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Micoses subcutâneas, sistêmicas e oportunistas

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Micoses Subcutâneas: 
> São restritos à região subcutânea – não se espalham de 
forma sistêmica. 
> Podem ser dispersos pela circulação linfática 
> Não iniciam infecção de forma independente, ou seja, 
não são inalados nem ingeridos, mas precisam de uma 
injúria no tecido epitelial para provocarem a infecção. 
Quebra do tegumento por machucado, espinhos, 
arranhão. 
- A infecção se inicia por implantação traumática. 
> São patógenos verdadeiros, e não oportunistas, já que 
não se aproveitam da fragilidade do sistema imune. 
> Fungos dimórficos: podem transitar entre as formas de 
levedura e hifas durante seu ciclo de vida. Essa 
diferenciação é induzida pela temperatura, por serem 
dimórficos térmicos. 
Causados por fungos dimórficos que habitam no solo. 
> Vida saprofítica: vida livre; são comensais ou 
decompositores de substâncias orgânicas mortas. São 
capazes de reconhecer a mudança de temperatura no 
ambiente como sinal para induzir a mudança de forma. 
> Vida parasitária: vida no hospedeiro. Geralmente é 
encontrado na forma de levedura. 
> Não são produtores de queratinases. 
> Não são adaptados a sobreviverem a temperaturas 
superiores à 35°C, por isso permanecem na camada 
subcutânea, onde a temperatura é menor. 
> Identificação dos fungos dimórficos: 
→ Morfológica – identificação de que há um fungo e 
sua forma, hifa ou levedura, a partir da 
histopatologia da lesão. 
→ Identificação do dimorfismo térmico: é necessário 
que o fungo passe da forma de levedura para hifa 
para identificação do micélio reprodutivo – pode 
ser induzida pela temperatura no micro-cultivo. 
Fungo identificado como levedura é aquecido e vai 
para sua forma saprofítica e se diferencia em hifa. 
> O fato de a indústria não ter interesse em desenvolver 
tratamentos para as infecções por fungos torna as 
doenças geradas por eles negligenciadas. Entretanto, isso 
não significa que afetam apenas populações vulneráveis 
economicamente. 
Esporotricose 
> Causada por fungos do gênero Sporothrix. 
> Mais comum das infecções subcutâneas. 
> Fungo dimórfico: vida saprofítica como filamento e 
parasitária como levedura. 
> Endêmica principalmente no Brasil – região sudeste 
- Sporothrix brasiliensis – maior causador de doenças em 
gatos e pessoas no Brasil e em partes da América do Sul. 
Alta virulência. 
> Transmissão: “Doença do jardineiro” – devido à maior 
incidência de injúria por espinhos e pelo contado direto 
com o solo que pode estar contaminado 
- A transmissão pode ocorrer entre gatos ou de gato para 
o homem. 
> Ciclo: os gatos podem se infectar com o fungo pelo 
contato com o solo contaminado. Ao se coçar com as 
patas ou se lamber, o fungo é capaz de se espalhar e se 
estabelecer no seu corpo. Quando esse gato com as 
unhas infectadas arranha um indivíduo, ele o contamina, 
provocando uma infecção. 
A carga parasitária de leveduras nos gatos é muito alta e 
a ferida não cicatriza espontaneamente. 
> Manifestações clínicas: 
- Aparecimento de ferimentos e úlceras na pele e nas 
mucosas. As feridas tendem a permanecer na região 
subcutânea e não alcançam a via sistêmica porque os 
fungos só sobrevivem em temperaturas inferiores à 35°C 
– na superfície da pele. 
A temperatura corpórea do gato varia entre 38-39°C, o 
que levaria à morte do fungo. Contudo, a região externa 
do corpo dos gatos se aproxima à nossa temperatura 
corpórea interna (36-37°C). Assim, há uma progressiva 
adaptação do Sporothrix brasiliensis, se tornando capaz 
de estabelecer uma infecção sistêmica no ser humano. 
→ Forma cutânea-localizada: mais comum. 
Geralmente já há produção de anticorpos contra o 
fungo. Lesão avermelhada formando um nódulo. 
 
