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Criminologia e Abordagem Sóciopsicológica da violência e do crime CAMILA LEITE VASCONCELOS A violência é um fenômeno multifacetado e complexo, presente em grande escala no cenário brasileiro. Violência e segurança pública no Brasil contemporâneo • O enrijecimento do sistema punitivo penal é a alternativa mais adequada para o enfrentamento da violência. • Modalidades de violência: violência de gênero e as violências contra crianças e adolescentes, além das múltiplas violências em relação aos negros. • O enfrentamento da violência não se restringe apenas a uma medida, mas abrange diversos atores sociais, dentre os quais destaca-se a segurança pública. • A segurança pública é considerada uma demanda social que necessita de estruturas estatais e demais organizações da sociedade para ser efetivada. Às instituições ou órgãos estatais, incumbidos de adotar ações voltadas para garantir a segurança da sociedade, denomina-se sistema de segurança pública, tendo como eixo político estratégico a política de segurança pública, ou seja, o conjunto de ações delineadas em planos e programas e implementados (sic) como forma de garantir a segurança individual e coletiva • A rede de educação assume papel de estratégico nas políticas públicas de prevenção e erradicação da violência, em que os profissionais da educação devem inserir atividades acerca do fenômeno da violência com crianças e adolescentes, integrando, também, a sociedade nesses debates.” • Importância da formulação e do aprimoramento das políticas públicas intersetoriais de segurança pública. • As políticas públicas de segurança pública envolvem não apenas políticas públicas de erradicação da violência, mas, principalmente, políticas públicas de prevenção desse fenômeno, a partir da atuação compartilhada de diversos atores sociais. • Destaca-se a importância dos diagnósticos locais, realizando-se o levantamento sobre as modalidades de violências com maior incidência no âmbito local, a fim de que possam ser desenvolvidas ações estratégicas de segurança pública específicas nesse sentido. • Falta de investimentos em políticas públicas e ações estratégicas para o enfrentamento da violência. • A redução dos indicadores de violência requer atuação nas causas originárias da violência, que estão principalmente relacionadas às desigualdades sociais e econômicas. • As políticas de segurança, no Brasil, têm se caraterizado pela falta de articulação. • O policiamento tem sido uma das principais estratégias de enfrentamento da violência da contemporaneidade. • Para promover o enfrentamento do fenômeno da violência, a ação policial tem utilizado a mesma ferramenta que pretende combater, qual seja, a violência, evidenciada pelo grande número de atrocidades que ocorrem no cotidiano, especialmente nos lugares em que as desigualdades se encontram explícitas. • Por sua vez, a utilização de violência pela polícia ocasiona a reprodução do ciclo de violência, agravando ainda mais esse cenário. Estratégias de policiamento • “a crise que assola os presídios brasileiros surge como consequência do sistema penal retribucionista que potencializa a violência; da problemática situação atual que envolve o delito. • No que diz respeito à atuação policial, “a complexidade dos fenômenos com os quais a polícia tem de lidar, bem como a diversidade de contextos urbanos nos quais atua, tem reiterado o descrédito reinante em relação às formas convencionais de atuação policial”. • A ação integrada da polícia com os demais atores sociais deve atuar, fundamentalmente, na prevenção da violência, rompendo a lógica de aplicação de violência como castigo em resposta ao mal causado. A violência contra a mulher é um dos problemas sociais com maior incidência no cenário brasileiro. Destaca-se que as modalidades de violência contra a mulher não se restringem à violência física, englobando também a violência psicológica, a violência moral, a violência sexual e a violência patrimonial. VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER • A violência física é entendida como qualquer conduta que ofenda sua integridade ou saúde corporal. • A violência psicológica é entendida como qualquer conduta que lhe cause dano emocional e diminuição da autoestima