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ARTIGO MARIA DAS NEVES -

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FACULDADE GIANNA BERETTA 
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM ENFERMAGEM EM UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA
MARIA DAS NEVES MADEIRA DE SOUSA 
HUMANIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA HOSPITALAR EM ENFERMAGEM NA UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA
São Luís 
2022
MARIA DAS NEVES MADEIRA DE SOUSA 
HUMANIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA HOSPITALAR EM ENFERMAGEM NA UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA
Artigo Científico produzido a título de Trabalho de Conclusão de Curso da Especialização lato sensu em Enfermagem em Unidade de Terapia Intensiva apresentado ao Programa de Pós-Graduação e Pesquisa da Faculdade Gianna Beretta como requisito à obtenção do título de Especialista em Unidade de Terapia Intensiva.
Es. Orientador(a): Profª. Aracy da Silva Santos 
 São Luís
 2022
MARIA DAS NEVES MADEIRA DE SOUSA 
HUMANIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA HOSPITALAR EM ENFERMAGEM NA UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA
Artigo Científico produzido a título de Trabalho de Conclusão de Curso da Especialização lato sensu em Enfermagem em Unidade de Terapia Intensiva apresentado ao Programa de Pós-Graduação e Pesquisa da Faculdade Gianna Beretta como requisito à obtenção do título de Especialista em Unidade de Terapia Intensiva.
Es. Orientador(a): Profª Aracy da Silva Santos
Data da aprovação: ______ / _________ / _____. 
BANCA EXAMINADORA / COMISSÃO DE AVALIAÇÃO 
_______________________________________________________ 
Nome do Orientador 
(Titulação, IES) 
____________________________________________________ 
Membro da Banca Examinadora 
(Titulação)
HUMANIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA HOSPITALAR EM ENFERMAGEM NA UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA
 Maria das Neves Madeira de Sousa[footnoteRef:2] [2: Pós-Graduando em Enfermagem em Unidade de Terapia Intensiva pela Faculdade Gianna Beretta] 
RESUMO 
A Assistência humanizada em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) é uma forma de atendimento prestado às pessoas que estão envolvidas no processo de saúde doença abrangendo profissionais, pacientes e famílias. E nesse ambiente, a busca pela humanização dentro da UTI dá-se devido a rotina diária e complexa que os profissionais desenvolvem e se dá através de atos, do contato, conhecimento, entendimento, comunicação e outras ações voltadas ao bem-estar de todas as pessoas envolvidas. Dessa forma, a presente pesquisa teve como objetivo geral descrever sobre a assistência humanizada e os seus principais desafios no ambiente de UTI. Para tanto, foi realizada uma Revisão de Literatura com base em livros físicos e eletrônicos, artigos científicos das bases de dados Google Acadêmico, LILACS e SciELO. Foi possível observar através dos resultados que através de estratégias de cuidados e da sistematização da assistência de enfermagem, apoio aos familiares ouvindo e esclarecendo suas dúvidas e trabalhando em equipe multiprofissional, informações concretas, bom convívio, estrutura física agradável são benefícios aos pacientes no ambiente de UTI. 
ABSTRACT 
Humanized care in the Intensive Care Unit (ICU) is a form of care provided to people who are involved in the health-disease process, including professionals, patients and families. And in this environment, the search for humanization within the ICU is due to the daily and complex routine that professionals develop and takes place through acts, contact, knowledge, understanding, communication and other actions aimed at the well-being of all women. people involved. In this way, the present research had as general objective to describe about the humanized assistance and its main challenges in the process of recovery of the patient in the ICU. Therefore, a Literature Review was carried out based on physical and electronic books, scientific articles from Google Scholar, LILACS and SciELO databases. It was possible to observe through the results that through care strategies and the systematization of nursing care, support to family members listening and clarifying their doubts and working in a multiprofessional team, concrete information, good coexistence, pleasant physical structure are benefits to patients in the environment of ICU.
1 INTRODUÇÃO 
 A Unidade de Terapia Intensiva é o local onde são admitidos clientes graves que necessitam de cuidados de enfermagem e médicos especializados em tempo integral, profissionais capacitados para assistência não apensas física, mas também psicológica e espiritual.