→ Forma cutânea-linfática: geralmente refere-se à 
primeira infecção do indivíduo. Isso porque, esse 
espalhamento fúngico só é possível de ocorrer antes 
de o sistema imune ter estabelecido estratégias 
contra ele, ou seja, produzido anticorpos. Isso 
permite com que o fungo que tenha tropismo pela 
circulação linfática consiga se disseminar enquanto 
permanece na superfície cutânea, e se estabeleça 
em regiões pontuais perto do local da infecção. 
Como os fungos do nódulo inicial são drenados para 
os vasos linfáticos locais, ao longo do trajeto 
formam um cordão de nódulos subcutâneos. 
 
> Diagnóstico: 
→ Exame microscópico direto: na infecção felina a 
carga parasitária é mais alta que na humana, e, em 
ambos os casos é possível observar presença de 
leveduras (parasitária). Contudo, essas não têm 
poder de diagnostico. 
 
→ Exame de cultura – micro-cultivo: realiza um 
isolamento fúngico em duas temperaturas para 
induzir a diferenciação de leveduras para hifas a fim 
de observar o micélio reprodutivo. Cultura em meio 
de Agár-Sabouraud. 
 
> Tratamento: 
→ Primeira escolha em humanos: itraconazol – 
fungistático – ataca a síntese de ergosterol e impede 
o crescimento fúngico, e o sistema imune promove 
a sua eliminação. 
→ Doenças mais graves: anfotericina B – só IV. 
Fungicida – interação com o ergosterol. É toxica 
(nefrotóxica e hepatotóxica). 
→ Em gatos: iodeto de potássio (pode ser associado ao 
itraconazol). 
Cromoblastomicose 
> Micose subcutânea crônica 
> Distribuição cosmopolita 
> Causada por fungos negros ou pigmentados ou 
melanizados (melanina), principalmente do gênero 
Fonsecaea, que entram no organismo humano por meio 
de um trauma ou ferida na pele. 
A melanina é um fator de virulência do fungo que está 
presente na camada superficial do fungo, protegendo-o 
da radiação UV (produção de espécies reativas de 
oxigênio) no ambiente, proteção contra fagocitose na 
forma parasitária e contra reconhecimento pelo sistema 
imune. 
> Leveduras: são chamadas de células escleróticas ou 
muriformes, devido ao seu tamanho, por serem 
agrupadas, e a coloração escura pela presença de 
melanina. 
> Frequentes em países do norte – México e EUA. 
> Diferenciação dos diferentes gêneros por micro-cultivo: 
→ Fonsecae sp 
→ Cladosporium sp 
→ Philophora sp 
> Esse fungo vive em plantas e restos de matéria orgânica 
em decomposição no solo. 
> Pacientes: trabalhadores rurais, na região norte e 
nordeste, por muitas das vezes, trabalharem sem 
vestimentas adequadas, podendo sofrer injúrias que 
serão a porta de entrada para as infecções. 
> Diagnóstico: 
→ Exame microscópico direto: observação de células 
escleróticas, que são escuras e grandes. 
→ Exame de cultura – micro-cultivo: identificação dos 
gêneros. Utiliza duas temperaturas de 
aquecimento, onde a temperatura ambiental vai 
permitir observar os filamentos. 
 
 
> Manifestação clínica: infecção crônica 
→ Forma nodular: ocorre na fase inicial da doença, 
podendo permanecer estacionária. 
→ Forma ulero-vegetante (placa): crescimento 
longitudinal, com lesões de crescimento crostoso 
que podem se confluir. 
→ Forma verrucosa: caracteriza-se por espessamento 
e endurecimento da derme e epiderme, decorrente 
de hiperceratose e hiperacantose. Agravamento da 
doença. 
> Tratamento: 
→ Doença de fácil tratamento, mas longo. A cura 
natural é mais rara do que a Esporotricose 
→ Primeira escolha: itraconazol – fungistáticos 
→ Doenças mais graves (forma verrucosa): 
anfotericina B – só IV – fungicida. Tratamento longo 
e complexo. 
→ Opção de custo mais elevado: Posaconazol 
→ Alternativamente, criocirurgia com nitrogênio 
liquido 
 
 
 
Micoses Sistêmicas: 
> Disseminação hematogênica – o fungo é capaz de 
alcançar diferentes tecidos pela corrente sanguínea. 
> Está relacionado à susceptibilidade genética do 
indivíduo à infecção e à virulência do patógeno. 
> Infecção por via inalatória/pulmonar – a mucosa 
pulmonar não tem barreira física 
> Causada por fungos dimórficos 
 
