Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
21/05/2022 21:02 lddkls211_gest_qua_seg_pac https://www.colaboraread.com.br/integracaoAlgetec/index?usuarioEmail=KARINASBARROS%40HOTMAIL.COM&usuarioNome=KARINA+SANTOS+BARROS+COELHO&disciplinaDescricao=GESTÃO%2C+QUA… 1/14 NÃO PODE FALTAR CONTEXTO HISTÓRICO DA SEGURANÇA DO PACIENTE E PRINCIPAIS DEFINIÇÕES Emanuel Nunes CONVITE AO ESTUDO Você está pronto para a nossa primeira unidade? A professora Fernanda já está, e preparou um conteúdo muito bacana para você. Então, sem delongas, vamos ao que interessa. A proposta desse primeiro contato é que você consiga compreender, de modo geral, os principais conceitos e de�nições de gestão da qualidade e da segurança do paciente, bem como a epidemiologia dos incidentes na área da saúde no mundo e no Brasil, suas implicações para o paciente/cliente e Fonte: Shutterstock. Deseja ouvir este material? Áudio disponível no material digital. 0 V e r a n o ta çõ e s Anotações 21/05/2022 21:02 lddkls211_gest_qua_seg_pac https://www.colaboraread.com.br/integracaoAlgetec/index?usuarioEmail=KARINASBARROS%40HOTMAIL.COM&usuarioNome=KARINA+SANTOS+BARROS+COELHO&disciplinaDescricao=GESTÃO%2C+QUA… 2/14 Imprimir para todo o sistema de saúde – sempre em uma abordagem multipro�ssional. Então, cada conceito apreendido pode ser aplicado à sua área especí�ca, pois ela não é isenta de riscos. Já comece a pensar nisso. Nesta unidade, você conhecerá os termos padronizados para área da saúde no âmbito da disciplina, bem como as políticas públicas para qualidade e segurança do paciente/cliente e as principais linhas de pesquisa que investigam a temática, para melhoramento contínuo dos serviços de saúde. Vale ressaltar que é uma temática relativamente nova, tendo como um grande despertar as décadas de 1990 e 2000, que foram marcadas por estudos que demonstraram a magnitude do problema de segurança dos serviços de saúde. Desse modo, estamos aprendendo com os incidentes conhecidos e aplicando os protocolos atuais, a �m de evitar incidentes e assegurar a qualidade dos nossos serviços e intervenções. Você é convidado a compor esse time de pro�ssionais que valorizam a segurança e são comprometidos com uma atenção de qualidade e livre de danos. PRATICAR PARA APRENDER Você sabia que um em cada dez pacientes/clientes que adentram em serviço de saúde, ou recebem algum tipo de atenção à saúde, sofre algum tipo de incidente com dano à sua saúde? E tem mais um dado alarmante: a maioria são incidentes evitáveis, os quais, com simples intervenções e processos de melhoria, seriam eliminados. Sendo assim, caro formando da área da saúde, você terá um papel importantíssimo neste cenário. A partir dos conteúdos apreendidos, você será capaz de detectar os riscos inerentes à sua área e propor soluções, com o propósito de reduzir os incidentes e assegurar a qualidade do seu trabalho, bem como a concepção de melhoria contínua. A questão da gestão da qualidade e segurança do paciente não deve ser uma recomendação para os pro�ssionais de saúde, mas uma premissa fundamental para o exercício da pro�ssão. 0 V e r a n o ta çõ e s Anotações 21/05/2022 21:02 lddkls211_gest_qua_seg_pac https://www.colaboraread.com.br/integracaoAlgetec/index?usuarioEmail=KARINASBARROS%40HOTMAIL.COM&usuarioNome=KARINA+SANTOS+BARROS+COELHO&disciplinaDescricao=GESTÃO%2C+QUA… 3/14 Você já deve ter percebido o quanto uma falha de processo gera retrabalho e o quanto isso sacri�ca o tempo e outras dimensões. Assim, para trabalharmos os temas desta seção em uma possível situação da vivência pro�ssional, imagine um indivíduo que está realizando os exames admissionais para uma empresa em que foi recentemente contratado. Ao chegar ao laboratório para fazer a coleta dos seus exames, o indivíduo não percebeu nada de incomum – terminou o procedimento e foi para sua casa, feliz por ter concluído mais uma etapa do processo de contratação. Alguns dias depois, o departamento pessoal ligou para o futuro funcionário e disse que os exames ainda não chegaram e que o prazo de contratação está terminando. Preocupado, ele liga no laboratório e é informado que precisará fazer uma nova coleta. Ele questiona o motivo e explicam que houve um incidente e a amostra de sangue foi perdida por falta de identi�cação, sendo necessária nova coleta. Neste caso, você consegue perceber o desconforto que isso gerou na vida do indivíduo? Como isso poderia ter sido evitado? Se você fosse responsável pelo laboratório, o que poderia fazer para que isso não acontecesse mais? Sabemos que sua jornada tem sido um grande desa�o, mas veja o quanto você tem progredido, portanto mantenha um passo de cada vez. Respire, relembre os seus propósitos e siga. Se você escolheu a área da saúde, signi�ca que você tem uma grande missão, e para atender a esse chamado são necessários preparação e estudo. Parabéns, você está no caminho! CONCEITO-CHAVE GESTÃO DA QUALIDADE E DA SEGURANÇA DO PACIENTE Daremos o primeiro passo nesta jornada chamada gestão da qualidade e segurança do paciente. Aproveite cada conceito e aplique na sua pro�ssão. O termo paciente pode ser também compreendido como cliente, desse modo, seja qual for a sua área, a qualidade e a segurança de todos os processos envolvidos na sua ocupação estão diretamente ligadas ao sucesso – ou não – de suas intervenções com seu cliente ou serviço prestado. 0 V e r a n o ta çõ e s Anotações 21/05/2022 21:02 lddkls211_gest_qua_seg_pac https://www.colaboraread.com.br/integracaoAlgetec/index?usuarioEmail=KARINASBARROS%40HOTMAIL.COM&usuarioNome=KARINA+SANTOS+BARROS+COELHO&disciplinaDescricao=GESTÃO%2C+QUA… 4/14 Por que precisamos falar de qualidade e segurança do cliente? Veremos a pergunta que a professora Fernanda preparou: você embarcaria em uma aeronave sem ter certeza de que ela está com a manutenção em dia e que a tripulação é bem capacitada para realizar o voo? É provável que não! Por quê? Basicamente, não existe segurança, e isso é uma necessidade humana básica, mas, frequentemente, as pessoas voam sem muita preocupação neste sentido, pois elas enxergam a qualidade do serviço prestado. Perceba que qualidade pode ser algo objetivo, ou subjetivo, por exemplo: se consideramos o número de acidentes fatais em aviões comerciais no Brasil em 2019, você verá que não houve nenhum, porém houve milhares de pousos e decolagens. Isso demonstra qualidade do ponto de vista objetivo, por outro lado, o atendimento da tripulação pode ter outro signi�cado. O uso desse exemplo da aviação não foi ao acaso, na verdade, ele tem muita relação com a área de saúde, pois ambos possuem riscos e perigos extremos, portanto necessitam de processos bem de�nidos que garantam a qualidade e a segurança do cliente. Veremos a de�nição de cada termo que utilizamos até agora: Qualidade É um dos termos mais complexos quando analisamos sua de�nição. De modo geral, “qualidade é a capacidade de um produto ou serviço de corresponder ao objetivo a que se propõe” (CROSBY, 2000, p. 40). Em outras palavras, é realizar aquilo que foi proposto com excelência, sem falhas ou danos. Qualidade em saúde É um termo bastante amplo, discutido por muitos teóricos, porém adotaremos o conceito de Donabedian (1990), que de�ne qualidade em saúde como a possibilidade de conseguir melhores resultados aos seus pacientes/clientes, ao menor risco para eles. Gestão de qualidade Quando uma organização trabalha e se empenha em todas as suas esferas para assegurar a melhoria permanente do seu produto ou serviço, a �m de atender os seus pacientes/clientes de forma assertiva, com precisão e excelência. 