histamínico. No caso de lesões disseminadas, usa-se corticoide sistêmico. Para o entendimento inicial da carcinogênese, é preciso compreender que existem células quiescentes (com baixa atividade replicativa) e células permanentes (imcapazes de regeneração). • FATORES DE CRESCIMENTO: são proteínas, formadas por polipeptídeos, que se ligam aos receptores da superfície celular, emitindo um sinal que atravessa a membrana citoplasmática e efetua um comando celular ou nuclear, desta forma desempenha uma importante função na comunicação intercelular, promovendo ativação da proliferação, diferenciação e movimentação das células, além de influenciar a síntese de proteínas e a apoptose celular. Os FC’s atuam por mecanismo autócrino (uma mesma célula produz e responde ao FC), parácrino (uma célula recebe a ação do FC produzido por uma célula vizinha), endócrino (o FC secretado por uma célula age em células distantes) ou justácrino (atua "colado" na célula). - PRINCIPAIS FATORES DE CRESCIMENTO: a) FATOR DE CRESCIMENTO EPIDERMAL (EGF): é considerado um potente agente mitógeno para fibroblastos, promovendo o aumento da produção do tecido de granulação e reepitelização de feridas. Esse fator age no processo do reparo tecidual, de forma a estimular principalmente a angiogênese, ou seja, a formação de novos vasos sanguíneos. b) FATOR DE CRESCIMENTO FIBROBLÁSTICO (FGF): estimula fibroblastos, macrófagos, queratinócitos e células endoteliais, além de estimular a proliferação e diferenciação celular. c) FATOR TRANSFORMADOR DO CRESCIMENTO Β (TGFΒ): desempenha importante função no processo de reparo, estimulando a migração de células inflamatórias para o local da lesão, além da diferenciação de fibroblastos em miofibroblastos e angiogênese. • CICLO CELULAR: § G0: fase de quiescência. § G1: ocorre síntese de DNA e proteínas (2n). § G1: é um ponto de verificação. Avalia a presença de danos no DNA. Há aumento, concentração e atividade da p53. § S: ocorre replicação do DNA (4n). § G2: ocorre algum reparo no DNA e a célula se prepara para a mitose. carcinogênese geral IGOR DE ANGELI • MEDICINA – TURMA XXVIII 11 dermato e carcinogênese § PONTO DE VERIFICAÇÃO G2: avalia danificação ou replicação incorreta do DNA. Caso haja erro, a proteína- fosfatase ativadora do complexo CDK que leva para a fase M é inibida. - MITOSE: § PRÓFASE: os cromossomos estão visíveis à medida que se condensam e se compactam. As duas cromátides irmãs de cada cromossomo se alinham juntas, unidas por um ponto denominado centrômero. A membrana nuclear desaparece durante esse estágio. Fibras do fuso começam a se formar, difundindo-se a partir de 2 centríolos localizados em lados opostos da célula. As fibras do fuso ligam-se aos centrômeros de cada cromossomo e puxam as cromátides irmãs em direções opostas. § METÁFASE: onde os cromossomos atingem seu estado de máxima condensação. As fibras do fuso começam a se contrair e puxar os centrômeros dos cromossomos. § ANÁFASE: o centrômero de cada cromossomo se divide, permitindo a separação das cromátides-irmãs. § TELÓFASE: formação de novas membranas nucleares ao redor de cada um dos dois conjuntos de 46 cromossomos. As fibras do fuso desaparecem e os cromossomos começam a se descondensar. - CITOCINESE: ocorre após a divisão nuclear e resulta da divisão aproximadamente igual do citoplasma em 2 partes. • QUINASES DEPENDENTES DE CICLINA (CDK’S): são responsáveis por enviar os sinais do ciclo celular para moléculas de resposta que executam o trabalho de conduzir a célula através de seu ciclo de crescimento e divisão. Existem quatro classes de ciclinas: I. G1/S (CICLINA E): - Ativam CDK’s no final de G1. - Seus níveis diminuem na fase S. II. S-CICLINAS (CICLINA A): - Se ligam a CDK’s logo após a progressão ao início e ajudam a estimular a duplicação dos cromossomos. - Seus níveis permanecem elevados até a mitose. IGOR DE ANGELI • MEDICINA – TURMA XXVIII 12 dermato e carcinogênese - Estimulam a produção de enzimas que atuam na replicação, duplicação do DNA, duplicação do centrossomo e estimulam eventos mitóticos iniciais. III. M-CICLINAS (CICLINA B): - Ativam CDK’s que estimulam a entrada na mitose. - Os níveis dessas ciclinas diminuem a partir da metáfase. - Controla a polimerização dos microtúbulos para formar o fuso mitótico, desaparecimento de carioteca e condensação de cromossomos. IV. G2-CICLINAS: - Ajudam a regular as atividades das G1/S- ciclinas. • HIPERPLASIA: consiste no aumento do número de células, por incremento da proliferação e/ou por diminuição da apoptose. Para haver hiperplasia são necessários suprimento sanguíneo, integridade morfofuncional das células e inervação. • HIPOPLASIA: é a diminuição do número de células