 Estar em uma UTI não é uma situação fácil tanto para o paciente e seus familiares. Alguns estudos mostram que muitos familiares em pacientes com estadia em UTI têm apresentado sintomas de depressão, ansiedade e estresse pós-traumático (FREITAS, 2018). Uma outra situação muito vivenciada é que os pacientes internados em uma UTI são dependentes dos profissionais do setor e nessa condição, sentem-se imponentes, o que acaba por desencadear sentimentos de isolamento e ansiedade.
 No ambiente de UTI, o convívio humano se depara com um alto desenvolvimento tecnológico com equipamentos de alta tecnologia e dos principais objetivos encontrados por ela (MONTEIRO, 2018). Diante desse contexto, muito tem se questionado sobre a assistência humanizada prestada pelos profissionais de enfermagem nas UTI e discussões sobre as práticas de humanização nesse ambiente tanto para com os pacientes, seus familiares e com a equipe em si. Nesse sentido, chega-se ao seguinte questionamento: De que forma a humanização realizada pelos profissionais de enfermagem influencia no processo de recuperação dos pacientes de UTI? 
Dessa forma, torna-se relevante a abordagem sobre a humanização na assistência de enfermagem em UTI, devido ser um tema atual e de importância no âmbito hospitalar e que contribui de forma benéfica para o tratamento do paciente. Diante do exposto, a realização dessa pesquisa teve como objetivo geral descrever sobre a assistência humanizada e os seus principais desafios no ambiente de UTI. 
2 Unidade de Terapia Intensiva 
 
 As UTI, conforme descrito na Resolução nº 170, de 6 de novembro de 2007, Anexo I, do Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp), tem como objetivo, prestar atendimento a pacientes graves ou de riscos, potencialmente recuperáveis, que exijam assistência médica ininterrupta, com o apoio da equipe de saúde multiprofissional, além de equipamentos e recursos humanos especializados. (VIANA; NETO,2021). 
A sua dinâmica consiste basicamente em uma movimentação constante da equipe, um ambiente hostil com inúmeros equipamentos, mas sempre em busca de uma assistência integral aos pacientes. No ambiente de UTI segundo Caveião, Garcia; Rodrigues (2021) é um local que gera muito estresse tanto para os trabalhadores e para os clientes e essas tensões são motivadas pelas reações interpessoais, pela grande intensidade de emoções decorrentes da constante exposição ao risco de vida e às mutilações, pela frequente oscilação entre o sucesso e o fracasso e pela grave exigência imposta à equipe. 
Uma UTI tem finalidade de admitir pacientes potencialmente graves ou com descompensação de um ou mais sistemas orgânicos, fornecendo suporte diagnóstico e terapêutico intensivo. De acordo com Freitas (2018) trata-se de uma área hospitalar adequada com infraestrutura própria, com provisão de equipamentos e materiais, além de recursos humanos capacitados com atendimento multiprofissional e interdisciplinar, para o desenvolvimento do trabalho com segurança 
 Durante muitos anos, as UTIs foram estigmatizadas como áreas destinadas a pacientes que, por necessitarem de cuidados específicos deveriam permanecer afastados do convívio familiar. Segundo Viana; Neto (2021) os familiares tinham o acesso restrito aos leitos, muitas vezes somente sendo permitida a visualização dos pacientes através de vidros, sem contato direto e os profissionais de saúde tinham o acesso controlado.Atualmente há um movimento para a humanização do atendimento nas UTI. Adota-se à postura de que os pacientes estão na UTI para sua recuperação e, portanto, para viver.
2.1 Humanização e enfermagem em Unidade de Terapia Intensiva 
 O acolhimento está diretamente relacionado a um modo de ser e atuar, sendo, portanto, uma importante estratégia de humanização, a qual está pautada no cuidado ao sentimento de respeito e dignidade do paciente de modo multidimensional, indo muito além do “cuidar” no sentido engessado de apenas assistir o paciente, sem levar em consideração o sentimento, a responsabilidade e a sensibilidade. 
