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UUEEMM –– FFAACCUULLDDAADDEE DDEE EECCOONNOOMMIIAA Matemática Financeira Ano Lectivo: 2022 _____________________________________________________________________ Página 1 de 77 Compilado por: Sorte Eduardo A. Sapulia A NECESSIDADE DE ESTUDO DA MATEMÁTICA FINANCEIRA Todos os dias nos deparamos com as seguintes palavras: taxa de juros, capital, desconto, etc. Estes conceitos surgiram quando o Homem percebeu a existência de uma estreita relação entre o dinheiro e o tempo. Nos antigos costumes, os juros eram pagos pelo uso de sementes ou de outras conveniências emprestadas. Muitas das práticas existentes originaram-se dos antigos costumes de empréstimo e devolução de sementes e de outros produtos agrícolas. O primeiro tipo de troca comercial foi o escambo, fórmula segundo a qual se trocavam directamente mercadorias correspondentes a matérias-primas ou a objectos de grande necessidade. A primeira unidade de escambo admitida na Grécia foi o boi. Em outros lugares era usado colares de pérolas ou de conchas. Após certo período, começou-se por trocar faixas de tecido por animais ou objectos. O tecido era a moeda. No Egipto, a moeda era o metal (cobre, bronze e, por vezes, ouro ou prata). Desse modo, as mercadorias passaram a ser trocadas em função de seu "justo preço". Durante a expansão do comércio, assim como durante as guerras, as moedas dos diferentes países eram trocadas. Com o passar do tempo, alguns comerciantes ficaram conhecendo muito bem as moedas estrangeiras e passaram a acumulá-las em grandes quantidades. Tem início a actividade de guardar e emprestar dinheiro. Com isto, os bancos são criados. O primeiro banco privado foi fundado pelo Duque Vitali em 1157, em Veneza. Após este, nos séculos XIII, XIV e XV toda uma rede bancária foi criada. Com a criação dos bancos a Matemática Financeira evoluiu e passou a estar mais presente na vida das pessoas. Hoje ela além de fazer parte de nosso quotidiano, tornou-se uma importante ferramenta para todos, já que auxilia na resolução de problemas que envolvem o cálculo do valor de UUEEMM –– FFAACCUULLDDAADDEE DDEE EECCOONNOOMMIIAA Matemática Financeira Ano Lectivo: 2022 _____________________________________________________________________ Página 2 de 77 Compilado por: Sorte Eduardo A. Sapulia prestações, no pagamento de impostos, rendimento de poupanças e outros. Para tanto, é de fundamental importância o entendimento de alguns termos e conceitos. Formas de Aplicação ou Destino dos Rendimentos O rendimento que as pessoas dispõem pode ser destinado para o consumo ou aforro (poupança). O consumo consiste na compra de bens para o consumo final. O aforro consiste em manter na sua forma líquida ou colocar a render juros. A parte de rendimento que é mantida na sua forma líquida é designada por capital monetário e o processo de manter o capital a render juros é designada por investimento financeiro e o rendimento colocado a render juros por capital financeiro. O capital monetário ou rendimento mantido na sua forma líquida torna-se improdutivo, isto é, não produz rendimento adicional e o objectivo principal deste é suportar as despesas correntes. Esse processo de manter o rendimento improdutivo é designado por entesouramento. Objecto de Estudo O objecto de estudo da Matemática Financeira é o tratamento matemático do juro, as suas várias aplicações. O juro é o preço do capital financeiro, ou seja, é o custo pela utilização de recursos alheios. UUEEMM –– FFAACCUULLDDAADDEE DDEE EECCOONNOOMMIIAA Matemática Financeira Ano Lectivo: 2022 _____________________________________________________________________ Página 3 de 77 Compilado por: Sorte Eduardo A. Sapulia Função Juro Refere-se a correspondência existente entre o juro e os elementos capital, tempo e taxa de juro. Indica as relações matemáticas existentes entre o juro e capital, tempo e taxa de juro. Juro como função de Capital Para cada variação do capital, mantendo constante o tempo e a taxa de juro, corresponderá a um determinado valor de juro. J = f (C) juro como função do capital A relação é positiva, ou seja, um aumento do capital corresponde a um aumento do valor do juro, e uma diminuição do capital corresponde a uma diminuição do valor do juro. Juro com função do Tempo Para cada variação do tempo, mantendo constante o capital e a taxa de juro, corresponderá um determinado valor de juro. J = f (T) juro como função do tempo A relação é positiva também, ou seja, um aumento do tempo corresponde a um aumento do valor do juro, e uma diminuição do tempo corresponde a uma diminuição do valor do juro. Juro como função da taxa de juro Para cada variação da taxa de juro, mantendo constante o capital e o tempo, corresponderá a um determinado valor de juro. UUEEMM –– FFAACCUULLDDAADDEE DDEE EECCOONNOOMMIIAA Matemática Financeira Ano Lectivo: 2022 _____________________________________________________________________ Página 4 de 77 Compilado por: Sorte Eduardo A. Sapulia J = f (i) juro como função da taxa de juro A relação também é positiva, ou seja, um aumento da taxa de juro corresponde a um aumento do valor do juro, e uma diminuição da taxa de juro corresponde a uma diminuição do valor do juro. Juro com função de capital, tempo e taxa de juro Para cada variação simultânea do capital, tempo e a taxa de juro; corresponderá a um determinado valor de juro. J = f (C; T; i) A relação é positiva também, ou seja, um aumento simultâneo do capital, tempo e taxa de juro corresponde a um aumento do valor do juro, e uma diminuição do capital, tempo e taxa de juro corresponde a uma diminuição do valor do juro. Condições Básicas para a existência do juro Para que exista o juro é necessário que a existência de Capital, Tempo e Taxa de Juro; esses valores devem ser positivos e maiores que zero. Regras da Matemática Financeira1 1. É uma impossibilidade em Matemática Financeira a presença de capital, presença de tempo e ausência de juro. A ausência de capital e tempo e presença de juro é outra impossibilidade. 1 A Matemática Financeira rejeita certas práticas, mas há que reconhecer que a liberdade negocial entre partes, devidamente esclarecidas, é sempre mais forte que qualquer imperativo da matemática. UUEEMM –– FFAACCUULLDDAADDEE DDEE EECCOONNOOMMIIAA Matemática Financeira Ano Lectivo: 2022 _____________________________________________________________________ Página 5 de 77 Compilado por: Sorte Eduardo A. Sapulia 2. Qualquer operação matemática sobre 2 ou mais capitais requer a sua homogeneização no tempo. Ou seja, C1 + C2; C1 – C2; C1 = C2, etc, só pode fazer- se se e só se esses capitais estiverem referidos ao mesmo momento, ou data focal (ou seja, quando esses capitais estiverem localizados no mesmo momento). 3. O juro em cada período de capitalização é igual ao capital no início do período, multiplicado pela taxa de juro a vigorar nesse período. Processo de Capitalização Consiste em fazer render um determinado capital ao fim de um determinado período. Um processo de capitalização é composto por vários sub-processos de capitalização também designados por períodos de capitalização (ou períodos de formação de juro). Em cada sub-processo de capitalização (período de capitalização), encontramos o capital inicial periódico, juro periódico e o capital final periódico. O capital inicial periódico é o rendimento colocado a render juros; o juro periódico é o rendimento produzido num determinado período e o capital final periódico é a soma do capital inicial periódico e o juro periódico. Se considerarmos CIK como capital inicial do período K e JK o juro do períodoK e CFK o capital final do período, então: CFK = CIK + JK Onde: K = 1,2,3....n CIk CFk Jk UUEEMM –– FFAACCUULLDDAADDEE DDEE EECCOONNOOMMIIAA Matemática Financeira Ano Lectivo: 2022 _____________________________________________________________________ Página 6 de 77 Compilado por: Sorte Eduardo A. Sapulia No período k (ou qualquer outro período), o capital final desse período (CFk) será igual ao capital no início desse período (CIk) mais o juro produzido nesse período (Jk). Casos notáveis de Processos de Capitalização O juro periódico produzido pode manter-se no processo ou retirado do processo, daí que existem dois casos notáveis: 1º- Os juros periódicos saem do processo- aqui o capital inicial periódico permanece o mesmo e o juro periódico será constante se a taxa de juro for a mesma ao longo do processo. Este tipo de processo é designado por processo de capitalização simples. 2º- Os juros periódicos permanecem no processo- aqui os juros periódicos permanecem no processo e tem efeitos na produção de outros juros. O capital inicial periódico será composto por capital mais juro. Este tipo de processo é designado por processo de capitalização composto. Os capitais iniciais periódicos são diferentes e crescentes e os juros periódicos também crescentes. REGIMES DE CAPITALIZAÇÃO - Regime de Capitalização Simples; - Regime de Capitalização Composto; - Regime de Capitalização Dito Simples; - Regime Misto. UUEEMM –– FFAACCUULLDDAADDEE DDEE EECCOONNOOMMIIAA Matemática Financeira Ano Lectivo: 2022 _____________________________________________________________________ Página 7 de 77 Compilado por: Sorte Eduardo A. Sapulia Regime de Capitalização simples – Característica Principal O juro produzido por período sai do processo de capitalização e como consequência o capital mantém-se constante em cada período de capitalização e igual ao investido no início do processo. CI1=C0 CI2=CF1=C0 CI3=CF2=C0 CIn=CFn-1=C0 No período 1 No período 2 No período 3 No período “n” No período 1: CF1 = CI1+J1 Mas, como o J1 sai do processo, ou seja, é retirado, então: CF1 = CI1 Ou seja: CF1 = C0 que será o capital inicial do período seguinte (CF1 = CI2 = C0) No período 2: CF2 = CI2+J2 Mas, como o J2 sai do processo, ou seja, é retirado, então: CF2 = CI2 Ou seja: CF2 = C0 que será o capital inicial do período seguinte (CF2 = CI3 = C0) No período 3: CF3 = CI3+J3 Mas, como o J3 sai do processo, ou seja, é retirado, então: CF3 = CI3 Ou seja: CF3 = C0 que será o capital inicial do período seguinte (CF3 = CI4 = C0) No período “n”: CFn = CIn+Jn No último período o Jn sai do processo juntamente com o capital, ou seja, é retirado juntamente com o capital inicial, então: CFn = CIn + Jn UUEEMM –– FFAACCUULLDDAADDEE DDEE EECCOONNOOMMIIAA Matemática Financeira Ano Lectivo: 2022 _____________________________________________________________________ Página 8 de 77 Compilado por: Sorte Eduardo A. Sapulia Conclusão: Em cada período de capitalização, o capital mantém-se constante em cada período de capitalização e igual ao investido no início do processo: CI1 = CI2 = CI3 = CI4 = ...... = CIn Em cada período de capitalização, o juro é constante e incide sobre o capital investido no início do processo: J1 = J2 = J3 = J4 = ..... = Jn= CI*i = C0*i O capital final do processo é igual ao capital inicial mais o juro final do processo (ou seja, o juro do último período): CFn = CI + JF, onde JF = juro do último período Como o juro periódico é igual em todos os períodos: JF = JK = CI*i = C0*i Então, o capital final será dado pela seguinte fórmula: CFn = CI + CI*i → CF = CI (1+i) = C0 (1+i) UUEEMM –– FFAACCUULLDDAADDEE DDEE EECCOONNOOMMIIAA Matemática Financeira Ano Lectivo: 2022 _____________________________________________________________________ Página 9 de 77 Compilado por: Sorte Eduardo A. Sapulia EXEMPLO: Um capital de MT 100.000,00 foi colocado durante 5 anos a render juros a uma taxa de juro anual de 20%, com os juros pagos no final de cada ano. Determine: a) O montante recebido no 1 e 4 ano; b) O montante recebido no 5 ano. c) O juro acumulado produzido ao longo do processo. RESOLUÇÃO: Como os juros são pagos no final de cada ano, então estamos perante o regime de capitalização simples, pois os juros são do processo de capitalização periodicamente, ou seja, anualmente. a) O montante recebido em cada período de capitalização é o juro produzido nesse período. Assim sendo, é necessário calcular o juro do primeiro e do quarto ano: J1 =J4= CI*i=100.000*20%=20.000 b) O montante recebido no 5º ano (último período/ano) é o capital final, ou seja: CF = CI (1+i)=100.000 (1+20%)=120.000 c) Não é possível determinar o juro acumulado porque este regime não acumula. UUEEMM –– FFAACCUULLDDAADDEE DDEE EECCOONNOOMMIIAA Matemática Financeira Ano Lectivo: 2022 _____________________________________________________________________ Página 10 de 77 Compilado por: Sorte Eduardo A. Sapulia Regime de Capitalização composto – Característica Principal Neste regime os juros não saem do processo de capitalização, mantém-se no processo e constituem uma nova parcela para efeitos de cálculo do juro do período seguinte. CI1=C0 CI2=CF1 