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Fármacos antidepreivos …..…..…..…..…..…..…..…..…..………………………….. Objetivos - Conhecer as principais características fisiopatológicas da depressão uni e bipolar. - Conhecer os principais fármacos utilizados, atualmente, para o manuseio terapêutico desses distúrbios, mecanismos de ações, características clínicas, farmacocinéticas, efeitos adversos e toxicidade. …..…..…..…..…..…..…..…..…..………….. Epidemiologia dos distúrbios do humor - Ou também chamados de distúrbios afetivos - A depressão e a ansiedade são desordens mentais mais comuns da atualidade, afetando mais de 15% da população mundial (quando associados), em algum momento da vida. OBS: A ansiedade, isoladamente, acomete muito mais a população. - Com o advento de fármacos mais seletivos e seguros, o uso de antidepressivos e ansiolíticos passou do domínio exclusivo da psiquiatria para outras especialidades médicas, incluindo a atenção primária - o acolhimento do paciente é também fundamental no tratamento desses transtornos. …..…..…..…..…..…..…..…..………….. Distúrbios do humor ou distúrbios afetivos - De acordo com o CID-10 (classificação internacional de doenças), o transtorno depressivo maior (TDM) e o transtorno afetivo bipolar (TABP) caracterizam-se por uma desregulação do humor. - A TDM caracteriza-se por episódio recorrentes de humor depressivo, aumento do isolamento social, sensação de desprazer, perda de interesse na maioria das atividades e, por vezes, sintomas somáticos característicos, como fadiga, hiporexia, insônia e redução dos movimentos e da fala. - O TDM pode ser precipitado por fatores estressantes sociais ou pode ter origem espontânea, sem causa aparente, devido a predisposição biológica. OBS: O episódio depressivo deve durar 2 semanas ou mais e deve interferir significativamente nas atividades diárias do paciente, como trabalho e relacionamentos pessoais para ser considerado um transtorno depressivo maior. Um episódio não é considerado como TDM se for devido a algum sofrimento, como falecimento de parentes próximos, ou condição clínica, como hipotireoidismo. OBS: A TDM pode se subdividir em 3 subtipos clínicos: depressão típica, atípica e melancólica. A depressão típica caracteriza-se por acordar cedo pela manhã associado a dificuldade de voltar a dormir, diminuição do apetite com perda de peso e sentimentos pronunciados de rompimento social por mais de um mês (segundo alguns critérios diagnósticos). A depressão atípica, por outro Farmacologia II lado, cursa com sintomas opostos aos da depressão típica, como aumento do apetite, particularmente para alimentos “reconfortantes” ricos em gordura/carboidratos, hipersonia e, ao contrário dos pacientes tipicamente deprimidos, são capazes de passar por breves períodos de prazer e apresentar um comportamento de busca do prazer. A depressão melancólica, por fim, é o subtipo menos comum, mas o mais incapacitante. O paciente perde todo o interesse pelo seu entorno e, com freqüência, mostra-se totalmente indiferente a críticas ou preocupação. Esses indivíduos são incapazes de sentir prazer, mesmo que por um breve período - O TABP, por outro lado, é definido pela presença de mania ou hipomania (embora os períodos de depressão sejam mais comuns e evidentes que os de humor elevado) e depressão, alternados - o paciente que tem TABP tem uma oscilação de humor muito maior do que o paciente depressivo; e se essa oscilação ocorre por alguma disfunção neuronal do SNC, muito provavelmente esse paciente bipolar deve ter uma oscilação disfuncional muito mais intensa nessa NT do que no paciente que admite o quadro de depressão unipolar (não acompanhada pelos episódios de euforia e profunda tristeza do paciente bipolar) OBS: O episódio maníaco é o inverso clínico do episódio depressivo. Na mania, embora o paciente possa sentir-se irritado, há normalmente uma sensação de humor elevado, sentimento de auto-estima aumentada, euforia, redução da necessidade de sono, fala acelerada e pensamento desorganizado. Normalmente os episódios de mania culminam em algum evento adverso (como acidente de trânsito, detenção). OBS: Hipomania (“pequena mania”), por outro lado, representa a manifestação de sintomas maníacos por mais de 4 dias, mas sem o desfecho adverso. - Vários outros transtornos, como a distimia (transtorno depressivo persistente - subtipo crônico da depressão) e a ciclotimia (faz parte do espectro bipolar e consiste em recorrentes variações de humor, variando entre a hipomania e a distimia ou depressão), envolvem outras combinações ou manifestações menos extremas da depressão e mania. …..…..…..…..…..…..…….. Características clínicas do transtornos afetivos - No TABP, os períodos de energia excessiva, alegria, animação e euforia são instantaneamente seguidos de um episódio de tristeza e desânimo. - A depressão maior, por outro lado, é classificada como um estado persistente de tristeza, falta de esperança e baixa autoestima. - E tudo isso se relaciona à fisiopatolgia da doença (que, até hoje, não é muito bem compreendida) - A depressão unipolar cursa com a concentração do humor em uma variação unidirecional, caracterizando quadros frequentes de tristeza; - Por outro lado, no paciente Características clínicas dos transtornos afetivos com transtorno bipolar, existem episódio recorrentes de tristeza, mas esses são seguidos de euforia e mania (e, inclusive, nesses momentos, o paciente pode agir de maneira compulsiva, agressiva e inconsequente) …..………………………………….…..…….. Fisiologia da NT central de 5-HT e NE - A serotonina e a norepinefrina desempenham papéis críticos e fundamentais a modulação do humor (além do papel dessas no ciclo sono-vigília, motivação, percepção da dor e papel neuroendócrino) - A projeções serotoninérgicas para o prosencéfalo são as importantes para a modulação do humor. - Além disso, o sistema de neurotransmissão dopaminérgico também está envolvido com a regulação humoral, especialmente em relação à euforia e quadros de mania (através da atividade da via mesolímbica). - Os núcleos da rafe são são os principais responsáveis pela origem dos corpos de neurônios serotoninérgico, e o lócus cerúleos, dos neurônios noradrenérgicos. - A liberação basal desses neurotransmissores é especialmente controlada pelos autorreceptores pré-sinápticos (que fazem feedback negativo com a liberação delas); mas, estímulos específicos podem provocar rápidos surtos de descarga, superpostos à atividade tônica basal. …..…..…..…..…..…..…..…..