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Ventilação Mecânica
→ É um suporte ventilatório por dispositivo mecânico 
que regula a pressão e volume a ser oferecido ao 
paciente. 
→ Oferece maior FiO2. 
→ Tem como objetivo melhorar a pO2, pCO2 e pH, 
além do padrão ventilatório. 
↪ Não tem como objetivo corrigir dados da 
gasometria, principalmente na SARA. 
→ Proporciona proteção da via aérea. 
→ Dentre as indicações: IRespA refratária e Glasgow 
menor do que 9. 
→ Já em relação as contraindicações relativas: 
ausência de prognóstico pós IOT como neoplasia 
maligna, Alzheimer avançado.
→ As possíveis complicações da intubação:
↪ Lesão pulmonar como barotrauma, 
volutrauma: perpetua o processo inflamatório e pode, 
de forma mecânica, explodir um alvéolo e levar a um 
pneumotórax.
↪ Aprisionamento aéreo: não regula bem a 
proporção de inspiração e expiração.
↪ Fraqueza muscular: possui relação com a 
sedação e ventilação, podendo ser minimizada 
utilizando a menor quantidade de sedação possível e 
aumentando a interação entre paciente e ventilador. 
Muito presente na síndrome pós-CTI.
↪ Pneumonia.
↪ Hipotensão: gerada devido a pressão 
positiva no tórax, diminuindo retorno venoso. 
Funcionamento do Ventilador 
Ventilação 
Mecânica x 
Espontânea
→ Ocorre a inversão de mecanismos ventilatórios e 
hemodinâmicos.
→ Na ventilação espontânea normal, durante a 
inspiração a pressão da caixa torácica é negativa, o 
que gera um aumento do retorno venoso. 
→ A ventilação mecânica gera uma pressão positiva 
durante a inspiração, gerando uma diminuição no 
retorno venoso, desencadeando uma hipotensão. 
Sendo assim, pode ser desencadeado um choque 
obstrutivo.
→ Analisando o monitor de ventilação mecânica 
teremos:
↪ Direita: parâmetro ventilatório;
↪ Meio: curvas ventilatórias;
↪ Embaixo: modos ventilatórios. 
Fases do Ciclo 
Ventilatório
→ O ciclo ventilatório é dividido em algumas partes:
↪ Disparo: momento da abertura da válvula 
inspiratória do ventilador. Podemos regular essa fase 
de duas formas:
→ Controlado: ventilador ignora o que o 
paciente quer e dispara conforme sua programação.
→ Assistido: paciente dá início a um ciclo 
ventilatório e isso faz com que a válvula inspiratória se 
abra e o ventilador faça o programado em seguida. 
↪ Inspiratória: paciente recebe o volume de 
ar programado;
↪ Ciclagem: momento em que a válvula 
inspiratória se fecha e a expiratória se abre. Essa fase 
é realizada por três parâmetros:
→ Volume: quando o volume programado é 
atingido, a válvula se abre, aqui, o fluxo é constante;
→ Tempo: joga ar por um tempo 
estabelecido;
→ Fluxo: o ventilador envia o ar, conforme a 
queda natural desse fluxo até uma taxa determinada, a
válvula expiratória é aberta. 
↪ Fase expiratória: 
Parâmetros 
Principais 
Frequência Respiratória e Relação 
Inspiração: Expiração – I:E
→ A fração inspirada de O2 (FiO2) em ar ambiente é
de 21%, mas pode chegar a 100% com certos 
dispositivos.
→ O ideal é que essa porcentagem seja menor do 
que 60% pelo risco de oxidação do parênquima 
pulmonar quando submetida a uma FiO2 elevada por 
um longo período.
→ O índice de oxigenação (IO) é calculado pela 
pO2/FiO2, sendo um critério diagnostico e de 
gravidade na SARA. É um reflexo da troca gasosa. 
→ Volume corrente (VC) é o parâmetro mais vital na
ventilação, sendo ajustado por peso ideal do paciente, 
cerca de 4 a 10 mL/kg de peso. 
↪ Na ventilação mecânica protetora, utiliza-se
volumes baixos para diminuir risco de lesão pulmonar 
induzida por VM. 
↪ Em doenças respiratórias, a meta desses 
volumes é mais baixa. 