CI3=CF2 CIn=CFn-1 No período 1 No período 2 No período 3 No período “n” No período 1: CF1 = CI1+J1 Mas, como o J1 não sai do processo, ou seja, é capitalizado, então: CF1 = CI1 + J1 Como J1 = CI1*i = C0*i, então: CF1 = CI1 + CI1*i = C0 + C0*i = C0(1+i) Ou seja: CF1 = C0(1+i) que será o capital inicial do período seguinte (CF1 = CI2) No período 2: CF2 = CI2+J2 Mas, como o J2 não sai do processo, ou seja, é capitalizado, então: CF2 = CI2 + J2 Como J2 = CI2*i e CI2 = CF1, então: CF2 = CI2 + CI2*i = CF1 + CF1*i = CF1(1+i) Como CF1 = C0(1+i), então: CF2 = CF1(1+i) = [C0(1+i)](1+i) = C0(1+i) ^2 Ou seja: CF2 = C0(1+i) ^2 que será o capital inicial do período seguinte (CF2 = CI3) No período 3: CF3 = CI3+J3 Mas, como o J3 não sai do processo, ou seja, é capitalizado, então: CF3 = CI3 + J3 UUEEMM –– FFAACCUULLDDAADDEE DDEE EECCOONNOOMMIIAA Matemática Financeira Ano Lectivo: 2022 _____________________________________________________________________ Página 11 de 77 Compilado por: Sorte Eduardo A. Sapulia Como J3 = CI3*i e CI3 = CF2, então: CF3 = CI3 + CI3*i = CF2 + CF2*i = CF2(1+i) Como CF2 = C0(1+i) ^2, então: CF3 = CF2(1+i) = [C0(1+i) ^2](1+i) = C0(1+i)^3 Ou seja: CF3 = C0(1+i) ^3 que será o capital inicial do período seguinte (CF3 = CI4) No período “n”: CFn = CIn+Jn Mas, como o Jn sai do processo juntamente com o capital/saldo em dívida, então: CFn = CIn + Jn Como Jn = CIn*i e CIn = CFn-1, então: CFn = CIn + CIn*i = CFn-1 + CFn-1*i = CFn-1(1+i) Como CFn-1 = C0(1+i) ^n-1, então: CFn = CFn-1(1+i) = [C0(1+i) ^n-1](1+i) = C0(1+i)^n Ou seja: CFn = C0(1+i) ^n que não será o capital inicial do período seguinte porque não existe período seguinte (é o último período). Conclusão: Os capitais periódicos não são iguais, diferente do regime simples. O capital inicial do período é igual ao capital final do período anterior: CI1 ≠ CI2 ≠ CI3 ≠……≠ CIn ou seja, CIk = CFk-1 O juro produzido em qualquer período é diferentedo juro produzido no período anterior: J1 ≠ J2 ≠ J3 ≠ ........ ≠ Jn UUEEMM –– FFAACCUULLDDAADDEE DDEE EECCOONNOOMMIIAA Matemática Financeira Ano Lectivo: 2022 _____________________________________________________________________ Página 12 de 77 Compilado por: Sorte Eduardo A. Sapulia O juro periódico incide sobre o capital em dívida no início desse período (que é o capital final do período anterior): Jk = CIk * i = CFk-1 * i = C0(1+r)^ k-1 * i Os juros produzidos ao longo do processo são entregues juntamente com o capital inicial no final do processo, isto é, o capital final do processo é igual ao capital inicial + o juro total produzido durante o processo. CFn = C0 + JT O juro total é igual a diferença entre o capital final do processo e o capital inicial do processo: JT = CFn – C0 = C0 (1+i) n – C0 = C0 [(1+i) n – 1] O capital final do processo é composto por 3 parcelas, o capital inicialmente investido, o juro produzido com base no capital inicialmente investido e o juro produzido pelo juro capitalizado (juro do juro). O juro do juro é igual ao capital final menos capital inicial e menos a soma dos juros produzidos somente com base em capital inicial, ou seja: JJ = Cn – C0 – n * C0 * i. Por exemplo, no período 2 acima, o J2 = CI2*r, mas como CI2 = CF1 = C0+J1, então: J2 = (C0+J1)*i = C0*r + J1*i. Aqui temos i. juros que são calculados com base em capital inicial (C0*i) e ii. juros que são calculados com base em outro juro (J1*i). UUEEMM –– FFAACCUULLDDAADDEE DDEE EECCOONNOOMMIIAA Matemática Financeira Ano Lectivo: 2022 _____________________________________________________________________ Página 13 de 77 Compilado por: Sorte Eduardo A. Sapulia Assim, o juro sobre juro no período 2 (JJ2) = J2 – C0*i (ou seja, será igual ao juro produzido no 2 periodo, retirado o juro calculado apenas com base no capital inicial). EXEMPLO 1: Num empréstimo de MT 200.000,00, pelo prazo de 6 anos, foi acordada uma taxa de juro anual de 15%, em regime de capitalização composto. Determine: a) O juro produzido no 1 e 3 ano; b) O juro acumulado no final do empréstimo; c) O capital acumulado no final do empréstimo; d) O juro sobre juro. RESULUÇÃO: Dados: Co = 200.000, n = 6, i = 15% composto a) Jk = CIk*i = CFk-1*i J1 = CI1*i = 200.000*15% = 30.000 J3 = CI3*i = CF2*i = Co(1+i) 2*i = 200.000(1+15%)2*15% = 39.675 O juro do período k é igual ao capital final do período anterior (k-1) multiplicada pela taxa de juro do período k. b) JT = Co [(1+i)n -1] = 200.000 [(1+15%)6 -1] = 262.612,1531 O juro acumulado no final do empréstimo é igual ao capital acumulado no final (Cn) subtraída pelo capital no início do empréstimo (Co). c) CF = Co + JT = 200.000+262.612,1531 = 462.612,1531 ou CF = Co(1+i)n = 200.000(1+15%)6 = 462.612,1531 O capital final é igual ao capital inicial adicionado ao juro acumulado no final do empréstimo. UUEEMM –– FFAACCUULLDDAADDEE DDEE EECCOONNOOMMIIAA Matemática Financeira Ano Lectivo: 2022 _____________________________________________________________________ Página 14 de 77 Compilado por: Sorte Eduardo A. Sapulia d) JJ = JT – C0 – n*C0*i = 462.612,1531 – 200.000 – 6*200.000*15% = 462.612,1531 – 200.000 – 180.000 = 82.612,1531 EXEMPLO 2: Um indivíduo depositou, por 10 anos, MT 40.000,00 numa instituição de poupança que remunerava a taxa anual composta de 15%. Sabendo que passados 4 anos, aquela taxa foi alterada para 20% e a partir do 7 ano para 25%, afectando então todo o capital acumulado. Determine: a) O montante recebido no final da aplicação; b) O juro produzido no 5 ano; c) O juro produzido no 8 ano. RESULUÇÃO: Dados: Co = 40.000, i1 = 15%, n = 10, i2 = 20%, i3 = 25% a) Neste exercício, como estamos na presença de várias taxas de juros, primeiro devemos determinar o valor acumulado nos primeiros 4 anos em que vigora a taxa de 15%: CF4 = Co(1+15%) 4; Depois temos que calcular o valor acumulado nos 2 anos seguintes em que vigora a taxa de 20%. No entanto, valor inicial deste período (2 anos) é igual ao valor final dos primeiros 4 anos, assim: CI = Co(1+15%)4. CF6 = CI(1+20) 2 = Co(1+15%)4(1+20%)2 Por fim, temos que calcular o valor acumulados dos últimos 4 anos, em que vigora a taxa de 25%. O valor inicial deste último período (4 anos) é igual ao valor final dos primeiros 6 anos, assim CI = Co(1+15%)4(1+20%)2. UUEEMM –– FFAACCUULLDDAADDEE DDEE EECCOONNOOMMIIAA Matemática Financeira Ano Lectivo: 2022 _____________________________________________________________________ Página 15 de 77 Compilado por: Sorte Eduardo A. Sapulia CF10 = CI(1+25%) 4 = Co(1+15%)4(1+20%)2(1+25%)4 = 40.000(1,15)4(1,2)2(1,25)4 = 245.954,0039 b) J5 = CF4*i2 = 40.000(1,15)4*20% = 13.992,05 c) J8 = CF7*i3 = 40.000(1,15)4(1,2)2(1,25)*25% = 31.482,1125 Regime de capitalização “dito simples” – características É um processo convencional, sem sustentação teórica, e que mais se pratica dada a facilidade de entendimento, mesmo por pessoas pouco versadas em matemática financeira. Contém em si características que são relativas ao regime simples e outras que são relativas ao regime composto. - O capital inicial de qualquer período é igual ao capital final do período anterior: CIK = CFK-1 (características do regime composto); - O juro de qualquer período incide sobre o capital investido no início do processo: JK = C0 * i (características do regime simples), “ferindo” a 3ª regra da matemática financeira já referida, fazendo com que não se produzam os juros de juros; CI1=C0 CI2=CF1 CI3=CF2 CIn=CFn-1 No período 1 No período 2 No período 3 No período “n” No período 1: CF1 = CI1+J1 Mas, como o J1 não sai do processo, então: CF1 = CI1 + J1 Como J1 = C0*i, então: CF1 = CI1 + C0*i = C0 + C0*i = C0(1+i) Ou seja: CF1 = C0(1+i) que será o capital inicial do período seguinte (CF1 = CI2) UUEEMM –– FFAACCUULLDDAADDEE DDEE EECCOONNOOMMIIAA Matemática Financeira Ano Lectivo: 2022 _____________________________________________________________________ Página 16 de 77 Compilado por: Sorte Eduardo A. Sapulia No período 2: CF2 = CI2+J2 Mas, como o J2 não sai do processo, então: CF2 = CI2 + J2 Como J2 = C0*i e CI2 = CF1 = C0(1+i), então: CF2 = CF1+ C0*i = C0(1+i) + C0*i = C0(1+i+i) = C0(1+2*i) Ou seja: CF2 = C0(1+2*i) que será o capital inicial do período seguinte (CF2 = CI3) No período 3: CF3 = CI3+J3 Mas, como o J3 não sai do processo, então: CF3 = CI3 + J3 Como J3 = C0*i e CI3 = CF2 = C0(1+2*i), então: CF3 = CF2+ C0*i = C0(1+2*i) + C0*i = C0(1+2*i+i) = C0(1+3*i) Ou seja: CF2 = C0(1+3*i) que será o capital inicial do período seguinte (CF3 = CI4) No período “n”: CFn = CIn+Jn Mas, como o Jn sai do processo juntamente com o saldo em dívida, então: CFn = CIn + Jn Como Jn = C0*i e CIn = CFn-1=C0[1+(n-1)*i], então: CFn = CFn-1 + C0*i = C0[1+(n-1)*i] + C0*i = C0[1+(n-1)*i + i] = C0(1+n*i) Ou seja: CFn = C0(1+n*i) que não será o capital inicial do período seguinte porque não existe período seguinte (é o último período). Conclusão: Os capitais periódicos não são iguais, igual ao regime composto e diferente do regime simples. O capital inicial do período é igual ao capital final do período anterior: UUEEMM –– FFAACCUULLDDAADDEE DDEE EECCOONNOOMMIIAA Matemática Financeira Ano Lectivo: 2022 _____________________________________________________________________ Página 17 de 77 Compilado por: Sorte Eduardo A. Sapulia CI1 ≠ CI2 ≠ CI3 ≠……≠ CIn ou seja, CIk = CFk-1 Os juros produzidos periodicamente são iguais e são todos calculadossobre o capital inicialmente investido (igual ao regime simples): J1 = J2 = J3 = ........ = Jn O juro periódico incide sobre o capital inicialmente investido: Jk = C0 * i - O juro total do processo é igual a pura soma dos juros produzidos ao longo do processo: JT = ∑ C0*i = n * C0 * i - O capital final do processo é igual ao capital inicial mais o juro total: CFn = Cn = C0 + n * C0 * i = C0 (1 + n * i) - Quando são dadas várias taxas ao longo do processo de capitalização: CFn = Cn = C0 + J1 + J2 + J3 + Jn = C0 + C0*i1 + C0*i2 + C0*i3 +...+ C0*in = = C0 (1 + i1 + i2 + i3 +....+ in) EXEMPLO: Um capital de MT 100.000,00 foi colocado durante 5 anos a render juros a uma taxa de juro anual de 20%, com os juros (sem juros de juros) pagos no final da aplicação. Determine: a) O montante recebido no 1 e 4 ano; b) O montante recebido no 5 ano. c) O juro acumulado produzido ao longo do processo. d) Os juros de juros produzidos ao longo do processo. UUEEMM –– FFAACCUULLDDAADDEE DDEE EECCOONNOOMMIIAA Matemática Financeira Ano Lectivo: 2022 _____________________________________________________________________ Página 18 de 77 Compilado por: Sorte Eduardo A. Sapulia e) O montante recebido no 5 ano, considerando que no primeiro ano vigorou a taxa de 20%, no segundo 21%, terceiro 22%, quarto 24% e no quinto ano 25%. RESOLUÇÃO: a) Não é possível determinar o montante recebido periodicamente uma vez que neste regime os juros são acumulados e entregues no final do processo. b) O montante recebido no 5 ano (último período) é o capital final, ou seja: CF = CI (1+n*r) =100.000 (1+5*20%) =200.000. c) JT = n * C0 * r = 5*100.000*20%=100.000,00. d) Neste regime não há lugar a produção de juros de juros. e) CF= C0 (1 + r1 + r2 + r3+..+rn)=100.000*(1+21%+22%+23%+24%+25%)= = 215.000 Regime misto – Características É uma situação em que ou funcionam os regimes composto e simples em simultâneo ou funcionam os regimes dito simples e simples em simultâneo. Implica que uma parte de juros seja retirado do processo e o remanescente seja recapitalizado ou simplesmente acumulado. UUEEMM –– FFAACCUULLDDAADDEE DDEE EECCOONNOOMMIIAA Matemática Financeira Ano Lectivo: 2022 _____________________________________________________________________ Página 19 de 77 Compilado por: Sorte Eduardo A. Sapulia Duas hipóteses podem acontecer neste tipo de regime: 1. Tratar-se de levantamento de uma parte de juros e a parte remanescente ser recapitalizado ou acumulado; o processo continuará até ao penúltimo período e sendo que no último período levantar-se-á a totalidade dos juros juntamente com o montante acumulado no início desse último período. 