ou que lhe prejudique e perturbe o pleno desenvolvimento ou que vise degradar ou controlar suas ações, comportamentos, crenças e decisões, mediante ameaça, constrangimento, humilhação, manipulação, isolamento, vigilância constante, perseguição contumaz, insulto, chantagem, violação de sua intimidade, ridicularização, exploração e limitação do direito de ir e vir ou qualquer outro meio que lhe cause prejuízo à saúde psicológica e à autodeterminação. A violência sexual, por sua vez, é entendida como qualquer conduta que a constranja a presenciar, a manter ou a participar de relação sexual não desejada, mediante intimidação, ameaça, coação ou uso da força; que a induza a comercializar ou a utilizar, de qualquer modo, a sua sexualidade, que a impeça de usar qualquer método contraceptivo ou que a force ao matrimônio, à gravidez, ao aborto ou à prostituição, mediante coação, chantagem, suborno ou manipulação; ou que limite ou anule o exercício de seus direitos sexuais e reprodutivos” • A violência patrimonial é “entendida como qualquer conduta que configure retenção, subtração, destruição parcial ou total de seus objetos, instrumentos de trabalho, documentos pessoais, bens, valores e direitos ou recursos econômicos, incluindo os destinados a satisfazer suas necessidades”. • A violência moral é “entendida como qualquer conduta que configure calúnia, difamação ou injúria”. Medidas protetivas: Art. 22 da Lei n° 11.340/2006. A legislação, por si só, não é instrumento suficiente para alcançar os resultados desejados em relação à violência contra a mulher. O art. 227 da Constituição Federal trata-se de um grande marco em relação à proteção de crianças e adolescentes no Brasil, pois reconhece crianças e adolescentes como sujeitos de direitos, estabelecendo um rol de direitos fundamentais básicos, como o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária. Violência na infância e na adolescência, e a política criminal de drogas • O art. 227 da Constituição Federal também estabelece o princípio da tríplice responsabilidade compartilhada, uma vez que incumbe a família, a sociedade e o Estado de assegurar tais direitos fundamentais à criança e ao adolescente, com absoluta prioridade. A justiça restaurativa remete a uma vertente oposta ao sistema punitivo penal, pois enquanto esse é pautado no encarceramento e na aplicação das penas privativas de liberdade, a justiça restaurativa busca a diminuição da intervenção penal em relação à resolução de conflITos decorrentes da prática de delitos. Justiça restaurativa e políticas públicas de prevenção ao delito • A justiça restaurativa representa um grande avanço sob a perspectiva dos estudos da criminologia, “por considerar os crimes como violações de pessoas e relacionamentos interpessoais, e não somente ao Estado soberano, que acarretam na obrigação do infrator reparar os danos”. No que diz respeito ao sistema punitivo penal, segundo a visão da justiça restaurativa, “o discurso de combate ao crime tem servido como álibi para fomentar a exclusão social e a constante violação dos direitos humanos de uma classe social pré-selecionada, seja por ação ou omissão do Estado” . Ao voltar o olhar para a vítima, a justiça restaurativa busca inserir a vítima do delito no processode se resolver os “problemas derivados do crime, permitindo-lhe reapropriação do conflito afastando o direito penal do papel de vingador público, limitando o exercício de poder do sistema penal e substituí-lo por formas efetivas de solução de conflitos” • A justiça restaurativa busca a prevenção do conflito, assim como a diminuição das consequências que dele decorrem, voltando o olhar para a vítima, para o ofensor e para a comunidade, sob a perspectiva da solução do conflito. A vertente do Direito Penal do Inimigo considera como inimigos os criminosos econômicos, terroristas, delinquentes organizados, autores de delitos sexuais e outras infrações penais perigosas. O Direito Penal do Inimigo, intro-duzido por Günther Jakobs, compreende que contra o inimigo não se justifica um procedimento penal a partir da observância das garantias legais, e sim um procedimento de guerra. Direito Penal do Inimigo OBRIGADO(A) NOME DO APRESENTADOR CONTATOS CARGO
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