Buscar

Processo de Envelhecimento

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 59 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 59 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 59 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

UC9 - Processo de Envelhecimento 1
�
UC9 - Processo de 
Envelhecimento
Bárbara Carvalho Reis | med fap
Tutoria 01: Alterações do Envelhecimento e o Estatuto do Idoso
Conhecer os princípios do Estatuto do Idoso
Disposições Preliminares
Esse estatuto regula os direitos assegurados às pessoas com idade igual ou superior a 
60 anos;
O idoso goza de todos os direitos fundamentais inerentes à pessoa humana, sem 
prejuízo da proteção integral de que se trata esta Lei, assegurando-se-lhe, por lei ou 
por outros meios, todas as oportunidades e facilidades, para preservação da sua saúde 
física e mental e seu aperfeioamento moral, intelectual, espiritual e social, em 
condições de liberdade e dignidade.
É obrigação da família, da comunidade, da sociedade e do Poder Público assegurar ao 
idoso, com absoluta prioridade, a efetivação do direito à vida, à saúde, à alimentação, à 
educação, à cultura, ao esporte, ao lazer, ao trabalho, à cidadania, à liberdade, ao 
respeito e à convivência familiar e comunitária.
A garantia de propriedade compreende:
atendimento preferencial imediato e individualizado junto aos órgãos públicos e 
privados prestadores de serviços à população;
preferência na formulação e na execução de políticas sociais públicas específicas;
destinação privilegiada de recursos públicos nas áreas relacionadas com a 
proteção do idoso;
UC9 - Processo de Envelhecimento 2
viabilização de formas alternativas de participação, ocupação e convivío do idoso 
com as demais gerações;
priorização do atendimento do idoso por sua própria família, em detrimento do 
atrendimento asilar, exceto dos que não possuam ou careçam de condições de 
manutenção da própria sobrevivência;
capacitação e reciclagem dos recursos humanos nas áreas de geriatria e 
gerontologia e na prestação de serviços aos idosos;
estabelecimento de mecanismos que favoreçam a divulgação de informações de 
caráter educativo sobre os aspectos biopsicossociais de envelhecimento;
garantia de acesso à rede de serviços de saúde e de assistência social locais.
prioridade no recebimento da restituição do Imposto de Renda.                  (Incluído 
pela Lei nº 11.765, de 2008).
Dentre os idosos, é assegurada prioridade especial aos maiores de oitenta anos, 
atendendo-se suas necessidades sempre preferencialmente em relação aos 
demais idosos.                 (Incluído pela Lei nº 13.466, de 2017)
Nenhum idoso será objeto de qualquer tipo de negligência, discriminação, 
violência, crueldade ou opressão, e todo atentado aos seus direitos, por ação ou 
omissão, será punido na forma da lei.
É dever de todos prevenir a ameaça ou violação aos direitos do idoso.
Direitos Fundamentais
Capítulo I – Do Direito à Vida 
̵ Capítulo II – Do Direito à Liberdade, ao Respeito e à Dignidade 
̵ Capítulo III – Dos Alimentos 
̵ Capítulo IV – Do Direito à Saúde 
Capítulo V – Da Educação, Cultura, Esporte e Lazer 
̵ Capítulo VI – Da Profissionalização e do Trabalho 
̵ Capítulo VII – Da Previdência Social 
̵ Capítulo VIII – Da Assistência Social 
̵ Capítulo IX – Da Habitação 
̵ Capítulo X – Do Transporte
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2008/Lei/L11765.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2017/Lei/L13466.htm#art2
UC9 - Processo de Envelhecimento 3
Compreender os aspectos biopsicossociais envolvidos com o processo de 
envelhecimento
Senescência ou senectude x Senilidade
Senescência: resulta do somatório de alterações orgânicas, funcionais ou psicológicas 
próprias do envelhecimento nromal.
Senilidade: modificações determinadas por afecções que frequentemete acometem a 
pessoa idosa. É, por vezes, extremamente difícil.
O limite entre os dois não é preciso e apresenta zonas de transição frequentes, que 
dificultam a discriminação.
Nos idosos portadores de múltiplas doenças, somam-se os efeitos das alterações 
fisiológicas próprias do envelhecimento normal e os decorrentes de modificações 
funcionais produzidas pela presença de doenças concomitantes.
O envelhecimento (processo), a velhice (fase da vida) e o velho ou idoso (resultado 
final) constituem um conjunto cujos componentes estão intimamente relacionados.
O envelhecimento pode ser dar de forma primária ou secundária:
primário: presente em todas as pessoas, geneticamente determinado o pré-
programado;
secundário: resulta de influências e varia entre os indivíduos; decorrente de fatores 
cronológicos, geográficos e culturais. Se esses fatores não forem considerados, as 
diferenças encontradas entre grupos de pacientes podem ser erroenamente 
atribuídas ao envelhecimento primário.
Sexualidade:
A sociedade tem uma visão que a prática sexual na terceira idade ainda transcorre nos 
moldes de que a pessoa quando alcança a fase da velhice deixa de ser sexual, 
resultando na concepção de que idosos são pessoas assexuais. A atividade sexual 
para o idoso deve ser compreendida partindo do princípio de que ela se compõe da 
totalidade deste indivíduo, devendo ser considerado no seu sentido holístico, 
portanto, não somente fator biológico, como também biopsicossociocultural.
UC9 - Processo de Envelhecimento 4
Considerando a sexualidade em sua denominação, deve-se compreender e esclarecer 
aos idosos que mesmo na ausência de parceiro, a busca pelo prazer pode ser 
alcançada por outras formas e que sua identidade sexual não se estabelece pela 
presença do outro. Os fatores que podem interferir na expressão da sexualidade ou no 
ato sexual transcorrem pelos aspectos individuais, fisiológicos e sociais, e apesar das 
limitações que podem ocorrer na velhice, a satisfação sexual ainda pode permanecer.
As dificuldades na aceitação da sexualidade nessa fase podem partir tanto pela 
ausência de informação como no entendimento que a sexualidade esteja restrita a 
genitalidade, concepção essa que existe entre os idosos e sociedade. Outro aspecto 
considerado principalmente pelas idosas, refere-se à beleza corporal, ligada à 
juventude e que em virtude do avanço da idade não se sentem atraentes para terem 
relação sexual. A presença fixa do parceiro é referida como aspecto positivo para 
continuidade das relações.
Problemas de redução da libido.
Dispareunia e disfunção erétil.
Aumento ou prevenção de IST.
Infantilização
Familiares e profissionais de saúde tratam idosos como criança, desconsiderando suas 
escolhas e opniões, retirando a autonomia e excluindo-os de conversas importantes.
A infantilização do idoso é um mal que pode fazer com que os idosos se sintam 
diminuídos e tenham sua autoestima severamente afetada. "Na medida em que 
minimizamos sua autoconfiança e sua autoestima, o idoso é levado a ter um olhar 
sobre si mesmo como alguém frágil e incapaz"
Pela ótica da psicanálise, a infantilização é uma fonte de violência que gera traumas e 
conflitos perigosos, que, destruindo a autoconfiança, apressa o declínio geral do idoso. 
"A infantilização coloca uma barreira entre o idoso e o mundo, como se este estivesse 
regredindo de importância enquanto sujeito. Isso traz consequências drásticas na 
saúde física também."
"Quando se infantiliza o idoso, se está promovendo a autonomia ou a dependência 
dele? Muitas vezes a intenção de proteger o idoso pode ser um excesso de cuidado 
UC9 - Processo de Envelhecimento 5
que tira a sua independência. A perda da autonomia afeta a autoestima, a 
autoconfiança e prejudica o desenvolvimento da pessoa.
Ao infantilizar uma pessoa idosa estamos ocultamente praticando uma violência contra 
ela, que vai de desencontro ao Estatuto do Idoso quando diz “é obrigação da 
sociedade, família e Instituição assegurar à pessoa idosa a liberdade, o respeito e a 
dignidade, como pessoa humana e sujeito de direitos civis, políticos, individuais e 
sociais, garantidos na constituição e nas leis”.
Limite entre carinho e infantilização: Tratar com carinho é permitir, mesmo com 
dificuldades, que a pessoa possa exercer sua autonomia e independência (quando 
possível). Auxiliar e não fazer por ele, é carinho. Respeitar suasvontades e decisões é 
carinho. Chamar de mãezinha, paizinho, vozinha é carinho. Não permitir que a pessoa 
idosa realize suas atividades, tome suas decisões, participe de atividades e seja 
chamada por qualquer adjetivo pejorativo que não seu nome é violência emocional.
Luto e depressão (melancolia)
O luto corresponde a uma reação normal à perda de um ente querido ou de uma 
abstração que o substitua, como a pátria ou um ideal, por exemplo. Considera-se 
normal e se acompanha sem perturbá-lo. Em ambos os casos encontramos o mesmo 
sentimento doloroso, a perda de interesse pelo mundo exterior, a inibição de toda 
produtividade e investimento, e a incapacidade de amar; mas, no caso da melancolia, 
observamos, além dessas 
características, sentimentos de culpa, autocensura e expectativa de punição.
O sujeito que atravessa um episódio depressivo tem uma imagem desvalorizada de si, 
que está relacionada com a sua imagem ideal de si mesmo. O idoso em condição de 
fragilidade poderá sucumbir a um episódio depressivo pela falta de apoio, de amor, em 
suma, da escassez de trocas relacionais, ou seja, pela falta de diálogo com o seu 
entorno. Dessa forma, a sociedade contribui para a reclusão do idoso. Sendo assim, o 
idoso se isola porque acontece um duplo encerramento: por um lado, o idoso se fecha 
cada vez mais no seu mundo porque não encontra estímulos externos e, por outro 
lado, a sociedade não se comunica mais com o idoso, o que também provoca o seu 
retraimento (Gotter, 2009). O idoso precisa que algo se interponha ante a morte 
anunciada, que um projeto – que necessariamente se localiza no futuro – alimente a 
UC9 - Processo de Envelhecimento 6
sua libido. Na depressão, não existe nenhuma representação que marque a ideia de 
futuro, a não ser a morte.
