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Organização do SUS – Direitos dos Usuários - Segurança do Paciente - Noções de Biossegurança (Medicina e Humanidades) ASPECTOS HISTÓRICOS · Hipócrates (460 a 370 a.C.) cunhou o postulado “Primum non nocere”, que significa – primeiro não cause o dano. · Florence Nightingale (enfermeira - Século XIX) – “Notes on Hospitals”. Fez vários postulados para melhorar a saúde, como a Lavagem das Mãos. · Ernest Codman (cirurgião – Século XX) – Avaliação dos resultados das cirurgias, identificando maneiras de serem evitadas diversos problemas. · Avedis Donabedian (médico libanês – 1990) – Descreve os 7 pilares da qualidade na área da Saúde. LINHA DO TEMPO · 1999: Relatório do Instituto de medicina – “To Err is Human: Building a Safer Health System”. · Se baseou em duas pesquisas de avaliação da incidência de eventos adversos (EAs) em revisões retrospectivas de prontuários, realizadas em hospitais de NY, Utah e Colorado. · 2002: 55ª Assembleia Mundial da Saúde · Maior atenção aos problemas relacionados a segurança do paciente, procurando através de estudos científicos soluções para minimizar os riscos de falhas e melhorar a qualidade do cuidado. · 2002: Brasil – ANVISA – Criação da Rede Brasileira de hospitais Sentinelas · Faziam busca ativa de eventos adversos, notificação de eventos adversos e uso racional das tecnologias em saúde. · Obs.: hospital Sentinela não pode ter alto índice de mortalidade. · 2004: 57ª Assembleia Mundial da Saúde – Aliança Mundial para a Segurança da Paciente. · Disseminar e coordenar estratégias para redução dos riscos e eventos adversos ao redor do mundo, organizar os conceitos e as definições sobre segurança do paciente, além de organizar campanhas a nível internacional, com recomendações em relação a segurança do paciente. · O Brasil torna-se um dos Estados signatários, instituindo medidas que aumente a segurança do paciente. · Diagnóstico no Brasil: estudos apontam que de cada dez pacientes atendidos em um hospital, um paciente sofre pelo menos um evento adverso: · Queda; · Administração incorreta de medicamentos · Falhas na identificação do paciente · Erros em procedimentos cirúrgicos · Infecções; · Mau uso de dispositivos e equipamentos médicos. · 2005: Parceria da OMS com a Joint Commission International – “Soluções de Segurança do Paciente”. · 2007: São lançadas as nove soluções criadas com base nos erros mais comuns em alguns países. · Identificação do paciente; · Comunicação durante a transição de cuidados; · Realização de procedimento correto no local correto; · Gestão de medicamentos; · Higiene das mãos · Controle das soluções concentradas de eletrólitos; · Conciliação medicamentosa; · Evitar erros de conexões de cateteres e tubos; · Uso único de dispositivos injetáveis. 7 PILARES DA QUALIDADE EM SERVIÇO DE SAÚDE · Segurança · Efetividade · Atenção Centrada no Paciente · Oportunidade / Acesso · Eficiência · Equidade QUALIDADE DO CUIDADO · Grau com que os serviços de saúde, voltados para cuidar de pacientes individuais ou de populações, aumentam a chance de produzir os resultados desejados e são consistentes com o conhecimento profissional atual. · Maior nível profissional; · Maior nível técnico; · Maior ajuste dos processos e serviços. · Definições dos atributos de qualidade: · SEGURANÇA: evitar lesões e danos nos pacientes decorrentes do cuidado que tem como objetivo ajuda-los. · EFETIVIDADE: cuidado baseado no conhecimento científico para todos que dele possam se beneficiar, evitando seu uso por aqueles que provavelmente não se beneficiarão (evita subutilização e sobreutilização, respectivamente). · CUIDADO CENTRADO NO PACIENTE: cuidado respeitoso e responsivo as preferencias, necessidades e valores individuais dos pacientes, e que assegura que os valores do paciente orientem todas as decisões clínicas. Respeito as necessidades de informação de cada paciente. · OPORTUNIDADE: redução do tempo de espera e de atrasos potencialmente danosos tanto para quem recebe como para quem presta o cuidado. · EFICIÊNCIA: cuidado sem desperdício, incluindo aquele associado ao uso de equipamentos, suprimentos, ideias e energia. · EQUIDADE: qualidade do cuidado que não varia em decorrência de características pessoais, como gênero, etnia, localização geográfica e condição socioeconômica. CLASSIFICAÇÃO INTERNACIONAL DE SEGURANÇA DO PACIENTE – OMS · Segurança do paciente: reduzir a um mínimo aceitável, o risco de dano desnecessário associado ao cuidado de saúde. · Dano: comprometimento da estrutura ou função do corpo e/ou qualquer efeito dele oriundo, incluindo-se doenças, lesão, sofrimento, morte, incapacidade ou disfunção, podendo, assim, ser físico, social ou psicológico. · Risco: