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1 Laís Flauzino | ATIVIDADE INTEGRADORA | 6°P MEDICINA PROBLEMA 3 - ANEMIA E RIM: COMO ASSIM? Paulo, 55 anos, pedreiro, procurou o Pronto Socorro do HUAPA com queixa de fadiga e prostração progressiva nos últimos meses. Ao exame físico estava apático, sonolento, hipocorado (++/4+), RCR em 2T, BNF, com PA de 170 / 100 mmHg. Os antecedentes patológicos indicam que há pelo menos vinte anos é hipertenso, com acompanhamento ambulatorial e má aderência medicamentosa. Possui vários parentes com HAS. Foi feito um Raio- X de tórax e solicitada USG renal. Paulo ficou internado durante um mês recebendo tratamento para pneumonia e para sua doença de base. Os exames laboratoriais da admissão mostraram: hemácias 2.900.000 milhões/mm3, Ht: 27%, Hb: 8,5 g/dl, VCM: 87 fl HCM: 30 pg. potássio: 6 mEq/L, ureia: 230 mg/dl e creatinina: 8,3 mg/dl, glicose de jejum: 160 mg/dl. No período de internação, Paulo conheceu José, um baiano de 69 anos que estava em tratamento de uma descompensação de ICC. Ele também havia apresentado anemia, que era do tipo normocrômica e normocítica (Hb: 10,7 g/dL, Ht: 32%, VCM 87 fl, HCM: 30 pg, RDW 10%) com saturação da transferrina normal e aumento da ferritina. Apresentava ainda alguns exames: teste de Coombs negativo, DHL, reticulócitos e bilirrubinas normais. Instrução: Você, médico assistente destes pacientes, de que forma identificaria os tipos de anemia em questão para proceder a terapêutica adequada? QUESTÕES DE APRENDIZAGEM 1. DEFINIR ANEMIAS NORMOCÍTICAS E NORMOCRÔMICAS, IDENTIFICAR SUAS PRINCIPAIS CAUSAS. Tecnicamente estas anemias são identificadas através da diminuição da hemoglobina total (Hb total) e por valores normais do volume médio eritrocitário (VCM) e conteúdo médio de hemoglobina (HCM). Apesar de terem a denominação de normocíticas e normocrômicas, o que sugere eritrócitos normais em tamanho e conteúdo de hemoglobina, isto nem sempre acontece. É muito comum encontrarmos nestas anemias as presenças conjuntas de eritrócitos macrocíticos e microcíticos, entre outros, todos com cromias variáveis. Além disso os índices de VCM e HCM podem mudar seus valores ao longo de determinadas situações patológicas. Um exemplo clássico desta ocorrência é a hemorragia aguda de grande intensidade. Nesta patologia, num primeiro momento, há a perda aguda de sangue que induz a diminuição uniforme da volemia do sangue e causa anemia com valores de VCM e HCM dentro das faixas de normalidades, resultando na clássica anemia normocítica e normocrômica com eritrócitos normais em tamanhos e cromias. Porém, quando o sangramento se torna crônico e ocorre a perda cumulativa de ferro,os valores de VCM e HCM diminuem e a anemia se transforma em microcítica e hipocrômica. Outras situações patológicas relacionadas com anemias normocíticas e normocrômicas acontecem nas anemias causadas por: • A) doenças inflamatórias que são comuns em idosos e em pessoas com câncer. Nestes casos há a presença conjunta de eritrócitos microcíticos (deficiência de ferro) e macrocíticos (deficiência de vitamina B12 e folatos), mas com VCM e HCM normais. • B) doenças crônicas típicas de neoplasias hematológicas e doenças de medula óssea. Nestes casos as alterações morfológicas dos eritrócitos podem ser iguais ao do item (a), mas podem também incluir esquisócitos, equinócitos etc. • c) hábitos alimentares vegetarianos/veganos, e em pessoas que se submeteram a cirurgia bariátrica. Nestes dois grupos as alterações morfológicas de anemias normocíticas e normocrômicas são similares ao do item (a). • d) anemias de causas hemolíticas. Nestes casos há complexidades nas determinações de suas origens, por exemplo, hereditárias: esferocitoses, eliptocitoses, deficiência de G6PD etc. e adquiridas: malária, anemias hemolíticas autoimune etc.). Classificação das anemias de acordo com a causa: https://www.ciencianews.com.br/arquivos/ACET/IMA GENS/Artigos_cientificos/56%20Anemias%20normo c%C3%ADticas%20e%20normocr%C3%B4micas.pdf https://www.ciencianews.com.br/arquivos/ACET/IMAGENS/Artigos_cientificos/56%20Anemias%20normoc%C3%ADticas%20e%20normocr%C3%B4micas.pdf https://www.ciencianews.com.br/arquivos/ACET/IMAGENS/Artigos_cientificos/56%20Anemias%20normoc%C3%ADticas%20e%20normocr%C3%B4micas.pdf https://www.ciencianews.com.br/arquivos/ACET/IMAGENS/Artigos_cientificos/56%20Anemias%20normoc%C3%ADticas%20e%20normocr%C3%B4micas.pdf 2 Laís Flauzino | ATIVIDADE INTEGRADORA | 6°P MEDICINA https://www.msdmanuals.com/pt- br/profissional/multimedia/table/classifica%C3%A7% C3%A3o-das-anemias-de-acordo-com-a-causa 2. EXPLICAR OS PRINCIPAIS MECANISMOS DA FADIGA E DA ANEMIA NO PACIENTE COM DOENÇA RENAL CRÔNICA (DRC). A anemia da doença renal é uma anemia hipoproliferativa resultante principalmente da deficiência de EPO ou da diminuição da resposta à EPO; tende a ser normocítica e normocrômica. O tratamento é feito por meio de medidas para corrigir a doença subjacente e com EPO e, algumas vezes, suplemento de ferro. A anemia da doença renal crônica é multifatorial. O mecanismo mais comum é • Hipoproliferação por diminuição da produção de eritropoietina (EPO) A falta de EPO leva à perda da produção da eritroferrona, resultando em perda da supressão de hepcidina e aumento do sequestro de ferro (como observado na anemia por doença crônica— 1). Outros fatores são • Perda de sangue por disfunção plaquetária, diálise e/ou angiodisplasia • Resistência da medula óssea à EPO • Hiperparatireoidismo secundário • Uremia (na qual é comum haver discreta hemólise pelo aumento da deformação dos eritrócitos) A fragmentação de eritrócitos é menos comum (anemia traumática hemolítica) e ocorre quando o endotélio renovascular está lesionado (p. ex., em hipertensão maligna, glomerulonefrite membranoproliferativa, poliarterite nodosa ou necrose cortical renal aguda). A deficiência da produção renal de EPO e a gravidade da anemia nem sempre se correlacionam com a extensão da disfunção renal; a anemia ocorre quando a depuração da creatinina é < 45 mL/min (< 0,75 mL/s/m2). Lesões glomerulares renais (p. ex., devido à amiloidose, nefropatia diabética) geralmente resultam em anemia mais grave por causa do grau da insuficiência renal excretora. https://www.msdmanuals.com/pt- br/profissional/hematologia-e-oncologia/anemias- causadas-por-eritropoese-deficiente/anemia-da- doen%C3%A7a-renal 3. DESCREVER O MECANISMO DE REGULAÇÃO DA EPO SOBRE A ERITROPOIESE E IDENTIFICAR SEU MECANISMO DE AÇÃO, PRINCIPAIS EFEITOS COLATERAIS E INDICAÇÕES NO TRATAMENTO DA ANEMIA DA DRC. A EPO é um hormônio glicoprotéico de origem renal, que estimula determinadas “células-mãe” da medula óssea para que se diferenciem em hemácias, células essas envolvidas no transporte de oxigênio, sendo a EPO sintetizada principalmente em células epiteliais específicas que revestem os capilares peritubulares renais. Os rins apresentam função preponderante em sua síntese, uma vez que são responsáveis por secretar grande parte da EPO circulante e numa parcela menor o fígado. O principal estímulo para a produção de eritrócitos nos estados de baixa oxigenação é o hormônio circulante EPO. A EPO humana é uma glicoproteína sintetizada a partir de um gene situado no braço longo do cromossomo 7. Este hormônio estimula a diferenciação