Faz parte da consulta geriátrica a abordagem dos temas: finitude e diretivas 
antecipadas de vontade. Não é necessário um diagnóstico de uma doença 
ameaçadora para que esse assunto seja tratado. Por meio da documentação das 
diretivas antecipadas da vontade, ele informa seus objetivos de vida em que possíveis 
cenários não gostaria que sua vida fosse prolongada de modo artificial, as preferências 
de tratamento no fim da vida e qual é a escolha dos seus representantes para os 
cuidados com a saúde (a pessoa que toma decisões sobre a saúde caso o paciente 
não tenha condições).
Baixa adaptação ao meio
O idoso passa por muitas alterações fisiológicas e o ambiente que o idoso irá viver 
deve estar adaptado para tais alterações.
Além disso as sociedades ocidentais possuem preconceitos que dificultam a vida dos 
idosos, como:
1. “Os valores dos idosos são antiquados e inferiores”: isso pode levar a baixa 
adaptação ao meio em que circunda ele.
2. “Os idosos são menos habilidosos para fazer julgamentos e críticas”: isso pode 
levar a baixa adaptação deles em relação ao meio que ele vive, como se o que ele 
disser não tenha relevância ou consideração naquele meio.
3. “Ele tem menor valor que os jovens e por isso precisam de menor atenção”:
4. “A capacidade de desfrutar dos prazeres da vida diminuem a medida que você 
envelhece”:
Perda de Autonomia
Autonomia: capacidade de tomada de decisão. Independência: capacidade de realizar 
algo com seus próprios meios.
Autonomia: É o estado de ser capaz de estabelecer e seguir suas próprias regras, e diz 
que, para um idoso, a autonomia é mais útil que a independência como um objetivo 
global, pois pode ser restaurada por completo, mesmo quando o indivíduo continua 
UC9 - Processo de Envelhecimento 7
dependente. Assim, uma senhora com fratura do colo do fêmur, que ficou restrita a uma 
cadeira de rodas, poderá exercer sua autonomia, apesar de não ser totalmente 
independente.
Status Funcional - Escalas:
Atividades básicas de vida diária (ABVD) avaliadas pela Escala de Katz
UC9 - Processo de Envelhecimento 8
Descrever os mecanismos bioquímicos e celulares relacionados ao processo de 
envelhecimento (teorias estocásticas e sistêmicas)
Mecanismos bioquímicos e moleculares do envelhecimento
Um processo sequencial, individual, acumulativo, irreversível, universal, não patológico, 
de deteriorização de um organismo maduro, próprio a todos os membros da espécie, 
de maneira que o tempo o torne menos capaz de fazer frente ao estresse do meio 
ambiente e, portanto, aumente sua possibilidade de morte.
UC9 - Processo de Envelhecimento 9
Teorias Estocásticas
A segunda lei da termodinâmica afirma que, do ponto de vista da mecânica estatística, 
os processos físicos e químicos tendem a um aumento da desordem ou de sua 
entropia. 
UC9 - Processo de Envelhecimento 10
Assim como qualquer outra estrutura física, todas as células estão submetidas às leis 
da termodinâmica. De maneira semelhante a uma gota de soluto em um solvente, a 
tendência natural é a gota difundir-se no meio. Ao se espalhar no solvente, ela não 
pode mais se organizar, aumentando a desordem do sistema e fazendo com que a 
entropia da solução aumente. 
As estruturas celulares são capazes de transformar a energia absorvida do ambiente e, 
em seguida, modificar este meio distribuindo calor e outras formas de energia. Todas 
as células, guardadas as devidas proporções, são instáveis do ponto de vista 
termodinâmico. 
Sua organização intrínseca está submetida a um contínuo e ininterrupto processo de 
diversos “ataques” aleatórios – estocásticos – que podem causar, em cada unidade, 
uma degradação. As teorias de cunho estocástico sugerem que fenômenos diversos 
oriundos dessa desordem promoveriam erros em diversos segmentos orgânicos, 
provocando um declínio fisiológico e estrutural progressivo.
Dano Oxidativo e Radicais Livres
Apesar de ser essencial para a manutenção da vida aeróbica, o oxigênio é capaz de 
causar danos por oxidação, ou seja, retirar elétrons de substâncias inorgânicas ou 
mesmo moléculas orgânicas como DNA, pt e lipídios, causando instabilidade celular.
As espécies reativas de oxigênio são geradas de forma fisiológica, e aproximadamente 
90% delas são produzidas por mitocôndrias no processo de fosforilação oxidativa. Em 
situações de falta de mecanismos contrarrefuladores, a célula entra em desequilíbrio.
A teoria do dano oxidativo foi proposta por Denham Harman em 1957. Ela postula que 
o envelhecimento seria consequente aos efeitos deletérios das espécies reativas de 
oxigênio nas organelas citoplasmáticas. As evidências que dão subsídios a essa teoria 
vêm de experimentos com animais. O aumento da expectativa de vida em moscas 
transgênicas com expressão de moléculas antioxidantes indica que, através de tais 
enzimas, Drosophilas são capazes de viver até 40% ou mais do que indivíduos 
normais. Da mesma forma, a extensão da expectativa de vida do C. Elegans 
commoléculas sintéticas que mimetizam catalases antioxidantes retardam seu 
envelhecimento. De forma bastante clara os agentes oxidantes limitam a longevidade 
destes pequenos animais; entretanto, para a espécie humana, não existem evidências 
claramente expressas da associação desse fenômeno com o envelhecimento.
UC9 - Processo de Envelhecimento 11
Entre as enzimas antioxidantes, estão superóxido desmutase (SOD) e catalase (CAT), 
que são responsáveis pela degradação do radical superóxido e do H2O2, 
respectivamente. Pode-se postular que, 
se determinado organismo possui abundância de tais enzimas, em teoria, seria mais 
longevo. Contudo, isso não é observado em algumas situações na espécie humana. 
Apesar de possuírem uma cópia extra do gene da SOD, e essa cópia ser capaz de 
duplicar a degradação do radical superóxido, os portadores da síndrome de Down não 
têm sobrevida maior. Nessa situação a degradação do superóxido produz o H2O2, que, 
no organismo de tais indivíduos, não possui CAT suficiente para sua eliminação. O que 
algumas dessas observações podem indicar é que a cascata metabólica funciona em 
equilíbrio uníssono, e a teoria não pode ser claramente provada ou negada por um 
único experimento.
A teoria de radicais livres é tambémdividida em hipóteses associadas, especialmente 
no papel desempenhado por algumas organelas citoplasmáticas e nos tipos de danos 
sob algumas moléculas durante o envelhecimento. Mutações no DNA mitocondrial 
acelerariam as lesões oriundas dos radicais 
livres através da introdução de componentes enzimáticos na cadeia de transporte de 
elétrons na crista mitocondrial. Hipóteses também sugerem que os radicais livres 
promovem oxidação de proteínas que se acumulam nas células e, uma vez que elas 
têm reduzida capacidade de degradação, causam, a longo 
prazo, disfunções moleculares e falência da célula.
Essa teoria recebe particular atenção por parte da ciência devido a seu alto potencial 
de intervenção. 
Inúmeras patologias estão associadas a elevadas taxas de oxidação. Investigação com 
idosos frágeis mostra que a redução de moléculas antioxidantes nesses organismos 
está diretamente associada a umrisco mais elevado da condição.
As principais restrições a essa teoria estão relacionadas com os resultados 
contraditórios de experimentos genéticos, especialmente em camundongos. A 
utilização de modificações nas expressões gênicas com a produção de maior 
quantidade de antioxidantes não trouxe a esses animais alterações claras da 
expectativa de vida, tornando conflitantes seus resultados.
Teorias Sistêmicas do Envelhecimento
UC9 - Processo de Envelhecimento 12
Tentam agrupar o processo de envelhecimento de maneira encadeada e organizada. 
Para esse conjunto, o envelhecimento estaria relacionado com o declínio dos sistemas 
orgânicos desencadeado pela inabilidade de comunicação e adaptação inter e 
intracelular do ser vivente com o ambiente que ele vive. 
Não são deterministas.
Entender a importância do atendimento humanizado ao idoso
O tratamento humanizado influência de forma positiva e direta na relação entre 
profissional da saúde e o paciente idoso, sendo que o idoso, diante todos os 
problemas, dependências e doenças instaladas são mais suscetíveis e necessitam de 
mais cuidado e dedicação da parte do profissional, principalmente pela questão 
emocional, tornando os mais carentes e necessitados de atenção.
Quando o idoso recebe o atendimento que espera ou que esse atendimento supere 
suas expectativas, levando em consideração que este atendimento humanizado, não 
terá influência de fatores sociais, econômicos e culturais, sendo frisado que este idoso 
merece um bom atendimento, independentemente de quais quer esses fatores, ele terá 
prazer em estar em contato com esse profissional, tornando esse contato mais próximo 
e afetivo conforme o estatuto do idoso.
o O atendimento humanizado deve levar em consideração os costumes e 
particularidades do 
paciente. 
o Exige boa comunicação com o idoso. 
o Deve se dar de duas maneiras: para o idoso e para o cuidador. 
o É importante incentivar a autonomia do idoso. 
o Os pacientes idosos dão importância de serem tratados com respeito e afeto. 
o Atendimento baseado em valores de empatia e solidariedade. 
o O estatuto do idoso em seu artigo 18 coloca que “as instituições de saúde devem 
atender aos 
critérios mínimos para tratamento do idoso, promovendo o treinamento e a capacitação 
dos profissionais, assim como orientação a cuidadores e grupos de autoajuda”, sendo 
assim, necessário um preparo e qualificação profissional para que esse atendimento 
seja prestado de forma correta e eficaz. 
o Adesão e colaboração dos familiares para ocorrer as consultas e de modo 
humanizado. 
UC9 - Processo de Envelhecimento 13
o Política Humaniza SUS – 2003: processo de humanização incluído e reforçado 
constantemente. 
Depende de uma equipe inter e multidisciplinar humanizada, e não somente um 
profissional. 
o Chamar o paciente pelo nome inclui o processo de humanização. 
o A humanização começa com o respeito com o paciente. É o tratar o paciente como 
alguém único e com particularidades. 
o Além disso, o diálogo simples é necessário. 
o Olhar o paciente como um todo é importante. 
o OPAS – qualquer atividade e promoção para a saúde do idoso deve incluir os 
campos biológicos, psicossociais, político e legal.
