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Citação do réu (Alimentos Provisórios) Alimentos CONCEITO E NATUREZA Jurídica: O vocábulo “alimentos” tem, todavia, conotação muito mais ampla do que na linguagem comum, não se limitando ao necessário para o sustento de uma pessoa. Nele se compreende não só a obrigação de os prestar, como também o conteúdo da obrigação a ser prestada. Quanto ao conteúdo, os alimentos abrangem, assim, o indispensável ao sustento, vestuário, habitação, assistência médica, instrução e educação. No tocante à natureza jurídica do direito à prestação de alimentos, é um direito de conteúdo patrimonial e finalidade de subsistência. ESPÉCIES DE ALIMENTOS • Quanto à natureza • Naturais ou necessários - restringem ao mínimo necessário para a subsistência (ex; ao cônjuge culpado pelo fim da relação). Art. 1.704. Se um dos cônjuges separados judicialmente vier a necessitar de alimentos, será o outro obrigado a prestá-los mediante pensão a ser fixada pelo juiz, caso não tenha sido declarado culpado na ação de separação judicial. O propósito da pensão compensatória é de indenizar por algum tempo ou não o desequilíbrio econômico causado pela repentina redução do padrão socioeconômico do cônjuge desprovido de bens e meação, sem pretender a igualdade econômica do casal que desfez sua relação, mas que procura reduzir os efeitos deletérios surgidos da súbita indigência social, causada pela ausência de recursos pessoais, quando todos os ingressos eram mantidos pelo parceiro, mas que deixaram de aportar com a separação ou com o divórcio. • Civis ou côngruo – manutenção do status quo do credor, destinam-se a manter a condição social, o status da família (ex; o devido aos filhos). • Quanto à causa • Legais ou legítimos – (direito de família): pensão alimentícia. Os alimentos legítimos são devidos em virtude de uma obrigação legal, que pode decorrer do parentesco, do casamento ou do companheirismo. • Voluntários: Os voluntários emanam de uma declaração de vontade inter vivos, como na obrigação assumida contratualmente por quem não tinha a obrigação legal de pagar alimentos, ou causa mortis, manifestada em testamento. Resultam da intenção de fornecer a uma pessoa os meios de subsistência, exemplo: ao um amigo, um afilhado, ect. • Indenizatórios: Resultam da prática de um ato ilícito e constituem forma de indenização, exemplo: em um acidente de trânsito, uma pessoa X cai da moto e machuca a perna e fica impossibilitada de trabalhar, a outra pessoa culpa pelo acidente deve garantir alimentos indenizatórios. • Quanto à finalidade • Definitivos: aqueles transitados APÓS em julgados, ou seja, são os de caráter permanente, estabelecidos pelo juiz na sentença ou em acordo das partes devidamente homologado, malgrado possam ser revistos. • Provisórios: aqueles deferidos provisoriamente ANTES do trânsito em julgado, ou seja, são os fixados liminarmente no despacho inicial proferido na ação de alimentos • Provisionais O Trânsito em julgado da ação de alimentos faz coisa jurídica formal, pelo fato de ser alterado a qualquer tempo, conforme a condição. • Quanto ao momento em que são reclamados • Pretéritos (não são admitidos no direito brasileiro): São pretéritos quando o pedido retroage a período anterior ao ajuizamento da ação. • Atuais: Sãos postulados a partir do ajuizamento da ação. • Futuros: Sãos alimentos devidos somente a partir da sentença, sendo aqueles alimentos que ainda NÃO venceram. Resumindo: O direito brasileiro só admite os alimentos atuais e os futuros. Os pretéritos, referentes ao período anterior à propositura da ação, não são devidos. Se o alimentando, bem ou mal, conseguiu sobreviver sem o auxílio do alimentante, não pode pretender o pagamento de alimentos relativos ao passado. ALIMENTOS PRETÉRITOS 15.01.2020 12.02.2020 AJUIZAMENTO da ação (Alimentos Definitivos) Alimentos futuros Trânsito em julgado Alimentos Atuais 10.01.2021 12.04.2021 Os alimentos só serão deferidos após a citação do réu. PRESTAÇÃO ATUAIS: As 3 últimas prestações vencidas. Vencem no curso da “execução”. No exemplo: fevereiro, marco e abril, são prestações atual pode ser devida com a prisão do devedor. Janeiro será prestação pretérita, se quiser receber irá ajuizar cumprimento de sentença expropriação. PRESTAÇÃO PRETÉRITA: seriam aquelas