Logo Passei Direto
Buscar
Material
páginas com resultados encontrados.
páginas com resultados encontrados.
left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

Prévia do material em texto

1 
 
SEMINÁRIO ADVENTISTA LATINO-AMERICANO DE TEOLOGIA 
FACULDADE ADVENTISTA DA AMAZÔNIA 
 
 
FABIANO SANTOS DE ARAÚJO 
FABIANO SILVA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A DOUTRINA DA PREDESTINAÇÃO EM ROMANOS 8.29-30 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
BENEVIDES 
2019 
2 
 
SEMINÁRIO ADVENTISTA LATINO-AMERICANO DE TEOLOGIA 
FACULDADE ADVENTISTA DA AMAZÔNIA 
 
 
FABIANO SANTOS DE ARAÚJO 
FABIANO SILVA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A DOUTRINA DA PREDESTINAÇÃO EM ROMANOS 8.29-30 
 
 
Artigo submetido ao Seminário Latino-
Americano de Teologia como parte dos requisitos 
necessários para a classe de TCC II da Faculdade 
Adventista da Amazônia, sob a orientação do 
Prof. Josafá da Silva Oliveira. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
BENEVIDES 
2019 
3 
 
 
A DOUTRINA DA PREDESTINAÇÃO EM ROMANOS 8.29-30
1
 
Fabiano Santos de Araújo e Fabiano Da Silva
2
 
 
RESUMO 
A proposta dessa pesquisa é investigar qual tipo de predestinação o apóstolo Paulo está se 
referindo em Romanos 8:29-30. O estudo é de natureza exegética e bibliográfica, utilizando o 
método gramático-histórico para fundamentar o estudo. Essa doutrina tem sido um tema 
bastante controverso no meio cristão, sendo motivo de debate nos círculos teológicos e nas 
mais variadas igrejas. Questões como a ação de Deus na salvação ou condenação das pessoas 
e o livre-arbítrio do ser humano, tem servido de combustível para acirrar os debates. No 
entanto, ao examinar o texto bíblico, seu contexto e o significado dos termos relacionados ao 
assunto, podemos chegar à conclusão que Paulo, ao falar sobre a predestinação, estava 
afirmando que todos indiscriminadamente que aceitarem a Jesus Cristo, mediante a 
justificação pela fé e estão dispostos a manter a perseverança até seu breve retorno, serão 
finalmente salvos. 
 
Palavras-chave: Predestinação. Livre-Arbítrio. Eleição. Salvação. 
 
ABSTRACT 
The purpose of this research is to investigate what kind of predestination the apostle Paul is 
referring to in Romans 8:29-30. The study is exegetical and bibliographical in nature, using 
the historical-grammatical method to support the study. This doctrine has been a very 
controversial topic amongst Christians, being a subject of debate in theological circles and in 
the various churches. Issues such as God's action in the salvation or condemnation of people 
and the free will of man have fueled the debate. However, by examining the biblical text, its 
context, and the meaning of the terms related to the subject, we may come to the conclusion 
that Paul, in speaking of predestination, was asserting that all who indiscriminately accept 
Jesus Christ by justification through faith and willing to maintain perseverance until His soon 
return, will finally be saved. 
 
Keywords: Predestination. Free will. Election. Salvation. 
 
1 INTRODUÇÃO 
O assunto desse artigo surge como resposta para uma pequena pesquisa realizada em 
maio de 2019 com cerca de 60 pessoas de uma comunidade de cristãos da Igreja Adventista 
do Sétimo dia, situada em Ananindeua no estado do Pará, onde foram propostos três temas - 
Discipulado, Mordomia e Predestinação - para pesquisa e produção de artigos sobre os quais 
 
1
 Artigo apresentado à disciplina TCC II para obtenção de nota final pela Faculdade Adventista da 
Amazônia, Professor da Disciplina: Weverton de Paula Castro. 
2
 Graduandos em Teologia Pastoral pela Faculdade Adventista da Amazônia. 
E-mail: fabianoaraujo.page@gmail.com, fabiano.silva@gmail.com 
 
mailto:fabianoaraujo.page@gmail.com
4 
 
os membros da igreja tinham pouco ou nenhum conhecimento. Dos conteúdos propostos 
acima, o assunto sobre a predestinação foi o escolhido, pois tratava-se da temática sobre a 
qual as pessoas tinham mais dúvidas ou até nenhuma base de conhecimento. 
A presente pesquisa justifica-se pelo fato do tema, sobre a Predestinação, tratar-se de 
um assunto que envolve a questão do livre arbítrio, a salvação do ser humano e a ação de 
Deus nesse processo. Dessa forma, torna-se um assunto de importante estudo e elucidação, 
para que tais informações alcancem o maior número de pessoas sobre o que de fato Paulo 
declara sobre a predestinação em Romanos 8:29-30, Quando diz: 
Porquanto aos que de antemão conheceu, também os predestinou para serem 
conformes à imagem de seu Filho, a fim de que ele seja o primogênito entre muitos 
irmãos. E aos que predestinou, a esses também chamou; e aos que chamou, a esses 
também justificou; e aos que justificou, a esses também glorificou (Rm 8:29-30). 
 
Mediante o exposto, qual a intenção do apostolo ao escrever esse texto, ao usar a 
expressão “predestinou”, ele está confirmando o pensamento calvinista de um plano delineado 
por Deus para a salvação ou condenação dos seres humanos, independente de suas escolhas 
ou ações ou as pessoas têm a opção de escolher seu próprio destino pelo livre-arbítrio 
concedido por Deus? Poderia um ser humano, criatura de Deus, rebelar-se de tal forma que 
não siga o plano de dEle? Essas são questões bastante relevantes, pois têm a ver com a 
salvação ou condenação do indivíduo. 
Portanto, o objetivo principal dessa pesquisa é investigar a doutrina da Predestinação 
conforme está escrito em Romanos 8:29-30. Tendo como objetivos específicos, expor um 
breve debate sobre o assunto no meio cristão, fazer a exegese do texto em questão, bem como 
estudar a teologia paulina sobre a predestinação. Dessa forma, pretende-se uma compreensão 
melhor sobre o tema e de sua aplicação na atualidade. 
2 BREVE DEBATE SOBRE PRESTINAÇÃO NA HISTÓRIA DO CRISTIANISMO 
 
