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Tratamento Contábil do Adiantamento para Futuro Aumento de Capital

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Boletim Imposto de Renda n° 16 - Agosto/2017 - 2ª Quinzena
Matéria elaborada conforme a legislação vigente à época de sua publicação, sujeita a mudanças em decorrência das alterações legais.
CONTABILIDADE
 
ADIANTAMENTO PARA FUTURO AUMENTO DE CAPITAL (AFAC)
Considerações Gerais
ROTEIRO
1. INTRODUÇÃO
2. CONCEITO
3. TRATAMENTO CONTÁBIL
 3.1. AFAC sem devolução
 3.2. AFAC com devolução
4. AFAC ENTRE COLIGADAS/CONTROLADAS, INTERLIGADAS E INVESTIDAS
 4.1. Caracterização como AFAC
 4.2. Prazos
 4.3. Caracterização como mútuo
5. ACÓRDÃOS DO MINISTÉRIO DA FAZENDA
1. INTRODUÇÃO
Dentre as modalidades de aumento do capital social, verifica-se que existe o Adiantamento para Futuro Aumento de Capital (AFAC), que neste trabalho iremos
analisar seus conceitos e tratamento contábil.
2. CONCEITO
O AFAC é um tipo de aporte feito pelos acionistas para a pessoa jurídica, com a finalidade de aumentar o Capital Social a ser incorporado ao Patrimônio Líquido.
Atualmente já é verificado e consolidado que a Lei n° 11.638/2007 e a Lei n° 11.941/2009 (conversão da Medida Provisória n° 449/2008) efetuaram alterações e
atualizações tributárias e societárias. 
3. TRATAMENTO CONTÁBIL
Contabilmente segundo a Resolução CFC n° 1.159/2009, itens 68 e 69, deve-se observar a possibilidade ou não de devolução destes recursos para aplicar a
contabilização correta, de forma que poderão ser lançados no Patrimônio Líquido, após a conta de capital social, ou caso haja qualquer possibilidade de sua
devolução, devem ser registrados no Passivo Não Circulante, não esquecendo, que aplica-se integralmente a luz do princípio da essência sobre a forma.
Observando as regras e procedimentos, explanaremos o tratamento contábil aplicado em ambos os casos. 
3.1. AFAC sem devolução
Conforme mencionado no Item 68 da Resolução CFC 1.159/2009, deverá ser lançado no Patrimônio Líquido, após a conta de capital social.
Pelo recebimento dos recursos:
D- Banco - Disponibilidades (AC)
C- Adiantamento para aumento de capital (PL)
Quando ocorrer o aumento de capital:
D- Adiantamento para aumento de capital (PL)
C- Capital social (PL)
Desta forma, a demonstração no balanço ficaria:
PATRIMÔNIO LÍQUIDO
 CAPITAL SOCIAL
 (-) Capital a Realizar
 Adiantamento para Futuro Aumento de Capital
 LUCROS OU PREJUÍZOS ACUMULADOS
 Lucros Acumulados
 (-) Prejuízos Acumulado
3.2. AFAC com devolução
Considerando o AFAC efetuado nestas características, como menciona o entendimento contábil do Item 68 da Resolução CFC 1.159/2009, deverá ser contabilizado
em conta do passivo, visto que caracteriza-se como uma obrigação para a PJ.
De forma que temos:
http://www.econeteditora.com.br/bdi/lei/07/lei11638_2007.asp
http://www.econeteditora.com.br/bdi/lei/09/lei_11941_2009.php
http://www.econeteditora.com.br/bdi/m-o/08/mp449_2008.php
http://www.econeteditora.com.br/bdi/res/rs09/resolucao1159_cfc_2009.php
http://www.econeteditora.com.br/bdi/res/rs09/resolucao1159_cfc_2009.php#68.
http://www.econeteditora.com.br/bdi/res/rs09/resolucao1159_cfc_2009.php#69.
http://www.econeteditora.com.br/bdi/res/rs09/resolucao1159_cfc_2009.php#68.
http://www.econeteditora.com.br/bdi/res/rs09/resolucao1159_cfc_2009.php
http://www.econeteditora.com.br/bdi/res/rs09/resolucao1159_cfc_2009.php#68.
http://www.econeteditora.com.br/bdi/res/rs09/resolucao1159_cfc_2009.php
Pelo recebimento e reconhecimento: 
D- Banco (AC)
C- Adiantamento para Futuro Aumento de Capital (PC)
Pela devolução:
D- Adiantamento para Futuro Aumento de Capital (PC)
C- Banco (AC)
4. AFAC ENTRE COLIGADAS/CONTROLADAS, INTERLIGADAS E INVESTIDAS
Neste ponto em particular, deve-se tomar bastante cuidado no que se refere ao tratamento que discorremos no item 3.2 deste trabalho, visto que para este tipo de
operação existe uma regulamentação própria.
