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HABILIDADES MÉDICAS – HEMATOLOGIA AULA 1 ANAMNESE DO SISTEMA HEMATOPOIÉTICO · Alimentação, febre, emagrecimento, sudorese noturna, dores ósseas, história de sangramento e tempo dos sintomas · História de exposição a agentes tóxicos à medula: organofosforados (inseticidas) e benzeno · Antecedentes pessoais e familiares (HF): Algumas hemopatias são de origem hereditária. Como: esferocitose hereditária, talassemia, hemofilia, doença de von Willebrand, leucemia. · Ambiente onde o paciente vive: lembrar das anemias carenciais. · Onde trabalham: relação com substâncias tóxicas. · Uso de medicamentos. · SINAIS E SINTOMAS: · ASTENIA/FRAQUEZA: · Instalação aguda ou gradual; · Graus variados; · Juntamente com a palidez, é a queixa comum nos casos de anemia, principalmente a ferropriva; · Quando associada a perda ponderal suspeitar de hemopatia maligna. · HEMORRAGIAS: · Perda sanguínea pela mucosa, aparecimento de manchas como petéquia, equimose, hematomas ou ainda hemartrose.· Petéquia Hemorragia vascular; pequena; não desaparece a digito-pressão; pode ser sinal de plaquetopenia. · Equimose Infiltração de sangue no SC; geralmente causada por traumas, coagulopatias. · Hematoma Coleção de sangue geralmente decorrente de um sangramento ativo; pode ou não ser necessário drenar. · Hermartrose É um sangramento articular; comum na hemofilia. · As hemorragias podem ser espontâneas ou surgir após trauma. · Quando originadas de doenças hematológicas Alterações dos pequenos vasos; Alterações das plaquetas; Deficiência dos fatores de coagulação. · Alteração de pequenos vasos alteração da capilaridade com extravasamento de sangue do vaso hemorragia perivascular. · Plaquetopenia sangramento de mucosa gengivorragia, metrorragia, enterorragia, hematúria, epistaxe e/ou da pele petéquia, equimose ou hematoma. · GERALMENTE A MANIFESTAÇÃO É CUTANEOMUCOSA. · Alteração de coagulação equimose, hematoma como na hemofilia. · FEBRE: · Comum nos pacientes com neutropenia. · Neutropenia vigência de infecção(?) sinalização do organismo febre · Pode ser decorrente a infecções ou nas leucemias agudas e anemias aplásicas. · Liberação de substâncias pirógenas pela célula maligna. · SEMPRE pensar em hemopatia maligna. · Linfoma de Hodgkin febre alta, constante sem resposta a antitérmicos e que persiste por 5 a 10 dias, retornando a níveis normais e depois voltando a se elevar – denominada “febre de Pel-Ebstein”. · Lembrar dos sintomas B. · ICTERÍCIA:· IMPORTANTE diferenciar da icterícia as custas de BD origem hepática. · Como avaliar função hepática: dosagem de transaminases ALT/AST, albumina e TP. · Comum na anemia hemolítica por aumento da BI no sangue com excreção aumentada de urobilinogênio nas fezes e urina. · Acompanhada de palidez, astenia, dores osteomusculares, colúria. · ADENOMEGALIAS, ESPLENOMEGALIA E HEPATOMEGALIA: · Frequente nos processos linfoproliferativos. · Em leucemias organomegalias pela proliferação de células neoplásicas. · Pode ser acompanhada de sintomas compressivos dor, dispneia, dificuldade motora. · ALTERAÇÕES DA PELE E FÂNEROS:· deficiência de vitamina B12 Queilite angular · anemia ferropriva Coiloniquia · policitemia Eritrodermia · linfoma Prurido cutâneo por provável aumento de IgE · leucemias linfoides prurido cutâneo · Palidez, queda de cabelo e unhas quebradiças na anemia; · SINTOMAS OSTEORTICULARES E MUSCULOESQUELÉTICOS: · Comuns nas anemias crônicas e nas coagulopatias. · Na doença falciforme caracteriza-se por dores ósseas e articulares intensas – crise vasoclusiva. · A dor é causada pela presença de microêmbolos e de infartos vasculares por aglutinação das hemácias falcizadas. · Falcemização infarto vascular formação