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1 UM ESTUDO SOBRE A PSICOLOGIA INFANTIL 1 Sumário 1. INTRODUÇÃO ....................................................................................... 4 2. PSICOLOGIA INFANTIL ......................................................................... 6 3. ALGUNS SINTOMAS DE PROBLEMAS PSICOLÓGICOS NA INFÂNCIA 7 1 – Medo excessivo ......................................................................................... 8 2 – Introspecção e Isolamento ......................................................................... 8 3 – Alterações de peso .................................................................................... 9 4 – Dificuldade de concentração e aprendizado .............................................. 9 5 – Problemas com o sono ............................................................................ 10 6 – Agressividade .......................................................................................... 11 7 – Compulsões e obsessões ........................................................................ 11 8 – Violência .................................................................................................. 12 9 – Tristeza .................................................................................................... 12 10 – Dificuldade para fazer amigos ............................................................... 12 3.1 A IMPORTÂNCIA DO DIAGNÓSTICO .................................................... 13 4. LUDOTERAPIA: A TERAPIA DA CRIANÇA ......................................... 14 5. A RECOMENDAÇÃO DO PSICÓLOGO PARA CRIANÇA – A IMPORTÂNCIA DA PSICOLOGIA INFANTIL ................................................ 19 6. ESTÁGIOS DA INFÂNCIA E PSICOLOGIA INFANTIL ........................ 20 Psicologia infantil 1 a 2 anos ............................................................... 20 Psicologia infantil aos 3 anos – 4 anos .................................................... 21 Psicologia infantil aos 5 anos ................................................................... 22 7.COMO FUNCIONA A PSICOTERAPIA INFANTIL ..................................... 23 8. BENEFÍCIOS DA TERAPIA INFANTIL ................................................. 24 9. COMO A PSICOLOGIA INFANTIL AJUDA A CRIANÇA ...................... 26 FRASES DE PSICOLOGIA INFANTIL POSITIVA ................................... 29 2 10. CONCLUSÃO ....................................................................................... 31 11. REFERÊNCIAS ....................................................................................... 32 3 NOSSA HISTÓRIA A nossa história inicia com a realização do sonho de um grupo de empresários, em atender à crescente demanda de alunos para cursos de Graduação e Pós- Graduação. Com isso foi criado a nossa instituição, como entidade oferecendo serviços educacionais em nível superior. A instituição tem por objetivo formar diplomados nas diferentes áreas de conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a participação no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua formação contínua. Além de promover a divulgação de conhecimentos culturais, científicos e técnicos que constituem patrimônio da humanidade e comunicar o saber através do ensino, de publicação ou outras normas de comunicação. A nossa missão é oferecer qualidade em conhecimento e cultura de forma confiável e eficiente para que o aluno tenha oportunidade de construir uma base profissional e ética. Dessa forma, conquistando o espaço de uma das instituições modelo no país na oferta de cursos, primando sempre pela inovação tecnológica, excelência no atendimento e valor do serviço oferecido. 4 1. INTRODUÇÃO No século XIX, a teoria da evolução de Darwin impulsionou o exame científico do desenvolvimento infantil. O instinto de sobrevivência das muitas espécies animais estimulou o interesse pela observação das crianças, para identificar as diferentes formas de adaptação ao ambiente e o peso da herança em seu comportamento. Em 1916, Lewis Terman introduziu o teste de inteligência (teste de Stanford– Binet), que conduziu a uma série de estudos sobre o desenvolvimento intelectual da criança. Na década de 1920, Arnold Gesell analisou o comportamento infantil através de filmagens, nas quais as crianças foram observadas em idades diferentes, estabelecendo pela primeira vez um desenvolvimento intelectual por etapas, semelhante ao seu desenvolvimento físico. Segundo Freud insistiu no efeito das variáveis ambientais e na importância do comportamento dos pais durante a infância dos filhos. John B. Watson, principal representante do behaviorismo, analisou as variáveis ambientais como estímulos progressivamente associados a respostas. No início da década de 1960, Jean Piaget utilizou métodos de observação e experimentação que integram variáveis psicológicas e ambientais. As teorias evolutivas relacionam características do comportamento com etapas específicas do crescimento. A teoria freudiana da personalidade e a teoria da percepção e cognição de Piaget são as principais. Ambas explicam o desenvolvimento humano em termos interativos. Segundo Freud, uma personalidade sadia baseia-se na satisfação de necessidades instintivas. Por sua vez, Piaget afirmou que, desde o nascimento, os seres humanos aprendem ativamente, inclusive sem incentivos externos. Atualmente, os psicólogos concordam que determinados fatores de risco biológico, como crianças que nascem abaixo do peso normal, a falta de oxigênio antes ou durante o parto e outros problemas físicos ou fisiológicos, são importantes para o seu desenvolvimento e comportamento posteriores. Também se investiga o papel das variáveis cognitivas na aprendizagem dos papéis sexuais e os estereótipos sobre as diferenças de sexo. Os modelos sexuais foram definidos na nossa cultura, mas a pressão favorável para a mudança destes modelos está rompendo pouco a pouco 5 estes estereótipos, permitindo que um indivíduo mude ou adapte seu comportamento às exigências das situações específicas com as quais vai conviver. 