e a proliferação dos eritrócitos ao interagir com receptores específicos de EPO existentes em diferentes tipos celulares e essa velocidade encontra- se aumentada com a disponibilidade de ferro e outros nutrientes. Cerca de 90% da EPO é produzida pelos rins e o restante formado em sua maior parte no fígado e secretada principalmente por células intersticiais semelhantes a fibroblastos, em torno dos túbulos do córtex e medula exterior. Pouco antes de ser secretada, a EPO é clivada e os 27 aminoácidos iniciais são removidos. Ao entrar na circulação sanguínea, há também a perda do aminoácido arginina naposição carboxiterminal, passando o hormônio então a possuir uma sequência definitiva de 165 aminoácidos alinhados em uma única cadeia polipeptídica contendo duas ligações dissulfeto intramoleculares e quatro cadeias polissacarídicas independentes, ligadas a resíduos de aminoácidos específicos. As cadeias polissacarídicas constituem cerca de 40% da massa molecular da EPO, com grande importância na função hormonal. Uma hipóxia do tecido renal leva ao aumento dos níveis teciduais do fator induzível por hipoxia-1 (HIF- 1), que serve como fator de transcrição para um grande número de genes induzíveis por hipóxia, dentre eles o gene da EPO. O HIF-1 induz a transcrição do RNAm e sua tradução na EPO. A EPO pertence à família das Citocina Receptoras, suas células-alvo são as CFU-E/BFU-E (linhagem próxima da madura formadora de eritróide), como pode ser visto na Figura 2. É caracterizada como um fator de crescimento, e retratada por Alberts et al. (1997) como um fator de crescimento específico, uma vez que exerce sua função prioritariamente sobre a população de células vermelhas. https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/multimedia/table/classifica%C3%A7%C3%A3o-das-anemias-de-acordo-com-a-causa https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/multimedia/table/classifica%C3%A7%C3%A3o-das-anemias-de-acordo-com-a-causa https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/multimedia/table/classifica%C3%A7%C3%A3o-das-anemias-de-acordo-com-a-causa https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/hematologia-e-oncologia/anemias-causadas-por-eritropoese-deficiente/anemia-da-doen%C3%A7a-renal https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/hematologia-e-oncologia/anemias-causadas-por-eritropoese-deficiente/anemia-da-doen%C3%A7a-renal https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/hematologia-e-oncologia/anemias-causadas-por-eritropoese-deficiente/anemia-da-doen%C3%A7a-renal https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/hematologia-e-oncologia/anemias-causadas-por-eritropoese-deficiente/anemia-da-doen%C3%A7a-renal 3 Laís Flauzino | ATIVIDADE INTEGRADORA | 6°P MEDICINA Para que as células cresçam e se desenvolvam, é necessário um conjunto de Fatores Estimuladores de Colônia (CFS). Algumas dessas substâncias circulam pelo sangue e atuam como hormônio, e outras agem localmente na medula óssea. Ela tem uma ação muito específica sobre as populações CFU-E, atuando sinergicamente com os fatores SCF; GM-CSF; IL3; e IGF-1. Os efeitos biológicos da EPO em células hematopoiéticas são mediados pela ligação da mesma em receptores de EPO (rEPO) localizados na superfície dessas células. A expressão de rEPO e sinalização em tecidos hematopoiéticos é essencial para a eritropoiese durante o desenvolvimento do indivíduo. A ligação da EPO aos receptores transmembrana resulta em dimerização do rEPO e ativação de diferentes cascatas de reação intracelular figura 3. Posteriormente ocorre a ativação do receptor associado à janus-tirosina quinase 2 (JAK2), que propaga o sinal ao ativar o sinal secundário de transdução de moléculas, nestes incluem-se os transdutores e ativadores da transcrição (STAT), proteínas quinases mitógeno-ativadas (MAPK) e fosfatidilinositol 3- quinase (PI3K) com a formação de novos eritrócitos. https://www.umc.br/artigoscientificos/art-cient- 0074.pdf 1. DEFINIR ANEMIA DE DOENÇA CRÔNICA (ADC) E EXPLICAR SUA FISIOPATOLOGIA. Anemia de doença crônica é uma síndrome clínica que se caracteriza pelo desenvolvimento de anemia em pacientes que apresentam doenças infecciosas crônicas, inflamatórias ou neoplásicas. Essa síndrome tem como aspecto peculiar a presença de anemia associada à diminuição da concentração do ferro sérico e da capacidade total de ligação do ferro, embora a quantidade do ferro medular seja normal ou aumentada. Por definição, não fazem parte dessa síndrome outras causas de anemia como: perda sangüínea, deficiência de ferro, deficiência de folato e/ou vitamina B12, hemólise, mielofitise, doença renal, doença endócrina e doença hepática, exposição a drogas e/ou toxinas, embora essas causas possam coexistir no mesmo paciente. O termo ADC é inapropriado, visto que nem toda doença crônica cursa com anemia e nem toda anemia presente no paciente com doença crônica é devido à ADC. ADC está comumente associada às doenças inflamatórias crônicas como artrite reumatóide, às infecções crônicas como tuberculose ou infecções fúngicas sistêmicas, e à neoplasia. https://www.umc.br/artigoscientificos/art-cient-0074.pdf https://www.umc.br/artigoscientificos/art-cient-0074.pdf 4 Laís Flauzino | ATIVIDADE INTEGRADORA | 6°P MEDICINA A artrite reumatóide é uma doença crônica, de caráter inflamatório, classificada como uma das doenças difusas do tecido conjuntivo, de evolução geralmente progressiva e que se caracteriza, fundamentalmente, pelo acometimento do sistema ósteo-articular. No entanto, muitas vezes, esta assume aspecto disseminado, comprometendo diferentes estruturas e sistemas extra-articulares (pulmões, coração, olhos, sangue, etc.). Das alterações sangüíneas, a ADC constitui-se num achado freqüente e é uma das manifestações extraarticulares mais comuns. Isto justifica o fato da maioria dos estudos sobre ADC envolverem pacientes com artrite reumatóide. Patogênese: Dos vários mecanismos envolvidos na etiopatogenia da ADC, os três principais são: • diminuição da sobrevida das hemácias, • resposta medular inadequada frente à anemia e • distúrbio do metabolismo do ferro A ADC compreende uma das alterações de um complexo de respostas metabólicas frente à estimulação do sistema imunológico celular. Esta resposta inicia-se com a ativação dos macrófagos e a elaboração e secreção de citocinas. Tem sido cada vez mais evidente a participação central dos monócitos e macrófagos na patogênese da ADC. Diminuição da sobrevida das hemácias: A constatação de que hemácias de indivíduo normal administradas à paciente com artrite reumatóide apresenta sobrevida menor, enquanto que hemácias de indivíduo com artrite reumatóide administradas à indivíduo normal, passam a apresentar sobrevida normal demonstra presença de mecanismo hemolítico extra-globular. Esse achado tem sido atribuído ao estado de hiperatividade do sistema mononuclear fagocitário desencadeado por processo infeccioso, inflamatório ou neoplásico. Tal estado hiperreativo leva à remoção precoce dos eritrócitos circulantes e, portanto, à diminuição da sobrevida das hemácias, que varia de 80 a 90 dias, considerando o normal de 110 a 120 dias. Outros fatores como: febre (que pode causar dano à membrana eritrocitária), liberação de hemolisinas (em algumas