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Ambiente ideal para o crescimento de microrganismos Mais de 500 espécies bacterianas, com distintas características 1 mL de saliva contém 100 milhões a 1 bilhão de microrganismos Biofilme dental na gengiva cervical: aprox. 100 bilhões de microrganismos As comunidades bacterianas do organismo humano são altamente interligadas denominando-se microbioma. A comunidade da boca é interligada à do trato digestório, por exemplo. Fatores que determinam o crescimento e metabolismo do microbioma: Dieta alimentar; Microambiente; Anatomia; Presença de doenças; Atividade do sistema imune. A simples utilização de antibióticos muda significativamente, de maneira temporária, a microbiota do intestino. Infecções bacterianas de origem endodôntica ou periodontal → microrganismos aeróbios, anaeróbios facultativos e anaeróbios estritos → dinâmica complexa → não há curso padrão para as mesmas. As infecções bucais só se manifestam na presença de fatores predisponentes, como acúmulo de biofilme ou necrose pulpar. Pacientes imunocompetentes, sem sinais de infecção e sem riscos de complicações infecciosas à distância → não é recomendada a profilaxia antibiótica na maioria dos casos. Tratamento de infecções bacterianas já estabelecidas: A principal conduta é a remoção da causa. O emprego de antibióticos, exclusivamente, sem remoção da causa, é ineficaz. Os antibióticos devem ser considerados como auxiliares na terapêutica das infecções: Destruindo microrganismos (bactericida); Apenas impedindo sua reprodução (bacteriostático). Ambas as ações apenas limitam o processo, proporcionando condições para que o organismo elimine os agentes causais de maneira mais rápida e eficaz. odontologia antibióticos em @resumosdeju A antissepsia é um procedimento simples e prático, com capacidade de reduzir o nº de microrganismos presentes na cavidade bucal em 75 a 99,9%, diminuindo também a contaminação pelo aerossol gerado pela alta rotação. Se o nº que microrganismos não for controlado antes das intervenções odontológicas, o aerossol irá contaminar o campo operatório e o ambiente do consultório. Em procedimentos que causam sangramento, as bactérias podem se transportar pela corrente sanguínea e provocar bacteremia transitória. Assim, a antissepsia prévia a qualquer procedimento odontológico é imprescindível. ANTISSÉPTICOS soluções antissépticas @resumosdeju Composto formado da reação da polivinil-pirrolidona com o iodo, estável e ativo, que libera iodo progressivamente quando entra em contato com água; Mesmas propriedades que o iodo, mas menos alergênico e irritante; Não mancha acentuadamente a pele; Oxida os fosfolipídios da parede celular e as organelas dos microrganismos; Eficaz contra bactérias gram-positivas e negativas, fungos, vírus, protozoários e micobactérias; Empregado na antissepsia e degermação das mãos e braços da equipe cirúrgica e na antissepsia extrabucal (com auxílio de uma gaze, 10 min.); Antisséptico seguro, mas pode provocar manchas nos dentes e nos tecidos bucais; Pacientes alérgicos a pólen, pó doméstico e picadas de insetos → utilizar clorexidina 2%. Iodopovidona 10% em solução aquosa com 1% de Iodo ativo (PVPI) É uma base, porém mais estável como sal; Uso bucal → Digluconato de Clorexidina; Ação bactericida → desagrega a membrana plasmática da bactéria; Age contra bactérias aeróbias facultativas e anaeróbias gram-positivas e negativas, fungos e leveduras; Afeta mais os estreptococos mutans que os outros microrganismos; Concentração mínima eficaz → 0,12%; Bochecho de 1 minuto:↓22-40% dos microrganismos viáveis após 1 hora → volta ao número original após 6 a 8h; 3 dias de bochechos diários com clorexidina 0,2%:↓99,99% das células viáveis → volta ao número original após 8h de suspensão do uso. O Digluconato de Clorexidina é empregado principalmente no controle químico do biofilme bacteriano supra e subgengival; Clorexidina Substância química mais eficaz no controle químico do biofilme bacteriano supragengival, seja na forma de bochechos (0,12-0,2%) ou de aplicação local (0,2-2%); Pode ser empregada, em alguns casos, como auxiliar da escova e do fio dental na higiene oral; Também é empregada na antissepsia extrabucal (2-4%); Pode ser utilizada na endodontia (2%), como auxiliar na instrumentação e desinfecção dos canais radiculares, devido á maior substantividade e baixa tensão superficial, em relação ao hipoclorito de sódio. O lauril sulfato de sódio (LSS - um detergente utilizado em cremes dentais) é incompatível com a clorexidina, reduzindo seu efeito antimicrobiano: Por isso, o intervalo entre a escovação com creme dental com LSS e bochechos com clorexidina deve ser >30 minutos, de preferência 2h. Substâncias químicas obtidas de microrganismos vivos ou de processos semissintéticos, com capacidade de inibir o crescimento de microrganismos patogênicos ou destruí-los. Antibióticos → antibacterianos, antivirais, antifúngicos, antiparasitários, etc. Podem ser classificados de acordo com: Ação biológica: Bactericidas: capazes de provocar a morte dos microrganismos sensíveis; Bacteriostáticos: inibem o crescimento e a multiplicação dos microrganismos, sem