….. Receptores serotoninérgicos e noradrenérgicos - Os receptores da classe 5-HT1 estão aclarados à Gi, então reduzem o AMPc. - Os 5HT2 são acoplados à Gq, produzindo IP3 e DAG a partir do PIP2 - Os 5HT4, 5HT6 e 5HT7 são acoplados à Gs, estimulando o aumento dos níveis de AMPc. - Os 5HT3, por outro lado, são receptores ionotrópicos (ou seja, canais iônicos regulados por ligante) - O receptor 5HT1D pré-sináptico medeia os mecanismos auto-inibitórios da neurotransmissão da 5HT nos terminais axônicos. - O receptor 5HT1A é expresso tanto nos corpos celulares serotoninérgicos dos núcleos da rafe quanto em neurônios pós-sinápticos no hipocampo, e a sua ativação resulta em diminuição dos níveis de AMPc. Farmacologia da Neurotransmissão Serotoninérgica e Adrenérgica Central | 189 a 5HT, a NE e a DA, enquanto a MAO-B oxida preferencial- mente a DA. As monoamina oxidases inativam as monoaminas através de desaminação oxidativa, utilizando uma flavina fun- cional como aceptor de elétrons. A catecol-O-metiltransferase (COMT) no espaço extracelular é outra enzima importante de degradação das monoaminas, embora a COMT desempenhe um papel menos significativo no SNC do que na periferia. RECEPTORES DE SEROTONINA Foram caracterizados múltiplos subtipos de receptores de 5HT, e todos eles, à exceção de um, estão acoplados à proteína G (Quadro 13.1). Em geral, a classe de receptores 5HT1 inibe a adenilil ciclase, aclasse 5HT2 aumenta a renovação do fosfati- dilinositol, e as classes 5HT4, 5HT6 e 5HT7 estimulam a adenilil ciclase. O único canal iônico regulado por ligante conhe cido é o receptor 5HT3, embora vários subtipos de receptores de 5HT ainda não estejam totalmente caracterizados. O receptor 5HT1A é expresso tanto nos corpos celulares serotoninérgicos dos núcleos da rafe quanto em neurônios pós-sinápticos no hipocampo, e a sua ativação resulta em diminuição dos níveis de cAMP. O receptor 5HT1D pré-sináptico medeia os mecanis- mos auto-inibitórios da neurotransmissão da 5HT nos termi- nais axônicos. A sinalização dos receptores 5HT2A e 5HT2C é excitatória e baixa o limiar de descarga neuronal. Os vários subtipos de receptores estão diferencialmente expressos no cérebro. Por exemplo, um subgrupo de projeções de 5HT para o córtex estimula os receptores 5HT2 pós-sinápticos, enquanto outras projeções para o sistema límbico estimulam os recep- tores 5HT1A pós-sinápticos. Entretanto, existe uma conside- rável superposição na expressão dos subtipos de receptores, e a importância fisiológica dessa superposição não está bem elucidada. Os mecanismos de sinalização dos subtipos de receptores de norepinefrina (adrenérgicos) são discutidos no Cap. 9 e revistos no Quadro 13.1. FISIOPATOLOGIA DOS TRANSTORNOS AFETIVOS O transtorno depressivo maior (TDM) e o transtorno afetivo bipolar (TABP) caracterizam-se por uma desregulação do humor. O transtorno depressivo maior caracteriza-se por episó- dios recorrentes de depressão, enquanto o transtorno bipolar é definido pela presença de mania ou hipomania (embora os períodos de depressão sejam mais comuns do que os períodos de humor elevado no TABP). Além disso, vários outros trans- tornos, como distimia e ciclotimia, envolvem combinações ou manifestações menos extremas de depressão e mania. As teorias moleculares atuais para a etiologia da depressão têm a sua base na hipótese monoamínica, enquanto as teorias para a etiologia da mania originam-se, principalmente, das ações deduzidas do lítio, um agente de primeira linha utilizado no tratamento da mania. Entretanto, como as etiologias subjacentes desses trans- tornos ainda não estão bem elucidadas em nível molecular, os critérios para diagnóstico baseiam-se, primariamente, na aval- iação clínica. Os critérios diagnósticos da American Psychiatric Association para o transtorno depressivo maior e o transtorno bipolar estão resumidos nos Boxes 13.1 e 13.2. DA L-DOPA Dopamina Na+ Tirosina Ca2+ Transportador de NE Transportador de L-aminoácidos aromáticos DOPGAL DA DA Na+ Tirosina Potencial de ação Neurônio adrenérgico H+ NE NE NE Receptor α2-adrenérgico (auto-receptor) VMAT NE MAO ATP ADPH + Fig. 13.3 Regulação pré-sináptica da neurotransmissão da norepinefrina. A norepinefrina presente na vesícula sináptica provém de duas fontes. Em primeiro lugar, a dopamina sintetizada a partir da tirosina é transportada na vesícula pelo transportador de monoaminas vesicular (VMAT). No interior da vesícula, a dopamina é convertida em norepinefrina pela dopamina-!- hidroxilase. Em segundo lugar, a NE reciclada é transportada do citoplasma para o interior da vesícula, um transporte também efetuado pelo VMAT. A neurotransmissão é iniciada por um potencial de ação no neurônio pré- sináptico, o que acaba levando à fusão das vesículas sinápticas com a membrana plasmática, através de um processo dependente de Ca2+. A NE é removida da fenda sináptica por um transportador seletivo de norepinefrina (NET), bem como por transportadores não-seletivos da recaptação (não indicados). A NE pode estimular auto-receptores "2-adrenérgicos a proporcionar uma inibição por retroalimentação. A NE citoplasmática que não é seqüestrada em vesículas sinápticas pelo VMAT sofre degradação pela monoamina oxidase (MAO) a 3,4- diidroxifenilglicoaldeído (DOPGAL) na membrana mitocondrial externa. QUADRO 13.1 Mecanismos de Sinalização dos Subtipos de Receptores de Norepinefrina e de Serotonina SUBTIPO DE RECEPTOR DE NE MECANISMOS DE SINALIZAÇÃO "1 ↑ IP3, DAG "2* ↓ cAMP !1,2 ↑ cAMP SUBTIPO DE RECEPTOR DE 5HT 5HT1A,B,D*, E,F ↓ cAMP 5HT2A,B,C ↑ IP3, DAG 5HT3 Canal iônico regulado por ligante 5HT4,6,7 ↑ cAMP Abreviaturas: cAMP = AMP cíclico; IP3 = 1,4,5-trifosfato de inositol; DAG = diacilglicerol. *Os receptores "2-adrenérgicos e 5HT1D são auto-receptores pré-sinápticos importantes para a inibição por retroalimentação. - Já os receptores adrenérgicos são todos acoplados à proteína G, sendo que alfa1 está acoplado à Gq, alfa 2 à Gi e betas 1 e 2 à Gs. OBS: Os receptores de serotonina, especialmente os 5HT4, estão em grande quantidade no TGI, participando da motilidade gastrintestinal, induzindo-a. OBS: Os receptores de serotonina (especialmente o 5-HT3) também se localizam na zona do gatilho quimiorreceptor, estimulando a náusea e êmese. …..…..…..…..…..…..…..…..…..