de tecido conjuntivo deformidades ósseas · A hiperplasia de eritrócitos pode haver deformidades ósseas como na calota craniana e ossos da face, observada em portadores de talassemia, formas graves · Na hemofilia a dor é articular devido ao sangramento espontâneo, pode haver deformidade. · Principais articulações acometidas: joelhos, tornozelos, quadril e cotovelos. · A síndrome das pernas inquietas, espasmos musculares noturnos podem aparecer na carência por ferro. · SINTOMAS CARDIORESPIRATÓRIOS: · SEMPRE relacionados a anemia grave – diminui a capacidade laborativa e a tolerância ao exercício. · Sintomas são dispneia, dor torácica, taquicardia. · Massas mediastinais causadas por linfomas também podem causar dispneia, tosse e dor torácica. Pode haver SVCS – síndrome da veia cava superior (edema cervicofacial, pletora facial, dispneia, edema MMSS, disfagia). · SINTOMAS GASTROINTESTINAIS: · Compreendem as hemorragias na mucosa TGI, da boca ao reto. · São frequentes nas leucemias agudas, nas púrpuras plaquetopênicas e nas plaquetopenias. · Pode ocorrer dor abdominal quando há crescimento tumoral intra-abdominal. · Doença falciforme ocorre infarto esplênico podendo causar dor. · Nas anemias hemolíticas litíase bilar por cálculos de sais de bilirrubina cursando com cólica abdominal. · SINTOMAS GENITURINÁRIOS: · Mais importantes: menometrorragia e hematúria causadas quase sempre por plaquetopenia. · Menorragia é a causa mais frequente de anemia ferropriva em mulheres em idade fértil. · Colúria pode ocorre em episódios de hemólise. · Sintomas de IRA (edema e oligúria) podem estar presente nos pacientes com mieloma múltiplo. · SINTOMAS NEUROLÓGICOS: · Anemia ferropriva pode ser causa de déficit de aprendizagem na infância. · Parestesia é sintoma de deficiência de vitamina B12, porém pode ocorrer sintomas variados como mielopatia, neuropatia, sintomas psiquiátricos. · Plaquetopenia pode causar AVC hemorrágico. · Pode haver infiltração do SNC de células leucêmicas ou linfomatosas causando cefaleia e vômitos (HIC) ou compressão medular com parestesias e paraplegias. · Na LMA pode ocorrer infiltração leucêmica na cavidade orbitária (CLOROMA) com lesão do n.óptico com sintomas de diminuição da acuidade visual. · Na policitemia vera, o aumento da massa de hemácias leva a um quadro de hiperviscosidade sanguínea com consequente dificuldade da circulação em pequenos vasos podendo causar cefaleia, vertigens, escotomas, sintomas motores e sensoriais nas extremidades. AULA 2 HEMOGRAMA · Exames complementares: LARISSA FONTOURA – MEDICINA 171 – UNESC · · Hemograma · Mielograma (aspirado de MO) · Anatomopatológico de MO (Bx) · Reações citoquímicas, ultraestruturais, imunológicas · Adenograma · Esplenograma (valor histórico) · Citogenética (cariótipo) · Exames radiológicos ou por imagem · Parasitológico de fezes HEMOGRAMA · Exame do sangue periférico · Expressa: · Número de eritrócitos e os índices hematimétricos · Número de leucócitos em valor absoluto e os valores relativos/percentuais dos tipos de leucócitos · Número de plaquetas e a velocidade de hemossedimentação · SÉRIE ERITROCITÁRIA · Hemoglobina: constituída de uma parte proteica (globina) e um núcleo contendo ferro (heme) · Constituída 4 cadeias polipeptídicas globinas (alfa, beta, gama, delta) cada uma combinada com uma porção heme. · Heme formado por 4 anéis aromáticos + 1 ferro no centro capaz de ligar o O2. · Cada molécula de hemoglobina é capaz de se ligar a 4 moléculas de O2 · Número de eritrócitos circulantes: 4.500.000 a 5.000.000/mm3 (mais alto no sexo masculino) - quantitativo · Exame qualitativo esfregaço do sangue periférico (análise da forma, tamanho e características dos eritrócitos) · Eritrócitos: disco