> A manifestação pulmonar ou disseminada é 
progressivamente mais comum em indivíduos 
imunossuprimidos por não serem impedidos pelo 
sistema imune deles, e porque são capazes de crescer 
melhor em ambientes à 37°C. 
> Patógenos verdadeiros:capazes de estabelecer uma 
infecção sistêmica mesmo que o indivíduo esteja 
saudável. 
> Patógenos oportunistas (micoses oportunistas): 
capazes de estabelecer uma infecção sistêmica apenas 
quando o indivíduo está imunossuprimido. 
A infecção por via oral e inalatória é mais fácil porque 
não há uma barreira física na mucosa que é encontrada 
na pele: a queratina. Isso porque, é necessário realizar 
troca substâncias com o meio e absorção de nutrientes. 
> Principais fungos causam: Histoplasmose, 
Paracoccidiodomicose e Coccidiodomicose. 
Histoplasmose 
> Agente etiológico: Histoplasma capsulatum 
> Prevalência nos EUA 
> Áreas de Risco de Infecção: crescimento em solos ricos 
em nitrogênio, e prospera em guano de morcegos e 
pássaros. 
Guano é o estado das fezes de aves e morcegos quando 
estas se acumulam. 
Ambientes úmidos e escuros, como grutas e cavernas, 
são locais de moradia de morcegos, e locais com maiores 
chances de um individuo se infectar. Por isso, os 
principais grupos de pacientes de risco são os guias e 
exploradores de cavernas, trabalhadores de construção 
civil. 
Não é uma zoonose porque esse fungo não tem ciclo de 
vida no morcego. 
> Transmissão: esses fungos dimórficos têm sua via 
saprofítica (no ambiente) na forma de hifas. Os seus 
esporos são aspirados (via inalatória), e alcançam o 
pulmão. No pulmão, a forma saprofítica passa para a 
forma parasitária, quando haverá diferenciação para 
forma de levedura. 
Quanto maior o inóculo (alta exposição ao fungo), mais 
grave será a doença. 
> Manifestações Clinicas: 
- Histoplasmose pulmonar: 
O diagnóstico errado, como uma confusão com 
pneumonia, pode agravar o caso fúngico. Isso porque, o 
tratamento com antibióticos afeta o sistema imune e a 
microbiota natural. Isso faz com que o fungo seja capaz 
de se dispersar ainda mais pelo organismo, agravando o 
quadro inicial. 
→ Assintomática ou leves: a exposição ao fungo é 
comum nas áreas em que a Histoplasmose é 
endêmica. Contudo, o quadro assintomático e leve 
é comum. Sintomas inespecíficos. 
→ Agudo: se a exposição for intensa – alta carga 
fúngica. Pode ocorrer de 2-4 semanas após a 
exposição. Sintomas: febre, mialgia, dor de cabeça, 
tosse, dispneia e desconforto no peito. Essa fase 
pode ser agravada pelo diagnóstico errado de 
pneumonia. 
→ Crônico: sintomas com quadro persistente de mal-
estar, tosse e sudorese noturna que podem 
perdurar por meses ou até anos. Homens idosos. 
→ Progressiva ou disseminada: acomete pacientes 
imunossuprimidos, especialmente aqueles com 
infecção agravada pelo HIV e/ou em uso de 
corticosteroides. Nesse caso, a infecção pode ser 
grave e fatal, devido à falha de múltiplos órgãos. 
Lesões e ulcerações de pele. 
→ A Histoplasmose mata mais pacientes HIV+ do que a 
tuberculose nas Américas. 
Histoplasmose cutânea: 
→ Primária: oriunda de um corte ou traumatismo. 
→ Secundária: como consequência da disseminação 
de uma infecção sistêmica profunda. 
> Diagnóstico: 
→ Exame microscópico direto: o fungo pode ser 
visualizado em esfregações de sangue, linfonodo, 
biopsias de pele ou pulmão. É feita uma coloração 
de Gram (+), Giemsa ou Grocott. Observa-se 
pequenas leveduras intracelulares. 
 
→ Exame de cultura (isolamento fúngico): micro-
cultivo em meio Ágar-Sabouraud. Dimorfismo 
observado a partir do cultivo em duas temperaturas. 
 