destruí-los. Espectro de ação: eficácia contra determinadas espécies de microrganismos. Previne o acúmulo do biofilme supragengival, além de ser utilizada como antisséptico bucal no pós-operatório cirúrgico; Todos têm capacidade de inibir as enzimas bacterianas e desorganizar a membrana celular bacteriana, forçando a saída de componentes celulares; Não apresenta a mesma eficácia antisséptica da clorexidina. Usado como antisséptico bucal na forma de bochechos, após diluição em água filtrada (1:1), no pós-operatório cirúrgico. Não apresenta a mesma eficácia antisséptica da clorexidina. ANTIBIÓTICOS Clorexidina @resumosdeju Associação de timol, eucaliptol, salicilato de metila e mentol Cloreto de cetilpiridinio a 1:2000 Bactérias gram-positivas Penicilinas G Penicilina V Eritromicina Claritromicina Clindamicina Vancomicina Mecanismos de ação: O antibiótico ideal seria aquele com máxima toxicidade seletiva, ou seja, apenas agindo contra o microrganismo invasor, sem causar dano ao hospedeiro. No entanto, tal antibiótico não existe. A toxicidade seletiva está relacionada às diferenças entre as células bacterianas e as dos mamíferos, como: Presença de parede celular e cápsula; Divisão binária, sem o processo de meiose; Ausência de mitocôndrias; Ribossomos 70S, com subunidades 30S e 50S. Enquanto as humanas têm ribossomos 80S, com subunidades 40S e 60S. De acordo com o mecanismo de ação, os antibióticos de uso odontológico podem ser divididos em: Ação na parede celular: Parede celular: reforça a membrana citoplasmática, protege, sustenta e dá forma à célula; Alta permeabilidade → não afeta as trocas químicas com o meio externo; A parede celular também é necessária para a reprodução bacteriana; Praticamente todas as bactérias têm parede celular, sendo mais complexa nas gram-negativas que nas gram-positivas; A parede celular é ausente nas células dos mamíferos, presente exclusivamente em bactérias → antibióticos do grupo →↑toxicidade seletiva Reprodução bacteriana: parede celular constantemente destruída e ressintetizada → bactérias filhas com a mesma estrutura; Bactérias gram-NEGAtivas Quinolonas (Ciprofloxacina, Levofoxacina)Aminoglicosídeos (Gentamicina) espiroquetas PenicilinasCefalosporinas Tetraciclinas Bactérias gram-NEGAtivas Ampicilina Amoxicilina Cefalosporinas Tetraciclinas Bactérias gram-positivas Bactérias ANAERÓBIAS PenicilinasClindamicina Tetraciclinas Metronidazol fungos NistatinaAnfotericina B Cetoconazol Itraconazol outros microrganismos TetraciclinasCloranfenicol @resumosdeju Antibióticos representantes do grupo: penicilinas e cefalosporinas; Atuam no momento da divisão celular; Não são capazes de destruir a membrana celular, mas bloqueiam uma nova síntese; Mais eficazes nas infecções agudas em franco desenvolvimento; Sem a parede celular a bactéria não resiste às condições ambientais, sendo destruída;Bacilos gram-negativos têm menor diferença osmótica com o meio externo, por isso a bactéria pode não ser destruída; Ocorre quando as penicilinas e cefalosporinas são empregadas por um curto período de tempo contra essas bactérias. Ação na síntese de proteínas: esse mecanismo pode se dar de duas formas: Formação de proteínas defeituosas → aminoglicosídeos (praticamente não utilizados na Odontologia). Interferência na tradução da informação genética (alteração da síntese proteica) → tetraciclinas, lincosaminas, macrolídeos e azalídeos. Tetraciclinas: inibem a síntese proteica ao impedir a ligação do RNA transportador à subunidade menor dos ribossomos (30S ou 40S); 40S é a subunidade menor de células dos mamíferos → falta de especificidade → reações adversas. Lincosaminas (Clindamicina e Lincomicina), Macrolídeos (Eritromicina, Espiramicina, Claritromicina e Roxitromicina) e Azalídeos (Azitromicina): inibem a síntese proteica ao fixarem-se à subunidade 50S, impedindo a ligação do RNA transportados ao ribossomo. Subunidade 50S presente apenas em células bacterianas → maior toxicidade seletiva e menos reações adversas. Os antibióticos desse grupo são considerados bacteriostáticos. Ação na síntese de ácidos nucleicos: desse grupo, apenas o metronidazol é utilizado na Odontologia. Penetra facilmente nas células bacterianas aeróbias e anaeróbias, com maior acúmulo intercelular nas anaeróbias. Redução do grupo nitro do metronidazol → formação de radicais tóxicos → interrupção da síntese de DNA da célula bacteriana → efeito bactericida. Antibióticos concentração-dependentes e tempo-dependentes: Concentração inibitória mínima (CIM) é a concentração minimamente necessária para inibir o crescimento de um microrganismo em um teste laboratorial in vitro. Indica a quantidade de antibiótico capaz de inibir 90% da população de uma determinada bactéria; Índices que ajudam a nortear o tratamento: Tempo em que a concentração do antibiótico permanece acima do CIM; Razão entre concentração máxima do antibiótico no sangue e a CIM; Razão entre a total disponibilidade do antibiótico durante 24h no sangue e a CIM. Antibióticos concentração-dependentes: eficácia aumentada quando sua @resumosdeju Antibióticos tempo-dependentes: efeito máximo quando atinge uma concentração aproximadamente 4 vezes maior que a CIM