6 2. PSICOLOGIA INFANTIL Psicologia infantil é a área da psicologia responsável por investigar e estudar as manifestações psíquicas da criança, incluindo características cognitivas, físicas, linguísticas, perceptivas, emocionais, sociais, entre outras. A psicologia infantil busca determinar como as variáveis ambientais e as características biológicas da criança interagem no seu comportamento, estudando como ambas se relacionam e se influenciam. A psicanálise e a psicologia individual exercem um importante papel na psicologia infantil. O desenvolvimento da criança abrange diversos aspectos, entre eles o crescimento físico, as alterações psicológicas e emocionais e a adaptação social. Há um consenso de que o desenvolvimento infantil é determinado por condições genéticas e fatores ambientais. A psicologia infantil, juntamente com a psiquiatria, atua dando suporte às diversas áreas da pediatria, dando orientação aos pais, atendimento em família, ludoterapia, atendimento em grupo, entre outros. A psicologia infantil trata de estudar o comportamento da criança, desde o seu nascimento até à sua adolescência. É nesta linha de raciocínio que os psicólogos infantis levam a cabo os métodos para prever e resolver os problemas na saúde mental das crianças. No que diz respeito às suas principais teorias, a psicologia infantil baseia-se na descrição da personalidade e na percepção desenvolvida pelo Austríaco Sigmund Freud, e nos conceitos do saber cognitivo propostos pelo Suíço Jean Piaget.7 Para a teoria freudiana, o desenvolvimento de uma personalidade sã é imprescindível para satisfazer as necessidades instintivas da criança. Freud afirma que as três etapas estruturais da personalidade são o “id” (a fonte de todos os instintos), o superego (representa as regras sociais e morais) e o ego (a fase intermédia entre o “id” e o superego). Piaget, por sua vez, concentra-se no conhecimento inato da criança, que aparece desde o nascimento e que permite a aprendizagem sem necessidade de recorrer a estímulos externos. Os transtornos psicológicos mais comuns nas crianças são aqueles que estão relacionados com o sono, os temores noturnos, os medos em geral, a alimentação, a atividade (agitação excessiva, tiques) e a linguagem (gaguejo, afasia e outros). 3. ALGUNS SINTOMAS DE PROBLEMAS PSICOLÓGICOS NA INFÂNCIA A psicoterapia infantil poder ser uma grande aliada no tratamento de transtornos psicológicos em crianças. Em qualquer faixa etária estamos sujeitos aos problemas psicológicos, sejam eles causados pelo meio externo, traumas ou fatores genéticos. É na infância que muitas dessas complicações têm origem e, se não tratadas de modo apropriado, podem se estender para as outras fases da vida e de modo mais intenso. A grande questão nessa fase é que a criança tem grande dificuldade para expressar suas angústias e, mesmo quando o fazem, podem ser confundidos erroneamente com birra. Os problemas psicológicos mais comuns em crianças são a depressão, transtornos de ansiedade, TOC e fobias. 8 1 – Medo excessivo Desde muito cedo somos ensinados a sentir medo. O bicho-papão, boi da cara preta, lobo mau e outros personagens que habitam o imaginário popular, são frequentemente usados para colocar medo nas crianças a fim de frear as suas atitudes imprudentes e ensinar alguma moral. Mas sentir medo não é problema, pois ele, em níveis normais, doutrina a nossa mente a como agir em determinadas situações. O medo infantil e psicologia devem sempre andar juntos visto que com o auxílio de um especialista, as fobias podem ser tratadas e curadas. O limite entre medo e fobia está na intensidade em que eles aparecem. O medo é uma sensação de receio e ansiedade frente a uma situação de perigo, enquanto a fobia é um medo específico, intenso e muitas vezes irracional e que pode paralisar. Quando expostos aos objetos que causam a fobia, os indivíduos podem sentir falta de ar, taquicardia, tremedeira e ataques de pânico. Quando a criança tem muito medo de algo em específico, essa angústia pode ser caracterizada como fobia. Mas o medo em excesso também pode desencadear outros problemas como depressão infantil, transtornos de ansiedade infantil, transtorno de déficit de atenção infantil e hiperatividade (TDAH), transtorno obsessivo compulsivo (TOC), síndrome do pânico, entre outros. 2 – Introspecção e Isolamento Na obra “Mal-estar na civilização“, o psicanalista Sigmund Freud comenta que todo indivíduo é inimigo da civilização, e que a maioria apresenta tendências antissociais, sendo que em alguns grupos de pessoas, essa tendência é ainda maior. Porém, 9 quando a criança passa dos níveis normais de timidez e prefere se isolar à ter qualquer tipo de contato social, o alerta de que algum problema maior se faz presente soa. Alguns problemas possíveis para quadros de isolamento e introspeção se encaixam na depressão, fobia social, transtornos do espectro autista, TDAH, entre outros. 3 – Alterações de peso O transtorno alimentar infantil existe e pode ser causado pelos mesmos motivos que os de qualquer outra faixa etária: as imposições da sociedade quanto aos padrões de beleza. Os transtornos alimentares são caracterizados por alterações e perturbações psicológicas referentes à alimentação que interferem na saúde física e mental do indivíduo. Essas alterações referem-se ao excesso de comida ou à falta dela. As consequências da obesidade infantil podem ir desde o desenvolvimento de diabetes até doenças cardíacas. A obesidade infantil, tais quais outros tipos de transtornos como bulimia ou anorexia, podem ser distúrbios sérios referentes a alterações de peso. A depressão e a ansiedade também podem ser as causadoras. 4 – Dificuldade de concentração e aprendizado Esse sintoma é muito comum no Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH). Este é um transtorno de característica neurobiológica, onde sua manifestação ocorre por propensão genética, e ele acompanha a pessoa por toda sua vida, podendo ser controlado. Quem o possui, costuma apresentar atitudes impulsivas, hiperativas, descontrole emocional e falta de atenção. Quando não tratado, o paciente terá uma grande dificuldade de se relacionar e alcançar os objetivos de sua vida, pois não consegue se concentrar, manter o foco e esquecem facilmente de suas tarefas e obrigações, além de terem acessos de raiva e agressividade. 