Macroconídios são estruturas de reprodução sexuada 
grandes – de hifas. São hialinos (sem cor), multiseptados, 
em geral fusiformes com tamanho de 7–20 por 30–160 
micrômetros de tamanho. Seu formato, tamanho e 
características da parede são relevantes para a 
identificação de espécies. 
→ Exame sorológico: detecção de antígenos fúngicos 
circulantes. Como o H. capsulatum cresce lentamente 
em cultura, o diagnóstico precoce por detecção de 
antígenos circulantes é extremamente útil, 
principalmente em casos graves. Testes baseados no 
modelo ELISA. 
O problema desses testes é que eles não são 
específicos para o H. capsulatum, podendo ter uma 
reatividade cruzada com outros fungos dimórficos: 
Blastomyces dermatidis, Coccidioides immitis e 
Paracoccidioides brasiliensis. Contudo, o tratamento 
deles é bastante similar. 
> Tratamento: 
→ Histoplasmose pulmonar aguda: os pacientes 
apresentam melhora espontânea sem que seja 
necessário um tratamento especifico. Caso seja 
realizado o tratamento, o recomendado é o 
itraconazol, por 6-12 semanas. 
→ Histoplasmose pulmonar crônica: o tratamento é 
feito com itraconazol – impede o crescimento 
fúngico, por 18-24 meses (por isso o tempo é longo). 
→ Histoplasmose disseminada (sistêmica): 
anfotericina B (IV – uso controlado pela toxicidade), 
por 4-6 semanas ou pode por 2-4 semanas, seguido 
do itraconazol por mais 3 meses. 
A terapêutica de manutenção a longo prazo se faz 
necessária para manter a remissão. 
Paracoccidiodomicose 
> Prevalência no Brasil 
> Espécies majoritárias: Paracoccidioides brasiliensis e 
Paracoccidioides lutzil. 
> Encontrados nos tatus, mas não no ambiente. 
> Fator de risco: manejo do solo. Assim, os pacientes mais 
afetados são aqueles expostos a práticas agrícolas 
durante as duas primeiras décadas de sua vida. 
> Doença de manifestação tardia: sintomas aparecem a 
partir da segunda metade da vida, apesar da infecção 
ocorrer na primeira metade da vida. 
- Foco primário: pulmonar 
- Disseminação: mucosa oral, nasal e vísceras. 
> Contaminação por inalação dos esporos 
> O fumo (> 20 cigarros/dia e por > 20 anos) e alcoolismo 
(> 50g/dia) são frequentemente associados à doença. 
> Ocorre majoritariamente nos homens, porque o 
estradiol é inibidor da formação de leveduras. 
> Manifestações clínicas: 
- Forma aguda/subaguda ou juvenil: 
→ 10% dos casos 
→ Pulmonar aguda: menos comum. Sintomas: febre, 
tosse, falta de ar e sudorese 
→ Predominante em crianças, adolescentes e jovens 
adultos 
→ Rápida disseminação para múltiplos órgãos: 4-12 
semanas após contágio 
→ Sintomas: febre, perda de peso e anorexia 
linfonodomegalia, hepatoesplenomegalia (inchaço 
de linfonodo e fígado). 
→ Também podem incluir manifestações digestivas, 
lesões cutâneas (ou de mucosas), osteoarticulares, 
e raramente envolvimento pulmonar 
- Forma crônica: 
→ 90% dos casos 
→ Pode ter cura espontânea sem tratamento 
→ Mais frequente em idades avançadas, homens e 
fumantes. 
→ Pulmonar crônico: mais frequente. Sintomas: febre, 
tosse, falta de ar, sudorese, gânglios infartados, dor 
no corpo, perda de peso e fraqueza que podem 
perdurar por meses ou até anos 
→ Mucosa oral: lesões na pele, especialmente próximo 
das mucosas do nariz e boca 
> Diagnóstico: 
→ Exame microscópico 
direto: material de 
biópsias de pele, 
linfonodos e exsudato 
pulmonar. Pode ser 
utilizado Coloração de 
Gram (+), Hematoxilina 
eosina ou Grocott. 
Observa-se grandes 
leveduras com múltiplos 
brotamentos fúngicos. 
Nesse caso, as leveduras 
têm poder de diagnóstico, mas não suficiente 
porque é preciso a identificação do dimorfismo 
térmico. 
→ Exame de cultura: cultura em meio Ágar Sabouraud 
– cresce lentamente em cultura (10 dias ou +). O 
dimorfismo é observado ao realizar a cultura em 
duas temperaturas. 
 
