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MARC 5 - ANEMIA

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MARC 5: ANEMIAS 
Definida pela OMS como “condição na qual o conteúdo de hemoglobina no sangue está abaixo do normal”. As causas de anemias podem ser (1) por deficiência 
de vários nutrientes (Anemias Carenciais, como ferropriva e megaloblástica), como Ferro, Zinco, Vitamina B12 e proteínas, (2) por ativação imune aguda ou 
crônica (Anemias Inflamatórias ou de Doenças Crônicas), (3) por defeito quantitativo na produção das cadeias de globina (Talassemias), (4) por falha na ativação 
do grupo Heme (Anemia sideroblástica, hereditária ou adquirida), (5) por substituição do tecido hematopoético por gordura (Anemia Aplásica), (6) por 
sangramento agudo (Anemias Hemolíticas), (7) por desregulação endócrina (Anemia das Doenças Endócrinas), (8) por defeito na síntese de DNA (Anemia 
megaloblástica). 
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a anemia é definida quando: 
 Hb < 13 g/dL para homens 
 Hb < 12 mulheres e crianças de 6 à 14 anos 
 Hb < 11 g/dL para gestantes e crianças até 6 anos 
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS 
As manifestações clínicas de anemia são aquelas advindas da redução da oxigenação dos tecidos, principalmente cérebro e coração e relacionadas à capacidade 
compensatória do sistema pulmonar e cardiovascular. Quanto mais abrupta for essa queda no volume sanguíneo e/ou níveis de hemoglobina, mais intenso os 
sintomas. Nos quadros agudos, devido à baixa oxigenação abrupta, o coração passa a trabalhar em ritmo mais acelerado, levando o paciente a se apresentar com 
dispneia, palpitações, tontura e fadiga extrema. Anemias crônicas, por vezes, podem ser assintomáticas ou pouco sintomáticas. Assim, dependendo do grau, 
pode-se manifestar com palidez, cefaleia, vertigem, hipotensão postural, fraqueza, dispneia, palpitações, sopros sistólicos, angina, ICC, astenia, lipotimia, 
anorexia, alterações tróficas da pele e anexos, queilite angular (presente nas anemias carenciais de ferro, vitamina B ou ácido fólico), coiloníquia (unha em 
formato de colher). 
Ao exame físico deve-se atentar bastante à coloração das mucosas, já que a palidez é um sinal muito característico de anemia, principalmente nas mucosas da 
boca e da conjuntiva e no leito ungueal. A icterícia associada a palidez é uma manifestação característica de anemia hemolítica, devido a destruição das hemácias 
e produção de bilirrubina não conjugada, assim, deve-se buscar por visceromegalias, principalmente em baço e fígado. 
DIAGNÓSTICO LABORATORIAL 
Ao suspeitarmos de anemia, a conduta a ser feita é a solicitação de alguns exames laboratoriais que serão cruciais no diagnóstico, na classificação do tipo de 
anemia e na etiologia para a definição da conduta a ser seguida. Três componentes principais do sangue são capazes de firmar o diagnóstico de anemia, são eles: 
1. Concentração de hemoglobina; 
2. Hematócrito, sendo o volume, em porcentagem, ocupado pelas hemácias na circulação sanguínea; 
3. Número de glóbulos vermelhos. 
A partir disso, outras informações serão necessárias para a classificação da anemia, são elas os índices hematimétricos (VCM, HCM, CHCM e RDW) e a contagem 
de reticulócitos. Com eles, tem-se informações sobre tamanho, forma, coloração e uniformidade das hemácias. 
 Volume corpuscular médio (VCM): é o volume médio das hemácias. Ele que determina a classificação das anemias em macro/normo/microcíticas; 
 Hemoglobina corpuscular médica (HCM): quantidade de hemoglobina dentro da hemácia. Classifica as anemias em hiper/normo/hipocrômicas; 
 Concentração de hemoglobina corpuscular média (CHCM): é o peso da hemoglobina dentro de determinado volume de hemácia. Também é útil para 
a classificação das hemácias em hiper/normo/hipercrômicas; 
 Ampla distribuição de células vermelhas no sangue ou índice de anisocitose (RDW): corresponde a medida da variação do tamanho das hemácias. O 
esperado é que se tenha um RDW baixo, ou seja, que as hemácias tenham pouca variação no tamanho. A anisocitose é quando há uma diferença no 
tamanho de hemácias. 
 Contagem de reticulócitos: são as células precursoras dos eritrócitos, sendo muito útil na classificação das anemias em hiper e hipoproliferativas. Mas 
para isso deve-se ter o valor corrigido pelo grau de anemia, já que, quando em valor percentual, o número de reticulócitos pode ser superestimado em 
um paciente anêmico; (Correção dos reticulócitos em pacientes com anemia = (% reticulócitos x Ht atual do paciente) / Ht normal para o indivíduo). 