10 Os sintomas mais comuns em pessoas com o Transtorno de Déficit de Atenção com Hiperatividade são: Momentos de humor que variam com presença de raiva, ansiedade ou excitação; A presença de comportamentos como: falta de moderação, irritabilidade, impulsividade, hiperatividade, inquietação e agressividade; Na cognição afeta a concentração, tira a atenção e aumenta o esquecimento. A dificuldade de concentração e aprendizado causa sérios danos à autoestima da criança e é um fator de risco da depressão, ansiedade e fobias. 5 – Problemas com o sono Seja o excesso de sono ou a falta dele, o problema pode ser um sintoma de algum distúrbio maior. Os chamados “distúrbios comportamentais“, como a hiperatividade, ou os transtornos alimentares, como a obesidade, podem ter esse sintoma como marca. Nos primeiros anos de vida é perfeitamente normal que a criança possua despertares mais frequentes. Mas se o quadro persistir para mais momentos da vida, pode ser um sinal. Crianças que não conseguem dormir sozinhas e vão para a cama dos pais todas as noites ou que fazem xixi na cama com frequência, podem apresentar medos excessivos, fobias, depressão e ansiedade. 11 6 – Agressividade Crianças muito agressivas e que se irritam com facilidade podem desenvolver outros problemas. A Síndrome de Hulk, como é popularmente chamada, ou Transtorno Explosivo Intermitente (TEI), é um comportamento agressivo, gerando acesso de fúria descontrolada, geralmente sem motivos aparentes, onde a pessoa perde o controle de seus impulsos violentos e pode agredir alguém através de palavras ou de forma física. Este descontrole também pode ser descarregado em animais ou objetos. Em muitos casos, a criança pode se comportar de forma agressiva por algum tipo de trauma. A violência infantil pode corroborar para isso, deixando não só sequelas físicas, mas psicológicas também. A violência psicológica infantil é mais comum do que pensamos e se caracteriza por uma forma abusiva e silenciosa. A agressividade também pode ser um sinal de TDAH, depressão, transtorno bipolar, entre outros. 7 – Compulsões e obsessões Comportamentos repetitivos, pensamentos obsessivos e compulsões, sejam elas por comida, limpeza ou outro tipo, é um sinal muito comum de Transtorno Obsessivo Compulsivo (TOC). As compulsões também são comuns no transtorno bipolar e outras doenças. 12 8 – Violência Comportamentos e desejos violentos em crianças pode parecer algo surreal, mas existe. Eles podem ser motivados por violência sofrida contra eles mesmos, seja na escola ou em casa, pelo bullying, experiências traumáticas ou pelo medo de separação dos pais. Muitas vezes a criança sente desejo em causar dor aos que o cercam, sejam amigos de escola, animais ou aos próprios pais. Esse tipo de comportamento violento de forma intensa e compulsiva pode caracterizar TEI, transtorno bipolarou algum tipo de psicopatia. 9 – Tristeza Uma criança constantemente deprimida e sem vontade de brincar não é um bom sinal. A tristeza é um dos sintomas da depressão, e, se não tratada desde cedo, pode piorar o quadro. Os sintomas de depressão infantil envolvem cansaço extremo, alterações no sono, dificuldade de concentração, irritabilidade, angústia, baixo rendimento escolar e outros fatores que alteram muito o dia-a-dia e a saúde de quem sofre com a doença. 10 – Dificuldade para fazer amigos Em casos de fobia social, a criança não consegue enfrentar situações que envolvam qualquer tipo de exposição. O transtorno de ansiedade social, também chamado de fobia social ou sociofobia, é o medo irracional de ser julgado, analisado e rejeitado 13 em situações de interação social. A pessoa com fobia social sente irritabilidade e angústia a ponto de não conseguir lidar com elas e isso afetar a sua vida. Problemas de socialização também podem caracterizar outros transtornos de ansiedade. 3.1 A IMPORTÂNCIA DO DIAGNÓSTICO Para todos os casos o diagnóstico diferencial se faz necessário. Em sintomas que se enquadram em uma ou mais doenças, é preciso uma análise completa do caso, a fim de determinar o diagnóstico correto e encaminhar o paciente para o tratamento adequado. É fundamental que o diagnóstico seja realizado por um médico especialista. A terapia para crianças é uma das formas de tratamento mais procuradas pois visa entender a complexidade de cada caso assim como analisar suas causas e sintomas. A terapia cognitiva comportamental infantil é uma das abordagens da psicologia para crianças. Destaca-se, por exemplo, o foco no presente, o objetivo de mudança comportamental e cognitiva, a utilização de sessões estruturadas, entre outros. Todavia, a abordagem com crianças e adolescentes difere-se no que tange ao tipo de intervenção realizada, que terá como base a criação de linguagens (muitas vezes não verbais) para acessar o funcionamento cognitivo da criança e adolescente. Além disso, o tratamento com crianças também tem outros pontos diferencias, como a intervenção com os pais, que muitas vezes consiste em uma grande, e às vezes até maior, parte do tratamento. 