 
 
 
> Tratamento: 
→ Formas leves/moderadas: 
- Itraconazol na dose de 200 mg por 9-18 meses. 
→ Formas graves e disseminadas: 
- Anfotericina B na dose de 0,5mg/kg/dia (máximo 
de 50mg/dia) por 2 a 4 semanas. 
- Assim que possível: transição para Itraconazol oral 
após a estabilização clínica do paciente 
Coccidiodomicose 
> Micose sistêmica com áreas endêmicas, no sudoeste 
dos Estados Unidos, México e América do Sul. 
> O fungo Coccidioides spp. cresce, principalmente, em 
regiões áridas e semiáridas. 
> Patologia: 
→ Assintomático - 60% 
→ Sintomas semelhantes a bronquite ou pneumonia: 
fadiga e erupção cutânea 
→ 1% - Infecção disseminada: pele, tecidos moles, 
ossos e meninges 
Micoses Oportunistas: 
> Se estabelecem em indivíduos imunossuprimidos 
(como HIV).> Mais de 50% de mortes causadas por fungos é devido 
às micoses oportunistas. 
Criptococcose 
> Imunodeprimidos (HIV) 
> Alta incidência: superando os casos de óbito por 
tuberculose 
> 600.000 mortes/ano no mundo 
> Uma das micoses mais letais em pacientes com AIDS 
> Frequentemente associado a fezes de pombos e aves. 
> A maioria se apresenta como leveduras tanto na forma 
saprofítica como parasitária. 
- Cryptococcus neoformans: 
→ Cosmopolita 
→ Criptococose oportunista – mais letal 
→ Imunodepressão celular 
- Cryptococcus gattii: 
→ Regiões tropicais e subtropicais 
→ Criptococose primária – fungo que causa 
infecções sistêmicas em hospedeiros 
imunocompetentes, sendo um patógeno 
verdadeiro. 
> Etiopatogenia: fungo de inalação – forma uma bola 
fúngica no pulmão. 
O hospedeiro inala os esporos liberados pelos fungos 
presentes nas excretas de pombos, e estes se instalam no 
pulmão. Os fungos podem, então, sofrer disseminação 
hematogênica, alcançando a meninge e provocando 
meningite criptococócica – atravessa a BHE e alcança o 
SNC. 
> O que faz de Cryptococcus sp. um patógeno? Seus 
fatores de virulência. 
→ Cápsula polissacarídica: isola 
o fungo do meio externo, além 
de ser rica em melanina. 
No ambiente: 
- Dessecação e proteção 
contra predadores 
Sistema imunológico: 
- Como o fungo está escondido dentro da cápsula, o 
processo inflamatório não se inicia, já que o sistema 
imune não o reconhece. Assim, não ocorre 
apresentação de antígenos, nem reconhecimento 
para fagocitose. 
• Inibição da produção de citocinas 
• Inibição da migração de leucócitos 
• Inibição da resposta de anticorpos 
• Interferência com a apresentação de antígeno 
• Prevenção da fagocitose por macrófagos 
 
→ Melanina: 
No ambiente: 
- Proteção contra predadores, temperatura, UV e 
metais pesados. Sobrevivência contra antioxidantes. 
No hospedeiro: 
- Inibição de fagocitose 
- Antioxidante (radicais livres) 
- Redução de efeito de antifúngicos 
 
