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PRODUÇÃO AUDIOVISUAL CONVERGÊNCIA DAS MÍDIAS

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PRODUÇÃO 
AUDIOVISUAL 
Victor Andrei Silva 
Produção audiovisual e 
convergência de mídias 
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
  Identificar o papel do audiovisual nas informações radiofônicas, im-
pressas e na web.
  Caracterizar a narrativa transmídia e seu papel no contexto de con-
vergência midiática.
  Desenvolver um produto audiovisual para complementar um pro-
grama de rádio, uma coluna de jornal e uma página da web.
Introdução
O consumo e a busca por produtos audiovisuais têm aumentando a cada 
ano que passa. A tecnologia potencializa esse efeito, pois dá a quem 
consome diversas formas e possibilidades de alcance e consumo de 
produtos audiovisuais dos mais diversos tipos. Isso é reflexo do hábito 
de consumo das pessoas, que anos atrás consumiam produtos audiovi-
suais com menor frequência e hoje, devido às tecnologias à disposição, 
não param de consumir. Assim, as novas tecnologias da informação e 
da comunicação mudaram sensivelmente a forma de interação entre 
público e mídia. 
Neste capítulo, você conhecerá o papel do audiovisual nas informa-
ções radiofônicas, impressas e na web. Além disso, estudará detalhes da 
narrativa transmídia e seu papel no contexto de convergência midiática. 
Por fim, verá como produtos audiovisuais complementam um programa 
de rádio, uma coluna de jornal ou uma página da web. 
1 O audiovisual e as informações radiofônicas, 
impressas e digitais
A utilização sincronizada do som (áudio), imagem (vídeo) e o texto (palavras) 
constitui o produto audiovisual, que ao longo do tempo vem passando por 
mudanças quase que constantes. Esses elementos, de maneira conjunta, se 
tornam em informação. De acordo com Marques (2007, p. 69) :“[...] a informa-
ção audiovisual possui sentidos multidisciplinares que, ao longo do tempo, foi 
se modifi cando e atualizando, conforme a própria sociedade está evoluindo, 
assim como o próprio produto audiovisual”.
Essa evolução ocorreu e ocorre de maneira natural e influenciou outras 
áreas. Aspectos ligados ao audiovisual sempre geraram fascínio nas pessoas. 
A fotografia é um exemplo disso, pois funcionou como combustível para que 
essa mudança fosse ainda mais rápida e acelerada. A fotografia saiu do preto 
e branco e foi para o colorido, saiu do filme e foi para o digital. Evoluiu das 
câmeras para as lentes do smartphones. 
Há não muito tempo, a fotografia era o único recurso instrumental para 
se contar uma história, narrar fatos e registrar acontecimentos, mesmo que 
houvesse na mesma época o jornal impresso publicando e relatando as notícias e 
informações aos leitores. Em seguida, vieram os filmes por película, que deram 
no cinema e até na própria televisão, considerados meios de comunicação de 
vanguarda. A televisão, por exemplo, revolucionou a forma de se dar notícia. 
Em quase um século de sua existência, a televisão revolucionou a forma como 
as pessoas veem o mundo. As grandes descobertas da ciência, as guerras das 
décadas de 1990 e 2000, a chegada do homem à lua em 1969, os eventos espor-
tivos como a olimpíadas (1972) e a Copa do Mundo de Futebol transmitidos 
ao vivo para vários países desde 1966. Os filmes de Hollywood puderam se 
popularizar ao redor do planeta dispensando a necessidade de se sair de casa 
para ir ao cinema. Tragédias foram transmitidas ao vivo, bem como grandes 
eventos internacionais (SANTOS, 2019, p. 11).
A cada momento da era moderna, as novas tecnologias da informação e co-
municação se tornam cada vez mais populares. Não existe mais a possibilidade de 
acompanhar ou segurar esse movimento. Vivemos na era da geração da conecti-
vidade e da interação, em que os recursos audiovisuais se tornaram ferramentas 
estratégicas de aplicação no uso da disseminação da informação (Figura 1). 
Produção audiovisual e convergência de mídias2
Figura 1. Nos últimos anos, as novas tecnologias ajudaram a mudar o com-
portamento das pessoas. 