2. Tratar-se de pagamento de imposto pela retenção na fonte – implica que apenas serão recapitalizados ou acumulados uma parte de juros até ao final do processo de capitalização. Se considerarmos: α – percentagem dos juros pagos/retirados (que saem do processo); e β – percentagem dos juros remanescentes (retidos/mantidos no processo) α + β = 1 ou α + β = 100% Fórmulas para a 1ª Hipótese: Regime Composto, com pagamentos periódicos de parte de juros Cn = C0 (1 + β*r) n-1*(1+r) Capital Final JK = C0 (1 + β*r) k-1* r Juro Periódico Produzido JKα = α * C0 (1 + β*r) k-1* r Juro Periódico Pago JKβ = β * C0 (1 + β*r) k-1* r Juro Periódico Retido Graficamente (regime composto com pagamento parcial de juros): CI1=C0 CI2=CF1 CI3=CF2 CIn=CFn-1 No período 1 No período 2 No período 3 No período “n” UUEEMM –– FFAACCUULLDDAADDEE DDEE EECCOONNOOMMIIAA Matemática Financeira Ano Lectivo: 2022 _____________________________________________________________________ Página 20 de 77 Compilado por: Sorte Eduardo A. Sapulia No período 1: CF1 = CI1+J1 Mas, como do J1 uma parte dos juros são retirados (ou seja, “α*J1” é retirado) então só ficará “β*J1”, assim: CF1 = CI1 + β*J1 = C0 + β*C0*i = C0(1+ β*i) Ou seja: CF1 = C0(1+ β*i) que será o capital inicial do período seguinte (CF1 = CI2) No período 2: CF2 = CI2+J2 Mas, como do J2 uma parte dos juros são retirados (ou seja, “α*J2” é retirado) então só ficará “β*J2”, assim: CF2 = CI2 + β*J2 Como CI2 = CF1 = C0(1+ β*i), e J2 = CI2*i=CF1*i = C0(1+ β*i) * i, então: CF2 = C0(1+ β*i) + β*C0(1+ β*i)*i = C0(1+ β*i)(1+ β*i) = C0(1+ β*i) ^2 Ou seja: CF2 = C0(1+ β*i) ^2 que será o capital inicial do período seguinte (CF2 = CI3) No período 3: CF3 = CI3+J3 Mas, como do J3 uma parte dos juros são retirados (ou seja, “α*J3” é retirado) então só ficará “β*J3”, assim: CF3 = CI3 + β*J3 Como CI3 = CF2 = C0(1+ β*i) ^2, e J3 = CI3*i=CF2*i = C0(1+ β*i) ^2 * i, então: CF3 = C0(1+ β*i) ^2 + β*C0(1+ β*i)^2 *i = C0(1+ β*i)^2(1+ β*i) = C0(1+ β*i)^3 Ou seja: CF3 = C0(1+ β*i) ^3 que será o capital inicial do período seguinte (CF3 = CI4) No período “n”: CFn = CIn+Jn Mas, como o Jn sai do processo juntamente com o capital/saldo em dívida, então: CFn = CIn + Jn Como Jn = CIn*i (no último período não pagamento parcial do juro) e CIn = CFn-1, então: CFn = CIn + CIn*i = CFn-1 + CFn-1*i = CFn-1(1+i) Como CFn-1 = C0(1+ β*i) ^n-1, então: UUEEMM –– FFAACCUULLDDAADDEE DDEE EECCOONNOOMMIIAA Matemática Financeira Ano Lectivo: 2022 _____________________________________________________________________ Página 21 de 77 Compilado por: Sorte Eduardo A. Sapulia CFn = CFn-1(1+i) = [C0(1+ β*i) ^n-1](1+i) = C0(1+ β*i)^n-1(1+i) Ou seja: CFn = C0(1+ β*i) ^n-1(1+i) que não será o capital inicial do período seguinte porque não existe período seguinte (é o último período). Regime Dito Simples, com pagamentos periódicos de parte de juros Cn = C0 [1 + (n-1)β*r+r] Capital Final JK = C0*r Juro Periódico Produzido JKα= C0*r*α Juro Periódico Pago JKβ= C0*r*β Juro Periódico Retido Graficamente (regime dito simples com pagamento parcial de juros): CI1=C0 CI2=CF1 CI3=CF2 CIn=CFn-1 No período 1 No período 2 No período 3 No período “n” No período 1: CF1 = CI1+J1 Mas, como do J1 uma parte dos juros são retirados (ou seja, “α*J1” é retirado) então só ficará “β*J1”, assim: CF1 = CI1 + β*J1 = C0 + β*C0*i = C0(1+ β*i) Ou seja: CF1 = C0(1+ β*i) que será o capital inicial do período seguinte (CF1 = CI2) No período 2: CF2 = CI2+J2 Mas, como do J2 uma parte dos juros são retirados (ou seja, “α*J2” é retirado) então só ficará “β*J2”, assim: CF2 = CI2 + β*J2 Como CI2 = CF1 = C0(1+ β*i), e J2 = β*C0*i, então: CF2 = C0(1+ β*i) + β*C0*i = C0(1+ β*i + β*i) = C0(1+ 2*β*i) Ou seja: CF2 = C0(1+ 2*β*i) que será o capital inicial do período seguinte (CF2 = CI3) UUEEMM –– FFAACCUULLDDAADDEE DDEE EECCOONNOOMMIIAA Matemática Financeira Ano Lectivo: 2022 _____________________________________________________________________ Página 22 de 77 Compilado por: Sorte Eduardo A. Sapulia No período 3: CF3 = CI3+J3 Mas, como do J3 uma parte dos juros são retirados (ou seja, “α*J3” é retirado) então só ficará “β*J3”, assim: CF3 = CI3 + β*J3 Como CI3 = CF2 = C0(1+ 2*β*i), e J3 = β*C0*i, então: CF3 = C0(1+ 2*β*i) + β*C0*i = C0(1+ 2*β*i + β*i) = C0(1+ 3*β*i) Ou seja: CF2 = C0(1+ 3*β*i) que será o capital inicial do período seguinte (CF3 = C4) No período “n”: CFn = CIn+Jn Mas, como o Jn sai do processo juntamente com o saldo em dívida, então: CFn = CIn + Jn Como Jn = C0*i e CIn = CFn-1=C0[1+ β*(n-1)*i], então: CFn = CFn-1 + C0*i = C0[1+ β*(n-1)*i] + C0*i = C0[1+ β*(n-1)*i+ i] Ou seja: CFn = C0[1+ β*(n-1)*i + i] que não será o capital inicial do período seguinte porque não existe período seguinte (é o último período). Fórmulas para a 2ª Hipótese: Nesta hipótese apenas a fórmula de cálculo do capital final (ou acumulado) é que muda, o resto mantém-se inalterado, ou seja: Cn = C0 (1+ β*r) n para o Regime Composto, com pagamentos periódicos de parte de juros Cn = C0 (1 + nβ* r) para o Regime Dito Simples, com pagamentos periódicos de parte de juros EXEMPLO: Num empréstimo de MT 200.000,00 pelo prazo de 6 anos, foi acordada uma taxa de juro anual de 15%, em regime de capitalização composto. Considerando que 30% dos juros periódicos saem do processo, sendo a restante capitalizada, determine: UUEEMM –– FFAACCUULLDDAADDEE DDEE EECCOONNOOMMIIAA Matemática Financeira Ano Lectivo: 2022 _____________________________________________________________________ Página 23 de 77 Compilado por: Sorte Eduardo A. Sapulia a) O juro produzido no 1 e 4 ano; b) O juro pago no 1 e 4 ano; c) capital acumulado no final do empréstimo RESOLUÇÃO: Dados: Co = 200.000, n = 6, i = 15%, α = 30%, β = 70% a) Jk = Co(1+β*i)k-1*i J1 = Co(1+0,7*15%) 1-1*15% = Co*15% = 200.000*15% = 30.000 J4 = Co(1+0,7*15%) 4-1*15% = 200.000(1+0,7*15%)3*15% = 40.476,98 Aqui pretende-se determinar o montante de juro produzido periodicamente (a soma do juro pago e o juro retido). b) J1pago = α* J1produzido = 30%*30.000 = 9.000 J4pago = 30%*J4produzido = 30%*40.476,98 = 12.143,09 Neste caso, pretende-se saber o valor do juro que foi pago, ou seja, do montante de juro produzido qual o montante que foi pago no primeiro e no quarto ano. c) CF6 = CI6+Jult = CI6+CI6*i = CF5+CF5*i = Co(1+β*i)5+Co(1+β*i)5*i = Co(1+β*i)5(1+*i) = 200.000(1+0,7*15%)5(1+15%) = 378.912,7562 NOTA: Para se determinar o capital final (ou acumulado) neste regime misto é necessário considerar que em todos os períodos (excepto o último), a taxa de juro será UUEEMM –– FFAACCUULLDDAADDEE DDEE EECCOONNOOMMIIAA Matemática Financeira Ano Lectivo: 2022 _____________________________________________________________________ Página 24 de 77 Compilado por: Sorte Eduardo A. Sapulia multiplicada pela percentagem dos juros que ficam retidos no processo (β). No último período, o juro é calculado com base na totalidade da taxa de juro. Regimes de Capitalização – Quadro Resumo Simples Composto Dito simples CIK C0 CFK-1 CFK-1 JK C0 * i CIK * i C0 * i CFn C0 (1+i) C0 (1+i) n C0 (1+n*i) JT ------- C0 [(1+i) n-1] C0 * n * i JJ ------- Cn - C0 - C0 * n * i -------- NOTA: n, i (ou seja, o tempo e a taxa de juro) devem vir expressos na mesma unidade de tempo que é o período de capitalização, ou seja, se período de capitalização for mensal, n e i, deverão vir expressos em meses (ou seja, devem ser convertidos para meses); se o período de capitalização for anual, n e i, deverão vir expressos em anos (ou seja, devem ser convertidos para anos). Cálculo do juro quando o tempo vem dado em dias (e a taxa de juro é anual): J = 365 r *t *C 0 , onde n = 365 t para o ano civil e dividir por 360 para o ano comercial Cálculo do juro quando o tempo vem dado em meses (e taxa de juro é anual): UUEEMM –– FFAACCUULLDDAADDEE DDEE EECCOONNOOMMIIAA Matemática Financeira Ano Lectivo: 2022 _____________________________________________________________________ Página 25 de 77 Compilado por: Sorte Eduardo A. Sapulia J = 12 r *t *C 0 , onde n = 12 t Deve-se utilizar o ano comercial (360) somente quando for indicado, pois que, nos casos em que nada se diz, utiliza-se o ano civil (365). NOTA IMPORTANTE: Na presença de um exercício, o primeiro passo será identificar o período de capitalização (ou seja, o período de formação de juros). ESTE DEVE SER O NOSSO PRIMEIRO DADO. Para este primeiro capítulo, se não nos derem o período de capitalização, subentende-se que este coincide com o período da taxa de juro, ou seja, se a taxa de juro for anual o período de capitalização será anual, se for trimestral o período de capitalização também será trimestral. Se não nos derem o período da taxa de juro, subentende-se que o período é anual. UUEEMM –– FFAACCUULLDDAADDEE DDEE EECCOONNOOMMIIAA Matemática Financeira Ano Lectivo: 2022 _____________________________________________________________________ Página 26 de 77 Compilado por: Sorte Eduardo A. Sapulia EQUIVALÊNCIA DE TAXAS DE JURO - Introdução. Disparidade entre o período da taxa e o período de capitalização - Taxas equivalentes e taxas proporcionais - Taxas efectivas e taxas nominais - Processo de capitalização com um número não inteiro de períodos de capitalização: solução prática e solução teórica. Assumimos até aqui que o período de capitalização coincide com o período de referência da taxa de juro, mas nem sempre isto ocorre, situação há em que a taxa de juro vem dada numa unidade de tempo diferente do período de capitalização. Exemplo: Investimos MT 10.000,00, no processo de capitalização composto, a taxa de juro de 10% ao ano, com capitalização semestral e durante um ano. Neste caso, a taxa de juro dada é de período anual e a capitalização faz-se ao semestre. A questão que se coloca é de como capitalizar ao semestre com uma taxa anual? A disparidade entre o período de capitalização e o de referência da taxa de juro, leva-nos a questão de equivalência de taxas de juros e considerando o nosso exemplo, teríamos que procurar uma taxa de juro de período semestral – período de capitalização – que fosse equivalente a taxa anual de 10%. A priori diríamos que a taxa semestral procurada é de 5% e obtida da seguinte forma: 1 ano ----------- 10% X = ano1 %10 *ano5,0 = 5% ao semestre ½ ano ----------- X UUEEMM –– FFAACCUULLDDAADDEE DDEE EECCOONNOOMMIIAA Matemática Financeira Ano Lectivo: 2022 _____________________________________________________________________ Página 27 de 77 Compilado por: Sorte Eduardo A. Sapulia Considerando o conceito de equivalência de taxas, que diz que “duas taxas de juro referidas a períodos diferentes (uma anual ou maior e outra subanual ou menor) dizem-se equivalentes, quando aplicadas ao mesmo capital inicial e para a mesma duração do processo de capitalização produzem o mesmo valor acumulado. Considerando o nosso exemplo e tomando a taxa de 10% ao ano e o tempo em um ano, e usando o conceito de equivalência de taxas, teremos para valor acumulado: CF1ano = 10.000 (1+10%) = 11.000 Tomando a taxa de 5% ao semestre e o tempo em semestre (2 semestres = 1 ano – a mesma duração), teremos para valor acumulado: CF2 sem = 10.000 (1+5%) 2 = 11.025 Comparando os dois valores acumulados, concluímos que estes são diferentes e onde então podemos dizer que a taxa de 10% ao ano não é equivalente a taxa de 5% ao semestre. Posto isto, qual é então a taxa semestral equivalente a taxa anual de 10%? Considerando o conceito de equivalência de taxas acima referido e representando i’ a taxa semestral equivalente a taxa anual de 10%, podemos estabelecer a equivalência de taxas com base na equação abaixo: CF1ano = CF2sem 10.000 (1+10%) = 10.000 (1+i’)2 (1+10%)=(1+i’)2 i’ = (1+10%)1/2 – 1 = 4,88% (taxa semestral equivalente a taxa anual de 10%) UUEEMM –– FFAACCUULLDDAADDEE DDEE EECCOONNOOMMIIAA Matemática Financeira Ano Lectivo: 2022 _____________________________________________________________________ Página 28 de 77 Compilado por: Sorte Eduardo A. Sapulia Se 4,88% é a taxa semestral equivalente, que tipo de taxa é então a taxa de 5%? A taxa de 5% foi obtida com recurso a proporcionalidade directa, donde é designadapor taxa proporcional. Assim, podemos concluir que entre duas taxas referidas a períodos diferentes (uma taxa anual ou maior e outra subanual ou menor), podemos encontrar dois tipos de relações: relação de equivalência e a relação de proporcionalidade. Atenção: tem que ser taxas de períodos diferentes (uma deve ser maior que outra). Fórmulas Seja: i taxa anual (ou maior) equivalente i(m) taxa anual (ou maior) proporcional, composta m meses durante o ano Exemplos: i(2) = taxa anual proporcional, composta semestralmente (duas vezes ao ano) i(4) = taxa anual proporcional, composta trimestralmente (quatro vezes ao ano) i(12) = taxa anual proporcional, composta mensalmente (doze vezes ao ano) im taxa subanual (ou menor) reportada ao período que corresponde a 1/m do ano. Exemplos: i2 = taxa semestral i4 = taxa trimestral i12 = taxa mensal UUEEMM –– FFAACCUULLDDAADDEE DDEE EECCOONNOOMMIIAA Matemática Financeira Ano Lectivo: 2022 _____________________________________________________________________ Página 29 de 77 Compilado por: Sorte Eduardo A. Sapulia Considerando que entre a taxa i e a taxa im existe uma relação de equivalência e tomando em atenção o conceito de equivalência de taxas, teremos a seguinte equação de equivalência: C0 (1+i) = C0 (1+im) m (1+i) = (1+ im)m Esta é a equação de equivalência de taxas. Onde: m = é o número de vezes que o período da taxa subanual (ou menor) cabe no período da taxa anual (ou maior), ou seja: m = Atenção: a equação de equivalência acima, apenas