0 V e r a n o ta çõ e s Anotações 21/05/2022 21:02 lddkls211_gest_qua_seg_pac https://www.colaboraread.com.br/integracaoAlgetec/index?usuarioEmail=KARINASBARROS%40HOTMAIL.COM&usuarioNome=KARINA+SANTOS+BARROS+COELHO&disciplinaDescricao=GESTÃO%2C+QUA… 5/14 Segurança do paciente/cliente De acordo com a Classi�cação Internacional de Segurança do Paciente (ICPS),proposta pela Organização Mundial de Saúde (OMS), “é a redução, a um mínimo aceitável, do risco de dano desnecessário associado ao cuidado de saúde” (OMS, 2005, [s.p.]). Agora que você já conhece os conceitos iniciais, aprofundaremos nosso estudo com alguns dados importantes que a professora Fernanda nos apresentará a seguir. Fique atento, pois essas informações revelarão o motivo e a importância das discussões presentes nessa disciplina. POR QUE PRECISAMOS DISCUTIR QUALIDADE E SEGURANÇA DO PACIENTE? Estima-se que 421 milhões de pessoas são hospitalizadas por ano ao redor do mundo e que, em média, uma em cada dez internações resulta em eventos adversos (EAs), de�nidos como um incidente que resultou em dano ao paciente (OMS, 2011). Este dado refere-se a países desenvolvidos, visto que não há estatística análoga para países com economias emergentes, embora acredite-se que a extensão do problema pode ser maior neles. Segundo as estimativas, todos os dias, 1,4 milhões de pessoas em todo o mundo sofrem de uma infecção relacionada à assistência à saúde (IRAS) em uma instituição de saúde. Na América Latina, um estudo realizado pela Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), em colaboração com os governos da Argentina, Colômbia, Costa Rica, México e Peru, mostrou uma taxa de 10,46% de EAs em hospitais de complexidade intermediária. Em outro estudo realizado em larga escala em 26 países do Mediterrâneo Oriental e africanos, os pesquisadores demonstraram que, em média, os EAs afetaram oito em cada 100 pacientes. Ainda, quatro em cada cinco EAs foram considerados evitáveis. Os autores concluíram que as despesas médicas adicionais resultantes dos cuidados inseguros custaram bilhões de dólares por ano para aqueles países (OMS, 2011). 0 V e r a n o ta çõ e s Anotações 21/05/2022 21:02 lddkls211_gest_qua_seg_pac https://www.colaboraread.com.br/integracaoAlgetec/index?usuarioEmail=KARINASBARROS%40HOTMAIL.COM&usuarioNome=KARINA+SANTOS+BARROS+COELHO&disciplinaDescricao=GESTÃO%2C+QUA… 6/14 No que diz respeito aos custos dispensados ao tratamento dos EAs, estima-se que, somente nos EUA, trilhões de dólares sejam gastos para tratar as consequências desses eventos. Um estudo sobre custos médicos relacionados aos cuidados inseguros mostrou que a hospitalização adicional, as IRAS, as de�ciências permanentes e as despesas médicas resultaram em gastos na ordem de US$ 6 e 29 bilhões por ano (OMS, 2017). Tais resultados revelam que os EAs são dispendiosos. Globalmente, os gastos com eles foram estimados em US$ 42 bilhões por ano, o que corresponde a cerca de 1% das despesas totais com a saúde (OMS, 2017). REFLITA Há riscos nas pro�ssões de biomédicos, biólogos, educadores físicos, enfermeiros, farmacêuticos, �sioterapeutas, nutricionistas e psicólogos? Será que, ao invés de levar cuidado e conforto, podemos também causar danos? Faça uma lista dos principais riscos potenciais que permeiam a sua ocupação e, depois, pense em modos para minimizá-los e, com isso, evitar os incidentes. No Brasil, os EAs foram analisados por Mendes et al. (2005) em estudo de coorte realizado por meio de revisão de prontuários de pacientes adultos. Os autores demonstraram uma taxa de 7,6% de EAs, sendo que 66,7% foram considerados evitavéis. Com relação ao impacto �nanceiro desses eventos, o volume de recursos �nanceiros gastos com pacientes que sofreram pelo menos um EA em hospitais brasileiros foi analisado através de informações �nanceiras disponíveis no Sistema de Informações Hospitalares do Sistema Único de Saúde (SIH-SUS). Concluíram que o tempo médio de permanência hospitalar dos pacientes que sofreram EA foi 28,3 dias superior, em comparação aos pacientes que não sofreram EA. Também, revelaram que os EAs representaram o gasto de R$ 1.212.363,30 (MENDES et al., 2005). Em um relatório divulgado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), em 2017, observou-se que a maioria dos incidentes de segurança ocorreu nos hospitais (94%). 