………………………….. Fisiopatologia da depressão 1. Hipótese monoaminérgica - Acredita-se que as monomanias (Na, 5-HT e DA) estejam envolvidas com o controle das emoções. - Essas 3 monoaminas, de forma equilibrada, sincronica e rítmica, em áreas específicas do SNC, regulam o nosso conteúdo emocional - Mas, acredita-se que exista uma disfunção/ diminuição patológica dessas neurotransmissões em regiões corticais e límbicas nos quadros de depressão, de maneira que ocorra um desequilíbrio dos estados emocionais que são controlados no SNC por ação desses NT. - Por isso, os antidepressivos mais usados tem papel central sobre a NT 5-TH, Na e DA. 2. Efeitos tróficos e neuroplasticidade - Essa hipótese que tenta explicar a patogênese da depressão leva em consideração redes estruturais de neurônios - Fisiologicamente, acredita-se que a NA e a 5-HT, e também uma substancia endógena, que nada mais é do que um fator de crescimento neuronal (BDNF - brain-derived neurotrophic factor), ativam seus receptores provocando ações sinérgicas no SNC. - Há evidências importantes sobre a função desempenhada por fatores de crescimento dos nervos, como o BDNF, na regulação da plasticidade neural e neurogênese - A NA, ao ativar seus receptores alfa-2, causa ativação da transcrição de genes benéficos. A mesma coisa acontece com a ativação dos receptores de serotonina e do BDNF (receptores TrkB) - como resposta, isso leva à neurogênese; e essa neurogênese seria fisiologicamente importante para regular tanto a rede de neurônios que produzem essas substancias que regulam o humor, quanto também para regular a sua função. - Estudos sugerem que a depressão está relacionada a uma perda do suporte neurotrófico (como por redução do BDNF), e que as terapias antidepressivas efetivas aumentam a neurogênese e a conexão sináptica nas áreas corticais, como o hipocampo. - Acredita-se que o BDNF exerça a sua influência sobre a sobrevida neuronal e efeitos de crescimento ao ativar a tirosina-cinase do receptor B tanto nos neurônios como na glia. - O que se sabe é que inúmeros fatores podem levar ao desenvolvimento de distúrbios depressivos. Um deles é uma condição de estresse - especialmente uma condição de estresse persistente. Diante desses quadros ocorre ativação do eixo hipotálamo-hipófise-adrenal, cursando com a liberação de cortisol pelo córtex da suprarrenal. Além disso, vários estudos apontam que o estresse, bem como a dor, estão envolvidos com uma redução do BDNF, o que contribuiria para alterações estruturais atróficas no hipocampo (importante tanto na memória contextual como na regulação do eixo hipotálamo-hipófise-suprarrenal) e, talvez, em outras áreas, como o córtex frontal e o giro cingulado anterior (desempenha uma função na integração dos estímulos emocionais). OBS: No paciente com TDM existem diversas anormalidades hormonais; entre elas, existem anormalidades do eixo hipotálamo-hipófise-adrenal e níveis elevados de cortisol - que podem contribuir, também, para a supressão da transcrição do BDNF.- O estresse estimula, também, a liberação de glutamato. No SNC, o glutamato, para regulação de inúmeros processos neuronais, é imprescindível, e é o principal NT excitatório do SNC. OBS: o estresse aumenta a liberação de glutamato em roedores, e os antidepressivos inibem a liberação pré-sináptica de glutamato induzida por estresse. Além disso, o uso crônico de antidepressivos está associado a uma redução da transmissão glutamatérgica, incluindo a liberação pré-sináptica de glutamato no hipocampo e nas áreas corticais - Mas o estresse, especialmente na região da amígdala, consegue provocar inibição de neurônios GABAérgicos e provoca estímulo exacerbado de neurônios glutamatérgicos que, então, liberam glutamato em excesso e, em regiões que regulam o humor, o glutamato ativa os seus receptores. - Essa via de estresse que ativa o eixo hipotálamo-hipófise-adrenal também leva ao aumento de cortisol periférico e, ele, junto com o glutamato, ganha o SNC facilmente (atravessando a BHE), antagonizando os efeitos fisiológicos da NE, 5-HT e BDNF. Por exemplo, ativam a transcrição de genes que são prejudiciais - do ponto de vista que serão genes transcritos para a síntese de proteínas que induzem a apoptose neuronal (induzida, então, pelo cortisol e também pelo glutamato). Isso pode levar a sintomas depressivos, por exemplo, se tivermos neurônios serotoninérgicos, noradrenérgicos e dopaminérgicos (principais monomanias envolvidas na regulação do humor) sofrendo uma desregulação entre a neurogênese e a apoptose (afetando estrutura e função neuronal) - justamente por que a estrutura neuronal de regulação do humor estará comprometida. Fisiopatologia da depressão Efeitos tróficos e neuroplasticidade OBS: O aumento da ativação dos receptores de monomanias parece, também, resultar em aumento da transcrição do BDNF e infrarregulação do eixo HPA, normalizando a atividade exacerbada desse. Isso indica que existe uma conversa e íntima relação entre as teorias da fisiopatologia da depressão. OBS: Pacientes com uso exacerbado de corticóides - podem desenvolver depressão a longo prazo pelo efeito mimético desses fármacos da função do cortisol OBS: TABP - pode haver redução da rede neurônios, mas pode ocorrer rápida regeneração e neuroplasticidade neuronal que cursa com oscilação do potencial de ação muito maior de neurônios dopaminérgicos do que pacientes que não tem esse tipo de transtorno. Assim, isso pode causar, mesmo que numa menor quantidade de neurônios, maior liberação de dopamina, desencadeando os quadros de euforia e mania. Mas, é importante salientar que o paciente bipolar normalmente tem muito mais crises depressivas do que eufóricas. OBS: Os esteroides sexuais também estão implicados na fisiopatologia da depressão. Acredita-se que a redução de estrogênio, nos períodos pós-parto e pós-menopausa, desempenham uma função na etiologia da depressão em algumas mulheres. 3. Alterações estruturais no cérebro - Em pacientes deprimidos, existem alterações estruturais em diversas regiões do cérebro, como o córtex pré-frontal, núcleo accumbens, amígdala e hipocampo, que cursam com perdas neurais substanciais. - Ou seja, existem alterações estruturais nessas redes neuronais que levam à alterações funcionais nessas redes. …..…..…..…..…..…..…..…..…..………………………….. Fármacos antidepressivos - Típicos: antidepressivos clássicos, que agem por mecanismos de ação muito mais definidos e conhecidos. Dentre eles estão os inibidores da MAO (iMAO), antidepressivos tricíclicos (ADTs), inibidores da recaptação de serotonina e noradrenalina (SNRIs ou IRSNs) e inibidores seletivos da recaptação de serotonina (ISRSs) OBS: dopamina é uma precursora da norepinefrina OBS: Antidepressivos tricíclicos tem mecanismo de ação em dois alvos principais - inibem a recaptação de 5-HT e de NE, bem como os IRNSs, mas existe diferença entre eles. - Atípicos: agem por mecanismos de ação não muito bem conhecidos. Córtex pré-frontal Núcleo Accumbens Amídala Hipocampo Fisiopatologia da depressão Alterações estruturais no cérebro de pacientes deprimidos OBS: Os mais usados na clínica, dentre os típicos, são os ADTs, IRSNs e ISRSs; os inibidores da MAO entraram um pouco em desuso devido aos seus efeitos adversos significativos. …..…..…..…..…..…..…..…..…..