probabilidade de um incidente ocorrer. · Incidente: evento ou circunstância que poderia ter resultado, ou resultou, em dano desnecessário ao paciente. · Circunstância notificável: incidente com potencial dano ou lesão. · Near miss: incidente que não atingiu o paciente. · Incidente sem lesão: incidente que atingiu o paciente, mas não causou danos. · Evento adverso: incidente que resulta em dano ao paciente. PORTARIA Nº 1660, DE 22 DE JULHO DE 2009 · Instituiu o sistema de notificação e investigação em vigilância sanitária (vigipos), no âmbito do sistema nacional de vigilância sanitária, como parte integrante do Sistema Único de Saúde (SUS). · Promover a identificação precoce de problemas relacionados com os serviços e produtos sob vigilância sanitária, a fim de eliminar ou minimizar os riscos decorrentes do uso destes. RDC Nº 63 DE 25 DE NOVEMBRO DE 2011 · Boas práticas para funcionamento dos serviços de saúde. · 2012: Projeto “Pacientes pela Segurança do Paciente”. · Identificar os pacientes corretamente; · Melhorar a efetividade da comunicação ente profissionais de saúde; · Melhorar a segurança de medicações de alta vigilância; · Assegurar cirurgias com procedimentos, paciente e local corretos; · Reduzir risco de infecções associadas aos cuidados de saúde; · Reduzir o risco de lesões ao paciente, decorrentes de quedas. PROGRAMA NACIONAL DE SEGURANÇA DO PACIENTE (PNSP) · Contribuir para a qualificação do cuidado em saúde em todos os estabelecimentos de saúde do território nacional. · Promover e apoiar a implementação de iniciativas voltadas à segurança do paciente em diferentes áreas da atenção, organização e gestão de risco e de Núcleos de Segurança do Paciente nos estabelecimentos de saúde; · Envolver os pacientes e familiares nas ações de segurança do paciente; · Ampliar o acesso da sociedade às informações relativas à segurança do paciente; · Produzir, sistematizar e difundir conhecimentos sobre segurança do paciente; · Fomentar a inclusão do tema segurança do paciente no ensino técnico e de graduação e pós-graduação na área da saúde. ARTIGO 4 DA PORTARIA Nº 529/2013 · São adotadas as seguintes definições: · Segurança do paciente · Dano · Incidente · Cultura de Segurança: configura-se a partir de cinco características operacionalizadas pela gestão de segurança da organização: · Cultura na qual todos os trabalhadores, incluindo profissionais envolvidos no cuidado e gestores, assumem responsabilidade pela sua própria segurança, pela segurança de seus colegas, pacientes e familiares; · Cultura que prioriza a segurança acima de metas financeiras e operacionais; · Cultura que encoraja e recompensa a identificação, a notificação e a resolução dos problemas relacionados à segurança; · Cultura que, a partir da ocorrência de incidentes, promove o aprendizado organizacional; · Cultura que proporciona recursos, estrutura e responsabilização para a manutenção efetiva da segurança; · Gestão de risco: aplicação sistêmica e contínua de iniciativas, procedimento, condutas e recursos na avaliação e controle de riscos e eventos adversos que afetam a segurança, a saúde humana, a integridade profissional, o meio ambiente e a imagem institucional. RDC Nº 36, DE 25 DE JULHO DE 2013 · Estabelece as seguintes definições: · Boas práticas de funcionamento do serviço de saúde: componentes da garantia da qualidadeque asseguram que os serviços são ofertados com padrões de qualidade adequados; · Cultura da segurança: conjunto de valores, atitudes, competências e comportamentos que determinam o comprometimento com a gestão da saúde e da segurança, substituindo a culpa e a punição pela oportunidade de aprender com as falhas e melhorar a atenção à saúde; · Dano: comprometimento da estrutura ou função do corpo e/ou qualquer efeito dele oriundo, incluindo doenças, lesão, sofrimento, morte, incapacidade ou disfunção, podendo, assim, ser físico, social ou psicológico; · Evento adverso: incidente que resulta em danos à saúde; · Garantia da qualidade: totalidade das ações sistemáticas necessárias para garantir que os serviços prestados estejam dentro dos padrões de qualidade exigidos para os fins a que se propõem; · Incidente: evento ou circunstância que poderia ter resultado, ou resultou, em dano desnecessário à saúde; · Núcleo de segurança do paciente (NSP): instância do serviço de saúde para promover e apoiar a implementação de ações voltadas à segurança do paciente; · Plano de segurança do paciente em serviços de saúde: documento que aponta situações de risco e descreve as estratégias e ações definidas pelo serviço de saúde para a gestão de risco visando a prevenção e a mitigação dos incidentes, desde a admissão até a transferência, a alta ou o óbito do paciente