Fonte: fkdkondmi/Shutterstock.com.
Para Castells (1999, p. 44): “[...] as novas tecnologias da informação ex-
plodiram em todos os tipos de aplicações e usos que, por sua vez, produziram 
inovação tecnológica, acelerando a velocidade e ampliando o escopo das 
transformações tecnológicas, bem como diversificando suas fontes”. 
O audiovisual tem um papel muito importante para o engajamento do 
público. O potencial enquanto ferramenta é uma das principais caracte-
rísticas que o produto do audiovisual possui no uso da disseminação da 
informação. Para Primo (2007, p. 1) “[...] o audiovisual é muito importante 
por potencializar as formas de publicação, compartilhamento e organização 
de informações”. 
Produtos audiovisuais se fazem valer de outros produtos noticiosos para 
justificarem suas existências, seja uma simples notícia jornalística, filmes 
publicitários, podcasts, produtos para o cinema, animações ou vídeo para a 
internet. De acordo com Prado (1985, p. 48):
[...] nunca houve consenso sobre a definição de notícia. Diversos autores, 
escolas e diversas épocas dão assim mesmo definições diversas [....] [A] 
notícia radiofônica obriga o ouvinte a realizar um exercício de transfor-
mação das ideias transmitidas pelas imagens sonoras em imagens visuais 
imaginárias. 
Produção audiovisual e convergência de mídias 3
Com o auxílio de produtos audiovisuais, essa tarefa se torna muito mais 
fácil, pois a mesma notícia dada pela televisão, por exemplo, pode ter um 
maior engajamento e surtir muito mais resultados. 
No cinema, a história se repete. A chamada indústria cinematográfica 
iniciou suas atividades de forma humilde e têm como seus percussores os 
irmãos Lumière e Thomas Edison, que criaram engenhocas que captavam e 
projetavam imagens. Foi assim que o cinema, em meados de 1894, deu seus 
primeiros passos e ficou conhecido como “cinema mudo”, pois não havia 
reprodução do áudio.
Os irmãos franceses Auguste Marie Louis Nicholas Lumière e Louis Jean Lumière, 
também conhecidos como irmãos Lumière, são os criadores do cinématographe, 
traduzido para português como cinematógrafo. Assim foi inaugurada a era da chamada 
“imagem-movimento”. A primeira exibição de um filme, com o título de La sortie de 
l'usine Lumière à Lyon, ou A saída da fábrica Lumière em Lyon, ocorreu no dia 22 de 
março de 1895.
Desde então, seja tentando contar uma história real ou fictícia, o fato é que 
o cinema introduziu o que chamamos de linguagem visual e mudou a maneira 
de se criar conteúdos. Do produto jornalístico impresso, evoluiu-se para a 
produção de rádio e, em 1950, com a chegada da televisão, deu-se o início ao 
produto audiovisual chamado de telejornalismo, que ao longo dos anos não 
parou de evoluir, alcançando até a internet e se tornando o webjornalismo. 
O audiovisual também tem e teve um papel muito importante na construção 
do chamado webjornalismo. O jornalismo começou sua viagem no mundo 
virtual há pouco mais de duas décadas. A internet foi a porta de entrada e, 
desde então, o processo de crescimento não parou mais (EDGAR-HUNT; 
MARLAND; RAWLE, 2013)
Para Barbosa (2005, p. 2) “[...] como forma de jornalismo mais recente, 
o webjornalismo é a modalidade na qual as novas tecnologias já não são 
consideradas como ferramentas, mas, sim, como constitutivas dessa prática 
jornalística”. Sob a ótica do produto noticioso para web, o audiovisual criou 
uma nova forma de se praticar o jornalismo convencional. 
Produção audiovisual e convergência de mídias4
O webjornalismo não é apenas "jornal na internet”, pois envolve aspectos tecnológicos, 
tem editoriais diferentes e particularidades interessantes se serem compreendidas. 
Para se aprofundar no assunto, procure na internet pela monografia “Características e 
gerações do Webjornalismo: análise dos aspectos tecnológicos, editoriais e funciona”, 
de Thiara Luiza da Rocha Reges. A referência completa encontra-se ao final do capítulo, 
na seção Leituras Recomendadas.