Tutoria 02: Hábitos de Vida e Consequências Respiratórias no Envelhecimento
Compreender como os hábitos de vida e fatores ambientais interferem no 
processo de envelhecimento humano e aparelho respiratório
UC9 - Processo de Envelhecimento 14
Prática corporal/Atividade Física
Inatividade física - um dos fatores de risco mais importantes para as doenças crônicas, 
associadas a dieta inadequada e o usodo fumo;
Estilo de vida moderno - maior parte do tempo livre em atividades sedentárias.
Reduz o risco de doenças cardiovasculares e progressão de diabetes tipo II; diminui 
50% o risco de progressão de diabetes tipo II; Estratégia de combate a depressão, 
eleva auto-estima, melhora o convívio em sociedade.
As atividades mais comuns envolvem: caminhada, ciclismo ou o simples pedalar da 
bicicleta, natação, hidroginástica, dança, ioga, Tai Chi Chuan*, Lian Gong**, entre 
outras. A caminhada merece maior destaque, por ser acessível a todos e não requer 
habilidade especializada ou aprendizagem. Recomenda-se andar em locais planos, 
UC9 - Processo de Envelhecimento 15
prestando atenção à temperaturas extremas (muito elevadas ou muito baixas) e 
umidade muito baixa, nesses casos, ingerir maior quantidade de líquidos.
Os idosos são acometidos pela perca de função e força muscular 2% por ano; para 
reverter esse quadro é necessário a prática de exercícios.
Baixa vitamina D (diminui a densidade óssea) e quedas causando luxações, traumas e 
lesões;
Programa ideal para prescrevermos para a atividade física:
Aeróbico: 30 min com intensidade moderada 5x por semana - de acordo com as 
condições de cada indivíduo; ou 20 min de atividade alta 3x por semana.
Resistência: 2x por semana
Alongamento: 10 min de alongamento dos grandes grupos musculares nos dias de 
aeróbicos e resistência.
Equilíbrio e mobilidade: 2 a 5x por semana.
Alimentação:
Fator de risco ou de proteção;
Ao envelhecer, perde-se a capacidade de anti-oxidação e anti-inflamatório e através de 
alguns alimentos esse efeito é minimizado;
Batata doce reduz o risco de Alzheimer e banana o de AVC;
Alimentação como fator negativo: dieta rica em gordura, sal, pobre e verduras e 
vegetais, combinado com hábito sedentário; aumentam o risco de problemas 
cardiovasculares, diabetes, artrite e outras doenças crônicas (que é o grupo que mais 
acomete as pessoas idosas);
O estudo DASH demonstrou que as dietas ricas em frutas, vegetais e produtos com 
pouca gordura saturada e colesterol são capazes de reduzir o peso e os níveis de 
pressão arterial emhipertensos e normotensos, portanto úteis na prevenção primária e 
secundária de hipertensão.
Causas de má alimentação: acesso aos alimentos; dificuldade de mastigar e engolir; 
diminuição do sentido da gustação: preferem alimentos mais ricos em gorduras e mais 
salgados e temperados. Dificuldade de comprar e preparar a comida.
UC9 - Processo de Envelhecimento 16
Imunosenescência: sistema imune declina com o processo de envelhecimento. 
Necessidade de alimentos ricos em vitamina C;
evitar carne vermelha e enlatados, substituir por carne branca e diminuir o sal;
3 a 5 porções de frutas diárias - rico em fibras e vitaminas;
Gorduras trans e saturadas aumentam o risco de AVC, doenças cardiovasculares e 
mortalidade
substituir grãos refinados por integrais, não exceder a quantidade de sódio 
indicada;
não exceder 6g de sal por dia ´´uma colherzinha de chá´´
tomar no mínimo 1,5-2L de água por dia para idosos sem restrição hídrica (ex.: na 
diálise)
Dieta mediterrânea: A dieta mediterrânea é um tipo de alimentação saudável que 
prioriza o consumo de alimentos frescos e naturais, baseando-se nos sabores e 
tradições da região mediterrânea, o que traz benefícios para a saúde de uma forma 
geral, além de diminuir o risco de doenças cardiovasculares, câncer, diabetes e 
doenças degenerativas. Esse tipo de alimentação inclui azeite de oliva, frutas,vegetais, legumes, cereais integrais, sementes, frutos secos e peixes, sendo 
também importante evitar o consumo de alimentos industrializados nocivos para a 
saúde, como salsichas, salgados, alimentos congelados e pré-prontos.
Tabagismo e Álcool:
A taxa de mortalidade cardiovascular e por todas as outras causas foram 2x maior em 
tabagistas ativos do que em não fumantes.
Indicação do consumo de álcool diário: Uma taça de vinho puro (seco ou suave) (150 
ml) e destilados (álcool) (50ml) e cerveja 
(250ml) para pessoas com comorbidades;
Imunização como prevenção de doenças comuns em idosos
UC9 - Processo de Envelhecimento 17
Principais vacinas: influenza, pneumocócicas, COVID-19 de acordo com a campanha 
atual, herpes zoster, tríplice bacteriana do adulto, hepatites, febre amarela, 
meningocócicas conjugadas, tríplice viral.
Obs1.: influenza e pneumocócica são importantes para desfechos favoráveis 
diminuindo a mortalidade da população idosa por problemas respiratórios. !!!!!!!!
Obs2.: realização de consultas de rotinas em idosos faz parte da prevenção 
secundária: rastreio de neoplasias, alterações sensoriais, doenças metabólicas, 
osteoporose, hipertensão, entre outras.
Respiratório:
A principal mudança é a progressiva redução dos riscos intervestebrais com 
desenvolvimento de cifose; Com alteração no ângulo da coluna, tem mudanças no 
ângulo de inserção das fibras musculares.
Problemas na complascência;
Perda de função e força muscular;
Volume expiratório em um segundo e capacidade vital dminuída.
Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica: doença previnível pois sua principal causa é o 
tabagismo, mas podem existir fatores ocupacionais. Traz limitação crônica e 
progressiva do fluxo de ar, devido a partículas que entram no aparelho respiratório. 
Tempo de latência de 20 a 30 anos.
Pneumonia: principais motivos: AVE, má higiene, xeroftalmia, depressão imunológica.
Pneumonite: inflamação aguda, de natureza infecciosa ou não, localizada no 
parênquima pulmonar. Quando há infecção, seja ela bacteriana, viral ou fúngica, 
convencionou-se chamar o quadro de pneumonia.
A resposta química inflamatória pulmonar tanto da pneumonite quanto da pneumonia 
resultam em sinais e sintomas semelhantes (febre, taquipneia, tosse, alterações 
respiratórias e infiltrados nas imagens radiológicas). A progressão do quadro clínico é 
que irá contribuir para a distinção sobre estas duas entidades.
UC9 - Processo de Envelhecimento 18
Entender como as relações sociais são importantes para a saúde e senescência
Se engajar em relacionamentos e atividades significativas é um dos fatores 
determinantes para o envelhecimento bem-sucedido e que as relações sociais são 
importantes contribuições para o bem-estar subjetivo e para a saúde percebida ao 
longo da velhice.
Em comparação com idosos de épocas anteriores, os idosos dos tempos atuais 
precisam ajustar suas expectativas e rotinas diante da menor presença de familiares 
para oferecer suporte social. Em função disso, os idosos tendem a buscar mais 
oportunidades de se envolver em atividades e amizades extrafamiliares. Outro 
fenômeno contemporâneo ao envelhecimento populacional é a revolução digital, 
caracterizada pelo uso crescente de tecnologias e ferramentas digitais que trazem 
novos paradigmas para se pensar nas relações sociais. Utilizam as redes sociais.
Avaliações negativas sobre avaliações sociais apresentam maior chance de problemas 
de saúde;
Idosos sem uma rede de apoio se veem como mais doentes.
O tamanho da rede social não é importante (quantidade); mas sim a frequência e 
qualidade da relação;
Auxilia na motivação com o cuidado com a saúde, fluxo de informações, melhora 
funções fisiológicas (neuroendócrino, hormonal); diminui estresse;
Violência doméstica contra os idosos; papel do médico em identificar que o idoso sofre 
algum tipo de abuso e denunciar;
Os maiores índices de moradores de rua são homens e idosos; a família abandona 
depois de 
eles pararem de sustentar a própria casa e de aparecer comorbidades.
A interação social pode vir também do trabalho; leis que garantem a estabilidade do 
idoso 
sem nenhuma discriminação do trabalho.
Inclusão digital: melhorou a interação social dos idosos; ele passa a se sentir mais útil; 
possibilidade da reinserção do mercado de trabalho.
O idoso se sente incapaz de manusear as redes.
UC9 - Processo de Envelhecimento 19
Os idosos poderiam auxiliar e serem auxiliados a superar sentimentos de solidão e 
superar sentimentos de controle e auto eficácia.
Desafio para o idoso na inclusão digital: capacidade funcional, dificuldade de 
acompanhar as inovações, ser mais influenciável.
Entender o perfil epidemiológico (prevalência e incidência) das ISTs na 
população idosa
Epidemia de HIV e AIDS teve um grande avanço e é um problema de saúde pública; 
Segundo o IBGE, o grupo populacional com 60 anos ou mais representa 8,6% da 
população em geral: cerca de 15 milhões de pessoas. A incidência de aids entre as 
pessoas idosas está em torno de 2,1%, sendo a relação sexual a forma 
predominante de infecção pelo HIV. Mas há uma crescente evidência de que esse 
grupo está se infectando cada vez mais não só pelo HIV, mas também, por outras 
doenças sexualmente transmissíveis como sífilis, gonorréia, etc.
Maior prevalência no sexo masculino;
O aumento da taxa epidemiológica também tem como causa o aumento da qualidade 
de vida, onde conseguem perdurar mais a vida sexual e as relações.
Segundo uma pesquisa realizada por FERREIRA et al., 2019, ocorreu 25,32% de IST 
em idosos sendo os homens mais afetados, a IST mais prevalente foi a hepatite C 
(10,73%), depois a hepatite B (8,58%) e sífilis (7,73%). A infecção de hepatite C ocorre 
geralmente de forma parenteral, com risco maior para pessoas que receberam 
transfusão de sangue antes do ano de 1993 quando a segurança desse processo era 
duvidosa, usuários de substâncias ilícitas injetáveis também correm riscos, no entanto 
a maior quantidade de casos dessa doença foi confirmada em idosos, essa doença 
muitas vezes evolui e não apresenta sintomas, sendo diagnóstica quando o individuo 
se encontra mais velho. 