 O assunto em questão envolve um grande e antigo debate em torno da ação de Deus 
sobre o destino das pessoas e como elas respondem a essa ação, sendo inclusive um tema que 
tem divido opiniões em diversas denominações protestantes desde Calvino no século XVI até 
tempos modernos. Em relação à doutrina da predestinação na história do cristianismo, é 
importante destacar que esse não era um assunto de discussão aprofundado até à época de 
Agostinho, algumas referências sobre o tema são encontradas pelos primeiros pais da igreja, 
mas demonstram que eles não tinham chegado a um consenso sobre a predestinação e de 
forma geral chegaram ao que Berkhof menciona como “a presciência de Deus com referência 
5 
 
aos atos humanos, baseada na qual Ele determina o seu destino futuro”. (BERKHOF, 2012, p. 
102). 
 Canale declara que de “acordo com a tradição cristã, a predestinação significa que 
Deus causa o destino das pessoas e de todos os eventos da história por sua própria vontade e 
seu poder irresistível”, esse pensamento, segundo ele, “por meio da forte influência dos 
reformadores se tornou um elemento básico da teologia cristã” (CANALE, 2005, p.136). 
 Sobre a história dessa doutrina, Berkhof ressalta que: 
 A maioria dos reformadores defendeu a mais estrita doutrina da predestinação. De 
acordo com ele, esta afirmação é verdadeira mesmo quanto a Melanchton, 
considerado por muitos como um dos primeiros sistemático da história. Sobre 
Lutero, o autor assegura que ele aceitava a doutrina da predestinação, se bem que a 
convicção de que Deus queria que todos os homens fossem salvos o levou a 
enfraquecer um tanto a doutrina da predestinação nos últimos tempos da sua 
existência. Essa doutrina foi desaparecendo gradativamente da teologia luterana, que 
agora a considera total ou parcialmente como condicional. Já Calvino sustentou 
firmemente a doutrina agostiniana da predestinação dupla e absoluta. (BERKHOF, 
2012, p. 104) 
 
 Sobre a importância e influência dessa doutrina no período pós-reforma, Pinheiro em 
sua tese de mestrado declara: 
No Israel “eleito”, na Genebra de Calvino, na Escócia de John Knox, na Nova 
Inglaterra dos Puritanos, ou em quaisquer lugaresnos quais a predestinação se fez 
presente, trouxe essa característica de pertença e/ou o sentimento de se estar no 
“Centro do Mundo”. Revoluções foram nutridas, reis destronados, nações 
reformadas, conflitos e sínodos reunidos, transformações políticas, ideológicas, 
religiosas, econômicas e sociais acontecidas pelo poder dessa doutrina (PINHEIRO, 
2017. p. 145). 
 
 Para Weber a doutrina da predestinação trouxe uma influência “tanto na conduta 
quanto na concepção de vida, ainda quando sua vigência como dogma já estivesse em 
declínio: sim, ela não era senão a forma mais extrema da exclusividade da confiança em 
Deus” (WEBER, 1904/1905, p. 68). 
 Na época de Calvino o debate em torno da predestinação se tornou mais acirrado 
principalmente diante da oposição dos arminianos, eles tinham pontos totalmente diferentes 
da compreensão da doutrina, Cairns ressalta que os ensinos de Jacobus Arminius começaram 
a divergir das doutrinas reformadas, principalmente com a formulação dos cinco pontos 
contra o calvinismo
3
. O arminianismo teve como base uma declaração teológica assinada por 
 
3
 Os cinco pontos do arminianismo foram apresentados ao Parlamento Holandês, e um Sínodo Nacional da igreja 
foi convocado para se reunir em Dort em 1618, a fim de examinar o ensinamento de Arminius à luz das 
Escrituras: 1. Livre arbítrio, ou capacidade humana; 2. Eleição condicional; 3. Redenção universal, ou expiação 
geral; 4. A obra do Espírito Santo na regeneração limitada pela vontade humana; 5. Cair da graça (CAIRNS, 
2008, p. 292). 
 
6 
 
45 ministros e apresentado ao estado holandês. O chamado Sínodo de Dort que ocorreu entre 
os anos 1618 e 1619 ( CAIRNS, 2008, p. 292). 
 Cairns resume o debate ressaltando que tanto Armínio quanto Calvino ensinavam que 
o homem por ter herdado o pecado de Adão, estava sob a ira de Deus. Sobre essa questão 
Armínio “cria que o homem era capaz de procurar a salvação antes mesmo de Deus lhe 
conceder a graça fundamental que habilita sua vontade para cooperar com Deus”. Calvino, 
por sua vez, assegurava que “a vontade do homem fora tão corrompida pela queda que a 
salvação era uma questão exclusiva da graça divina” (Apud, CAIRNS, 2008. p. 293). 
 Sobre a eleição, Armínio acreditava que o processo de salvar alguns e condenar outros 
tinha seu fundamento na presciência de Deus e a eleição era condicional, enquanto Calvino 
aceitava a eleição incondicional feita por um Deus soberano, tanto para a graça como para a 
condenação. (Ibidem, 2008. p. 293). 
 Sobre a forma como Calvino formulou sua doutrina Gonzales faz a seguinte divisão: 
A doutrina de Calvino sobre a predestinação pode ser resumida em três termos: (a) 
absoluta: não é condicionada por quaisquer circunstâncias finitas, mas repousa 
exclusivamente na vontade imutável de Deus; (b) particular: por aplicar-se a 
indivíduos e não a grupos de pessoas; Cristo não morreu por todos 
indiscriminadamente, mas somente pelos eleitos;(c) dupla: Deus em sua 
misericórdia ordenou alguns indivíduos para a vida eterna e em sua justiça ordenou 
outros para a condenação eterna (GONZALEZ, 1997. p. 107). 
 
 A ideia formulada acima e basicamente aceita pela maioria das igrejas reformadas, 
primeiramente, era que Deus como Soberano, tem todo o direito de escolher quem será salvo 
ou perdido. Um segundo ponto é que a morte de Cristo não ocorreu por todos, mas 
unicamente pelos escolhidos ou eleitos. Finalmente a ideia de que Deus de antemão reservou 
alguns para vida eterna e outros infelizmente para a condenação eterna. 
3 EXEGESE DE ROMANOS 8:29-30 
3.1 DELIMITAÇÃO DA PERICOPE 
 A pericope do texto em questão, vai de Rm 5:1 a 8:39, nessa seção da epistola, Paulo 
aborda assuntos doutrinários e trata sobre o tema da justificação pela fé, que é o tema central 
de sua epístola. Depois discorre sobre assuntos como a diferença entre Adão e Cristo, a lei e a 
graça e aspectos relacionados à herança, também discorre sobre o chamado e a predestinação 
para seus filhos que foram adotados mediante o sacrifício de Cristo. 
3.2 TRADUÇÃO DO TEXTO 
 Em relação a variantes textuais, o texto de Romanos 8:29-30 não apresenta varições 
importantes que dificultem ou alterem drasticamente o significado do texto 
7 
 