Dessa forma, a humanização é “um conjunto de iniciativas que visam à produção de cuidados ao paciente em estado crítico, possibilitando a conciliação da tecnologia com o acolhimento necessário e o respeito cultural e ético ao paciente” (FREITAS, 2018, p.27). Humanizar em UTI é garantir a qualidade da comunicação entre paciente, família e equipe, a fim de que aconteça a escuta ativa para com o outro, compreendendo-o em sua singularidade e necessidades, para que este se sinta reconhecido.
 Na história das Unidades de Terapia Intensiva (UTIs), constata-se que as mesmas tiveram suas raízes na Guerra da Criméia, no século XIX, onde Florence Nightingale selecionava os clientes mais gravemente feridos colocando-os em locais que favorecessem o cuidado imediato e a observação constante (VIANA; NETO,2021). Nesta época, ou seja, há mais de um século, ao se resgatar as ações de Florence, pode-se assinalar que os sistemas iniciais de coleta de dados mínimos de saúde já faziam parte do universo da assistência à saúde. Nightingale, em 1859, afirmou a necessidade de os enfermeiros utilizarem sua memória e suas observações objetivas para monitorar as condições daqueles clientes sob seus cuidados. Subsequentemente, em 1863, esta enfermeira forneceu formulários e definições para a coleta de estatísticas hospitalares uniformes (VIANA; NETO, 2021).
 Por volta de 1960, houve um rápido crescimento de unidades de cuidados intensivos em hospitais gerais e com esse crescimento vieram o desenvolvimento de tecnologias (CAVEIAO; GARCIA; RODRIGUES, 2021). Nesse período os cuidados intensivos eram mais amedrontadores, solitários, confusos e desumanizantes. 
Já na década de 80, a humanização começou a ganhar força na área da saúde e adeptos devido aos acordos da luta antimanicomial, na área da Saúde Mental e do movimento feminista pela humana. Nesse período começaram repercussões s na área da Saúde da Mulher que vieram à tona, e foram registradas como marcos históricos do início da discussão sobre humanização no campo da saúde (VIANA; NETO, 2021). 
No Brasil, a humanização não foi incorporada no mesmo ritmo dos países da Europa, e somente a partir dos anos 1980 é que as ações humanizadas passaram a ser humanizadas, ainda que sob críticas (VIANA; NETO, 2021). Portanto houve um atraso de 20 anos para implantar um atendimento, devido ao fato de predominar uma escassa visão dos direitos dos clientes nos hospitais públicos.
A partir da década de 1980 com novas ideias relacionadas a um modelo assistencial mais igualitário e justo, começaram a tomar forma. Assim, com as propostas do movimento da reforma sanitária e as mudanças políticas, em 1988, o sistema brasileiro de saúde passou por sua maior revolução sanitária, tornando-se humano e igualitário.
Em 2003, foi lançada a Política Nacional de Humanização (PNH), que segundo Rodrigues et al. (2017) trata-se de uma política que visa atuar diretamente na prática de atenção e gestão, não mais visando o modelo assistencialista de saúde. Assim, sua principal finalidade é colocar em prática os princípios preconizados pelo Sistema Único de Saúde (SUS), conforme descrito na Lei nº 8080/1990.
Dessa forma, a humanização surgiu no do Sistema Único de Saúde (SUS) e seus princípios são de acordo com Rodrigues et al. (2017) a universalidade, integralidade, equidade e participação social. Levados às últimas consequências, definem a humanização em qualquer concepção, em qualquer instância de atenção ou gestão. 
 Portanto, a enfermagem é uma profissão que se desenvolveu através dos séculos, mantendo uma estreita relação com a história da civilização. Neste contexto, tem um papel preponderante por ser uma profissão que busca promover o bem estar do ser humano, considerando sua liberdade, unicidade e dignidade, atuando na promoção da saúde, prevenção de enfermidades, no transcurso de doenças e agravos, nas incapacidades e no processo de morrer (VIANA; NETO,2021).
 Atualmente a humanização do cuidado de enfermagem na UTI vai além de a apenas autorizar a visita, mas de identificação de necessidades do paciente e de seus familiares, buscando ações que amenizem a angústia que estar vivendo esse momento (CORREA; SOUZA, 2020). Dessa forma, é necessário a empatia e a escolha da melhor alternativa em prestar um atendimento humanizado para os clientes e seus familiares. 