Seja como ferramenta de utilização para a construção das informaçõesem 
produtos radiofônicos, impressos ou digitais (web), seja como um mero processo 
evolutivo do ato de se comunicar, o papel do audiovisual foi fundamental 
para romper com paradigmas centenários e ajudou a reconstruir a forma de 
atuação dos meios de comunicação existentes, criando um hibridismo que 
automaticamente leva à convergência das mídias (CHONG, 2011).
2 O papel da narrativa transmídia 
na convergência midiática
Já faz algum tempo que as tecnologias estão presentes nas vidas das pessoas 
e, por costume, elas já fazem parte de uma nova formatação de sociedade. Ou 
seja, a tecnologia está “formando” novos tipos de cidadãos. Tudo, absoluta-
mente tudo, incluindo uma casa automatizada, carros inteligentes, aparelhos 
telefônicos modernos, televisores interativos e diversos outros mecanismos, 
contribui para a criação dessa nova sociedade. 
Por estarem tão presentes nas vidas pessoas, essas tecnologias vêm alterando 
a forma dessas pessoas interagirem entre si, pois romperam com suas funções 
e características iniciais de criação. É o caso, por exemplo, do telefone móvel, 
que há 20 anos tinha como função principal a mobilidade de contato direto 
com demais pessoas e hoje basicamente serve para diversas funções, tendo 
seu uso para “ligações” quase que inutilizado.
Antes da explosão da democratização da internet, que disseminou novos 
formatos de mídias, cada conteúdo era bem definido para um determinado 
meio. Jornais eram vendidos em bancas, novelas eram produzidas para ser 
exibidas na televisão e livros, para serem vendidos fisicamente em livrarias 
(CAMORCADI; FLORY, 2003). 
Produção audiovisual e convergência de mídias 5
As atuais tecnologias possuem funções e usabilidades que praticamente 
se fundem, ou seja, convergem entre si. Devido a essa convergência, quem 
consome cada produto constrói uma ideia com base na captação de fragmentos 
e informações que o meio de comunicação oferece. De acordo com Jenkins 
(2009, p. 30): “[...] a convergência é um processo que ocorre dentro do cérebro 
das pessoas e reflete nas suas interações sociais com os outros”. A definição 
de convergência midiática pode ser entendida como:
[...] mudanças tecnológicas, industriais, culturais e sociais no modo como 
as mídias circulam em nossa cultura. Algumas das ideias comuns expressas 
por este termo incluem o fluxo de conteúdos através de várias plataformas 
de mídia, a cooperação entre as múltiplas indústrias midiáticas, a busca de 
novas estruturas de financiamento das mídias que recaiam sobre os interstícios 
entre antigas e novas mídias, e o comportamento migratório da audiência, 
que vai a quase qualquer lugar em busca das experiências [...] que deseja 
(JENKINS, 2009, p. 377).
A convergência entre as tecnologias afeta diversas áreas do mercado e recria conceitos 
que estão transformando diversas empresas. Quer saber como as empresas de TI estão 
sendo impactadas? Procure na internet pela postagem “Convergência tecnológica: 
como o conceito vem transformando as empresas de TI” no blog Runrun.it. A referência 
completa pode ser encontrada na seção Leituras Recomendadas, ao final deste capítulo.
Os anos se passaram e as tecnologias e os meios de comunicação evo-
luíram para a multiplicação de usabilidades. Hoje, produtos audiovisuais 
podem ser consumidos por diversos tipos de plataformas. Além dos meios 
tradicionais de comunicação, podemos acompanhar uma partida de futebol 
do nosso time do coração pelo celular, pelo notebook ou no computador na 
casa de um amigo. A mesma regra vale para diversos outros produtos, como 
reality shows, shows musicais, eventos esportivos, novelas, séries, entre 
outros (SANTOS, 2019).
De acordo com Evans (2011, p. 21): “[...] a narrativa transmídia foi utilizada 
pela primeira vez por Marsha Kinder e Mary Celeste Kearney como uma 
prática promocional envolvendo merchandising, adaptações, sequências e 
Produção audiovisual e convergência de mídias6
franquias”. A terminologia narrativa transmídia foi utilizada por diversos 
artistas, estudiosos e críticos, ganhando certa popularidade durante deter-
minado período da indústria cultural. O termo narrativa transmídia fez 
sucesso, pois era entendido por muitos como um novo modelo de narrativa. 