Texto Grego 
 29ὅτι οὓς προέγνω καὶ προώρισεν συμμόρφους τῆς εἰκόνος τοῦ Υἱοῦ αὐτοῦ εἰς τὸ
 εἶναι αὐτὸν πρωτότοκον ἐν πολλοῖς ἀδελφοῖς 30 οὓς δὲ προώρισεν τούτους καὶ ἐκάλεσεν
 καὶ οὓς ἐκάλεσεν τούτους καὶ ἐδικαίωσεν οὓς δὲ ἐδικαίωσεν τούτους καὶ ἐδόξασεν 
Tradução Pessoal 
 29- Aqueles que Deus conheceu, Ele também predestinou, conforme a imagem de seu 
filho, para ser o primogênito de muitos irmãos. 
 30- Aqueles a quem Ele predestinou, estes também chamou e a quem Ele chamou, 
estes também justificou, e a quem justificou, a estes também glorificou. 
 Versão Revista Almeida e Atualizada 
 29- Porquanto aos que de antemão conheceu, também os predestinou para serem 
conformes à imagem de seu Filho, a fim de que ele seja o primogênito entre muitos irmãos. 
 30- E aos que predestinou, a esses também chamou; e aos que chamou, a esses 
também justificou; e aos que justificou, a esses também glorificou. 
3.3 CONTEXTO HISTÓRICO DE ROMANOS 
 A carta de Paulo aos Romanos tem sido considerada como uma das grandes 
influenciadoras da teologia cristã. Tanto que para Murray, “Romanos é uma exposição e uma 
defesa do evangelho da graça” (MURRAY, 2003, p. 12). John Stott a considera “uma espécie 
de manifesto cristão” (STOTT, 2003, p. 13). Já F. F. Bruce chama Romanos de “o evangelho 
segundo Paulo” (BRUCE, 2001, p. 20). Para Guilherme Orr, Romanos “é o maior livro já 
escrito” (ORR, 1976, p. 26). 
 Segundo Molina, Romanos “tem vital importância para a compreensão da teologia do 
Novo Testamento” e para ressaltar sua ideia ele cita Phillip Schaff, que diz: 
Romanos é a produção mais extraordinária do homem mais extraordinário. Ela é o 
seu coração. Ela contém sua teologia, tanto teórica quanto prática, por meio da qual 
ele viveu e morreu. Ela confere a exposição mais clara e abrangente das doutrinas 
sobre o pecado e a graça, além da melhor solução possível para o domínio universal 
do pecado e da morte na redenção universal por meio do segundo Adão (SCHAFF, 
2002, p. 766, Apud MOLINA, 2018, p. 15). 
 
 A epístola aos Romanos foi escrita provavelmente entre os anos 57-58, na cidade de 
Corinto, um pouco antes de Paulo retornar para Assíria, durante sua terceira viagem 
missionária. Molina ressalta ainda que nesse período, “os ensinamentos de Cristo não eram 
reproduzidos apenas de forma oral, eram também disseminados por meio de textos e cartas 
https://biblehub.com/greek/3754.htm
https://biblehub.com/greek/3739.htm
https://biblehub.com/greek/4267.htm
https://biblehub.com/greek/2532.htm
https://biblehub.com/greek/4309.htm
https://biblehub.com/greek/4832.htm
https://biblehub.com/greek/3588.htm
https://biblehub.com/greek/1504.htm
https://biblehub.com/greek/3588.htm
https://biblehub.com/greek/5207.htm
https://biblehub.com/greek/846.htm
https://biblehub.com/greek/1519.htm
https://biblehub.com/greek/3588.htm
https://biblehub.com/greek/3588.htm
https://biblehub.com/greek/1510.htm
https://biblehub.com/greek/846.htm
https://biblehub.com/greek/4416.htm
https://biblehub.com/greek/1722.htm
https://biblehub.com/greek/4183.htm
https://biblehub.com/greek/80.htm
https://biblehub.com/greek/3739.htm
https://biblehub.com/greek/1161.htm
https://biblehub.com/greek/4309.htm
https://biblehub.com/greek/3778.htm
https://biblehub.com/greek/2532.htm
https://biblehub.com/greek/2564.htm
https://biblehub.com/greek/2564.htm
https://biblehub.com/greek/2532.htm
https://biblehub.com/greek/3739.htm
https://biblehub.com/greek/2564.htm
https://biblehub.com/greek/3778.htm
https://biblehub.com/greek/2532.htm
https://biblehub.com/greek/1344.htm
https://biblehub.com/greek/3739.htm
https://biblehub.com/greek/1161.htm
https://biblehub.com/greek/1344.htmhttps://biblehub.com/greek/3778.htm
https://biblehub.com/greek/2532.htm
8 
 
escritas por seus seguidores, dessa forma sua mensagem tinha mais condições de ser 
preservada para o futuro” (MOLINA, 2018, p.16). 
 Sobre o propósito de Paulo ao escrever Romanos, o CBA escreve: 
Na hora de escrever a carta, Paulo estava prestes a voltar para a Palestina, levando 
uma contribuição das igrejas na Macedônia e da Acaia. A oferta seria entregue aos 
cristãos pobres em Jerusalém (Rm 15:25, 26; cf. At 19:21; 20:3; 24:17; ICo 16:1-5; 
2Co 8:1-4; 9:1, 2). Depois de concluir essa missão, ele pretendia visitar Roma e, de 
lá, viajar para a Espanha (At 19:21; Rm 15:24, 28). Até então, ele não tinha sido 
capaz de visitar a igreja cristã na capital do império romano, embora, muitas vezes, 
tivesse desejado fazê-lo (Rm 1:13; 15:22). Naquele tempo, ele cria que havia 
terminado seu trabalho missionário na Ásia e na Grécia (Rm 15:19, 23), e estava 
ansioso por avançar ao oeste, a fim de fortalecer o trabalho na Itália e introduzir o 
cristianismo na Espanha (ver AA, 373). A fim de alcançar esse último propósito, 
Paulo desejava conseguir o apoio e a cooperação dos cristãos de Roma. Assim, na 
expectativa de sua visita, ele escreveu esta carta, descrevendo-lhes em termos claros 
e fortes os grandes princípios do evangelho (Rm 1:15; 2:16; ver p. 91-93). (CBA, 
Vol. 6, 2007, p.509). 
 
 Referindo-se à forma da escrita e sua tradução, Barclay declara que “é especialmente 
difícil”. Ele diz ter usado várias versões da carta, mas, para dar o claro significado, “se viu 
obrigado não poucas vezes a recorrer à paráfrase mais que à tradução” (BARCLAY, 1956, 
p.3). Pedro em sua segunda epístola afirma que por conta dos escritos de Paulo serem difíceis 
de entender, muitos os deturpam e por conta disso, buscam a sua própria destruição (II Pedro 
3:16). 
 Molina afirma: 
Mesmo que existam acadêmicos que sugerem que ela foi escrita em latim, não existe 
nenhuma comprovação sólida para se chegar a essa conclusão, pois mesmo que 
muitas obras da literatura cristã foram escritas em latim, principalmente após a 
publicação da Vulgata Latina por Jerônimo no século IV d.C., um estudo 
aprofundado do texto de Romanos no grego, indica um estilo e gramática com 
procedência do primeiro século de nossa era, dessa forma, não existe nenhuma 
evidência interna que comprove que o latim tenha sido o idioma original de qualquer 
carta paulina (Ibidem, 2018, p.17). 
 
