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SÍNDROME DA CRUPE E CORPO ESTRANHO

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Síndrome da crupe 
A síndrome da crupe, também conhecida como laringotraqueobronquite, é uma doença respiratória 
comum na infância, caracterizada por tosse ladrante tipo “latido de foca” de início súbito, geralmente 
acompanhada por estridor ou rouquidão e dificuldade respiratória. Os sintomas resultam da obstrução das 
vias aéreas superiores (aparelho fonador) devido à inflamação generalizada das vias aéreas, decorrente 
de infecção viral (geralmente vírus parainfluenza tipo 1 ou 3). 
Fatores de risco: 
• 6 meses a 6 anos de idade; 
• Sexo masculino; 
• Intubação prévia. 
Os sintomas iniciais assemelham-se aos de um resfriado comum, com tosse leve, rinorreia clara, faringite 
e febre baixa. Dentro de 12-48 horas, os sintomas se intensificam e tornam-se característicos. 
O diagnóstico de crupe depende de história e exame físico cuidadosos. As principais características são 
o início súbito típico de tosse ladrante tipo “latido de foca”, geralmente acompanhada por estridor e 
retração esternal ou da parede torácica (intercostal), além de rouquidão. Os sintomas costumam ser piores 
à noite e aumentam com a agitação. O som metálico na tosse pode estar presente. 
→ Nessa doença, há um edema na laringe, e por conta disso há rouquidão, estridor e tosse ladrante. 
O raio X da região cervical mostra o “sinal da ponta de lápis” ou “torre de igreja” – estreitamento das vias 
aéreas superiores (não é patognomônico de laringite, logo, não há indicação de fazer o raio X). 
 
Pode ser realizada laringoscopia indireta e/ou nasofibroscopia para avaliar patência da via aérea, 
mobilidade das cordas vocais, presença de edema e eritema laríngeos, granulomas e estenose laríngea. 
A tomografia computadorizada permite avaliação de edema de tecidos moles, destruição cartilaginosa e 
adenopatia cervical. 
→ Sinal da ponta de lápis – estreitamento da coluna aérea, parecendo uma ponta de lápis. 
Conduta: 
O calibre da via aérea de uma criança, diferente de um adulto, é muito pequeno, e 1 mm de edema é igual 
a, aproximadamente, 50% de obstrução. Além da piora na agitação, também há piora no choro. Logo, a 
primeira coisa a se fazer diante de uma crupe é colocar a criança no colo da mãe, da maneira mais 
confortável possível, para evitar agitação. 
Em seguida, fazemos inalação com adrenalina pura, 0,5 mL/kg, geralmente 3 a 5 ampolas. Com a 
administração de adrenalina, por se tratar de um vasoconstritor, ocorre a diminuição do edema. 
Também devemos administrar corticoide, cuja administração habitual é via intramuscular de 
dexametasona, 0,6 mg/kg, dose única. 
É importante deixar a criança em observação, por pelo menos 2 horas, para avaliar se há melhora do 
quadro. 
• Crupe leve: dexametasona; 
• Crupe moderado: dexametasona + nebulização com adrenalina; 
• Crupe grave: dexametasona + nebulização com adrenalina + oxigênio (se dificuldade respiratória 
significativa). 
→ Em geral: dexametasona + nebulização com adrenalina. 
→ Estridor desde o nascimento – pensar em laringomalácia (a tendência é a resolução espontânea com o 
passar do tempo). 
A laringotraqueíte bacteriana ou membranosa é caracterizada, geralmente, por toxemia (queda do 
estado geral, febre persistente), além do achado de uma membrana na orofaringe à oroscopia, com odor 
fétido. É um quadro grave, que deve ser tratado com antibiótico de amplo espectro, a criança deve ser 
internada e, muitas vezes, intubada precocemente. 
A supraglotite é um quadro infeccioso bacteriano grave, definido como uma celulite da supraglote que 
pode causar comprometimento das vias aéreas, causada frequentemente por Haemophilus influenzae tipo 
B, cujos sinais mais comuns compreendem língua protusa (posição clássica em tripé – apoiada, boca 
aberta, sialorreia), início rápido de febre alta, faringite, incapacidade de controlar secreções, dispneia e 
irritabilidade (prostração). Geralmente, o paciente evolui com intubação, e deve ser encaminhado para a 
UTI, sendo administrado antibiótico de amplo espectro. Já que a via aérea está edemaciada, e a luz está 
pequena, devemos preparar o tubo 0,5 mm menor do que o indicado, visto que é uma intubação difícil, e 
deve ser feita sempre pelo profissional mais habilitado, por se tratar de uma urgência. A não vacinação 
contribui para o diagnóstico. 
Corpo estranho 
Corpo estranho (CE) é qualquer objeto ou substância que inadvertidamente penetra o corpo ou suas 
cavidades. Pode ser ingerido ou colocado pela criança nas narinas e conduto auditivo, mas apresenta um 
risco maior quando é aspirado para o pulmão. Qualquer material pode se tornar um CE no sistema 
respiratório, e a maior suspeita de que o acidente ocorreu é a situação de engasgo. Isto ocorre quando a 
criança está comendo, ou quando está com um objeto na boca, habitualmente peças pequenas de 
brinquedos. A clínica, frequentemente, é unilateral. 
Logo após a aspiração de algum objeto, ocorre acesso de tosse, seguida de engasgo, que pode ou não ser 
valorizado pelos pais. A aspiração também deve ser considerada quando ocorre o primeiro quadro súbito de 
chiado no peito em crianças sem casos de alergia na família. Tosse persistente, chiado no peito, falta de ar 
súbita, rouquidão e lábios e unhas arroxeadas, são sinais sugestivos de que pode ter ocorrido a ACE. 
Quando a ACE é parcial, a criança pode tossir e esboçar sons. Nesta situação, o melhor procedimento é a 
não intervenção no ambiente doméstico e encaminhamento a um serviço de saúde, para o tratamento 
definitivo. 
Quando a ACE é total, a criança não consegue esboçar qualquer som, está com asfixia, falta de ar 
importante e até com os lábios arroxeados. Nesta situação, deve-se proceder da seguinte maneira: 
• Maiores de um ano: manobra de Heimlich, que consiste em compressões abaixo das costelas, com 
sentido para cima, abraçando a criança por trás, até que o CE seja deslocado da via aérea para a 
boca e expelido. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
• Menores de um ano: 5 percussões com a mão na região das costas, a criança com a cabeça virada 
para baixo, seguida de 5 compressões na frente (terço inferior do esterno, poupando apêndice 
xifoide), até que o CE seja expelido ou a criança torne-se responsiva e reaja. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Se for possível visualizar o CE na boca, retirá-lo com cuidado, mas não tentar ir às cegas com o dedo na 
boca, pois pode provocar lesões na região ou empurrar o corpo estranho para regiões mais baixas, e piorar o 
quadro de obstrução. 
Exame complementar: raio X de tórax em inspiração forçada.

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