neoplasias) e liberação de toxinas bacterianas podem levar à condição de hiper- hemólise. Resposta medular inadequada: No paciente com ADC, a eritropoese encontra-se normal ou discretamente aumentada e a contagem de reticulócitos normal ou inadequadamente aumentada frente ao grau de anemia do paciente. A resposta medular inadequada observada deve-se, basicamente à secreção inapropriadamente baixa de eritropoetina (EPO), à diminuição da resposta da medula óssea à EPO e à diminuição da eritropoese conseqüente à menor oferta de ferro à medula óssea. A medula óssea normal é capaz de aumentar 6 a 8 vezes sua capacidade eritropoética e, portanto, facilmente compensaria a diminuição modesta da sobrevida das hemácias. No entanto, não é isto que se observa nos pacientes com ADC. Tal falha do aumento da eritropoese deve-se, particularmente, à secreção inapropriadamente baixa de EPO. Normalmente, existe correlação positiva entre síntese de eritropoetina e intensidade da anemia, ou seja, a diminuição da hemoglobina promove aumento da secreção da eritropoetina em indivíduos com função renal normal. Entretanto, vários trabalhos têm mostrado que nos pacientes com artrite reumatóide e ADC tal aumento ocorre, porém é muito pequeno quando comparado ao aumentoobservado nos indivíduos com artrite reumatóide sem ADC, o qual é capaz de corrigir a anemia. Uma das explicações para essa resposta medular inadequada está diretamente relacionada à ativação dos macrófagos e à liberação de citocinas inflamatórias, principalmente da interleucina-1 e interleucina-6 (IL-1, IL-6), do fator de necrose tumoral alfa (TNF α) e do interferon gama (INF γ), que atuam inibindo a proliferação dos precursores eritrocitários e, portanto, inibindo a eritropoese. Além disso, a ação supressora dessas citocinas sobre a eritropoese supera a ação estimuladora da EPO resultando na diminuição da resposta da medula óssea à EPO e à eritropoese. Outra alteração é a diminuição da oferta do ferro armazenado nos macrófagos levando à diminuição da eritropoese. Na ADC observa-se discreta diminuição 5 Laís Flauzino | ATIVIDADE INTEGRADORA | 6°P MEDICINA da sobrevida das hemácias, porém o principal mecanismo para o desenvolvimento da anemia resulta da incapacidade da medula óssea em aumentar sua atividade eritropoética suficientemente para compensar a menor sobrevida das hemácias. Isso é devido, basicamente, à ação de citocinas que atuam como supressores da eritropoese, tais como: TNF α , INF γ, e IL-1. Distúrbio do metabolismo do ferro: O ferro é um elemento essencial na maioria dos processos fisiológicos do organismo humano, desempenhando função central no metabolismo energético celular. Em adultos normais, a quantidade de ferro absorvida diariamente equivale à quantidade excretada e o ferro do organismo é continuamente reciclado através de um eficiente sistema de reutilização deste metal das fontes internas, principalmente do ferro proveniente da hemoglobina das hemácias após hemólise intra e extravascular. A maior parte do ferro plasmático destinase à medula óssea, sendo que 80% do ferro ligase ao heme e passa a fazer parte da hemoglobina como ferro funcional, e os 20% restantes permanecem ligados à transferrina como ferro de transporte. Aproximadamente 25% do ferro do organismo de um adulto normal encontra-se armazenado, principalmente do fígado e do baço. Quando necessário, esse ferro retorna ao plasma e dirige-se à medula óssea para a formação de novas hemácias. Essa liberação do ferro armazenado ocorre didaticamente sob duas formas: forma lenta, proveniente do ferro de depósito e forma rápida (“pool” lábil), que é a forma que o organismo utiliza em situações de urgência. Na ADC ocorre distúrbio da reutilização do ferro que se mantém sob a forma de depósito. Esse bloqueio deve-se ao aumento da síntese da lactoferrina, promovido pela IL-1, que é uma proteína semelhante à transferrina (transferrina-like) secretada pelos neutrófilos, que compete com essa. A lactoferrina difere funcionalmente da transferrina em três importantes aspectos: tem maior afinidade pelo ferro, especialmente em pH mais baixos, não transfere o ferro às células eritropoéticas e é “retida” rápida e ativamente pelos macrófagos. Portanto, dificulta a mobilização do ferro de depósito e, conseqüentemente, a eritropoese. Em resumo, todo processo inflamatório crônico é capaz de aumentar a síntese e a liberação de citocinas endógenas que, por sua vez, induzem alterações do metabolismo do ferro e diminuição da síntese da hemoglobina. Na Tabela 2 relacionamos os principais mecanismos patofisiológicos envolvidos na ADC. https://www.scielo.br/j/rbhh/a/7D3gPvKffhJXmhGkc KPHGxP/?lang=pt DISPARADORES: https://www.youtube.com/watch?v=syWw2oXGKKM https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S151684842002000200009&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: Guias de Medicina Ambulatorial e Hospitalar da UNIFESP - EPM - Hematologia, Maria Stella Figueiredo, José Kerbauy e Dayse Maria Lourenço Ed. Manole, 2010. Fundamentos em Hematologia - A. V. Hoffbrand, P. A. H. Moss; tradução e revisão técnica: Renato Failace. – 6. ed. – Porto Alegre : Artmed, 2013. Tratado de Fisiologia Médica, Guyton & Hall, Tradução da 13 edição - Elsevier. Semiologia Médica - Celmo Celeno Porto, 7 ed. 2013, Ed. Guanabara Koogan - Rio de Janeiro. Artigo de Revisão - Anemia de Doença Crônica: Cançado, R.D., Chiattone, C.S.; Rev. Bras. Hematol.Hemoter., 2002, 24 (2):127-136. Anemia Ferropriva e Anemia de Doença Crônica: Distúrbios do Metabolismo de Ferro; Carvalho, M.C., Baracat, E. C. E., Sgarbieri, V. C.; Segurança Alimentar e Nutricional, Campinas 13 (2): 54-63, 2006. Artigo de Revisão: Doença Renal Crônica: frequente e grave, mas também prevenível e tratável. Rev. Assoc. Med. Bras 2010; 56 (2): 248-53. Adams GR, Nosratola DV. Skeletal muscle dysfunction in chronic renal failure: effects of exercise. Am J Physiol Renal Physiol.2006; 290: 753–761 Campistol, JM. Uremic myopathy. Kidney International.2002; 62: 1901–1913 IRAT: Questão 01 ___________________________________ Um senhor com 58 anos de idade, hipertenso, em uso de anlodipino há 10 anos, diabético, com diagnóstico há 3 anos, inicialmente tratado com metformina e glibenclamida, porém, nos últimos 8 meses, em uso de insulina. História de 2 episódios de cólica nefrética https://www.scielo.br/j/rbhh/a/7D3gPvKffhJXmhGkcKPHGxP/?lang=pt https://www.scielo.br/j/rbhh/a/7D3gPvKffhJXmhGkcKPHGxP/?lang=pt https://www.youtube.com/watch?v=syWw2oXGKKM https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S151684842002000200009&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt 6 Laís Flauzino | ATIVIDADE INTEGRADORA | 6°P MEDICINA nos últimos 2 anos. Procura seu consultório com queixa de edema facial e de membros inferiores. PA = 130 x 90 mmHg; FC = 72 bpm; FR = 16 irpm; TAx = 36,7°C. Traz consigo exames coletados na unidade de saúde há 2 semanas, evidenciando: parcial de urina: proteínas ++++; hemácias = 0 células/mm³; leucócitos = 0 células/mm³. Colesterol total = 310 mg/dl; hemoglobina glicosilada = 7,2%. Você realiza exame de fundo de olho e verifica presença de neovasos. Solicita proteinúria de 24h que evidencia 3,7 g de perda diária. Ultrassonografia de rins, vias urinárias e próstata mostra