Quanto à autoria, a carta aos romanos tem pouco ou quase nenhum questionamento 
(CBA, 2007, Vol.6, p. 509). E Tércio mencionado em Rm 16:22, parece ter sido um auxiliar 
literário de Paulo (Rm 1:1). Sobre essa questão Pohl escreve: 
Ele escreveu, i. é, ditou essa carta a Tércio (Rm 16.22) imediatamente antes de sua 
própria partida para Jerusalém (15.25). Ocorre que de acordo com Rm 16.23, Paulo 
se encontrava em Corinto na casa de seu anfitrião Gaio. Essa última permanência 
em Corinto antes de sua viagem a Jerusalém durou, conforme At 20.2,3, três meses 
e coincidiu com o inverno de 55-56. Essa fixação da data de redação é 
compartilhada pela pesquisa em geral com somente pequenas divergências. (POHL, 
1999, p.10). 
 
 A cidade de Corinto é provavelmente o local em que a carta aos Romanos foi escrita, 
fato que deve ter ocorrido no final da terceira viagem missionária de Paulo, no período de três 
9 
 
meses em que esteve na cidade de Corinto, a data dessa visita a essa cidade, ocorreu entre 57 
e 58 d.C. é provável que ele estava hospedado na casa de Gaio, a quem havia batizado (1 Cor 
1:14), na parte final da carta, Paulo faz uma recomendação a Febe ( Rm 16:1), uma diaconisa 
da cidade portuária de Cencreia, situada a 10 km de Corinto, que possivelmente foi a 
portadora da carta para a capital Roma (CBA, 2014, p. 509). 
 A igreja em Roma não parece ter sido fundada por algum apóstolo, pois segundo é 
constatado historicamente, essa comunidade de cristãos já existia muito antes de Paulo ter ido 
visitá-la pela primeira vez. Sobre essa questão Barclay diz que “quando Paulo escreveu à 
Igreja de Roma estava escrevendo a uma igreja com a qual não teve parte em sua fundação, e 
com a qual não teve nenhum contato pessoal” (BARCLAY, 1956, p.9). 
 Segundo Barclay, mesmo com a expulsão dos judeus por Claudio em 52 d.C. (Ibidem, 
1952, p. 19), Roma tinha uma colônia bem numerosa de judeus, pois com a morte de Claudio, 
muitos deles tinham retornado a Roma. Como o número de gentios convertidos aumentou 
bastante, os problemas relacionados à lei e a circuncisão, criou oposição entre os cristãos 
romanos e os judeus cristãos, o que em parte pode explicar o conteúdo da carta de Paulo sobre 
a funcionalidade da lei e seu relacionamento com a justificação pela fé (Bíblia de Estudos 
Andrews, 2015, p. 1455). 
 Nesse período Roma passava por um período de relativa paz e prosperidade sob o 
governo de Nero (54-68 d.C.), no entanto, de acordo com Molina a situação rapidamente 
mudou por conta das atrocidades e cruel imoralidade da ultima parte de seu reinado, com o 
incêndio da capital, que historicamente é atribuído a Nero, mas que foi colocado sob à 
responsabilidade dos Judeus, ocorreu a segunda expulsão e uma acirrada perseguição à igreja 
naquele tempo. (MOLINA, 2018, p. 16). 
 Esse era o contexto no qual a igreja de Roma se encontrava quando Paulo envia sua 
epístola, uma igreja que o apostolo tinha muita vontade de conhecer pessoalmente e de poder 
fortalecer a doutrina e a fé desse grupo de cristãos da capital romana. 
4 ANÁLISE LITERÁRIA DE ROMANOS 
4.1 GÊNERO DO TEXTO 
 O Escrito de Paulo é do gênero epistolar, sobre essa questão, Vielhauer diz que 
Romanos “não é um tratado em forma de epistola, mas uma epistola em forma de tratado” 
(Vielhauer, 2005, p.87). Em relação ao gênero da carta, Kummell afirma: 
 
De fato, Romanos está elaborada como um longo discurso que, no entanto, se veste 
da forma epistolar contemporânea, cujo Pré-escrito (remetente, destinatário e 
saudação) e Conclusão, próprios de uma correspondência, são facilmente 
10 
 
perceptíveis (cf.1.1-7;15.14-16.25). Romanos, portanto, é deverasmente uma 
Epístola, isto é, uma carta. Contudo, seu caráter de carta particular se mescla com 
características e tônicas bastante tratadícias, de modo que a epístola de Paulo aos 
Romanos é, do ponto de vista do gênero literário, um escrito verdadeiramente 
híbrido (misto), como o são as outras obras do apóstolo (KUMMELL, 2003, p. 318). 
 
4.2 ESBOÇO DA CARTA AOS ROMANOS (BARCLAY,1956, p. 14). 
 Introdução (Rm: 1:1-17). 
Identificação de Paulo (Rm: 1:1-7). 
Desejo de Paulo de visitar Roma (Rm: 1:8-15). 
 Resumo Geral 
1. Todos pecaram (Rm: 1:18 e Rm: 3:20). 
2. Justificação apenas pela fé (Rm: 3.21 e Rm: 5:21). 
3. Praticando Justiça na vida Cristã (Rm: 6:1 e Rm: 8:39) 
4. Deus e Israel (Rm: 9:1 e Rm: 11:36). 
5. Aplicações práticas 
6. A situação de Paulo (Rm: 15:14-33). 
7. Recomendações pessoais (Rm: 16:1-24). 
8. Bênção (Rm: 16:25-27). 
 Barclay sugere ainda um resumo da epístola em quatro divisões: 
(1) Capítulos 1-8, que tratam do problema da justiça. 
(2) Capítulos 9-11, que tratam o problema dos judeus, o povo escolhido. 
(3) Capítulos 12-15, que tratam questões práticas da vida diária. 
(4) Capítulo 16, que é uma carta de apresentação para Febe, e uma lista final de saudações 
pessoais. 
4.3 RELAÇÕES DO TEXTO COM O CONTEXTO IMEDIATO E AMPLO. 
 Sobre a importância do capitulo 8 de Romanos para a compreensão da salvação em 
Cristo Jesus, Lopes diz que “Ninguém nos pode acusar porque é Deus quem nos justifica 
(8.33). Ninguém nos pode condenar, pois Cristo morreu, ressuscitou, está à destra de Deus e 
intercede por nós (8.34). O resultado disso é nenhuma condenação” (LOPES, 2010, p. 279). 
Dessa forma, pode-se dizer que na divindade não existe condenação, a disposição divina é 
para salvar a todos, a condenação dependedas escolhas de cada um. 
 O capitulo 8 foi escrito por Paulo em resposta ao capitulo anterior, onde o apostolo 
fala das dificuldades da vida do cristão. Por isso nesse capitulo, ele substitui a condenação 
11 
 