de um órgão ou parte do corpo. Pode ocorrer na embriogênese (hipoplasia pulmonar, hipoplasia renal etc.) ou após o nascimento, por diminuição da renovação celular, aumento da destruição das células ou ambos. • HIPERTROFIA: é o aumento dos componentese das funções celulares, o que amplia o volume das células e dos órgãos. • HIPOTROFIA: consiste na redução dos componentes e das funções celulares, acarretando a diminuição do volume das células e dos órgãos. • METAPLASIA: é a substituição de um tipo de tecido por outro da mesma linhagem (um epitélio modifica-se em outro epitélio). Em geral, trata-se de processo adaptativo frente a algum estímulo, em que o novo tipo celular é mais resistente; a metaplasia é também reversível. • DISPLASIA: é uma palavra usada para designar alterações da proliferação e tendência à redução na diferenciação celular (“crescimento desordenado”). A displasia não tem diferenciação celular, é um tecido totalmente diferente. • NEOPLASIA: pode ser entendida como a lesão constituída por proliferação celular anormal, descontrolada e autônoma, em geral com perda ou redução de IGOR DE ANGELI • MEDICINA – TURMA XXVIII 13 dermato e carcinogênese diferenciação, em consequência de alterações em genes ou proteínas que regulam a multiplicação e a diferenciação das células. Possui proliferação celular autônoma. • FATORES GENÉTICOS E AMBIENTAIS PARA O DESENVOLVIMENTO DE CÂNCER: existem fatores ambientais (por exemplo, poluentes), alimentação, tabagismo, álcool, história reprodutiva (exposição acumulada à estimulação ao estrogênio) e agentes infecciosos. • FASES DA CARCINOGÊNESE: I. INICIAÇÃO: primeiro estágio da indução ao câncer. Ocorre quando determinado agente é capaz de gerar alterações permanentes no genoma da célula e de sua progênie. Nessa etapa as células sofrem os efeitos causados pelos agentes carcinogênicos, ocasionando alterações em algum desses genes. Neste ponto, as células apresentam-se geneticamente modificadas, todavia, ainda não é possível identificar um tumor. É uma alteração irreversível. O iniciador é sempre uma substância mutagênica e são substâncias eletrofílicas (tem afinidade a compostos nucleofílicos, como proteínas, RNA e DNA). II. PROMOÇÃO: o agente deve ser aplicado repetidas vezes, causando alterações reversíveis como inflamação, irritação, hiperplasia. As células geneticamente modificadas sofrem os efeitos dos agentes carcinogênicos (oncopromotores). Essas células passam a ser malignas, de forma lenta e gradual. Para que a transformação seja findada, é necessário que o contato com o oncopromotor seja contínuo. Quando há quebra desse contato, em muitos casos, o processo é interrompido nesse estágio. III. PROGRESSÃO: ocorre a multiplicação descontrolada e irreversível das células alteradas. Neste ponto a neoplasia encontra-se instalada, evoluindo até que apareçam as primeiras manifestações clínicas da desordem. O clone transformado prolifera, o tumor cresce, surgem células com potencial metastatizante e a neoplasia IGOR DE ANGELI • MEDICINA – TURMA XXVIII 14 dermato e carcinogênese se desenvolve em sítios distantes da sua origem. • PROTO-ONCOGÊNES: estão presentes em células normais, têm expressão regulada e participam no controle da proliferação e da diferenciação celulares, processos básicos para a existência das células. Por essa razão, tais genes são muito conservados na natureza. Ou seja, ajudam a regular o crescimento e a diferenciação celular. Exemplos de proto-oncogenes incluem Ras e WNT. • ONCOGÊNES: originam-se de proto- oncogenes que sofreram mutação ou hiperexpressão. São genes que induzem um fenótipo transformado quando expressos nas células, promovendo o aumento do crescimento celular. A maioria dos oncogenes codificam fatores de transcrição, fatores que participam de vias de sinalização pró-crescimento ou fatores que aumentam a sobrevivência celular. • GENES SUPRESSORES DE CÂNCER: estão envolvidos no controle da multiplicação e da diferenciação celulares, evitando reprodução descontrolada das células (comportam-se como “freios” da divisão celular). Um exemplo, é a p53 (proteína gurdiã do genoma), PRB (proteína retinoblastoma) e PTCH. • ESTADIAMENTO DO CÂNCER: o T indica o tamanho do tumor (p. ex., em centímetros), N significa a existência de metástases em linfonodos e M refere-se à presença de metástases distantes. O xeroderma pigmentoso compreende um grupo de doenças hereditárias de origem geneticamente heterogênea, caracterizadas por defeitos na excisão e no reparo do DNA, havendo sensibilidade anormal à luz solar, particularmente a luz UVB. • ETIOPATOGENIA DO XERODERMA PIGMENTOSO: quando a luz ultravioleta de xeroderma pigmentoso IGOR DE ANGELI • MEDICINA – TURMA XXVIII 15 dermato e carcinogênese comprimentos de onda mais curtos (entre 280-320 nm) é absorvida pelo DNA, este, ativado diretamente, produz os chamados fotoprodutos, principalmente pirimidina 6-4 pirimidona e dímeros ciclobutanos da pirimidina. Conforme a intensidade da radiação, a célula torna-se inviável e morre, sendo eliminada. Em outras circunstâncias, a célula sobrevive com seu DNA alterado pela radiação e, nesse caso, poderá tornar-se uma célula com DNA mutado e originar uma célula tumoral. Não somente a radiação ultravioleta, mas várias outras situações podem danificar o DNA, e essa condição é corrigida pelo mecanismo denominado reparo por excisão de nucleotídeos. Esse processo envolve várias etapas: § Reconhecimento do dano ao DNA. § Demarcação do dano ocorrido. § Excisão dos nucleotídeos alterados. § Substituição dos nucleotídeos retirados da fita do DNA por nucleotídeos sintetizados de novo de acordo com o modelo representado pela fita de DNA preservada. A queratose actínica caracteriza-se por apresentar lesões queratósicas, rugosas, com escamas amareladas ou acastanhadas, finas, aderentes, secas, podendo apresentar discreto eritema. Estão geralmente associadas à melanose solar e, como esta, ocorrem no dorso das mãos, face, antebraços, decote, orelha externa, couro cabeludo em indivíduos calvos, ou seja, nas áreas expostas. São alterações dos queratócitos. • EPIDEMIOLOGIA DA QUERATOSE ACTÍNICA: comum na meia-idade, em homens, e quase nunca acomete indivíduos de pele negra. Ocorre mais em profissionais que trabalham e praticam esportes ao ar livre. • FISIOPATOLOGIA DA QUERATOSE ACTÍNICA: a exposição solar prolongada e repetida em indivíduos suscetíveis resulta em danos cumulativos aos ceratinócitos pela ação dos R-UVB (280 a 320 nm). As lesões surgem em áreas expostas ao sol cronicamente, como face, orelhas, couro cabeludo “áreas onde faltam os cabelos”, antebraços e dorso das mãos. A ceratose da lesão representa proliferação epidérmica focal anormal de queratinóticos. A análise das células na ceratose actínica mostra mutações genéticas caracteristicamente induzidas pela radiação ultravioleta, como mutação no gen p53 e deleção do gen codificador da proteína supressora tumoral p16. queratose actínica IGOR DE ANGELI • MEDICINA – TURMA XXVIII 16 dermato e carcinogênese As lesões podem regredir, permanecer inalteradas ou sofrer malignização. • HISTOPATOLOGIA DA QUERATOSE ACTÍNICA: o tipo mais frequente é o hiperceratótico, que se caracteriza por faixas alternadas de hiperceratose e paraceratose recobrindo áreas de epitélio displásico e de tampões hiperceratóticos nos óstios de ductos sudoríparos. Há ainda grau variável de displasia da epiderme envolvendo áreas interanexiais. Alguns casos mostram espessamento dos cones epiteliais com atipias acentuadas. • QUADRO CLÍNICO DA QUERATOSE ACTÍNICA: as lesões podem ser hiper-sensíveis e dolorosas se forem escoriadas com as unhas. As lesões cutâneas levam de meses a anos para se desenvolver. Escama hiperceratótica aderente, que é removida com dificuldade e dor. Lesões da cor da pele,marrom- amareladas ou marrom de aspecto; com frequência, observa-se uma tonalidade avermelhada. As lesões são ásperas, semelhantes a uma lixa grossa. • PROGNÓSTICO DA QUERATOSE ACTÍNICA: podem desaparecer espontaneamente; todavia, em geral, persistem por vários anos. • DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL DA QUERATOSE ACTÍNICA: lúpus eritematoso cutâneo crônico; ceratose seborreica, verrugas planas, CEC (in situ), CBC superficial. • TRATAMENTO DA QUERATOSE ACTÍNICA: uso de filtros solares altamente efetivos para UVB/UVA, criocirurgia, uso de 5-fluoruracil, imiquimoides, retinóides tópicos, peeling facial, cirurgia a laser e terapia fotodinâmica. O câncer de pele pode ser dividido em: § CARCINOMA BASOCELULAR: trata-se de um tumor constituído de células morfologicamente semelhantes às células basais da epiderme, de cânceres de pele IGOR DE ANGELI • MEDICINA – TURMA XXVIII 17 dermato e carcinogênese crescimento muito lento, com capacidade invasiva localizada, embora destrutiva, sem, no entanto, provocar metástases; é, portanto, a neoplasia maligna de melhor prognóstico. Ocorre, geralmente, acima dos 40 anos de idade, sendo rara nos afrodescendentes. § CARCINOMA ESPINOCELULAR: trata-se de uma neoplasia maligna, isto é, com capacidade de invasão local e de metastatizar, originária das células epiteliais do tegumento (pele e mucosa), com certo grau, maior ou menor, de diferenciação no sentido da ceratinização. Ocorre, geralmente, acima dos 50 anos de idade, sendo comum no sexo masculino. § MELANOMA: é tumor maligno originário dos melanócitos, em geral de localização