no sangue ou nos tecidos, o que demanda tempo. O aumento da sua concentração não aumenta sua eficácia. Vários antibióticos, especialmente tempo-dependentes, apresentam efeito pós-antibiótico (EPA) → ação antimicrobiana após a remoção do fármaco. A maioria dos antibióticos de uso odontológico é tempo-dependente. Não devem ser mantidos por longos períodos de tempo, mas sua concentração deve ser mantida acima da CIM apenas por um determinado período. A concentração ideal que afeta a maioria das bactérias bucais é muito pequena. As doses usuais permitem concentrações centenas de vezes maiores que a CIM no sangue e nos tecidos. Resistência Bacteriana: ocorre quando a bactéria sobrevive a concentrações superiores às atingidas nos tecidos e no sangue. A prescrição de um antibiótico pode ter um efeito negativo direto sobre o próprio paciente, como falhas na profilaxia antibiótica ou no tratamento de infecções. A RDC nº44/2010 regulamente o controle de antibióticos → somente são dispensados antibióticos mediante a retenção da receita comum (ou de controle especial, em 2 vias. Relação entre a dose e a resposta orgânica: mesmo quando a dose é elevada, pode não ser suficiente. Doses maiores ainda podem não ser suficientes, devido à resistência. Duração da terapia antimicrobiana: quando a bactéria é resistente a um antibiótico, ela não será afetada no 1º dia, nem no 2º e nem no 10º dia de tratamento, pois ela é resistente. concentração no local aumenta, sofre pouca influência do tempo no sangue. @resumosdeju Antibiótico Atividade Efeito Bacteriano Duração do EPA Eritromicina Azitromicina Claritromicina Clindamicina Tetraciclinas Penicilinas e Cefalosporinas Metronizadol Bacteriostática Bacteriostática Bacteriostática Bacteriostática Bacteriostáticas Bactericidas Bactericida Tempo-dependente Tempo-dependente Tempo-dependente Tempo-dependente Tempo-dependente Tempo-dependente Concentração- dependente Curta Prolongada Prolongada Curta Prolongada Prolongada para gram+ Prolongada Um dos princípios da resistência bacteriana é a pressão seletiva: mudanças ambientais que obrigam as bactérias a se modificarem. Mais adaptadas → sobrevivem → geram descendentes mais adaptados. Uso indiscriminado de antibióticos → um dos maiores agentes de pressão seletiva. Superbactérias: microrganismos multirresistentes a qualquer antibiótico disponível. Atacam principalmente pessoas imunodeprimidas hospitalizadas, levando à morte. A resistência de um microrganismo a determinada substância é classificada como: Intrínseca (natural): faz parte das características naturais do microrganismo, transmitida verticalmente à prole. Herança genética do microrganismo; Tipo mais comum; Maior determinante → presença ou ausência de alvo para a ação da substância: Exemplo: Penicilinas e micoplasmas → os micoplasmas não possuem parede celular → não há um alvo para a ação das penicilinas. É previsível, a partir do conhecimento do agente etiológico e do mecanismo de ação do fármaco. Adquirida: aparecimento de resistência em bactérias que, anteriormente, eram sensíveis a determinado antimicrobiano. "Nova característica" na espécie, ausente nas células genitoras; Resulta de alterações estruturais e/ou bioquímicas da célula bacteriana, determinadas por alterações genéticas ou extracomossômicas; Simples alteração genética → microrganismo resistente → não perde viabilidade e patogenicidade; Os antibióticos não são mutagênicos, ou seja, não provocam mutação em microrganismos, não fazem aparecer novas características. Porém, exercem a pressão seletiva. Uso frequente → cepas sobreviventes → multiplicação destas cepas → predomínio. A aquisição de resistência pode ser causada por mutação ou transferível. Mutação: fenômeno espontâneo, resultante de um erro na replicação de DNA, ocorrendo 1 a cada 100-1.000 divisões celulares. Independe da presença de antibióticos; O papel do fármaco será o de selecionar os mutantes, favorecendo seu crescimento; Células mutantes não têm qualquer vantagem biológica sobre as normais, mas sim são defectivas e morrem a qualquer alteração; Mutação não significa mais resistência! Resistência transferível: ocorre quando um microrganismo recebe material genético de outro, expressando a característica contida no gene adquirido. Pode ocorrer por: Transformação: a bactéria capta o DNA de outra no meio e incorpora ao seu. Transdução: incorporação do DNA bacteriano via bacteriófago. Conjugação: transmissão por contato físico entre bactérias. Transposição: depende de transpósons. Assim, as bactérias podem adquirir e/ou transferir resistência a outras. Não é necessário ser um microrganismo patogênico para ter genes de resistência. @resumosdeju Mecanismos pelos quais os microrganismos podem se tornar resistentes aos fármacos, após a interpretação de material genético próprio ou incorporado de outra bactéria: Produção de enzimas inativadoras: genes que codificam a produção de enzimas capazes de quebrar ou alterar a estrutura dos antibióticos, inativando-os. Exemplo: Betalactamases → promovem a hidrólise das penicilinas, tornando-as incapazes de ligar-se ao sítio receptor e inibir a síntese da parede celular. Interferência na entrada e