Para a definição da possível etiologia, mais alguns parâmetros podem ser avaliados, são eles: a determinação do ferro sérico, transferrina sérica, capacidade total 
de ligação do ferro à transferrina(TIBC), ferritina sérica e esfregaço do sangue periférico: 
1. Ferro sérico: deve ser analisado em combinação com os outros parâmetros como a saturação da transferrina e ferritina sérica. Altas concentrações são 
encontradas na doença hepática, anemia hipoplásica, eritropoese ineficaz e sobrecarga de ferro. Baixas concentrações justificam uma anemia 
ferropriva. 
2. Transferrina sérica: Proteína plasmática que realiza o transporte do ferro. 
3. Capacidade total de ligação do ferro à transferrina (TIBC): É a medida indireta da transferrina circulante. Na deficiência de ferro há um aumento na 
síntese de transferrina, cuja capacidade de ligação estará elevada. Havendo diminuição da síntese de transferrina, como acontece na vigência de um 
processo inflamatório ou aumento do ferro circulante como na hemocromatose, o TIBC estará reduzido. A gravidez aumenta o TIBC. 
4. Ferritina sérica: Embora grandes quantidades de ferritina estejam estocadas nos tecidos do fígado e baço, somente pequenas quantidades estão 
presentes no soro. Essa ferritina circulante é essencialmente livre de ferro. A importância da determinação da ferritina sérica é que a sua quantificação 
representa uma medida precisa do ferro total do compartimento de estoque. 
5. Esfregaço do sangue periférico: importante para confirmar ou esclarecer os achados do hemograma. Pode revelar a presença de poiquilócitos, que são 
hemácias de morfologia alterada e inclusões citoplasmáticas. Podem ser encontrados no esfregaço de sangue periférico: 
 
ANEMIAS POR DEFICIÊNCIA NA PRODUÇÃO DOS ERITRÓCITOS 
Anemia ferropriva 
Definida como o “estado mais avançado da deficiência de ferro”. A deficiência de ferro instala-se por mecanismos diversos: (1) aumento do consumo, (2) excesso 
de perda (hemorragias) ou (3) má absorção. Quando o organismo está em balanço negativo de ferro o primeiro evento é a depleção dos estoques de ferro para 
a produção de hemoglobina. O intestino aumenta a absorção de ferro antes mesmo do desenvolvimento da anemia. A observação do RDW é um importante no 
diagnóstico diferencial da anemia ferropriva com talassemias. Na anemia ferropriva o RDW está aumentado com os eritroblastos medulares picnóticos e 
irregulares. Além das manifestações comuns de anemia, na ferropenia podem surgir sintomas menos típicos como glossite atrófica (língua sem papilas gustativas), 
perversão do apetite, geofagia ou pica (vontade de comer terra e barro), disfagia cervical (síndrome de Plummer-Vinson, que ocorrem mais comumente em 
mulheres, mais idosas, onde há uma formação de uma membrana entre hipofaringe e o esôfago), coiloníquia, estomatite angular, amenorreia, cabelos finos e 
quebradiços e diminuição da libido. As principais causas para cada mecanismo são: 
 SANGRAMENTO: 
o Uterino: menorragia, parto, sangramento pós-menopausa 
o Gastrointestinal: varizes esofágicas, doença péptica, carcinoma gastrointestinal, retocolite ulcerativa, diverticulite, hemorroidas sangrantes 
o Pulmonar: hemoptise 
o Renal: hematúria, hemoglobinúria 
 MÁ ABSORÇÃO: Gastrectomia, gastrite atrófica, doença inflamatória crônica, enteropatia induzida pelo glúten e vegetarianismo (ingesta deficiente) 
 AUMENTO DE DEMANDA: Estirão de crescimento, prematuridade e gestação 
Laboratório 
 Ferritina serica ↓ (primeiro exame que sealtera) 
 HB e Ht ↓ 
 VCM e CHCM ↓ (microcitica) 
 HCM ↓ (hipocromica) 
 Ferro sérico e transferrina saturada ↓ 
 Contagem de reticulócitos ↓ 
 RDW ↑ com eritroblastos medulares picnóticos e irregulares. 
 Hemácias em alvo/ lápis 
 Plaquetas podem estar aumentadas, em casos de sangramento 
crônico 
 Capacidade total de ligação do ferro (TIBC) ↑ (devido ao 
aumento de transferrina tentando captar o ferro) 
Após o ferro ser absorvido, ele pode ser: 1. Estocado na forma intestinal, através da ferritina (principal reserva de ferro no organismo). 2. Transportada e 
absorvida pelo plasma. O ferro é transportado no plasma através da ferroportina, sendo este transportador regulado pela hepcidina, hormônio produzido no 
fígado, que atua se ligando na ferroportina e diminuindo a sua ação e assim reduzindo a absorção do ferro. A hepcidina está aumentada no ambiente em que há 
aumento de citocinas inflamatórias, ou seja, em casos de anemia da doença crônica, e quando há aumento de ferro no organismo. Ela está diminuída em casos 
de hipóxia. Assim que o ferro é absorvido, a maior parte dele é transferida no organismo através da transferrina, que carrega esse ferro para outros tecidos com 
receptores de transferrina. O ferro pode ser levado para a medula óssea, onde vai ser armazenado na forma de ferritina ou vai ser utilizado para a síntese da 
molécula de hemoglobina dos eritrócitos. Quando o eritrócito chega ao fim de sua vida útil, ele é fagocitado pelos macrófagos no baço para a reciclagem do ferro. 