bicôncavo, com diâmetro de 5 micra após a coloração, observa-se tonalidade amarelo-pardacenta mais escura nas bordas das, com o centro mais claro · Reticulócitos: eritrócitos jovens que aparecem no sangue em pequena proporção (1-1,5%) · Aumento ligado à emissão de maior número delas da MO, geralmente por perda aumentada na periferia - reticulocitose · Dosagem de Hemoglobina (Hb) Homens 14 e 18 g/dL Mulheres 12 e 16g/dL · Hematócrito (Ht): · Indica o volume total de eritrócitos · Expresso em fração de glóbulos por litro de sangue Homens 0,41 a 0,51 (41-51%) Mulheres0,37 a 0,47 (37-47%) · Valor Globular (VG):0,9-1,0 · Baseado na relação arbitrariamente fixada de que 100% dos eritrócitos corresponde a 5 milhões/mm3 · Calculado dividindo-se a metade da hemoglobina (%) pelas duas cifras iniciais dos eritrócitos · Valor Globular Médio (VGM) ou Volume Corpuscular Médio (VCM):80-100 fl · Refere-se ao volume médio de um único eritrócito · Resultado é em fentolitros · Classifica as anemias em: Macro, Micro e Normocíticas 26-35 pg · Hemoglobina Corpuscular Média (HCM): · Expressa a quantidade média (peso) de hemoglobina contida em um único eritrócito · Classifica as anemias em: Hipocrômica, Normocrômica e Hipercrômica 31-36 g/dL · Concentração Hemoglobina Corpuscular Média (CHCM): · Expressa a quantidade média (concentração) de hemoglobina por eritrócito, independete do seu tamanho · Classifica as anemias em: Hipocrômica, Normocrômica e Hipercrômica · Red cell distribution width (RDW): · Indica variação de volume eritrocitário · RDW aumentado -> anisocitose · Hemoglobin distribution width (HDW): · Indica variação de concentração de hemoglobina de uma determinada amostra de eritrócitos sanguíneos 0-10 mm/hora · Hemossedimentação dos glóbulos vermelhos: · Velocidade de sedimentação dos eritrócitos é avaliada em função de um período de tempo de 1h e 2h · A velocidade depende = volume de células vermelhas e da composição química do plasma, especialmente de proteínas · Teste não é específico de hemopatias, entretanto valores aumentados podem significar doença em evolução (condições crônicas, doenças reumáticas, doenças malignas) · Valores normais não excluem estado mórbido · Ex: na anemia, o VG ou Ht é menor do que o normal, logo sedimentam-se com maior rapidez; em casos de poliglobulia, a sedimentação é lentificada · SÉRIE LEUCOCITÁRIA 1. Polimorfonucleares (granulócitos): neutrófilos (segmentados + bastonetes), eosinófilos e basófilos 2. Mononucleares: monócitos e linfócitos · Exame que estuda: leucograma ou fórmula leucocitária (parte do hemograma) · Valores normais: 4.000 a 10.000 por mm3 · Leucocitose: resposta do organismo a agentes estimulantes da produção de leucócitos (infecções, por ex.) ou nos processos de proliferação malignaLeucocitose aumento Leucopenia diminuição · Algumas situações fisiológicas podem cursar com leucocitose (ex. gestação) · Com maior frequência está na dependência de neutrófilos (neutrofilia) ou linfócitos (linfocitose) · Infecções bacterianas: leucocitose às custas de neutrófilos (comum encontrar células da linhagem neutrofílica mais jovens que os bastonetes, como metamielócitos, mielócitos e até promielócitos (em condições normais ficam na MO; chamado de desvio à esquerda) · Podem aparecer granulações tóxicas nos granulócitos maduros, bastonetes e segmentados · Reação leucemóide: quando a reação granulocítica neutrofílica é acentuada, pode haver leucocitose e intenso desvio à esquerda, encontrando células imaturas na circulação (mieloblastos) · Simula um “processo proliferativo leucêmico”, porém células de forma e função normais · Reação leucoeritroblástica: ocorre leucocitose com desvio à esquerda e a presença de eritroblastos circulantes, ex. fibrose