aceita taxas equivalente (não aceita taxas proporcionais ou nominais). Considerando que entre a taxa i(m) e a taxa subanual im, existe uma relação de proporcionalidade, teremos a seguinte equação de proporcionalidade i(m) --------------------- 1 ano im -------------------- 1/m do ano im = Esta é a equação de proporcionalidade de taxas. Onde: m = é o número de vezes que o período da taxa subanual (ou menor) cabe no período da taxa anual (ou maior), ou seja: m = UUEEMM –– FFAACCUULLDDAADDEE DDEE EECCOONNOOMMIIAA Matemática Financeira Ano Lectivo: 2022 _____________________________________________________________________ Página 30 de 77 Compilado por: Sorte Eduardo A. Sapulia Atenção: a equação de proporcionalidade acima, apenas aceita taxas proporcionais (não aceita taxas equivalentes). Taxas efectivas e nominais Quando a relação que existe entre a taxa anual (ou maior) i e a taxa subanual (ou menor) im for de equivalência, é indiferente trabalhar com a taxa anual i (contando o tempo em anos) ou trabalhar com a taxa subanual im (contando o tempo em meses) pois obtém-se o mesmo valor acumulado. Assim, podemos concluir que se i e im são equivalentes, então ambas são efectivas (portanto, taxas equivalentes são efectivas). No entanto, se ao invés de uma relação de equivalência, tiver uma relação de proporcionalidade entre a taxa i(m) e im, então teremos uma taxa efectiva (que é aquela cujo período coincide com o período de capitalização), e a outra designa-se por taxa proporcional ou nominal. Outros Conceitos de Taxas Taxas ilíquidas e taxas líquidas Chama-se taxa ilíquida (ou bruta) à taxa que não leva em consideração a existência de impostos sobre os juros produzidos e a taxa líquida que já reflete o efeito da fiscalidade. Regra geral, sempre que há juro, há imposto. Este imposto é normalmente determinado aplicando uma taxa (t) ao montante do juro produzido, pelo que o beneficiário fica apenas com o restante do juro periódico produzido (a outra parte vai para o Estado). UUEEMM –– FFAACCUULLDDAADDEE DDEE EECCOONNOOMMIIAA Matemática Financeira Ano Lectivo: 2022 _____________________________________________________________________ Página 31 de 77 Compilado por: Sorte Eduardo A. Sapulia Fórmula: Seja: iliq taxa de juro líquida iiliq taxa de juro ilíquida (ou bruta) t taxa de imposto2 Assim teremos iliq = iiliq(1- t) Taxas correntes e taxas reais Chama-se taxa corrente à taxa que não leva em consideração o efeito correctivo da inflação e a taxa real aquela que já reflecte essa correcção. Existe inflação num dado período quando nesse período o nível geral de preços sobe. Portanto, quando a taxa de juro real for inferior a taxa de juro corrente significa que, em termos reais, o poder de compra se deteriore. Por outro lado, quando a taxa de juro real for superior a taxa de juro corrente significa que, em termos reais, o poder de compra seja maior. Fórmula: Seja: i taxa de juro corrente (anual) iz taxa de juro real (anual) z taxa de inflação 2 É chamada de taxa liberatória, na medida em que “libera” o beneficiário da obrigação de incluir esses rendimentos na sua declaração anual de rendimentos UUEEMM –– FFAACCUULLDDAADDEE DDEE EECCOONNOOMMIIAA Matemática Financeira Ano Lectivo: 2022 _____________________________________________________________________ Página 32 de 77 Compilado por: Sorte Eduardo A. Sapulia Assim, teremos iz 3 = 1 z1 i1 Como se chegou a esta fórmula? Através da expressão abaixo: C0(1+i) = C0(1+z)(1+iz) (1+i) = (1+z)(1+iz) (1+iz) = z1 i1 iz = 1 z1 i1 Vejamos, agora, o que sucede para n períodos de tempo, se as taxas forem variáveis período a período. Aqui deve-se determinar a taxa real média para o prazo da aplicação e que notaremos por i’z. Logo, vem que: C0(1+i1)*….*(1+in) = C0(1+z1)*….*(1+zn)(1+iz) Donde resulta que: iz = 1 )z(1*....*)z1( )i1(*....*)i(1 n1 n1 Exemplo 1: Dada a taxa anual efectiva de 10%, calcule a taxa equivalente de período bimestral. Dados: i = 10% anual (1 + i) = (1 + im) m i6 = ? bimestral (1 + 10%)= (1 + i6) 6 m = 12/2 = 6 (1,1)1/6 - 1 = i6 i6 = 1,6% 3 Deve perceber-se que, em rigor, a taxa real não é igual à diferença entre a taxa corrente e a taxa de inflação conforme vem nalguns manuais de economia UUEEMM –– FFAACCUULLDDAADDEE DDEE EECCOONNOOMMIIAA Matemática Financeira Ano Lectivo: 2022 _____________________________________________________________________ Página 33 de 77 Compilado por: Sorte Eduardo A. Sapulia E é a taxa equivalente para o período de 7 meses? Dados: i = 10% anual (1 + 10%) = (1 + i12/7) 12/7 i12/7 = ? (7 meses) i12/7 = (1,1) 7/12 – 1 m = 12/7 i12/7 = 5,72% Exemplo 2: Um depósito no montante de MT 8.000,00 esteve colocado durante 2 anos, em regime de juro composto, à taxa de 6%. Qual será o valor real dos juros produzidos, sabendo que no primeiro ano a taxa de inflação foi de 3% e de 1,75% no segundo ano? Dados: C0 = 8.000 i = 6% z1 = 3% z2 = 1,75% Vamos calcular o juro, considerando à taxa real média para o prazo da aplicação. Assim sendo, vem que: iz = 1 )%75,13%)(11( %)6(1 2 iz = 7,2% Podemos, agora, calcular o montante dos juros. E sendo que a taxa obtida anteriormente se reporta a todo o prazo da aplicação, o montante total dos juros pode ser obtido multiplicando esta taxa pelo valor de C0. Donde resulta que: Jz (juro real) = iz*C0 = 7,2%*8.000 = 576,00 UUEEMM –– FFAACCUULLDDAADDEE DDEE EECCOONNOOMMIIAA Matemática Financeira Ano Lectivo: 2022 _____________________________________________________________________ Página 34 de 77 Compilado por: Sorte Eduardo A. Sapulia Exemplo 3: Qual o capital final real líquido de um capital de MT 100.000,00 que esteve aplicado a prazo em regime de juro composto, durante 5 anos, sabendo que: - Produziu, durante os 3 primeiros anos, juros à taxa de 8%, tendo sido de 6% a taxa praticada nos 2 últimos;- Do 1º ao 5º ano da aplicação se observou uma taxa de inflação da ordem dos 6,75%, 4,5%, 5% e 6,5%, respectivamente? Considere uma taxa liberatória de 20%. Resolução: Determinar o capital final real líquido implica considerar, em simultâneo, os efeitos da fiscalidade e da inflação. Assim, os juros vão capitalizar à taxa líquida, isto é, 6,4% (=8%*80%) nos 3 primeiros anos e 4,8% (=6%*80%) nos 2 últimos. O capital final real líquido será determinado da seguinte forma: CFRL = C0* )z)(1z)(1z)(1z)(1z1( )i1()i(1 54321 2 2 3 1 Enquanto que as taxas constantes no numerador nos permitem apurar o valor líquido do capital, no denominador consideramos o efeito resultante da perda do poder de compra da moeda. Logo, CFRL = 100.000* )%5,6)(1%7)(1%5)(1%5,4)(1%75,61( %)8,41()6,4%(1 23 = 99.115,28 UUEEMM –– FFAACCUULLDDAADDEE DDEE EECCOONNOOMMIIAA Matemática Financeira Ano Lectivo: 2022 _____________________________________________________________________ Página 35 de 77 Compilado por: Sorte Eduardo A. Sapulia O capital final real líquido é inferior ao seu valor inicial, donde resulta que a rendibilidade auferida por este investimento, ao longo dos 5 anos, não foi suficiente para compensar os efeitos das elevadas taxas de inflação, sendo que deverá ser procurado uma aplicação alternativa. DADA UMA TAXA DE JURO ANUAL EFECTIVA, COMO PODEMOS OBTER UMA TAXA DE JURO NOMINAL REFERIDA PARA O MESMO PERÍODO, OU SEJA, COMO PODEMOS OBTER A TAXA DE JURO ANUAL NOMINAL? Equivalência Proporcionalidade RESPOSTA: Como as equações de equivalência e de proporcionalidade apenas aceitam taxas de períodos diferentes (uma maior e outra menor), então não vai ser possível calcular taxa anual nominal directamente da taxa anual efectiva (pois ambas tem o mesmo período, são ambas anuais). Assim, dada uma taxa de juro anual efectiva, para se obter uma taxa de juro anual nominal, primeiro temos que achar a taxa de juro em que o seu período coincide com o período de capitalização (conforme a figura imediatamente acima). Ou seja, se a capitalização for ao semestre (por outras palavras, se a formação do juro for semestral) então, devemos achar primeiro a taxa de juro semestral. Portanto: Taxa de juro anual efectiva Taxa de juro anual nominal Taxa de juro em que o seu período coincide com o período de capitalização. UUEEMM –– FFAACCUULLDDAADDEE DDEE EECCOONNOOMMIIAA Matemática Financeira Ano Lectivo: 2022 _____________________________________________________________________ Página 36 de 77 Compilado por: Sorte Eduardo A. Sapulia 1. Se a taxa dada for anual efectiva, primeiro temos que calcular a taxa subanual usando a equação de equivalência. E depois a partir dessa taxa subanual podemos calcular a taxa anual nominal usando a equação de proporcionalidade; 2. Mas, se a taxa dada for anual nominal, primeiro temos que calcular a taxa subanual usando a equação de proporcionalidade. E depois a partir dessa taxa subanual podemos calcular a taxa anual efectiva usando a equação de equivalência. PROCESSOS DE CAPITALIZAÇÃO COM UM NÚMERO NÃO INTEIRO DE PERÍODOS DE CAPITALIZAÇÃO – REGIME COMPOSTO. Seja um processo de capitalização com n períodos inteiros de capitalização, mais uma fracção x cuja duração é inferior ao período p de capitalização. Expressando o período não inteiro x em fracção de período inteiro p, teremos x/p e para o nosso processo de capitalização n + x/p períodos de capitalização. No período de capitalização p (período inteiro) vigora a taxa i, e se o nosso processo tivesse só n períodos inteiros, o valor acumulado seria obtido com base na formula Cn = C0 (1 + i) n, mas acontece que para além dos n períodos, temos um período não inteiro x/p, donde que o valor acumulado do processo será ser igual ao valor acumulado dos n períodos inteiros mais o juro do período não inteiro x/p. Ou seja, Cn+x/p = Cn + Jx/p Cn = C0 (1 + i) n e Jx/p = CIx/p * ix/p Como CIx/p = Cn então Cn+x/p = C0 (1+i) n + C0 (1+i) n * rx/p = C0 (1+i) n (1+ix/p) UUEEMM –– FFAACCUULLDDAADDEE DDEE EECCOONNOOMMIIAA Matemática Financeira Ano Lectivo: 2022 _____________________________________________________________________ Página 37 de 77 Compilado por: Sorte Eduardo A. Sapulia Neste tipo de problemas, normalmente é conhecido a taxa do período inteiro (i), mas não é conhecido a taxa do período não inteiro. Como não é conhecido, deve ser calculado. Mas, para calcular temos que saber que tipo de relação existe entre a taxa de período inteiro (i) e taxa de período não inteiro (ix/p)? a) Se a relação for de equivalência (a solução é teórica) Ou seja, neste caso, toma-se que no período não inteiro vigora uma taxa equivalente, donde a taxa subanual (a não inteira) é obtida por recurso a equação de equivalência de taxas. Assim: Dados: i = taxa do período inteiro ip/x = ? taxa do período não inteiro m = p/x (onde p é o período da taxa inteira ou maior e x é o período da taxa não inteira ou menor) (1+i)=(1+ip/x) p/x Donde ip/x = (1+i) x/p – 1 Assim, Cn+x/p = C0 (1+i) n (1+ip/x) = C0 (1+i) [1+(1+i) x/p – 1] = C0 (1+i) n (1+i)x/p = C0 (1+i) n+x/p b) Se a relação for de proporcionalidade (a solução é prática) Ou seja, neste caso, toma-se que no período não inteiro vigora uma taxa proporcional, donde a taxa subanual (não inteira) é obtida por recurso a equação de proporcionalidade de taxas. Assim: UUEEMM –– FFAACCUULLDDAADDEE DDEE EECCOONNOOMMIIAA Matemática Financeira Ano Lectivo: 2022 _____________________________________________________________________ Página 38 de 77 Compilado por: Sorte Eduardo A. Sapulia ip/x = Assim, Cn+x/p = C0 (1+i) n (1+ip/x) = C0 (1+i) n (1+ p x * i) NOTA: Nas duas relações acima, devemos assegurar que o período da taxa i (taxa inteira) seja igual ao período de capitalização. Desse modo, a taxa i (inteira) será uma taxa de juro simultaneamente efectiva e nominal, pelo que com essa taxa é possível usar na equação de equivalência como na equação de proporcionalidade. CASO DE REGIME PURAMENTE SIMPLES No regime simples, vimos que o juro é pago no final de cada período da sua formação/produção e no final do processo o devedor tem a pagar o capital inicialmente obtido mais o juro do último período. O último período, é neste caso o período não inteiro (x/p), donde: C n+x/p = C0 + Jx/p e Jx/p = C0 * rp/x, onde Cn+x/p = C0 + C0 * ip/x = C0 (1+ip/x) a) Se a relação for de equivalência (solução teórica): A taxa subanual será ip/x = (1+i) x/p – 1 E o Cn+x/p = C0 [1+(1+i) x/p -1] = C0 (1+i) x/p Ou seja, Cn+x/p = C0 (1+i) x/p UUEEMM –– FFAACCUULLDDAADDEE DDEE EECCOONNOOMMIIAA Matemática Financeira Ano Lectivo: 2022 _____________________________________________________________________ Página 39 de 77 Compilado por: Sorte Eduardo A. Sapulia b) Se a relação for de proporcionalidade (solução prática): A taxa subanual (ou taxa de período não inteiro) será ip/x = p x * i E o Cn+x/p = C0 (1+ p x * i) NOTA: Nas duas relações acima, devemos também assegurar que o período da taxa i (taxa inteira) seja igual ao período