0 V e r a n o ta çõ e s Anotações 21/05/2022 21:02 lddkls211_gest_qua_seg_pac https://www.colaboraread.com.br/integracaoAlgetec/index?usuarioEmail=KARINASBARROS%40HOTMAIL.COM&usuarioNome=KARINA+SANTOS+BARROS+COELHO&disciplinaDescricao=GESTÃO%2C+QUA… 7/14 Vamos sintetizar alguns pontos importantes para todas as pro�ssões da área da saúde: Todas as atividades na área da saúde apresentam riscos para a integridade do paciente e para o pro�ssional. Os incidentes podem causar danos irreparáveis nos pacientes/clientes. Os incidentes, em sua maioria, são evitáveis e aumentam muito os custos da saúde. Você, como pro�ssional de saúde, precisa conhecer esses riscos inerentes a cada área e atuar para que não levem a incidentes com danos aos seus clientes. TAXONOMIA EM SEGURANÇA DO PACIENTE – ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE SAÚDE (OMS) Para padronização dos termos, a OMS lançou, em 2005, a Classi�cação Internacional de Segurança do Paciente (ICPS). Essa classi�cação permite a uniformidade dos conceitos, a qual assegura que os pro�ssionais tenham uma comunicação mais assertiva sobre cada terminologia e consigam aplicar em seu cotidiano. Quadro 1.1 | Classi�cação Internacional de Segurança do Paciente (ICPS) Segurança do paciente Reduzir os riscos de danos desnecessários ao paciente/cliente. Dano Comprometimento da estrutura ou função do corpo humano, seja de ordem física, social ou psicológica. Risco Probabilidade de um incidente acontecer. Incidente Evento ou situação que poderia ou resultou em dano desnecessário ao paciente. 0 V e r a n o ta çõ e s Anotações 21/05/2022 21:02 lddkls211_gest_qua_seg_pac https://www.colaboraread.com.br/integracaoAlgetec/index?usuarioEmail=KARINASBARROS%40HOTMAIL.COM&usuarioNome=KARINA+SANTOS+BARROS+COELHO&disciplinaDescricao=GESTÃO%2C+QUA… 8/14 Circunstância noti�cável Incidente com potencial para causar dano ao paciente/cliente. Near miss É um “quase erro”, incidente que foi observado, mas atingiu o paciente/cliente. Incidente sem dano Incidente que atingiu o paciente/cliente, mas não foi capaz de causar dano. Evento adverso Incidente que resultou em dano ao paciente/cliente. Pode ser um dano temporário, permanente ou até mesmo o óbito. Fonte: Brasil (2014, p. 7). Os termos abordados no Quadro 1.1 são muitos importantes para sua atuação pro�ssional, pois você perceberá, ao longo deste estudo, que existe uma gradação nos incidentes, e isso possibilita a criação de processos que minimizem os riscos e melhorem continuamente a qualidade do seu trabalho e atendimento ao paciente/cliente. Observe, na Figura 1.1, a hierarquia dos incidentes: Figura 1.1 | Gradação dos incidentes relacionados à assistência à saúde Fonte: elaborada pelo autor. 