Referente a hepatite B apesar de existir vacina muitos idosos não foram imunizados, a 
hepatite B pode ser transmitida de forma oral, sexual e parenteral e pode se tornar 
crônica. Já a sífilis é uma doença sistémica com evolução crônica, evidencia-se que 
uma doença como a sífilis que é uma IST que apresenta úlceras aumenta o risco de 
HIV.
UC9 - Processo de Envelhecimento 20
Tutoria 03: Doenças Crônicas e Prognóstico das Doenças Cardiovasculares do 
Idoso
Identificar a prevalência da HAS no idoso e seus riscos cardiovasculares
A HA é o principal fator de risco (FR) modificável para morbidade e mortalidade 
cardiovascular, mesmo nas idades mais avançadas.
Dados Epidemiológicos Globais
As DCV são a principal causa de morte, hospitalizações e atendimentos ambulatoriais 
em todo o mundo, inclusive em países em desenvolvimento como o Brasil.
Globalmente, em 2010, a prevalência de HA (≥140/90 mmHg e/ou em uso de 
medicação anti-hipertensiva) foi de 31,0%, sendo maior entre homens (31,9%) do que 
entre as mulheres (30,1%).
31 % : em média 36 milhões de pessoas
Um estudo de tendência mundial da PA entre 1975-2015, que avaliou 19,1 milhões de 
adultos, mostrou que em 2015 o número estimado de adultos com HA era de 1,13 
bilhões, sendo 597 milhões de homens e 529 milhões de mulheres, indicando um 
aumento de 90% no número de pessoas com HA, principalmente nos países de baixa e 
média rendas. O estudo mostrou que a prevalência de HA diminuiu nos países de alta 
renda e em alguns de média, enquanto nos países de baixa renda aumentou ou se 
manteve constante. Os fatores implicados nesse incremento seriam o envelhecimento 
da população e a maior exposição aos outros fatores de risco, como ingestão elevada 
de sódio e baixa de potássio, além do sedentarismo.
Definição: Apesar de “polifarmácia” ser um termo constantemente utilizado na práticaclínica, seu conceito ainda não é consensual, envolvendo várias definições diferentes. 
Polifarmácia pode ser definida como: “uso de 5 ou mais medicamentos”, “uso de pelo 
menos um medicamento potencialmente inapropriado” ou ainda “mais medicamentos 
usados do que clinicamente indicados”. Na maioria dos estudos, o primeiro conceito de 
“vários medicamentos (5 ou mais) sendo usados de forma concomitante” é o mais 
utilizado.
Prevalência de HA no Brasil
UC9 - Processo de Envelhecimento 21
Segundo a Pesquisa Nacional de Saúde de 2013, 21,4% (IC 95% 20,8- 22,0) dos 
adultos brasileiros autorrelataram HA, enquanto, considerando as medidas de PA 
aferidas e uso de medicação anti-hipertensiva, o percentual de adultos com PA maior 
ou igual que 140 por 90 mmHg chegou a 32,3% (IC 95% 31,7- 33,0). Detectou-se que a 
prevalência de HA foi maior entre homens, além de, como esperado, aumentar com a 
idade por todos os critérios, chegando a 71,7% para os indivíduos acima de 70 anos.
Fatores de maior prevalência:
Sexo: Em faixas etárias mais jovens, a PA é mais elevada entre homens, mas a 
elevação pressórica por década se apresenta maior nas mulheres. Assim, na sexta 
década de vida, a PA entre as mulheres costuma ser mais elevada e a prevalência de 
HA, maior. Em ambos os sexos, a frequência de HA aumenta com a idade, alcançando 
61,5% e 68,0% na faixa etária de 65 anos ou mais, em homens e mulheres, 
respectivamente.
Obs: A progesterona é responsável pela elasticidade dos vasos. Futuramente com a 
sua diminuição faz com que as fibras de elastina sejam substituídas por F. colágenas. 
Fazendo assim aumentar a RT dos vasos.
Raça: Existe uma maior prevalência na raça negra do que nas pessoas de raça 
branca.
60% entre os brancos e 61% entres os negros (em indivíduos >60 anos)
Definir a polifarmácia e identificar as consequências na saúde do idoso
Causas: aumento da expectativa de vida e dos portadores de doenças crônicas que 
demandam de assistência contínua, onde os medicamentos tem um influente papel.
Consequências: O uso de vários medicamentos pode causar problemas tais como o 
aumento do risco do uso de medicamentos inadequados (incluindo interações 
medicamentosas e duplicação de terapia), a não adesão ao tratamento e a ocorrência 
de efeitos adversos;
UC9 - Processo de Envelhecimento 22
Reação adversa; interação medicamentosa; medicação inapropriada para o idoso.
Interações medicamentosas: podem sem classificadas em duas categorias: sinérgica, 
quando os efeitos combinados dos dois medicamentos são maiores que a soma dos 
efeitos individuais; e antagônica, quando o efeito resultante é menor que a 
combinação dos efeitos dos dois medicamentos isolados ou quando a interação resulta 
em anulação parcial ou completa das propriedades farmacológicas de cada 
medicamento”.
Pacientes idosos apresentam maior risco de interações medicamentosas devido as 
alterações fisiológicas inerentes a idade, reações atípicas a fármacos, prescrições 
inadequadas e não observância adequada dos esquemas terapêuticos que podem 
contribuir para a maior toxicidade medicamentosa no idoso.
Iatrogenia: Consideram-se como afecções iatrogênicas aquelas decorrentes da 
intervenção do médico e/ou de seus auxiliares, seja ela certa ou errada, justificada ou 
não, mas da qual resultam consequências prejudiciais para a saúde do paciente.
Cascata iatrogênica: situação em que o efeito adverso de um fármaco é interpretado 
incorretamente como nova condição médica que exige nova prescrição, sendo o 
paciente exposto ao risco de desenvolver efeitos prejudiciais adicionais relacionados ao 
tratamento potencialmente desnecessário.
Reação adversa: A Organização Mundial da Saúde (OMS) define “reação adversa a 
medicamento” (RAM) como “qualquer efeito prejudicial ou indesejado que se manifeste 
UC9 - Processo de Envelhecimento 23
após a administração do medicamento, em doses normalmente utilizadas no homem 
para profilaxia, diagnóstico ou tratamento de uma enfermidade”
Critério Beers-Fick
A versão mais atual do critério de Beers-Fick foi publicada em 2012 e é dividida em três 
listas. A primeira contém 34 medicamentos ou classes de medicamentos que devem 
ser evitados por idosos, seus potenciais riscos e algumas de suas dosagens. A 
segunda contém os medicamentos que devem ser evitados considerando o diagnóstico 
e a terceira contém 14 medicamentos ou classes de medicamentos que devem ser 
usados com cautela.
Critério Stopp-Start
UC9 - Processo de Envelhecimento 24
65 itens, subdivididos em cinco sistemas fisiológicos, com o objetivo de simplificar o 
processo de revisão da medicação do 
doente. Na identificação dos critérios consideraram-se interações farmacológicas, 
contraindicações, precauções e duplicações 
terapêuticas.
Entender as competências da equipe multidisciplinar envolvidas na saúde do 
idoso
Atribuições Comuns a todos os Profissionais da Equipe 
a) Planejar, programar e realizar as ações que envolvem a atenção à saúde da pessoa 
idosa em sua área de abrangência, conforme orientação deste Caderno. 
b) Identificar e acompanhar pessoas idosas frágeis ou em processo de fragilização. 
c) Alimentar e analisar dados dos Sistemas de Informação em Saúde - Sistema de 
Informação da Atenção Básica (SIAB) - e outros para planejar, programar e avaliar as 
ações relativas à saúde da pessoa idosa. 
d) Conhecer os hábitos de vida, valores culturais, éticos e religiosos das pessoas 
idosas, de suas famílias e da comunidade. 
e) Acolher a pessoas idosas de forma humanizada, na perspectiva de uma abordagem 
integral e resolutiva, possibilitando a criação de vínculos com ética, compromisso e 
respeito. 
f) Prestar atenção contíua às necessidades de saúde da pessoa idosa, articulada com 
os demais níveis de atenção, com vistas ao cuidado longitudinal – ao longo do tempo. 
g) Preencher, entregar e atualizar a Caderneta de Saúde da Pessoa Idosa, conforme 
Manual de Preenchimento específico. 
h) Realizar e participar das atividades de educação permanente relativas à saúde da 
pessoa idosa. 
i) Desenvolver ações educativas relativas à saúde da pessoa idosa, de acordo com o 
planejamento da equipe.
Atribuições do Agente Comunitário de Saúde – ACS 
a) Cadastrar todas as pessoas idosas de sua micro-área e manter o cadastro 
atualizado. 
b) Preencher, entregar e atualizar a Caderneta de Saúde da Pessoa Idosa, conforme 
seu Manual de Preenchimento específico 
UC9 - Processo de Envelhecimento 25
c) Identificar e encaminhar o idoso frágil à Unidade de Saúde. 
d) Realizar visitas domiciliares às pessoas idosas conforme planejamento assistencial, 
dando prioridade às frágeis ou em processo de fragilização. 
e) Buscar a integração entre a equipe de saúde e a população adscrita à Unidade, 
mantendo a equipe informada, principalmente, a respeito dos idosos frágeis. 
f) Estar em contato permanente com as famílias. 
g) Avaliar condições de risco de quedas observáveis no domicílio
Atribuições do Médico 
a) Realizar atenção integral às pessoas idosas. 
b) Realizar consulta, incluindo a avaliação multidimensional rápida e instrumentos 
complementares, se necessário, avaliar quadro clínico e emitir diagnóstico; 
c) Prescrever tratamento medicamentoso, quando necessário. 
d) Solicitar exames complementares, quando necessário. 
e) Realizar assistência domiciliar, quando necessário. 
f) Encaminhar, quando necessário, a pessoa idosa à serviços de referências de média 
e alta complexidade, respeitando fluxos de referência e contra-referência locais e 
mantendo sua responsabilização pelo acompanhamento. 
g) Orientar ao idoso, aos familiares e/ou cuidador sobre a correta utilização dos 
medicamentos. 
h) Orientar ao idoso, aos familiares e/ou cuidador a identificação de sinais e/ou 
sintomas que requeriam atendimento de saúde imediato. 
i) Realizar atividades de educação permanente e interdisciplinar referente à atenção à 
pessoa idosa.