cutânea primária, podendo, eventualmente, surgir em outras áreas (olhos, mucosas, meninges e outros); o melanoma da pele é muito mais prevalente que as formas não cutâneas. Esses tumores caracterizam-se por seu potencial metastático e consequente letalidade. Um número razoável de casos origina- se de nevo preexistente. Acima dos 50 anos, é mais comum em homens e, abaixo dos 40 anos, nas mulheres. • CARCINOMA BASOCELULAR (CBC): - ETIOLOGIA DO CBC: RUV, principalmente do espectro UVB (280 a 320 nm), que induz mutações dos genes supressores. A propensão ao desenvolvimento de múltiplos carcinomas basocelulares pode ser hereditária. O CBC está associado a mutações no gene PTCH em muitos casos. à VIA DE SINALIZAÇÃO HEDGEHOG: a cascata de sinalização celular tem início com a ligação da proteína Hh à proteína transmembrana PTCH1. Na ausência de um ligante Hh, a PTCH inibe a atividade da proteína transmembrana SMO. A ligação da Hh à PTCH resulta na inativação da PTCH e na consequente ativação da proteína SMO, a qual irá transduzir o sinal da Hh ao citoplasma da célula. Esse sinal será transmitido por uma série de proteínas, dentre as quais a proteína SUFU, que normalmente age como inibidora desta via. Após a ligação da Hh à PTCH, essa atividade inibitória da SUFU cessa, causando desequilíbrio entre as formas ativadoras e supressoras da família GLI de fatores de transcrição (sendo GLI-1 e GLI-2 ativadoras da IGOR DE ANGELI • MEDICINA – TURMA XXVIII 18 dermato e carcinogênese via e GLI-3, supressora), e resultando na expressão dos genes-alvo. O complexo Hh/PTCH é então internalizado na célula, sendo posteriormente degradado. - CARACTERÍSTICAS MICROSCÓPICAS DO CBC: dois padrões comuns são observados: crescimentos multifocais superficiais, derivados da epiderme, ou lesões nodulares que crescem em direção à porção profunda da derme como cordões ou ninhos de células com basofilia variável e núcleos hipercromáticos, incorporados a uma matriz estromal mucinosa ou fibrosa. Os núcleos das células tumorais periféricas se alinham na camada mais externa (padrão denominado “em paliçada” – seta preta), que muitas vezes se separa do estroma, criando uma fenda (seta vazada) característica. - TIPOS DE CBC: a) CBC NODULAR: é o tipo mais comum; pápula ou nódulo “perolado”. Cor da pele ou avermelhada, superfície lisa com telangiectasia, bem-demarcada e de consistência firme. Partes podem exibir erosões ou pontilhado de pigmentação melanínica. b) CBC ULCERADO: úlcera (frequentemente coberta com uma crosta) com borda cilíndrica, que também é transparente, perolada, lisa com telangiectasia e de consistência firme. c) CBC PIGMENTADO: pode ser marrom a azulado ou preto. Superfície lisa e brilhante, de consistência dura e firme; pode ser indistinguível do melanoma extensivo superficial ou do melanoma nodular, porém, é habitualmente mais duro. Podem ocorrer lesões císticas: redondas, ovais, com centro deprimido (“umbilicado”). d) CBC ESCLEROSANTE/CICATRICIAL: surge como uma pequena placa maculosa de morfeia ou uma cicatriz superficial, frequentemente com bordas mal definidas, da cor da pele, esbranquiçada, mas também IGOR DE ANGELI • MEDICINA – TURMA XXVIII 19 dermato e carcinogênese com pigmentação salpicada. Nesse tipo, há uma quantidade excessiva de estroma fibroso. O CBC esclerosante pode evoluir para o CBC nodular ou ulcerado. Possui mau prognóstico por ter muita reincidência. e) CBC SUPERFICIAL: surge como placas finas. Coloração rosa ou vermelha; pode-se observar uma borda filiforme fina e telangiectasias características. Trata-se da única forma de CBC que pode apresentar grau significativo de descamação. Esse tipo também pode originar o CBC nodular e ulcerado. Com frequência, o CBC sangra com escoriação mínima. - PROGNÓSTICO DO CBC: o CBC não sofre metástases. Quando as células tumorais se implantam em áreas distantes, elas não se multiplicam nem crescem, devido à ausência dos fatores de crescimento derivados do seu estroma. São observadas exceções quando o CBC apresenta sinais de desdiferenciação. Podem ocorrer problemas graves com o CBC que se desenvolve nas áreas de perigo da cabeça. Nesses locais, o tumor pode invadir profundamente os tecidos, causar destruição extensa do músculo e do osso e até mesmo invadir a dura-máter. Nesses casos, a morte pode resultar de hemorragia dos vasos de grande calibre erodidos ou de infecção. - TRATAMENTO DO CBC: excisão com fechamento primário, retalhos cutâneos ou enxertos, criocirurgia, eletrocirurgia, radioterapia, tratamentos tópicos, 5- fluoruracil e imiquimoides. • CARCINOMA ESPINOCELULAR (CEC): - ETIOLOGIA DO CEC: RUV, HPV, exposição crônica ao calor e a luz, radiação ionizante, imunossupressão