medular · Leucopenia: evidenciam diminuição da produção de leucócitos pela medula óssea · Geralmente causadas por queda nos neutrófilos (neutropenia), associada ou não à diminuição de outros granulócitos (ex. uso de fármacos antitireoidianos, fenotiazinas, quimioterapia, neoplasias, doenças infecciosas, virais, neutropenia crônica benigna, neutropenia cíclica, LES). · Mais raramente como causa: redução de linfócitos (linfopenia) – ex. AIDS, RT/QT, LES · Eosinofilia: é o aumento no número absoluto de eosinófilos (>500) – ex. parasitose, doenças alérgicas como asma, rinite, urticária. · Eosinopenia: <50, ex. causas: estresse, doenças infecciosas, uso de corticóide. AULA 3 ANEMIA E EXAMES COMPLEMENTARES · ANEMIA: diminuição dos níveis de hemoglobina na circulação (é o mais usado) · Redução em um ou mais índices hematimétricos obtidos através de Hb, Ht, VG · Valor varia com o sexo, raça, gestante…Homens: <13 g/dL Mulheres: <12 g/dL · Hemoglobina: Organização Mundial de Saúde (OMS): · Mais velhos tem valores muito menores · Negros tem nível de hb menor · Etiologia depende: · · Fatores epidemiológicos · Anamnese · Exame físico · Investigação laboratorial · Hemograma = rastreio da possível anemia (numero de eritrócitos) · Anemia ferropriva em mulheres – causa mais comum é a perda anormal de sangue pela menstruação · Anemia ferropriva em homens – causa mais comum é hemorragia tgi · Sintomas cardiovasculares – anemia grave · Sintomas no cabelo e unas – anemia crônica · Icterícia – anemia crônica hemolítica · Epidemiologia: · Causa mais comum no mundo é a carência de ferro · Pacientes hospitalizados ou doenças crônicas: anemia de doença crônica · Descendentes de italianos e árabes: talassemia · Negros: doença falciforme · Exames necessários: · · Perfil de ferro · Dosar b12 · Falciforme – hemoglobina s · Mielodisplasia – aspirado de medula óssea · Por doença crônica – marcadores – proteína c reativa, vhs... · Achados da história e exame físico: · Sangramento excessivo (TGI, TGU) – ferro · Sintomas de neuropatia e glossite – anemia megaloblástica · Associada a emagrecimento e sudorese – síndrome neoplásica ou SIDA · SINTOMAS · Decorrentes da hipóxia · Intensidade depende da idade, sexo, tempo de instalação, comorbidades, uso de medicamentos · Idade: · Idosos acamados sintomas não são notados; · Criança gasto energético maior os sintomas são percebidos ela tem perda de capacidade de aprendizagem · Mulheres suportam menos a anemia em comparação aos homens · Tempo: · Instalação lenta – sintomas aparecem devagar e alguns são tamponados ou nem percebidos · Instalação rápida – sintomas melhor percebidos · CLASSIFICAÇÃO · Dois critérios 1. Morfológico - mais usado 2. Cinético ou fisiopatológico · Na prática devem ser usadas ambas as classificações · MORFOLÓGICO: aspecto morfológico dos eritrócitos · Macrocíticas (VCM > 100): hemácias de grande volume (e geralmente hipercrômicas); algumas anemias podem ser megaloblásticas; ex: carência de folatos ou vitamina B12 (cianocobalamina) · Microcíticas: hemácias de pequeno volume (geralmente pobres em hemoglobina ou hipocrômicas); ex: anemias ferroprivas e talassemia, esferocitose Geralmente são hipocrômicas · Normocíticas: tamanho normal (geralmente normocrômicas); ex: anemias de doenças crônicas, hemolíticas; aplasias medulares. · Diagnostico diferencial de anemia ferropriva: talassemia, esferocitose, ovocitose · Ácido fólico e vit b12 – essenciais para a formação do dna · Megaloblastos = deficiência de ác fólico e b12 = VCM>120 · Hemorragia aguda: 1º dia = anemia normocítica e normocrômica 2º dia = anemia ferropriva · CINÉTICO: fornece a base fisiopatológica para explicar os tipos de anemia, avaliação depende da regeneração medular (avaliada pela produção de reticulócitos). · Hipoproliferativa: carenciais (não vão ter os substratos para a produção), distúrbios medulares… (sem reticulocitose) · Hiperproliferativas: hemolítica ou sangramento agudo (com reticulocitose) · Reticulocitose – aumento dessa célula no sangue periférico · Correção do percentual reticulocitário: · IRC (índice de reticulócitos corrigidos) = Ht/40 x %ret · IRC = Hb/15 x %ret · Para calcular se a anemia é hipercinética ou hipocinética Hipocinética muito mais frequente Hipocinética = hipoproliferativa Hipercinética = hiperproliferativa VCM < 80 CHCM < 32 ANEMIA FERROPRIVA · A eritropoese em paciente com deficiência de ferro resulta em células com conteúdo reduzido de hemoglobina -> hemácias hipocrômicas e microcíticas · Redução nos índices hematimétricos VCM E HCM · Contagem de reticulócitos reduzida (hipocinética/hipoproliferativa) – faltam substancias essenciais para a formação da hb) · METABOLISMO DO FERRO · Maior parte (70-75%) nas hemácias e o restante (25%)nas proteínas (compartimentos armazenadores de ferro), cerca de 2% fica circulando no plasma, ligado à transferrina sérica · Apoferritina – proteína sintetizada pelo fígado (proteína reagente de fase aguda) quando ligada ao ferro ganha o nome de ferritina (principal estrutura responsável pelo armazenamento e transporte do ferro no organismo) · Hemossiderina – derivado da ferritina após proteólise por enzimas lisossomais também funciona como armazenamento (com liberação lenta) · Tranferrina (siderofilina) – responsável pelo transporte de ferro o plasma · Hemossiderina = visto muito bem na RNM; 1. Ferro ingerido (carne vermelha, vegetais verde escuro, feijão, lentilha, beterraba...) 2. 1-2mg de absorção máxima por dia pelo duodeno (se precisar repor rapidamente ou se tiver problema de absorção, dar parenteral) 3. Transferrina carrega e leva até o local de armazenamento 4. Medula óssea, músculo (mioglobina armazena), fígado (apoferritina), SRE (nos macrófagos) 5. Perdemos ferro na mesma proporção – por descamação de células (principalmente pelo sistema digestivo, menstruação...) · LABORATÓRIO DO FERRO · TIBC (CLTF) – Total Iron Binding Capacity ou Capacidade de Ligação Total do Ferro · Representa a capacidade da transferrina de se ligar ao ferro · Não sofre influência direta das variações do nível de ferro · Saturação de transferrina – representa o percentual de todos os sítios de ligação de transferrina que estão ligados ao ferro · Ferritina – representa os estoques de ferro · Ferro sérico – quantidade de ferro no plasma (mede o ferro ligado a transferrina) · CAUSAS MAIS FREQUENTES: · Perda sanguínea – uterino, gastrointestinal, pulmonar e renal · Má absorção – TGI (principalmente duodeno) · Ingesta deficiente – Vegetarismo · Aumento da demanda – gestação, estirão do crescimento, prematuridade · Quando a carência de ferro é crônica observamos mudanças teciduais, ex: astenia, lipotimia, anorexia, alterações tróficas da pele e anexos · SINTOMAS TÍPICOS: · · glossite atrófica · perversão do apetite – geofagia; · disfagia cervical por membrana de Plummer-Vinson); · coiloníquia · estomatite angular · cabelos finos e quebradiços · amenorréia · diminuição da libido · Geofagia – comer terra · Coiloníquia – unha em forma de colher · · DIAGNÓSTICO LABORATORIAL: · · Hemoglobina · Hematócrito · VCM · CHCM · Reticulócitos ou N (sobe rapidamente após início da terapêutica – crise reticulocitária) · RDW ↑ (anisocitose) · Ferro sérico · Índice de saturação de transferrina · Ferritina ou limite inferior da N · Medula óssea: hiperplasia de eritroblastos (microeritroblastos) ; · Reação de Perls mostra redução dos grãos de hemossiderina e redução dos eritroblastos que contêm grãos de