O ferro pode então se ligar à ferritina ou à transferrina para voltar a circulação. 
O exame padrão ouro para diagnosticar a anemia ferropriva é o mielograma com pesquisa de ferro medular com a coloração do Azul da Prússia. Porém, é pouco 
utilizado por ser um exame invasivo e pouco disponível, em comparação com os exames laboratoriais. 
O tratamento da anemia ferropriva é feito através da reposição de ferro, para normalizar a eritropoese e repor os estoques. 
 Ferro via oral: 
o Opção – Sulfato Ferroso 200mg (contém 67 mg de ferro elementar) 
o Adultos: 2-3mg/kg/dia, ou seja, posologia aproximada de 2 a 4 comprimidos por dia. O medicamento deve ser tomado com o estômago 
vazio a cada 6 horas, associado a uma substância ácida, como por exemplo o suco de laranja, que aumenta a absorção de ferro. 
o Efeitos colaterais do ferro via oral: dor abdominal, náuseas, constipação ou diarreia, sensação de gosto amargo na boca e escurecimento 
das fezes. 
 Ferro via parenteral: mais utilizado em casos em que há intolerância ao ferro via oral, falha no tratamento via oral, má absorção ou quando há 
necessidade urgente de repor o ferro. 
o Opções: Ferro-dextran, gluconato férrico de sódio, ferro-sucrose, feromoxitol 
o Efeito colateral: anafilaxia grave. 
o O Feromoxitol é a opção com melhor absorção e menos efeitos tóxicos. 
Anemia megaloblástica 
A causa mais comum desse tipo de anemia é a carência de folato e/ou cianocobalamina (vit. B12), sendo mais comum a deficiência de folato. 
A vitamina B12 pode ser encontrada em carnes, peixes e laticínios. Após a ingestão da vitamina, ela vai se ligar ao fator intrínseco, liberado pelas células parietais 
do fundo gástrico e cárdia. O complexo vitamina B12 + fator intrínseco se liga ao receptor no íleo distal, sendo a vitamina absorvida e o fator intrínseco destruído. 
No plasma, a vitamina B12 é transportada pela transcobalamina até a medula óssea e o fígado. Ela é responsável por transformar homocisteína → metionina e 
CoA → Succcinil-CoA. 
O folato pode ser encontrado em vegetais verdes, fígados e frutas, sendo absorvido no duodeno e jejuno proximal. No plasma, o folato é convertido em metil 
tetrahidrofolato (Metil-THF). O metil- THF ao entrar na célula, sofre ação da metionina sintetase, dependente da vitamina B12 para sua ação, e se transforma na 
sua forma ativa, o poliglutamato (THF). Os folatos são utilizados na conversão de homocisteína em metionina e na síntese de precursores purínicos de DNA. 
As principais causas de deficiência de B12 e de folato incluem: 
 B12: Veganismo, anemia perniciosa, gastrectomia/gastrite atrófica, Diphilobotrium latus (infecção pela tenia do peixe), má absorção intestinal, 
anomalias do fator intrínseco, uso prolongado de bomba de prótons e uso prolongado de metformina. 
 Folato: baixa ingesta, gestação, lactação e prematuridade, neoplasias, anemia hemolítica, doenças inflamatórias, drogas (anticonvulsivantes, 
sulfassalazina, álcool). 
O quadro clínico desses pacientes varia desde assintomáticos à sintomas clássicos de anemia associados a anorexia, emagrecimento, alterações do hábito 
intestinal (diarreia ou constipação), glossite, queilite angular, púrpuras, icterícia leve e hiperpigmentação cutânea. Os quadros severos de deficiência de anemia 
megaloblástica podem apresentar ainda polineuropatia periférica, com parestesia nos membros inferiores e das mãos, alteração de marcha e alterações 
esfincterianas. Sintomas do sistema nervoso central, como alucinações, não são comuns, mas só são observadas associadas a deficiência de B12. 
O diagnóstico é feito a partir de dosagens de vitamina B12 e/ou folato no sangue que estará reduzida indicando a deficiência. As alterações laboratoriais 
encontradas na anemia megaloblástica são: 
 Hemácias macrocíticas 
 Reticulócitos ↓ 
 Leucopenia/trombocitopenia 
 Neutrófilos hipersegmentados 
 B12 e ou folato ↓ 
 Homocisteína ↑ 
 Acúmulo de ácido metilmalônico, principalmente na deficiência 
de B12 
 Bilirrubina indireta e DHL ↑ devido à hemólise 
 Na medula óssea, é observado hipercelularidade, falta de 
maturação e presença de metamielócitos gigantes. 