e inflamação crônica. - CARACTERÍSTICAS MICROSCÓPICAS DO CEC: o aspecto histopatológico do CEC é o de uma hiperplasia, em ninhos ou cordões, de células epiteliais com certa tendência à ceratinização e com anaplasia celular, invadindo a derme; as pérolas córneas são muito expressivas. Na imagem abaixo, estão evidenciadas as pérolas córneas: IGOR DE ANGELI • MEDICINA – TURMA XXVIII 20 dermato e carcinogênese - QUADRO CLÍNICO DO CEC: no caso do CEC in situ, as lesões são mais frequentemente assintomáticas, mas podem sangrar. O CECIS surge na forma de mácula, pápula ou placa descamativa ou hiperceratótica nitidamente demarcada. As lesões têm coloração rosa ou vermelha, com superfície ligeiramente descamativa ou erosões, podendo ser crostosas. Solitárias ou múltiplas, essas lesões são conhecidas como Doença de Bowen. O carcinoma verrucoso é uma variante lenta e particular do CEC. De Aspecto anatomopatológico relativamente benigno, pode localizar-se na região plantar, tornozelo, áreas genitais e boca. A formação de nódulos ou o aparecimento de dor ou hiperestesia no CECIS sugerem evolução para CEC invasivo. - DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL DO CEC: queratoacantoma, epitelioma basocelular, granuloma piogênico e queratose actínica. No caso da queratose actínica (fotoda esquerda), a lesão apresenta-se mais “superficial” e no CEC (foto da direita), mais “profundo”/infiltrado. IGOR DE ANGELI • MEDICINA – TURMA XXVIII 21 dermato e carcinogênese - PROGNÓSTICO DO CEC: o CEC provoca destruição local dos tecidos e tem potencial metastático. As metástases são dirigidas para os linfonodos regionais e surgem em um a três anos após o diagnóstico inicial. Os CEC’s de alto risco são definidos por diâmetro de mais de 2 cm, com nível de invasão de mais de 4 mm. - TRATAMENTO DO CEC: em lesões recentes e < 1 cm, realizar eletrocoagulação e curetagem. No caso de lesões maiores, excisão com margem e profundidade de garantia (0,5 cm). A criocirurgia também pode ser utilizada. Já no caso de lesões extensas ou de longa duração, realizar exérese ampla. Quando há metástase para linfonodos, realizar radioterapia ou linfadenectomia. • MELANOMA: - ETIOLOGIA DO MELANOMA: sabe-se que alguns fatores, como genética, exposição solar, fototipo, número de nevos e síndrome do nevo displásico (SND) têm grande importância. O evento iniciador parece ser uma mutação ativadora em BRAF ou (menos comumente) em RAS. As fases-chaves do desenvolvimento do melanoma são marcadas pelo crescimento radial e vertical. - CARACTERÍSTICAS MICROSCÓPICAS DO MELANOMA: encontram-se ninhos malformados ou células individuais em todas as camadas da epiderme (espalhamento pagetoide) ou nos nódulos dérmicos expansivos; estas constituem as fases de crescimento radial e vertical, respectivamente. Os melanomas expansivos superficiais estão frequentemente associados a um infiltrado linfocitário. As células apresentam grandes núcleos com contornos irregulares, cromatina caracteristicamente aglutinada na periferia da membrana nuclear e proeminentes nucléolos eosinofílicos “vermelho cereja”. IGOR DE ANGELI • MEDICINA – TURMA XXVIII 22 dermato e carcinogênese à PROFUNDIDADE DAS LESÕES (NÍVEIS DE CLARK): § NÍVEL I: melanoma confinado a epiderme e epitélio anexial. § NÍVEL II: invasão papilar. § NÍVEL III: comprometimento de toda derme papilar até a transição derme reticular, porém sem invadi-la. § NÍVEL IV: invasão da derme reticular. § NÍVEL V: invasão da hipoderme. à ESPESSURA DA LESÃO (ESPESSURA DE BRESLOW): medida em milímetros da porção superior da camada granulosa até a parte mais profunda do tumor: § Menor do que 0,76 mm. § Maior do que 0,76 mm e menor do que 1,5 mm. § Maior do que 1,5 mm e menor do que 4 mm. § Maior do que 4 mm. - QUADRO CLÍNICO DO MELANOMA: os melanomas de pele geralmente são assintomáticos, embora o prurido possa ser a manifestação inicial. O sinal clínico mais importante é a alteração na cor ou no tamanho de uma lesão pigmentada. Os principais sinais clínicos de alerta são: 1. Aumento rápido de um nevo preexistente. 2. Coceira ou dor na lesão. 3. Desenvolvimento de uma nova lesão pigmentada durante a vida adulta. 4. Irregularidades nas bordas de uma lesão pigmentada. 