14 4. LUDOTERAPIA: A TERAPIA DA CRIANÇA A Ludoterapia é a psicoterapia adaptada para o tratamento infantil, através do qual a criança, brincando, projeta seu modo de ser. O objetivo dessa modalidade de análise é ajudar a criança, através da brincadeira, a expressar com maior facilidade os seus conflitos e dificuldades, ajudando-a em sua solução para que consiga uma melhor integração e adaptação social, tanto no âmbito da família como da sociedade em geral. O terapeuta observa e interpreta suas projeções para compreender o mundo interno e a dinâmica da personalidade da criança. Para isso, buscam-se instrumentos através dos quais as projeções são facilitadas uma vez que, quanto menor a criança, mais difícil é para ela verbalizar adequadamente seus conflitos. Pode ser brincar de casinha, criação e prática de estórias e contos de fadas, jogo do rabisco, desenho, pintura, modelagem, dentre várias outras atividades. Ao brincar, a criança de alguma forma “sabe” que está se expondo porque ali ela atua representando as situações que a afligem. Como colocar toda a sua energia, atenção e emoção na brincadeira, ela intui que está como que “transparente” ao olhar do outro. Brincar é uma forma de linguagem tão clara para a criança que ela pensa ser, o seu significado, compreensível também para os outros. É por essa razão que às vezes, ao terminar uma sessão, ela pode pedir ao terapeuta que não mostre sua produção aos pais. Pode ser, por exemplo, um desenho que ela fez de sua família, no qual ela desenhou o pai afastado no canto da página e em tamanho menor. 15 A sua obra pode estar denunciando dificuldades de relacionamentos na dinâmica familiar, as quais ela não se sente autorizada a abordar e com as quais não sabe tampouco lidar. Desse modo, não pode expressá-las e pede a cumplicidade do terapeuta para mantê-las em segredo. Outro exemplo: Ao brincar com os bonequinhos, a criança cria uma família em que os pais brigam muito ou batem nos filhos. Ela não está contando uma história adequadamente articulada através da fala, como faria um adulto, mas reproduz uma cena possivelmente bastante conhecida sua. Cabe ao terapeuta investigar a origem dos conflitos, averiguando se trata-se de identificação com personagens de outras histórias, como filmes vistos na TV ou lidos em histórias em quadrinhos ou se retrata a sua própria vida. A maioria das crianças adere facilmente à ludoterapia e adquire, em relação ao terapeuta, confiança suficiente para se expor, brincando livremente. Outras, porém, e por várias possíveis motivações internas, esquivam-se das atividades projetivas preferindo brinquedos cujo grau de exposição é muito menor, como os jogos, por exemplo, em que as regras e o comportamento são previamente determinados, reduzindo bastante o grau de sua exposição. Nessa situação, fica mais difícil uma intervenção interpretativa de finalidade diagnóstica porque, sem o recurso da atividade projetiva e sem a verbalização do conflito, as sessões correm o risco de se tornar apenas uma hora de brincadeiras o que, não sendo ruim – ao contrário, muito se elabora durante a hora lúdica – pode também não ser suficientemente eficaz no sentido de ajudar a criança a lidar com a dificuldade que a trouxe até ali. Nesses casos, faz-se necessário que novos recursos sejam introduzidos, no sentido de facilitar o acesso do terapeuta à problemática central do paciente. Para isso é fundamental que, primeiramente, tenha sido construído um vínculo terapêutico adequado e que o profissional tenha flexibilidade para seguir novos caminhos de acordo com o gosto, necessidades e recursos da criança. Desta nova porta, a criatividade de ambos poderá ditar qual a atividade mais fácil e prazerosamente poderia trazer o problema à tona e ser acessado sem grandes barreiras defensivas. O que importa, na terapia, é que o contato com a emoção aconteça. O processo de elaboração vai dando-se à medida que o analisando compartilha sua dor, anseios e experiências traumáticas de uma maneira mais livre de crítica e mesmo de autocensura. 16 A participação do terapeuta neste tipo de trabalho é bastante mais ativa do que seria numa ludoterapia tradicional. Aqui ele não pode ser apenas um observador, precisa facilitar a viabilização do projeto, seja oferecendo ideias no início (para que a exequibilidade do trabalho a ser feito seja perceptível para a criança) seja operacionalizando algumas fases da criação (por exemplo, a criança pode estar disposta a ditar a história ao invés de escrevê-la de próprio punho). Nesta situação, o terapeuta pode funcionar como uma espécie de assistente do autor, uma vez que o que importa nessa fase do processo é o conteúdo da narrativa. O produto concreto resultado dessa experiência, isto é, o ‘’livro’’ em si pode não ter importância no sentido de valor artístico, mas o que conta é o resultado terapêutico obtido durante a sua elaboração, para cujo processo ele funciona como uma ferramenta de acesso ao mundo interno da criança. Muitas são as possibilidades de intervenção na Ludoterapia e a elaboração de um livro é apenas uma delas. O terapeuta poderá criar, juntamente com a criança, o caminho mais suave e adequado para cada caso, respeitando a personalidade, os recursos e as limitações de cada criança, enfim, a sua individualidade. A Ludoterapia destina-se principalmente a crianças na faixa de três a onze anos de idade, aproximadamente, e pode ser aplicada individualmente ou em grupo, dependendo da abordagem adotada e do problema a ser tratado. Os motivos que levam os pais a buscarem a terapiapara seus filhos são bastante diversos, predominando dificuldades de aprendizagem e distúrbios comportamentais, especialmente agressividade e comportamento antissocial, ocorrendo igualmente em ambos os sexos. A indicação da Ludoterapia é mais comumente feita por pediatras e pela escola e vem aumentando cada vez mais nos últimos tempos. A procura ocorre predominantemente entre famílias de classes média e alta. No entanto, dada a sua importância no tratamento e ao alto índice de detecção de problemas em crianças na idade escolar, cresce também o número de centros de serviços gratuitos para atendimento à população carente. O tratamento realiza-se através de sessões de cinquenta minutos cada e as crianças geralmente gostam bastante, visto que na sala de Ludoterapia não lhe serão solicitadas atividades desagradáveis ou entediantes. Ali elas poderão falar e/ou 17 brincar sendo, esta última, a forma mais apreciada e através da qual cada criança se expressará de forma simbólica. As representações variam em função do tipo de quadro clínico que a criança apresenta, muito embora as atividades lúdicas sejam parecidas, independentemente do sexo da criança e de sua sintomatologia, que inclui também aquelas portadoras de déficits neurológicos e cognitivos. O que difere é o grau da elaboração