rins de tamanho normal, com parênquima afilado, sem dilatação pielocalicial, com próstata estimada em 35 g. Na consulta de retorno em duas semanas, esse mesmo paciente volta sem novas queixas, exceto leve dispepsia após uso de medicação para dor de cabeça na semana anterior. Traz os seguintes exames laboratoriais: creatinina sérica = 3,7 mg/dl; ureia sérica = 108 mg/dl; fósforo sérico = 5,5 mg/dl; potássio sérico = 5,0 mmol/L; hemoglobina = 10,2 g/dl; volume corpuscular médio = 88 fl; TSH = 3,2 mUI/L; bilirrubina indireta = 0,3 mg/dl; LDH sérica, ferro sérico, ferritina e índice de saturação de transferrina dentro dos valores normais de referência. Seu último exame de hemograma já tinha 2 anos e evidenciava uma hemoglobina de 12 g/dl. Apesar de outras alterações significativas, o paciente apresenta- se ansioso devido à hemoglobina abaixo do valor de referência, já que seu vizinho lhe disse que se tratava de ''anemia profunda''. Com base na história e dados laboratoriais, qual a principal justificativa para a anemia do paciente? a) Sangramento digestivo b) Deficit de eritropoetina A anemia configura uma das complicações mais frequentes em pacientes com DRC. Com a má absorção no sistema gastrointestinal, há uma deficiência de nutrientes principalmente o ferro e a vitamina B12. Na anemia relacionada com a DRC, há uma deficiência na ação da eritropoietina causada por um estado inflamatório exacerbado da doença. A eritropoietina é caracterizada por um hormônio que auxilia na proliferação e diferenciação das células hematopoiéticas. https://www.medicina.ufmg.br/cins/wp- content/uploads/sites/4/2014/11/Anemia-final- Extensao.pdf c) Anemia hemolítica A fragmentação de eritrócitos é menos comum (anemia traumática hemolítica) e ocorre quando o endotélio renovascular está lesionado (p. ex., em hipertensão maligna, glomerulonefrite membranoproliferativa,poliarterite nodosa ou necrose cortical renal aguda). https://www.msdmanuals.com/pt- br/profissional/hematologia-e-oncologia/anemias- causadas-por-eritropoese-deficiente/anemia-da- doen%C3%A7a-renal d) Hipotireoidismo Proteinúria: marcador de doença renal. Os adultos excretam em média 100mg/dia de proteína por via urinária. Pacientes com excreção de proteínas superior a 200mg/24h estão sujeitos a um aumento da permeabilidade renal a macromoléculas como a albumina, sugerindo que pode estar presente uma patologia glomerular. As taxas de excreção de proteínas superiores a 3,5g/24h são denominadas proteinúrias nefróticas. Os sintomas associados de edema, proteinúria (“urina espumosa”), hipertensão e taxa de filtração glomerular (TFG) reduzida sugerem uma causa glomerular. Sintomas anteriores ou atuais urinários podem sugerir se pode existir uma glomerulonefrite associada ou causas não glomerulares. Sinais de vasculite e doença sistêmica ou neoplasia metastática, entre outros, devem ser procurados. O diabetes melito é uma causa potencial e, normalmente, não vem acompanhada de outras alterações de sedimento urinário. A biópsia renal deve ser considerada nas seguintes hipóteses: o se a proteinúria é de origem glomerular ou tubular sem uma causa clara; o se a proteinúria progressiva é acompanhada pelo aumento da creatinina plasmática; o se existe proteinúria em níveis nefróticos (>3,5g/24h); o se existe proteinúria persistente superior a 500mg/24h em pacientes com história de lúpus eritematoso sistêmico (LES); o se há suspeita de vasculite. https://www.medicinanet.com.br/conteudos/revisoes /7071/proteinuria.htm Eritropoetina: A eritropoietina é um hormônio produzido principalmente pelos rins, está relacionado à hematopoiese eritóide e auxilia a homeostasia do organismo. A doença renal crônica é uma síndrome metabólica decorrente de uma injúria renal inicial, seguida de perda lenta, progressiva e irreversível das funções glomerular, tubular e endócrina dos rins. A anemia na insuficiência renal crônica deve-se à redução da produção de eritropoetina, devido à diminuição da massa renal funcionante. A anemia presente nos pacientes portadores de doença renal crônica pode ser consequente a diversas causas, sendo a deficiência relativa de eritropoetina o fator mais https://www.medicina.ufmg.br/cins/wp-content/uploads/sites/4/2014/11/Anemia-final-Extensao.pdf https://www.medicina.ufmg.br/cins/wp-content/uploads/sites/4/2014/11/Anemia-final-Extensao.pdf https://www.medicina.ufmg.br/cins/wp-content/uploads/sites/4/2014/11/Anemia-final-Extensao.pdf https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/hematologia-e-oncologia/anemias-causadas-por-eritropoese-deficiente/anemia-da-doen%C3%A7a-renal https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/hematologia-e-oncologia/anemias-causadas-por-eritropoese-deficiente/anemia-da-doen%C3%A7a-renal https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/hematologia-e-oncologia/anemias-causadas-por-eritropoese-deficiente/anemia-da-doen%C3%A7a-renal https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/hematologia-e-oncologia/anemias-causadas-por-eritropoese-deficiente/anemia-da-doen%C3%A7a-renal https://www.medicinanet.com.br/conteudos/revisoes/7071/proteinuria.htm https://www.medicinanet.com.br/conteudos/revisoes/7071/proteinuria.htm 7 Laís Flauzino | ATIVIDADE INTEGRADORA | 6°P MEDICINA comum. Além da deficiência de eritropoetina outras situações podem contribuir para o advento de anemia em pacientes portadores de doença renal crônica, como: deficiência de ferro, deficiência de ácido fólico e vitamina B12; perdas sanguíneas, hemólise e inflamação. A EPO diz ao corpo para fabricar células vermelhas do sangue. Quando a pessoa tem insuficiência renal, os rins não conseguem fabricar a EPO em níveis suficientes. Isso faz com que a quantidade de células vermelhas se reduza e a anemia se desenvolva. A eritropoetina,é produzida por fibroblastos próximos às células tubulares renais, e tem um efeito antiapoptótico nas células precursoras de hemácias na medula óssea por inibir as vias das caspases. Por outro lado, as interleucinas pró-inflamatórias ativam a via das caspases nestas células conduzindo-as à morte. A DRC é considerada uma situação inflamatória que cursa com elevação sérica de inúmeros marcardores de inflamação, como por exemplo a proteína C reativa, haptoglobina, α1-glicoproteína-ácida e diversas interleucinas pró-inflamatórias. Esta condição inflamatória interfere na síntese e ação de eritropoetina, assim como na absorção intestinal de ferro e na sua mobilização dos estoques. De fato, alguns estudos demonstraram que a presença de inflamação seja própria da uremia ou relacionada às outras situações clínicas associadas, induz a uma resistência à ação da eritropoetina e a piora do quadro de anemia. http://bibliotecaatualiza.com.br/arquivotcc/HHL/HHL 11/ATAIDE-talita.pdf A deficiência da produção renal de EPO e a gravidade da anemia nem sempre se correlacionam com a extensão da disfunção renal; a anemia ocorre quando a depuração da creatinina é < 45 mL/min (< 0,75 mL/s/m2). Lesões glomerulares renais (p. ex., devido à amiloidose, nefropatia diabética) geralmente resultam em anemia mais grave por causa do grau da insuficiência renal excretora. https://www.msdmanuals.com/pt- br/profissional/hematologia-e-oncologia/anemias- causadas-por-eritropoese-deficiente/anemia-da- doen%C3%A7a-renal