vendidas, devida e não pagas, pois já havia sido ajuizado a ação, já havia sido deferido o pedido, e não foram pagas. A PRISÃO CIVIL somente poderá ser imposta para compelir o alimentante a suprir as necessidades atuais do alimentário, representadas pelas três últimas prestações, devendo as pretéritas ser cobradas em procedimento próprio. Súmula 309 do STJ - “O débito alimentar que autoriza a prisão civil do alimentante é o que compreende as três prestações anteriores ao ajuizamento da execução e as que se vencerem no curso do processo (Atuais). PRAZO DA PRISÃO – até 90 dias Observação: Não posso confundir ALIMENTOS PRETÉRITOS com PRESTAÇÕES PRETÉRITAS (que vencem a cada 2 anos). OBRIGAÇÃO ALIMENTAR E DEVER DE ALIMENTOS O dever de sustento recai somente sobre os pais, pois tem sua causa no poder familiar. E não é recíproco, ao contrário da obrigação alimentar. Esta, mais ampla, de caráter geral e não vinculada ao poder familiar, decorre da relação de parentesco, em linha reta e na colateral até o segundo grau, do casamento e da união estável. O dever de prestar alimentos funda-se na solidariedade humana e econômica que deve existir entre os membros da família ou os parentes. Há “um dever legal de mútuo auxílio familiar, transformado em norma, ou mandamento jurídico. Entre pais e filhos menores, cônjuges e companheiros não existe propriamente obrigação alimentar, mas dever familiar, respectivamente de sustento e de mútua assistência. A obrigação de prestar alimentos ‘stricto sensu’ tem pressupostos que a diferenciam de tais deveres. Ao contrário desses deveres familiares, é recíproca, depende das possibilidades do devedor e somente se torna exigível se o credor potencial estiver necessitado”. ATENÇÃO: O fato de ter 18 anos, apenas tira o dever de alimento, mas ainda existe a OBRIGAÇÃO de alimento. MAIORIDADE Súmula 358 do STJ: "o cancelamento de pensão alimentícia de filho que atingiu a maioridade está sujeito à DECISÃO JUDICIAL, mediante contraditório, ainda que nos próprios autos". Ou seja, ninguém por livre e espontânea vontade pode cancelar a pensão alimentícia, pois a maioridade não é motivo para sessar. Observação: O desemprego por si só não é condição de não obrigação alimentar. Carlos Roberto Gonçalves, explica: “Reiterada jurisprudência tem, contudo, afirmado a não cessação da obrigação alimentar paterna diante da simples maioridade do filho, determinando a manutenção do encargo até o limite de 24 anos deste – limite este extraído da legislação sobre o imposto de renda –, enquanto estiver cursando escola superior, salvose dispuser de meios próprios para sua manutenção.” CARACTERÍSTICAS DA OBRIGAÇÃO ALIMENTAR Transmissível: transmite-se aos herdeiros do devedor. Quando falamos em herança, é a soma do ativo e do passivo (conjunto patrimonial + os débitos). Os alimentos devem ser suportados no limite da herança: Se o falecido não deixou nada de herança não há pagamento de alimentos, mas se ele deixou uma cota de herança, deve haver o abatimento do valor dos alimentos na oportunidade de realização da partilha dos bens. HERANÇA = ATIVO + PASSIVO Divisível – quando várias pessoas são obrigadas a prestar alimentos, todas concorrem na proporção das suas possibilidades. AMBOS OS GENITORES são obrigados a pagar alimentos. Como isso será declarado? Judicialmente, analisado em caso concreto. Subsidiariamente e de forma complementar pode ser associado os avôs (os pais do genitor que não tem condição de pagar pensão alimentícia). Mas ATENÇÃO, os avôs que foram chamados para cumprir com essa responsabilidade de prestar alimentos, podem acionar os outros avôs da criança, pois a responsabilidade do dever e da obrigação de prestar alimentos é DIVISÍVEL. Todos aqueles que estiverem em mesmo patamar para prestar alimentos, tem o DEVER e OBRIGAÇÃO de presta-los. AVÓS: A responsabilidade dos avós de prestar alimentos aos netos tem natureza complementar e subsidiária, somente quando demonstrada a insuficiência dos genitores. Súmula 596 do STJ "A obrigação alimentar dos avós tem natureza complementar e subsidiária, SOMENTE se configurando no caso de impossibilidade total ou parcial de seu cumprimento pelos pais." Observação: para todas as pessoas menores de 60 anos os alimentos são diviseis (regulado pelo Código Civil) MAIOR DE 60 AN0S – SOLIDÁRIOS (Estatuto do Idoso)→ Não serão diviseis, eles serão solidários, o maior de 60 anos, pode escolher quem deverá pagar. Condicional: A obrigação de prestar alimentos é condicional porque a sua eficácia está subordinada a uma condição resolutiva, Binômio” (trinômio) – necessidade/possibilidade (proporcionalidade). Recíproca: há reciprocidade entre os parentes, cônjuges e companheiros discriminados na lei quanto ao direito à prestação de alimentos e a obrigação de prestá-los, ou seja, ao direito de exigir alimentos corresponde o dever de prestá-los. Mutável – minoração/majoração ou a exoneração. A obrigação de prestar alimentos consiste na propriedade de sofrer alterações em seus pressupostos objetivos: a necessidade do reclamante e a possibilidade da pessoa obrigada. Sendo esses elementos variáveis em razão de diversas circunstâncias, permite a lei que, nesse caso, proceda-se à alteração da pensão. Art. 1.699. Se, fixados os alimentos, sobrevier mudança na situação financeira de quem os supre, ou na de quem os recebe, poderá o interessado reclamar ao juiz, conforme as circunstâncias, exoneração, redução ou majoração do encargo. CARACTERÍSTICAS DO DIREITO A ALIMENTOS 1. Personalíssimo: quer dizer que só o credor de alimentos, pode receber. Como os alimentos se destinam à subsistência do alimentando, constituem um direito pessoal, intransferível. 2. Incessível: não pode ceder o direito de alimento para outra pessoa. Sendo inseparável da pessoa, não pode ser objeto de cessão de crédito, pois a isso se opõe a sua natureza ------------------ 5 anos 5 anos 0 dia DEVER DE ALIMENTOS 18 anos OBRIGAÇÃO DE ALIMENTOS ... ... DEVER de ALIMENTO: é devido aos filhos menores de 18 anos em razão do PODER FAMILIAR → (unilateral). OBRIGAÇÃO DE ALIMENTOS: RECÍPROCA (vínculo – todos poderão pleitear ou pagar alimentos). 3. Impenhorável: são absolutamente impenhoráveis os proventos de pensões e as quantias recebidas e destinadas ao sustento do devedor e de sua família. 4. Incompensável: não pode compensar uma dívida em outra. 5. Imprescritível: pode ser pedido a qualquer tempo, ou seja, não prescreve o direito de postular em juízo o pagamento de pensões alimentícias. 6. ATUAL: no sentido de exigível no presente e não no passado 7. Irrepetível: uma vez pagos, não poderá ser pedido de volta, exemplo: um pai pagou pensão alimentícia por 5 anos, depois de anos a pessoa descobre que o filho não é seu. Ainda que “o alimentante tenha pago pensões a que não estava obrigado, não tem o direito de repeti-las. Obs.: ação de reparação de paternidade: quando ocorre a má-fé de quem provou a maternidade, pode ocorrer uma reparação em valor pecuniário nesses casos. 8. IRRENUNCIÁVEL*: não pode renunciar o direito de alimento, pois é um direito pessoalíssimo. Não se pode assim renunciar aos alimentos futuros. A não postulação em juízo é interpretada apenas como falta de exercício, não significando renúncia. Art. 1.707. Pode o credor não exercer, porém lhe é vedado renunciar o direito a alimentos, sendo o respectivo crédito insuscetível de cessão, compensação ou penhora. Obs.: existe a possibilidade do cônjuge ou do companheiro renunciar esse direito, no pacto antinupcial (a professora entende que não é possível). Segundo Carlos Roberto Gonsalves: Os alimentos devidos e não prestados podem, no entanto, ser renunciados, pois é permitido o não exercício do direito a alimentos. A renúncia posterior é, portanto, válida. Proclama a Súmula 379 do Supremo Tribunal Federal: “No acordo de desquite não se admite renúncia aos alimentos, que poderão ser pleiteados ulteriormente, verificados os pressupostos legais”. Por ela, a renúncia na separação consensual deve ser interpretada como simples dispensa provisória e momentânea da pensão alimentar, podendo o cônjuge, ou companheiro, vir a pleiteá-la ulteriormente, provando a necessidade atual e a possibilidade econômica do alimentante. PRESSUPOSTOS DA OBRIGAÇÃO ALIMENTAR Art. 1.694, §1º Os alimentos devem ser fixados na proporção das necessidades do reclamante e dos recursos da pessoa obrigada. § 2º Os alimentos serão apenas os indispensáveis à subsistência, quando a situação de necessidade resultar de culpa de quem os pleiteia. Trinômio: • NECESSIDADE (de quem pede) • POSSIBILIDADE (de quem paga) • PROPORCIONALIDADE (o que se pede e o que se