0 V e r a n o ta çõ e s Anotações 21/05/2022 21:02 lddkls211_gest_qua_seg_pac https://www.colaboraread.com.br/integracaoAlgetec/index?usuarioEmail=KARINASBARROS%40HOTMAIL.COM&usuarioNome=KARINA+SANTOS+BARROS+COELHO&disciplinaDescricao=GESTÃO%2C+QUA… 9/14 EXEMPLIFICANDO É fundamental que você compreenda a gradação dos incidentes, pois um evento adverso acontece, geralmente, devido a uma série de fatores que foram negligenciados ao longo do tempo. Imagine a seguinte situação: 1. Paciente está em uma cama, e as grades dela estão quebradas (circunstância noti�cável), mas ninguém percebeu ou deu a devida importância; 2. Pro�ssional chega ao leito do paciente quando ele ia cair e consegue ajudá-lo, e a queda não ocorre (near miss); 3. Paciente escorrega e vai ao chão, mas não apresenta nenhum dano (incidente sem dano); 4. Por �m, em nova ocasião, o paciente cai e bate a cabeça, tem perda da consciência e hemorragia (evento adverso). Se no primeiro incidente houvesse a noti�cação, a troca de cama do paciente e o encaminhamento da cama dani�cada para a manutenção, o evento adverso não aconteceria. POLÍTICAS PÚBLICAS DE SEGURANÇA DO PACIENTE Em 1999, o Institute of Medicine (IOM) lançou o primeiro estudo sobrea temática “segurança do paciente”. Na ocasião, o estudo, denominado Errar é humano: construindo um sistema de saúde mais seguro, foi impactante no mundo todo, pois evidenciou que morriam, aproximadamente, 98 mil pessoas por ano devido a erros médicos. Como você percebeu, não usamos mais o termo “erro médico”, e sim incidentes. Este estudo pioneiro inspirou iniciativas globais. Em 2004, a OMS lançou a campanha Aliança mundial pela segurança do paciente e, a partir deste ponto, a noção de que a necessidade de uma assistência segura era universal. E no Brasil? A iniciativa mais importante foi a Portaria nº 529, de 1º de abril de 2013, a qual estabeleceu o Programa Nacional de Segurança do Paciente, um marco para o país, pois regulamentou e tornou compulsório que as instituições de saúde tenham uma política de segurança interna para melhoria da qualidade e segurança do paciente/cliente. Vale ressaltar que as políticas públicas são essenciais, mas é necessário que haja uma cultura de segurança em toda a instituição de saúde e que todos os colaboradores sejam capacitados para evitar incidentes. 0 V e r a n o ta çõ e s Anotações 21/05/2022 21:02 lddkls211_gest_qua_seg_pac https://www.colaboraread.com.br/integracaoAlgetec/index?usuarioEmail=KARINASBARROS%40HOTMAIL.COM&usuarioNome=KARINA+SANTOS+BARROS+COELHO&disciplinaDescricao=GESTÃO%2C+QU… 10/14 ASSIMILE De acordo com Kohn, Corrigan e Donaldson (2000) e o Institute of Medicine (IOM), em 1999, havia, aproximadamente, 98 mil mortes por erro médico nos EUA, um país emergente e com os melhores protocolos do mundo. Se transportarmos essa realidade para o Brasil, qual seria esse percentual por incidentes nos serviços de saúde? Somente no ano de 2017, foram noti�cados para a Anvisa mais de 50 mil incidentes, destes mais de 94% aconteceram em hospitais. Sendo assim, é necessário que você pare, re�ita, inspire segurança em suas intervenções, siga os protocolos, melhore-os, faça um cuidado seguro e não cause danos ao seu paciente/cliente. PESQUISA EM SEGURANÇA DO PACIENTE A pesquisa cientí�ca é o caminho mais seguro para tornar tangíveis os conhecimentos provindos dela e transpô-la para melhoria da prática pro�ssional. Desse modo, a OMS, em 2017, lançou um desa�o aos pesquisadores de todo o mundo e de�niu alguns temas de investigação cientí�ca prioritários em segurança do paciente: (1) medir o dano; (2) compreender as causas; (3) identi�car as soluções; (4) avaliar o impacto e (5) transpor a evidência em cuidados mais seguros. Vale enfatizar que você também pode ser um pesquisador, na verdade, o pro�ssional de saúde é um investigador nato, pois, em seu processo de trabalho, existe muita tomada de decisão que depende de uma investigação da condição ou do fenômeno de seu paciente/cliente. Um dos exemplos da importância da pesquisa sobre este tema é o trabalho pioneiro de Mendes et al. (2005) no Brasil, o qual demonstrou que a problemática da segurança do paciente em nosso país tem re�exos nos pacientes/clientes e em todo o sistema de saúde, como aumento de custos associado ao incidente, tempo de internação e prolongamento do tratamento com antibióticos. Parabéns por ter concluído o primeiro trajeto da nossa caminhada com tanta dedicação e empenho. Este estudo é para aquisição de novos conhecimentos, então o que você aprendeu aqui ajudará no seu próximo itinerário. 