Questão 02 ___________________________________ As principais causas de anemia na Doença Renal Crônica (DRC) são: a) Inflamação, carência de ácido fólico, deficiência de eritropoetina, carência de vitamina B1 e hipoparatireoidismo secundário. b) Inflamação, carência de ácido fólico, deficiência relativa de eritropoetina, carência de vitamina B12 e hiperparatireoidismo secundário. A anemia em pacientes com DRC pode ter como causas multifatoriais diversas tais como: carência de ferro, ácido fólico ou vitamina B12, hemólise, hiperparatireoidismo, perdas sanguíneas, síndromes mielodisplásicas e o próprio processo inflamatório crônico, inerente à DRC 29. Contudo, sua principal causa trata-se da deficiência de eritropoietina, um hormônio sintetizado nos rins e responsável pela produção e diferenciação dos eritrócitos. https://www.medicina.ufmg.br/cins/wp- content/uploads/sites/4/2014/11/Anemia-final- Extensao.pdf c) Infecção, carência de ácido fólico, deficiência relativa de eritropoetina, carência de vitamina B12 e hipoparatireoidismo secundário. d) Inflamação, carência de vitamina C, deficiência de eritropoetina, carência de vitamina B1 e hiperparatireoidismo secundário. A anemia da doença renal crônica é multifatorial. O mecanismo mais comum é: • Hipoproliferação por diminuição da produção de eritropoietina (EPO) A falta de EPO leva à perda da produção da eritroferrona, resultando em perda da supressão de hepcidina e aumento do sequestro de ferro (como observado na anemia por doença crônica— 1). Outros fatores são • Perda de sangue por disfunção plaquetária, diálise e/ou angiodisplasia • Resistência da medula óssea à EPO • Hiperparatireoidismo secundário • Uremia (na qual é comum haver discreta hemólise pelo aumento da deformação dos eritrócitos) https://www.msdmanuals.com/pt- br/profissional/hematologia-e-oncologia/anemias- causadas-por-eritropoese-deficiente/anemia-da- doen%C3%A7a-renal Questão 03 ___________________________________ No ambulatório, o residente de clínica médica inicia a investigação de anemia de um paciente com doença renal crônica. Ele está assintomático e seus exames demonstram: hemoglobina 8, 5 g/dl; hematócrito 25%; taxa de reticulócitos corrigido 1,0%; ferritina sérica 50 μg/L (normal: 50 a 200) ; Ferro sérico 40 μ g/dl (normal: 50 a 150 μg/dl); TIBC 280 μ/dl (normal: 300 a 360) e saturação de transferrina 15% (normal: 30% a 50%). No retorno ao ambulatório, fez o cálculo do clearance de creatinina (taxa de filtraçãoglomerular), estimado em 30 ml/min/ 1,73 m² de superfície corporal. Com esses exames, ele indicou uso de eritropoietina (EPO) 3 vezes por semana calculada pelo peso do paciente. Sobre a conduta do médico residente, é correto afirmar que está: a) Equivocada porque a dose de eritropoietina nos pacientes anêmicos e com doença renal crônica é constante, independente do clearance de creatinina e do peso. b) Errada, pois a dose de eritropoietina deve ser calculada, de acordo com o nível de hemoglobina e hematócrito do paciente com doença renal crônica e anêmico. c) Equivocada, pela necessidade de investigar anemia ferropriva e pela prescrição de http://bibliotecaatualiza.com.br/arquivotcc/HHL/HHL11/ATAIDE-talita.pdf http://bibliotecaatualiza.com.br/arquivotcc/HHL/HHL11/ATAIDE-talita.pdf https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/hematologia-e-oncologia/anemias-causadas-por-eritropoese-deficiente/anemia-da-doen%C3%A7a-renal https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/hematologia-e-oncologia/anemias-causadas-por-eritropoese-deficiente/anemia-da-doen%C3%A7a-renal https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/hematologia-e-oncologia/anemias-causadas-por-eritropoese-deficiente/anemia-da-doen%C3%A7a-renal https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/hematologia-e-oncologia/anemias-causadas-por-eritropoese-deficiente/anemia-da-doen%C3%A7a-renal https://www.medicina.ufmg.br/cins/wp-content/uploads/sites/4/2014/11/Anemia-final-Extensao.pdf https://www.medicina.ufmg.br/cins/wp-content/uploads/sites/4/2014/11/Anemia-final-Extensao.pdf https://www.medicina.ufmg.br/cins/wp-content/uploads/sites/4/2014/11/Anemia-final-Extensao.pdf https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/hematologia-e-oncologia/anemias-causadas-por-eritropoese-deficiente/anemia-da-doen%C3%A7a-renal https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/hematologia-e-oncologia/anemias-causadas-por-eritropoese-deficiente/anemia-da-doen%C3%A7a-renal https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/hematologia-e-oncologia/anemias-causadas-por-eritropoese-deficiente/anemia-da-doen%C3%A7a-renal https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/hematologia-e-oncologia/anemias-causadas-por-eritropoese-deficiente/anemia-da-doen%C3%A7a-renal 8 Laís Flauzino | ATIVIDADE INTEGRADORA | 6°P MEDICINA eritropoietina antes de repor os estoques de ferro. d) Acertada, pois o paciente estava anêmico e eritropoietina deve ser usada em pacientes com doença renal crônica e anemia. A TFG é importante para a classificação da Doença Renal Crônica da seguinte maneira: • estágio 1: ≥90; • estágio 2: entre 60 a 89; • estágio 3: 30 a 59; • estágio 4: 15 a 29; • estágio 5: <15 mL/min/1,73 m2 ou diálise. http://www.rbac.org.br/artigos/taxa-de-filtracao- glomerular-estimada-em-adultos/ Na anemia de doença crônica, ocorre tambémdiminuição dos níveis plasmáticos de ferro.Entretanto, apesar do nível de ferro dos macrófagosser considerado normal ou aumentado, o fluxo ao plasma parece estar parcialmente bloqueado. Deste modo, o ferro acumula-se no macrófago, enquanto o nível plasmático cai e a medula está privada desuprimentos adequados. https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/san /article/view/1832 Antes de iniciar o tratamento com eritropoetina nos pacientes portadores de insuficiência renal crônica, deve-se avaliar o paciente com o intuito de afastar outras causas de anemia nao associadas com a falta de eritropoetina e de quantificar as reservas de ferro, pois em situaçoes de deficiência de ferro, a resposta ao tratamento com eritropoetina será inadequada. Para avaliaçao dos estoques de ferro sao recomendados os seguintes exames: saturaçao de transferrina e ferritina sérica. O diagnóstico de deficiência de ferro será feito quando a concentraçao sérica de ferritina for menor que 100 ng/ml e/ou a saturaçao de transferrina for menor que 20%. O nível de ferritina sérica deverá ser mantido entre 200 ng/ml a 500 ng/ml e a saturaçao de transferrina entre 25% e 40%. A maior parte dos pacientes portadores de insuficiência renal crônica necessitarao receber ferro endovenoso para repor adequadamente seus estoques de ferro. https://www.bjnephrology.org/en/article/diretrizes- da-sociedade-brasileira-de-nefrologia-para-a- conducao-da-anemia-na-insuficiencia-renal-cronica/ https://www.bjnephrology.org/article/anemia-da- doenca-renal-cronica/ Questão 04 ___________________________________ Paciente do sexo masculino de 67 anos, caucasiano, sem patologias prévias conhecidas, se apresenta na consulta ambulatorial com queixa de fraqueza há 2 meses, trazendo consigo exames realizados há 1 semana atrás pela Unidade Básica de Saúde. O laboratório mostra anemia grave (hemoglobina de 