das representações. Por exemplo, uma criança com motricidade fina abaixo da média, apresentará um produto empobrecido em termos gráficos, o que não a impedirá de elaborar seus conflitos de maneira satisfatória. No entanto, são as questões emocionais o fator responsável pela maior parte dos distúrbios que chegam ao consultório. Durante as sessões, o terapeuta pode utilizar-se tanto de técnicas diretivas como não-diretivas e isso vai depender principalmente da abordagem por ele adotada. Através da postura diretiva, o terapeuta orienta a criança a desenvolver atividades nas quais ele crê ser mais facilitado a expressão de um determinado tipo de conflito. Particularmente, prefiro a postura não-diretiva, posicionando-me mais pontualmente apenas quando percebo ser importante para o andamento do tratamento. Permito que a criança se autodirija praticamente o tempo todo, sentindo- se livre para realizar a atividade que preferir e expressar-se do modo que lhe for mais conveniente, consciente de que não será criticada por nada que se refira ao seu modo de ser. Limito-me a pontuar possíveis aspectos importantes ao detectá-los no seu comportamento, porém sem forçá-la ostensivamente. Um clima de respeitosa cordialidade é obtido, geralmente sem dificuldades. Para isso, na primeira sessão do processo, e estabelecido que naquele espaço estejam sempre presentes três regras que deverão ser obedecidas o tempo todo: 1) É proibido machucar-se de propósito; 2) É proibido quebrar qualquer coisa de propósito; 3) É proibido me machucar de propósito. As crianças se sentem satisfeitas por saberem que, exceto essas três condições, tudo o mais é permitido, razão porque aquele espaço passa a ser sinônimo de liberdade de expressão. 18 As crianças em processo terapêutico tendem a manifestar bastante afetividade em relação ao terapeuta, o que facilita muito todo o trabalho. Este, porém, deverá corresponder com reserva, pois seu papel será sempre acolhê-las tendo em mente levá-las em busca da sua independência e autonomia, o que é feito gradativamente. Assim, o vínculo afetivo mais forte vai se desfazendo de forma lenta e natural, preparando a criança para receber alta do processo terapêutico sem sentir-se abandonada, rejeitada ou privada de um lugar que lhe fazia sentir-se muito bem. Quando essa transição é feita adequadamente – o que não ocorre, infelizmente, quando os pais decidem interromper o processo abruptamente – pode acontecer também que a própria criança, por sentir-se mais independente e livre do problema que a levou até ali, decida espontaneamente finalizar a terapia. A participação dos pais é fundamental para o sucesso do tratamento porque eles estão, invariavelmente, ligados ao quadro apresentado pela criança. Não se trata de culpá-los pelo problema. É que a criança é, em geral, uma espécie de reflexo da dinâmica familiar. Daí a importância do envolvimento dos pais no tratamento, para que se possa tratar a criança, orientando-os e recebendo deles o feedback necessário ao acompanhamento do caso. Porém, nem sempre a receptividade dos pais é favorável. Para alguns, é muito difícil lidar com a constatação de que é necessário fazer mudanças porque sua atitude em relação à criança, embora bem intencionada, vem sendo geradora de conflitos. No entanto, há muitos casos que são gratificantes, nos quais os pais apresentam-se cooperativos e envolvem-se inteiramente com o tratamento. A melhora dos sintomas ou mesmo a supressão do quadro inicial é detectada através da evolução das representações da criança. Muda sua maneira de abordar o tema central numa mesma brincadeira, assim como evoluem também o teor de seus desenhos e/ou o seu comportamento em geral. Ao valorizar sua produção, a criança vai ganhando autoconfiança e maior desenvoltura com o tema, vai internalizando as intervenções feitas e se apropriando dos insights que surgem, num clima de criatividade e entusiasmo pela atividade que desenvolve. Além da observação no consultório, o profissional também busca informações na escola e na família com a finalidade de certificar-se de que os ganhos em terapia estão sendo generalizados para o universo de relações da criança. 19 Às vezes os pais queixam-se de que a criança “piorou” relatando que ela, que antes era dócil e pacata, tornou-se briguenta e rebelde. Dependendo do caso, o profissional poderá interpretar esse comportamento como ganho real para aquela criança em particular, visto que começou a sentir coragem para expressar seus sentimentos de desagrado, caso fosse incapaz de fazê-lo anteriormente. Caberá ao terapeuta interpretar cuidadosamente esses dados para identificar se indicam realmente uma melhora da criança ou não, atuando apropriadamente a partir dessa avaliação e do relato dos pais. O tempo de duração do tratamento é variável, podendo ocorrer nas primeiras seis semanas, nos casos mais simples e agudos, ou estender-se por um ou mais anos, quando tratar-se de dificuldades estruturais ou mais complexas. 5. A RECOMENDAÇÃO DO PSICÓLOGO PARA CRIANÇA – A IMPORTÂNCIA DA PSICOLOGIA INFANTIL Todas as fases da vida são desafiadoras e requerem capacidade de solucionar problemas e viver em harmonia com a mente e o corpo. Porém, com a rotina cada vez mais estressante e padrões muitas vezes difíceis de serem atingidos, os problemas psicológicos têm sido cada vez mais frequentes, sejam eles causados pelo meio externo, traumas ou fatores genéticos. A infância, na maioria das vezes, é o baú onde grande parte dessas complicações nascem e são guardadas. Muitas pessoas só vão abrir esse baú e descobrir a fonte de seus problemas na fase adulta. Outros, nem sequer o abrem, 20 seja por medo ou por falta de autoconhecimento. A questão é que, quando os problemas psicológicos não são tratados desde cedo, podem se estender para as outras fases da vida e de modo mais intenso. É preciso muito cuidado e atenção pois é nessa fase que a criança possui grande dificuldade em expressar suas angústias e, mesmo quando o fazem, podem ser confundidos erroneamente com birra. É aí que entra a psicologia da criança. A infância é uma