Atribuições do Enfermeiro 
a) Realizar atenção integral às pessoas idosas. 
b) Realizar assistência domiciliar,quando necessário. 
c) Realizar consulta de enfermagem, incluindo a avaliação multidimensional rápida e 
instrumentos complementares, se necessário, solicitar exames complementares 
e prescrever medicações, conforme protocolos ou outras normativas técnicas 
estabelecidas pelo gestor municipal, observadas as disposições legais da profissão. 
d) Supervisionar e coordenar o trabalho dos ACS e da equipe de enfermagem. 
e) Realizar atividades de educação permanente e interdisciplinar junto aos demais 
UC9 - Processo de Envelhecimento 26
profissionais da equipe. 
f) Orientar ao idoso, aos familiares e/ou cuidador sobre a correta utilização dos 
medicamentos.
Atribuições do Auxiliar/Técnico de Enfermagem 
a) Realizar atenção integral às pessoas idosas. 
b) Orientar ao idoso, aos familiares e/ou cuidador sobre a correta utilização dos 
medicamentos. 
c) Participar das atividades de assistência básica, realizando procedimentos 
regulamentados no exercício de sua profissão na UBS e quando indicado, ou 
necessário, no domicílio e/ou nos demais espaços comunitários
Atribuição do Dentista 
a) Realizar atenção integral às pessoas idosas. 
b) Realizar consulta, avaliar quadro clínico, emitindo diagnóstico e realizar tratamento 
restaurador, quando necessário. 
c) Solicitar exames complementares, quando necessário. 
d) Realizar os procedimentos clínicos da Atenção Básica em saúde bucal, incluindo 
atendimento de urgências e pequenas cirurgias ambulatoriais. 
e) Prescrever medicamentos e outras orientações na conformidade dos diagnósticos 
efetuados. 
f) Realizar assistência domiciliar, quando necessário. 
g) Supervisionar e coordenar o trabalho do auxiliar de consultório dentário e do técnico 
de higiene dental. 
h) Orientar a pessoa idosa, aos familiares e/ou cuidador sobre a importância da 
higienização da boca e da prótese; 
i) Encaminhar, quando necessário, a pessoa idosa a serviços de referências de média 
e alta complexidade em saúde bucal, respeitando fluxos de referência e 
contrareferência locais e mantendo sua responsabilização pelo acompanhamento.
Atribuição do Técnico de Higiene Dental (THD) 
a) Realizar atenção integral às pessoas idosas. 
b) Orientar a pessoa idosa, aos familiares e/ou cuidador sobre a importância da 
higienização da boca, próteses e na presença de qualquer anormalidade comunicar a 
UC9 - Processo de Envelhecimento 27
equipe de saúde. 
c) Desenvolver ações de prevenção e promoção da saúde bucal. 
d) Apoiar as atividades dos auxiliar de consultório dentário e dos ACS. 
e) Realizar atividades de educação permanente referente à atenção à pessoa idosa, 
junto aos demais profissionais da equipe.
Atribuição do Auxiliar de Consultório Dentário (ACD) 
a) Realizar atenção integral às pessoas idosas. 
b) Realizar ações de promoção e prevenção em saúde bucal. 
c) Acompanhar, apoiar e desenvolver atividades referentes à saúde bucal da pessoa 
idosa junto aos demais profissionais da equipe. 
d) Apoiar as atividades dos ACS
Distinguir os sinais e sintomas da depressão geriátrica
5 ou mais dos seguintes sintomas presentes por pelo menos 2 semanas e que 
representam mudanças no funcionamento prévio do indivíduo; pelo menos 1 os 
sintomas é: (1) humor deprimido ou (2) perda de interesse ou prazer;
humor deprimido na maioria dos dias, quase todos os dias por observação 
subjetiva ou realizadas por terceiros;
acentuada diminuição do prazer ou desinteresse em todas os quase todas as 
atividades na maior parte do dia, quase todos os dias (indicados pelo relato 
subjetivos ou observação feita por terceiros)
perda ou ganho de peso acentuado sem estar em dieta (ex.: alteração de mais de 
5% do peso corporal em 1 mês) ou aumento ou diminuição de apetite quase todos 
os dias;
insônia ou hipersonia todos os dias;
agitação ou retardo psicomotor quase todos os dias (observável por outros, não é 
apenas sensação subjetiva de inquietação ou de estar mais lento);
fadiga e perda de energia quase todos os dias
sentimento de inutilidade ou culpa excessiva ou inadequada (que pode ser 
delirante), quase todos os dias (não meramente autorrecriminação ou culpa por 
UC9 - Processo de Envelhecimento 28
estar doente);
capacidade diminuída de pensar ou concentrar-se; indecisão, quase todos os dias 
(por relato subjetivo feito por outros);
pensamentos de morte recorrentes (não apenas medo de morrer), ideação suicida 
recorrente sem plano específico, ou tentativa de suicídio ou plano específico para 
cometer suicídio.
sintomas causam sofrimento clinicamente significativo ou prejuízo no 
funcionamento social, ocupacional ou em outras áreas importantes.
A depressão em idosos apresenta menos humor depressivo e mais anedonia (perda 
da satisfação e do interesse em realizar as 
atividades do dia), mais sintomas somáticos do que psicológicos, maior frequência de 
associação com doença física e/ou cerebral e 
presença de maior déficit cognitivo e disfunção executiva.
UC9 - Processo de Envelhecimento 29
Tutoria 04: Risco de Quedas em Idosos e Fatores Associados a Expectativa de 
Vida e Longevidade
Identificar os cuidados e fatores de risco de quedas em idosos
Definição: evento não intencional com contato direto com o chão; toda queda gera 
uma incapacidade de correção em tempo hábil.
Epidemiologia: 30% dos idosos caem a cada ano. A probabilidade de quedas 
aumenta em 3x em indivíduos que já sofreram quedas anteriores.
UC9 - Processo de Envelhecimento 30
Os fatores íntrisecos são alterações fisiológicas. ex.: idade (+80), sexo feminino, 
imobilidade, quedas precedentes, equilíbrio diminuído, amrcha lenta, fraqueza 
muscular dos mmii e mmss; baixa aptião física; polifarmácia; alterações sensoriais, 
vestibulares e visuais.
Os fatores extrínsecos são os comportamentos e atividades: ambientes inseguros e 
mal iluminados e todas as alterações de ´´risco ambiental´´ do quadro acima.
A queda tem um impacto direto sobre quadril e punho tem maior probabilidade de 
resultar em fraturas nos idosos
Compreender as alterações fisiológicas morfofuncionais do sistema músculo-
esquelético durante o processo de envelhecimento
Osso
UC9 - Processo de Envelhecimento 31
O tecido ósseo vive em constante remodelação; a sua formação se dá pelos 
osteoblastos e a reabsorção pelos osteoclastos.
Nas 2 primeiras décadas de vida predomina-se a formação e há um incremento 
progressivo da massa óssea; após a soldura das epífises, persiste ainda um 
predomínio construtivo, mas em menor ritmo.
O ser humano alcança sua maior massa óssea na 4º década de vida: ´´pico de massa 
óssea´´. A partir daí, estabiliza-se a taxa de formação, enquanto a de reabsorção 
aumenta; por consequinte, passa a ocorrer perda progressiva, absoluta, da massa 
óssea: ´´osteopenia fisiológica´´.
Muitos consideram que tal pico ocorre aproximadamente até os 25 anos, uma vez que 
daí até os 35 o incremento é muito pequeno. Admite-se que 80% da massa óssea seja 
alcançada próximo aos 18 anos de idade.
Embora muito saibamos sobre as BMU (unidades multicelulares ósseas) cada vez fica 
mais evidente que quaisquer considerações sobre o “osso” devam levar em conta o 
esqueleto apendicular e o esqueleto axial, o osso cortical e o osso trabecular (este 
último tem uma atividade metabólica cerca de 8 vezes maior que a do osso cortical), a 
“maturação” do esqueleto pela ação dos hormônios sexuais e o papel do estrógeno em 
ambos os sexos, dentre outras.
A atrofia óssea não se faz de modo homogêneo; pois, antes dos 50 anos, perde-se, 
sobretudo, o osso trabecular (principalmente as de menor importância estrutural); após 
isso, perde-se o osso cortical (lamelas de menor importância na superfície endosteal).
A cada 7 a 10 anos, renovamos todo nosso esqueleto. A perda de massa óssea por 
involução ocorre sobretudo na mulher pós menopausada (a falta do freio estrogênico 
libera a velocidade dos osteoclastos) e no homem velho. Isso trata-se de um fenômeno 
relacionado à idade que acomete ambos os sexos e tem como mecanismo 
predominante a menor formação óssea,em um contexto no qual sobressaem o 
paratormônio e a vitamina D.
Os idosos são potencialmente vulneráveis a um balanço cálcico negativo e à 
osteopenia/osteoporose em decorrência da hipovitaminose D.
Obtemos vitamina D por meio de uma adequada alimentação e principalmente pela 
produção endógena da pele sob exposição solar. Dependendo do tempo de exposição 
solar e do grau de pigmentação da pele, mais da 80% dessa vitamina poderá ser 
sintetizada a partir do 7-desidrocolesterol da pele. Todavia, muitos fatores contribuem 
UC9 - Processo de Envelhecimento 32
para não termos tal “rendimento” na velhice – dentre eles institucionalização, menor 
mobilidade, uso de vários agasalhos, menor exposição voluntária ao sol, maior tempo 
em interiores etc. Significativamente, acresça-se a isso o fato de a pele envelhecida, 
sob idêntica exposição solar, produzir menor quantidade de vitamina D do que a pele 
do adulto jovem
Sabe-se que o envelhecimento traz consigo menor produção da 1α-hidroxilase renal, 
enzima responsável pela introdução da segunda hidroxila no 25(OH)D, originando o 
calcitriol, sua forma mais ativa (1,25 (OH)2D). 