Não obstante ao tratamento contábil explanado, o Parecer Normativo CST n° 17/1984 regulamenta os aspectos atinentes a formalização do AFAC quando efetuado
entre sociedade coligada/controlada, interligada ou investida, de forma que o seu não cumprimento ou o cumprimento parcial equiparam-se a uma operação de
mútuo entre pessoas jurídicas.
4.1. Caracterização como AFAC
Neste caso, segundo o caput do PN CST n° 17/1984 será conceito como AFAC quando cumulativamente cumpra os seguintes requisitos:
O adiantamento se destine, específica e irrevogavelmente ao aumento do capital social da beneficiária, e
A capitalização se processe, obrigatoriamente, por ocasião da primeira Assembleia Geral Extraordinária (AGE) ou alteração contratual posterior ao adiantamento
ou, no máximo, até 120 dias contados do encerramento do período-base da sociedade tomadora dos recursos.
4.2. Prazos
O Item 7 e seguintes do PN CST n° 17/1984 é mencionado que não será admitido que o saldo fique perpetuamente lançado no passivo aguardando a
integralização junto ao capital, de forma que será exigido a determinação de um prazo máximo para o cumprimento da capitalização.
O Item 7.1 do PN CST n° 17/1984 entende que a alteração e formalização deva ser efetuada logo no recebimento do recurso, sendo através da assembleia geral
extraordinária (AGE) para as empresas S/A regidas pela Lei n° 6.404/76 ou alteração contratual para as demais pessoas jurídicas.
Porém, entende-se que existem procedimentos burocráticos para que ocorram as referidas alterações é estabelecido uma tolerância de até 120 dias contados a
partir do encerramento do período-base em tenha ocorrido o recebimento dos recursos financeiros.
Quando por ventura ocorrer outros adiantamentos antes das alterações ou mesmo que depois de decorridos os 120 dias, a integralização deverá abranger todos os
valores aportados. 
4.3. Caracterização como mútuo
O Item 8 do PN CST n° 17/1984, esclarece-nos que quando não forem cumpridos os prazos estabelecidos (item 4.2) a operação será tratada como mútuo, tendo
como rendimento tributável a variação disposta no ato normativo, que será aplicada sobre o montante dos créditos existentes, desde a data de cada contratação.
O tratamento apresentado no parágrafo anterior abrange inclusive o valor do saldo não absorvido pelas integralizações dentro do prazo, visto que o valor
capitalizado será excluído, sucessivamente, de cada adiantamento, do mais recente para o mais antigo, até a sua complete absorção.
Adicionalmente esclarecemos que os conceitos, regras e entendimentos relativos aos contratos de mútuo estão elencados no boletim:
CONTRATO DE MÚTUO Regras e Contabilização 21/2016
5. ACÓRDÃOS DO MINISTÉRIO DA FAZENDA
ACÓRDÃO N° 12-49093 de 27 de agosto de 2012 - 15° TURMA
EMENTA: IOF. ADIANTAMENTO PARA FUTURO AUMENTO DE CAPITAL. CAPITALIZAÇÃO DOS RECURSOS APÓS O PRAZO ESTABELECIDO NO
PARECER NORMATIVO CST N° 17/1984. EQUIPARAÇÃO A NEGÓCIO DE MÚTUO. IMPOSSIBILIDADE. A legislação do IOF não prevê nenhuma
hipótese em que os adiantamentos para futuro aumento de capital sejam equiparados a negócios de mútuo, por decurso de prazo para capitalização dos
recursos. A fixação de um limite de 120 dias para a aprovação do aumento de capital, com base no Parecer Normativo CST n° 7/1984, é descabida,
posto que o referido ato não guarda pertinência com o tributo em causa.