 Outro autor que concorda com o pensamento sobre a humanização, em UTI, é Veiga (2018) e esse diz que humanizar é primordial para o processo de recuperação dos pacientes de forma a atingir sua saúde física e as sequelas emocionais e psíquicas que tenha sofrido no período de internação. Entende-se então que a construção de um cuidado humanizado necessita acontecer de forma coletiva e participativa, visando o bem-estar do paciente, familiares e equipe.
3 METODOLOGIA 
A presente pesquisa trata-se de uma Revisão de Literatura. Utilizou-se como critérios de inclusão artigos científicos completos publicados entre os anos de 2017 a 2022 no idioma português e inglês das bases de dados Scientific Eletronic Library Online (SCIELO), Google Acadêmico e Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS).
Foram excluídos os artigos que traziam assuntos repetidos ou que publicados fora do prazo estipulado e incompleto.
Para analisar os artigos apresentados pela busca inicial realizou-se uma leitura exploratória do material bibliográfico, avaliando o título e o resumo do trabalho. Em seguida, procedeu-se com a verificação dos artigos que apareceram nos resultados em todas as bases de dados de forma coincidente. Após a análise exploratória, realizou-se uma leitura seletiva dos artigos cujo assunto acrescentasse ao objetivo da presente pesquisa.
4 RESULTADOS 
Foram encontrados um total de 22 artigos, sendo 2 artigos na base de dados Pubmed, 2 na LILACS, 4 artigos no Scielo e 14 no Google Acadêmico. Foram excluídos 7 artigos, sendo 02 que não eram pertinentes ao tema da pesquisa ou não respondiam aos objetivos do estudo. Houve duplicidade de 05 artigos, os quais mantiveram-se apenas o de uma das bases de dados. Deste modo a amostra foi composta por 15 artigos.
5 DISCUSSÃO 
Os enfermeiros que atuam no ambiente da UTI executam inúmeras funções, tais como a liderança clínica e funcional da unidade, além da educação junto à equipe de enfermagem e também voltada para o paciente e seu familiar. Nesse sentido, destaca-se, ainda, segundo Ouchi et al. (2018) também a articulação dos outros na assistência a um paciente e as informações acerca deste, englobando nesse processo inclusive os setores administrativos do hospital.
Nessa perspectiva, entende-se então que o profissional de enfermagem exerce ações de cuidado para com dependentes no ambiente de assistência ao enfermo que vão além do conhecimento técnico científico, pautando-se na humanização, solidariedade e respeito ao ser cuidado (SANTOS, et al.,2018). Outro autor que concorda com o pensamento acerca da humanização, em UTI, é Veiga (2018) e esse diz que é fundamental para que se possa cuidar de pacientes críticos, bem como facilitar sua volta à comunidade, não somente com sua saúde física reestabelecida, mas também sem sequelas psíquicas ou emocionais vindas dessa experiência. 
Dessa forma, para que uma UTI tenha um ambiente humanizado a participação de todos da equipe deve pautar-se da coletividadee da participação, buscando acolher e respeitar os valores, as crenças, a cultura e as expectativas de vida que são únicas de cada pessoa, sendo esta, paciente, familiar ou profissional. Precisa considerar ainda, que a comunicação e o diálogo favorecem a elaboração de estratégias de cuidado, compreendendo a subjetividade tanto do adoecido quanto dos profissionais (NASCIMENTO, et al., 2021).
Para que isso aconteça, é necessário um processo educativo direcionado para a equipe ou para os enfermeiros, como programas de Educação Continuada de Enfermagem (ECE) ou de formação complementar, pode ser entendido conforme Michelan; Spiri (2018) o processo dinâmico de ensino aprendizagem, ativo e permanente, destinado a atualizar e melhorar a capacidade de pessoas, ou grupos, face à evolução científico-tecnológica, às necessidades sociais e aos objetivos e metas institucionais. Assim, faz se necessário, a integração da tecnologia aos cuidados com os pacientes em ambiente de UTI. 