fase de descobertas e aprendizado tanto para a criança, quanto para os pais. É nela que os pequenos desenvolvem suas capacidades cognitivas, criam interesse por atividades e começam a dar cor à sua personalidade. Porém, assim como todas as fases, essa pode ser muito conturbada quando os pais não conseguem lidar com todo esse mar de descobertas ou quando não aceitam que o filho precisade orientação psicológica. A psicologia para crianças existe para acolher os pais e as crianças, dar suporte a eles e guiá-los com técnicas e métodos a fim de acabar com os medos inseguranças. O psicólogo pediatra é um dos profissionais que pode auxiliar nesse processo. Através de brincadeiras, ele acessa os sentimentos da criança de forma lúdica e sem que ela se sinta acuada. Ele oferece um ambiente onde a criança se sinta segura e confortável para ser quem é. É aí que o terapeuta é capaz de identificar os conflitos, buscar maneiras de lidar com eles e orientar os pais a melhor forma de conviver e trata-los. 6. ESTÁGIOS DA INFÂNCIA E PSICOLOGIA INFANTIL Psicologia infantil 1 a 2 anos O primeiro aniversário consolida a formação de inúmeras conquistas, como as capacidades motoras, em que a criança já consegue brincar, empilhar blocos, montar brinquedos simples e a interagir com o ambiente e as pessoas. Aos 2 21 anos, a fase motora ganha mais força e se estende até os 7 anos de idade. A linguagem e precisão nos movimentos têm início, ou seja, as primeiras palavras podem aparecer, assim como os primeiros chutes à bola. A fase da separação quando a criança vai para a escolinha pela primeira vez é um grande marco tanto para ela quanto para os pais. É preciso muita paciência e suporte nesse momento, pois as pressões e tristeza podem gerar traumas. Nessa fase, os pais costumam ser muito preocupados e tendem a comparar seus filhos com os de outras pessoas. Se questionam o porquê de a criança ainda não ter dito as primeiras palavras ou dela não ser tão coordenada quanto àquela do parquinho. Cada criança tem um tempo para se desenvolver. Se você tem alguma dúvida sobre o desenvolvimento do seu filho, procure acompanhamento psicológico infantil. Psicologia infantil aos 3 anos – 4 anos Nessa fase, a criança já começa a criar um pouco de sua identidade e a perceber as diferenças dos ambientes e pessoas que a cerca. A revista Pais&Filhos descreve o comportamento dos filhos nesse período, “ele está cada vez mais autônomo e mais sociável. Se ainda não entrou na escolinha, agora é um bom momento, porque ele já gosta de brincar com outras crianças e fazer amigos. Ele já consegue a responder perguntas como “onde está? ” e “por quê? ” Ou seja, é um momento cujas marcas são a socialização, os questionamentos e a inicialização do processo de desenvolvimento de inteligências e interesses. Para ficar de olho: A criança apresenta falta de interesse nos outros ou em brincadeiras; Tem dificuldades em socializar; Atraso na fala aos 3 anos ou mais; Dificuldade no desenvolvimento cognitivo; Falta de empatia; Entre outros. Somente um especialista em psicologia infantil poderá diagnosticar se há algum tipo de problema. Muitas pessoas têm o errôneo costume de procurar na internet 22 sintomas e analisar por si só o comportamento infantil de 3 a 4 anos. É claro que vão encontrar toda a sorte de informações e podem chegar à conclusão de que o filho é autista ou qualquer outra condição. É altamente recomendável que essa prática seja abolida pois somente um profissional pode dar a análise completa do comportamento psicológico da criança e dizer se ela tem ou não algum transtorno. Psicologia infantil aos 5 anos O típico comportamento infantil de 4 a 5 anos é quando a criança está ainda mais independente e com sua coordenação motora extremamente desenvolvida. “Consegue realizar atividades em grupo, na escola, por exemplo, e percebe que as outras crianças também têm sentimentos, medos e vontades e respeita mais essas diferenças. Ele passa a compartilhar mais e tem facilidade para fazer novas amizades. Ainda não distingue totalmente o real do imaginário (não mente, mas imagina demais), nem o que é dela ou dos outros”, explica a Revista Pais&Filhos. Nessa fase, a criança já consegue controlar melhor a bexiga à noite e dorme por mais horas. É importante manter a rotina e estabelecer horários para dormir e levantar. Para ficar de olho: Não consegue dormir sozinha e sempre vai para a cama dos pais; Faz xixi na cama com frequência; Alterações do sono; Medos constantes; Entre outros. O medo em excesso pode desencadear outros problemas como depressão infantil, transtornos de ansiedade infantil, transtorno de déficit de atenção infantil e hiperatividade (TDAH), transtorno obsessivo compulsivo (TOC), síndrome do pânico, entre outros. Crianças que não conseguem dormir sozinhas e vão para a cama dos pais todas as noites ou que fazem xixi na cama com frequência, podem apresentar medos excessivos, fobias, depressão e ansiedade. 23 Daqui para as demais idades, os sintomas de problemas são muito comuns como os citados acima, além da rebeldia que começa a se demonstrar mais forte na pré- adolescência. É importante ficar atento ao comportamento de seu filho e caso algo saia do normal, procure um psicólogo para uma avaliação. Esse cuidado auxiliará no desenvolvimento da criança e para ela, no entendimento de possíveis dificuldades que muitas vezes nem ela mesmo sabe que existe. 7.COMO FUNCIONA A PSICOTERAPIA INFANTIL Nos estudos a psicologia infantil investiga os comportamentos da criança, sua saúde mental, os conflitos que cada fase gera, os relacionamentos entre os pais e as crianças, o ambiente que a criança vive, os fatores genéticos da criança e muitos outros fatores. Na prática o psicólogo infantil faz as primeiras sessões com os pais. Afim de investigar questões desde a gravidez da criança, até os tempos atuais. Nessa conversa o psicólogo investiga os aspectos físicos da criança, a rotina, os comportamentos, a genética, as relações com outras crianças, a escola, o comportamento com os pais, os hábitos alimentares, as brincadeiras, e o principal, investiga o porquê o pai trouxe o filho até a terapia, entre outras coisas. Só com isso já deu para perceber que os pais têm uma participação muito grande em todo o processo, né? Afinal, ele que vai responder todas essas questões para o terapeuta. Depois de conhecer melhor os pais, e esses aspectos levantados é hora de iniciar a sessão com as crianças. 