 
É importante investigar as causas de deficiência de B12 através da avaliação da história dietética e da avaliação gástrica através da endoscopia digestiva alta. Na 
investigação da deficiência de folato, é importante também se investigar a história dietética, além de se realizar testes de má absorção através da procura de 
anticorpos como o anti-transglutaminase e o anti-endomisio. 
O tratamento da anemia megaloblástica consiste na administração da vitamina apropriada. 
 
Anemia perniciosa 
Doença autoimune definida como uma deficiência grave de fator intrínseco associado à gastrite atrófica. É mais comum em mulheres na 7ª década de vida, 
estando associada a outras doenças autoimunes. Na anemia perniciosa ocorre produção de autoanticorpos contra células parietais do estômago que impedem 
sua renovação e causam atrofia da mucosa. Sem a produção do fator intrínseco, ocorre diminuição da absorção de vitamina B12 no íleo. Podem ser encontrados 
também nessa doença, anticorpos contra as células da tireoide, associação com vitiligo, doença de Addison e hipoparatireoidismo. 
Anemia aplásica 
É uma doença rara definida como pancitopenia com hipoplasia medular na ausência de infiltrado neoplásico e aumento de reticulina . Pode ser por causa 
idiopática, exposição a fármacos, a agentes químicos ou infecção viral e ainda existe a forma congênita. A adquirida é a forma mais comum. É uma síndrome de 
falência medular, com superposição de outras doenças que cursam com falência medular como síndrome mielodisplásica (SMD) e leucemia mieloide aguda (LMA). 
As manifestações clínicas decorrem da anemia, neutropenia e plaquetopenia, cursando com astenia, palidez, hemorragias e tendência a infecções. Não ocorre 
adenomegalia ou hepatoesplenomegalia. Nos achados laboratoriais, é uma anemia normo/ normo, com reticulócitos diminuído. Há plaquetopenia e neutropenia 
em graus variados. O diagnóstico é feito através da biópsia de medula óssea, onde observa-se um aspecto amarelado da medula decorrente da substituição por 
tecido gorduroso. O tratamento pode ser feito através da suspensão da causa da anemia, da realização do suporte transfusional caso necessário, prevenção de 
infecções. O transplante de medula óssea é realizado em casos selecionados.Pode ocorrer também a síndrome de Diamond-Blackfan, que é uma aplasia pura de 
células vermelhas, no qual há somente aplasia da série eritroblástica, cursando com granulócitos e plaquetas normais. O tratamento é feito com o uso de corticoide 
e o transplante de medula óssea. 
Anemia de doenças crônicas 
É a anemia mais comum em pacientes com doença inflamatória crônica ou nos portadores de neoplasia. Comumente normo/normo. Ocorre em doenças 
sistêmicas de evolução prolongada e é caracterizada pela redução do ferro sérico e da capacidade de ligação do ferro e pela ferritina sérica normal ou aumentada, 
com presença de estoques de ferro normal (nos macrófagos). A patogênese chave nesse tipo de anemia é a produção de hepcidina pelo fígado, associado a 
processos infecciosos ou inflamatórios, que impede a absorção de ferro no intestino e aumenta o seu sequestro por macrófagos. Além disso, a hepcidina atua 
inibindo a liberação de ferro nos seus depósitos (fígado e baço), diminuindo a transferrina e a eritropoetina. 
Causas: Tuberculose, Pneumonia, Artrite reumatoide, Lúpus Carcinomas, linfomas 
Os achados laboratoriais da anemia da doença crônica encontraremos: 
 Hemácias normocíticas e normocrômicas, porém em até 1/3 desta anemia pode ser microcítica e hipocrômica 
 Reticulócitos ↓ 
 Fe sérico ↓ 
 Capacidade total de ligação do ferro ↑ 
 Ferro medular ↑ 
 ↑de marcadores inflamatórios – VHS, PCR 
 Ferritina está normal ou ↑ (ferritina é um marcador de fase aguda e eleva-se em estados inflamatórios). 
O tratamento da anemia da doença crônica compreende a correção da doença de base, sem necessidade de fornecer ferro ao paciente, porém, pode ser ofertada 
a eritropoetina. 
ANEMIAS HEMOLÍTICAS 
Quando a hemólise é patológica, diminui a vida média dos eritrócitos. A hemólise pode ser intravascular, quando a hemoglobina é liberada no plasma, ou 
extravasular, quando ocorre principalmente no baço. Quando a sobrevida dos eritrócitos está diminuída, a medula óssea aumenta o número de precursores 
eritroides, a fim de compensar a hemólise. 