Portanto, cuidar na enfermagem é o olhar o ser humano com interesse, falar com sinceridade e ouvir com compaixão, adquirindo-se, assim, a empatia na relação cuidador-paciente-família. Assim, o papel do enfermeiro dentro de uma UTI compreende uma gama de diversas atribuições listadas por Correa; Souza (2018) tais como prestar assistência, gerenciar a unidade nos recursos humanos e materiais, entender e apoiar o paciente e sua família, tornando-se parte fundamental para implementação da humanização no setor (CORREA; SOUZA, 2018). 
 O enfermeiro no exercício de sua função deve ter o conhecimento e habilidades para cuidar de um paciente em particular e segundo Correa; Souza (2018) essas devem ser evidenciadas por meio de observação escritas, pelos cuidados clínicos prestados e da habilidade demonstrada na alteração das prioridades indicadas pelas necessidades dos pacientes. Assim, o enfermeiro da UTI passa a maior parte do seu tempo dedicado à monitoração do estado do paciente, sendo capaz de identificar os diagnósticos de enfermagem, conseguindo identificar sinais e sintomas precoces de potenciais complicações (BARBOSA, et al.,2021). 
Para os enfermeiros o cuidado integral, é a postura adotada quando estão atentos aos cuidados diretos com os pacientes, além das necessidades psicoemocionais dele e dos familiares, assistindo em sua totalidade, atendendo solicitações, acolhendo o paciente e a família caracterizando como um cuidado humanizado (CORREA; SOUSA, 2020). O processo do cuidar envolve verdadeiramente ações interativas baseadas em bons valores e no conhecimento do outro, ou seja, do ser que é cuidado. O cuidado ativa um comportamento de compaixão, solidariedade, e ajuda, visando promover o bem e focando-se no bem-estar do paciente crítico, em sua integridade e dignidade como pessoa. 
O acolhimento aos pacientes e familiares 
As UTI são locais onde os pacientes necessitam de uma assistência intensiva. Nesse contexto, o contato do paciente com os profissionais de saúde, tende a ser maior do que aquele ente pacientes e profissionais de outras áreas de atendimento de saúde. Por isso, as formas de humanização a serem trabalhadas nas UTI conforme Michelin;Spiri (2018) devem iniciar pela recepção do paciente, que deve ser realizada de forma personalizada, uma vez que a estadia desse paciente deve ser permeada por respeito, principalmente no que se refere as suas particularidades.
Em se tratando do acolhimento no cuidado à família na UTI está ligado a fatores básicos, tais como o paciente ser tratado pelo nome, a apresentação do colaborador, para que o paciente possa saber com quem está conversando, disposição para ouvir, expressões afetivas transmitidas pelos profissionais de saúde, a comunicação, o sorriso (LUIZ; CAREGNATO; COSTA, 2017). 
Para clientes e familiares, o ambiente da UTI e muito complexo e desconhecido dos pacientes, sendo um ambiente estranho e agitado, apresentam muitas máquinas e os pacientes sofrem com privações (pouca mobilidade, banho no leito, alimentação restrita interrupções constantes do sono, entre outros). Com a internação em UTI, o cliente gera um desconforto físico e emocional constantes, intensificando a ansiedade e o medo, fatores estes que desencadeiam o estresse no cotidiano da UTI e só dificultam a recuperação do estado de saúde do cliente (OUTCHI, et al., 2019). 
Com isso, os enfermeiros devem possibilitar que os pacientes recebam apoio dos familiares e/ou amigos para enfrentar as dificuldades e os estresses vivenciados em momentos tão delicados da vida, em especial quando estão na UTI. Sabe-se que a internação hospitalar é um fator estressante para o paciente e sua família e que necessita de estratégias de enfrentamento que tragam respostas adaptativas. Sendo assim, é necessário que a equipe possibilite intervenções que minimizem os efeitos produzidos por diversas situações aversivas durante o tratamento (OUCHI, et al.,2019).
Por isso, é fundamental a utilização de estratégias que possam amenizar o sofrimento da família que possui um ente querido hospitalizado em cuidados intensivos. Dessa forma, a incorporação, na prática, do acolhimento efetivo vai permitir criar uma relação estreita entre o profissional de saúde e aquele que precisa de cuidado, para que o foco não seja somente a doença. Estimular essa prática na UTI deve ser imprescindível já que, nesse espaço, se concentra um verdadeiro arsenal tecnológico em detrimento das relações interpessoais (LUIZ; CAREGANATO, 2017).