24 O terapeuta vai utilizar recursos como desenhos, jogos, brincadeiras e até diálogo com a criança afim de entender seu comportamento, e intervir nas questões necessárias. É importante ressaltar que um psicólogo bem treinado vai saber qual fase a criança se encontra, e quais recursos mais adequados usar com a criança em sessão. A sessão é feita semanalmente durante 45 minutos. 8. BENEFÍCIOS DA TERAPIA INFANTIL Como foi mostrado, é muito importante cuidar da saúde mental das crianças com a ajuda de um profissional. Conheça a seguir quais são os principais benefícios da psicologia infantil: Identificação da origem de comportamentos Entender o que está causando determinados comportamentos na criança é algo fundamental para os pais. Dessa forma, não apenas o convívio no dia a dia será melhor, mas também o futuro da criança. Isso porque, quanto mais cedo os aspectos comportamentais prejudiciais são compreendidos, melhor será a maneira de os pais agirem diante de determinada situação. 25 Expressão de sentimentos Com as sessões feitas pelo profissional, a criança poderá expressar os seus sentimentos de raiva, tristeza, alegria, etc., o que a deixará mais aliviada e com a sensação de que está sendo compreendida. Com o passar das sessões, a criança passa a ver o psicólogo como uma pessoa de confiança e, por não se tratar de alguém do seu ambiente familiar, ela não terá receio de receber algum tipo de punição. Melhora na qualidade de vida Quando o profissional desenvolve desde cedo as intervenções que contribuem para o alívio dos sintomas, a criança passa a se sentir mais feliz, o que melhora a sua qualidadede vida. Desse modo, é possível prevenir ou eliminar sintomas com a ansiedade, que pode levar a uma depressão. Amplia o desenvolvimento emocional Outro benefício da psicologia infantil está relacionado ao seu desenvolvimento emocional, o que será o resultado dos benefícios que foram mostrados anteriormente. Dessa forma, a criança vai aprender a lidar com os seus sentimentos de maneira mais eficaz. O acompanhamento psicológico na infância promove uma vida emocional equilibrada, já que é ensinada de forma lúdica a importância de compreender as emoções para enfrentar os conflitos de forma saudável. Os benefícios também são voltados aos pais, já que, também é trabalhado as necessidades de se afastarem da ideia de terem que ser perfeitos em suas funções. É importante lembrar que, a busca de Psicoterapia Infantil não significa que os pais não estão sendo bons suficientes, mas é preciso ressaltar que filhos não vem com manual de instrução e que as falhas vão existir, mesmo quando os pais estão fazendo de tudo para não falhar. Muitos se sentem culpados por não conseguir dar o suporte necessário e solucionar as dificuldades que a criança está enfrentando. Quanto mais os pais perceberem o psicólogo como companheiro, mais os ganhos serão alcançados para 26 o bem-estar da criança e o quanto ela está disponível para o bem-estar da dinâmica familiar, maior é a participação dos integrantes e mais conquistas o paciente apresentará. Cada caso é analisado individualmente e o tratamento será voltado às necessidades daquela criança, apesar disso menciono aqui alguns dos benefícios em frequentar o Psicólogo Infantil: 1. Melhor rendimento escolar 2. Melhora em comportamentos inadequados 3. Menos Ansiedade 4. Desenvolvimento de Repertório de Enfrentamento 5. Orientação direcionada aos pais sobre como agir com a criança 6. Ampliação de recursos para lidar com situações difíceis 7. Fortalecimento da Autoestima 8. Melhora nos relacionamentos 9. Maior segurança, entre outros. Além de todos estes benefícios, a terapia para crianças tem a função de prevenir problemas familiares que afetem a dinâmica da criança, ou minimizar o impacto destas situações, quando elas já são preexistentes. O dia a dia dos pais é bem complexo e é difícil conseguir enxergar todas as necessidades emocionais das crianças, para isso o Psicólogo Infantil está aqui. 9. COMO A PSICOLOGIA INFANTIL AJUDA A CRIANÇA 27 Tão importante quanto a saúde física, o psicológico das crianças deve ser uma preocupação constante para os pais. Muitos ficam em dúvida sobre quando levar uma criança ao psicólogo e acabam não o fazendo. Algumas crianças são expostas desde cedo a grandes cargas emocionais. Nem todas elas se sentem à vontade para falar com os pais sobre como se sentem. Além disso, alguns pais podem ter um certo preconceito a respeito da psicoterapia. Isso pode fazer com que a criança acabe desenvolvendo transtornos que tendem a se agravar com o passar do tempo. É por isso que a visita ao psicólogo deve ser encarada como algo benéfico, que ajudará no desenvolvimento do pequeno. O ideal é observar o comportamento do seu filho: qualquer mudança brusca ou atitude não habitual merece ser investigada. O psicólogo infantil, além de sua vocação para lidar com crianças, trabalha no sentido de oferecer um ambiente onde ela se sinta segura e acolhida. A forma de falar, o tom, as palavras que ele usa são todas elaboradas para criar um ambiente de confiança onde a informação sobre o que se passa com a criança seja colhida da melhor forma possível. Por exemplo, se você perguntar se ele está chorando porque o coleguinha bateu nele é possível que ele responda que sim, mesmo que não seja esse o motivo, pois se alguma vez algum coleguinha já deu algo parecido com tapinha e, ao ouvir esta pergunta, ele poderá lembrar deste episódio e pode responderá que chora devido ao coleguinha, mesmo que este tapinha não tenha a nada a ver com o choro atual. A psicologia infantil poderá ajudar esta criança a se restabelecer de forma mais saudável e também poderá orientar os pais para a continuação do processo de melhora em