A anemia só ocorre quando a hiperprodução medular não consegue se igualar ao ritmo da destruição. Assim, a medula pode acabar entrando em crise aplásica da 
anemia hemolítica, que corresponde a sua falência. As anemias hemolíticas podem ser congênitas (defeito corpuscular) ou adquiridas (defeitos 
extracorpusculares). Nos achados clínicos, observa-se anemia, icterícia, colúria, fezes mais escuras do que o habitual e, se o quadro for crônico, esplenomegalia. 
Adenomegalia pode estar presente indicando uma anemia hemolítica secundária ou linfoma. É importante a pesquisa da história da anemia, se ocorre desde a 
infância, a história familiar, a consanguinidade e o uso de medicações antes do aparecimento dos sintomas. No diagnóstico laboratorial, ocorre hiperbilirrubinemia 
indireta. A degradação da hemoglobina forma duas subunidades de cadeia globínica que são ligadas a haptoglobina circulante, formando um complexo que é 
metabolizado no fígado. Assim, vemos nesse processo uma diminuição dos níveis séricos de haptoglobina. A hemólise crônica leva a um aumento da absorção 
do ferro entérico, elevando o ferro sérico e a ferritina. Quando a hemólise for intravascular, os rins serão os responsáveis pela excreção da hemoglobina, cursando 
com hemoglobinúria e hemossiderinúria e podendo resultar em carência de ferro. Ocorre hiperplasia do setor eritrocítico, levando a um alargamento do espaço 
medular. É importante salientar que a anemia pode ser normo/normo, hipo/micro ou macrocítica, assim, os achados laboratoriais são variados. 
Esferocitose congênita 
Doença genética de caráter autossômico dominante, na qual há defeito na membrana dos eritrócitos ao nível do citoesqueleto. Quando as hemácias passam por 
um local pobre em glicose (o baço, por exemplo), elas modificam-se, tornam-se mais esféricas e são facilmente destruídas, seja no próprio baço ou em outros 
locais ricos em células macrofágicas. O quadro clínico varia de assintomático, que é o mais comum, à sintomáticos, cursando com anemia de grau variado, que 
pode acometer qualquer idade, úlceras nas pernas, esplenomegalia, litíase biliar e icterícia flutuante. 
O exame laboratorial da esferocitose congênita é caracterizada por: 
 Anemia (ou não, a depender do grau da esferocitose) 
 Reticulocitose 
 Microesferócitos 
 Coombs direto negativo 
 Hemólise: aumento de DHL e bilirrubina indireta 
O diagnóstico deve ser feito através do histórico familiar positivo associado aos exames laboratoriais. O teste de fragilidade osmótica pode ser realizado, 
entretanto possui muitos casos falso-positivos. O tratamento da esferocitose deve ser baseado nos sintomas do quadro, através de transfusões, colecistectomia 
em casos de litíase biliar, além de esplenectomia em casos de úlceras de membros inferiores e retardo de crescimento. 
Anemia hemolítica por deficiência de glicose-6-fosfato desidrogenase (G-6PD) 
A hemácia é uma célula anucelada, portanto não participa da síntese proteica. Assim, os processos 
metabólicos ficam dependentes das vias enzimáticas, sendo o ciclo da glutationa o maior agente redutor 
do eritrócito. A deficiência de G-6PD é a deficiência enzimática genética mais comum. Existem quatro 
síndromes associadas à deficiência da G-6PD. Em todas elas, a hemólise é agravada ou promovida por 
infecções ou por ingestão de medicamentos ou de alimentos que promovam estresse oxidativo. O quadro 
clínico pode variar desde assintomático a quadros dehemólise aguda. O bebê ao nascer com essa doença 
pode apresentar icterícia neonatal. Dentre as drogas que podem desencadear o quadro grave da deficiência 
de G6PD podemos citar: azul de metileno, azul de toluideno, dapsona, fenazopiridina, nitrofurantoína, 
primaquina, rasburicase. O diagnóstico é feito pela dosagem de G-6PD nos eritrócitos, quando o paciente 
se encontra fora das crises. 
As alterações laboratoriais encontradas quando o paciente se encontra na crise são: 
 Eritrócitos fragmentados (bite cells) 
 Remoção do Corpúsculo de Heinz (precipitado de hemoglobina oxidada no meio intracelular da 
hemácia) 
 Hemólise intravascular – aumento de DHL e bilirrubina indireta 
 Reticulocitose. 
O tratamento é suspender o fator desencadeante, além de transfusões sanguíneas alguns em casos. Nos 
recém-nascidos, pode ser feita a fototerapia e a exsanguineotransfusão. 
HEMOGLOBINOPATIAS 
São as doenças genéticas mais comuns. Estima-se que 7% da população mundial seja portadora de uma hemoglobinopatia. Consiste, principalmente, em síndromes 
talassêmicas (α e β) e hemoglobinopatias S, C e E (e suas associações). 