Pressão positiva no final da expiração - 
PEEP ou CPAP
→ É o valor mínimo da expiração e tem como 
objetivo manter os alvéolos abertos por um maior 
período para que seja realizada uma troca gasosa 
mais eficiente. 
↪ PEEP mais elevada: indicada em casos de 
edema agudo de pulmão e SARA. 
↪ Em outros casos mantem-se 5 cmH2O, 
que é o valor fisiológico.
↪ Atenção: risco de choque obstrutivo se 
PEEP maior do que 12 cmH2O, chance de barotrauma.
↪ A PEEP elevada só é utilizada quando o 
paciente necessitar, devendo ser diminuída assim que 
possível. 
Pressão Inspiratória - PI
→ É a pressão acima da PEEP oferecida durante 
expiração.
Pressão de pico
→ É a PEEP + pressão inspiratória, sendo o maior 
nível pressórico que o paciente vai atingir na 
ventilação. 
↪ Deve ser monitorizada para não haver 
iatrogenia.
↪ O valor segurança de referência é menor 
do que 40 cmH2O. 
Pressão de platô
→ É a distribuição do ar injetado nos alvéolos. É a 
maior pressão intratorácica, sendo o valor de 
segurança menor do que 30 cmH2O. 
Driving Pressure
→ É a pressão em que o pulmão está sendo 
submetido. É calculado pela pressão de platô – PEEP.
↪ O valor ideal é menor do que 15 cmH2O.
↪ Diferenças muito elevadas indicam que o 
pulmão está retraindo e expandindo muito. 
→ O controle da pressão inspiratória, de pico, de 
platô e driving pressure evita lesões por ventilação 
mecânica. 
→ A frequência respiratória é igual a inspiração pela 
expiração, sendo que seguem, respectivamente, o 
seguinte tempo 2:3.
↪ Inspiração:expiração fisiológica é de 2:3s. 
→ O volume na inspiração e na expiração tem que 
ser o mesmo, sendo que no primeiro, o calibre se 
encontra maior. 
→ Na ventilação mecânica essa relação pode ser 
ajustada para fins terapêuticos.
↪ Em pacientes com hipercapnia, a expiração
deve ser maior, na hipoxemia deve ter maior tempo 
inspiratório. 
→ Dentre os riscos estão o aprisionamento aéreo e 
auto PEEP.
→ As pregas vocais participam das PEEP (5) 
fisiológica, expande na entrada de ar e relaxa na saída,
promovendo uma pressão que é responsável por 
manter os alvéolos abertos.
↪ Broncoespasmo vai sempre se pior na 
expiração, causando auto PEEP devido ao maior 
aprisionamento de ar nos alvéolos. Sendo tratado pelo 
auto PEEP, fazendo com que o ventilador envie uma 
PEEP maior do que a auto PEEP, possuindo risco de 
barotrauma. 
→ Frequência respiratória é o número de ciclos/min.
→ Tosse aumenta a PICO. 
Mecânica 
Ventilatória 
Complacência Pulmonar
→ É a capacitada de distensão do pulmão.
→ É importante na ventilação difícil e para avaliação 
da PEEP ideal. 
→ Ela é dividida em dois tipos: estática e dinâmica.
↪ Estática: 60 a 100 mL/cmH2O, calculada 
pelo volume corrente dividido pela pressão de platô 
menos PEEP;
↪ Dinâmica: 50 a 80 mL/cmH2O, sendo 
calculada pelo volume corrente dividido pela pressão 
pico menos a PEEP.
→ A resistência pulmonar mede o grau de 
broncoespasmo do paciente ou de secreção normal 
até 4 cmH2O/L/s.
→ A elastância pulmonar é a capacidade de o 
parênquima retornar ao estado natural, estando 
diminuída no DPOC.
→ A auto-PEEP é a Patm mais Ppregas e se eleva 
quando há broncoespasmo severo, frequência 
respiratória elevada (devido a diminuição do tempo da 
expiração) e tempo expiratório baixo. 
Curvas 
Ventilatórias 
→ É possível identificar algumas condições 
patológicas apenas observando a curva do ventilador. 