0 V e r a n o ta çõ e s Anotações 21/05/2022 21:02 lddkls211_gest_qua_seg_pac https://www.colaboraread.com.br/integracaoAlgetec/index?usuarioEmail=KARINASBARROS%40HOTMAIL.COM&usuarioNome=KARINA+SANTOS+BARROS+COELHO&disciplinaDescricao=GESTÃO%2C+QUA… 11/14 FAÇA VALER A PENA Questão 1 A questão da problemática da segurança do paciente/cliente no mundo é uma discussão atual e que impacta toda a sociedade, pois diz respeito também à credibilidade dos serviços de saúde, bem como aos seus pro�ssionais. Desse modo, não é restrito apenas aos pro�ssionais de saúde pensar em processos de melhoria, isso também é tarefa do paciente/cliente e de toda a sociedade. Hipócrates (460-377 a.C.) já dizia: “primum non nocere”, ou seja, “primeiro, não causar dano”. Apesar de tanto tempo dessa inferência de Hipócrates, qual estudo embasou todas as iniciativas sobre um cuidado mais seguro no mundo? Assinale a alternativa correta: a. “Errar é humano”, do Institute of Medicine, em 1999. b. Aliança pela segurança do paciente, da OMS, em 2004. c. Desa�os global, da OMS, a partir de 2005. d. Portaria nº 529, no Brasil. e. Relatório da Anvisa, em 2017. Questão 2 Para a padronização dos termos, a OMS lançou, em 2005, a Classi�cação Internacional de Segurança do Paciente (ICPS). Essa classi�cação permite a uniformidade dos conceitos, a qual assegura que os pro�ssionais tenham uma comunicação mais assertiva sobre cada terminologia e consigam aplicar em seu cotidiano. Pense em uma situação hipotética, na qual um incidente está prestes a acontecer, mas alguém consegue perceber e impede que ele ocorra. Qual é a classi�cação desse incidente? a. Evento adverso. b. Incidente sem dano. 0 V e r a n o ta çõ e s Anotações 21/05/2022 21:02 lddkls211_gest_qua_seg_pac https://www.colaboraread.com.br/integracaoAlgetec/index?usuarioEmail=KARINASBARROS%40HOTMAIL.COM&usuarioNome=KARINA+SANTOS+BARROS+COELHO&disciplinaDescricao=GESTÃO%2C+QU… 12/14 c. Near miss. d. Circunstância noti�cável. e. Dano. Questão 3 Os incidentes na área da saúde são uma epidemia atual no mundo, e alguns pontos chamam muito atenção: primeiro, por serem evitáveis em sua maioria; segundo, pela consequência que os pacientes/clientes sofrem; por �m, o custo elevado para a saúde pública decorrente dos incidentes. Sendo assim, avalie a a�rmativas a seguir, sobre o que um pro�ssional de saúde deve fazer, primeiramente, ao presenciar um incidente: I. Reportar para seus superiores e advertir o responsável pelo erro. II. Noti�car o incidente e buscar compreender a causa. III. Ter uma postura ampla, com foco na solução, e não no problema. IV. Buscar uma abordagem educativa, e não punitiva, com foco no processo, e não nas pessoas. Considerando o contexto apresentado e a avaliação das a�rmativas, é correto o que se a�rma em: a. I, apenas. b. I e II, apenas. c. II e III, apenas. d. III e IV, apenas. e. II, III e IV, apenas. REFERÊNCIAS 0 V e r a n o ta çõ e s Anotações 21/05/2022 21:02 lddkls211_gest_qua_seg_pac https://www.colaboraread.com.br/integracaoAlgetec/index?usuarioEmail=KARINASBARROS%40HOTMAIL.COM&usuarioNome=KARINA+SANTOS+BARROS+COELHO&disciplinaDescricao=GESTÃO%2C+QU… 13/14 BRASIL. Ministério da Saúde. Fundação Oswaldo Cruz. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Documento de referência para o Programa Nacional de Segurança do Paciente. Brasília, DF: Ministério da Saúde, 2014. Disponível em: https://bit.ly/3n42ImG. Acesso em: 10 set. 2020. BRASIL. Boletim Segurança do Paciente e Qualidade em Serviços de Saúde nº 15: Incidentes Relacionados à Assistência à Saúde – 2016. Brasília, DF: ANVISA, 2016 Disponível em: https://bit.ly/3n7Qppo. Acesso em: 20 set. 2020. CROSBY, P. A utilidade da ISO. Revista Banas Qualidade, São Paulo, p. 40, 2000. DONABEDIAN, A. The seven pillars of quality. Archives of pathology & laboratory medicine, v. 114, n. 11, p. 1115, 1990. HINRICHSEN, S. L. et al. Gestão da qualidade e dos riscos na segurança do paciente: estudo–piloto. RAHIS – Revista de Administração Hospitalar e Inovação em Saúde, n. 7, p. 10-17, 2011. Disponível em: https://bit.ly/2Le3cJu. Acesso em: 28 set. 2020. KOHN, L. T.; CORRIGAN, J.; DONALDSON, M. S. To Err is Human: Building a Safer Health System. Washington, DC: National Academy Press, 2000. Disponível em: https://bit.ly/385qQRL. Acesso em: 28 set. 2020. MENDES, W.; TRAVASSOS, C.; MARTINS, M.; NORONHAS, J. C. Revisão dos estudos de avaliação da ocorrência de eventos adversos em hospitais. Rev. Bras. Epidemiol., São Paulo, v. 8, n. 4, dez. 2005. Disponívelem: https://bit.ly/34YF3hm. Acesso em: 28 set. 2020. ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE. World Alliance for Patient Safety: forward programme 2005. Genebra: OMS, 2005. Disponível em: https://bit.ly/380HfXo. Acesso em: 28 set. 2020. ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE. Avaliando e tratando danos aos pacientes: um guia metodológico para hospitais carentes de dados. Genebra: OMS, 2010a. Disponível em: https://bit.ly/3b40ilP. Acesso em: 28 set. 2020. 0 V e r a n o ta çõ e s Anotações http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/documento_referencia_programa_nacional_seguranca.pdf http://portal.anvisa.gov.br/documents/33852/271855/Boletim+Seguran%C3%A7a+do+Paciente+e+Qualidade+em+Servi%C3%A7os+de+Sa%C3%BAde+n%C2%BA+15/bb637392-4973-4e7f-8907-a7b3af1e297b https://revistas.face.ufmg.br/index.php/rahis/article/view/1400 https://www.researchgate.net/publication/200656918_To_Err_is_Human_Building_a_Safer_Health_System https://www.scielosp.org/article/rbepid/2005.v8n4/393-406/ https://www.who.int/patientsafety/en/brochure_final.pdf https://apps.who.int/iris/bitstream/handle/10665/77100/9789241500388_por.pdf?sequence=3&isAllowed=y 21/05/2022 21:02 lddkls211_gest_qua_seg_pac https://www.colaboraread.com.br/integracaoAlgetec/index?usuarioEmail=KARINASBARROS%40HOTMAIL.COM&usuarioNome=KARINA+SANTOS+BARROS+COELHO&disciplinaDescricao=GESTÃO%2C+QU… 14/14 ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE. IBEAS: a pioneer study on patient safety in Latin America: towards safer hospital care. Genebra: OMS, 2010b. Disponível em: https://bit.ly/2L7AslZ. Acesso em: 28 set. 2020. ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE. Estrutura Concetual da Classi�cação Internacional sobre Segurança do Doente. Genebra: OMS, 2011. Disponível em: https://bit.ly/351zmPD. Acesso em: 28 set. 2020. ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE. Patient Safety: making health care safer. Genebra: OMS, 2017. Disponível em: https://bit.ly/381aXvl. Acesso em: 28 set. 2020. REIS, C. T.; MARTINS, M.; LAGUARDIA, J. A segurança do paciente como dimensão da qualidade do cuidado de saúde: um olhar sobre a literatura. Ciência & Saúde Coletiva, v. 18, n. 7, p. 2029-2036, 2013. Disponível em: https://bit.ly/3hx5SOu. Acesso em: 28 set. 2020. 0 V e r a n o ta çõ e s Anotações https://apps.who.int/iris/bitstream/handle/10665/330055/WHO-IER-PSP-2010.3-eng.pdf?sequence=1&isAllowed=y https://apps.who.int/iris/bitstream/handle/10665/70882/WHO_IER_PSP_2010.2_por.pdf;jsessionid=7DBB83897478474B6FD4CFD9320DFEA3?sequence=4 https://apps.who.int/iris/bitstream/handle/10665/255507/WHO-HIS-SDS-2017.11-eng.pdf?sequence=1&isAllowed=y https://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1413-81232013000700018&script=sci_arttext
Compartilhar