Anemia falciforme 
É a mais frequente das hemoglobinopatias. Ocorre, principalmente, em indivíduos negros e pardos. É uma anemia hemolítica crônica hereditária, cuja 
manifestação clínica surge em decorrência da HbS que polimeriza e promove a deformação do eritrócito de formato bicôncavo para a forma de foice em 
situações de baixa tensão de oxigênio. Essa alteração ocorre pela substituição de um aminoácido, ácido glutâmico, pela valina, na posição 6 da cadeia β da globina. 
O quadro clínico é reversível quando ocorre a reoxigenação da hemoglobina. Mesmo nas hemácias de formato normal, a presença da HbS reduz a capacidade 
de deformidade e torna o sangue mais viscoso. Episódios repetidos e prolongados de falcização danificam a membrana da célula. Por isso também, as hemácias 
em foice aderem à parede do endotélio, podendo resultar em lentificação do fluxo sanguíneo e fenômenos vasoclusivos. Devido a esses fenômenos, ocorrem 
quadros dolorosos muito intensos (musculares, dores abdominais e priapismo). A fragmentação da membrana do eritrócito favorece a lise mediada por 
complemento, promovendo hemólise intravascular. 
O diagnóstico laboratorial inclui o hemograma (anemia hemolítica e presença de drepanócitos no esfregaço), eletroforese de hemoglobina (que quantificaa 
hemoglobina S e detecta outras hemoglobinas anômalas), triagem neonatal e teste de falcização (útil para triagem da doença, não quantificação de HbS). No tipo 
heterozigoto da doença (HbAS), o sangue é normal ou pouco alterado e o risco de falcemização diminui. A hemoglobina que chamamos de protetora, visto que 
inibe a polimerização da hemácia, é a hemoglobina fetal (HbF). Essa está mais presente durante a vida fetal e sua produção vai diminuindo até a fase adulta. 
Portanto, quanto maior a concentração de HbF o indivíduo possuir, menos sintomático ele será. 
Talassemias 
Doença que promove diminuição ou ausência na síntese de cadeias globínicas α e/ou β (α-talassemias e α-talassemias, respectivamente). Os indivíduos 
homozigóticos para α ou α-talassemias são sintomáticos, enquanto os heterozigotos, em geral, são assintomáticos. Clinicamente são classificadas em major, 
intermediária ou minor. A talassemia major é grave e necessita de transfusões. A intermediária apresenta anemia, com ou sem esplenomegalia, enquanto a 
minor (ou traço) é assimtomática. Nas α-talassemias ocorre diminuição de cadeias β e excesso de cadeias α. As cadeias de α-globina são instáveis e precipitam 
no interior dos eritroblastos, o que interfere na maturação. Essa alteração leva à destruição intramedular dos precursores eritrocíticos (eritropoese ineficaz). A 
degradação dos componentes da cadeia globínica leva à alteração da membrana e à alteração da deformidade celular, o que contribui para o processo hemolítico. 
A betatalassemia pode ser dividida em dois tipos: (1) β0- talassemias: há ausência total de cadeias beta (ou totalmente não funcionantes); e (2) β1- talassemias: 
há diminuição da síntese de cadeias beta. 
Betatalassemia major ou anemia de Cooley: Geralmente homozigotos β0 β0. Clinicamente, observam- -se palidez acentuada, icterícia, hipodesenvolvimento 
ponderal e psíquico; hepatoesplenomegalia, alterações ósseas (crânio e face), alterações endócrinas (hipogonadismo), manifestações cardíacas, lesão hepática, 
hemossiderose (por transfusões repetidas) e colúria. 
Alfatalassemia com os quatros genes (α₂ ou β₂) ausentes é incompatível com a vida, ocorrendo hidropsia fetal. 
Talassemias por persistência da hemoglobina fetal: A produção de cadeias γ persiste no adulto, formando-se a HbF (α2 γ2). Há apresentações homozigotas e 
heterozigotas. As primeiras apresentam poliglobulia (a afinidade da HbF pelo oxigênio é maior), enquanto as outras são assintomáticas. 
Anemia sideroblástica 
Nesse tipo de anemia ocorre deposição de ferro no interior dos eritroblastos da medula (sideroblastos) decorrente de um defeito na síntese do grupo heme, 
promovendo uma síntese deficiente de hemoglobina. Essa deposição de ferro ao redor do núcleo da célula forma o que chamamos de sideroblasto “em anel”. O 
ferro no citoplasma é corado pela reação de Perls. Esse tipo de anemia é hipocrômica e microcítica ou normocrômica, apresentando policromasia. Os achados 
da medula, são os sideroblastos normais e em anel. A anemia sideroblástica pode ser hereditária, adquirida primária (causada pela mielodisplasia por exemplo) 
e adquirida secundária (causada por doenças como artrite reumatoide, intoxicação por substâncias – álcool, chumbo – e medicamentos como a isoniazida). A 
hereditária ocorre em indivíduos masculinos, mas é transmitida pelo sexo feminino (ligada ao sexo). 