Para Jenkins (2009, p. 138), ela: 
[...] se desenrola por meio de múltiplas plataformas de mídia, com cada novo 
texto contribuindo de maneira distinta e valiosa para o todo. [...] Na forma 
ideal de narrativa transmídia, cada meio faz o que faz de melhor — a fim 
de que uma história possa ser introduzida num filme, ser expandida pela 
televisão, romances e quadrinhos; seu universo possa ser explorado em 
games ou experimentado em parques de diversão. Cada acesso à franquia 
deve ser autônomo, para que não seja necessário ver o filme para gostar 
do game e vice-versa.
De maneira simplista, podemos dizer que a narrativa transmídia é ba-
sicamente uma forma de contar histórias, sustentada por três pilares muito 
importantes, que são a participação cultural, a inteligência da coletividade e 
a convergência das mídias (JENKINS, 2009).
As narrativas transmídias são objetos de estudos de diversas áreas, entre elas a narrato-
logia. A narratologia estuda os princípios da narrativa e também suas representações.
De acordo com Costa e Novaes (2016, p. 1), a participação cultural ou “[...] 
a cultura participativa enxerga os consumidores de mídia como possíveis 
participantes que interagem para formar novos conteúdos”. Já nas palavras de 
Lévy (2003, p. 28), a inteligência coletiva pode ser explicada com “[...] uma 
inteligência distribuída por toda parte, incessantemente valorizada, coordenada 
em tempo real, que resulta em uma mobilização efetiva das competências”. 
Por sua vez, a convergência midiática, conceito amplamente defendido por 
Jenkins, estuda a tendência que os meios de comunicação estão seguindo para 
se adaptarem à internet (Figura 2).
Produção audiovisual e convergência de mídias 7
Figura 2. A convergência midiática.
Fonte: r.classen/Shutterstock.com.
Uma narrativa pode ter seu papel desempenhado nas convergências mi-
diáticas de diferentes maneiras. Jenkins (2009, p. 183) aponta que elas são 
“[...] o potencial de compartilhamento versus profundidade, o potencial de 
continuidade versus multiplicidade, imersão e extração, a construção de 
universos, a serialidade, a subjetividade e a performance”. 
Profissionais que atuam na área ou em departamentos de comunicação 
podem, por exemplo, usar a narrativa transmídia de forma bem estratégica em 
suas campanhas publicitárias e de comunicação. De acordo com Massarolo 
e Mesquita (2014, p. 8), “[...] a área de marketing, para suprir as demandas de 
transmidiação de conteúdos, utiliza como principal estratégia comunicacional 
e discursiva o storytelling das marcas”.
Além do marketing tradicional, agências especializadas em marketing digital tam-
bém estabelecem para suas campanhas as estratégias transmídias. No âmbito 
digital, elas podem ser vistas nas redes sociais, sites, plataforma de vídeos, plataforma 
de fotos, etc. 
Produção audiovisual e convergência de mídias8
3 O produto audiovisual como elemento 
complementar
Durante muitos anos, antes da chegada da televisão, o rádio foi, sem sombra de 
dúvida, um grande veículo de comunicação. Era comum ver pessoas reunidas 
ao redor do rádio para ouvir programas sobre notícias, jogos de futebol ou 
até radionovelas. 
Quando pensamos no rádio, logo nos vem à mente o papel oral da lingua-
gem, ou seja, os fatos são narrados para que os ouvintes escutem o que está 
sendo dito. O rádio também é marcado pela improvisação, instantaneidade e 
sensorialidade, ou seja, o ato de envolver e conquistar o ouvinte por meio de 
uma conversa mental.
Ao mesmo tempo, desperta a imaginação através da emocionalidade das 
palavras e dos recursos de sonoplastia, permitindo que as mensagens tenham 
nuances individuais, de acordo com as expectativas de cada um. No caso da 
televisão, a decodificação das mensagens também se dá aonível sensorial, só 
que a imaginação é limitada pela presença da imagem. No caso dos veículos 
impressos, a sensorialidade está muito mais contida, permitindo uma deco-
dificação ao nível racional, sem envolvimentos emocionais que são criados 
pela presença da voz (ORTRIWANO, 1985, p. 80).