↪ Fluxo x tempo: 
↪ Pressão x tempo:
↪ Volume x tempo:
↪ Pressão x volume:
↪ Fluxo x volume: 
→ Terceira curva (pressão), mostra que paciente 
participar da respiração devido a pressão negativa no 
início de cada ciclo. 
→ Gráfico abaixo evidencia um paciente com 
broncoespasmo com grande resistência das vias 
aéreas. 
Principais Modos 
Ventilatórios 
→ Podemos classificar de acordo com cada interação
com o ventilador e quanto a variável controlada. 
→ Interação paciente ventilador: 
↪ Controladas por volume ou pressão;
↪ Assistidas e assisto controladas;
↪ Espontânea (PSV – modo de desmame 
ventilatório/VNI): paciente tem autonomia sobre o ciclo
ventilatório, podemos apenas modificar alguns 
parâmetros.
Controlado 
→ Há menos interação do paciente com o ventilador,
o esforço do paciente é ignorado. 
→ O ventilador faz mais coisas pelo paciente do que 
o paciente em si. 
→ Deve estar em modo controlado, assistido ou 
assistido controlado.
→ Quando controlado por volume:
↪ O volume corrente é garantido;
↪Fluxo constante até VC programado;
↪ Pico e platô variáveis. 
↪ O que inicia o fluxo expiratório é o tempo 
definido, já a ciclagem vai ocorrer quando atingir o 
volume determinado. 
↪ Dentre as desvantagens temos, atrofia 
muscular ventilatória, VM não fisiológica. 
→ Quando controlado por pressão: 
↪ Pressão inspiratória é garantida;
↪ Fluxo é variável;
↪ Tempo inspiratório variável;
↪ O fluxo expiratório é definido pelo tempo 
ou fluxo/pressão definidos e a ciclagem é feita pelo 
tempo definido. 
↪ Volume corrente é variável e o volume 
pode não ser entregue em casos de broncoespasmo 
e SARA grave. 
Assisto Controlado 
→ Nessa configuração, os esforços respiratórios são 
detectados, o ventilador detecta esses esforços do 
paciente e da continuidade as ventilações.
→ O disparo é por fluxo/volume é mais sensível. 
Pressão de Suporte – PSV
→ É um modo ventilatório espontâneo e é usado 
para desmame do paciente. 
→ O paciente possui o drive respiratório, oferecendo 
uma pressão inspiratória gerando um volume 
corrente.
→ O disparo é feito através do fluxo/pressão e a 
ciclagem é através da porcentagem de pico de fluxo. 
→ Dentre as desvantagens, temos: dependência do 
drive e força muscular sendo que o paciente deve 
estar acordando, sendo incompatível com sedação 
continua. Além disso, tem risco de falência respiratória 
e atelectasia, pois depende do estimulo do paciente. 
Exemplos de Curvas de Modos da Ventilação
Mecânica 
→ Modo controlado por volume.
→ Modo assistido por pressão. Vemos pressão 
negativa 
 → Modo PSV.
→ Modo assisto controlado por volume, com fluxo 
aéreo constante. 
Desmame da 
Ventilação 
Mecânica 
→ É o processo de retirada do paciente da 
ventilação mecânica, quando o mesmo possui um 
desfecho favorável, consideramos uma retirada em 
40% do tempo da ventilação mecânica em 48 horas.
→ Ao intubar, já devemos iniciar o pensamento de 
extubação. Sendo que ele é considerado extubado 
após 48 horas do procedimento com a retirada do 
ventilador.
→ Para analisar a possibilidade de o paciente ser 
extubado, devemos verificar como está a ventilação 
do mesmo.
↪ Os candidatos eletivos são aqueles que em
há a resolução parcial ou total da doença responsável 
pela intubação em até 48 horas;
↪ Os pacientes devem estar em condições 
para a retirada da sedação;
↪ A compensação clínica deve ser analisada, 
como a estabilidade hemodinâmica, neurológica, renal 
(analisado através do balanço hídrico) e a gasometria 
deve estar dentro dos padrões.
→ Podemos dar início ao desmame quando o 
paciente estiver com a meta alvo de oxigenação e 
com FiO2 de 40% e quando houver um índice de 
oxigenação maior do que 150.