Atualmente são encontradas muitas estratégias relacionadas a humanização nas UTI em que o hospital foca em uma Política de Humanização, tais apontados por Luiz; Careganato (2017) como canais mais efetivos de comunicação como conferências familiares, além da visita estendida, ou mesmo a presença de uma acompanhante em tempo integral tem sido largamente empregados, demonstrando inegavelmente um ganho na humanização.
Dificuldades encontradas pelos enfermeiros na humanização 
No processo de humanização, algumas dificuldades são encontradas, e uma delas trata-se das falhas de comunicação entre a equipe de saúde, o paciente e seus familiares. Comumente, essa dificuldade está relacionada a fatores que dizem respeito a diferenças entre as concepções dos envolvidos, ou pouco tempo de contato entre os indivíduos (PEREIRA, et al.,2019). Alguns comportamentos com características humanísticas da assistência ao paciente são ouvir com calma, dar atenção necessária, ter humor, ter envolvimento e saber compartilhar. 
Dessa forma, a incapacidade de comunicação efetiva ou suas inadequações determina diversos efeitos colaterais na assistência à saúde (OUCHI, et al.,2020). Assim, a informação correta é um item essencial para um atendimento humanizado, visto que o paciente só ficará tranquilo se tiver pleno conhecimento da sua situação e compreender os passos que serão realizados. 
 Concordando com essa discussão, Freitas (2018) destaca que a dificuldade de comunicação é sim uma realidade e que em muitos casos, os pacientes e familiares não conseguem alinhar suas expectativas com a dos médicos que cuida do paciente. Outra dificuldade apontada é que o cotidiano de trabalho da enfermagem, que é caracterizado por atividades que exigem alta interdependência, a educação surge como aspecto fundamental na busca de maior eficiência e qualidade na assistência de enfermagem, aliada à satisfação dos trabalhadores (LUIZ; CAREGANATO; COSTA, 2017). Infelizmente, o enfermeiro com a sobrecarga de trabalho elevada não pode fazer muito, mas já faz o suficiente, pois ficam sobrecarregados de cuidar, informar, acolher, humanizar e, ainda, fazer quase toda a parte burocrática. 
Um aspecto a ser observado é o ambiente físico de uma UTI. Este tem importante impacto nos pacientes e em seus familiares, e também na equipe interdisciplinar de saúde, podendo ser responsável pelo desenvolvimento de distúrbios psicológicos, por desorientação no tempo e espaço e pela privação do sono. Ações relacionadas a número de leitos, quartos e toaletes privativos, janelas nos quartos,cores e decoração suaves, temperatura e iluminação adequadas, bem como a minimização de ruídos, podem reduzir o desconforto do paciente (MONTEIRO, 2018).
A tecnologia está presente em todos os setores da área de saúde no Brasil e no mundo, principalmente nas UTIs, colocando o profissional de enfermagem frente a um desafio de integração da tecnologia ao cuidado, dominando os princípios científicos que fundamentam a sua utilização e ao mesmo tempo suprindo as necessidades terapêuticas dos pacientes. De acordo com Monteiro (2018) é integrar a tecnologia ao cuidado, já que precisam aliar os princípios científicos que fundamentam a utilização da tecnologia ao suprimento das necessidades terapêuticas dos pacientes, assegurando seu conforto e preservando sua individualidade. Nesse sentido, Ribeiro et al. (2017) afirma a importância do avanço da tecnologia em saúde para o aperfeiçoamento do tratamento das doenças, mas não se deve permitir que o cuidado se torne mecanizado. A busca pelo cuidado humanizado frente aos avanços tecnológicos implica em perceber o paciente como um ser biopsicossocial e espiritual, sem fragmentá-lo, utilizando a comunicação adequada como instrumento base para todo tipo de assistência.
Além disso, autores como Gomes; Souza; Oliveira (2020) apontam como obstáculos para a humanização os fatores estressantes no trabalho da enfermagem, quais sejam: o lidar com o sofrimento do paciente e da família, o fazer específico da profissão (que requer agilidade, atenção e renovação de conhecimentos técnicos), a necessidade de improvisação, as questões de ordem burocrática, o inter-relacionamento com a equipe e o barulho constante dos aparelhos.