acúmulo de fármaco na bactéria: canais proteicos na membrana externa de bactérias gram-negativas permitem ao fármaco alcançar seu receptor e agir como bactericida; como defesa, as bactérias passar a sintetizar esses canais cada vez menores ou codificam a ausência completa deles . Também pode ocorrer o bombeamento ativo de antibióticos para o meio extracelular → produção de proteínas que excretam o antibiótico para fora. Alteraçãodo receptor para a ação do fármaco: para que o fármaco exerça sua ação, é necessário que haja a ligação ou interação fármaco-receptor. Mutações cromossômicas podem causar a alteração bioquímica do receptor, impedindo uma perfeita ligação do fármaco. Como minimizar a resistência bacteriana? Bom senso e cautela no uso de antibióticos; Conhecimento dos agentes causadores das infecções mais comuns; Profilaxia antibiótica em pacientes imunocompetentes → avaliar se o benefício é maior que o risco potencial de reações adversas; Infecção bacteriana bucal → analisar criteriosamente se os procedimentos de descontaminação local, por si só, não são suficientes para resolver o problema; Se decidir empregar qualquer antibiótico → doses maciças pelo menor tempo possível (monitorar o curso da infecção a cada 24 ou 48h). @resumosdeju ANTIBIÓTICOS DE USO ODONTOLÓGICO Betalactâmicos: possuem um anel betalactâmico em sua estrutura química. É uma ampla classe de antibióticos, contendo 04 subclasses: penicilinas, cefalosporinas, clavulanato de potássio e carbapenêmicos. Penicilinas: compostos naturais ou semissintéticos que possuem como núcleo molecular o ácido 6-aminopenicilânico. Todas são bactericidas. Efeitos adversos: tontura, dor abdominal, náuseas, vômito e diarreia. Penicilinas naturais: são produzidas por fungos. Também chamadas de benzilpenicilina ou penicilina G, sendo de três tipos: Penicilina G potássica cristalina: meia-vida plasmática muito curta (20 minutos). Penicilina G procaína (Despacilina): absorvida lentamente, mantendo níveis séricos por 12-24h. Penicilina G benzantina (Benzetacil): uma única aplicação pode manter níveis sanguíneos por várias semanas. Por serem inativadas pelo suco gástrico, são mal absorvidas por via oral. Utilizadas no tratamento de infecções das vias aéreas superiores e inferiores, pneu- Uso bastante restrito na clínica odontológica. Penicilinas semissintéticas: obtidas acrescentando-se precursores específicos ao meio nutritivo onde crescem os fungos produtores das penicilinas naturais (penicilina V) ou através de modificações da cadeia lateral do ácido 6-aminopenicilânico. A ampicilina e a amoxicilina são as de maior interesse para a Odontologia. Fenoximetilpenicilina potássica - Penicilina V: Espectro reduzido; Eficaz contra estreptococos gram-positivos (em geral, inicial infecções bucais); Apresentação comercial no Brasil: comprimidos de 500.000 UI, equivalentes a 325mg, e pó para solução oral para constituição em água (cada 5mL contém 400.000 UI = 250mg); Intervalo entre doses: 6h. Ampicilina e Amoxicilina: Menos ativas que a penicilina V contra os cocos gram-positivos; Espectro estende-se também a cocos e bacilos gram-negativos; Diferenças farmacocinéticas entre a ampicilina e a amoxicilina: A amoxicilina é mais bem absorvida por via oral e não sofre modificações no organismo; 90% da dose é absorvida, mesmo na presença de alimentos; Concentração no soro e nos tecidos 2 vezes maiores do que as da ampicilina; Emprego de 8 em 8h A Penicilina V ainda é considerada o antibiótico mais seguro e ainda muito eficaz contra bactérias causadores de infecções bucais em estágio inicial. Inativadores de betalactamases: Betalactamases são enzimas capazes de destruir o anel betalactâmico de algumas penicilinas e cefalosporinas, inativando-as. As penicilinas G e V, a ampicilina e a amoxicilina não são eficazes no tratamento de infecções causadas por bactérias que produzem betalactamases. Para combater essas bactérias, foi feita a associação de penicilinas com substâncias que inativam as betalactamases, como o clavulanato de potássio. Clavulanato de potássio: sal potássico do ácido clavulânico. Fraca atividade bacteriana; Age unindo-se às betalactamases, causando sua inativação e tornando as bactérias novamente sensíveis às penicilinas. Cefalosporinas: possuem como núcleo molecular o ácido 7-aminocefalosporínico (7-ACA); Bactericidas; Espectro de ação um pouco maior que o das penicilinas; Menos sensíveis às betalactamases; Efeitos adversos: nefrotoxicidade, quando em altas doses e em tempo prolongado; colite pseudomembranosa; Classificação de acordo com a ordem cronológica de produção e espectro de ação contra bacilos gram-negativos: 1ª Geração: cefadroxil, cefalexina, cafelotina, cefazolina; -mopatias e infecções de pele moderadas. @resumosdeju 2ª Geração: cefaclor, cefuroxima, cefoxitina; 3ª Geração: ceftriaxona, ceftazidima; 4ª Geração: cefepima, cefpiroma. Macrolídeos: possuem um anel lactônico de 15 átomos em sua estrutura molecular. Fazem parte desse grupo eritromicina, espiromicina, claritromicina e roxitromicina; Ótima absorção e biodisponibilidade, quando administrados por via oral; Pico de concentração plasmática atingido entre 2 a 3h após a