Mas quem nunca ouviu falar do ditado popular “uma imagem vale mais 
que mil palavras” ou da frase “se não tem foto não tem fato”? Esses ditos 
podem ser muito bem empregados quando o assunto é o rádio. Para construir 
uma ideia na mente do ouvinte, sempre foi característico o uso das palavras, 
sendo certamente necessário usar no rádio bem mais de mil palavras para se 
criar uma determinada imagem na mente do ouvinte. Essa ideia traduz um 
conceito sobre um novo sistema de comunicação. 
É precisamente devido a sua diversificação, multimodalidade e versatilidade 
que o novo sistema de comunicação é capaz de abarcar e integrar todas as 
formas de expressão, bem como a diversidade de interesses, valores e imagi-
nações, inclusive a expressão de conflitos sociais (CASTELLS, 1999, p. 461).
Isso é possível porque somos programados para imaginar e para criar o 
imaginário em nossas cabeças. Somos dotados de emoções, razões, desejos e 
sentimentos. Somos dotados da capacidade de criação e temos a condição de 
Produção audiovisual e convergência de mídias 9
transformar palavras em imagens e imagens em sentimentos (JENKINS, 2009). 
Nossos conhecimentos adquiridos ao longo dos anos e no decorrer de nossa 
formação, educação e experiências, por exemplo, são fatores condicionantes 
que nos ajudam a criar esse imaginário.
Para Castells (2007, p. 398): “[...] o novo sistema de comunicação transforma 
radicalmente o espaço e o tempo, as dimensões fundamentais da vida humana”. 
O autor, nesse sentido, refere-se ao novo comportamento adotado pela sociedade 
de buscar no uso das imagens uma forma de comunicação plena. Nunca se 
consumiu tantos produtos audiovisuais como agora. Smartphones, aparelhos 
de televisão, tablets e notebooks se tornaram “extensões dos nossos corpos”.
A produção audiovisual se tornou uma ferramenta de apoio para a produ-
ção de produtos radiofônicos, jornalísticos e para a web, seja em canais no 
YouTube, em portais de notícias, sites ou redes sociais. Devido ao alto grau de 
consumo de conteúdo, a convergência midiática tem crescido cada vez mais 
em nos nossos dias e a produção audiovisual funciona nesse sentido como um 
potencializador (BARBEIRO; LIMA, 2013).
Tomemos o exemplo do rádio. A grande maioria dos carros comercializados 
no mundo possui centrais multimídia em que é possível “ver e ouvir rádio”. 
“Ver rádio” é acompanhar a programação normal, porém transmitida via 
câmera no estúdio. Vários estúdios produzem programas de rádio para serem 
transmitidos por multiplataformas. Você pode acompanhar um determinado 
programa do seu carro ou ainda do celular, tablet ou computador em seu local 
de trabalho. Os aplicativos de comunicação complementam a interação entre 
emissora e público.
A internet não para de “recrutar” novos seguidores, e o jornal segue esse 
mesmo caminho. Em alguns lugares, o formato de jornal impresso já deixou 
de existir, restando apenas o jornal televisivo e o webjornalismo (jornalismo 
on-line). É preciso deixar claro que os jornais não migraram para a web; eles 
criaram, isso sim, braços de atuação no ambiente digital. Essa ação nos leva 
mais uma vez ao movimento da convergência midíatica. Toda a estrutura 
jornalística e forma de atuação é pensada em multiplataformas, visando atender 
os diversos tipos de públicos com conteúdos complementares. 
O produto audiovisual tem ser tornado uma ferramenta bem estratégica na 
produção de conteúdo nos meios radiofônicos, impressos e na web. O processo 
de produção de conteúdos audiovisuais é bem definido e tem se encaixado 
perfeitamente nos meios de comunicação mais tradicionais. Estamos na era do 
consumo da comunicação visual e essa característica foi moldada pela atual 
sociedade, que busca nos meios de comunicação cada vez mais entretenimento, 
conteúdo, interatividade e informação. 