………………….. Terapias com antidepressivos - Tratar a depressão não é simples, e a terapia antidepressiva não é realizada a curto prazo. - O efeito, que depende da ação, de um antidepressivo, só é observado após dias ou semanas do início do tratamento. - Antes do tratamento está estabelecido um quadro de disfunção da liberação de NT que regulam o humor. Então, é preciso aumentar a liberação desses NT ou pelo menos impedir que a biodisponibilidade desses NT na fenda sináptica - onde eles agem para regular o humor - seja reduzida. - Autorreceptor regulatório: faz feedback negativo, diminuindo a liberação do NT na Fármacos antidepressivos típicos Fármacos antidepressivos fenda sináptica. O paciente com depressão tem aumento da expressão desses autorreceptores, e o NT que já está sendo pouco liberado ativa esses autorreceptores, diminuindo a liberação dele ainda mais. - Além disso, após a síntese dos NT monoaminérgicos, usualmente ocorre armazenamento deles para posterior liberação. Esse armazenamento também pode ser prejudicado no quadro depressivo, anteriormente ao tratamento. Como menos NT é armazenado dentro das vesículas, eles serão degradados, o que ainda contribui mais para a redução dessa neurotransmissão. - Por fim, ocorre ainda redução na liberação do NT regulador do humor. - Depois do tratamento agudo, a disponibilidade dos NT é aumentada na fenda, já que a recaptação deles é, em grande parte, inibida. Mas, a inibição dessa recaptação aumenta a disponibilidade dos NT, o que pode fazer com que eles aumentem a ativação dos autorreceptores inibitórios (que já estão suprarregulados) exacerbando o quadro depressivo, uma vez que esses autorreceptores promovem redução da síntese e liberação de 5HT e NE - o que é bastante comum no início da terapia (terapia aguda) OBS: Os autorreceptores envolvidos nesse processo são serotoninérgico o 5HT1D e o adrenérgico alfa︎2 - Mas, na terapia a longo prazo, o que acontece é a dessensibilização desse atuorreceptor por ativação persiste deles (regra básica da farmacodinâmica), reduzindo o feedback negativo e, consequentemente, possibilitando aumento da biodisponibilidade dos NT na fenda sináptica. OBS: Além disso, a síntese proteica significativa dos fatores neurotróficos (como o BDNF) que parecem estar implicados na fisiopatologia da depressão geralmente leva de duas semanas a mais para acontecer, o que é mais um motivo para justificar o curso do tratamento com os antidepressivos. OBS: os receptores de 5HT e NE pós- sinápticos também são infra-regulados por Fármacos antidepressivos Fármacos antidepressivos alterações na liberação e recaptação dos neurotransmissores, porém em menor grau, possibilitando a manifestação dos efeitos benéficos na terapia antidepressiva a longo prazo. OBS: Além disso, no tratamento crônico observa-se aumenta nos níveis de AMPc nos neurônios- alvo, indicando que o efeito final do tratamento crônico com fármacos antidepressivos aumenta a sinalização do segundo mensageiro através das vias da 5HT e/ou NE OBS: É também importante saber que alguns antidepressivos (como os IMAO, ATC, ISRS) podem precipitar episódios maníacos ou hipomaníacos em alguns pacientes bipolares. OBS: Outra observação é que existe uma grande variabilidade das respostas singulares dos pacientes aos antidepressivos, podendo ser necessário fazer a administração de mais de um fármaco (não concomitantemente) para que se encontre o mais efetivo. …..…..…..…..…..…..…..…..…..…………….. Fases do tratamento da depressão - Na maioria dos casos, no início do tratamento não é observada resposta satisfatóriaou melhoria dos sintomas por conta do que foi explicado acima - por conta disso, muitos pacientes desistem do tratamento; - Mas, deve-se insistir pela adesão desses a longo prazo. - A fase aguda pode durar de 6 a 12 semanas (a depender do fármaco), sendo que os mais antigos tinham um tempo mais longo de duração dessa fase. - Depois da recuperação, o ideal é a manutenção do tratamento farmacológico por mais ou menos um ano, por que mesmo que ele tenha o humor normalizado ele pode apresentar episódios de recorrência de depressão, especialmente quando se fala de depressão menor (do quadro do transtorno bipolar) Fases do tratamento da depressão Fase aguda Continuação Manutenção ausência de ação? OBS: Após a fase de sucesso do tratamento inicial, é comum ocorrer uma fase do tratamento de manutenção de 6-12 meses, após o qual o fármaco é gradualmente retirado OBS: Se o paciente sofrer dois episódios separados de depressão maior ou estiver cronicamente deprimido (mais de 2 anos), aconselha-se o tratamento ao longo da vida com um antidepressivo. OBS: Uma grande problemática dos tratamentos com antidepressivos envolvem um fenômeno chamado de mudança (ou switch) de um episódio depressivo para um episódio maníaco ou hipomaníaco, o que torna não recomendado o tratamento com antidepressivos como monoterapia para o transtorno bipolar. Mas, dentre as classes, os ISRSs e a bupropiona podem apresentar menor probabilidade de induzir a mudança de depressão para mania …..…..…..…..…..…..…..…..…..………………………….. Inibidores da MAO - Existem duas isoformas de monoaminaoxidase: MAO A e MAO B; - As MAO são enzimas mitocondriais que regulam os níveis de monoaminas nos tecidos neurais e que inativam as monoaminas (como a tiramina) circulantes e dietéticas no fígado e no intestino. - Elas degradam os neurotransmissores que se acumulam no citoplasma do terminal pré- sináptico, mas não aqueles que ficam armazenados dentro das vesículas. - Geralmente, a MAO B está associada a degradação da DA enquanto que a MAO A à de 5-HT, NA e DA. - Existem inibidores que são irreversíveis e não-seletivos - inibem tanto a MAO A quanto a B, cursando com bastantes efeitos adversos. Dentre eles estão: Fenelzina; Taranilcipromina; Isocarboxazida; Iproniazida - A selegilina é um fármaco inibidor seletivo da MAO-B, também irreversível, usada no tratamento da DP (parkinson) OBS: A selegilina, em doses mais altas, perde a sua seletividade, inibindo, também, a MAO-A. Nesses casos, os inibidores de MAO-B (quando bloqueiam também a MAO-A) podem ser úteis no tratamento de depressão. - A moclobemida, por outro lado, é um inibidor reversível e seletivo para a MAO-A. Mas, os inibidores seletivos da MAO-A estão relacionados com uma intensidade muito grande de efeitos adversos, e entraram em desuso; só pacientes que têm depressão persistente e refratária a todos os tipos de tratamento é que são submetidos a terapia com esse fármaco. Mecanismo de ação: inibição da MAO-A (Seletiva para NOR e 5-HT) Inibidores da MAO (MAOi) 1. Inibidores da MAO-A - Inibem a degradação da NA e da 5-HT, o que aumenta a neurotransmissão dessas monoaminas. - Eles tem benefícios mais evidentes para tratamento da depressão unipolar, uma vez que a bipolar envolve também a NT DA. 2. Inibidores da MAO-B - Seletiva para a Dopamina 3. Usos terapêuticos - Depressão maior - Distúrbios de ansiedade - Doença de parkinson 4. Efeitos adversos - Sedação ou excitação comportamental - Hipotensão postural - Ganho de peso - Disfunção sexual (especialmente anorgasmia) 5. Farmacocinética - São rapidamente absorvidos por via oral - São hidrofóbico e atravessam a BHE - São metabolizados a metabólitos ativos no fígado - Exercem efeitos extensos sobre as enzimas CYP, envolvidos com diversas interações medicamentos - A excreção é primariamente renal OBS: Os IMAOs irreversíveis só são inativos efetivamente quando uma nova enzima é sintetizada. 