administração; Excretados através da urina e da bile. A azitromicina pertence à classe dos azalídeos, considerados "parentes próximos" dos macrolídeos, diferindo-se pela inserção de um átomo de nitrogênio no anel lactônico. Azitromicina: Meia-vida plasmática de 2 a 4 dias; Concentração elevada nos tecidos infectados. Os macrolídeos têm espectro de ação similar ao das penicilinas; Betalactamases não afetam a atividade da azitromicina; São bacteriostáticos. Efeitos adversos: apresentam baixa toxicidade. Clindamicina: família das lincosaminas, derivada da lincomicina. Muito bem absorvida por via oral, atravessando facilmente as barreiras teciduais; Penetra no interior de macrófagos e leucócitos polimorfonucleares → alta concentração em abscessos; Metabolizada no fígado e excretada na bile; Avaliar o risco-benefício em pacientes com alterações da função hepática e biliar. Bacteriostática, com espectro de ação semelhante ao das penicilinas; Também atua contra o Staphylococcus aureus, bactérias produtoras de penicilinases e bacilos anaeróbios gram-negativos, como o Fusobacterium nucleatum. A reação adversa mais frequente é a diarreia, em consequência de sua ação direta na mucosa intestinal e na sua microbiota. Tetraciclinas: apenas a doxiciclina e a minociclina são de interesse odontológico, Ótima absorção por via oral; Espectro de ação mais amplo que o das penicilinas e dos macrolídeos; Agem em infecções causadas por Actinomyces, Actinobacillus, Fusobacterium, Clostridium, Propionibacterium, Eubacterium, Peptococcus; Reações adversas: distúrbios gastrointestinais como anorexia, náuseas, vômito, diarreia, ulcerações na boca e irritação da região perianal. Amplo espectro → pode provocar superinfecções por bactérias, fungos e leveduras. Hepatotóxicas e nefrotóxicas, quando em doses maciças → emprego cauteloso em pacientes com doença hepática ou renal. Podem causar fotossensibilidade → queimaduras pelo sol. Depositam-se, como ortofosfato complexo, nos dentes e ossos em desenvolvimento → manchas marrons e hipoplasia de esmalte dental. Por isso, não podem ser administradas durante a gravidez e devem ser evitadas em crianças em fase de desenvolvimento ósseo e dental. Antiácidos à base de alumínio, cálcio ou magnésio, preparações com ferro ou sais de bismuto, e o leite e seus derivados podem prejudicar ou inibir sua absorção. @resumosdeju Metronidazol: composto sintético, derivado do nitroimidazol. Eficaz contra bactérias anaeróbias, especialmente gram-negativas; Muito bem absorvido por via oral, atravessando as paredes dos tecidos rapidamente e em grandes concentrações, distribuindo-se na saliva e no fluido do sulco gengival; Metabolização hepática e eliminação renal; Bactericida com espectro de ação que atinge todos os bacilos anaeróbios gram- negativos; Não age contra bactérias aeróbias e microaerófilas; Reações adversas: gosto metálico, dor estomacal, náuseas e vômitos; Pode potencializar o efeito de anticoagulantes. Quinolonas e Carbapenêmicos: Quinolonas são indicadas para infecções do trato urinário e algumas afecções respiratórias; Os antibióticos do grupo mais citados para uso odontológico são ciprofloxacina e levofloxacina; Estudos sobre a eficácia das quinolonas no tratamento de infecçõesbucais ainda são conflitantes e sua indicação carece de suporte científico. Carbapenêmicos são empregados como último recurso para infecções bacterianas causadas pela Escherichia coli e pela Klebsiella pneumoniae; Fazem parte do grupo: imipenem, meropenem, ertapenem e panipenem; Sem indicação para uso odontológico. @resumosdeju QUANDO PRESCREVER OS ANTIBIÓTICOS? São indicados no tratamento e na prevenção de infecções. Tratamento das Infecções: Infecções bacterianas bucais agudas têm evolução muito rápida e duração relativamente curta (2 a 7 dias), quando o foco infeccioso é eliminado; Quando perduram por mais tempo, tornam-se crônicas, pela dificuldade de acesso aos sítios infecciosos (doenças periodontais ou infecções endodônticas); Descontaminação local que não surte efeito + sinais e sintomas sistêmicos → uso de antibióticos é recomendado, visando reduzir a população bacteriana e auxiliar o sistema de defesa do hospedeiro; Evidências científicas indicam que o uso de antibióticos por períodos prolongados (5 a 10 dias) não é necessário, pois pode interferir no equilíbrio da microbiota bucal e selecionar bactérias resistentes; Foi demonstrado que, em pacientes com abscesso dentoalveolar agudo, a terapia antibiótica com penicilina V 250mg, a cada 6h, por 5 dias tem o mesmo efeito que duas doses de 3g de amoxicilina, administradas com intervalo de 8h; Melhor critério para a decisão do uso de antibióticos: presença ou ausência de sinais e sintomas sistêmicos: Edema pronunciado (celulite); Limitação da abertura bucal; Linfadenite; Febre; Taquicardia; Falta de apetite; Disfagia ou mal-estar geral. No tratamento de um processo infeccioso localizado, delimitado, sem sinais locais de disseminação ou manifestações sistêmicas (infecções bacterianas agudas endodônticas ou periodontais) → o uso coadjuvante de antibióticos não é necessário. Seleção do Antibiótico: o sucesso do tratamento é determinado pela eficácia do antibiótico contra os microrganismos causadores da infecção. Não existe uma substância padrão para todas as infecções e todos os pacientes. 