Os achados laboratoriais na anemia sideroblástica são: 
 Ferro ↑ 
 Ferritina ↑ 
 Saturação de transferrina ↑ 
O tratamento desse tipo de anemia pode ser feito através: Retirada do agente causador, Quelante de metal pesado (chumbo). Se anemia hereditária: piroxidina. 
Se doença neoplásica: quimioterapia, Suporte: eritropoetina e transfusão sanguínea. 
ANEMIAS HEMOLÍTICAS ADQUIRIDAS 
Anemias hemolíticas imunológicas 
A anemia hemolítica autoimune (AHAI) é uma condição clínica incomum em que autoanticorpos se ligam à superfície dos eritrócitos, ocasionando sua destruição 
via sistema complemento (intravascular) ou sistema reticuloendotelial (extravascular). A AHAI é classificada de acordo com a temperatura de reatividade dos 
anticorpos aos eritrócitos. Na AHAI a quente, os autoanticorpos “quentes” reagem mais fortemente à temperatura corporal (37° C), sendo incapazes de aglutinar 
as hemácias, e a hemólise ocorre pela destruição pelo sistema reticuloendotelial. Na AHAI a frio, os autoanticorpos “frios” se ligam aos eritrócitos em temperaturas 
entre 4-18° C, podendo levar à aglutinação de eritrócitos na circulação sanguínea periférica, e, ao ser ativado o sistema complemento, ocorre a hemólise. Na forma 
mista, os dois tipos de autoanticorpos coexistem. 
Na anemia hemolítica autoimune por anticorpos quentes, a sintomatologia é de uma crise hemolítica, com anemia, icterícia, febre e colúria. No sangue são 
encontrados esferócitos e reticulócitos. As plaquetas podem estar diminuídas, determinando a síndrome de Evans, caracterizada por anemia hemolítica e por 
plaquetopenia. Já a por anticorpos frios, apresenta melhor prognóstico. Pode ser aguda, associada à pneumonia e à mononucleose infecciosa ou crônica 
associada ao linfoma. 
A AHAI também pode ser classificada com base em sua etiologia. A AHAI idiopática ou primária não apresenta correlação com a doença de base, já a secundária 
está associada a doenças, como LES, artrite reumatoide, doença linfoproliferativa, uso de medicamentos ou neoplasias. As doenças linfoproliferativas são 
responsáveis por mais da metade dos casos de AHAI secundária. Esses anticorpos são detectados por meio do teste da antiglobulina ou do teste de Coombs. 
Eles podem ser detectados no soro (teste de Coombs indireto) ou nos eritrócitos (teste de Coombs direto) dos pacientes. São, em geral, imunoglobulinas de tipo 
IgM ou IgG (raramente IgA). 
A doença hemolítica do recém-nascido ocorre quando aloanticorpos maternos dirigidos contra antígenos eritrocitários do feto são produzidos após a exposição 
a eritrócitos incompatíveis durante a gestação ou transfusão prévia. Nas anemias hemolíticas imunológicas associadas a medicamentos, estes podem provocar 
anemia hemolítica por vários mecanismos: Formação de imunocomplexos (anticorpo-fármaco-proteina plasmática) no qual o anticorpo e o complemento atacam 
a hemácia, Ligação do fármaco à hemácia e o anticorpo presente no plasma atua sobre ele, Modificação da membrana do eritrócito pelo fármaco, Fármaco 
promovendo indução da reação autoimune 
Anemias hemolíticas não imunológicas 
Anemias causadas por destruição dos eritrócitos que apresentam modificações de membrana, provocadas por mecanismos não imunológicos. São produzidas 
principalmente por infecções e por causas mecânicas. A infecção pelo plasmódio causador da malária leva a esse tipo de anemia por vários mecanismos: (1) 
mecânico, pela ruptura das células parasitadas; (2) aumento da fagocitose de hemácias não parasitadas, mas lesadas por macrófagos esplênicos- mecanismo de 
pitting; (3) hemólise intramedular; (4) mecanismo imunológico associado; (5) hemólise causada por antimalárico usado no tratamento. Outras infecções: 
Clostridium welchii, Haemophilus influenzae, Mycobacterium tuberculosis e Toxoplasma gondii também podem provocar anemia hemolítica. Outras causas 
mecânicas que alteram a morfologia das hemácias, tornando-as mais frágeis com diminuição de sobrevida são: válvulas cardíacas artificiais, microangiopatias, 
síndrome hemolítica-urêmica, hemólise dos corredores de longa distância (hemoglobinúria pela marcha) e coagulação intravascular disseminada. 