de capitalização. Desse modo, a taxa i (inteira) será uma taxa de juro simultaneamente efectiva e nominal, pelo que com essa taxa é possível usar na equação de equivalência como na equação de proporcionalidade. EXEMPLO: Um capital de MT 80.000,00, esteve colocado durante 10 anos e 11 meses, num processo de capitalização composto de período trimestral, a taxa de juro anual nominal de 20%. Determine o capital acumulado, considerando para eventual fracção do período de capitalização:a) Taxa proporcional; b) Taxa equivalente. RESOLUÇÃO: Dados: Co = 80.000, n = 10 anos e 11 meses, im = 20% a) Primeiro passo é identificar o período de capitalizacapo. Neste exercício é trimestral. Depois calcular a taxa que coicide com o período de capitalização, ou seja, a taxa trimestral (essa taxa é simultaneamente efectiva e nominal. É a taxa que calcula juros): i4 = 4 %20 = 5% UUEEMM –– FFAACCUULLDDAADDEE DDEE EECCOONNOOMMIIAA Matemática Financeira Ano Lectivo: 2022 _____________________________________________________________________ Página 40 de 77 Compilado por: Sorte Eduardo A. Sapulia Depois converter o tempo para o período de capitalização, ou seja, para trimestres: n = 43 + 3 2 trimestres Teremos 43 periodos inteiros e um período não inteiro (2/3) Por fim, calcular o valor acumulado usando a fórmula da solução prática: Cn+x/p =Co(1+i) n(1+x/p*i) = 80.000(1+5%)43(1+2/3*5%) = 673.705,80 b) Nesta alínea, é só calcular o valor acumulado usando a fórmula da solução teórica: Cn+x/p = Co(1+i) n+x/p = 80.000(1+5%)43+2/3 = 673.528,60 EXEMPLO: Um capital de MT 10.000,00 foi colocado durante 3 anos e 5 meses, num processo de capitalização simples, a taxa de juro anual nominal de 15% (capitalização trimestral). Calcule o valor no final do processo, considerando que na eventual fracção do período, vigorou: a) Solução teórica (taxa equivalente); b) Solução prática (taxa proporcional). RESULUÇÃO: Dados: Co = 10.000, n = 3 anos e 5 meses, i(4) = 15%, i4 = ? a) i4 = 15%/4 = 3,75% Cn+x/p = Co(1+i) x/p = 10.000(1+3,75%)2/3 = 10.248,50 UUEEMM –– FFAACCUULLDDAADDEE DDEE EECCOONNOOMMIIAA Matemática Financeira Ano Lectivo: 2022 _____________________________________________________________________ Página 41 de 77 Compilado por: Sorte Eduardo A. Sapulia b) Cn+x/p = Co(1+x/p*i) = 10.000(1+ 2/3*3,75%) = 10.250,00 DESCONTOS - Introdução - Desconto Simples: Desconto por Fora e Desconto por Dentro - Desconto Composto - Desconto bancário de letras e livranças Até aqui temos analisado processos de capitalização que vão do início até ao vencimento dos mesmos, mas nem sempre isso ocorre, situação há em que quer por necessidade do devedor como do credor os processos são interrompidos antes do seu vencimento, quando faltam t períodos do processo por cumprir. Perante esta situação, quanto é que o devedor terá que pagar na data da antecipação? Ou ainda, do ponto de vista do credor, quanto ele irá receber na data da antecipação? Cn = valor nominal da dívida Cn-t = valor actual da dívida n-t = momento da antecipação da dívida t = número de períodos que faltam por vencer Na data da antecipação, o devedor irá pagar o valor actual da dívida, isto é, o valor nominal da dívida actualizado ou descontado para o momento da antecipação. Designando por Desconto, o encargo que o credor suporta pelo recebimento antecipado da dívida e representando por D, podemos concluir que o valor actual da dívida (Cn-t) é igual ao valor nominal da dívida (Cn) deduzido do montante de Desconto (D): Cn-t = Cn – D UUEEMM –– FFAACCUULLDDAADDEE DDEE EECCOONNOOMMIIAA Matemática Financeira Ano Lectivo: 2022 _____________________________________________________________________ Página 42 de 77 Compilado por: Sorte Eduardo A. Sapulia Donde virá para Desconto: D = Cn – Cn-t Dissemos que o valor actual da divida resulta da actualização ou desconto do valor nominal pelos t períodos que faltam por vencer. Para fazer a actualização ou desconto teremos de pressupor a existência de um processo de capitalização implícito que vai correr do momento do vencimento da dívida (n) e o momento da antecipação (n-t). Esta capitalização poderá ser feita recorrendo ao regime dito simples ou ao regime composto. O caso de regime puramente simples, deixa de ter relevância dado que neste regime o capital em dívida em qualquer momento corresponde ao valor inicialmente cedido mais o juro do período vencido. Ao Desconto realizado com base no regime dito simples, designa-se por Desconto Simples e ao realizado com base no regime composto designa-se por Desconto Composto. Desconto Simples Tem como base o regime de capitalização dito simples e corresponde ao juro dito simples referente aos t períodos que faltam por cumprir, e pode ser calculado com base no valor actual da divida ou com base no valor nominal da dívida. Desconto por Dentro ou Racional – neste caso o desconto corresponde ao juro dito simples calculado com base no valor actual da dívida: DD = JDS = Cn-t * t * r UUEEMM –– FFAACCUULLDDAADDEE DDEE EECCOONNOOMMIIAA Matemática Financeira Ano Lectivo: 2022 _____________________________________________________________________ Página 43 de 77 Compilado por: Sorte Eduardo A. Sapulia Acontece que no momento da actualização, não conhecemos o valor actual da dívida, pelo que devemos procurar uma fórmula que nos permita determinar o valor do desconto com base no valor nominal da dívida. Sabendo que: D = Cn – Cn-t e D = DD = Cn-t * t * r, então Cn – Cn-t = Cn-t * t * r Cn = Cn-t (1+t * r) Cn-t = r*t1 C n (Fórmula de cálculo do valor actual com base no valor nominal). Assim, como DD = Cn-t * t * r e Cn-t = r*t1 C n , então DD = r*t1 r*t*C n (Fórmula de cálculo do desconto por dentro, com base no valor nominal). Desconto por Fora ou Comercial – É o que mais se pratica e toma como base o valor nominal da dívida, ou seja, o desconto corresponde ao juro dito simples calculado com base no valor nominal: DF = JD S= Cn * t * r Para calcular o valor actual, sabemos a priori que: D = Cn – Cn-t e DF = Cn * t * r, então Cn * t * r = Cn – Cn-t Assim, Cn-t = Cn (1 - t * r) (Fórmula de cálculo do valor actual com base no valor nominal). Nota: UUEEMM –– FFAACCUULLDDAADDEE DDEE EECCOONNOOMMIIAA Matemática Financeira Ano Lectivo: 2022 _____________________________________________________________________ Página 44 de 77 Compilado por: Sorte Eduardo A. Sapulia Tanto o desconto por fora como por dentro são utilizados para períodos de tempo curtos, geralmente inferiores a 1 ano. Normalmente a taxa de juro que nos é dada é de período anual pelo que nos casos em que o tempo vem dado em meses ou dias deve-se dividir o t por 12 quando o tempo vem dado em meses e por 365 ou 360 quando o tempo vem dado em dias. Desconto Composto Utiliza o regime de capitalização composto. O valor actual é calculado com base na actualização do valor nominal nos moldes do regime de capitalização composto: Cn-t = Cn (1+r) -t Sabendo que: D = Cn – Cn-t e que Cn-t = Cn (1+r) -t, então D = Cn – Cn (1+r) -t D = Cn [1-(1+r) -t] Desconto de títulos de crédito A emissão de títulos de crédito (letras e livranças) ocorre, no contexto da actividade comercial, essencialmente devido a 2 razões: 1. A emissão de um título de crédito justifica-se perante a ausência de uma forte relação de confiança entre o devedor e o credor. Em caso de incumprimento, a posse do título permite ao credor mover uma acção contra o devedor; 2. Mesmo havendo confiança, a existência de um título de crédito possibilita a sua apresentação a desconto junto de uma instituição bancária (desconto bancário), que adianta ao credor os fundos correspondentes à dívida titulada. Acresce ainda UUEEMM –– FFAACCUULLDDAADDEE DDEE EECCOONNOOMMIIAA Matemática Financeira Ano Lectivo: 2022 _____________________________________________________________________ Página 45 de 77 Compilado por: Sorte Eduardo A. Sapulia que os títulos podem ser endossados (desse modo, os próprios títulos funcionam como meios de pagamento, uma vez que o direito ao crédito é transferido para outrem).Letras – Conceito e Características A letra é um título de crédito pelo qual uma pessoa (sacador/credor) ordena a outra (sacado/devedor) que lhe pague a si próprio ou a um terceiro (tomador/beneficiário) uma determinada importância, em determinada data. Para além dos intervenientes acima apontados – sacador, sacado e tomador ou beneficiário – outros poderão surgir no contexto da emissão e da negociação de uma letra: Aceitante – o sacado após ter reconhecido o saque e assinado a letra; Endossante – pessoa que transfere os seus direitos por intermédio do acto de endosso; Endossado – aquele a quem são transmitidos os direitos pelo endossante; Cedente – pessoa que apresenta a letra ao banco para desconto. Desde a emissão da letra até ao seu vencimento, duas situações podem ocorrer: 1. A letra pode permanecer em carteira ou na fonte, isto é, na posse do sacador ou daquele a quem o título foi endossado até ao vencimento. No vencimento, compete ao devedor proceder à liquidação do montante em dívida junto do beneficiário (ou sacador), sem que haja intervenção directa de uma entidade bancária; 2. A letra pode ser apresentada a desconto junto de uma entidade bancária, nos casos em que o sacador (ou da pessoa cuja posse da letra se encontra) necessite de fundos antes do vencimento. A entidade bancária credita na conta à ordem do UUEEMM –– FFAACCUULLDDAADDEE DDEE EECCOONNOOMMIIAA Matemática Financeira Ano Lectivo: 2022 _____________________________________________________________________ Página 46 de 77 Compilado por: Sorte Eduardo A. Sapulia cedente o valor líquido da operação, já deduzidos os encargos inerentes ao desconto. Desconto de letras No desconto de letras, designaremos por desconto bancário a totalidade de encargos a deduzir ao valor nominal do título. Quais são esses encargos? O juro ou o desconto propriamente dito (calculado segundo as regras do desconto comercial simples, também designado por desconto por fora) – vamos representar por DF; A comissão de cobrança, que é uma percentagem ou permilagem que incide, em regra, sobre o valor nominal da letra. No fundo é o preço de um serviço prestado pelo banco e varia de banco para banco, de acordo com factores como o local de pagamento diferente do local de desconto da letra, etc – vamos representar por α. Imposto de selo, que é um encargo fiscal, imposto por lei (ao contrário do juro, comissão de cobrança e portes que são receita do banco, o imposto de selo é receita do Estado). Incide sobre o somatório do montante dos juros (desconto por fora) e da comissão de cobrança) – vamos representar por I; Portes, à semelhança do que sucede com as comissões de cobrança, o valor de portes depende do estabelecido na tabela de preços de cada banco, muito embora sejam, em regra, de montante reduzido. Destinam-se a cobrir despesas de correio e/ou de comunicação associadas ao desconto da letra. O seu montante é fixo por letra, sendo também frequente a isenção do pagamento para determinados segmentos da clientela – vamos representar por P. NOTA: UUEEMM –– FFAACCUULLDDAADDEE DDEE EECCOONNOOMMIIAA Matemática Financeira Ano Lectivo: 2022 _____________________________________________________________________ Página 47 de 77 Compilado por: Sorte Eduardo A. Sapulia A prática bancária permite que as letras sejam liquidadas nos 2 dias posteriores ao seu vencimento. Assim, DB = Juros + Comissão de Cobrança + Imposto de Selo + Portes. DB = DF + C + IS + P DB = (DF + C)(1 + I) + P DB = (Cn * t * r + α*Cn)(1+I) + P DB = Cn(t * r + α)(1+I) + P As vendas crédito e o cálculo do valor nominal da letra As vendas quanto a modalidade de pagamento poderão ser a pronto ou a crédito e no caso das vendas a crédito estas poderão levar a emissão de letras e livranças. Na emissão desses títulos de crédito em geral, e da letra em particular, um dos princípios a que se deve obedecer é a inclusão do valor da dívida a pagar na data do vencimento. Na determinação deste montante, temos que ter em conta um dos dois pressupostos, como vimos atrás: 1. A letra é emitida pressupondo o seu imediato desconto junto ao banco. Neste caso quem concede efectivamente o crédito é o banco, pois que o vendedor/sacador realiza de imediato por recurso ao desconto bancário o valor do preço de pronto pagamento. Nesta opção podemos encontrar duas alternativas: a) Emissão de uma só letra – neste caso o crédito é representado por uma letra aceite pelo comprador/sacador e na determinação do valo nominal UUEEMM –– FFAACCUULLDDAADDEE DDEE EECCOONNOOMMIIAA Matemática Financeira Ano Lectivo: 2022 _____________________________________________________________________ Página 48 de 77 Compilado por: Sorte Eduardo A. Sapulia dessa letra, o vendedor inclui para além do preço de pronto pagamento (é dívida para o comprador e representaremos pela letra PPP) o valor do encargo de desconto da mesma junto ao banco: Cn = PPP + DB Se: DB = Cn(t * r + α)(1+I) + P Então Cn = PPP + Cn(t * r + α)(1+I) + P Cn = I)1)( r *(t - 1 P PPP Ou, Cn = I)1)( r *(t - 1 P Parcial) Pagamento - (PPP , no caso em que o vendedor procede ao pagamento de uma parte do PPP. b) Emissão de várias letras – Neste caso a dívida é representada por várias letras de vencimentos distintos. Quanto ao valor nominal, este poderá ser constante ou variável e essa variação poderá obedecer a uma lei específica (progressão aritmética, geométrica) ou não. Na determinação do valor nominal de cada letra, o somatório dos valores nominais das letras será igual a PPP (valor em dívida) mais o somatório do desconto bancário das letras. DBPPPCn Ou, DBParcial) Pagamento-PPP(Cn no caso em que o vendedor procede ao pagamento de uma parte do PPP. UUEEMM –– FFAACCUULLDDAADDEE DDEE EECCOONNOOMMIIAA Matemática Financeira Ano Lectivo: 2022 _____________________________________________________________________ Página 49 de 77 Compilado por: Sorte Eduardo A. Sapulia 2. A letra é emitida pressupondo a sua retenção pelo credor ate ao vencimento. Neste caso na determinação do valor nominal este para além da PPP (dívida) irá incluir o juro relativo ao crédito pelo tempo que vai da emissão até ao vencimento do título: Cn = PPP (1+ t*r) Ou, Cn = (PPP-Pagamento Parcial) (1+ t*r) A reforma da letra e o cálculo do valor nominal da nova letra Chegada a data de vencimento da letra, uma das duas situações pode ocorrer: o devedor paga o valor em dívida ou o devedor não paga. Nesta segunda hipótese, ele pode negociar com o vendedor a prorrogação do prazo, pois uma das condições essenciais da letra é a inclusão da data de vencimento e esta não pode ser rasurada. Esta situação leva a emissão de uma nova letra com um novo prazo de vencimento – a esta substituição de uma letra vencida por uma nova de vencimento posterior designa-se por reforma da letra. Os procedimentos para o cálculo do valor nominal da nova letra (Cn+t) são os mesmos que vimos anteriormente, mas só que o preço de pronto pagamento (PPP) é substituída pelo valor nominal da antiga letra (Cn). Há reforma total/integral quando na data de vencimento o devedor/comprador não efectua qualquer amortização. No caso da reforma parcial, o devedor/comprador liquida certa percentagem do valor em dívida, havendo lugar à emissão de uma nova letra correspondente à quantia remanescente. Livranças – Conceito e Características UUEEMM –– FFAACCUULLDDAADDEE DDEE EECCOONNOOMMIIAA Matemática Financeira Ano Lectivo: 2022 _____________________________________________________________________ Página 50 de 77 Compilado por: Sorte Eduardo A. Sapulia A livrança é um título de créditonegociável, através do qual o subscritor se compromete a pagar ao beneficiário, ou à ordem deste, uma dada importância, numa data futura. As livranças são utilizadas, na maioria dos casos, para titular financiamentos bancários de curto prazo, em que o beneficiário é uma instituição bancária, apesar de existirem livranças em que ambos os intervenientes são particulares. A livrança distingue-se da letra, na medida em que a primeira se trata de uma promessa de pagamento, a segunda comporta uma ordem de pagamento. Por outro lado, a letra surge na sequência de uma transacção comercial, sendo que a livrança se associa a financiamentos directos. Na livrança intervirão o subscritor ou emitente, quem emite o título e que pela sua assinatura se obriga a pagar uma determinada importância no futuro e o beneficiário ou tomador, aquele a quem ou à ordem de quem, o título é pagável. Desconto de livranças No desconto de livranças (também chamada de desconto por financiamento) são devidos juros calculados de modo idêntido ao caso das letras, isto é, considerando os 2 dias adicionais para pagamento. Porém, estando as livranças na posse do banco que realiza a operação de financiamento, não são devidas as quantias referentes a comissões de cobrança e portes. Mas, é cobrado o imposto de selo, que, como apontámos atrás resulta da imposição legal (receita do Estado), incidindo assim, sobre o montante dos juros. Assim sendo, no contexto do desconto por financiamento, os encargos cingem-se aos juros, determinados em função do montante de crédito efectivamente concedido e ao imposto de selo. UUEEMM –– FFAACCUULLDDAADDEE DDEE EECCOONNOOMMIIAA Matemática Financeira Ano Lectivo: 2022 _____________________________________________________________________ Página 51 de 77 Compilado por: Sorte Eduardo A. Sapulia Existem 2 principais possibilidades no que concerne à concessão de crédito titulado por intermédio de livranças, a saber: 1. O valor nominal da livrança inclui o montante de capital mutuado, bem como os respectivos encargos. Nesta opção, uma vez que o valor nominal da letra engloba os encargos inerentes à operação de desconto, na data da emissão, a conta à ordem do subscritor será creditada pelo capital mutuado (C0), devendo a mesma ser debitada, no vencimento, pelo valor nominal da livrança. VN = C0 + DD + IS VN = C0 + DD + DD*I = C0 + DD (1+I) VN = C0 + D*t*i (1+I) = C0 [1+t*i(1+I)] (aqui, o VN é diferente do C0) 2. O valor nominal da livrança corresponde ao capital mutuado, sendo os encargos pagos antecipadamente pelo seu valor actual. Aqui o valor nominal vai corresponder à quantia a liquidar no vencimento e o saldo final na conta à ordem do subscritor na data de emissão será menor que o valor do título e a diferença corresponderá aos encargos actualizados de acordo com a modalidade do desconto por dentro. SF (saldo final na conta do subscritor) SF = VN – DD – IS sendo que IS = DD*I SF = VN – (DD + IS) = VN – (DD + DD*I) SF = VN – DD(1+I), UUEEMM –– FFAACCUULLDDAADDEE DDEE EECCOONNOOMMIIAA Matemática Financeira Ano Lectivo: 2022 _____________________________________________________________________ Página 52 de 77 Compilado por: Sorte Eduardo A. Sapulia Mas como os encargos são pagos antecipadamente, existe a necessidade de actualizar esses encargos para o momento presente, nos moldes do desconto por dentro, ou seja: SF = VN – )I1( r *t 1 DD Os encargos do desconto, são calculados, como dissemos atrás, através do montante efectivamente emprestado. Neste caso, como os encargos são pagos antecipadamente, e pese embora o montante que será saldo final na conta do devedor seja menor, o valor do empréstimo é o valor nominal (C0 = VN), pelo que os encargos incidirão sobre o valor nominal da livrança. Assim, DD = VN*t*i Pelo que, SF = VN – )I1( r *t 1 i*t*VN = VN )I1( r *t 1 i*t 1 SF = VN )I1( r *t 1 i*t 1 ou SF = C0 )I1( r *t 1 i*t 1 A reforma da livrança e o cálculo do valor nominal da nova livrança Os procedimentos na reforma da livrança são os mesmos que vimos da reforma da letra. Pode existir também a reforma total/integral ou a reforma parcial. EQUIVALÊNCIA DE CAPITAIS - Equivalência Simples; - Equivalência composta. A relação entre o devedor e o credor em muitos casos não se resume a uma única dívida, pode ser estendida a várias dívidas que o devedor tem para com o seu credor e pode haver interesse em substituir essas dívidas por um pagamento único ou por vários pagamentos. UUEEMM –– FFAACCUULLDDAADDEE DDEE EECCOONNOOMMIIAA Matemática Financeira Ano Lectivo: 2022 _____________________________________________________________________ Página 53 de 77 Compilado por: Sorte Eduardo A. Sapulia Tanto num como noutro, os capitais a substituir como os capitais substitutos deverão ser financeiramente equivalentes. Diz-se que dois ou mais capitais são financeiramente equivalentes quando, para um determinado momento (data focal), os seus valores actuais são iguais. Para estabelecer a equivalência de capitais é necessário considerar dois passos: 1. Actualizar todos os capitais para um determinado momento, data focal, (para facilitar, consideraremos o momento presente), o que pressupõe a existência de um processo implícito de capitalização que vai decorrer entre o vencimento de cada capital e o referido momento, pelo que é necessária a adopção de uma taxa de juro, neste caso, designada de taxa de avaliação. A actualização pode efectuar- se recorrendo ao regime de capitalização dito simples ou ao regime composto, dai resulta a equivalência simples e composta. 2. Adicionar os valores actuais dos capitais a substituir e igualar aos valores actuais dos capitais substitutos. No caso de substituição de vários capitais por um único pagamento a esse pagamento único é designado por capital comum (CC) e o vencimento desse capital designa-se por vencimento comum (t). Equivalência Simples Toma como base o regime dito simples e actualização dos capitais é feita nos moldes do desconto por fora ou por dentro, daí desdobra-se em equivalência por fora e por dentro. Equivalência por dentro UUEEMM –– FFAACCUULLDDAADDEE DDEE EECCOONNOOMMIIAA Matemática Financeira Ano Lectivo: 2022 _____________________________________________________________________ Página 54 de 77 Compilado por: Sorte Eduardo A. Sapulia Neste caso toma-se a fórmula do valor actual por dentro para a actualização dos capitais. Seja os capitais Cx e Cy vencíveis em tx e ty, para que esses capitais sejam equivalentes é necessário que os seus valores actuais sejam iguais. Sabendo que o valor actual no Desconto por Dentro é dado pela formula: Cn-t = r*t1 C n e considerando os passos necessários para estabelecer a equivalência: 1º. Actualizar os capitais (para o momento presente, para facilitar): Cα-tα = r*t1 C ; Cβ-tβ = r*t1 C 2º. Igualar os valores actuais: r*t1 C r*t1 C No caso de equivalência de vários capitais por um único capital (CC) Sejam os capitais C1; C2;....; Cn, vencíveis em t1; t2;.....; tn. Para substituir esses capitais por um capital único de vencimento único (t), teremos: 1º. Actualizar os capitais (para o momento presente): C1-t1 = r*t11 C1 ; C2-t2 = r*t21 C 2 ; Cn-tn = r*tn1 C n VA = r*t1 (t) CC UUEEMM –– FFAACCUULLDDAADDEE DDEE EECCOONNOOMMIIAA Matemática Financeira Ano Lectivo: 2022 _____________________________________________________________________ Página 55 de 77 Compilado por: Sorte Eduardo A. Sapulia 2º. Adicionar os valores actuais asubstituir e igualar ao valor actual do capital único: r*t1 CC(t) r*tn1 C ....... r*t21 C r*t11 C n21 Se a incógnita for o vencimento comum é só resolver a equação em ordem a t. 1+ t*r = r*t1 C CC(t) No caso de equivalência de vários capitais por vários capitais, o procedimento é o mesmo, ou seja, é necessário actualizar tanto os capitais a substituir como os capitais substitutos. r*t1 C r*t1 C Equivalência por fora Neste caso, utiliza-se a fórmula de cálculo do valor actual no Desconto por FORA e os procedimentos são os mesmos da equivalência por dentro. Equivalência Composta Os passos para estabelecer a equivalência são os mesmos, mas a actualização é feita com base no regime composto. Sejam os capitais C1; C2; ....; Cn vencíveis em t1; t2; ...; tn. Para substituir esses capitais por um capital único vencível no momento t (vencimento comum), teremos: UUEEMM –– FFAACCUULLDDAADDEE DDEE EECCOONNOOMMIIAA Matemática Financeira Ano Lectivo: 2022 _____________________________________________________________________ Página 56 de 77 Compilado por: Sorte Eduardo A. Sapulia 1º. Actualizar todos os capitais, incluindo o capital único: C1-t1 = C1(1+r) -t1 , C2-t2 = C2(1+r) -t2 , ....., Cn-tn = Cn(1+r) -tn VA = CC(t) (1+r)-t 2º. Adicionar os valores actuais dos capitais a substituir e igualá-los ao valor actual da dívida única (capital único): C1(1+r) -t1 + C2(1+r) -t2 + ....