pela liberdade e vitória garantida por meio de Jesus Cristo (Lição da Escola Sabatina, 2017, p. 
107). 
 No capitulo 7, vemos Paulo advertindo que viver sem Cristo é uma experiência 
miserável, pois a pessoa vive escrava do pecado e se torna incapaz de praticar as escolhas 
certas, já em Romanos 8, ele assegura que com Cristo o homem pode ser liberto do pecado e 
tem liberdade para fazer as melhores escolhas, mesmo que a carne milite contra o espírito 
(Ibidem, 2017, p. 107). 
 Nesse sentindo, Paulo está dizendo que a vida de um predestinado, está totalmente 
condicionada à forma como ele reage diante das investidas da carne, sendo que a vitória está 
relacionada com a comunhão diária do individuo com o Espírito Santo, pois justamente Ele, 
segundo Paulo “nos assiste em nossas fraquezas” (Rm.8:26). Por isso, os predestinados 
necessitam ter uma vida de comunhão com Cristo, não existe a questão de uma vez salvo, 
salvo para sempre como prega a doutrina da predestinação em relação aos salvos. 
 O CBA declara: 
A confiança expressa no v. 28 é justificada e confirmada por uma explicação sobre a 
forma como é desenvolvido o propósito de Deus para aqueles que O amam. Esse 
propósito inclui todas as fases do processo de salvação (v. 29, 30). Assim, os que 
aceitam o chamado de Deus e se submetem a Seu propósito têm a certeza de que Ele 
vai completar por eles cada etapa em Seu plano de salvá-los. As aflições nada mais 
são do que o meio pelo qual eles devem chegar a “ser [...] conformes à imagem de 
Seu Filho”. (CBA, Vol.6, 2007, p.631) 
 
 A mensagem de Paulo em Romanos 8:29-30 deixa claro que Cristo tornou possível a 
vitória sobre os pecados somente para aqueles que creem nEle, assim os requisitos da Lei, não 
servem como uma forma de obtenção de salvação, mas como o resultado dela, dessa forma a 
obediência à lei, jamais foi ou será um meio de salvação, Por isso em Romanos 8, Paulo traz 
uma mensagem única sobre justificação pela fé em Cristo Jesus. 
 O contexto amplo da carta aos Romanos apresenta vários versos que se relacionam 
com o texto, confirmando o conteúdo e ensino de Paulo em Rm 8:29-30. Em toda a carta é 
possível relacionar a vida dos predestinados com a fundamentação doutrinária de Paulo sobre 
justificação pela fé, contrariando totalmente a ideia de predestinação dupla do ensino 
calvinista ou da participação ativa do ser humano no processo de salvação do ensino 
arminiano, pois se alguém já está predestinado à salvação ou condenação, ou pode fazer 
qualquer coisa que ajude a Deus nesse processo, qual a razão de fazer uso da fé e viver em 
santo procedimento, pois segundo o apostolo, todos que creem são justificados pela fé, 
mediante Jesus Cristo e Deus não faz distinção entre judeus ou gentios (Rm. 3:22-26). 
12 
 
 Nesse sentindo, no primeiro capitulo de Romanos já podemos encontrar Paulo a falar 
sobre o contexto de predestinação bíblica. Dessa forma, já na saudação da carta, ele diz que 
foi chamado por meio do apostolado do amor, para a obediência na fé (Rm 1:5) e em seguida, 
nos versos 6 e 7 declara que os cristãos de Roma foram chamados para serem de Jesus Cristo 
e para serem santos. Nos versos seguintes, quando Paulo fala sobre a depravação do ser 
humano, afirma que isso ocorre não por que estavam predestinados, mas é devido às próprias 
escolhas dos indivíduos (v.21-23). 
 No capitulo 2:1-16, vemos Paulo advertindo seus leitores que Deus é imparcial na 
condenação de justos e injustos, dessa forma, não é Deus quem determina quem será salvo ou 
condenação, essa ação parte do individuo, pois segundo Paulo, “Cada um receberá a 
retribuição segundo a sua forma de proceder” (v. 6). Nesse viés, seria contraditório o apostolo 
tratar da predestinação no capitulo 8, sob o ponto de vista da divindade determinando a 
salvação ou condenação do ser humano, sendo que no inicio da carta ele relata a 
imparcialidade dEles nesse processo. 
 No cap 3, vemos Paulo respondendo a objeções, tendo em vista que alguns judaizantes 
estavam lançando doutrinas que iam contra os ensinos do apostolo sobre justificação pela fé, 
nesse trecho, ele deixa claro que ninguém possui vantagem (predestinação) sobre o outro em 
relação ao pecado, pois todos são culpados diante de Deus, por isso “não há justo, nem um 
sequer” (Rm 3:9,10). 
 Algo interessante a se notar no ensino da justificação pela fé em Romanos, é que 
Paulo na maioria das vezes faz questão de destacar o desejo de Deus de salvar “todos” os 
seres humanos, ele destaca: “A justiça de Deus, mediante a fé em Jesus Cristo, para todos [e 
sobre todos] os que creem; porque não há distinção” (Rm 3:22). Ora, se não existe distinção 
da parte divina entre justos ou injustos, logo não há razão para Deus predeterminar quem será 
salvo ou condenado, pois isso parte da escolha e ação do indivíduo. 
 Nos capítulos seguintes, vemos Paulo discorrer sobre o exemplo de Abraão e como ele 
e sua descendência receberam a promessa não pelas obras ou pela lei, mas mediante a 
justificação pela fé (Rm 4:13-14), dessa forma, confirma que a salvação é mediante a fé em 
Cristo Jesus. No capitulo 6 Paulo discorre sobre a liberdade em Cristo por meio da graça, pois 
todos que aceitaram o chamado, devem viver em obediência (v.16), ele ressalta ainda que no 
futuro ocorrerá o juízo de Deus, e a sentença ocorrerá de acordo com as escolhas dos seres 
humanos, assim fica evidente que as pessoas podem fazer uso do livre-arbítrio concedido por 
Deus (v.22,23). 
13 
 