5 g/dl), classificada como normocítica e normocrômica, associado à insuficiência renal (creatinina de 3,2 mg/dl). A esposa que o acompanha também refere que há 2 dias apresenta confusão mental. Assinale a alternativa correta: a) O paciente é portador de insuficiência renal crônica e deve receber o tratamento adequado com IECA, bicarbonato e eritropoietina; o episódio de confusão pode ser justificado por uma provável uremia. F b) O paciente apresenta uma anemia aguda, sendo imperativo a pesquisa de sangramento gastrointestinal e o interrogatório pelo uso de anti-inflamatórios. c) O paciente apresenta uma anemia desproporcional ao grau de insuficiência renal, devendo ser considerada a possibilidade de patologias concomitantes, como por exemplo, mieloma múltiplo. A confusão mental pode ser hipercalcemia. d) O paciente tem uma neoplasia de sítio indeterminado, sendo o adenocarcinoma de próstata uma possibilidade, assim como a etiologia da insuficiência renal ser pós-renal. Para avaliação correta da anemia, é preciso levar em conta o estágio da DRC (Tabela 2). A anemia da DRC, em geral, manifesta-se quando a taxa de filtração glomerular (TFG) diminui para níveis menores que 70 mL/min/1,73m2 em homens e 50 ml/min/1,73m2 em mulheres, porém, sua intensidade e prevalência são variáveis e tornam-se mais acentuadas com a piora da função renal, principalmente nos homens. https://www.scielo.br/j/jbn/a/vpSsvSX6yYhKwc97MX xHP9P/?lang=pt&format=pdf http://www.rbac.org.br/artigos/taxa-de-filtracao-glomerular-estimada-em-adultos/ http://www.rbac.org.br/artigos/taxa-de-filtracao-glomerular-estimada-em-adultos/ https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/san/article/view/1832 https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/san/article/view/1832 https://www.bjnephrology.org/en/article/diretrizes-da-sociedade-brasileira-de-nefrologia-para-a-conducao-da-anemia-na-insuficiencia-renal-cronica/ https://www.bjnephrology.org/en/article/diretrizes-da-sociedade-brasileira-de-nefrologia-para-a-conducao-da-anemia-na-insuficiencia-renal-cronica/ https://www.bjnephrology.org/en/article/diretrizes-da-sociedade-brasileira-de-nefrologia-para-a-conducao-da-anemia-na-insuficiencia-renal-cronica/ https://www.bjnephrology.org/article/anemia-da-doenca-renal-cronica/ https://www.bjnephrology.org/article/anemia-da-doenca-renal-cronica/ https://www.scielo.br/j/jbn/a/vpSsvSX6yYhKwc97MXxHP9P/?lang=pt&format=pdf https://www.scielo.br/j/jbn/a/vpSsvSX6yYhKwc97MXxHP9P/?lang=pt&format=pdf 9 Laís Flauzino | ATIVIDADE INTEGRADORA | 6°P MEDICINA https://www.medicinanet.com.br/conteudos/casos/1 361/insuficiencia_renal_cronica.htm Questão 05 ___________________________________ Sobre a anemia na insuficiência renal crônica, tem-se que: a) decorre da hematúria macroscópica provocada pela insuficiência renal crônica. b) tem padrão hemolítico associada aos anticorpos anti-eritropoetina. c) geralmente é aplástica com pancitopenia. d) sua principal causa é a diminuição da produção de eritropoetina. Questão 06 ___________________________________ Paciente de 67 anos, tabagista desde a adolescência, veio à consulta por cansaço progressivo, perda de apetite e emagrecimento.As mucosas estavam descoradas. Trouxe um hemograma mostrando anemia (hemoglobina de 9,6 g/dl) e VCM de 78 fl (valor de referência: 80-100 fl), sem elevação de reticulócitos. Os níveis de LDH e de haptoglobina estavam normais, os de ferritina elevados e os de ferro e de saturação da transferrina normais. Havia linfopenia, mas não alterações nas plaquetas. Sobre a anemia desse paciente, assinale a assertiva correta. a) O padrão sugere fortemente anemia hemolítica microangiopática. F - Anemia hemolítica microangiopática é uma hemólise intravascular causada por cisalhamento ou turbulência excessivo na circulação. Excesso de cisalhamento ou turbulência na circulação causa trauma aos eritrócitos no sangue periférico, levando a eritrócitos fragmentados. https://www.msdmanuals.com/pt- br/profissional/hematologia-e-oncologia/anemias- causadas-por-hem%C3%B3lise/anemia- hemol%C3%ADtica- microangiop%C3%A1tica#:~:text=Anemia%20hemol %C3%ADtica%20microangiop%C3%A1tica%20%C3 %A9%20uma,ou%20turbul%C3%AAncia%20excessiv o%20na%20circula%C3%A7%C3%A3o.&text=Excess o%20de%20cisalhamento%20ou%20turbul%C3%AA ncia,levando%20a%20eritr%C3%B3citos%20fragmen tados%20(p. reticulócitos sem elevação b) O padrão laboratorial sugere deficiência de vitamina B12 ou de folato com resposta medular adequada, devendo ser realizada investigação neste sentido. F – não há elevação de reticulócitos, ou seja, não há resposta medular adequada. c) Os dados sugerem anemia de doença crônica, mas sangramento crônico não pode ser descartado completamente. d) Há indícios de hemorragia intensa recente associada a neoplasia de trato respiratório. F – não tem alteração nas plaquetas Questão 07 ___________________________________ As características laboratoriais da anemia de doença crônica são: a) macrocitose e redução da proteína receptora de transferrina. F – a morfologia eritrocitária é normocítica/normocrômica https://www.medicinanet.com.br/conteudos/casos/1361/insuficiencia_renal_cronica.htm https://www.medicinanet.com.br/conteudos/casos/1361/insuficiencia_renal_cronica.htm https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/hematologia-e-oncologia/anemias-causadas-por-hem%C3%B3lise/anemia-hemol%C3%ADtica-microangiop%C3%A1tica#:~:text=Anemia%20hemol%C3%ADtica%20microangiop%C3%A1tica%20%C3%A9%20uma,ou%20turbul%C3%AAncia%20excessivo%20na%20circula%C3%A7%C3%A3o.&text=Excesso%20de%20cisalhamento%20ou%20turbul%C3%AAncia,levando%20a%20eritr%C3%B3citos%20fragmentados%20(p https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/hematologia-e-oncologia/anemias-causadas-por-hem%C3%B3lise/anemia-hemol%C3%ADtica-microangiop%C3%A1tica#:~:text=Anemia%20hemol%C3%ADtica%20microangiop%C3%A1tica%20%C3%A9%20uma,ou%20turbul%C3%AAncia%20excessivo%20na%20circula%C3%A7%C3%A3o.&text=Excesso%20de%20cisalhamento%20ou%20turbul%C3%AAncia,levando%20a%20eritr%C3%B3citos%20fragmentados%20(p https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/hematologia-e-oncologia/anemias-causadas-por-hem%C3%B3lise/anemia-hemol%C3%ADtica-microangiop%C3%A1tica#:~:text=Anemia%20hemol%C3%ADtica%20microangiop%C3%A1tica%20%C3%A9%20uma,ou%20turbul%C3%AAncia%20excessivo%20na%20circula%C3%A7%C3%A3o.&text=Excesso%20de%20cisalhamento%20ou%20turbul%C3%AAncia,levando%20a%20eritr%C3%B3citos%20fragmentados%20(p https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/hematologia-e-oncologia/anemias-causadas-por-hem%C3%B3lise/anemia-hemol%C3%ADtica-microangiop%C3%A1tica#:~:text=Anemia%20hemol%C3%ADtica%20microangiop%C3%A1tica%20%C3%A9%20uma,ou%20turbul%C3%AAncia%20excessivo%20na%20circula%C3%A7%C3%A3o.&text=Excesso%20de%20cisalhamento%20ou%20turbul%C3%AAncia,levando%20a%20eritr%C3%B3citos%20fragmentados%20(p https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/hematologia-e-oncologia/anemias-causadas-por-hem%C3%B3lise/anemia-hemol%C3%ADtica-microangiop%C3%A1tica#:~:text=Anemia%20hemol%C3%ADtica%20microangiop%C3%A1tica%20%C3%A9%20uma,ou%20turbul%C3%AAncia%20excessivo%20na%20circula%C3%A7%C3%A3o.