1ª escolha para o tratamento de infecções bucais bacterianas: Penicilinas. Penicilina V, Ampicilina e Amoxicilina são bastante eficazes contra cocos aeróbios gram-positivos e bacilos anaeróbios gram-negativos, isolados das infecções endodônticas ou periodontais; Preferência pela amoxicilina → melhor e mais rápida absorção, além de manter níveis sanguíneos mais prolongados (intervalo de doses de 8 a 12h). Muito empregada associada ao metronidazol e raramente ao clavulanato de potássio. Ampicilina e penicilina V → espectro de ação similar ao da amoxicilina, mas possuem meia-vida plasmática mais curta (intervalo de doses no máximo 6h) → 04 doses em 24h → menor adesão do paciente ao tratamento; Devem ser empregadas por via oral (menor incidência de reações adversas). As cefalosporinas não devem ser a 1ª escolha para tratamento odontológico ambulatorial, pois seu espectro de ação não coincide com as bactérias predominantes na maioria das infecções bucais. Reservadas para profilaxia cirúrgica em cirurgias ortognáticas ou tratamento de infecções graves de cabeça e pescoço; Podem ser empregadas na profilaxia da endocardite bacteriana, como alternativa às penicilinas em pacientes alérgicos. O metronidazol é extremamente eficaz contra bacilos anaeróbios gram-negativos, sendo muito útil no tratamento de pericoronarites, abscessos periapicais e gengivite ulcerativa necrosante, geralmente associado às penicilinas ou cefalosporinas. Como complemento à raspagem e alisamento radicular, o metronidazol associado à amoxicilina mostra um importante sinergismo (resposta maior do que simples soma dos efeitos isolados de cada um) contra a Aggregatibacter actinomycetemcomitans, principal bactéria da periodontite agressiva; Isoladamente, pode ser empregado na redução de patógenos da periodontite crônica, que não respondem à instrumentação mecânica. A associação da amoxicilina ou ampicilina a um inibidor de betalactamases, como o clavulanato de potássio, não deve ser comum na Odontologia, restringindo-se às infecções que não respondem clinicamente ao tratamento com penicilinas isoladas ou associadas ao metronidazol. Eritromicina → restrita para uso odontológico → relatos de resistência bacteriana em algumas cepas de estreptococos. Empregada apenas como alternativa para pacientes alérgicos às penicilinas, mas nunca como 1ª escolha. @resumosdeju A claritromicina e a azitromicina são antibióticos de escolha para o tratamento de abscessos periapicais agudos, em pacientes com história de alergia às penicilinas. Atingem concentrações teciduais elevadas e duradouras (intervalo de doses maior); Menor incidência de efeitos adversos gastrointestinais; Relatos de que 5 dias de terapia com azitromicina pode causar arritimias cardíacas em pacientes com distúrbios cardíacos → importante trocar informações com o cardiologista antes de prescrevê-la para esses pacientes. A clindamicina é selecionada para tratamento de infecções mais avançadas. Emprego cauteloso, pois muitas vezes é a 1ª escolha para pacientes alérgicos à penicilina. Uso indiscriminado → seleção de bactérias resistentes; Normalmente empregada isoladamente, sem associação com o metronidazol. As tetraciclinas são eficazes contra muitas bactérias anaeróbias, mas essa eficácia tem diminuído devido ao aparecimento de espécies resistentes. A doxiciclina é a mais empregada na Odontologia; Uso restrito ao tratamento de periodontites agressivas ou crônicas, como alternativa aos pacientes alérgicos à penicilina ou que apresente efeitos adversos ao metronidazol. Dosagem e Intervalos entre as Doses: Dosagem ideal: aquela suficiente para ajudar o sistema imune a combater os patógenos da infecção, com mínimos efeitos adversos; Infecções bucais agudas iniciam muito rapidamente → não é possível alcançar a CIM do antibiótico em pouco tempo → iniciar o tratamento com uma dose de ataque (no mínimo o dobro das doses de manutenção); A natureza aguda do processo infeccioso requer níveis sanguíneos do antibiótico adequados antes de 12h; Dose inicial de 1 a 2g de penicilina V ou amoxicilina, seguida das doses de manutenção de 500mg, em adultos. As doses de manutenção devem proporcionar níveis adequados do antibiótico nos tecidos infectados, excedendo a CIM do microrganismo-alvo em 2 a 8 vezes, para compensar a passagem pelas barreiras teciduais que restringem o acesso do antibiótico ao sítio infectado; Doses maciças por curto período de tempo: Propiciam níveis adequados do antibiótico na corrente sanguínea e nos tecidos infectados; Reduzem a toxicidade e a seleção de microrganismos resistentes. Fatores que podem afetar a eficácia de um fármaco: Natureza e virulência da infecção; Fases de crescimento microbiano; Fatores locais (pH, tamanho do inóculo, suprimento sanguíneo); Farmacocinética do antimicrobiano; Resistência do hospedeiro. O único critério para o sucesso do tratamento com antibióticos é a remissão da infecção. Infecções mais severas → redução do intervalo das doses de manutenção (-2h). @resumosdeju Duração do Tratamento: Infecções