6. Interações medicamentosas a) Combinações hipertensivas - Descongestionantes nasais - Estimulantes centrais - Antidepressivos que inibem a recaptação de NE - Anorexígenos Mecanismo de ação: inibição da MAO-B (Seletiva para dopamina) Inibidores da MAO (MAOI) Farmacocinética Dose Usual (mg/dia) Dose Máx. (mg/dia) Via de adm. Aminas Fenelzina 30-60 90 Oral NE, 5-HT, DA Tranilcipromina 20-30 60 Oral NE, 5-HT, DA Selegilina 10 20 Oral DA Rapidamente absorvidos por via oral Inibidores da MAO (MAOI) - Analgésicos que inibem a recaptação de NE b) Combinações letais - Quando combinados com os ISRSs, IRSN e a maioria dos ADTs podem causar a ativação exacerbada de receptores serotoninérgicos levando à síndrome da serotonina, caracterizada por inquietação, hipertemia, tremores, convulsões e, possivelmente, coma e morte (além de flutuações rápidas do estado mental e dos sinais vitais) - essa síndrome é possivelmente causada pela hiperestimulação de receptores 5-HT nos núcleos cinzentos centrais e do bulbo. - SSRIs e TCAs - agem aumentando a disponibilidade de 5-HT - Sibutramina - Opióides que inibem a recaptação de 5-HT - como o tramadol - Anti-histamínicos - Erva-de-São-João 7. Interação com a tiramina - Também chamada de “reação do queijo” - A tiramina é um componente presente no queijo e é metabolizada pela MAO gastrintestinal e hepática, que tem função simpaticomimhtica indireta, uma vez que tem a capacidade de estimular a liberação de grandes quantidades de catecolaminas armazenadas através da reversão dos transportadores da recaptação. - Mas, inibindo-se a MAO, inibe-se o metabolismo da tiramina que, então, ativa receptores adrenérgicos - tanto em neurônios quanto em vasos e no coração. - Assim, essa reação do queijo pode provocar um quadro de toxicidade sistêmica de crise hipertensiva (com o aumento drástico da PA), que inclui cefaléia, angina (dor no peito), taquicardia, rigidez de pescoço, náusea, vômito, suor, dilatação da pupila, fotofobia podendo evoluir para arritmias cardíacas e AVE. OBS: Outros alimentos como carnes processadas e vinho tinto também podem levar a níveis circulantes excessivos de tiramina. OBS: Os iMAOS mais recentes conseguem ser deslocados por concentrações elevadas de tiramina, resultando em metabolismo significativamente maior da tiramina e, consequentemente, menor toxicidade dela. …..…..…..…..…..…..…..…..…..………………….. Antidepressivos tricíclicos - A nômina decorre da estrutura química comum desses compostos, formados por três anéis. - A classificação deles se baseia na estrutura química quanto aminas secundárias ou terciárias (amitriptilina bastante conhecida e usada). 1. Mecanismo de ação - Inibem o transportador da NA (NET) em neurônios noradrenérgicos, inibindo, assim, a recaptação dela - Além disso, inibem, também, a recaptação de 5-HT (SERT), aumentando a disponibilidade dessa. - Dessa forma, devido a ativação aumentada dos receptores nos neurônios-alvo, esses inibidores da recaptação intensificam as respostas pós-sinápticas desses NT. OBS: Os ADTs com aminas secundárias afetam principalmente o sistema da NE, enquanto aqueles com aminas terciárias atuam Amoxapina Desipramina Aminas secundárias Maprotilina Nortriptilina Protriptilina Antidepressivos tricíclicos (TCAs) Amitriptilina Imipramina Clomipramina Doxepin Trimipramina Aminas terciárias Antidepressivos tricíclicos (TCAs) Neurônio noradrenérgico Neurônio serotoninérgico Antidepressivos tricíclicos (TCAs) primariamente no sistema da 5HT. Mas, apesar das afinidades variáveis, os ADTs são muito semelhantes em sua eficácia clínica. OBS: Esses agentes também afetam a recaptação da DA. 2. Usos terapêuticos - Quando os pacientes não respondem a antidepressivos mais seguros (ISRS e IRSN), eles podem ser usados para: - Tratamento da depressão maior - Distimia - TDAH (incluindo os fármacos imipramina, desipramina, nortriptilina - quando o paciente nãoresponde à ritalina) - Distúrbios de ansiedade, incluindo síndrome do pânico (imipramina) e transtorno obsessivo- compulsivo (clomipramina) - Dor crônica (TCAs aminas terciárias) - uma vez que as vias monoaminérgicas corticospinais parecem importantes no sistema analgésico endógeno - Úlcera péptica e síndrome do intestino irritável - Fibromialgia - Síndrome da fadiga crônica - Enxaqueca - pelo fato de o agonismo sobre receptores 5HT1 provocar efeitos vasoconstritores, que poderiam reduzir a ativação dos terminais nociceptivos responsáveis pela inervação dos vasos cerebrais, dilatados durante a enxaqueca. 3. Efeitos desejáveis - Inibição da recaptação de NE e de 5-HT. 4. Efeitos indesejáveis - Decorrem da sua capacidade de ligação a diversos outros receptores além daqueles que são seus alvos terapêuticos. - Antagonismo de receptores de histamina H1, o que pode cursar com ganho de peso e sonolência - Antagonismo adrenérgico alfa-1, cursado com tontura, hipotensão ortostática e sonolência; - Antagonismo de receptores muscarínicos M1, cursando com constipação, visão turva, boca seca e sonolência. Esses são, possivelmente, os efeitos indesejados mais comuns. OBS: Além disso, esses fármacos parecem também afetar os canais de Na+, cursando com importantes efeitos adversos cardiovasculares que incluem atraso da condução (que pode ser Antidepressivos tricíclicos (TCAs) letal) e BAV. Esses fármacos são antiarrítmicos da classe 1A (bloqueiam moderadamente os canais de Na+), mas arritmogênicos em altas doses. 