 Buscando confirmação do desejo divino de salvar toda a raça humana fora da carta aos 
Romanos é possível identificar que o ensino do apostolo está de acordo com a doutrina bíblica 
de predestinação. Jesus o maior e melhor modelo quando o assunto é salvação, declarou em 
João 3:16 “ Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu seu Filho unigênito, para que 
todo o que nEle crer não pereça, mas tenha a vida eterna”, o termo grego usado aqui é κόσμος, 
ou seja, Deus deseja salvar o mundo todo, não apenas uma parte dele. 
 Pode-se encontrar base para a predestinação bíblica em vários outros textos, por 
exemplo, (At 4:28; 1 Co 2:7; Ef 1:5, 11; 2 Tm 1:9). Sobre o conceito de predestinação na 
bíblia, Canale diz: 
A Escritura reporta-se ao projeto divino para a salvação da humanidade com 
palavras tais como "propósito” (prothesis, “um plano traçado com antecedência" 
[Rm 8:28; 9:11; Ef 1:11; 3:11; 2Tm 1:9]), “mistério" (Ef 3:9) e "sabedoria de Deus 
em mistério” (ICo 2:7). A palavra “predestinação", que ocorre na Bíblia como o 
verbo proõrizõ; (“decidir de antemão"), também é empregada pelos escritores 
bíblicos para se referir à decisão prévia e eterna de Deus com respeito ao plano da 
salvação (At 4:28; Rm 8:29, 30; ICo 2:7; Ef 1:5, 11). (Tratado de Teologia 
Adventista, 2011, p. 130). 
 
 Diante do exposto, pode-se concluir que a predestinação no contexto bíblico, não 
encontra apoio na ideia de que a divindade determina a salvação ou condenação eterna das 
pessoas, segundo Canale a própria escritura nega a idéia de que Deus predetermina o destino 
das pessoas, sobre isso ele faz a seguinte declaração: 
Em primeiro lugar, Paulo estabelece claramente a diferença entre presciência e 
predestinação (Ro 8:29). Os dois conceitos, portanto, não devem ser confundidos. 
Em segundo lugar, de acordo com a Escritura, a salvação dos seres humanos 
envolve não apenas o plano de predestinação divina e as obras de salvação, mas 
também a espontânea resposta ao chamado e sugestão do Espírito Santo (Ibidem, 
2011, p. 130,131). 
 
Nesse sentido, a bíblia demonstra que a questão do livre-arbítrio está inserida no 
contexto de salvação exposto pelo apostolo Paulo em Rm 8:29-30, bem como em toda a carta,cujo tema principal é a justificação pela fé em Cristo Jesus, assim como em toda a escritura, 
que evidencia um Deus que sempre está em busca dos perdidos com o desejo de que sejam 
salvos, pois o trabalho da divindade é sempre para “que nenhum pereça, senão que todos 
cheguem aos arrependimento” (II Pd. 3:9.b). 
4.4 SIGNIFICADO E USO DOS TERMOS RELACIONADOS. 
4.4.1 “PROORIZO” RM 8:29 
 A palavra προοριζω (proorizo), o verbo está no particípio passivo aoristo, sendo 
traduzida como "predestinar" aparece seis vezes no Novo Testamento grego: Atos 4:28; 
Romanos 8: 29-30; 1 Coríntios 2:7; Efésios 1: 5, 11 é a combinação de duas palavras: pro , 
14 
 
"antes" e Orizo "definitivamente mostrar" e comunica a ideia de limitar o avanço ou o estado 
de antecedência. As seis referências estabelecem diferentes facetas do plano divino de 
redenção e de seu desenvolvimento. (BERKHOF, 2012, p. 106). 
 Sobre a forma como a palavra “predestinação” é empregada em casos distintos, 
Berkhof faz a seguinte declaração: 
A Palavra "predestinação" nem sempre é utilizada no mesmo sentido. Ás vezes 
é empregada simplesmente como sinônimo da palavra geral "decreto". Noutros 
casos, serve para designar o propósito de Deus com respeito a todas as Suas 
criaturas morais. Mais frequentemente, porém, denota "o conselho de Deus 
concernente aos homens decaídos, incluindo a eleição soberana de uns e a justa 
reprovação dos restantes" (BERKHOF, 2012, p. 103). 
 
 
 Para Berkhof, o termo “predestinado” encontrado em Rm 8:29,30; At:4.28; 1 Co:2.7; 
Ef:1.5,11, “significa marcar de antemão, estabelecer limites para alguém ou limitar alguém de 
antemão”. Ainda sobre o significado e uso do termo ele diz: 
A palavra portuguesa horizonte é derivada dessa palavra grega. O destino, ou 
horizonte, do cristão foi estabelecido por Deus desde a eternidade: tornar-se 
semelhante ao seu Filho. Note como os termos predestinou, chamou, justificou e, 
especialmente, glorificou em Rm 8.29,30 estão todos no tempo passado. Isso se dá 
porque Deus, de Sua perspectiva eterna, vê o processo da salvação com já tendo sido 
completado. (Ibidem, 2012, p. 103) 
 
 Sobre Rm 8:29, Moody declara: 
“Paulo aqui está pensando em um grupo composto de indivíduos certamente, mas, 
não obstante, um grupo de indivíduos que constituem um todo incorporado. Isto é 
idêntico ao procedimento do apóstolo em Ef.1:4, onde ele diz : Como também nos 
(plural) elegeu nEle (isto é, em Cristo). Cristo é o Eleito ou Escolhido (veja Lc. 
9:35; 23:35; I Pe. 2:4, 6); e os crentes - aqueles que pertencem a Deus - são eleitos 
ou escolhidos nEle (isto é, em Cristo)”. (MOODY, 1983 p. 72). 
 
4.4.2 “GINOSKEIN”, ”PROGINOSKEIN” E “PROGNOSES. 
 As expressões acima, segundo Berkhof estão relacionadas com o termo hebraico 
“yada”, e podem significar simplesmente “conhecer” ou “tomar conhecimento” de alguém ou 
de alguma coisa, como também pode ter o sentido de “tomar conhecimento de alguém com 
profundo amor”, dessa forma, pode expressar a ideia de eleição. Essas expressões segundo 
ele, “tem como seu ingrediente básico o conhecimento”. (BERKHOF, 2012, p.103). 
 Sobre o papel dos eleitos, Berkhof diz: 
Este grupo de indivíduos são dantes conhecidos, no sentido de que tem um lugar 
distinto no plano ou propósito de Deus (Rm. 8:29). Eles têm um papel a executar no 
plano divino. Quando o verso declara: “Aos que de antemão conheceu, também os 
predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho” (v. 29). A decisão de 
Deus aqui, é que aqueles que compõem este grupo sejam semelhantes a Seu Filho 
em forma e aparência. (Ibidem, 2012, p.106). 
 