&text=Excesso%20de%20cisalhamento%20ou%20turbul%C3%AAncia,levando%20a%20eritr%C3%B3citos%20fragmentados%20(p https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/hematologia-e-oncologia/anemias-causadas-por-hem%C3%B3lise/anemia-hemol%C3%ADtica-microangiop%C3%A1tica#:~:text=Anemia%20hemol%C3%ADtica%20microangiop%C3%A1tica%20%C3%A9%20uma,ou%20turbul%C3%AAncia%20excessivo%20na%20circula%C3%A7%C3%A3o.&text=Excesso%20de%20cisalhamento%20ou%20turbul%C3%AAncia,levando%20a%20eritr%C3%B3citos%20fragmentados%20(p https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/hematologia-e-oncologia/anemias-causadas-por-hem%C3%B3lise/anemia-hemol%C3%ADtica-microangiop%C3%A1tica#:~:text=Anemia%20hemol%C3%ADtica%20microangiop%C3%A1tica%20%C3%A9%20uma,ou%20turbul%C3%AAncia%20excessivo%20na%20circula%C3%A7%C3%A3o.&text=Excesso%20de%20cisalhamento%20ou%20turbul%C3%AAncia,levando%20a%20eritr%C3%B3citos%20fragmentados%20(p https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/hematologia-e-oncologia/anemias-causadas-por-hem%C3%B3lise/anemia-hemol%C3%ADtica-microangiop%C3%A1tica#:~:text=Anemia%20hemol%C3%ADtica%20microangiop%C3%A1tica%20%C3%A9%20uma,ou%20turbul%C3%AAncia%20excessivo%20na%20circula%C3%A7%C3%A3o.&text=Excesso%20de%20cisalhamento%20ou%20turbul%C3%AAncia,levando%20a%20eritr%C3%B3citos%20fragmentados%20(p https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/hematologia-e-oncologia/anemias-causadas-por-hem%C3%B3lise/anemia-hemol%C3%ADtica-microangiop%C3%A1tica#:~:text=Anemia%20hemol%C3%ADtica%20microangiop%C3%A1tica%20%C3%A9%20uma,ou%20turbul%C3%AAncia%20excessivo%20na%20circula%C3%A7%C3%A3o.&text=Excesso%20de%20cisalhamento%20ou%20turbul%C3%AAncia,levando%20a%20eritr%C3%B3citos%20fragmentados%20(p https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/hematologia-e-oncologia/anemias-causadas-por-hem%C3%B3lise/anemia-hemol%C3%ADtica-microangiop%C3%A1tica#:~:text=Anemia%20hemol%C3%ADtica%20microangiop%C3%A1tica%20%C3%A9%20uma,ou%20turbul%C3%AAncia%20excessivo%20na%20circula%C3%A7%C3%A3o.&text=Excesso%20de%20cisalhamento%20ou%20turbul%C3%AAncia,levando%20a%20eritr%C3%B3citos%20fragmentados%20(p https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/hematologia-e-oncologia/anemias-causadas-por-hem%C3%B3lise/anemia-hemol%C3%ADtica-microangiop%C3%A1tica#:~:text=Anemia%20hemol%C3%ADtica%20microangiop%C3%A1tica%20%C3%A9%20uma,ou%20turbul%C3%AAncia%20excessivo%20na%20circula%C3%A7%C3%A3o.&text=Excesso%20de%20cisalhamento%20ou%20turbul%C3%AAncia,levando%20a%20eritr%C3%B3citos%20fragmentados%20(p 10 Laís Flauzino | ATIVIDADE INTEGRADORA | 6°P MEDICINA b) ferritina baixa e normocitose. F – a ferritina pode estar aumentada ou normal c) ferro sérico baixo e aumento da saturação de transferrina. F – o ferro sérico realmente está reduzido, mas a saturação de transferina está reduzida também. d) aumento da hepcidina e redução da transferrina. A hepcidina possui a função de se ligar à ferroportina, regulando a liberação do ferro para o plasma. Quando as concentrações de hepcidina estão baixas, as moléculas de ferroportina são expostas na membrana plasmática e liberam o ferro. Quando os níveis de hepcidina aumentam, a hepcidina liga-se às moléculas de ferroportina induzindo sua internalização e degradação, e o ferro liberado diminui progressivamente. https://www.scielo.br/j/ramb/a/rgzVFfdxJzfKsTM8hT 3k73b/?lang=pt Questão 08 ___________________________________ Mulher de 55 anos com artrite reumatoide (AR) foi encaminhada ao ambulatório de hematologia por causa de anemia. Ela tem AR há cerca de cinco anos e seu nível de hemoglobina vem diminuindo gradualmente de 14 g/dL para 9,5 g/dL. São solicitados exames e observam-se os seguintes parâmetros: hemoglobina de 9,6 g/dL, leucócitos de 8500 com diferencial normal, plaquetas de 450 mil, ferritina de 240 ng/mL, saturação da transferrina de 14%, proteína C reativa de 50 mg/mL. Nesse caso, qual é o mecanismo fisiopatológico causador da anemia? a) O aumento da hepcidina induzida por citocinas aumentou a ferroportina e reduziu a absorção de ferro e saturação da transferrina. b) Aeritropoiese ineficaz aumentou a degradação de glóbulos vermelhos, a diminuição da hepcidina, a diminuição da ferroportina e a saturação da transferrina. c) O aumento da hepcidina induzida por citocinas diminuiu a ferroportina, reduziu a absorção de ferro e a saturação da transferrina. d) O aumento da hepcidina induzida por citocinas diminuiu a ferroportina e aumentou a absorção de ferro. De acordo com a literatura, a anemia ocorre em 30%- 70% dos pacientes com AR. Há diferentes tipos de anemia, inclusive anemia por deficiência de ferro (ADF), anemia da doença crônica (ADC), anemia megaloblástica, anemia hemolítica e anemia COMBI, que podem ocorrer em pacientes com AR. Algumas causas de anemia são: alterações no metabolismo do ferro em decorrência de lesões da mucosa do trato gastrintestinal causadas por medicação esteroide, ou metotrexato; encurtamento da vida dos eritrócitos, ou sua produção inadequada pela medula óssea. https://www.scielo.br/j/rbr/a/Bwmy3qv5B4nQY6YbM D5vntS/?lang=pt Já a anemia da artrite reumatoide, espondilite anquilosante, artrite psoriásica, espodiloartrites, vasculites, é chamada de anemia da doença crônica e ela pode acontecer por 3 motivos principais: • A inflamação inibe a produção de glóbulos vermelhos na medula óssea, que é a fábrica dos glóbulos do sangue. • Diminuição do ciclo de vida dos glóbulos vermelhos, ou seja, eles morrem antes e não dá tempo para a medula mandar novas células vermelhas para o sangue. • Problemas na forma como o corpo utiliza o ferro, pois a inflamação pode impedir que o ferro seja absorvido na quantidade necessária para mais glóbulos vermelhos sejam produzidos. https://artritereumatoide.blog.br/por-que-pessoas- com-doencas-autoimunes-reumatologicas-tem- anemia/#:~:text=J%C3%A1%20a%20anemia%20da %20artrite,acontecer%20por%203%20motivos%20pr incipais%3A&text=A%20inflama%C3%A7%C3%A3o %20inibe%20a%20produ%C3%A7%C3%A3o,f%C3% A1brica%20dos%20gl%C3%B3bulos%20do%20sang ue. Hepcidina é um peptídeo produzido pelo fígado que tem papel central na regulação da homeostasia do Fe. Este hormônio é um regulador negativo da entrada de Fe no plasma. Ele atua ligando-se à ferroportina, induzindo sua internalização e degradação mediada pela ubiquitina. A perda da ferroportina, presente em células duodenais, macrófagos e placenta, previne a saída de Fe para o plasma, diminuindo o seu transporte e, consequentemente, diminuindo a chegada de Fe ao éritron. https://www.scielo.br/j/rbhh/a/kkjcBjHyGXqTrBbx7b qKgwf/?lang=pt Questão 09 ___________________________________ Uma mulher de 62 anos de idade tem diagnóstico, há mais de 15 anos, de artrite reumatoide e, associadamente, apresenta anemia normocrômica, normocítica e hipoproliferativa associada com diminuição do ferro sérico e da saturação da transferrina, mas com aumento do ferro de depósito. Acerca desse caso e das alterações hematológicas relatadas, julgue o item a seguir. Considerando o tipo mais provável de anemia apresentada pela paciente, os possíveis mecanismos etiofisipatogênicos envolvidos são: I. resposta medular inadequada diante de secreção inapropriadamente baixa de eritropoetina (EPO) II. diminuição da resposta da medula óssea à administração de EPO III. menor oferta de ferro à medula óssea, entre outros. Estão corretas: a) I, apenas