5. Farmacocinética - As aminas terciárias tem uma farmacocinética mais vantajosa - Todas elas são ativas pela via oral - São bem distribuídos (Vd = 10-20 L/kg) - Altas doses de ADTs fortemente antimuscarínicos retardam o esvaziamento gástrico - Alta taxa de ligação a proteínas plasmáticas e tissular - Riscos cardiológicos - Efeitos tóxicos acima de 500 ng/mL (concentração plasmática) - Acima de 1 microlitro/mL podem ser fatais - Biotransformação hepática: oxidação e conjugação - Metabolização por CYPs hepáticas - Atenção no uso em crianças e idosos - Atenção no uso durante a gravidez - Cardiotoxicidade e convulsões e crianças - Suicídios em casos de overdose. a) Tratamento da intoxicação - Lavagem gástrica e carvão ativado - Controle das arritmias cardíacas - Corrigir hipotensão - com substâncias para reverter esse quadro Farmacocinética Dose Usual (mg/dia) Dose Máx. (mg/dia) Via de adm. Aminas Aminas 2as Amoxapina 200-300 600 O NE Desipramina 100-200 300 O NE Maprotilina 100-150 225 O NE Nortriptilina 75-150 250 O NE Protriptilina 15-40 60 O NE Aminas 3as Amitriptilina 100-200 300 O,I NE, 5-HT Clomipramina 100-200 250 O NE, 5-HT Doxepin 100-200 300 O NE, 5-HT Imipramina 100-200 300 O,I NE, 5-HT Trimipramina 75-200 300 O NE, 5-HT Antidepressivos tricíclicos (TCAs) 6. Interações medicamentosas - Fenitoína (anticonvulsivante), aspirina (AINE), escopolamina (antimuscarínico), fenotiazinas (antipsicóticos) - Indutores de CYPs e fumo - Antiparkinsonianos e antipsicóticos - Aumento do efeito do álcool - Guanadrel (antihipertensivo) e clonidina (agonista adrenérgico) …..…..…….. Inibidores da recaptação de noradrenalina e serotonina 1. Mecanismo de ação - Tem mecanismo de ação semelhante ao dos antidepressivos tricíclicos - Admite, como representantes da classe, a duloxetine e venlafaxina - Foram formulados para tentar reduzir a incidência dos efeitos adversos observados nos antidepressivos tricíclicos, que aconteciam devido a inibição de outros receptores que não os alvo (como o H1, M1 e alfa 1) - Eles são, então, desprovidos de efeitos em outros receptores, admitindo papel seletivo sobre a inibição da recaptação de 5-HT e NA. 2. Usos terapêuticos - Depressão maior - Distúrbios de ansiedade - Dor crônica 3. Efeitos adversos - Náuseas - Vômitos - Disfunção sexual - especialmente a redução da libido. - Também podem ter efeitos noradrenérgicos, incluindo aumento da pressão arterial e da função cardíaca, bem como ativação do SNC, como insônia, ansiedade e agitação. Mas, os efeitos hemodinâmicos dos IRSNs não tendem a ser problemáticos na maioria dos pacientes. 4. Farmacocinética - Biotransformadas no fígado, especialmente pelas CYPs (CYP2D6 metaboliza a duloxetine e as CYO2D6 e a CYP3A4 metaboliza a venlafaxina) - Vantagens: poucos efeitos colaterais; Mecanismo de ação Desprovidos de efeitos em outros receptores Inibidores seletivos da recaptação de noradrenalina e serotonina (SNRIs) - Eficácia comparável ao dos antidepressivos tricíclicos, mas com menor incidência de efeitos adversos. OBS: As reduções da dose de venlafaxina são sugeridas para pacientes com insuficiência renal ou hepática …..…..…..…..…..…..…..….. Inibidores seletivos da recaptação de serotonina - Inclui fármacos bastante conhecidos como fluoxetina, sertralina, escitalopram, citalopram, paroxetina e fluvoxamina. - Admitem ação antidepressiva bastante eficaz - grande parte dos pacientes respondem bem a esses fármacos. OBS: Usualmente, eles admitem como efeito a inibição da recaptação da serotonina (ao inibir o transportador que a recapta - SERT - cessando a neurotransmissão) para o terminal pré-sináptico, Farmacocinética Dose Usual (mg/dia) Dose Máx. (mg/dia) Via de adm. Aminas Venlafaxina 75-225 375 O NE, 5-HT Duloxetina 80-100 120 O NE, 5-HT Biotransformação: Duloxetina: CYP2D6 Venlafaxina: CYP2D6, CYP3A4 Vantagens: Poucos efeitos colaterais; Eficácia comparável aos TCAs. Inibidores seletivos da recaptação de noradrenalina e serotonina (SNRIs) Inibidores seletivos da recaptação de serotonina (SSRIs) Citalopram Escitalopram Fluoxetina Paroxetina Sertralina Fluvoxamina aumentando a sua disponibilidade na fenda. Mas, em altas doses, esses fármacos perdem a sua seletividade, se ligando também aos transportardes de NE. OBS: O uso desses fármacos garante maior disponibilidade de SER e consequente ação dela, atingindo grande número de subtipos de receptores pós-sinápticos da 5-HT, e também os pré- sinápticos que regulam a atividade serotoninérgica e a liberação de serotonina. O tratamento com ISRS provoca a estimulação dos autorreceptores inibitórios nos corpos neuronais de neurônios no núcleo da rafe e nos terminais serotoninérgicos (axônios), reduzindo a síntese e a liberação de serotonina para níveis anteriores aos do uso do fármaco. Mas, com a repetição do tratamento com ISRSs, há uma hiporregulação e dessensibilização gradativa desses autorreceptores. Além disso, a hiporregulação dos receptores pós-sinápticos 5-HT2A pode contribuir diretamente para a eficácia do antidepressivo ou influenciar a função dos neurônios noradrenérgicos e de outros tipos via heterorreceptores serotoninérgicos. Outros receptores pós- sinápticos de SER provavelmente continuam responsivos a concentrações sinápticas aumentadas dela e contribuem para os efeitos terapêuticos dos ISRSs. OBS: Outros efeitos do tratamento prolongado com os ISRS são também bastante significativos. Esses incluem o aumento contínuo da sinalização e da fosforilação do AMP cíclico, do fator de transcrição nuclear CREB (que aumenta a transcrição da adenilil ciclase), assim como aumentos na expressão de fatores tróficos, tais como BDNF. O tratamento com ISRS também aumenta a neurogênese em regiões encefálicas, como o hipocampo. Além disso, no tratamento prolongado com esses fármacos acontece redução da expressão de SERT. 1. Usos terapêuticos - Grande parte dos transtornos que afetam o humor, como: - Depressão maior - Distimia - Distúrbios de ansiedade como fobia social, pânico e TOC - os ISRSs também são bons ansiolíticos - Distúrbios de estresse pós-traumático (TEPT) - Depressão pós-parto - Síndrome pré-menstrual disfórica - Distúrbio bipolar - Distúrbios alimentares - Ejaculação precoce 2. Vantagens em relação aos tricíclicos - São mais seguros, uma vez que admitem uma janelaterapêutica mais ampla, maior índice terapêutico, menos efeitos colaterais e maior seletividade - Além disso, não estão relacionados com cardiotoxicidade e não apresentam ligação importante com receptores muscarínicos, histamínicos, adrenérgicos ou dopaminérgicos, sendo, então, melhor tolerados do que os ATC. OBS: Dependendo do estágio em que o paciente se encontra, se a depressão não for tão grave, mesmo que persistente, tratar o paciente com inibidor seletivo da recaptação de 5-HT pode ser uma estratégia eficaz, já que reduz os efeitos adversos periféricos do aumento da biodisponibilidade de NA. OBS: Os efeitos clínicos só são relevantes a partir da segunda ou da quarta semana de tratamento devido a alterações no número e na sensibilidade dos receptores. 