15 
 
5 ANÁLISE TEOLOGICA DE ROMANOS 8:29-30. 
 Como já visto anteriormente o termo “Predestinou” do gr. Proorizõ, que significa 
“separar de antemão”, sendo traduzida como “predeterminar” (At 4:28) e “preordenar” (lCo 
2:7), de acordo com Berkhof “sempre são utilizadas para se referir à predestinação absoluta, 
dessa forma, está relacionado aos que são predestinados para certo fim” (BERKHOF, 2012, p. 
103). 
 Para fundamentar a ideia de predestinação bíblica, Geisler declara: 
Da mesma forma que Deus pre-determinou, desde a eternidade, que daria a sua vida 
pelos nossos pecados (At 2.23), Ele também predestinou os que seriam conforme a 
imagem de Cristo]. Como declarou Paulo: “Porque os que dantes conheceu, também 
os predestinou para serem conformes a imagem de seu Filho” (Rm 8.29). 
(GEISLER, 2003, p. 196). 
 
 Sobre o contexto de salvação na doutrina da predestinação, o Comentário Bíblico 
Adventista traz a seguinte declaração: 
A salvação da família humana sempre foi à finalidade de Deus. Ele “deseja que 
todos os homens sejam salvos e cheguem ao pleno conhecimento da verdade” (lTm 
2:4), “não querendo que nenhum pereça, senão que todos cheguem ao 
arrependimento” (2Pe3:9). "Tão certo como Eu vivo, diz o Senhor Deus, não tenho 
prazer na morte do perverso, mas em que o perverso se converta do seu caminho e 
viva” (Ez 33:11). O próprio Cristo disse: “Vinde a Mim, todos os que estais 
cansados e sobrecarregados, e Eu vos aliviarei” (Mt 11:28). “Quem quiser receba de 
graça a água da vida” (Ap 22:17). “Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que 
deu o Seu Filho unigênito, para que todo o que nEle crê não pereça, mas tenha a 
vida eterna” (jo 3:16). (CBA, 2013, Vol.6, p. 633). 
 
 O desejo da Divindade é que todos recebam a salvação, mas por conta do livre-
arbítrio, o ser humano pode infelizmente rejeitar o convite Divino. A salvação não pode ser 
imposta, dessa forma, a liberdade humana não está isenta na predestinação, por isso não é 
possível encontrar qualquer base bíblica em Paulo ou em qualquer outro escritor Bíblico que 
sugira que Deus predestinou uns para a salvação e outros para a condenação, 
independentemente de sua ação ou atitude (CBA, 2013, Vol 6, 632). 
 Em Romanos 8:29, Paulo declara que somos escolhidos em Cristo, ou seja, Ele é o 
padrão, por isso somo justificados em Cristo pela fé. Sobre essa questão Moody Diz: 
Paulo aqui está pensando em um grupo – composto de indivíduos certamente – mas, 
não obstante, um grupo de indivíduos que constituem um todo incorporado. 
Isto é idêntico ao procedimento do apóstolo em Ef.1:4, onde ele diz : Como também 
nos (plural) elegeu nEle (isto é, em Cristo). Cristo é o Eleito ou Escolhido (veja Lc. 
9:35; 23:35; I Pe. 2:4, 6); e os crentes - aqueles que pertencem a Deus - são eleitos 
ou escolhidos nEle (isto é, em Cristo). (MOODY, 1983, p 72). 
 
 Sobre o objetivo do apóstolo em Rm 8:29, Moody assegura que parece ser prático, já 
que Paulo tenta confortar o aflito povo de Deus, mostrando que a salvação está nas mãos 
divinas e em processo de ser executada segundo o propósito eterno e imutável do Céu. 
16 
 
Contudo, isso não exclui o ser humano em relação à aceitação desse destino assegurado por 
Deus, por isso o ser humano é dotado do livre-arbítrio, dessa forma, pode responder positiva 
ou negativamente ao chamado divino. (Ibidem, 1983, p. 71). 
 Sobre Rm 8:29-30, Bruce ressalta que: 
A expressão “Aos que conheceu de antemão” “tem a mesma conotação da graça 
motivadora da eleição encontrada no verbo “conhecer” no Antigo Testamento, pois 
quando Deus toma conhecimento das pessoas de maneira especial, faz recair nelas 
sua escolha, como constam em algumas passagens como Amós 3:2 e Oséias 13:5 
(BRUCE, 2007, p.144). 
 
 A perspectiva bíblica para a predestinação segundo Bruce, é que “o pré-conhecimento 
e a preordenação pertencem ao conselho de Deus, enquanto a vocação e a justificação 
acontecem na experiência de seus seguidores, que ao viverem de acordo com o chamado 
receberão à glória reservada somente para quem aceitar viver pela fé” (Ibidem, 2007, p.45). 
 Para Champlim, em relação à salvação, a predestinação sempre atua positivamente, 
dessa forma não tem nada a ver com a reprovação de quem pelo livre-arbítrio escolheu andar 
fora da fé, nesse viés ele declara:Não existe predestinação para a reprovação, portanto. Em outras palavras, apesar de 
que Deus predestina para a vida, para a transformação segundo a imagem de Cristo e 
para a santidade, isso não quer dizer que, por outro lado, ele predestine alguns para a 
condenação, conforme alguns teólogos calvinistas mais radicais tem imaginado. 
Podemos notar que ate mesmo no nono capitulo da epistola aos Romanos, o trecho 
bíblico mais forte sobre a predestinação, podemos ler, no décimo quinto versículo: 
“Terei misericórdia de quem me aprouver ter misericórdia, e compadecer- me-ei de 
quem me aprouver ter compaixão”, o que mostra que a determinação divina sempre 
visa ao lado positivo, servindo como agente de misericórdia, ao invés de visar ao 
lado negativo, como agente de condenação e juízo. Assim, pois, o Senhor Deus 
tolerou os vasos de ira, mas preparou os vasos de misericórdia (CHAMPLIN, 1998, 
p. 726). 
 
 Nesse sentido, é importante ressaltar que a ação divina na perspectiva paulina sempre 
foi em favor da salvação dos seres humanos, pois Paulo certamente não entraria em 
contradição com os ensinos de Cristo, que ao falar sobre sua missão, declara: “Porque Deus 
amou o mundo de tal maneira que deu seu filho unigênito, para que todo o que nele crê não 
pereça, mas tenha a vida eterna” (Jo. 3:16). Nesse verso fica evidente a intenção divina de 
salvar o “mundo” e “todo aquele que crê”, por conta disso, a salvação é oferecida a qualquer 
um que mediante a justificação pela fé em Cristo aceitar o chamado de Deus. 
 