b) II, apenas c) I e II, apenas d) I, II e III https://www.scielo.br/j/ramb/a/rgzVFfdxJzfKsTM8hT3k73b/?lang=pt https://www.scielo.br/j/ramb/a/rgzVFfdxJzfKsTM8hT3k73b/?lang=pt https://www.scielo.br/j/rbr/a/Bwmy3qv5B4nQY6YbMD5vntS/?lang=pt https://www.scielo.br/j/rbr/a/Bwmy3qv5B4nQY6YbMD5vntS/?lang=pt https://artritereumatoide.blog.br/por-que-pessoas-com-doencas-autoimunes-reumatologicas-tem-anemia/#:~:text=J%C3%A1%20a%20anemia%20da%20artrite,acontecer%20por%203%20motivos%20principais%3A&text=A%20inflama%C3%A7%C3%A3o%20inibe%20a%20produ%C3%A7%C3%A3o,f%C3%A1brica%20dos%20gl%C3%B3bulos%20do%20sangue https://artritereumatoide.blog.br/por-que-pessoas-com-doencas-autoimunes-reumatologicas-tem-anemia/#:~:text=J%C3%A1%20a%20anemia%20da%20artrite,acontecer%20por%203%20motivos%20principais%3A&text=A%20inflama%C3%A7%C3%A3o%20inibe%20a%20produ%C3%A7%C3%A3o,f%C3%A1brica%20dos%20gl%C3%B3bulos%20do%20sangue https://artritereumatoide.blog.br/por-que-pessoas-com-doencas-autoimunes-reumatologicas-tem-anemia/#:~:text=J%C3%A1%20a%20anemia%20da%20artrite,acontecer%20por%203%20motivos%20principais%3A&text=A%20inflama%C3%A7%C3%A3o%20inibe%20a%20produ%C3%A7%C3%A3o,f%C3%A1brica%20dos%20gl%C3%B3bulos%20do%20sangue https://artritereumatoide.blog.br/por-que-pessoas-com-doencas-autoimunes-reumatologicas-tem-anemia/#:~:text=J%C3%A1%20a%20anemia%20da%20artrite,acontecer%20por%203%20motivos%20principais%3A&text=A%20inflama%C3%A7%C3%A3o%20inibe%20a%20produ%C3%A7%C3%A3o,f%C3%A1brica%20dos%20gl%C3%B3bulos%20do%20sangue https://artritereumatoide.blog.br/por-que-pessoas-com-doencas-autoimunes-reumatologicas-tem-anemia/#:~:text=J%C3%A1%20a%20anemia%20da%20artrite,acontecer%20por%203%20motivos%20principais%3A&text=A%20inflama%C3%A7%C3%A3o%20inibe%20a%20produ%C3%A7%C3%A3o,f%C3%A1brica%20dos%20gl%C3%B3bulos%20do%20sangue https://artritereumatoide.blog.br/por-que-pessoas-com-doencas-autoimunes-reumatologicas-tem-anemia/#:~:text=J%C3%A1%20a%20anemia%20da%20artrite,acontecer%20por%203%20motivos%20principais%3A&text=A%20inflama%C3%A7%C3%A3o%20inibe%20a%20produ%C3%A7%C3%A3o,f%C3%A1brica%20dos%20gl%C3%B3bulos%20do%20sangue https://artritereumatoide.blog.br/por-que-pessoas-com-doencas-autoimunes-reumatologicas-tem-anemia/#:~:text=J%C3%A1%20a%20anemia%20da%20artrite,acontecer%20por%203%20motivos%20principais%3A&text=A%20inflama%C3%A7%C3%A3o%20inibe%20a%20produ%C3%A7%C3%A3o,f%C3%A1brica%20dos%20gl%C3%B3bulos%20do%20sangue https://artritereumatoide.blog.br/por-que-pessoas-com-doencas-autoimunes-reumatologicas-tem-anemia/#:~:text=J%C3%A1%20a%20anemia%20da%20artrite,acontecer%20por%203%20motivos%20principais%3A&text=A%20inflama%C3%A7%C3%A3o%20inibe%20a%20produ%C3%A7%C3%A3o,f%C3%A1brica%20dos%20gl%C3%B3bulos%20do%20sangue https://www.scielo.br/j/rbhh/a/kkjcBjHyGXqTrBbx7bqKgwf/?lang=pt https://www.scielo.br/j/rbhh/a/kkjcBjHyGXqTrBbx7bqKgwf/?lang=pt 11 Laís Flauzino | ATIVIDADE INTEGRADORA | 6°P MEDICINA Na anemia de doença crônica, a resposta medular é inadequada. A resposta medular inadequada observada deve-se, basicamente à secreção inapropriadamente baixa de eritropoetina (EPO), à diminuição da resposta da medula óssea à EPO e à diminuição da eritropoese conseqüente à menor oferta de ferro à medula óssea. Uma das explicações para essa resposta medular inadequada está diretamente relacionada à ativação dos macrófagos e à liberação de citocinas inflamatórias, principalmente da interleucina-1 e interleucina-6 (IL-1, IL-6), do fator de necrose tumoral alfa (TNF α) e do interferon gama (INF γ), que atuam inibindo a proliferação dos precursores eritrocitários e, portanto, inibindo a eritropoese. Além disso, a ação supressora dessas citocinas sobre a eritropoese supera a ação estimuladora da EPO resultando na diminuição da resposta da medula óssea à EPO e à eritropoese. https://www.scielo.br/j/rbhh/a/7D3gPvKffhJXmhGkc KPHGxP/?lang=pt&format=pdf#:~:text=A%20respos ta%20medular%20inadequada%20observada,%C3% A0%20medula%20%C3%B3ssea%20(13). Questão 10 ___________________________________ A anemia da doença crônica ocorre associada com diversas condições, como doenças infecciosas, inflamatórias e neoplásicas, além de trauma, diabetes melito, entre outras. São afirmações incorretas: a) Hepcidina e IL-6 desempenham relevante papel na sua fisiopatogenia. V – a hepcidina tem sua liberação aumentada diante de quadros infecciosos e inflamatórios, particularmente com liberação de interleucina 6 (IL-6). Tal proteína provoca a retenção do ferro dentro dos macrófagos, impedindo o retorno do ferro estocado à circulação e bloqueando também a passagem daquele presente nos enterócitos para acirculação. b) o padrão da anemia pode ser microcítica e hipocrômica na minoria dos casos. V – em 30% dos casos c) caracteriza-se por apresentar ferro medular ausente na biópsia de medula óssea. F – o ferro medular está aumentado. d) A anemia habitualmente é leve e com uma hemoglobina entre 10 e 11g/dl. AULA: Anemia da doença crônica: O que é considerado doença crônica? • Autoimunes • Infecciosas Agudas e Crônicas • Câncer • Doença renal • HIV • Insuficiência Cardíaca • Doença Pulmonar Obstrutiva crônica • Trauma • Cirurgia Quais os mecanismos envolvidos? • Hepcidina aumentada • Produção de Eritropoetina reduzida • Aumento da atividade Macrofágica Como age a Hepcidina? • Obstrução da ferroportina • Retenção do ferro nos macrófagos • Retenção de ferro nos enterócitos • Descamação intestinal ! ferro não é absorvido. • Interleucina 6 / TNF alfa e beta Como são os exames na anemia da doença crônica? Hemograma: • Hgb 8-11 g/dL Normo/Normo -> Micro/hipo Perfil de ferro? • Ferritina normal/alta • Ferro baixo • Saturação transferrina baixa • Capacidade latente de transporte de ferro normal ou levemente aumentado. Dosagem de eritropoetina? • Normal a alto. Receptor de solúvel de transferrina? • Normal ou baixo ! Nunca alto Relação entre o receptor solúvel de transferrina/ferritina. • Alta na deficiência de ferro! PCR e VHS elevados!! https://www.scielo.br/j/rbhh/a/7D3gPvKffhJXmhGkcKPHGxP/?lang=pt&format=pdf#:~:text=A%20resposta%20medular%20inadequada%20observada,%C3%A0%20medula%20%C3%B3ssea%20(13) https://www.scielo.br/j/rbhh/a/7D3gPvKffhJXmhGkcKPHGxP/?lang=pt&format=pdf#:~:text=A%20resposta%20medular%20inadequada%20observada,%C3%A0%20medula%20%C3%B3ssea%20(13) https://www.scielo.br/j/rbhh/a/7D3gPvKffhJXmhGkcKPHGxP/?lang=pt&format=pdf#:~:text=A%20resposta%20medular%20inadequada%20observada,%C3%A0%20medula%20%C3%B3ssea%20(13) https://www.scielo.br/j/rbhh/a/7D3gPvKffhJXmhGkcKPHGxP/?lang=pt&format=pdf#:~:text=A%20resposta%20medular%20inadequada%20observada,%C3%A0%20medula%20%C3%B3ssea%20(13) 12 Laís Flauzino | ATIVIDADE INTEGRADORA | 6°P MEDICINA Diminui Produção & diminui sobrevida: 1.Ferro não disponível 2.Apoptose MO de precursores eritróides 3.Insuf. relativa de EPO (<resposta MO à EPO pelas citocinas IL-1/TNF-α ! apoptose e downregulaçao EPOR e expressão de EPO pelas cels renais 4.Menor sobrevida glóbulos vermelhos por eritrofagocitose Como tratar? • Tratar a causa da inflamação • Reposição de ferro • Manter a saturação acima de 20 % • Ferritina acima de 100 ng/mL • Eritropoetina • 30.000 a 40.000 UI SC por semana • Subir pelo mento 1 ponto de hemoglobina após quatro semanas. • Transfusão
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