3. Efeitos adversos - Náusea, vômito, dor de cabeça; - Disfunção sexual , incluindo perda de libido (associado com o aumento do tônus serotoninérgico na medula espinhal e acima dela) - Alterações GI, com diarréia em uns e constipação em outros OBS: Os efeitos GI possivelmente se associam a interação com os receptores 5-TH3 periféricos e centrais. Os ISRSs aumentam o tônus serotoninérgico em todo o corpo, e o aumento da atividade serotoninérgica no trato gastrintestinal está comumente associado a náuseas, desconforto gastrintestinal, diarreia e outros sintomas gastrintestinais. - Alterações eletrofisiológicas no coração; - Aumento da secreção de ADH - Alto risco de suicídio em crianças e adolescentes - aumento dos pensamentos suicidas. OBS: A estimulação excessiva dos receptores cerebrais de 5-HT2 podem resultar em insônia, aumento da ansiedade, irritabilidade e diminuição da libido, agravando efetivamente os sintomas depressivos proeminentes 4. Farmacocinética - Administrados por via oral - Boa absorção por via oral - Meia vida compatível com administração de apenas uma dose diária - Bem distribuídos (Vd = 10-50 L/kg) - Alta taxa de ligação a proteínas plasmáticas - Biotransformação hepática por CYPs: CYP2D6 e CYP3A3/4 OBS: CYP2D6 está envolvida no metabolismo da maioria dos ISRSs - Eliminação renal OBS: Atentar para pacientes com insuficiência hepática ou renal; 5. Inibição das CYPs - Esses fármacos podem inibir enzimas do complexo da CYPs, aumentando a duração de ação de fármacos - A fluvoxamina, por exemplo, inibe a CYP1A2, CYP2C19 e CYP2C9 - A fluxoetina, por sua vez, inibe a CYP2C9 Farmacocinética Dose Usual (mg/dia) Dose Máx. (mg/dia) Via de adm. Citalopram 20-40 60 O Escitalopram 20-40 60 O Fluoxetina 20-40 50 O Fluvoxamina 100-200 300 O Paroxetina 20-40 50 O Sertralina 100-150 200 O Bem absorvidos após administração oral; Bem distribuídos (Vd = 10-50 L/Kg); Alta taxa de ligação à proteínas plasmáticas; Biotransformação por CYPs: CYP2D6 e CYP3A3/4. Inibidores seletivos da recaptação de serotonina (SSRIs) - A paroxetina, fluoxetina e sertralina inibem a CYP2D6 - Sendo assim, os fármacos que tem metabolismo hepático de fase 1 por essas CYPs tem uma duração de ação maior. - A Fluvoxamina aumenta o tempo de duração e permanência no organismo dos fármacos: benzodiazepínicos, clozapina (antipsicótico), teofilina (antiasmático) e varfarina (anticoagulante) - Fluoxetina e sertralina: aumentam o tempo de permanência dos benzodiazepínicos, clozapina e varfarina - Paroxetina: aumenta o tempo de duração da clozapina, varfarina e teofilina - Fluxetina: aumenta o tempo de antidepressivos tricíclicos e anrtiarrítimicos. 6. Interações medicamentosas - Outras interações medicamentosas incluem: fenitoína, aspirina, escopolamina e fenotiazinas - Indutores das CYPS e fumo - SSRIs inibidores de CYPs OBS: Interação com o tamoxifeno - antagonista de estrogênio (usado no tratamento de CA); a molécula original é convertida em um metabólito mais ativo pela CYP2D6 e os ISRSs podem inibir essa ativação e diminuir a atividade terapêutica do tamoxifeno …..…..…..…..…..…..…..…..…..………………………….. Antidepressivos atípicos - Esses fármacos agem sobre múltiplos alvos, geralmente com mecanismos diferentes e/ou adicionais aos típicos. Interações medicamentosas Fenitoína, aspirina, escopolamina, fenotiazinas; Indutores de CYPs e fumo; SSRIs inibidores de CYPs CYP1A2 (cafeína, tricíclicos, β-bloqueadores) CYP2C9 (carbamazepina, varfarina) CYP2D6 (β-bloqueadores, antipsicóticos) CYP2C19 (barbitúricos, propranolol, fenitoína, imipramina) CYP3A3/4 (benzodiazepínicos, antibióticos) Inibidores seletivos da recaptação de serotonina (SSRIs) Fármacos que agem sobre múltiplos alvos, geralmente com mecanismos diferentes e/ou adicionais aos típicos Antidepressivos atípicos - Uteis no tratamento de pacientes refratários aos antidepressivos típicos - especialmente aos antidepressivos de primeira escolha, que são os inibidores seletivos da recaptação de serotonina. - Esses fármacos são caros, especialmente aqueles que são formulados em comprimidos de liberação prolongada. Mas, os antidepressivos atípicos apresentam relativamente poucos efeitos adversos e exibem eficácia clínica semelhante, a despeito de seus mecanismos de ação e alvos moleculares amplamente heterogêneo - Incluem: atomexetina, trazodona, nefazodona, bupropiona, mirtazapina e mianserina. OBS: Bupropiona - administração em comprimidos normais pode causar efeitos adversos cadíacos, como taquicardia, e outros. Então, os comprimidos de liberação prolongada retardam o aumento das concentrações plasmáticas, reduzindo a manifestação dos efeitos indesejáveis. …..…..…..…..…..…..…..…..…..………………………….. Bupropiona - Aumenta a neurotransmissão noradrenérgica e dopaminérgica através de: 1. Inibição da recaptação de NA e DA 2. Aumento da liberação (efeitos vesiculares pré-sinápticos) - Existem alguns estudos, mas não é algo comprovado de maneira robusta, de que ela pode aumentar também a liberação de NA e DA por ações diretas no transportador vesicular monoaminérgicos (VMAT) em neurônios que sintetizam esses NT. - Seu metabólito ativo (hidroxibupropiona) também potencializa a ação desse fármaco sobre neurônios, prolongando a sua duração de ação. - Esse fármaco diminui o limiar de excitação para o desencadeamento de convulsões - requerendo cuidado na dose administrada. Bula da ANVISA sugere que a dose máxima seja de 300mg/dia - É normalmente indicada no tratamento da depressão sazonal, depressão maior com características atípicas OBS: Depressão sazonal - depressão incomum, mas que surge normalmente uma vez ao ano; mais comum no inverno no hemisfério Norte, devido à reclusão em domicílio por conta do frio. OBS: Depressão atípica - Os pacientes com depressão atípica não parecem responder tão bem aos ISRS quanto os pacientes com depressão típica, e evidências sugerem que nesse quadro depressivo pode haver tanto uma redução na via da serotonina quanto da dopamina. Mianserina Trazodona Atomoxetina Bupropiona Mirtazapina Nefazodona Antidepressivos atípicos - Indicada para o tratamento do abandono do tabagismo - O mecanismo pelo qual a bupropiona mostra-se útil nessa aplicação não é conhecido, porém o fármaco pode simular os efeitos da nicotina sobre a dopamina e sobre a norepinefrina e antagonizar os receptores nicotínicos - Medicamento off-label (não é aprovado pela Anvisa, mas pode ser prescrito para outras finalidades) no tratamento da dor neuropatica e perda de peso (especialmente em transtornos alimentares, como na compulsão - que cursa com a alimentação excessiva para liberação de DA) - Bastante associada à ISRS (efeito antidepressivo maior), como a fluoxetina. Acredita-se que essa combinação potencialize os efeitos clínicos antidepressivos; todavia, poucos dados clínicos comprovam tal benefício - Causa menos efeitos adversos sexuais, quando comparada a outros antidepressivos. Além de estar menos relacionado à mudança para mania, quando em comparação com outros antidepressivos. - Principal contraindicação:predisposição a convulsões devido a redução do limiar convulsivante desses fármacos OBS: Ela pode ser usada como medicamento aditivo em casos de resposta parcial aos medicamentos ISRS ou IRSN primários OBS: É eliminada pelas vias hepática e renal …..