IOF. ADIANTAMENTO PARA FUTURO AUMENTO DE CAPITAL. CAPITALIZAÇÃO FRUSTRADA. EQUIPARAÇÃO A NEGÓCIO DE MÚTUO.
Frustrada a capitalização dos recursos originados de adiantamento para futuro aumento de capital, fica caracterizada a existência de um mútuo de
recursos financeiros, sujeito à incidência do IOF.
IOF. ADIANTAMENTOS EFETUADOS PARA EMPRESAS LIGADAS COM A FINALIDADE DE PAGAMENTOS DE DESPESAS. A utilização de uma
rubrica contábil com a finalidade de pagamento de despesas de empresas ligadas, sem contrato formal de mútuo, caracteriza a existência de uma conta-
corrente, devendo-se apurar o IOF devido segundo as regras próprias das operações de crédito rotativo.
IOF. MÚTUOS PACTUADOS VERBALMENTE ENTRE EMPRESAS LIGADAS. A utilização de uma rubrica contábil para registrar transferências de
recursos entre empresas ligadas, sem contratoformal de mútuo, caracteriza a existência de uma conta-corrente, devendo-se apurar o IOF devido
segundo as regras próprias das operações de crédito rotativo.
IOF. ASSUNÇÃO DE DÍVIDA DE MÚTUO. A assunção de uma dívida de mútuo, quando consentida expressamente pelo credor, equivale a uma
renegociação do crédito, com substituição do devedor original, operação esta sujeita à incidência do IOF.
ACÓRDÃO N° 15-21537 de 30 de outubro de 2009 - 4ªTURMA
EMENTA: LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. DECADÊNCIA. Aplica-se a regra do § 4° do artigo 150 do Código Tributário Nacional - CTN na
hipótese em que houve pagamento antecipado do imposto, ainda que parcial, e a do artigo 173, inciso I do CTN quando não houve pagamento.
http://www.econeteditora.com.br/bdi/port/p-ant/parecer_normativo_017_1984.php
http://www.econeteditora.com.br/bdi/port/p-ant/parecer_normativo_017_1984.php
http://www.econeteditora.com.br/bdi/port/p-ant/parecer_normativo_017_1984.php#7.
http://www.econeteditora.com.br/bdi/port/p-ant/parecer_normativo_017_1984.php
http://www.econeteditora.com.br/bdi/port/p-ant/parecer_normativo_017_1984.php#7.1
http://www.econeteditora.com.br/bdi/port/p-ant/parecer_normativo_017_1984.php
http://www.econeteditora.com.br/bdi/port/p-ant/parecer_normativo_017_1984.php#8
http://www.econeteditora.com.br/bdi/port/p-ant/parecer_normativo_017_1984.php
http://www.econeteditora.com.br/boletim_imposto_renda/ir-16/Boletim-21/ass_div_contrato_mutuo.php
http://www.econeteditora.com.br/bdi/lei/ant/lei5172_1966.asp#art150_p4
http://www.econeteditora.com.br/bdi/lei/ant/lei5172_1966.asp#art150
http://www.econeteditora.com.br/bdi/lei/ant/lei5172_1966.asp
http://www.econeteditora.com.br/bdi/lei/ant/lei5172_1966.asp#art173
http://www.econeteditora.com.br/bdi/lei/ant/lei5172_1966.asp#art173_i
http://www.econeteditora.com.br/bdi/lei/ant/lei5172_1966.asp
ADIANTAMENTO PARA FUTURO AUMENTO DE CAPITAL. OPERAÇÃO DE MÚTUO. Para que os recursos aportados em empresa controlada a título
de Adiantamento para Futuro Aumento de Capital - AFAC não configurassem uma operação de mútuo, o aumento de capital deveria ter sido realizado
por ocasião da primeira alteração contratual da sociedade investida que ocorresse imediatamente após o recebimento dos recursos financeiros ou, não
ocorrendo tal alteração contratual, no prazo máximo de 120 (cento e vinte) dias contados a partir do encerramento do período-base em que a investida
recebeu os recursos financeiros. Assim não ocorrendo, resta caracterizada a operação de mútuo, sujeita à incidência do IOF.
ECONET EDITORA EMPRESARIAL LTDA
Autor: Rafael de Oliveira
TODOS OS DIREITOS RESERVADOS
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