bacterianas agudas: Conceito errôneo de que "o uso de antibióticos requer um ciclo completo, prolongado (7-10 dias) para eliminar bactérias resistentes" → o antibacteriano não pode afetar as bactérias resistentes a si próprio → seleção das bactérias resistentes; Uso prolongado de antibióticos de amplo espectro + outros antibióticos → superinfecções causadas por microrganismos resistentes; As infecções bacterianas bucais dificilmente reincidem quando a fonte da infecção é removida, através da descontaminação do local com meios mecânicos (drenagem cirúrgica, instrumentação endodôntica, curetagem, etc.); Uma vez erradicada a fonte da infecção, a duração da terapia deve ser a menor possível, e o único parâmetro para determinar o tempo de tratamento será a remissão dos sintomas da infecção; O curso da infecção aguda deve ser monitorado pelo CD diariamente, podendo interromper a terapiaantibiótica quando ficar evidente que as defesas imunológicas do paciente reassumiram o controle da infecção; Assim, a duração do tratamento pode ser de 3 a 5 dias. Infecções bacterianas crônicas: Periodontites agressivas e periodontite crônica são resultantes da resposta inflamatória e imunológica ao acúmulo de biofilme e cálculo; Maioria dos casos → instrumentação mecânica, combinada ou não à cirurgia, é suficiente para controlar a doença; Pacientes que continuam exibindo perda de inserção periodontal após a te- @resumosdeju Antibiótico Dose de Manutenção Intervalo Usual Penicilina V Ampicilina Amoxicilina Metronidazol Amoxicilina + Clavulanato K Cefalexina Azitromicina 500mg 250mg ou 400mg 500mg 6h Eritromicina Claritromicina Clindamicina 500mg 500mg ou 875mg 500mg + 125mg 500mg 500mg 500mg 300mg 6h 8h ou 12h 8h ou 12h 8h 6h 6h 12h 24h 8h A duração da terapia antibiótica nesses casos é de 7 a 8 dias para o metronidazol (isolado ou associado à amoxicilina) ou 14 a 21 dias para a doxiciclina (obtenção de concentrações ideais no fluido gengival, evitando a recolonização bacteriana e reincidência da doença). -rapia mecânica convencional → terapia complementar com antibióticos; @resumosdeju FATORES QUE INTERFEREM NA TERAPIA ANTIBIÓTICA Difusão do Fármaco no Sítio da Infecção: os antibióticos atravessam as barreiras teciduais de um meio mais concentrado para o menos concentrado, por difusão passiva; A facilidade dessa difusão vai depender da sua constante de dissociação e da sua lipossolubilidade, assim como do pH dos tecidos adjacentes; Antibióticos mais lipossolúveis (tetraciclinas e eritromicina) atravessam com maior facilidade essas barreiras do que os hidrossolúveis (penicilinas e cefalosporinas). Grau de Ligação às Proteínas Plasmáticas: o antibiótico é livre para se difundir pelas paredes capilares sanguíneas e outras barreiras somente se não estiver ligado à proteína plasmática (albumina). Grau de ligação proteica dos antibióticos: Penicilinas antiestafilocócicas, clindamicina e doxiciclina → 80-96%; Penicilinas G e V, eritromicina e tetraciclinas → 50-80%; Ampicilina, amoxicilina, cefalexina, metronidazol → menos de 25%. A ligação proteica pode aumentar na presença de inflamação, infecção, diabetes e neoplasias malignas; e diminuir na presença de cirrose hepática, queimaduras e desnutrição. Tamanho do Inóculo: efeito inóculo → perda da eficácia os antibióticos contra populações densas de bactérias → pode afetar significativamente a penetração do antibiótico no "centro" da infecção. Grande massa bacteriana → diminuição da velocidade de reprodução, menor atividade fagocitária, aumento da atividade de betalactamases e da produção de glicocálix e redução do pH; Redução do efeito prejudicial do tamanho do inóculo → terapia antibiótica precoce e agressiva + descontaminação local; Abscessos → a simples prescrição de antibióticos não romperá a barreira criadas pelas bactérias, sem uma intervenção clínica. Proporção Área Vascular/Volume da Infecção: desta proporção depende a concentração de antibiótico no local. Áreas altamente vasculares e baixo volume infeccioso → concentrações de antibióticos similares às encontradas no sangue; Áreas de baixa vascularização e grande volume infeccioso → concentração muito mais baixa que a do sangue. Alterações Fisiológicas do Paciente: Gravidez: peniclinas, cefalosporinas, estearato de eritromicina, azitromicina e clindamicina são considerados antibióticos seguros; Tetraciclinas e estolato de eritromicina são contraindicados em qualquer período da gestação; Evitar a administração do metronidazol no 1º trimestre de gravidez. Idade: pode alterar a farmacocinética dos fármacos. As dosagens pediátricas são similares às dos adultos, sendo ajustadas de acordo com o peso corporal; Pacientes idosos com alterações funcionais degenerativas normalmente requerem diminuição das doses ou aumento do intervalo entre elas, principalmente nos antibióticos de excreção renal (penicilinas e cefalosporinas). Disfunções hepáticas: interferem no metabolismo de alguns antibióticos. Presença de doença hepática severa → diminuição das doses de metronidazol e de eritromicina. Disfunções renais: podem limitar a excreção de alguns antibióticos, obrigando a redução da dose ou aumento do intervalo entre