 A rotina de trabalho, para grande parte dos profissionais, se mostra insatisfatória e até frustrante, ocorrendo uma lacuna em relação aos papeis mal definidos entre a equipe de enfermagem, deixando a desejar as potencialidades de cada profissional. O enfermeiro, na equipe multidisciplinar, continua sendo visto como mero cumpridor de tarefas, ficando aquém de outros profissionais, no que tange à autonomia e ao conhecimento científico, dada a falta de incentivo e sobrecarga de trabalho (GOMES; SOUZA; OLIVEIRA, 2020).
Frente aos aparatos tecnológicos existentes nas UTI´s e à grande quantidade de procedimentos a que são submetidos os pacientes que ali se encontra, o ambiente é reconhecido como um dos mais traumatizantes e agressivos tanto pela ótica dos usuários como pelos prestadores de serviços. Além do mais, o estresse que envolve a equipe de saúde, devido ao fator da presença constante da morte, propicia sentimento de sofrimento (MONTEIRO, 2018).
Para uma assistência adequada e de qualidade do tipo humanizada prestada aos usuários, se faz necessário que os profissionais tenham sua dignidade e condição humana respeitada; receber um salário justo e condições adequadas para o trabalho se torna um prestígio com o qual o profissional vai sentir-se reconhecido e valorizado.
A visão dos familiares e da equipe em relação aos fatores estressores apresenta determinados pontos comuns em relação à avaliação realizada pelo paciente, entretanto, a intensidade da avaliação de cada grupo pode apresentar muitas diferenças. Sendo assim, é importante que as principais intervenções estejam focadas, sempre que possível, nos estressores apontados pelos próprios pacientes, para que sejam implementadas de modo adequado.
6 CONCLUSÃO
 A presente pesquisa teve como objetivo geral descrever sobre a assistência humanizada e os seus principais desafios no ambiente de UTI. Para tanto, viu-se sobre o retrospecto histórico da humanização e os seus avanços. 
 . Foi possível observar que são os muitos os desafios enfrentados pelos enfermeiros no ambiente de UTI, que pode prejudicar um atendimento humanizado, tais como a comunicação, as tecnologias, o estresse das jornadas de trabalho e o próprio ambiente em si. Para tanto, é necessário que os hospitais busquem trabalhar com Política de Humanização e que suas ações sejam internalizadas e executadas diuturnamente.
 Por fim, constatou-se que as ações de humanização realizadas no atendimento em UTI, tais como acolhimento, comunicação efetiva, bom convívio com os familiares dos pacientes e com a equipe multiprofissional e estratégias mais atuais como as videoconferências proporcionam melhoras significativas no quadro clínico e psicológico dos pacientes.
REFERÊNCIAS
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CORREA, Andreia Mara Gonçalves; SOUZA, Aparecida da Costa. Humanização na unidade de terapia intensiva: vivência da equipe de enfermagem. Disponível em: 1http://repositoriodigital.univag.com.br/index.php/enf/article/view/35. Acesso em: 23 fev.2022.
CAVEIÃO, Cristiano; GARCIA, Ivana de França; RODRIGUES, GARCIA, Izabele Criatina. Humanização em serviço de saúde. São Paulo: Intersaberes.2021.
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GOMES, Ana Paula Regis Sena; SOUZA, Vanessa Costa; DE OLIVEIRA ARAUJO, Mariana. Atuação do enfermeiro no cuidado humanizado em unidades de terapia intensiva no Brasil: uma revisão integrativa da literatura. HU Revista, v. 46, p. 1-7, 2020. Disponível em:. Acesso em: 17 fev. 2022.
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MICHELANI, Cecilia de Azevedo; SPIRIL, Wilza Carla. Percepção da humanização dos trabalhadores de enfermagem em terapia intensiva. Revista Brasileira de Enfermagem. Disponível em: https://www.scielo.br/j/reben/a/dFxvZ3XkkhzxJLRGZF3xZyR/?format=pdf&lang=pt.Acesso em 17 fev.2022.
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