no serviço de saúde; · Segurança do paciente: redução, a um mínimo aceitável, do risco de dano desnecessário associado à atenção à saúde; · Serviço de saúde: estabelecimento destinado ao desenvolvimento de ações relacionadas à promoção, proteção, manutenção e recuperação da saúde, qualquer que seja o seu nível de complexidade, em regime de internação ou não, incluindo a atenção realizada em consultórios, domicílios e unidades móveis; · Tecnologias em saúde: conjunto de equipamentos, medicamentos, insumos e procedimentos utilizados na atenção à saúde, bem como processos de trabalho, a infraestrutura e a organização do serviço de saúde. FATORES QUE CONTRIBUEM NO DESENVOLVIMENTO DE UM INCIDENTE OU NO AUMENTO DE RISCOS DE INCIDENTE · Humanos- relacionados ao profissional · Sistêmico- relacionados ao ambiente de trabalho · Externos- relacionados a fatores fora da governabilidade do gestor · Relacionados ao paciente. Exemplo: não adesão ao tratamento. PORTARIA Nº 1377 – APROVAÇÃO DOS PROTOCOLOS DE SEGURANÇA DO PACIENTE · Identificar corretamente o paciente. · Melhorar a comunicação entre profissionais de saúde. · Melhorar a segurança na prescrição, no uso e na administração de medicamentos. · Assegurar cirurgia em local de intervenção, procedimento e paciente corretos. · Higienizar as mãos para evitar infecções. · Reduzir o risco de quedas e úlceras por pressão. CRIAÇÃO DOS NÚCLEOS DE SEGURANÇA DO PACIENTE · Previstos na portaria MS/GM nº 529/2013 e na RDC n° 36/ 2013/ANVISA · Criados nos estabelecimentos de Saúde para promover e apoiar a implementação de iniciativas voltadas à segurança do paciente. · Elaboração de um plano de segurança do paciente o serviço de saúde que aponte e descreva as estratégias e ações definidas pelo serviço de saúde para a execução das etapas de promoção, de proteção e de mitigação dos incidentes associados à assistência à saúde, desde a admissão até a transferência, a alta ou o óbito do paciente no serviço de saúde. · Implantar os protocolos de segurança do paciente e realizar o monitoramento dos seus indicadores; · Estabelecer barreiras para a prevenção de incidentes nos serviços de saúde; · Desenvolver, implantar e acompanhar programas de capacitação em segurança do paciente e qualidade em serviços de saúde; · Analisar e avaliar os dados sobre incidentes e eventos adversos decorrentes da prestação do serviço de saúde; · Compartilhar e divulgar à direção e aos profissionais do serviço de saúde os resultados da análise e avaliação dos dados sobre incidentes e eventos adversos decorrentes da prestação do serviço de saúde; · Notificar ao Sistema Nacional de Vigilância Sanitária os eventos adversos decorrentes da prestação do serviço de saúde; · Manter sob sua guarda e disponibilizar à autoridade sanitária, quando requisitado, as Notificações de eventos adversos; · Acompanhar os alertas sanitários e outras comunicações de risco divulgadas pelas autoridades sanitárias. SISTEMA DE NOTIFICAÇÃO EM VIGILÂNCIA SANITÁRIA · Tem por objetivo o registro e processamento de dados sobre EA e queixas técnicas em todo o território nacional, fornecendo informações para identificação, avaliação, análise e, entre outros, a comunicação do risco sanitário contribuindo, desta forma, para a tomada de decisões em nível municipal, estadual, distrital e federal. · Falha na execução de uma ação planejada de acordo com o desejado ou com o desenvolvimento incorreto de um plano. Erros · Erros ativos- são atos inseguros cometidos por quem está em contato direto com o sistema. · Erros latentes- são atos ou ações evitáveis dentro do sistema, que surgem a partir da gestão. · Fatores que contribuem para a segurança e qualidade: · Capacitação · Garantia mais rigorosa de processos de cuidados; · Promoção da mudança cultural para o cuidado melhor e mais seguro, com base no compromisso dos líderes e profissionais de todos os níveis de atenção; · Iniciativa e disposição de cada instituição de começar a olhar para os seus próprios problemas, com o objetivo de compreender suas falhas e melhorar. DESAFIOS · Organização dos processos de trabalho; · Interação multiprofissional e integração multisetorial; · Envolvimento e compromisso dos gestores e direções das organizações hospitalares com a temática Segurança do paciente; · Avaliação, monitoramento e análise crítica dos processos como ferramenta de melhoria. · Artigo 5°, capítulo 1, do Código de Ética Médica (CEM) recomenda que o profissional aprimore continuamente seu conhecimento e use, da melhor maneira possível, o progresso científico em benefício do paciente. · Vem crescendo o número de processos que envolvem os médicos, suas equipes e pacientes.
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