elas. Penicilinas, clindamicina e metronidazol podem ser usados com precaução; Cefalosporinas só devem ser empregadas após conversa com o nefrologista; Tetraciclinas são contraindicadas. CAUSAS DE INSUCESSOS DA ANTIBIOTICOTERAPIA A causa mais comum de falha na antibioticoterapia em Odontologia é a não erradicação da fonte da infecção. @resumosdeju OUTROS FATORES RELACIONADOS AO INSUCESSO: Escolha inapropriada do fármaco (microrganismo não suscetível) Falha no cálculo da dosagem (concentrações sanguíneas muito baixas) Antagonismo entre antibióticos (bactericida + bacteriostático) Microrganismos resistentes (superinfecções seleção de microrganismos resistentes) Infecções com taxa de crescimento muito baixa (penicilinas e cefalosporinas) Fatores locais desfavoráveis (diminuição do pH ou da tensão tissular de oxigênio) Vascularização limitada ou diminuição do fluxo sanguíneo local (corpos estranhos) Resistência às infecções diminuída (deficiência imune) Falta de adesão ao tratamento (paciente não segue as orientações) Custo do tratamento (paciente sem condições financeiras) PREVENÇÃO DAS INFECÇÕES Profilaxia Antibiótica: uso de antibióticos em pacientes sem evidências de infecção, visando prevenir a colonização de bactérias e suas complicações, no período pós- operatório. Na Odontologia, pode ser empregada para prevenir infecções na área operada (profilaxia cirúrgica) ou à distância em pacientes suscetíveis. Profilaxia Cirúrgica: O uso de antibióticos na profilaxia cirúrgica parece ser efetivo com uma razoável relação risco-benefício nos seguintes casos: Prevenção da contaminação de uma área estéril; Quando a infecção é remota, mas com alta taxa de morbidade; Procedimentos cirúrgicos associados a altas taxas de infecção; Implantação de material protético. Profilaxia antibiótica prolongada não confere proteção adicional, ainda podendo aumentar a frequência de reações adversas e a seleção de bactérias resistentes. A administração de antibióticos por curto espaço de tempo (12-16h) é efetiva em vários tipos de procedimentos. Profilaxia de Infecções à Distância: é consensual em pacientes com condições de risco, nas intervenções odontológicas que causam bacteremia transitória: Pacientes suscetíveis à endocardite infecciosa (EI): a EI é uma alteração inflamatória proliferativa do endocárdio, causada pela infecção de microrganismos, apresentando altos índices de mortalidade. Estreptococos do grupo viridans (abundantes na microbiota bucal) estão associados à etiologia da EI, porém o tratamento odontológico ocasiona apenas uma pequena parte dos casos de EI, sendo ela mais decorrente da higiene bucal. No entanto, a participação do CD na prevenção da EI é fundamental. Pacientes portadores de próteses ortopédicas: só é recomendada a profilaxia antibiótica quando apresentarem as seguintes condições, que podem aumentar o risco de infecção articular por via sanguínea: Imunocomprometimento, devido a artropatias inflamatórias, artrite reumatoide, lúpus eritematoso sistêmico, irradiação ou uso de imunossupressores; Diabetes tipo 1 (insulino-dependente); Subnutrição; Hemofilia; Primeiros 2 anos após a colocação da prótese total articular; História prévia de infecções de próteses articulares. Pacientes renais crônicos: a profilaxia da endocardite bacteriana nesses casos é discutível, pois essa complicação é invariavelmente causada por bactérias da pele que penetram pela fístula arteriovenosa (permite a saída do sangue para a máquina e seu retorno após a diálise). Diabéticos: o diabetes melito é uma doença metabólica crônica e, quando não controlada, pode levar a complicações como a diminuiçãoda capacidade imunológica do indivíduo, aumentando o risco de infecções. Não é indicada a profilaxia antibiótica rotineira em pacientes diabéticos (basta a assepsia e antissepsia local); A profilaxia antibiótica só deve ser considerada em pacientes descompensados, apresentando cetoacidose sanguínea e cetoacidose (apenas em urgências). Pacientes imunocomprometidos: baixa contagem de leucócitos granulócitos → maior risco de infecções induzidas por procedimentos que causam bacteremia. @resumosdeju A necessidade da profilaxia antibiótica baseada na contagem de leucócitos deve ser analisada em conjunto com o médico do paciente; Pacientes imunocomprometidos devido à quimioterapia contra o câncer ou submetidos a transplante de medula óssea → protocolo profilático recomendado pela AHA, direcionado aos estreptococos viridans → a complicação mais grave é o choque séptico causado por esses microrganismos. Pacientes com leucemia → microbiota alterada com predomínio de bactérias Klebsiela pneumoniae e bacilos entéricos gram-negativos → uso de antibióticos do grupo das quinolonas. Pacientes com HIV → exodontias, cirurgias periodontais e restaurações não parecem ser de grande risco para infecções → não sendo recomendada a profilaxia → perigo de resultar em superinfecções, pelo crescimento da Candida albicans e outros patógenos resistentes. @resumosdeju REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ANDRADE, E. D. Terapêutica Medicamentosa em Odontologia. 3ª.ed. Artes Médicas. 2013.
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