ferro (sideroblastos) – EXAME PADRÃO-OURO – mas não chegamos a fazer · Se deu ferro e o pct não melhorou – daí sim fazer exame de medula ANEMIA MEGALOBLASTICA · Grupo de doenças caracterizadas pela presença de alterações morfológicas nos eritroblastos em desenvolvimento na MO · Causa: bloqueio na síntese de DNA (divisão celular se torna lenta, com crescimento citoplasmático normal) · CUIDADO: Anemia megaloblástica NÃO é o mesmo que anemia macrocítica (anemia megaloblástica é uma das causas de anemia macrocítica) · A vitamina B12 e o ácido fólico interferem na utilização da desoxiuridina que, a partir dessa substancia, forma timidina-monofosfato, que entra na composição da timina, uma das quatro bases presentes do DNA · Na MO, os eritroblastos que desenvolvem esta alteração são chamados de Megaloblastos · Os Megaloblastos (células defeituosas) são reconhecidos pelos macrófagos no interior da MO e depois destruídos eritropoiese ineficaz · CAUSAS: · Carência de ácido fólico (folato) · Carência de vitamina B12 (cianocobalamina) · Medicamentos (impedem a síntese do DNA como antagonistas das purinas e pirimidinas e que interferem no metabolismo do folato como metotrexato, anticonvulsivantes). · Fármacos alquilantes, ex. 6-mercaptopurina · Anemia perniciosa – anticorpos anti-celulas parietais da mucosa gastrica (hipocloridria e anemia def B12) · Acido folico – encontrado em folhas · ALTERAÇÕES LABORATORIAIS: · Macrocitose – VCM > 110 (diagnóstico provável); VCM >120 (diagnóstico praticamente certo) · RDW pode estar aumentado · Neutropenia · Plaquetopenia · Hipersegmentação de neutrófilos · Macroovalócitos · Dosagem de cobalamina e ácido fólico · Dosagem de ácido metilmalônico (elevado na deficiência de B12) · Dosagem de homocisteína (elevado nas duas) · LDH / Bilirrubina elevados (eritropoese ineficaz) · Metabolitos que aumentam quando ocorre reduçao b12 intracelular ANEMIA DE DOENÇA CRÔNICA · Desenvolve-se em condições inflamatórias ou neoplásicas em período superior a 20-60 dias · LABORATÓRIO: achado paradoxal de Ferro sérico baixo com ferritina sérica normal ou alta · Normocítica · Normocrômica· Macrófago vai estar ativado e produz interleucina 6, 1b e vão atuar no fígado e outros órgãos · Epsidina produzida pelo fígado vai atuar no tgi e diminuir a produção de ferro · As interleucinas vao atuar no rim e diminuir a eritropoietina e atuar na mo e diminuir a produção de eritrócitos 1. Diminuição da absorção do ferro 2. diminui eritropietina 3. Diminui eritrócitos · ACHADOS LABORATORIAIS: · Maioria tem anemia leve, com hemoglobina em torno de 10-11g/dL · Normocítica e normocrômica (<25% hipocrômica e microcítica) · Anemia severa com níveis de Hb <8 g/dL pode ocorrer em 20% dos casos · Hipoproliferativa · Aumento de citocinas (IL-6, IF-gama) e reagentes de fase aguda (PCR, ferritina, VHS) · Ferrograma ferro sérico baixo, TIBC baixo, IST normal ou baixa, ferritina alta · Esfregaço do sangue periférico leucocitose com desvio à esquerda, outras desordens dos leucócitos dependendo da doença de base · Macrófagos na MO com quantidade normal de ferro, redução sideroblastos · Ferritina proteína de fase aguda e armazenadora de ferro · Vhs, ferritina e pcr aumentados = PROTEINAS DE FASE AGUDA · Maioria apresenta anemia normocítica e normocrômica · Pq o corpo faz isso? Poupar energia (produzir hemácia e absorver ferro gasta) e prioriza a energia para o macrófago · COMO FAZER O DIAGNÓSTICO? · Ferro sérico baixo · Normal: 60 a 150 mcg/dL ou 0.6 a 1.5 mg/L; 11 a 27 microM/L · Tranferrina sérica Normal a baixa (CTLF) · Normal: 300 a 360 mcg/dL ou 3 a 3.6 mg/L; 54 a 64 microM/L · Baixo índice de saturação de transferrina · HOMENS: DE 20 A 50%; · MULHERES: DE 15 A 50% · Ferritina sérica