5. Variação de cor dentro de uma lesão pigmentada. Esses princípios expressos são chamados “ABCDE” do melanoma: assimetria, borda, cor, diâmetro e evolução. - TIPOS DE MELANOMA: a) LENTIGO MALIGNO: ocorre em face ou em áreas expostas de indivíduos idosos. Há aumento da atividade dos melanócitos, traduzida clinicamente pela melanose solar. Evolui, com a proliferação de melanócitos atípicos na epiderme. Possui cor castanha a negra, que se estende lentamente em superfície. Bordas da mancha são irregulares e a pigmentação não é uniforme. b) MELANOMA EXTENSIVO SUPERFICIAL: é a forma mais frequente de todos os melanomas. Ocorre entra a 4ª e 5ª década de vida, principalmente no tronco e dorso IGOR DE ANGELI • MEDICINA – TURMA XXVIII 23 dermato e carcinogênese (homens) e nos MMII’s (mulheres). Apresenta- se como lesão leve ou francamente elevada, arciforme. Margens são denteadas e irregulares. Coloração varia desde acastanhada a negra, com áreas azuladas, esbranquiçadas, acinzentadas e até vermelhas. c) MELANOMA NODULAR: apresenta-se como lesão nodular ou em placa, ou mesmo polipoide. Coloração negro-azulada ou com laivos acastanhados. De evolução rápida. Acomete tronco nos homens e pernas nas mulheres. Ocorrem, em geral, na 5ª década de vida. Podem ser amelanóticos e possuem crescimento vertical desde o princípio. d) MELANOMA LENTIGINOSO ACRAL: raro nos indivíduos de pele branca e comum em negros e asiáticos. É mais frequentemente em indivíduos idosos, na 6ª casa de vida. Acomete regiões palmares, plantares e falanges terminais. Possui crescimento horizontal e crescimento vertical. e) MELANOMA AMELANÓTICO: concentração muito baixa de pigmento melânico. A lesão é rósea ou vermelha e pode simular um granuloma piogênico ou um CEC. Na região plantar, pode simular até mesmo mal perfurante. O diagnóstico clínico é particularmente difícil e quase sempre tardio, o que piora seu prognóstico. IGOR DE ANGELI • MEDICINA – TURMA XXVIII 24 dermato e carcinogênese - TRATAMENTO DO MELANOMA: realizar pesquisa de linfonodo sentinela, linfadenectomia terapêutica da região envolvida, excisão, ablação a laser, uso de imiquimoides, injeções de TNF-a, Trametinibe e inibidores de KIT. Para entender as piodermites e dermatofitoses, é necessário entender a microbiota cutânea. • MICROBIOTA CUTÂNEA: a flora cutânea é composta por bactérias e fungos residentes permanentes da pele. A maioria das bactérias está localizada superficialmente na camada córnea; algumas, no entanto, estão localizadas nos folículos pilosos. As bactérias gram-positivas são os organismos mais comumente encontrados na superfície da pele. Os fungos Candida e Malassezia são os mais encontrados, principalmente em áreas úmidas. Os Estreptococos colonizam transitoriamente a pele. Os bacilos Gram-negativos não são usualmente cultivados na pele humana. Staphylococcus aureus NÃO deve ser considerado membro da flora normal. § BACTÉRIAS: - Acinetobacter. - Aerococcus. - Bacillus. - Clostridium. - Corynebacterium. - Micrococcus. - Peptostreptococcus. - Propionibacterium. - Staphylococcus (Staphylococcus comum na pele: Staphylococcus epidermidis). - Streptococcus. § FUNGOS: - Candida. - Malassezia. • RELAÇÕES INTERESPECÍFICAS FUNGO E HOSPEDEIRO: todos os fungos podem existir como heterotróficos ou saprófitas (organismos que se nutrem de materiais mortos ou em decomposição), simbiontes (organismos que vivem em conjunto com benefício mútuo), comensais (quando vivem em estreita relação em que apenas um organismo é beneficiado e o outro não é prejudicado), ou como parasitas (organismos que vivem à custa de outro e esta relação é prejudicial ao hospedeiro). piodermites e dermatofitoses IGOR DE ANGELI • MEDICINA – TURMA XXVIII 25 dermato e carcinogênese Os patógenos fúngicos podem ser primários (são agentes de infecções respiratórias e nenhum deles é parasita obrigatório) ou oportunistas (o estado do hospedeiro é de fundamental importância na determinação da patogenicidade de patógenos fúngicos oportunistas). • PIODERMITES*: são elas: impetigo bolhoso e não bolhoso, ectima, foliculite, furúnculos, erisipela, celulite, síndrome da pele escaldada estafilocócica (SSSS) e síndrome do choque tóxico. • DERMATOFITOSES*: são elas: tinha, candidoses e pitríase versicolor (pano branco). * TABELÃO COM DETALHES AO FINAL DO CADERNO DE ESTUDO. A hanseníase é uma doença crônica, infecto contagiosa, cujo agente etiológico é o Mycobacterium leprae, um bacilo álcool- ácido resistente, fracamente gram-positivo, que infecta os nervos periféricos e, mais especificamente, as células de Schwann. •EPIDEMIOLOGIA DA HANSENÍASE: é transmitida por meio de contato próximo e prolongado de uma pessoa suscetível (com maior probabilidade de adoecer) com um doente com hanseníase que não está sendo tratado. Normalmente, a fonte da doença é um parente próximo que não sabe que está doente, como avós, pais, irmãos, cônjuges etc. A bactéria é transmitida pelas vias respiratórias (pelo ar), e não pelos objetos utilizados pelo paciente. Ou seja, é uma doença de alta infectividade e baixa patogenicidade. • ETIOPATOGÊNESE DA HANSENÍASE: o bacilo de Hansen + PGL1 (lipídio sintetizado que tem afinidade