AINES E D ISFUNÇÃO RENAL 
A origem dos efeitos adversos observados no uso indiscriminado dessa classe de medicamento se baseia principalmente na inibição da produção de 
prostaglandinas. As prostaglandinas são produzidas a partir de fosfolipídios da membrana celular por uma cascata enzimática. O processo tem início com a 
conversão de fosfolipídios em ácidos araquidônico pela enzima fosfolipase A2. O ácidoaraquidônico é convertido em prostaglandinas, prostaciclinas e 
tromboxanos, a partir das enzimas ciclooxigenase, alvo dos AINEs. Nos rins, as prostaglandinas realizam vasodilatação, diminuição da resistência vascular e melhora 
da perfusão renal, com redistribuição do fluxo sanguíneo pode todo aparelho renal, mantendo assim o fluxo sanguíneo renal e a taxa de filtração glomerular em 
níveis adequados. A ausência das prostaglandinas no aparelho renal culmina em efeitos como vasoconstrição arteriolar renal e redução da taxa de filtração 
glomerular, podendo levar a distúrbios hidroeletrolíticos, síndrome nefrótica e insuficiência renal aguda (IRA). 
INTOXICAÇÃO POR GLIF OSATO 
A toxicidade dos produtos comerciais formulados à base de glifosato se manifestam por meio de alterações fisiopatológicas diversas. 
 Trato gastrointestinal: Lesões e ulcerações na mucosa oral com possibilidade de perfuração de esôfago, eritema de mucosa, disfagia, epigastralgia, 
vômitos, hemorragia digestiva e íleo paralítico 
 Sistema cardiovascular: Hipotensão transitória, disritmias, bradicardia ou taquicardia, com risco de choque nos casos mais graves 
 Sistema respiratório: Taquipneia, estertores difusos, pneumonite aspirativa e edema pulmonar 
 Sistema excretor: Oligúria ou anúria 
 Exposição dérmica: Edema periorbital, flictenas e vesículas, alterações sensoriais, eritema e irritação cutânea 
 Exposição inalatória: Pode causar desconforto oral ou nasal, gosto desagradável na boca, formigamento e irritação na garganta 
 
 
 
Interpretação do Hemograma – visão geral das anemias 
Índices hematimétricos 
 Hb – hemoglobina: quantidade de hemoglobina em todos os eritrócitos em 100 ml de sangue (VR para mulher = 12-15,5 g/dL/VR para homens = 
13,5-17,5 g/dl). A anemia é definida como uma hemoglobina abaixo do valor de referência. 
 Ht – hematócrito: porcentagem de volume total do sangue que é composta por eritrócitos (VR para mulher = 36-48%/VR para homens = 40-52%) 
 VCM – volume corpuscular médio: media do tamanho das hemácias (VR = 80-95 f/L). A partir dele conseguimos definir se é anemia microciticas, 
normociticas e Macrocíticas) 
 HCM – hemoglobina corpuscular media – hemoglobina media presente em cada hemácia (VR = 27-34 pg). Divide anemias em hipocromicas, 
normocrômicas e hipercromicas. 
 CHCM – concentração de hemoglobina corpuscular media: é a concentração média de hemoglobina em 100 ml de eritrocito (VR = 30-35 g/dl). O 
CHCM leva em conta o volume celular apenas e não o número de eritrócitos como no HCM. 
 RDW – amplitude de distribuição dos eritrócitos: índice de variação do tamanho dos eritrócitos (VR = 12-14% ou 37-47 fL. Indica anisocitose (quando 
as hemácias tem tamanhos muito diferença entre elas). 
 Número de eritrócitos: número de hemácias encontradas por litro de sangue (VR para mulheres = 3,9 – 5,6 x 10 elevado a 12/ VR para homens 4,5-
6,5 x 10 elevado a 12) 
 Número ou porcentagem de reticulócitos: reticulócitos são os eritrócitos imaturos, revela a atividade medular de produção de eritrócitos (VR = 
40.000-100.000 ou 0,5-1,8%). Tem que fazer correção da % do reticulócitos, pois essa porcentagem é em relação ao hematócrito que está anêmico. 
(% de reticulócitos x Ht do paciente / Ht normal) 
Outros dados do hemograma 
 Leucócitos 
o Segmentados (são os neutrófilos – células de defesa) 
o Linfócitos 
o Bastonetes 
o Monócitos (alergia ou parasitoses quando aumentados) 
o Eosinófilos 
o Basofilos 
o Metamielócitos 
 Plaquetas: originadas da medula óssea e fazem parte da homeostasia primaria. É originada pela fragmentação de uma célula chamada de 
megacariocito (VR = 150.000-450.000) 
O que os achados podem indicar: 
 Leucopenia – anemia aplasica, deficiência de B12, deficiência de ácido fólico. 
 Leucocitose – inflamação, infecção, neoplasia. 
 Monocitose – síndrome mielodisplasica 
 Linfopenia – Infecção viral (incluindo HIV) 
 Neutrófilos hipersegmentados – anemia megaloblástica 
 Trombocitopenia – anemia aplasica, deficiência de B12 e/ou ácido fólico, hiperesplenismo 
 Trombocitose – deficiência de ferro, anemia de doença crônica, neoplasia e sepse.

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