casa. A psicologia ajuda pais e filhos a compreenderem melhor de que forma as crianças adquirem conhecimento, de que forma interagem com seus colegas de classe durante as aulas e na hora do intervalo, e qual a importância destes fatores para o desenvolvimento infantil. A psicologia visa o desenvolvimento pleno da criança em sua relação com a família e com a escola. A aprendizagem é um processo ativo em que a criança se relaciona com o que ela está aprendendo e assim vai descobrindo o mundo e construindo a sua própria 28 identidade. Sendo assim, a psicologia pode ajudar pais e filhos a conhecerem melhor as estratégias de aprendizagem e os hábitos de estudo infantil. Isto ajuda a melhorar o aprendizado dos alunos, eliminando justamente as dificuldades de aprendizagem. Os psicólogos são os profissionais que conhecem como as pessoas pensam, sentem e como elas agem, ou seja, por que elas fazem o que fazem. Eles ajudam a criança entender o que elas estão sentindo – OS SENTIMENTOS! a cuidar dos problemas e a lidar com situações difíceis. O trabalho de um psicólogo é fazer com que a criança se sinta melhor. Ele procura entender qual é o problema e então busca soluções para que tudo fique bem. O Psicólogo faz isso conversando e até brincando com as crianças. O Psicólogo pode então ajudar a criança a entender o que está acontecendo e ensinar maneiras positivas de agir ou reagir e assim elas podem aproveitar melhor as atividades do dia a dia, em casa, na escola ou no bairro com os amigos. O trabalho psicológico pode ajudar também na raiva em excesso da criança, ensinando a criança a se comportar melhor, um jeito mais legal de agir com outras pessoas: como colegas de classe, irmãos ou pais. O psicólogo também ajuda a criança quando alguma coisa horrível aconteceu: um desastre ou violência. Desastre é quando acontece um acidente muito grande, uma tempestade muito forte que arranca arvores e destrói casas por exemplo. Violência quando uma pessoa faz maldade muito grande com outra pessoa. Quando acontece alguma dessas coisas, a criança pode se sentir muito mal e não saber o que fazer ou como lidar com o que está sentindo. Quando um psicólogo escuta e entende o que está passando, pode ajudar a criança lidar e a se sentir mais confiante para seguir em frente. Para as crianças com dificuldade na escola, os psicólogos podem ajudar a melhorar a aprendizagem, a prestar mais atenção nas tarefas da classe ou dever de casa e melhorar as notas. Eles também podem ajudar as crianças a seguir um plano de alimentação saudável, de atividade física ou de sono. 29 FRASES DE PSICOLOGIA INFANTIL POSITIVA Com a intenção de fazer os filhos obedecerem, os pais muitas vezes acabam dando ordens estritas e fazendo ameaças como “Pare já com isso! ” ou “Se você não ajudar vai ficar sem seus brinquedos! ”. O problema é que, muitas vezes, tais frases não trazem o resultado desejado. Para melhorar o relacionamento entre pais e filhos, os psicólogos recomendam que a comunicação seja feita de maneira positiva. Veja alguns exemplos a serem usados: Evite dizer: Pare de choramingar! Substitua por: Não consigo entender quando você fala desse jeito. Evite dizer: Arrume o seu quarto agora! Substitua por: Quando terminar de arrumar o quarto, vamos dar um passeio. Evite dizer: Você não fez a sua tarefa direito. Substitua por: Estou orgulhosa por você ter se esforçado. Vamos corrigir juntos. Evite dizer: Eu te avisei! Substitua por: Tudo bem você ter errado, a gente aprende com os erros. Evite dizer: Seus amigos (ou irmão) fizeram melhor do que você. Substitua por: Hoje você foi melhor do que ontem! Evitedizer: Coloque a roupa imediatamente! Substitua por: Qual dessas roupas você quer usar hoje? Evite dizer: Arrume agora essa bagunça! Substitua por: Qual vamos guardar primeiro, os livros ou as bonecas? Evite dizer: Se você me ajudar a preparar o almoço eu te dou um presente. Substitua por: Vamos brincar de cozinheiros? Evite dizer: Quantas vezes eu vou precisar repetir? 30 Substitua por: Não vou mais dar atenção se você continuar se comportando desse jeito. É comum acontecer de os pais se sentirem culpados diante da necessidade de procurar ajuda de psicoterapia infantil. Porém, é importante entender que isso não significa de modo algum que eles estão falhando na criação dos filhos e, por essa razão, não serão julgados em nenhum momento. Assim como a criança, os pais serão acolhidos, sendo fundamental que o profissional seja visto como um companheiro que está ali para ajudar no bem-estar da criança. Quanto mais cedo os pais compreenderem sobre a importância da psicologia infantil, mais rapidamente os resultados serão alcançados. 31 10. CONCLUSÃO Pôde-se concluir que a infância vista pela própria criança mudou assim como a sociedade vem mudando, ou seja, a infância está em transformação. O psicólogo deve ter como objetivo junto aos pais e envolvidos a encorajar a criança a desenvolver cada vez mais um papel ativo no processo social, emocional e entre outras áreas que encontre alguma dificuldade de lidar. Nesse processo, é imprescindível a estimulação do pensamento crítico, a fim de uma melhor compreensão e estimulação de resolver o problema. Além disso, os pais precisam compreender que o psicólogo não busca impor uma visão ou comportamento, ele está como mediador e orientador para a criança, levando ela com seu próprio esforço encontrar uma solução pertinente para a situação. Na conversa entre os pais, ele procura que os familiares entendam o sentido da intervenção realizada com as crianças. O trabalho junto às famílias deve questionar a atribuição das causas dos problemas de desenvolvimento da criança. O desenvolvimento infantil deve ser feito em conjunto. A figura do psicólogo é importante, pois possibilita uma visão mais completa do cenário em várias áreas da vida das crianças. Compreendendo isso, as crianças crescem de forma mais saudável e com um pensamento crítico. 32 11. REFERÊNCIAS BEAUDOIN, M. TAYLOR, M. Bullying e desrespeito: como acabar com essa cultura na escola. 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