+ Cn(1+r) -tn = CC(t) (1+r)-t Se a incógnita for capital comum é só resolver a equação em ordem a CC(t): CC(t) = (1+r)t tk- 1k k r)1(C n E se a incógnita for o vencimento comum, é só resolver a nossa equação em ordem a t. EXEMPLO: Uma empresa tem a pagar uma divida composta por 4 títulos de crédito de MT 15.000,00; MT 27.500,00; MT 15.000,00 e MT 20.000,00, com vencimentos a 6, 18, 15 e 24 meses, respectivamente, as quais incluem juros calculados a uma taxa de juro anual efectiva de 10%. Determine: a) O vencimento médio; b) O vencimento comum, considerando um pagamento único de MT 80,000; c) O pagamento único que teria de fazer de imediato, para liquidar aquelas dividas. UUEEMM –– FFAACCUULLDDAADDEE DDEE EECCOONNOOMMIIAA Matemática Financeira Ano Lectivo: 2022 _____________________________________________________________________ Página 57 de 77 Compilado por: Sorte Eduardo A. Sapulia RESOLUÇÃO: a) Para calcularmos o vencimento, primeiro temos que calcular o capital comum, que será a soma das 4 dívidas (=15.000+27.500+15.000+20.000= 77.500) 15.000(1+10%)-6/12+27.500(1+10%)-18/12 +15.000(1+10%)-15/12 +2.000(1+10%)-24/12 = (15.000+27.500+15.000+20.000) (1+10%)-t 67.982,7 = 77.500 (1,1)-t t = 1,37 anos b) 67.982,7 = 80.000 (1,1)-t t = 1,74 anos c) CC(0) (1,1)0= 67.982,7 → CC(0) = 67.982,7 RENDAS No capítulo anterior estudamos como se calcula o capital comum e o vencimento comum, em equivalência de capitais, a um dado conjunto de capitais com diversos vencimentos. Agora iremos tratar de um caso especial de equivalência de capitais composta, particularizado pela periodicidade dos vencimentos, de acordo com a seguinte definição: UUEEMM –– FFAACCUULLDDAADDEE DDEE EECCOONNOOMMIIAA Matemática Financeira Ano Lectivo: 2022 _____________________________________________________________________ Página 58 de 77 Compilado por: Sorte Eduardo A. Sapulia Definição: renda é uma sucessão de capitais com vencimentos de igual periodicidade. Algumas definições importantes: - Período de diferimento ou de carência: é o período que vai desde o momento zero até ao início do primeiro termo da renda (desde o momento zero até ao momento da constituição da renda). Pode ser total (de capital e juros) ou apenas de capital. Quando a carência é total, não há pagamento nem da parcela dos juros nem do capital e quando é apenas de capital, há pagamento de juros. - Valor duma renda: é o valor comum de uma sucessão de capitais. Classificação das rendas a) Quanto ao número de termos: temos as rendas finitas ou temporárias quando sabemos o número de termos da renda e rendas infinitas ou perpétuas quando não sabemos o número de termos da renda (termos ilimitados); b) Quanto ao momento da constituição da renda: temos rendas imediatas quando o diferimento é igual a zero (ou seja, o momento da constituição da renda coincide com o momento zero) e rendas diferidas quando o diferimento é maior que zero (quando o momento da constituição da renda é posterior ao momento zero). c) Quanto ao vencimento dos termos: temos rendas posticipadas ou normais quando o vencimento dos termos da renda ocorre no final do período em que dizem respeito e rendas antecipadas quando o vencimento dos termos ocorre no início do período em que dizem respeito. d) Quanto a periodicidade dos termos: temos rendas anuais, semestrais, quadrimestrais, etc. UUEEMM –– FFAACCUULLDDAADDEE DDEE EECCOONNOOMMIIAA Matemática Financeira Ano Lectivo: 2022 _____________________________________________________________________ Página 59 de 77 Compilado por: Sorte Eduardo A. Sapulia e) Quanto ao objectivo da sua constituição: temos rendas de amortização que são aquelas que têm por objectivo a amortização de um capital concedido no momento zero (t=0). Os seus termos são constituídos por duas parcelas, uma para o reembolso do capital e outra para fazer o serviço da divida (o juro); temos também as rendas de acumulação, que tem em vista a constituição de um montante acumulado no momento de vencimento (t=w+n), os seus termos são calculados de modo a que acrescidos dos respectivos juros resultem no montante desejado no vencimento. Valor de uma renda de termos quaisquer Calcular o valor duma renda num momento t qualquer, não é mais do que calcular o capital comum desse conjunto de capitais. Sabendo que o capital comum no momento t é dado por CC(t) = (1+r)t k- 1 k r)1(C n k e representando por R(t), o valor da renda no momento t será: R(t) = CC(t) = (1+r)t k- 1k k r)1(C n , onde k é o vencimento de cada capital, que no caso das rendas é precedido ou inclui a parte do diferimento (w) e considerando as rendas posticipadas ou de termos normais, em que o primeiro termo vence no final do primeiro período após o diferimento (w+1) e o segundo termo dois períodos após o diferimento (w+2) e assim em diante, podemos constituir tk por w+k, onde w representa o diferimento e k o vencimento do termos após o diferimento, variando de 1 ate n, no caso de rendas temporárias ou finitas. Assim teremos: R(t) = (1+r)t [C1(1+r) -w-1 + C2(1+r) -w-2 + ....+ Cn(1+r) -w-n] UUEEMM –– FFAACCUULLDDAADDEE DDEE EECCOONNOOMMIIAA Matemática Financeira Ano Lectivo: 2022 _____________________________________________________________________ Página 60 de 77 Compilado por: Sorte Eduardo A. Sapulia = (1+r)t {(1+r)-w[C1(1+r) -t1 + C2(1+r) -t2 + ...+ Cn(1+r) -tn]} = (1+ r)t-w k- n 1k k r)1(C Caso de rendas antecipadas As rendas antecipadas são aquelas cujos termos vencem no início do respectivo período. Se considerarmos a existência de um período antes de w (ou seja, antes do momento da constituição da renda) a nossa renda antecipada passa a ser posticipada mas com um diferimento de w-1, ou seja, R(t)AntW = R(t)PostW-1. Sabendo que o valor no momento t de uma renda posticipada é dada por: R(t)PostW = (1+r) t-w k- n 1k k r)1(C , teremos para a nossa renda antecipada diferida de w que vimos que era igual a uma renda posticipada diferida de w-1. R(t)AntW = R(t) PostW-1 = (1+r) t-(w-1) k- n 1k k r)1(C = (1+r)t-w+1 k- 1 k r)1(C n k = (1+r) (1+r)t-w k- n1k k r)1(C Ou seja: R(t)AntW = (1+r) R(t)PostW Onde a taxa de juro (i), período de diferimento (w) e momento da renda (t) tem que estar referidas na mesma unidade de tempo, que é o período da renda (ou seja, a periodicidade da renda/periodicidade do pagamento das prestações). UUEEMM –– FFAACCUULLDDAADDEE DDEE EECCOONNOOMMIIAA Matemática Financeira Ano Lectivo: 2022 _____________________________________________________________________ Página 61 de 77 Compilado por: Sorte Eduardo A. Sapulia O valor duma renda no momento t de uma renda antecipada diferida de w é igual ao valor no mesmo momento de uma renda posticipada com o mesmo diferimento capitalizada em mais 1 período. Rendas de termos constantes São aquelas cujo valor dos termos não varia (C1=C2=C3=Cn=C). Sabendo que o valor no momento t de uma renda posticipada de termos quaisquer é dada por: R(t)PostW = (1+r) t-w k- n 1k k r)1(C Se a renda for de termos constantes, podemos substituir Ck por C, que pode-se tirar do somatório, visto ser uma constante: R(t)PostW = (1+r) t-w C n 1k k- r)1( onde n 1k k- r)1( = (1+r)-1 + (1+r)-2 + ...+ (1+r)-n vai constituir a soma de n termos sucessivos de uma progressão geométrica de razão (R) igual (1+r)-1. Se a soma de um progressão geométrica é dada por Sn = R1 R*U- U n1 Então a soma da nossa renda será: Sn = r r)1(1 r)(1-1 r)1(*r)1(r)(1 -n 1- -1-n-1 UUEEMM –– FFAACCUULLDDAADDEE DDEE EECCOONNOOMMIIAA Matemática Financeira Ano Lectivo: 2022 _____________________________________________________________________ Página 62 de 77 Compilado por: Sorte Eduardo A. Sapulia R(t)Postw = (1+ β*r) t-w C r r)1(1 -n Expressão geral do valor da Renda constante, no momento t, posticipada, temporária e diferida de w. Para as rendas antecipadas deve-se acrescentar a expressão (1+r). Onde: n indica o número de termos/prestações da renda; t indica a localização do valor ou montante da renda; C indica o valor ou montante do termo/prestação; W indica o período de diferimento (que vai desde o momento presente até ao momento da constituição da renda); β indica a percentagem de juros que fica no processo (se houver regime misto no período de diferimento); r indica a taxa de juro; e R(t) indica o valor ou montante da renda (o valor comum das prestações) Nota: a condição base para a aplicação desta fórmula, é que t, n, w e r devem vir expressos numa mesma unidade de tempo, que é como vimos atrás o período da renda (periodicidade dos termos). Nos casos em que a taxa dada vem numa unidade de tempo diferente do período da renda, recorre-se na equivalência de taxas. Rendas de termos variáveis Entre as rendas de termos variáveis podemos encontrar dois grupos: i. Aquelas cujas variações dos termos não obedece a qualquer tipo de critério e ii. Aquelas cuja variação dos termos ocorre de acordo com regras previamente estabelecidas. No caso das primeiras, torna-se difícil encontrar um método que permita determinar rapidamente tanto o valor actual como o valor acumulado, pelo que torna-se necessário UUEEMM –– FFAACCUULLDDAADDEE DDEE EECCOONNOOMMIIAA Matemática Financeira Ano Lectivo: 2022 _____________________________________________________________________ Página 63 de 77 Compilado por: Sorte Eduardo A. Sapulia considerar individualmente cada um dos termos, como vimos acima no cálculo das rendas de termos quaisquer. No caso das segundas, dedicaremos a nossa atenção a dois casos particulares: o caso em que os termos da renda variam em função de um progressão aritmética e o caso em que os termos da renda variam em acordo com uma progressão geométrica. Renda de termos de progressão aritmética Quando os termos da renda variam em progressão aritmética de razão B, teremos C1= C1 C2=C1+B C3=C2+B=C1+2B …….. Cn=Cn-1+B=C1+(n-1)*B Donde podemos concluir que um dado termo k pode ser obtido através de Ck=Ck-1+B=C1+(k-1)*B O valor de uma renda cujos termos obedecem a estas características será dado por: R(t) = [C1(1+r) -1 + C2(1+r) -2 + C3(1+r) -3 +….+ Cn(1+r) -n](1+r)t-w Onde: R(0) = C1(1+r) -1 + C2(1+r) -2 + C3(1+r) -3 +….+ Cn(1+r) -n (renda actual, sem diferimento) = C1(1+r) -1 + (C1+B)(1+r) -2 + (C1+2B)(1+r) -3 +….+ [C1+(n-1)B](1+r) -n = C1(1+r) -1 + C1(1+r) -2 + B(1+r)-2 +C1(1+r) -3 + 2B(1+r)-3...+ C1(1+r) -n +(n-1)B(1+r)-n UUEEMM –– FFAACCUULLDDAADDEE DDEE EECCOONNOOMMIIAA Matemática Financeira Ano Lectivo: 2022 _____________________________________________________________________ Página 64 de 77 Compilado por: Sorte Eduardo A. Sapulia Multiplicando ambos os membros por (1+r), teremos: R(0)*(1+r) = C1 + C1(1+r) -1 + B(1+r)-1 +C1(1+r) -2 + 2B(1+r)-2...+ C1(1+r) -n+1 +(n- 1)B(1+r)-n+1 Sendo que R(0) [(1+r)-1] = R(0)*(1+r) – R(0), então: R(0) [(1+r)-1] = C1 + C1(1+r) -1 + B(1+r)-1 +C1(1+r) -2 + 2B(1+r)-2...+ C1(1+r) -n+1 +(n- 1)B(1+r)-n+1 – [C1(1+r) -1 + C1(1+r) -2 + B(1+r)-2 +C1(1+r) -3 + 2B(1+r)-3...+ C1(1+r) -n+1 +(n- 2)B(1+r)-n+1 + C1(1+r) -n +(n-1)B(1+r)-n] R(0) [(1+r)-1] = C1 + B(1+r)-1 + B(1+r)-2...+ B(1+r)-n+1 – C1(1+r) -n – (n-1)B(1+r)-n R(0)*r = C1 + B(1+r)-1 + B(1+r)-2...+ B(1+r)-n+1 – C1(1+r) -n – nB(1+r)-n + B(1+r)-n R(0)*r = C1 – C1(1+r) -n + B(1+r)-1 + B(1+r)-2...+ B(1+r)-n+1 + B(1+r)-n – nB(1+r)-n R(0)*r = C1[1 – (1+r) -n] + B r r)1(1 -n – nB(1+r)-n R(0) = C1 r r)1(1 -n + r B r r)1(1 -n – r r)+nB(1 -n R(0) = [C1+ r B ] r r)1(1 -n – r r)+nB(1 -n R(t) = [C1+ r B ] r r)1(1 -n – r r)+nB(1 -n (1+ β*r)t-w Nota: a condição base para a aplicação desta fórmula, é que t, n, w e r devem vir expressos numa mesma unidade de tempo, que é o período da renda (periodicidade dos UUEEMM –– FFAACCUULLDDAADDEE DDEE EECCOONNOOMMIIAA Matemática Financeira Ano Lectivo: 2022 _____________________________________________________________________ Página 65 de 77 Compilado por: Sorte Eduardo A. Sapulia termos). Nos casos em que a taxa dada vem numa unidade de tempo diferente do período da renda, recorre-se, como se sabe, na equivalência de taxas. Renda de termos de progressão geométrica Quando os termos da renda variarem em progressão geométrica cuja razão indicaremos por B, teremos: C1= C1 C2=C1*B C3=C2*B=C1*B 2 …….. Cn=Cn-1*B=C1*B (n-1) Donde podemos concluir que um dado termo k pode ser obtido através de Ck=Ck-1*B=C1*B (k-1) O valor de uma renda cujos termos obedecem a estas características será dado por: R(t) = [C1(1+r) -1 + C2(1+r) -2 + C3(1+r) -3 +….+ Cn(1+r) -n](1+r)t-w Onde: R(0) = C1(1+r) -1 + C2(1+r) -2 + C3(1+r) -3 +….+ Cn(1+r) -n (renda actual, sem diferimento) = C1(1+r) -1 + C1*B(1+r) -2 + C1*B 2(1+r)-3 +….+ C1*B (n-1)(1+r)-n Colocando C1 em evidência, teremos: R(0) = C1[(1+r) -1 + B(1+r)-2 + B2(1+r)-3 +….