paga). Status pó: o status que a pessoa tinha antes da dissolução do casamento, seria o padrão de vida que a pessoa já tinha. A intenção do alimento é de cunho pessoal, e não de acumular capital, então é importante levar em consideração o trinômio. Não deve o juiz, pois, fixar pensões de valor exagerado, nem por demais reduzido, devendo estimá-lo com prudente arbítrio, sopesando os dois vetores a serem analisados, necessidade e possibilidade, na busca do equilíbrio entre eles. VÍNCULO: quem pode pedir alimento: Parentes em linha RETA (descendentes e ascendentes), parentes em linha colateral de 2º (irmãos), cônjuge e companheiro. Art. 1.694. Podem os parentes, os cônjuges ou companheiros pedir uns aos outros os alimentos de que necessitem para viver de modo compatível com a sua condição social, inclusive para atender às necessidades de sua educação. Observação: Cônjuge ecompanheiro só terão direito de alimento temporariamente, para que ela consiga restabelecer sua subsistência. MEIOS DE ASSEGURAR O PAGAMENTO DA PENSÃO 1. Ação de alimentos - A Lei 5478/1968 (Lei de Alimentos) estabelece procedimento especial, concentrado e mais célere, para a ação de alimentos. (Prova pré constituída da obrigação de alimentos) → certidão de nascimento, casamento, provando um vínculo. • Alimentos provisórios – passam a ser devidos a partir da citação do réu. • Alimentos definitivos – trânsito em julgado da ação (formal), em razão da mutabilidade dos alimentos. 2. Rito ordinário de Alimentos: é acionado quando não tem prova pré-constituída (inexistência de prova pré-constituída) Ex.: Ação de Investigação de Paternidade cumulada com ação de Alimentos, só terá direito de fato a esse alimento quando for deferido o pedido em relação a investigação de paternidade. *provisionais (pensar o antigo e novo CPC) 3. Iniciativa do devedor: é possível o próprio devedor de alimentos pedir a ação de alimentos, para fixar um valor, por exemplo. Ação revisional de alimentos: em razão de diversas circunstâncias, os pressupostos da obrigação de prestar alimentos – pela necessidade do reclamante e possibilidade da pessoa obrigada –, permite a lei que, neste caso, se proceda à alteração da pensão, mediante ação revisional. Por isso, se diz que a sentença proferida em ação de alimentos não faz coisa julgada material, mas apenas formal, no sentido de que se sujeita a reexame ou revisão, independentemente de esgotamento de todos os recursos. Observações: a. DESEMPREGO por si só não é motivo para retirada da pensão. O desemprego não tem sido considerado causa de exoneração definitiva da obrigação de prestar alimentos, apenas desloca o pagamento para época oportuna, jamais libera o devedor. b. RECONVENÇÃO, cabe sim. MEIOS DE EXECUÇÃO DA PRESTAÇÃO NÃO SATISFATIVA ✓ JUDICIAL ▪ CUMPRIMENTO DE SENTENÇA PRISÃO: só cabe para prestações ATUAIS. ▪ CUMPRIMENTO DE SENTENÇA EXPROPRIAÇÃO (penhora de bens para o pagamento da pensão): cabe para as prestações devidas, vencidas e atuais→ prestações pretéritas. Essas prestações pretéritas vencem a cada 2 anos. ✓ EXTRAJUDICIAL - Ação de Execução (prisão/expropriação) ORDEM DE PRIORIDADES: em tese não necessário pedir logo prisão, deve cumprir uma ordem: 1. Desconto em folha; 2. Rendimentos: 3. Protesto: OBS:CPC 2015 – juízes de direito de família caberia fazer cumprir a obrigação por meios adequados. 4. Prisão/expropriação. A prisão civil por alimentos não tem caráter punitivo. Não constitui propriamente pena, mas meio de coerção, expediente destinado a forçar o devedor a cumprir a obrigação alimentar. O prazo máximo para alguém ficar preso é de 90 DIAS. Pagamento da pensão por terceiros Imagine que a mãe do devedor queira pagar a pensão para o filho dela não ser preso, é possível. Alimentos gravídicos - Lei 11804/2008 alimentos gravídicos Alimentos gravídicos, segundo o art. 2º da citada Lei, são os destinados a cobrir as despesas adicionais do período de gravidez e que sejam dela decorrentes, da concepção ao parto. A Lei n. 11.804/2008, lei que fixa alimentos gravídicos, que são alimentos devidos ao nascituro (aquele que tem vida intrauterina). Eles são fixados no indício de paternidade, não é obrigatória a realização de teste de DNA intrauterino, porque isso pode causar danos ao nascituro.
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