Por conseguinte, os idosos, tendo uma reduzida produção endógena do calcitriol, 
passam a depender mais das fontes alimentares. Entretanto, o que se observa é que, 
anos de uma monotonia alimentar quase sempre parca no consumo de alimentos ricos 
em vitamina D – e que são poucos – acabam por estabelecer, com frequência, os 
déficits encontrados na velhice. Destaque-se ainda que há associação direta entre 
déficits dessa vitamina, condições de fraqueza muscular e depressão na velhice, além 
de se discutirem cada vez mais suas ações não relacionadas ao metabolismo 
osteomineral, uma vez que seus receptores estão presentes em várias células/tecidos 
de diferentes órgãos (fígado, estômago, intestino, rins, músculos, tireoide, alvéolos 
pulmonares, mamas e neurônios cerebrais, entre outros). 
Sabe-se hoje que níveis inadequados de vitamina D têm alta prevalência na velhice, 
mesmo em países tropicais, como o Brasil
Músculo Esquelético
O músculo esquelético é a maior massa tecidual do corpo humano. Com o 
envelhecimento, há uma diminuição lenta e progressiva da massa muscular, sendo o 
tecido nobre paulatinamente substituído por colágeno e gordura; ela diminui aprox. 
50% (dos 20 aos 90 anos) ou 40% (dos 30 aos 80).
Tal perda tem sido demonstrada:
pela excreção da creatinina urinária, que reflete o conteúdo de creatina nos 
músculos e na massa muscular total.
pela tomografia computadorizada, pela qual se obsrva que, após os 30 anos de 
idade, diminui a secção transversal dos músculos, há maior densidade muscular e 
maior conteúdo gorduroso intramuscular (alterações que são mais pronunciadas na 
mulher).
UC9 - Processo de Envelhecimento 33
histologicamente detecta-se uma atrofia muscular à custa de uma perda gradativa 
e seletiva das fibras esqueléticas (o número de fibras musculares no velho é 
aproximadamente 20% menor do que no adulto, sendo o declínio mais acentuado 
em fibras musculares do tipo II que, de uma média de 60% emadultos sedentários, 
vai para menos de 30% após os 80 anos).
Tal declínio está diretamente relacionado à diminuição da força muscular, acarretada 
pelo envelhecimento. Observou-se que a força de quadríceps aumenta 
progressivamente até os 30 anos, 
começa a declinar após os 50 anos e diminui acentuadamente após os 70 anos. 
Dados longitudinais indicam que a força muscular diminui ± 15% por década até a 6 a 
ou a 7 a década e aproximadamente 30% após esse período. Há relação inversa entre 
a força muscular e a velocidade de deambulação em ambos os sexos. Já a capacidade 
oxidativa do sistema musculoesquelético, pelo menos até a 7 a década de vida, está 
preservada.
É a esse declínio muscular idade-relacionado que chamamos de sarcopenia, termo 
que denota o complexo processo do envelhecimento muscular associado a diminuições 
da massa, da força e da velocidade de contração muscular.
A etiologia da sarcopenia é multifatorial, envolvendo alterações no metabolismo do 
músculo, alterações endócrinas e fatores nutricionais, mitocondriais e genéticos.
Recentemente demonstrou-se em camundongos que a sarcopenia está associada a 
mitocôndrias morfologicamente alteradas e disfuncionais decorrentes de uma reduzida 
mitofagia. Tais resultados, além de acrescentar subsídios à teoria mitocondrial-
lisossomal do envelhecimento dos tecidos pós-mitóticos de longa vida, corroboram as 
duas principais estratégias não farmacológicas (restrição calórica e treinamento 
muscular, ambas condições que sabidamente melhoram a função mitocondrial) para 
minorar a 
sarcopenia.
O grau de sarcopenia não é o mesmo para diferentes músculos e varia amplamente 
entre os indivíduos. O mais significativo é saber que o declínio muscular 
idaderelacionado é mais evidente nos membros inferiores do que nos superiores, haja 
vista a importância daqueles para o equilíbrio, a ortostase e a marcha dos idosos. 
Estima-se que, após os 60 anos, a prevalência da sarcopenia seja da ordem de 30%, 
UC9 - Processo de Envelhecimento 34
aumentando progressivamente com o envelhecimento. A partir dos 75 anos, o grau de 
sarcopenia é um dos indicadores da chance de sobrevivência do indivíduo.
O envelhecimento está associado a uma diminuição da altura, do peso e do índice de 
massa corpórea (IMC). Vários estudos têm demonstrado que o NADIR (IMC associado 
à menor mortalidade relativa) é maior no idoso do que no adulto. Na velhice, a massa 
muscular relaciona-se à força e esta, por sua vez, à capacidade funcional do indivíduo. 
A sarcopenia, desenvolvendo-se por décadas, progressivamente diminui a capacitação 
física, acabando por comprometer as atividades da vida diária e de relacionamento, por 
aumentar o risco de quedas, levando, por fim, a um estado de dependência cada vez 
mais grave.
A sarcopenia contribui para outras alterações idade-associadas como, por exemplo, 
menor densidade óssea, menor sensibilidade à insulina e menor capacidade aeróbica. 
Longevos e velhos fragilizados têmmenor musculatura esquelética – fruto do desuso, 
de doenças, da subnutrição e dos efeitos acumulativos da idade. Daí a necessidade de 
se traçarem estratégias para a manutenção da massa muscular com o envelhecimento. 
Em indivíduos sedentários, a massa magra é a principal consumidora de energia e, 
portanto, sua diminuição pelo envelhecimento faz com que sejam menores as 
necessidades energéticas.
Assim, é fato que a força muscular, a área de secção transversal do músculo e a 
relação entre ambas diminuem com o envelhecimento; todavia, essas alterações 
quantitativas só explicam parcialmente a perda de força idaderelacionada, uma vez que 
se tem demonstrado que algumas alterações fenotípicas presentes no músculo 
senescente estão relacionadas com transcrição gênica alterada.
A musculatura esquelética do velho produz menos força e desenvolve suas funções 
mecânicas commais “lentidão”, dado que a excitabilidade do músculo e da junção 
mioneural está diminuída; há contração duradoura, relaxamento lento e aumento da 
fatigabilidade.
A diminuição da força muscular na cintura pélvica e nos extensores dos quadris resulta 
em maior dificuldade para a impulsão e o levantarse; ao mesmo tempo, a diminuição 
da força da mão e do tríceps torna mais difícil o eventual uso de bengalas.
Todavia, nem a reduzida demanda muscular, tampouco a perda de função associada, 
são situações inevitáveis do envelhecimento, uma vez que podem ser minimizadas e 
até revertidas com o condicionamento físico. Assim, exercícios mantidos durante a vida 
UC9 - Processo de Envelhecimento 35
podem evitar em grande parte as deficiências musculares idade-relacionadas: 
exercícios aeróbicos melhoram a capacidade funcional e reduzem o risco de se 
desenvolver o diabetes tipo 2 na velhice; exercícios de resistência aumentam a massa 
muscular no idoso de ambos os sexos, minimizando, e mesmo revertendo, a síndrome 
de fragilidade física presentenos mais longevos.
Fechando o ciclo saúde-nutrição-atividade física, resta dizer que uma ingestão proteica 
diária inadequada resulta em maior perda de massa muscular.
Cada vez mais se reconhece a deterioração de funçõesm mitocondriais (genéticas, 
bioquímicas e bioenergéticas) na gênese de alterações fenotípicas associadas ao 
envelhecimento normal (Cortopassi e Wong, 1999). Mutações deletérias no genoma 
mitocondrial acumulam-se exponencialmente com o envelhecimento de nervos e 
músculos, nos quais se detecta perda de fibras e atrofia; há aumento exponencial no 
número de fibras deficientes em citocromo-oxidase a partir da 4 a década de vida. O 
estresse oxidativo, reduzindo a permeabilidade da membrana mitocondrial, tem sido 
responsabilizado pela liberação do citocromo C e pela iniciação da apoptose.
As mutações do DNA mitocondrial têm sido ligadas a transtornos como convulsões, 
acidente vascular encefálico, atrofia óptica, neuropatia, miopatia, cardiomiopatia, 
surdez neurossensorial e diabetes melito; também têm um papel importante no 
processo de envelhecimento e em doenças neurodegenerativas, como 
as doenças de Parkinson e Alzheimer. Urge reconhecermos as síndromes clínicas 
sugestivas de disfunções mitocondriais.
A razão das fibras musculares dos tipos I e II altera-se com o envelhecimento; todavia, 
isso não se traduz em uma enfermidade muscular incapacitante. Por outro lado, a 
conhecida diminuição da resistência muscular com a idade, em situações estressantes 
(doença aguda, por exemplo), pode ser causa de rápido descondicionamento, o que 
vem a exigir maior atenção e uma intervenção mais pronta em idosos, sob o risco de 
maior imobilidade, menor estabilidade postural, quedas etc.
No transcorrer da vida ocorremalterações na cinemática e na cinética da marcha, mas 
é principalmente após os 70 anos que tais 
alterações passam a ter significado clínico. Há alterações posturais, como cifose, 
redução da lordose lombar e desenvolvimento de valgismo nos quadris, com 
alargamento da base de apoio. A marcha do idoso difere da do adulto entre outros 
UC9 - Processo de Envelhecimento 36
fatores, pelo menor comprimento dos passos, pela menor extensão dos joelhos, por 
menor força na flexão plantar dos tornozelos e por menor velocidade dos passos. 
Emuma avaliação clínica – reconhecendo que o envelhecimento traz consigo um 
decréscimo na informação sensorial (propriocepção, visão etc.), um retardo nas 
respostas e outras limitações musculoesqueléticas (aqui discutidas) – podemos 
constatar que cerca da metade dos longevos (≥ 85 anos) relatam não ter dificuldade 
para a marcha; também é possível reconhecer em ± 20% deles o que poderíamos 
chamar de transtorno senil (idiopático) da marcha. Infelizmente muitos adultos e idosos 
aceitam os transtornos da marcha e a diminuição da mobilidade como mudanças 
“normais” do envelhecimento. Nesse contexto estamos muito mais no campo das 
patologias a serem identificadas e tratadas do que em uma zona de penumbra.
Em idosos, o estudo da relação entre força e performance física não é linear; daí 
decorre, emindivíduos “fortes”, a não correlação entre força dos membros inferiores e 
velocidade da marcha, ao 
contrário dos “fracos”, nos quais é nítida tal associação. Assim, pequenas alterações na 
capacitação fisiológica podem ter efeitos marcantes no desempenho de indivíduos 
fragilizados.
