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Ação penal

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1.1 Conceito de ação 
 É o direito de ir a juízo invocar o Poder Judiciário. 
 É o mesmo conceito apresentado no Processo Civil, ou seja, é o direito de invocar a 
prestação jurisdicional.
 É o direito de pedir ao Estado-Juiz a aplicação do Direito Penal objetivo a um caso concreto. 
 É o direito de pedir ao Estado-Juiz uma decisão sobre um fato penalmente relevante. É 
também o direito público subjetivo do Estado-Administração, único titular do poder-dever de 
punir, de pleitear ao Estado-Juiz a aplicação do Direito Penal.
 O que distingue uma ação da outra é a pretensão que lhe serve 
de conteúdo.
1. Ação penal
1.2 Classificação de ação penal
 Há dois critérios para se classificar a ação penal:
a) Tradicional – em que se leva em conta o elemento subjetivo, isto é, em que se considera o 
sujeito que a promove (classificação subjetiva). Exemplos: APPI, APPC e APPrivada.
b) Ação penal popular – a ação penal popular é fruto do Direito espanhol e anglo-americano, 
como um direito que qualquer do povo pode exercer denunciando crime visando à punição 
do autor do delito. Em nosso ordenamento, os que defendem essa espécie, acreditam que 
o exercício desse direito pode ser perpetrado por habeas corpus.
1. Ação penal
1.2.1 Classificação subjetiva – levando em conta o sujeito que a promove, a ação penal se 
classifica em pública e privada.
 Art. 100, do CP – a ação penal é pública, salvo quando a lei expressamente a declara 
privativa do ofendido.
 Art. 100, §1º – distingue ação pública promovida pelo MP, sem subordinar a manifestação de 
vontade de quem quer que seja da semipública, isto é, daquela que a atividade do MP fica 
condicionada à manifestação de vontade.
Como saber se determinado crime é de ação pública ou privada?
R.: O artigo 100, do CP, fala que a ação penal é pública, salvo quando a lei a declara privativa 
do ofendido. Assim, quando for privada, o próprio texto da lei declarará como tal.
 Regra geral: a ação é pública.
 Exceção: a ação será privada quando a lei assim 
expressamente a declarar. Ex.: art. 167, do CP.
1. Ação penal
1.3 Subdivisão de ação penal pública
A. Incondicionada
B. Condicionada
A) Incondicionada
 Quem a promove é o MP (art. 100, §1º, do CP; e art. 24, do CPP);
 O MP a propõe sem que haja manifestação da vontade de quem quer que seja, sendo, 
inclusive, irrelevante a contrária manifestação de quem quer que seja.
Quais os crimes que dão lugar à APPI?
 R.: Essa modalidade constitui regra. Quando os crimes se 
submetem a essa modalidade de ação, a lei silencia quanto a 
qualquer condição (p. ex.: representação ou requisição do MJ).
1. Ação penal
1.4 Princípios que regem a ação penal pública incondicionada
 Oficialidade – o MP tem o dever de promover ação penal pública de ofício, isto é, por 
iniciativa própria, sem qualquer interferência alheia (salvo nos casos de APPC e APPrivada).
 Indisponibilidade – não pode o MP dispor da ação penal, não pode o MP desistir da ação 
penal, transigindo ou acordando (art. 42, CPP – vedação expressa). Exceção: Juizado 
Especial Criminal – quando realizada a transação prevista no art. 76, da Lei n. 9.099/95.
 Legalidade ou obrigatoriedade – obrigatoriedade do MP 
promover a ação penal (art. 24, CPP) “dogma da ação penal 
obrigatória”. Princípio da oportunidade – que permite ao MP 
julgar a conveniência ou não da propositura da ação penal. 
O entendimento na doutrina é de que esse princípio não 
vigora entre nós.
1. Ação penal
 Indivisibilidade – ação penal, seja pública, seja privada, é indivisível, no sentido de que 
abrange todos aqueles que cometeram a infração penal. O promotor não pode escolher em 
relação a quem ela deva ser proposta. Deve ser proposta a ação penal contra todos aqueles 
que cometeram a infração penal.
 Intranscendência – a ação penal é proposta apenas contra uma pessoa ou contra as 
pessoas a quem se imputa a prática da infração.
B) Condicionada 
 É aquela cujo exercício se subordina a uma condição.
 Essa condição é a manifestação de vontade no sentido de 
proceder, externada pelo ofendido ou por quem legalmente o 
represente, ou é a requisição do Ministro da Justiça.
1. Ação penal
Quem promove a ação penal nesses casos?
R.: O MP (art. 24, do CPP).
Quais são os crimes cuja ação penal depende de representação?
R.: São poucos. Exemplos: art. 130, §2º; art. 145, § único; art. 174, § único; art.151, § 4º; art. 