→- Do ponto de vista ventilatório o paciente deve ter
uma pressão inspiratória de 5 a 8 cmH2O, PEEPs 
baixas com 5 a 8 cmH2O, FR menor do que 35 irpm 
e a relação frequência respiratória/volume corrente 
maior do que 105, sendo esse último o parâmetro 
mais importante. 
→ O Glasgow do paciente deve estar graduado 
maior do que 12, diferente da intubação que deve ser 
menor que 9. 
→ Além disso, o paciente deve ter o drive 
ventilatório, ou seja, ele deve estar bem no modo 
espontâneo na ventilação mecânica. 
→ Somado aos itens acima, o paciente deve 
responder aos comandos simples como aperto de 
mãos, protusão de língua, tosse ativamente. 
→ Quando preencher os critérios acima, iremos 
realizar o teste de ventilação espontânea. 
↪ Esse teste deve ser feito realizando um 
teste de simulação fora da ventilação mecânica, 
deixando o ventilador nos parâmetros mínimos ou 
piores do que em ar ambiente:
→ Modos: PSV 5 a 8 cmH2O e PEEP 
5cmH2O ou ventilação com tubo T, esse último 
método aumenta o espaço morto do paciente, ou 
seja, dificultando a chegada do ar, mostra se o 
paciente é capaz de ventilar sozinho. 
→ Devemos deixar o paciente nesse modo 
por 30 minutos a 2 horas e observar a resposta do 
paciente. 
→ Consideramos falência no teste de ventilação 
espontânea quando o paciente fizer uma relação de 
frequência respiratória/volume corrente acima de 105, 
saturação menor do que 90%, FR maior do que 35 
irpm, FC maior do que 20% ou menor do que 20% 
dos padrões, hipertensão sistólica maior do que 
180mmHg ou hipotensão, alteração do nível de 
consciência ou quando houver esforço respiratório 
(uso de musculatura acessória, respiração abdominal, 
tiragem intercostal, rebaixamento de fúrcula).
↪ As principais causas de falência nos testes: 
broncoespasmo, balanço hídrico positivo e sedação 
excessiva.
↪ Caso isso ocorra, iremos aguardar 24 
horas para novo teste, sendo necessário reavaliar a 
condição clínica e o motivo da falência (balanço hídrico
positivo, broncoespasmo, secreção e sedação 
excessiva, e consequente, fraqueza muscular). 
↪ A falência ocorre 30% na primeira 
tentativa. 
→ Quando houver sucesso no teste da ventilação 
espontânea, a extubação é realizada e devemos 
observar o paciente por 48 horas.
→ A extubação delicada é quando aquele paciente 
passa nos testes, mas sabemos que o motivo da 
intubação foi complexa, com excesso de sedação e 
de bloqueio muscular. Nesses casos iremos extubar o 
paciente e colocaremos na VNI facilitadora, sendo 
utilizada uma programação pós-extubação.
↪ Dentre as indicações: DPOC exacerbado, 
ICC descompensado, pacientes com ventilação 
mecânica acima de quatro dias ou quando houver 
falha previa no teste de ventilação espontânea. 
↪ O uso é indicado para 30 minutos a uma 
hora e meia.
→ O desmame difícil é considerado quando houver 
até três testes para extubação ou quando o paciente 
ficou, pelo menos, 7 dias em ventilação mecânica até 
ser possível o primeiro teste de ventilação 
espontânea. 
→ Quando houver desmame difícil, podemos optar 
pela traqueostomia:
↪ Para pacientes que atingiram 14 dias de 
intubação, a traqueostomia está indicada;
↪ A traqueostomia precoce deve ser 
pensada quando o paciente tiver causas que irão 
demorar mais do que os 14 dias, como pacientes com
causas neurológicas e previsão de desmame difícil. 
↪ Dentre as vantagens da traqueostomia são:
maior conforto com menor sedação, desconexões 
programadas da ventilação mecânica, que é quando 
você programa horas para deixar o paciente sem a 
ventilação mecânica e ir aumentando gradualmente, 
facilidade de aspiração através da traqueostomia, além 
disso, com a traqueostomia o paciente pode falar, se 
alimentar por via oral. 
→ Em caso de falha durante 3 meses nos testes de 
extubação, é considerada uma falha definitiva e o 
paciente deverá conviver o resto da vida com o tubo.

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