pelos nervos e pele), se ligam ao macrófago, que ativa os T CD4+. A partir desses T CD4+, ocorre o surgimento de duas vias: § IL-10 à leva à Th2 à produz anticorpos que não impedem a proliferação à surge a forma multibacilar. § Produção de IL-12, IFN-gama e TNF-alfa à eliminam a maioria dos bacilos à surge a forma paucibacilar. • QUADRO CLÍNICO DA HANSENÍASE: a) INDETERMINADA (PAUCIBACILAR): todos os pacientes passam por essa fase no início da doença. Entretanto, ela pode ser ou não perceptível. Geralmente afeta crianças abaixo de 10 anos, ou mais raramente adolescentes e adultos que foram contatos de pacientes com hanseníase. A lesão de pele geralmente é única, mais clara do que a pele ao redor (mancha), não hanseníase IGOR DE ANGELI • MEDICINA – TURMA XXVIII 26 dermato e carcinogênese é elevada (sem alteração de relevo), apresenta bordas mal delimitadas, e é seca (“não pega poeira” – uma vez que não ocorre sudorese na respectiva área). Há perda da sensibilidade (hipoestesia ou anestesia) térmica e/ou dolorosa, mas a tátil (habilidade de sentir o toque) geralmente é preservada. A prova da histamina é incompleta na lesão, a biópsia de pele frequentemente não confirma o diagnóstico e a baciloscopia é negativa. Atenção deve ser dada aos casos com manchas hipocrômicas grandes e dispersas, ocorrendo em mais de um membro, ou seja, lesões muito distantes, pois pode se tratar de um caso de hanseníase dimorfa macular (forma multibacilar); nesses casos, é comum o paciente queixar-se de formigamentos nos pés e mãos, e/ou câimbras, e na palpação dos nervos frequentemente se observa espessamentos. b) TUBERCULÓIDE (PAUCIBACILAR): é a forma da doença em que o sistema imune da pessoa consegue destruir os bacilos espontaneamente. Assim como na hanseníase indeterminada, a doença também pode acometer crianças. Tem um tempo de incubação de cerca de cinco anos. Mais frequentemente, manifesta-se por uma placa (mancha elevada em relação à pele adjacente) totalmente anestésica ou por placa com bordas elevadas, bem delimitadas e centro claro (forma de anel ou círculo). Nesses casos, a baciloscopia é negativa e a biópsia de pele quase sempre não demonstra bacilos, e nem confirma sozinha o diagnóstico. Sempre será necessário fazer correlação clínica. Sempre há perda total de sensibilidade, associada ou não à alteração de função motora, porém de forma localizada. c) DIMORFA (MULTIBACILAR): caracteriza-se, geralmente, por mostrar várias manchas de pele avermelhadas ou esbranquiçadas, com bordas elevadas, mal delimitadas na periferia, ou por múltiplas lesões bem delimitadas semelhantes à lesão tuberculóide, porém a borda externa é esmaecida (pouco definida). IGOR DE ANGELI • MEDICINA – TURMA XXVIII 27 dermato e carcinogênese Há perda parcial a total da sensibilidade, com diminuição de funções autonômicas. É comum haver comprometimento assimétrico de nervos periféricos, as vezes visíveis ao exame clínico. É a forma mais comum de apresentação da doença (mais de 70% dos casos). Ocorre, normalmente, após um longo período de incubação (cerca de 10 anos ou mais). A baciloscopia da borda infiltrada das lesões (e não dos lóbulos das orelhas e cotovelos), quando bem coletada e corada, é frequentemente positiva. Todavia, quando o paciente é bem avaliado clinicamente, os exames laboratoriais quase sempre são desnecessários. d) VIRCHOWIANA (MULTIBACILAR): é a forma mais contagiosa da doença. A pele apresenta-se avermelhada, seca, infiltrada, cujos poros apresentam-se dilatados (aspecto de “casca de laranja”), poupando geralmente couro cabeludo, axilas e o meio da coluna lombar (áreas quentes). Na evolução da doença, é comum aparecerem caroços (pápulas e nódulos) escuros, endurecidos e assintomáticos. Quando a doença se encontra em estágio mais avançado, pode haver perda parcial a total das sobrancelhas (madarose) e dos cílios, além de outros pelos, exceto os do couro cabeludo. A face costuma ser lisa (sem rugas) devido a infiltração, o nariz é congesto, os pés e mãos arroxeados e edemaciados, a pele e os olhos secos. São comuns as queixas de câimbras e formigamentos nas mãos e pés, que entretanto apresentam-se aparentemente normais. “Dor nas juntas” (articulações) IGOR DE ANGELI • MEDICINA – TURMA XXVIII 28 dermato e carcinogênese também são comuns e, frequentemente, o paciente tem o diagnóstico clínico e laboratorial equivocado de “reumatismo”. Na hanseníase virchowiana, o diagnóstico pode ser confirmado facilmente pela baciloscopia dos lóbulos das orelhas e cotovelos. • REAÇÕES HANSÊNICAS: - TIPO I: ocorre por processo de hiper- reatividade imunológica em resposta ao bacilo. Lesões possuem aspecto eritemato-infiltradas, com agudização de lesões