CONCLUSÃO 
 A pesquisa em questão teve como objetivo principal identificar qual tipo de 
predestinação o apostolo Paulo estava se referindo em Rm 8:29-30. Para entender melhor a 
doutrina, um breve debate foi exposto sobre o assunto, também uma exegese do texto foi 
realizada, dessa forma foi possível alcançar um melhor entendimento do contexto histórico da 
17 
 
igreja em Roma, o significado dos principais termos usados por Paulo no texto, bem como sua 
relação com o contexto imediato e amplo da carta e da bíblia. 
 Em virtude do que foi exposto na pesquisa e da importância do tema para a 
compreensão do processo de salvação, da ação da divindade na predestinação e a resposta 
humana. É importante ressaltar que quando Paulo discorreu sobre a predestinação em 
Rm.8:29-30, ele se dirigia a um grupo misto de Cristãos judeus e gentios em Roma, portanto, 
certamente ele estava buscando um elo unificador entre eles e não algo que os tornasse ainda 
mais exclusivistas. Em toda a carta, a tese de Paulo está baseada na justificação pela fé em 
Cristo, por isso, para ele, nada que alguém pudesse fazer, serviria para torna-lo justificado ou 
escolhido por Deus. Nesse viés, qualquer um, sendo judeu ou gentio podia aceitar o chamado 
de Deus para ser conforme a imagem de Cristo (Rm.8:29). 
 O desejo do apostolo nesse texto, é ajudar a igreja em Roma a caminhar em direção à 
santificação pelo Espírito Santo, pois esse era justamente o instrumento que os faria vencer o 
velho homem com sua natureza carnal. Por isso, quando Paulo fala de predestinação, ele não 
está se referindo aos que estão em melhor condição na sociedade, que tem posses ou uma 
excelente formação acadêmica, nem está decretando que os pobres e marginalizados estão 
desfavorecidos diante de Deus. Muito pelo contrário, ele está se referindo aqueles que 
independente do status quo, estão dispostos a crer em Jesus Cristo, pois a base da eleição é a 
fé não no que o homem pode fazer, mas no que Cristo já realizou pelo pecador. 
 Mediante isso, o grande propósito da predestinação em Rm.8:29-30 é a criação de uma 
raça que possa manifestar a glória de seu Deus, por isso, Deus fez um chamado especial, 
justificando por meio de Cristo, mediante a fé, aqueles que aceitaram o chamado. Dessa 
forma, todos que aceitarem o chamado de Deus poderão experimentar a glorificação que se 
encontra no futuro próximo (Rm 8:30). 
 Segundo Lopes, “Aqueles a quem Deus escolheu e por quem Cristo morreu são 
eficazmente chamados para a salvação, mediante a fé na verdade e a santificação do Espírito” 
(LOPES, 2010, p.9). Por isso, quando Paulo se refere à predestinação em Rm 8:29,30, ele está 
dizendo que o chamado dos salvos, está baseado no sólido alicerce da eleição do Pai, 
mediante a morte de Jesus e da transformação operada pelo Espírito Santo a cada dia, assim 
toda a divindade está envolvida no processo de salvação do crente. 
 Fica então evidente que os predestinados foram chamados para serem conforme a 
imagem de Cristo, mediante a fé e a santificação proporcionada pelo viver no Espírito. Sendo 
o destino final deles, a glorificação que aguarda todos aqueles que permanecerem firmes na 
promessa de salvação eterna. 
18 
 
 
 
 
19 
 
REFERÊNCIAS 
 
ARMÍNIO, Jacó. As obras de Armínio. Volumes: 1, 2, 3. Rio de Janeiro: CPAD, 2015. 
BEZERRIL, Moisés C. Os Cinco Pontos do Calvinismo em Gênesis, em Jornal Os 
Puritanos, vol. 2, São Paulo: os Puritanos, 2003. 
 
BERKHOF, Louis. Teologia Sistemática. São Paulo, SP: Cultura Cristã, 2012. 
 
BARTH, Karl. A Carta aos Romanos: Segunda versão, São Leopoldo, RS: 
Sinodal/EST, 2016. 
 
BARCLAY, W. Comentário do Novo Testamento. Glasgow: Trinity College, 1956. 
BRUCE, F F. Romanos: Introdução e Comentário, São Paulo, SP: Vida Nova, 2007. 
 
Bíblia Missionária. Tatuí, SP. Casa Publicadora Brasileira, 2018. 
 
Bíblia de Estudos Andrews. Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, 2015. 
 
CHAMPLIN, R. N. O Novo Testamento Interpretado Versículo por Versículo, Vol. 
III. São Paulo, SP: Editora e Distribuidora Candeia, 1998. 
 
 Comentário bíblico Adventista do Sétimo Dia. Tatuí, SP: Casa Publicadora 
 Brasileira, 2014. 
 
COENEN, Lothar; BROWN, Colin. Dicionário Internacional de Teologia do Novo 
Testamento. V. 2. São Paulo: Vida Nova, 2011. 
 
CAIRNS, Earle E. O Cristianismo Através dos Séculos: Uma História da Igreja 
Cristã. São Paulo, SP: Vida Nova, 2008. 
 
 Dicionário Bíblico Adventista. Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, 2011. 
 
 KUMMELL,W.G.Introdução ao Novo Testamento.São Paulo: Paulus/Teológica,2003. 
 
EDWARD, R. Léxico Grego do Novo Testamento. Rio de Janeiro, RJ: CPAD, 2012. 
 
GONZALES, Justo. A Era dos Reformadores. Volume 6. São Paulo, SP: Vida Nova, 
1997. 
 
GEISLER. Norman. Teologia Sistemática. 1° Edição, Rio de janeiro, RJ: CPAD, 2010. 
 
LOPES, Hernandes D. Romanos: o evangelho segundo Paulo. São Paulo, SP: Hagnos 
2010. 
 
M URRAY, John. Romanos. São José dos Campos: Fiel, 2003, p. 12. 
 
OLSON, Roger E. Teologia Arminiana: Mitos e Realidade. São Paulo, SP: Reflexão, 
2013. 
20 
 
 
ORR, G. W. 27 Chaves para o Novo Testamento. São Paulo: Imprensa Batista 
Regular, 1976. 
 
POHL, A. Comentário Esperança do Novo Testamento: Carta aos Romanos. 1999. 
 
PINHEIRO, F. A doutrina da predestinação em João Calvino e suas conotações 
agostinianas: reflexos no elã missionário presbiteriano do Brasil no século XIX. 2017 
 
Romanos: Estudos introdutórios à justificação pela fé, 1. Ed. Engenheiro Coelho, 
SP: Unaspress, 2018. 
 
SCHAFF, P. History of the Christian church. Volume 1. Londres: CCEL Publisher, 
2002. 
 
STOTT , John. Romanos. São Paulo: ABU, 2003. 
 
 Tratado de teologia: Adventista do Sétimo Dia. Tatuí, SP: Casa Publicadora 
 Brasileira, 2011. 
 
VIELHAUER,Phillip. História da Literatura Cristã Primitiva.São Paulo, 
SP:Academia Cristã, 2005. 
 
WIERSBE, W. W. Comentário Bíblico Expositivo: Novo Testamento: volume I 
Santo André, SP: Geográfica editora, 2006. 
 
WEBER, Max. A ética protestante e o espírito do capitalismo: texto integral. São 
Paulo: Martin Claret, 2013.

Mais conteúdos dessa disciplina