+ B(n-1)(1+r)-n] UUEEMM –– FFAACCUULLDDAADDEE DDEE EECCOONNOOMMIIAA Matemática Financeira Ano Lectivo: 2022 _____________________________________________________________________ Página 66 de 77 Compilado por: Sorte Eduardo A. Sapulia Dentro dos parênteses rectos temos os n termos de uma progressão geométrica de razão igual a B*(1+r)-1. Sabendo que a soma dos n termos de uma progressão geométrica é dada por: Sn = R1 R*U- U n1 Então, resulta que: Sn = B-r1 r)1(B1 r)(1*B -1 r)1(*Br)1(*Br)(1 -nn 1- -1-n1-n-1 Assim R(0) = C1 B-r1 r)1(B1 -nn Sendo que R(t) = C1 B-r1 r)1(B1 -nn (1+ β*r)t-w Nota: a condiçãobase para a aplicação desta fórmula, é que t, n, w e r devem vir expressos numa mesma unidade de tempo, que é o período da renda (periodicidade dos termos). Rendas perpétuas São rendas que têm um número ilimitado de termos. Neste tipo de rendas, interessa apenas calcular o valor actual pois o valor no vencimento do último termo não tem sentido e o valor num outro momento tem pouca relevância. Considerando n = ∞, teremos: UUEEMM –– FFAACCUULLDDAADDEE DDEE EECCOONNOOMMIIAA Matemática Financeira Ano Lectivo: 2022 _____________________________________________________________________ Página 67 de 77 Compilado por: Sorte Eduardo A. Sapulia R(t)PostW = (1+ β*r) t-w C r r)(1 1 -1 Cr)1( r r)1(1 w-t - Como a expressão r)1( 1 tende para zero, as fórmulas de cálculo de rendas perpétuas posticipadas serão as seguintes: Para rendas de termos constantes R(t)PostW = (1+ β*r) t-w C r 1 Para rendas de termos de progressão aritmética R(t) PostW = [C1+ r B ] r 1 (1+ β*r)t-w Para rendas de termos de progressão geométrica R(t) = C1 B-r1 1 (1+ β*r)t-w Para as antecipadas deve-se acrescentar a expressão (1+r). EXEMPLO: O casal Borges adquiriu, há oito anos, um apartamento no montante de MT 150.000,00, importância que foi integralmente financiada através de um crédito à habitação contraído junto a um Banco. No contrato de crédito ficou estabelecido que o casal Borges liquidaria o valor em dívida através de prestações mensais constantes de capital e juros, à taxa anual nominal de 9%, pelo prazo de 25 anos. Acontece que o casal, UUEEMM –– FFAACCUULLDDAADDEE DDEE EECCOONNOOMMIIAA Matemática Financeira Ano Lectivo: 2022 _____________________________________________________________________ Página 68 de 77 Compilado por: Sorte Eduardo A. Sapulia no presente momento, foi brindado com um prémio de jogo no montante de MT 111.523,72 e com o qual pretende liquidar o valor em dívida junto ao Banco. a) Será que o montante recebido é suficiente para liquidar a importância em dívida? Justifique a sua resposta apresentando todos os cálculos possíveis. b) No caso de não o ser, determine a nova prestação mensal do casal, no pressuposto de que não pretendem reduzir o prazo do contrato. c) Determine, ainda, quantas prestações seriam necessárias para liquidar o montante em dívida, no caso de se pretender manter o valor da prestação inicial e determine a quantia adicional a pagar um mês após o pagamento da última prestação inteira, no caso de o número de prestações não for um número inteiro. RESOLUÇÃO: a) Em primeiro lugar, vamos apurar qual o valor das prestações inicialmente previsto. Estas correspondem ao termo de uma renda de amortização com 300 termos (12 mensalidades por ano, durante 25 anos), calculados a taxa mensal de 0,75% (=9%/12), calculado usando a proporcionalidade. R(0)Postw = (1+r) t-w C r r)1(1 -n → 150.000 = (1+0,75%)0-0 C 0,75% 0,75%)1(1 -300 150.000 = C * 119,16162 → C = 1.258,79 Este foi o valor das mensalidades inicialmente previsto e foi também o valor efectivamente pago, em cada mês, pelo casal Borges, durante os 8 primeiros anos de vigência do contrato. Em segundo lugar, de modo a concluirmos se o valor do prémio ganho é suficiente para liquidar o valor em divida, temos que calcular esse valor em divida. UUEEMM –– FFAACCUULLDDAADDEE DDEE EECCOONNOOMMIIAA Matemática Financeira Ano Lectivo: 2022 _____________________________________________________________________ Página 69 de 77 Compilado por: Sorte Eduardo A. Sapulia Ora, já foram pagas 96 prestações de 1.258,79, estando, então por liquidar outras 204. Daí que: Capital em divida = 1.258,79 0,75% 0,75%)1(1 -204 = 1.258,79*104,29661 = 131.287,53 Sendo o capital em divida no presente de MT 131.287,53 e o prémio no montante de MT 111.523,72, significa que este último é insuficiente para liquidar o empréstimo na íntegra, resultando um valor remanescente de MT 19.763,81. b) 19.763,81 = C 0,75% 0,75%)1(1 -204 19.763,81 = C*104,29661 C = 189,50 O casal Borges passaria a pagar uma prestação mensal no montante de MT 189,50. c) 19.763,81 = 1.258,79 0,75% 0,75%)1(1 -n n = 16,767 Significa, então, deveriam ser pagas mais 16 prestações mensais no montante de MT 1.258,79. Porém, não tendo sido obtido um número inteiro, resulta que a divida não fica UUEEMM –– FFAACCUULLDDAADDEE DDEE EECCOONNOOMMIIAA Matemática Financeira Ano Lectivo: 2022 _____________________________________________________________________ Página 70 de 77 Compilado por: Sorte Eduardo A. Sapulia totalmente saldada. Deve ser, então, paga uma quantia adicional, para além das 16 prestações inteiras, um mês após o pagamento da última prestação: 19.763,81 = 1.258,79 0,75% 0,75%)1(1 -16 + X(1+0,75%)-17 X = 966,67 No pressuposto de manter o valor dos termos, devem ser pagas 16 prestações mensais de MT 1.258,79, bem como uma 17 prestação adicional no montante de MT 966,67. AMORTIZAÇÃO DE EMPRÉSTIMOS Amortização de empréstimo é dar morte a um contrato de mútuo, sendo o dinheiro a coisa mutuada.4 Algumas classificações de empréstimos a) Quanto ao número de mutuantes: temos empréstimos com único mutuante e empréstimos com vários mutuantes. b) Quanto a obrigatoriedade de emprestar: temos empréstimos voluntários e empréstimos obrigatórios. 4 A definição não é acabada, devendo os estudantes consultar a bibliografia recomendada. UUEEMM –– FFAACCUULLDDAADDEE DDEE EECCOONNOOMMIIAA Matemática Financeira Ano Lectivo: 2022 _____________________________________________________________________ Página 71 de 77 Compilado por: Sorte Eduardo A. Sapulia c) Quanto a gratuidade ou onerosidade dos empréstimos: temos empréstimos gratuitos (não financeiros ou seja sem juros) e empréstimos onerosos (com juros). d) Quanto a garantia: temos empréstimos sem garantias especiais e empréstimos com garantias (reais e não reais ou pessoais). e) Quanto ao carácter público ou privado do empréstimo: temos empréstimos públicos (contraídos pelo Estado) e empréstimos privados (contraídos por particulares). f) Quanto a duração do empréstimo: temos empréstimos perpétuos e empréstimos temporários. g) Quanto a finalidade: temos empréstimos para o consumo e empréstimos para o investimento. h) Quanto ao processo de amortização: temos empréstimos de amortização sistemática (estabelecem-se as regras no início do contrato) e empréstimos de amortização não sistemática (não há nenhuma regra pré-estabelecida). Tipos de Amortizações de Empréstimos 1. Empréstimos de Amortização não Sistemática Não é normal que a amortização de um empréstimo seja feita sem nenhuma regra estabelecida no início. Só podemos encontrar em dois casos: 1. Quando o tomador de empréstimo se torna insolvente por motivos de força maior, podendo-se nesses casos acordar-se o abandono do sistema inicial de amortização e aceitar-se o pagamento irregular do empréstimo; 2. Empréstimos não financeiros (ex. empréstimos familiares, etc.). UUEEMM –– FFAACCUULLDDAADDEE DDEE EECCOONNOOMMIIAA Matemática Financeira Ano Lectivo: 2022 _____________________________________________________________________ Página 72 de 77 Compilado por: Sorte Eduardo A. Sapulia 2. Empréstimos de Amortização Sistemática a) Empréstimos com reembolso integral duma única vez i. Com pagamento periódicode juro (regime simples) Reembolso integral do empréstimo = C0(1+r1) ii. Sem pagamento periódico de juro (regime composto) Reembolso integral do empréstimo = C0(1+r1) n Nos empréstimos com reembolso integral de uma única vez, o montante que o tomador de empréstimo (devedor) deverá pagar no vencimento pode ser demasiado elevado. Para se precaver, o devedor pode constituir um fundo de amortização onde periodicamente deposita uma certa quantia cujo objectivo é constituir um fundo suficiente (fundo de amortização) para fazer o pagamento da dívida no vencimento. Fundo de Amortização i. Reembolso integral do empréstimo duma única vez, com pagamento periódico de juro (regime simples) Fundo de Amortização = (1+r2) t-w C r )r1(1 2 n Reembolso intergral do empréstimo = C0(1+r1). Portanto, UUEEMM –– FFAACCUULLDDAADDEE DDEE EECCOONNOOMMIIAA Matemática Financeira Ano Lectivo: 2022 _____________________________________________________________________ Página 73 de 77 Compilado por: Sorte Eduardo A. Sapulia Fundo de Amortização = (1+r2) t-w C r )r1(1 2 n = C0(1+r1) Onde: t= w+n (no futuro), C = Capital e Juros, r1 = taxa do empréstimo e r2 = taxa do fundo. ii. Reembolso integral do empréstimo duma única vez, sem pagamento periódico de juro (regime composto) Fundo de Amortização = (1+r2) t-w C r )r1(1 -n 2 Reembolso integral do empréstimo = C0(1+r1) n. Portanto, Fundo de Amortização = (1+r2) t-w C r )r1(1 -n 2 = C0(1+r1) n Onde: t= w+n (no futuro), C = Capital e Juros, r1 = taxa do empréstimo e r2 = taxa do fundo. b) Empréstimos com reembolso periódico de capital i. Com reembolsos periódicos constantes (Sistema Inglês) Neste tipo de empréstimos, os reembolsos periódicos de capital (MK) são constantes e como o juro periódico (JK) é calculado com base no capital em dívida (cada vez decrescente) também será decrescente. Assim, o pagamento (ou prestação) periódico (CK) UUEEMM –– FFAACCUULLDDAADDEE DDEE EECCOONNOOMMIIAA Matemática Financeira Ano Lectivo: 2022 _____________________________________________________________________ Página 74 de 77 Compilado por: Sorte Eduardo A. Sapulia que é a soma da quota de capital (ou reembolso) do período e a quota do juro do período, também será decrescente. CK = MK + JK Onde: MK é a quota de capital ou reembolso do período K JK é a quota do juro do período K CK é o pagamento no período K (ou prestação do período K) A quota de capital (MK) é calculada pela seguinte fórmula: MK = n Empréstimo (1+ β*r)w Onde β é a percentagem de juros que fica no processo (no caso de regime misto), no perído de diferimento. Quando existe o período de diferimento o prazo total será a soma entre o período de diferimento (w) e o período de reembolso (n), mas quando o período de diferimento não existe o prazo total é igual ao período de reembolso (n). ii. Com pagamentos (ou prestações) periódicos constantes (Sistema Francês) Neste tipo de empréstimos, o pagamento (ou prestação) periódico (CK) é constante e sendo o juro periódico (JK) decrescente, a quota de capital ou reembolso (MK) será crescente. Para se calcular o pagamento (ou prestação) periódico (CK), recorre-se a fórmula das rendas com pagamentos ou termos iguais, ou seja: UUEEMM –– FFAACCUULLDDAADDEE DDEE EECCOONNOOMMIIAA Matemática Financeira Ano Lectivo: 2022 _____________________________________________________________________ Página 75 de 77 Compilado por: Sorte Eduardo A. Sapulia R(t)Postw = (1+ β*r) t-w C r r)1(1 -n Onde β é a percentagem de juros que fica no processo (no caso de regime misto) no período de diferimento. Prazo total nestes casos é igual a soma do período de diferimento (w) e o período de reembolso (n). Na ausência do perído de diferimento, o prazo total será igual ao período de diferimento. Nota: Para amortizações de empréstimos, t é igual a zero, pois os empréstimos são sempre concedidos no momento presente (momento zero). BIBLIOGRAFIA CADILLE, Miguel e SOARES, Carlos. Lições de Matemática Financeira e Noções Complementares. Edições ASA, 1988. CADILLE, Miguel. Matemática Financeira Aplicada. Edições ASA, 1998 GONÇALVES, Jean Piton. A História da Matemática Comercial e Financeira. [on line] Disponível na internet via http://www.somatematica.com.br QUELHAS, Ana Paula e CORREIA, Fernando. Manual de Matemática Financeira. Edição Almedina, 2004. http://www.somatematica.com.br/ UUEEMM –– FFAACCUULLDDAADDEE DDEE EECCOONNOOMMIIAA Matemática Financeira Ano Lectivo: 2022 _____________________________________________________________________ Página 76 de 77 Compilado por: Sorte Eduardo A. Sapulia ANEXO TABELA PARA A CONTAGEM DOS DIAS Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez 1 1 32 60 91 121 152 182 213 244 274 305 335 2 2 33 61 92 122 153 183 214 245 275 306 336 3 3 34 62 93 123 154 184 215 246 276 307 337 4 4 35 63 94 124 155 185 216 247 277 308 338 5 5 36 64 95 125 156 186 217 248 278 309 339 6 6 37 65 96 126 157 187 218 249 279 310 340 7 7 38 66 97 127 158 188 219 250 280 311 341 8 8 39 67 98 128 159 189 220 251 281 312 342 9 9 40 68 99 129 160 190 221 252 282 313 343 10 10 41 69 100 130 161 191 222 253 283 314 344 11 11 42 70 101 131 162 192 223 254 284 315 345 12 12 43 71 102 132 163 193 224 255 285 316 346 UUEEMM –– FFAACCUULLDDAADDEE DDEE EECCOONNOOMMIIAA Matemática Financeira Ano Lectivo: 2022 _____________________________________________________________________ Página 77 de 77 Compilado por: Sorte Eduardo A. Sapulia 13 13 44 72 103 133 164 194 225 256 286 317 347 14 14 45 73 104 134 165 195 226 257 287 318 348 15 15 46 74 105 135 166 196 227 258 288 319 349 16 16 47 75 106 136 167 197 228 259 289 320 350 17 17 48 76 107 137 168 198 229 260 290 321 351 18 18 49 77 108 138 169 199 230 261 291 322 352 19 19 50 78 109 139 170 200 231 262 292 323 353 20 20 51 79 110 140 171 201 232 263 293 324 354 21 21 52 80 111 141 172 202 233 264 294 325 355 22 22 53 81 112 142 173 203 234 265 295 326 356 23 23 54 82 113 143 174 204 235 266 296 327 357 24 24 55 83 114 144 175 205 236 267 297 328 358 25 25 56 84 115 145 176 206 237 268 298 329 359 26 26 57 85 116 146 177 207 238 269 299 330 360 27 27 58 86 117 147 178 208 239 270 300 331 361 28 28 59 87 118 148 179 209 240 271 301 332 362 29 29 88 119 149 180 210 241 272 302 333 363 30 30 89 120 150 181 211 242 273 303 334 364 31 31 90 151 212 243 304 365