152, § único; art.153, § único; art. 154, § único; art. 156, § 1º; art. 176, § único; art. 182, art. 
184, §3º; art.196, §2º e art. 225, § 2º, todos do CP. Lei n. 9.99/95, art. 88 – crimes de lesão 
corporal leve e culposa são de APPC.
 Representação – é feita pelo ofendido ou por seu representante legal – art. 24, do CPP.
A quem é dirigida a representação? 
 R.: Destinatários da noticia criminis são o juiz, a autoridade 
policial ou o MP (art. 39, do CPP).
1. Ação penal
 Morte do ofendido – o direito de representação passa para o cônjuge, ascendente, 
descendente e irmão (art. 24, §1º, do CPP). 
Retratação – pode haver retratação de quem fez a representação?
R.: Art. 102, do CP, “a representação será irretratável depois de oferecida a denúncia”.
 Prazo para a representação – seis meses e se inicia na data em que o ofendido vier a 
saber quem foi o autor do crime.
1.5 Ação penal privada
Distinção entre ação penal pública e ação penal privada
 É única e exclusivamente na legitimidade de agir.
 Mesmo sendo privada, o direito de punir continua 
pertencendo ao Estado.
 Na ação pública, é o MP quem tem legitimidade para 
promovê-la. Já na privada, a iniciativa cabe ao ofendido 
ou seu representante legal.
1. Ação penal
Crimes de ação penal privada no CP atual
 O Código Penal enumera taxativamente quais são os crimes de Ação Penal Privada.
 Todavia, em relação a cada crime cuja ação penal só possa ser promovida pelo ofendido, o 
texto focaliza a exigência especial prevendo: “somente se procede mediante queixa”.
Legitimidade:
Quem pode promovê-la?
 R.: art. 100, §2º, do CP e art. 30, do CPP, ou seja, o ofendido ou seu representante legal. Se 
o ofendido morrer ou for judicialmente declarado ausente, poderá promover qualquer das 
pessoas enumeradas no art. 31, do CPP. 
 Prazo – art. 38, do CPP.
 Deve ser exercido no prazo de seis meses, contados do dia em 
que vier a saber quem foi o autor do crime. Esse prazo é 
decadencial, ou seja, não admite interrupção, suspensão ou 
prorrogação. Arquivamento: se o ofendido não oferecer queixa 
no prazo legal, opera-se a decadência que é causa extintiva 
de punibilidade.
1. Ação penal
 Divisão da ação penal privada
a) APP propriamente dita ou exclusivamente privada – é a modalidade que acabamos de 
estudar e cujo exercício compete ao ofendido ou a quem o represente.
b) APP subsidiária da pública – aquela que se intenta nos crimes de ação penal pública 
condicionada ou incondicionada se o órgão do MP não oferecer denúncia no prazo legal 
(CPP, art. 29).
c) APP personalíssima – cujo exercício compete única e 
exclusivamente ao ofendido. Só existe um caso de APP 
personalíssima no nosso ordenamento pátrio (parágrafo 
único, do art. 236, do CP) no crime de induzimento a erro 
essencial e ocultação de impedimento matrimonial. Nesse tipo 
de ação penal privada, a morte do cônjuge extingue a 
punibilidade, não podendo as pessoas arroladas no art. 31 
promovê-la. Trata-se de direito personalíssimo e 
intransmissível.
1. Ação penal
Guliver, servidor público municipal, foi vítima de crime de injúria em razão de suas funções. Em 
decorrência desse fato, foi instaurado inquérito policial para investigar a notícia crime, sendo 
identificado o acusado. Analisando esse fato narrado e de acordo com a jurisprudência do 
Supremo Tribunal Federal, é correto afirmar que:
a) Guliver poderá optar por ofertar a queixa-crime assistido por um advogado ou oferecer 
representação ao Ministério Público, para que seja analisada apossibilidade de oferecimento 
de denúncia.
b) Caberá exclusivamente a Guliver dar prosseguimento à ação, assistido por um advogado, 
mediante queixa-crime.
c) Caberá ao Ministério Público oferecer denúncia, 
independentemente da representação de Guliver.
d) Caberá ao Ministério Público oferecer denúncia após a 
representação da pretensa vítima, mas Guliver não poderá 
optar por oferecer queixa-crime.
e) Guliver deverá apresentar perante o juízo processante a 
representação, o que pode ser feito sem a necessidade de 
advogado, externando seu desejo de dar prosseguimento 
ao feito.
Interatividade
Guliver, servidor público municipal, foi vítima de crime de injúria em razão de suas funções. Em 
decorrência desse fato, foi instaurado inquérito policial para investigar a notícia crime, sendo 
identificado o acusado. Analisando esse fato narrado e de acordo com a jurisprudência do 
Supremo Tribunal Federal, é correto afirmar que:
a) Guliver poderá optar por ofertar a queixa-crime assistido por um advogado ou oferecer 
representação ao Ministério Público, para que seja analisada a possibilidade de oferecimento 
de denúncia.