antigas. Há dor espontânea nos nervos periféricos. O comprometimento sistêmico não é frequente. Há edema de mãos e pés, com aparecimento brusco de mão em garra e pé caído. De evolução lenta. - TIPO II: também ocorre por processo de hiper-reatividade imunológica em resposta ao bacilo. Lesões pré-existentes permanecem inalteradas. Há o aparecimento brusco de nódulos eritematosos, dolorosos à palpação. Comprometimento sistêmico é frequente. Há febre, astenia, mialgia, náusea e dor articular. Há edema de extremidades, neurite, epistaxes, irite e linfadenite. De evolução rápida. • CRITÉRIOS DE CLASSIFICAÇÃO DA HANSENÍASE PELO MINISTÉRIO DA SAÚDE: § PAUCIBACILARES: presença de até cinco lesões de pele com baciloscopia negativa. § MULTIBACILARES: presença de seis ou mais lesões de pele OU baciloscopia positiva. • DIANÓSTICO DIFERENCIAL DE HANSENÍASE: § HANSENÍASE INDETERMINADA: pitiríase versicolor, dermatite seborreica e vitiligo. § HANSENÍASE TUBERCULÓIDE: dermatofitose, psoríase, dermatite seborreica e sífilis secundária e terciária. § HANSENÍASE DIMORFA E VIRCHOWIANA: leishmaniose, sífilis secundária, farmacodermias, lúpus eritematoso sistêmico e xantomatose. • TRATAMENTO DA HANSENÍASE: o paciente PB receberá uma dose mensal supervisionada de Rifampicina e de Dapsona. Já o paciente MB receberá Rifampicina, Dapsona e Clofazimina. IGOR DE ANGELI • MEDICINA – TURMA XXVIII 29 dermato e carcinogênese PIODERMITES AGENTE ETIOLÓGICO ETIOPATOGENIA QUADRO CLÍNICO TRATAMENTO IMPETIGO BOLHOSO § Staphylococcus aureus (↑). § Streptococcus pyogenes. § Recém-nascido § Face, genitália. § Liberação de toxinas que destrói os desmossomos (por isso gera a bolha) § Vesículas/bolhas íntegras. § Limpeza local. § Antibióticos tópicos – para lesões mais locais. § Antibióticos sistêmicos – para piora generalizada. IMPETIGO NÃO BOLHOSO § Staphylococcus aureus. § Streptococcus pyogenes (↑). § Crianças de 3-5 anos. § Face pré-orificial (perto do nariz, boca). § Erosões com crostas melicéricas (amarelo- douradas). § Idem ao impetigo bolhoso. ECTIMA § Staphylococcus aureus. § Streptococcus pyogenes. § Crianças, na faixa de 10 anos (escolar). § Má higiene. § Pena e braços. § Ulcerações com crostas. § Evolui e pode gerarcicatriz. § Idem ao impetigo bolhoso e não bolhoso. FOLICULITES § Staphylococcus aureus. § Trauma local. § Áreas pilosas. § Fístula folicular com halo eritematoso. § Limpeza local. § Antibióticos tópicos – para lesões mais locais. § Antibióticos sistêmicos – para piora generalizada. IGOR DE ANGELI • MEDICINA – TURMA XXVIII 30 dermato e carcinogênese FURÚNCULO § Staphylococcus aureus. § Complicação da foliculite. § Abcesso (coleção de pus). § Drenagem. § Antibiótico sistêmico. ERISIPELA § Streptococcus pyogenes. § Streptococcus β- hemolíticos. § Staphylococcus aureus (quando há lesão bolhosa). § Pessoas com diabetes, cardiopatias, problemas renais. § Possuir pé-de-atleta e/ou onicomicose (micose na unha). § Eritema intenso, bordas bem delimitadas. § Pode haver bolhas. § Antibiótico sistêmico. CELULITE § Streptococcus pyogenes. § Afeta o corpo todo. § Eritema mais profundo, ou seja, com menos intensidade visível. § Bordas mal delimitadas. § Antibiótico sistêmico. IGOR DE ANGELI • MEDICINA – TURMA XXVIII 31 dermato e carcinogênese SSSS (PELE ESCALDADA) § Staphylococcus aureus. § Toxinas. § Quadro generalizado de eritrodermia (corpo todo vermelho e descamando). § Quadro grave. Necessita de antibiótico sistêmico. § Internação. SÍNDROME DO CHOQUE TÓXICO § Staphylococcus aureus. § Toxinas. § Comprometimento sistêmico. § Quadro grave. Necessita de antibiótico sistêmico. § Internação. PITIRÍASE VESICOLOR (PANO BRANCO) § Malassezia furfur. § Muito comum. § Adultos. § Clima quente e úmido. § Dorso, ombros, pescoço. § Há inibição da tirosinase. § Ocorre na epiderme (folículo piloso). § A inibição da tirosinase causa hipocromia. § Manchas podem ser hipocrômicas, acastanhadas e rosada. § Descamação furfurácea. § Sinal de Zileri. § Xampu. § Cremes imidazólicos (tópicos ou sistêmicos). IGOR DE ANGELI • MEDICINA – TURMA XXVIII 32 dermato e carcinogênese DERMATOFITOSES (TINEAS/TINHAS) § Trichophyton. § Microsporum. § Epidermophyton. § Antropofílico. § Geofílico. § Zoofílico. § Ocorre em áreas queratinizadas. § Pode levar à inflamação dérmica. § Tinhas do couro cabeludo. § Tinha da barba. § Tinha da virilha. § Tinha do corpo. § Tinha da mão. § Tinha do pé (intertiginosa, vesiculobolhosa e escamosa). § Tinha de unha. § Cremes imidazólicos (tópicos ou sistêmicos). CANDIDOSES § Candida albicans. § Oportunista. § Atinge qualquer idade. § Quadro clínico diverso. § Cremes imidazólicos (tópicos ou sistêmicos).
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