Produção audiovisual e convergência de mídias10
Produção audiovisual e convergência de mídias 11
BARBEIRO, H.; LIMA, P. R. Manual de jornalismo para rádio, tv e novas mídias. Rio de 
Janeiro: Elsevier, 2013.
BARBOSA. S. Bases de dados e webjornalismo em busca de novos conceitos. In:
CAMOCARDI, E. M.; FLORY, S. F. V. Estratégias de persuasão: em textos jornalísticos, 
literários e publicitários. São Paulo: Arte e Ciência, 2003.
CASTELLS, M. A sociedade em rede. 10. ed. São Paulo: Paz e Terra, 2007.
CASTELLS, M. A sociedade em rede. 8. ed. São Paulo: Paz e Terra, 1999. v. 1.
CHONG, A. Animação digital. Porto Alegre: Bookman, 2011.
COSTA, F. S.; NOVAES, L. C. K. O. Cultura Participativa: uma Análise de Representação das 
Fanfictions da Telenovela Carrossel. In: CONGRESSO DE CIÊNCIAS DA COMUNICAÇÃO 
NA REGIÃO SUDESTE, 21., 2016, Salto. 2016. Anais [...]. Salto, SP: Intercom, 2016.
EDGAR-HUNT, R.; MARLAND, J.; RAWLE, S. A linguagem do cinema. Porto Alegre: Book-
man, 2013.
EVANS, E. Transmedia television: audiences, new media and daily life. New York: Rou-
tledge, 2011.
JENKINS, H. A cultura da convergência. São Paulo: Aleph, 2009.
LÉVY, P. A inteligência coletiva: por uma antropologia do ciberespaço. 4. ed. São Paulo: 
Loyola, 2003.
MARQUES, A. Ideias em movimento: produzindo e realizando filmes no Brasil. Rio de 
Janeiro: Rocco, 2007.
MASSAROLO, J. C.; MESQUITA, D. Reflexões teóricas e metodológicas sobre as narrativas 
transmídia. In: ENCONTRO ANUAL DA ASSOCIAÇÃO NACIONAL DOS PROGRAMAS DE 
PÓS-GRADUAÇÃO EM COMUNICAÇÃO (COMPÓS), 23., 2014. Belém. Anais [...]. Belém: 
Compós, 2014. 
ORTRIWANO, G. S. A informação no rádio: os grupos de poder e determinação de 
conteúdo. São Paulo: Summus, 1985.
PRADO, E. Estrutura da informação radiofônica. São Paulo: Summus, 1985.
PRIMO, A. Interação mediada por computador: comunicação, cibercultura, cognição. 
Porto Alegre: Sulina, 2007.
SANTOS, C. R. P. A TV pública não pública: as televisões não comerciais do Brasil. Jundiaí: 
Paco Editorial, 2019. 
SOPCOM 2005. 4º Congresso da Associação Portuguesa de Ciências da Comunicação. 
P. 1417–1458, 2005. Anais [...]. Aveiro, Portugal, 2005.
Os links para sites da web fornecidos neste capítulo foram todos testados, e seu fun-
cionamento foi comprovado no momento da publicação do material. No entanto, a 
rede é extremamente dinâmica; suas páginas estão constantemente mudando de 
local e conteúdo. Assim, os editores declaram não ter qualquer responsabilidade 
sobre qualidade, precisão ou integralidade das informações referidas em tais links.
Produção audiovisual e convergência de mídias12
Leituras recomendadas
REGES, T. L. R. Características e gerações do webjornalismo: análise dos aspectos tecno-
lógicos, editoriais e funcionais. 2010. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação) — 
Faculdade São Francisco de Barreiras, 2010. Disponível em: http://www.bocc.ubi.pt/pag/
reges-thiara-caracteristicas-e-geracoes-do-webjornalismo.pdf. Acesso em: 05 abr. 2020.
RUNRUN IT. Convergência tecnológica: como o conceito vem transformando as em-
presas de TI. 2018. Disponível em: https://blog.runrun.it/convergencia-tecnologica/. 
Acesso em: 05 abr. 2020.
ROST, A. Interatividade: definições, estudos e tendências. In: CANAVILHAS, J. (Org.). 
Webjornalismo: 7 características que marcam a diferença. Covilhã, Portugal: LabCom, 
2014. p. 53–88.

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