Resposta
1.6 Denúncia
 Nos termos do art. 24, do CPP, a ação penal pública (condicionada ou incondicionada) se 
inicia por meio da denúncia.
 Com o oferecimento da denúncia é que se formaliza o direito de ação.
 Conteúdo da denúncia – art. 41, do CPP.
 Prazo para oferecimento da denúncia – art. 46, do CPP.
 Réu preso – cinco dias contados da data em que o órgão do 
MP receber os autos do IP.
 Réu solto ou afiançado – quinze dias.
 Ausência de IP – art. 46, §1º, do CPP – o prazo para 
oferecimento da denúncia contar-se-á da data em que teve 
recebido as peças ou a representação.
1. Ação penal
Não oferecimento da denúncia no prazo legal – Consequências:
1) O indiciado ou alguém por ele poderá impetrar uma ordem de HC, alegando estar preso por 
mais tempo que o determinado por lei.
2) A vítima ou pessoa que legalmente a represente poderá dar início à ação penal por meio de 
queixa, substituindo assim o promotor desidioso, nos termos do art. 29, do CPP.
3) O promotor perderá nos termos do art. 801, do CPP, tantos dias de vencimento quantos 
forem os excedidos.
4) Conforme o caso concreto, poderá, ainda, incorrer o órgão do MP faltoso nas sanções do 
art. 319, do CP (prevaricação).
Obs.: em qualquer caso, se o promotor deixar de oferecer a 
denúncia no prazo legal e se a vítima ou quem legalmente a 
represente não vier a suprir a sua inércia com o oferecimento da 
queixa, o MP, a todo tempo, enquanto não estiver extinta a 
punibilidade, poderá ofertar denúncia, sujeitando-se, contudo, 
às sanções disciplinares.
1. Ação penal
 Extinção da punibilidade – recebendo os autos do IP, pode o promotor entender que já se 
extinguiu a punibilidade, por prescrição ou por qualquer outra causa. Nesse caso, cumpre-lhe 
requerer ao juiz que seja proferida decisão nesse sentido.
 Guarda em cartório – pode acontecer que o IP verse sobre crime de exclusiva ação penal 
privada. Assim, recebendo os autos do IP, deve o promotor de justiça, nos termos do art. 19, 
do CPP, requerer que os autos do IP permaneçam em cartório, aguardando a iniciativa da 
vítima ou de quem de direito para o início da ação penal privada.
 Recebimento e rejeição da denúncia – art. 395, do CPP. 
Além das hipóteses ali elencadas, a denúncia pode ser 
rejeitada:
A) Por falta dos requisitos essenciais e de natureza formal 
(exposição do fato criminoso, qualificação do acusado etc.) –
art. 41, do CPP.
1. Ação penal
B) Por ausência de qualquer das condições genéricas da ação – possibilidade jurídica do 
pedido, legitimidade e interesse de agir.
C) Por falta dos pressupostos processuais de existência e de validade – órgão investido 
de jurisdição, o pedido e as partes, juiz impedido, coisa julgada ou litispendência etc.
 Rejeitada a denúncia, dependendo do fundamento, poderá ou não ser intentada outra no 
lugar. Ex.: impossibilidade jurídica do pedido.
 Recurso da decisão que recebe a denúncia: não há recurso 
específico ao acusado para combater essa decisão. Contudo, 
se ausente na inicial qualquer dos requisitos formais e 
essenciais das condições genéricas ou específicas, poderá 
impetrar HC, em face ao constrangimento ilegal.
 Recurso da decisão que rejeita a denúncia: RESE – art. 581, 
I, do CPP, e apelação no Jecrim, Lei n. 9099/95 (art. 82).
1. Ação penal
Aditamento de denúncia
 Pode ocorrer a qualquer momento do processo, antes da sentença para o fim de suprir suas 
omissões como: data do crime, local, instrumento utilizado, nome da vítima, nome do réu etc. 
(art. 569, do CPP).
 O mesmo já não se pode dizer quanto aos elementos 
essenciais, a tipicidade, causas de aumento, qualificadora. 
Aqui há inegável inovação na pretensão punitiva. O fato como 
descrito na denúncia não as alcançava e o acusado delas não 
tomou sequer ciência, sofrendo inegável prejuízo à defesa.
 Contudo, o aditamento da inicial não fica impedido. O que se 
exige é, dependendo do caso concreto, que a instrução seja 
refeita e que a defesa seja ouvida (art. 384, do CPP –
mutatio libelli).
1. Ação penal

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