Ressalte-se que a menor capacidade de trabalho muscular é um dos primeiros sinais 
da velhice, afetando em última instância a capacidade laboral, a atividade motora e a 
adaptabilidade ao ambiente; por outro lado, os exercícios, melhorando a função 
muscular, reduzem a frequência de quedas, contribuindo assimpara a manutenção da 
independência e de melhor qualidade de vida para os idosos.
Atualmente aceitamos que o envelhecimento muscular resulta de alterações no 
equilíbrio entre o potencial miogênico e a atividade fibrótica, uma vez que o músculo 
senescente apresenta reduzida 
capacidade de reparo/regeneração, vindo a tornar-se progressivamente fibrótico. 
Entre as bases do fenômeno observa-se grande redução na expressão da sintase do 
óxido nítrico (Samengo et al., 2012) e sabe-se que, no músculo jovem, altos níveis de 
óxido nítrico aumentam o número das células satélites (= 
população específica de células estaminais presentes no músculo totalmente 
diferenciado) que inibem a extravasão de leucócitos para o músculo. 
UC9 - Processo de Envelhecimento 37
Viu-se que a diminuição na produção do óxido nítrico durante o envelhecimento 
muscular possibilita um aumento dos macrófragos anti-inflamatórios M2a (são 
macrófagos ativados por citocinas para o fenótipo M2 e, em sequência, M2a), o que 
vem promover ainda mais a fibrose. Demonstrou-se que a mudança dos macrófagos 
musculares para o fenótipo M2a é fortemente influenciada pela idade das células 
hematopoéticas das quais provêm. Tudo indica que a fibrose no músculo senescente 
seja consequência de um estado de inflamação crônica de baixo grau e que células, de 
diferentes linhagens, possam interagir na regulação de tal fenômeno.
No estudo da fisiopatologia da sarcopenia Basu et al. (2002) mostraram que alterações 
na síntese de proteínas musculares contráteis explicam algumas características 
clínicas da sarcopenia, notadamente a perda de força e o fatigamento precoce. Já 
Yarasheski et al. (2002) demostraram que a expressão do fator 
de crescimento e de diferenciação miostatina – que suprime o crescimento muscular – 
correlaciona-se negativamente à massa corpórea magra, enquanto o envelhecimento 
está diretamente associado a maior expressão da miostatina. Em outras palavras, a 
miostatina sérica é um marcador biológico da sarcopenia.
Em sequência, Gannon et al. demonstraram que marcantes alterações idade-
relacionadas ocorrem nas cadeias leves da miosina (MLC); identificaram, ainda, um 
extraordinário aumento da 
isoforma MLC2 do tipo lento, restrito às fibras musculares senescentes, além de 
confirmarem o processo de transformação de fibras rápidas para lentas durante o 
envelhecimento celular. Esses dados sugerem a isoforma MLC2 lenta como um 
possível marcador para o tipo de fibra muscular da sarcopenia. Por fim, embora se 
reconheça que a sarcopenia não seja intrinsecamente irreversível com o 
envelhecimento, não tem sido possível demonstrar que os exercícios físicos per se 
possam preveni-la, sobretudo nos indivíduos com 70 anos ou mais. Por outro lado, há 
dados promissores sobre uma terapia gênica humana que evite seus efeitos 
(consegue-se assim um aumento da massa muscular sem exercícios!).
Entender como a viuvez interfere na qualidade de vida e longevidade do idoso
UC9 - Processo de Envelhecimento 38
O aumento progressivo da população idosa também aumenta o número de viúvos; 
esse processo de viuvez interfere diretamente na qualidade de vida.
a) o grupo de viúvos está entre os grupos de maior fragilidade entre os idosos 
comunitários;
b) viúvos idosos buscam o serviço de emergência médica com mais frequência por 
baixa satisfação com a vida, situação econômica ruim, más condições de saúde 
autoreferida, limitação funcional, e acidente vascular cerebral; 
c) a perda do cônjuge aumenta o risco de pessoas idosas receberem tratamento 
psiquiátrico, tanto para condições psiquiátricas graves e menores; 
d) viúvos têm significativamente mais sintomas depressivos e mais pontos na escala de 
luto; 
e) homens idosos em luto parecem ter maior dificuldade de superar o fardo transitório 
ligado à viuvez;
f) o efeito da viuvez pode mudar de uma cultura para outra e foram documentados 
sintomas pós-luto em viúvas Ijaw na Nigéria; 
g) a viuvez é evento ambiental específico que afeta sintomas depressivos, e esta 
dinâmica ambiental pode perpetuar o aumento de sintomas depressivos ao longo do 
tempo; 
h) viúvos com idades diferentes dos cônjuges têm a saúde mental pior do que pessoas 
casadas, mas eles não parecem ser mais 
desfavorecidos em termos de saúde física; 
i) idosos viúvos têm maioresíndices de mortalidade; 
j) os fatores psicossociais, as circunstâncias socioeconômicas, ser do sexo masculino, 
ter idade mais avançada, funcionamento físico precário e expressar alívio sobre a 
morte do cônjuge são preditores de mortalidade de idosos viúvos; 
k) os fatores de risco psicossociais para a mortalidade após o falecimento reduz ao 
longo do tempo; 
l) contextos estruturais que oferecem oportunidades para interagir com os outros, 
favorecendo novos compromissos sociais, podem ser potenciais modificadores do 
efeito viuvez na mortalidade.
UC9 - Processo de Envelhecimento 39
Conhecer as redes de saúde e de interação social para cuidados do idoso
Redes de saúde
O cuidado à pessoa idosa compreende diversos atores: idoso, família, cuidador (se 
existente), comunidade e equipes de atenção à saúde, que atuam de forma inter-
relacionada no desempenho das atividades de atenção às demandas identificadas por 
meio de relações interpessoais. É preciso valorizar e criar, além dos espaços de 
discussão da própria equipe, outros espaços em que possam ser incluídos os outros 
atores envolvidos na rede social de cuidado do idoso.
O trabalho em grupo é uma realidade no cotidiano das equipes de Atenção 
Básica/Saúde da Família que desenvolveram grupos de hipertensão, diabetes, 
puericultura e de gestantes. 
Grande parte das equipes que trabalham com as atividades de grupos considera que 
os idosos estão incluídos nos grupos de hipertensão e diabetes, fato que reforça o 
tratamento do envelhecimento natural como doença, o que não é verídico.
Destaca-se o papel fundamental da socialização obtida em qualquer trabalho em 
grupo, o que por si só, pode representar novas perspectivas para a pessoa idosa 
(dependendo de sua situação familiar e comunitária), além de maior aceitação na 
sociedade.
Faz-se necessário uma maior reflexão das equipes de saúde de Atenção Básica/Saúde 
da Família sobre o trabalho em grupo, para poder utilizá-lo de forma mais reflexiva e 
efetiva.
Redes de Interação Social
O suporte social serve como proteção contra estresse em idosos
Conjunto hierarquizado de pessoas que mantém entre si de relações de dar e receber
Principal função: dar e receber apoio social, manter a identidade social, criar novos 
laços, possibilita sentimentos de cuidados e valorização.
As características das redes sociais são determinadas por fatores culturais, 
sociodemográficos e individuais, porem certas características das redes sociais 
parecem ser comuns aos idosos de 
diversas culturas.
UC9 - Processo de Envelhecimento 40
As mulheres possuem um maior tendência para desenvolver relações sociais;
As mídias sociais favorecem a interação social; oferecem ao idoso possibilidade de se 
engajar em relações significativas, além de construírem canais para obtenção e 
provimento de suporte social a familiares e amigos.
Reconhecer a necessidade de adequação da atenção em saúde em relação ao 
idoso
Organização Mundial de Saúde propôs, em 2002, um projeto denominado “Towards 
Age-friendly Primary Health Care”, cuja proposta é adaptar os serviços de atenção 
básica para atender adequadamente às pessoas idosas, tendo como objetivo principal 
a 
sensibilização e a educação no cuidado primário em saúde, de acordo com as 
necessidades específicas dessa população.
São 3 áreas de atuação previstas nesse projeto:
Informação, Educação, Comunicação e Treinamento: por meio do treinamento 
busca-se melhorar a formação e as atitudes dos profissionais de saúde de modo 
que possam avaliar e 
tratar as condições que afligem pessoas idosas fornecendo ferramentas e 
fortalecendo-as na direção de um envelhecimento saudável;
Sistema de Gestão da Assistência de Saúde: organização da gestão do serviço da 
Atenção Básica, de acordo com as necessidades das pessoas idosas;
Adequação do ambiente físico: tornando-o mais acessível para as pessoas que 
possuam alguma limitação funcional
Na Atenção Básica espera-se oferecer à pessoa idosa e à sua rede de suporte social, 
incluindo familiares e cuidadores (quando existente), uma atenção humanizada com 
orientação, acompanhamento e apoio domiciliar, com respeito às culturas locais, às 
diversidades do envelhecer e à diminuição das barreiras arquitetônicas de forma a 
facilitar o acesso conforme proposto no Manual de Estrutura Física, do Ministério da 
Saúde, 2006. A adoção de intervenções que criem ambientes de apoio e promovam 
opções saudáveis são importantes em todos os estágios da vida e influenciarão o 
envelhecimento ativo;
UC9 - Processo de Envelhecimento 41
Urgência de desenvolver programas de formação de cuidadores para lidar com 
pessoas idosas com problemas mentais e sua família.
Tutoria 05: Diabetes Mellitus na Saúde do Idoso e o Cuidado na Medicina Paliativa
Descrever as adaptações morfofuncionais geniturinárias normais decorrentes do 
processo de envelhecimento humano masculino
Modificações Morfológicas:
O rim sofre modificação no seu peso, que é de 50 g no nascimento e que, na fase 
adulta, varia de 230 a 250 g, proporcionalmente à área corporal do indivíduo. A partir 
da quarta década, inicia-se o processo de envelhecimento renal, com diminuição do 
seu peso, que pode chegar a cerca de 180 g, redução da área de filtração glomerular e, 
consequentemente, das suas funções fisiológicas, o que se detecta universalmente 
pela medida do ritmo de filtração glomerular, em geral quantificada na clínica pela 
depuração da 
creatinina endógena.