normal ou elevada · Normal: 40 a 200 ng/mL ou 40 a 200 mcg/L; 90 a 449 picoM/L · VHS elevado · Normal: 0 a 20 mm/hour [homens], 0 a 30 mm/hour [mulheres]) · ou PCR elevada (Normal: <3 mg/L) HEMOGLOBINOPATIAS · Hemoglobina adulto (>6 meses): HbA, alfa2/beta2 · Hemoglobina Fetal: HbF, alfa 2/gama2 – 60-80% em feto a termo, no adulto corresponde a menos de 1% · Hemoglobina A2: HbA2, alfa2/delta2 – sua concentração no adulto é de 2 a 3% · Hemoglobina A1c: difere da HbA somente na adição de uma molécula de glicose – perfaz 3% do total da hemoglobina em adultos normais · Talassemia: redução ou ausência da produção de uma ou mais cadeias de globina (alfa ou beta) -> ausência de alfa (alfa-talassemia), ausência de beta (beta-talassemia) · HbS: Hemoglobina S (falciforme) – mutação no gene beta de hemoglobina · HB H: TETRAMERO DE CADEIAS BETA · HB BARTS: TETRAMERO DE CADEIAS GAMA ANEMIAS HEMOLÍTICAS · anemia normocítica normocrômica + icterícia + colúria · Causas = hemoglobinopatias por ex · Baço reconhece como células anormais e lisa elas · Quadro de diagnostico diferencial · Anemia por doença crônica = 75% vai ser normocitica e normocrômica · Ferritina diminuída na anemia ferropriva e aumentada na doença crônica ! ANEMIA FALCIFORME · Doença hematológica hereditária mais comum no mundo, maior prevalência na raça negra · Cromossomo 11 -> adenina é substituída por Timina, resultando na substituição aa glutamil por valina e formação de hemoglobina S · TIPOS: · Anemia falciforme – SS · Traço falciforme– AS · O gene da HbS pode se combinar com outras anormalidades hereditárias, como hemoglobina C, D, S-betalassemia (doença falciforme) · Autossômica recessiva · Diferenciar pela eletroforese de hb – o traço da anemia · Vantagem: maior resistência contra a malária, principalmente quem tem o traço = ele não consegue infectar · Apresentação: mais frequente em negros, dificuldade de crescimento e aprendizado, maior predisposição por germes encapsulados por conta dos microembolismos e venoclusões (as crises de falcizações tem microembolismos – vão muito pro baço – formam micro infartos no baço – aumenta o tamanho do baço – após o tempo tem a autoesplenectomia – favorece infecções por germes encapsulados) · Principal causa das crises – infecções, por isso se faz vacinas preventivas · Durante as crises – dores articulares, infartos isquêmicos, ulceras maleolares, dor abd (isquemia mesentérica), priapismo, síndrome mão e pé, icterícia, problemas no baço = picos de dor (dor piora ainda mais a crise) -> fazer analgesia plena para não piorar as crises ANEMIA APLÁSICA · 2 picos de incidência: adultos jovens (15-25 anos) e após 60 anos · Consiste na susbtituição do tecido hematopoiético por tecido gorduroso · Etiologia: idiopática (60% casos); outras causas: hereditária – Sd. Fanconi, agentes mielotóxicos (agentes físicos ou químicos), vírus e doenças imunes · Medula óssea não forma células suficientes · Dipirona pode causar · Pancitopenia é a regra, associado a biópsia de medula óssea com menos de 30% do espaço medular ocupado por células hematopoiéticas · Neutropenia · Leucoeritroblastose: Ocorre por lesão da célula tronco · Hemograma – pancitopenia (plaqueta, hemácias, leucócitos) · Diagnostico – biopsia de medula e contagem de células (menos de 30% do espaço medular composto de células hematopoiéticas) APLASIA PURA DA SÉRIE VERMELHA (APSV) · Condição em que precursores eritroide na MO estão ausentes, porém outras linhagens estão normais · Manifesta-se como anemia normocítica e normocrômica, com ausência virtual de reticulócitos (muito diminuídos), Hb muito baixa (<6g/dL) · Dx: mielograma · Pode também ter problema em só uma linhagem
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