…..…..…..…..…..…..…..…..………………….. Outros antidepressivos atípicos - Atomoxetina: inibe a recaptação de NE - Nefazodona: inibe a recaptação de NE e DA; antagonista de 5-HT2A e de 5-HT1A/1D - Trazodona: inibe a recaptação de 5-HT e antagonista de 5-HT1A/1D - Mianserina: antagonista potente de 5-HT2A, 5-HT2C e 5-HT3; reduz a expressão de 5-HT2A …..…..…..…..…..…..…..……….. Efeitos adversos dos antidepressivos atípicos - Pela enormidade de efeitos adversos, são menos seguros do que os antidepressivos típicos. - Convulsões epilépticas (especialmente a bupropiona em doses diárias superiores a 450 mg) - Agitação, anorexia e insônia (bupropiona) - Toxidez hepática (nefazodona) - Supressão da medula óssea (mianserina) - Sedação (trazodona e mirtazapina) - Priapismo (trazodona) - Fadiga e fraqueza (mirtazapina) …..…..…..…..…..…..…..…..…..………………………….. Farmacocinética - Boa disponibilidade oral - Metabolismo hepático (CYPs) - Excreção renal …..…..…..…..…..…..…..…..…..………………………….. Interações medicamentosas - Barbitúricos, carbamazepina e fumo - Aumento do efeito do álcool …..…..…..…..…..…..…..…..…..………………………….. Agomelatina (Valdoxan) - Análogo/Congênere da melatonina - Ativa receptores da Melatonina MT1 e MT2 e bloqueia receptores de serotonina 5-HT2 - Indicada em transtorno depressivo maior para tratamento dos distúrbios de insônia decorrentes desse quadro clínico - É hepatotóxica …..…..…..…..…..…..…..…..…..………………………….. Estabilizadores de humor - Usados para tratamento da mania nos transtornos bipolares - São substâncias usadas para a manutenção da estabilidade do humor, não sendo essencialmente antidepressivos, nem sedativas - Internacionalmente reconhecem-se três substâncias estabilizadoras do humor: lítio, carbamazepina (anticonvulsivante) e ácido volpróico (anticonvulsivante). - Indicações: transtornos afetivos bipolares e episódios de mania e hipomania 1. Lítio - Foi introduzido em 1939 por um psiquiatra australiano Cade como tratamento para mania - É um cátion monovalente, podendo substituir o Na+ na geração do PA. - No neurônio DA, por exemplo, ocorre uma oscilação significativa da liberação da dopamina (ou outro NT relacionado ao humor do paciente que tem o transtorno bipolar); essa oscilação ocorre devido à despolarização desequilibrada e geração do potencial de ação também Farmacocinética Dose Usual (mg/dia) Dose Máx. (mg/dia) Via de adm. Aminas Atomoxetina 40-80 150 O NE Bupropiona 200-300 450 O NE, DA Mirtazapina 15-45 45 O NE, 5-HT Nefazodona 200-400 600 O 5-HT, NE, DA Trazodona 150-200 600 O 5-HT Biotransformação: CYP2D6: trazodona, mirtazapina, atomoxetina CYP3A3/4: nefazodona, atomoxetina CYP2B6: bupropiona Interações medicamentosas Barbitúricos, carbamazepina e fumo ↑ efeito do álcool Antidepressivos atípicos ATENÇÃO PARA POSSÍVEL HEPATOTOXICIDADE É agonista melatoninérgico (recetores MT1 e MT2) e um antagonista 5-HT2c Indicada em transtorno depressivo maior Distúbios de insônia decorrentes da depressão maior Agomelatina (Valdoxan®) desequilibrada (influxo e efluxo muito rápido de íons), fazendo com que a função neuronal oscile muito rapidamente. Isso pode aumentar rapidamente a liberação de DA (devido ao rápido e intenso influxo de Na+), desencadeando os episódios de mania; ou, se a liberação for reduzida, o paciente pode migrar de uma crise de mania e euforia para um quadro de depressão profunda. OBS: Essas oscilações neuronais não acontecem somente em neurônios DA da área do humor; ocorre também eu neurônios noradrenérgicos e serotoninérgicos. - O Li+ não é bombeado com a mesma rapidez pela Na+/K+ ATPase, acumulando-se dentro da célula por mais tempo e em maiores quantidades que o Na+, atenuando a oscilação na liberação de NT. Ou seja, a quantidade de carga positiva que sai para despolarizar o neurônio é menor e demora mais para sair, o que reduz a oscilação da função neuronal - o intervalo entre essas oscilações vai ser maior. OBS: A liberação exacerbada do NT que estabelece o quadro de mania acaba depredando as reservas dessa substância, desencadeando o quadro da depressão menor. a) Farmacocinética - Boa absorção oral; - Não se liga à proteínas plasmáticas - Concentração plasmática máxima em 2-4h - Eliminação renal - Janela terapêutica estreita. b) Usos terapêuticos - Controla a fase maníaca da doença maníaco-depressiva (bipolar) - Prevenção da exacerbação dos quadros (crises) da doença bipolar. c) Efeitos adversos - Náuseas, Sede, Poliúria, Tremor, confusão mental, efeitos teratogênicos, confusão, convulsões, arritmias cardíacas e hipotireoidismo. 2. Valproato - É um anticonvulsivante que também tem sido reposicionado para o tratamento da esquizofrenia e de crises de mania da depressão bipolar, uma vez que aumenta a biodisponibilidade de GABA - Esse aumento da disponibilidade de GABA pode diminuir a estabilidade do neurônio dopaminérgico do Pálido ventral (responsável pela manifestação dos quadros de euforia, associados às crises de mania) Mania Depressão liberado depletado restaurado Ação do Lítio na fase maníaca Lítio a) Farmacocinética - É bem absorvido pela via oral - Tem uma meia vida plasmática de 8h - É eliminado por via renal, principalmente como conjugado glicurônico. b) Efeitos adversos - Náusea, sedação (uma vez que o GABA é o principal NT envolvido na regulação do sono, já que é um importante NT inibitório do SNC), tremor, ganho de peso, aumento transitório e dose-dependente de enzimas hepáticas (envolvidas no metabolismo de fármacos) 3. Carbamazepina - Alternativa ao lítio - Descoberta nos anos 70 no Japão, ao perceber-se que melhorava o humor dos pacientes epilépticos. a) Mecanismo de ação - Bloqueia canais de Na+ (controlando a questão da oscilação da excitação neuronal) e parece ter uma ação na recaptação de 5-HT - Tem atividade anticonvulsivante, antidepressiva e antineurálgica (pode ser usada no tratamento adjuvante de dor crônica); também tem uma ação anti-irritabilidade, sendo dessa forma utilizada no manejo da agressão em pacientes esquizofrênicos e maníacos. b) Farmacocinética - Absorção lenta e variável - Sua ligação às proteínas plasmáticas é muito alta (80% em adultos) - É metabolizada no fígado (metabólito é a cabamazepina-10.11-epóxido) c) Usos terapêuticos - Pode ser usada na fase maníaca aguda ou na profilaxia das crises - É uma alternativa nos casos de pacientes que são refratários ao lítio. d) Efeitos adversos - Sonolência, tontura, ataxia, diplopa, náuseas e vômitos.
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