A dicotomia da embriologia renal com referência à origem do córtex e da medula 
também está representada na evolução do envelhecimento renal, em que a medula é 
relativamente preservada, em contraposição à progressiva perda das estruturas 
corticais. Essas perdas são heterogêneas das estruturas renais e podem condicionar 
graus diferentes de atrofia, esclerose e hiperplasia de vasos, glomérulos, túbulos e 
interstício renal. A consequência desse fenômeno de alterações heterogêneas é uma 
perda funcional que não leva à plena falência do órgão.
Conhecidos os efeitos, o modo como o envelhecimento se processa do ponto de vista 
biológico ainda é um assunto do campo da especulação. Algumas observações têm 
incluído insulin-like growth factor 1 (IGF-1) (Chou et al., 1997), apoptose, plasminogen 
activator factor 1 (PAF-1), epidermal growth factor (EGF) e alterações dos processos 
oxidativos como prováveis mediadores dessas alterações.
Vasos Renais:
Por serem intensamente vascularizados, os rins recebem cerca de 25% do débito 
cardíaco por minuto, que circula principalmente pelo córtex, para o processo de 
filtração glomerular. Esse é o ponto de partida da ação fisiológica renal, que promove 
UC9 - Processo de Envelhecimento 42
depuração sanguínea de substâncias originárias do metabolismo e a manutenção do 
meio interno, por meio da regulação do equilíbrio hidreletrolítico e acidobásico.
A partir dos 40 anos, todos os vasos renais sofrem progressiva esclerose (Barton, 
2005), levando a uma diminuição de seu lúmen, com consequentes modificações no 
fluxo laminar do sangue, o que facilita a deposição lipídica na parede vascular. Isso 
propicia a substituição de células musculares por depósitos de colágeno, o que causa a 
diminuição da sua elasticidade. Essas modificações vasculares parecem ser 
importantes na diminuição do peso dos rins, tanto em animais de experimentação como 
no ser humano.
Em trabalho recentemente publicado, comparando-se vasos renais de jovens e idosos 
com base em critério de escores para as alterações, as diferenças arteriais foram 
observadas predominantemente nos vasos intrarrenais (artérias interlobulares e 
arqueadas). Além dessas alterações, os idosos, mesmo nos estágios iniciais da 
insuficiência renal crônica, podem apresentar alterações vasculares envolvendo 
mecanismos de lesão do tipo inflamatório e também disfunção endotelial.
Glomérulos:
O número de glomérulos à época do nascimento varia entre 800 mil e 1 milhão, 
divididos entre os de localização cortical e justamedular, que têm característicasfuncionais distintas. Esse número de glomérulos mantém-se constante até a quarta 
década, quando se inicia o processo de envelhecimento renal; a partir daí, há uma 
progressiva redução dessas estruturas, alcançando na sétima década cerca de 1/3 do 
número de glomérulos iniciais. 
Além da redução em número e volume, os glomérulos sofrem processos de 
modificações estruturais, envolvendo mudança da expressão de genes que levam à 
expansão das células mesangiais e a um acentuado espessamento da membrana 
basal por mecanismos inflamatórios, associado a alterações bioquímicas da mesma. 
A deterioração glomerular deve-se a estímulos extrínsecos e intrínsecos que podem 
limitar o número de replicação celular causada por encurtamento telomérico. A principal 
consequência dessas alterações é a diminuição da área de filtração e da 
permeabilidade glomerular, o que proporciona a diminuição do ritmo de filtração 
glomerular.
UC9 - Processo de Envelhecimento 43
O aspecto histológico do rim senil exibe um padrão heterogêneo de comprometimento 
na evolução nas estruturas glomerulares, com diversos graus de acometimento: pode 
haver algumas unidades esclerosadas, outras hialinizadas, alguns glomérulos 
hipertrofiados e glomérulos de aspecto normal de permeio.
Uma outra característica da ação do tempo sobre os glomérulos é a distinta evolução 
que sofrem os glomérulos corticais e medulares, o que foi evidenciado no clássico 
trabalho de Takazakura et al. (1972), a partir de estudos microangiográficos. 
Resumidamente, os glomérulos corticais sofrem uma evolução para atrofia e 
desaparecimento completo, com perda total do polo vascular, desaparecendo, assim, 
ambas as estruturas, enquanto nos glomérulos justamedulares ocorre o 
desaparecimento do glomérulo, sem a perda dos segmentos das arteríolas aferentes e 
eferentes que dão origem a um shunt vascular.
Túbulos e interstício
Após o nascimento, mantém-se o processo de expansão e maturação dos túbulos 
renais, que, a partir da quarta década, passam a sofrer o processo contrário, com 
diminuição do seu comprimento e volume, provavelmente em decorrência de isquemia. 
Como consequência, há uma substituição por tecido conjuntivo sem grandes sinais 
inflamatórios associados. Tais alterações ocorrem antes do processo degenerativo que 
sofrem os glomérulos; portanto, esses dois processos parecem ser independentes. 
Notam-se também modificações nas alças de Henle, principalmente, por diminuição do 
seu comprimento.
Com relação ao interstício, novamente se observam diferentes comportamentos entre o 
interstício cortical e o medular. No primeiro, o aumento do tecido conectivo não é tão 
marcante quanto na medula, onde também ocorre acentuado depósito gorduroso.
Nos estudos realizados pelos modernos métodos de diagnóstico por imagem, como a 
ultrassonografia e a tomografia axial computadorizada, foram identificadas essas 
alterações anatômicas dos rins dos idosos, o que possibilitou a criação de critérios para 
a representação daquelas alterações e facilitou a avaliação clínica do envelhecimento 
renal.
Ureter:
UC9 - Processo de Envelhecimento 44
Tem sido relatada maior contratilidade, que, provavelmente, estaria associada a uma 
expansão da sua camada muscular em relação às outras camadas desse órgão. A 
resposta de relaxamento ureteral é menor com emprego de betabloqueadores, 
provavelmente relacionada a uma diminuição na concentração de monofosfato de 
adenosina cíclico (cAMP), ocorrendo, ao contrário, um aumento do 
relaxamento quando do emprego de nitroprussiato de sódio como estímulo, fato 
provavelmente associado ao aumento das concentrações de monofosfato de 
guanosina cíclico (cGMP).
Modificações relacionadas à idade em relação ao conteúdo dos seus eletrólitos, 
constatando aumento de ferro e sulfato e diminuição das concentrações de cálcio, ao 
contrário do observado na maioria dos órgãos.
Bexiga:
Órgão responsável pelo armazenamento da urina produzida pelo rim e por seu 
esvaziamento para o meio exterior, a bexiga é submetida, no envelhecimento, a 
alterações próprias do órgão e extravesicais, que podem levar a uma exteriorização 
clínica, cujas repercussões ultrapassam a esfera biológica do indivíduo, podendo 
promover inúmeras limitações nos campos psíquico, social e profissional da pessoa 
idosa.
O envelhecimento da bexiga pode resultar no desarranjo do delicado equilíbrio entre os 
músculos estriados (voluntários) e liso (autônomo), controlado pela ação simpática, 
responsável pelo relaxamento e pela capacidade de armazenamento vesical, e o 
parassimpático, com ação predominante na contração da bexiga e expulsão da urina.
Alterações histológicas observadas sob microscopia eletrônica nas três camadas do 
detrusor e consequente hiperatividade do mesmo, e pela progressiva esclerose 
dos vasa-vasorum, cuja consequência é a denervação da bexiga.
Um fator extravesical, como o processo de atrofia cerebral, pode, também, ser 
responsável por alterações na função da bexiga, de forma temporária ou definitiva.
Aspectos do envelhecimento diferenciado entre os sexos:
A origem embriológica comum de bexiga, uretra, ureter e trato genital responde, na 
mulher, a estímulo estrogênico, cujo declínio de produção que acompanha o 
UC9 - Processo de Envelhecimento 45
climatério pode trazer consequências fisiológicas, participando como facilitador do 
aparecimento, por exemplo, de infecções urinárias
Nos homens, em associação aos processos degenerativos próprios, a bexiga está 
vulnerável, principalmente, ao aumento prostático e à consequente acentuação do 
prejuízo aos processos primários do seu envelhecimento.
Envelhecimento da uretra
Órgão pouco comprometido pelo envelhecimento, a uretra apresenta entre as mulheres 
uma diminuição da pressão uretral máxima e do comprimento funcional.
Nos homens, o comprometimento principal é o extrínseco, promovido pela hipertrofia 
prostática. 
Modificações Fisiológicas
Em decorrência das modificações estruturais observadas com o envelhecimento renal, 
haverá algumas modificações funcionais que podem ser atribuídas ao denominado 
envelhecimento bem-sucedido, já que, apesar dessas perdas, são preservadas tanto 
as funções de equilíbrio do meio interno que é mantido em 
níveis de normalidade fisiológica, quanto as funções excretoras e endócrinas do rim. 
Desse equilíbrio resulta a preservação do metabolismo celular. Como citado 
anteriormente, as modificações funcionais são diretamente proporcionais à redução 
das medidas renais.
Essas perdas do envelhecimento não são homogêneas, classificando os idosos em 
três categorias: de acentuada redução da filtração glomerular, de situação intermediária 
e sem comprometimento nessa função renal.
Em trabalhos recentes de comparação do curso da evolução do ritmo de filtração 
glomerular (RFG) entre uma população idosa urbana americana e outra de ameríndios 
de uma tribo de uma ilha do Panamá, cujo consumo de proteínas é baixo, não se 
observou nessas populações nítida tendência para aumento da pressão arterial, bem 
como não houve influência dos fenômenos alimentares e de urbanização, como 
participantes únicos no envelhecimento renal.
Merecem atenção os resultados de um trabalho comparativo entre rins de doadores 
jovens e velhos para transplante renal que foram submetidos a biopsia e estudos 
UC9 - Processo de Envelhecimento 46
fisiológicos com determinação da pressão oncótica, permeabilidade e área de filtração 
glomerular (clearance de creatinina; CC representa a filtração glomerular). Os autores 
concluíram que a filtração é comprometida pela redução do número de glomérulos 
funcionantes.
Principal teste para avaliação da função renal: creatinina urinária/depuração de 
creatinina; depois disso, avalia-se o CCC.
Fluxo Sanguíneo Renal
Os estudos sobre o fluxo sanguíneo renal (FSR) com o emprego do para-amino-
hipurato evidenciaram uma diminuição do aporte de sangue, com redução de cerca de 
700 ml/min medidos em adultos 
jovens, para próximo de 300 ml/min entre

Continue navegando