→ Enzimas extracelulares: para invasão tecidual e 
disseminação. 
- Uresase: 
No ambiente: aumento do pH microambiental 
No hospedeiro: a produção da urease durante a 
infecção altera o pH, o que resulta na quebra da 
barreira hematoencefálica, dando capacidade ao 
fungo de ultrapassá-la. 
- Proteases: 
No ambiente: nutrição 
No hospedeiro: lesão tecidual 
- Fosfolipases: 
No ambiente: proteção contra predadores 
No hospedeiro: invasão tecidual 
> Manifestações clinicas: 
- Criptococose pulmonar: 
→ Imunocompetentes: 
Assintomática: 1/3 dos casos 
- Sintomática: 2/3 dos casos 
→ Imunocomprometidos: 
- Lesão pulmonar com tosse, febre, expectoração 
- Em pacientes imunodeprimidos a infecção tende à 
invasão 
- Criptococose disseminada (sistêmica) 
→ Meningoencefalite: 
Dor de cabeça, visão turva, depressão, agitação e 
confusão 
Aumento da pressão craniana 
→ Cutânea: 
Erupção cutânea consistindo de caroços (às vezes 
cheios de pus) ou ulcerações abertas 
> Diagnóstico: 
- Amostras: escarro ou saliva (pulmonar), sangue, urina, 
liquido cefalorraquidiano (meningite) ou tecido 
biopsiado. 
→ Exame direto: 
- Feito com Nanquim – sem necessidade de 
diferenciação da forma parasitaria para a forma 
saprofítica porque esta também é uma levedura. 
- Hidrologia 
→ Cultura: 
Ágar Sabouraud 
Ágar Niger 
Ágar Ureia (Christensen) 
Ágar CGB (Canavanina – Glicina - 
Azul de Bromotimol) 
→ Testes sorológicos: 
ELISA com anticorpo contra os Criptocócico 
→ Testes moleculares: 
Multiplex PCR 
> Tratamento: 
O tratamento se inicia com anfotericina B 
complementada com outros fármacos e depois é 
substituída por fluconazol. Isso porque já se supõe que o 
caso do paciente seja grave. 
 
Candidíase 
> Candida spp.: 
→ Levedura oportunista 
→ Colonizador da pele e mucosas humanas 
→ Membro da flora normal da pele, boca, vagina e 
fezes 
→ No ambiente: em folhas, flores, água e solo 
→ A maioria são mitospóricos (fase sexual 
desconhecida) 
→ Algumas espécies produzem esporos sexuais 
> Cada espécie define a doença provocada: 
- Candida albicans: córnea, unha, ouvido, endocardite e 
candidemia 
- Candida tropicalis: candidemia – sistêmica 
- Candida glabrata: córnea, endocardite, vaginite e 
mucosa oral 
- Candida parapsilosis: candidemia 
- Candida krusei: candidemia 
- Candida lusitaniae: candidemia 
> Etiopatogenia: 
→ Espectro clínico extremamente diverso 
→ Infecta qualquer órgão ou sistema 
→ Superficial e local ou bem estabelecida e 
disseminada – forma biofilme 
→ Infecção endógena: crescimento descontrolado 
→ Fontes exógenas: cateteres, dispositivos protéticos, 
transmissão pessoa a pessoa 
A Candida albicans sofre 
adesão no tecido e, a partir 
dessa levedura, vai brotar 
uma hifa, que é um veiculo 
de disseminação do fungo 
através da barreira epitelial 
até alcançar a circulação 
sanguínea, provocando 
uma disseminação 
hematogênica. 
 
 
 
 
> O que faz de Candida spp. um patógeno? Seus fatores 
de virulência. 
→ Enzimas extracelulares: permitem a invasão 
tecidual. Fosfolipases e proteinases. 
→ Atividade hemolítica: quebra hemácias 
→ Adesão 
→ Biofilme: é um ambiente propício criado pelo fungo 
que permite o seu crescimento com maior 
estabilidade, além de ser possível controlar o que 
está dentro do ambiente – sua composição. Permite 
uma melhor sinalização entre os fungos, e os 
protege do sistema imune. 
Obs.: a maioria dos fungos faz biofilme, como 
Sporothrix e Aspergillus. 
→ Polimorfismo: diferenciação entre hifas e leveduras 
e pseudo-hifas. 
- Blastoconídios: são os brotamentos de leveduras. 
- Hifas 
- Pseudo-hifas: leveduras agrupadas entre si, sendo 
semelhantes às hifas. 
- Tubo germinativo: brotamento a partir de 
leveduras. Podem ficar agrupados, formando 
pseudo-hifas. 
> Manifestações clínicas: Candida albicans: 
- Candidíase mucocutânea: 
→ Manifestação mais externa 
→ Não sistêmica 
→ Não são indicadores de imunocomprometimento 
→ Frequente em mulheres porque os hormônios 
femininos podem facilitar o estabelecimento da 
infecção. 
- Candidíase invasiva: 
→ Candidíase esofágica 
→ Candidíase disseminada: 
Fungos oportunistas 
Pacientes neutropênicos 
Cateteres venosos centrais 
Cirurgia de grande porte 
Terapia antibacteriana 
Hiperalimentação IV 
Cateteres IV e de trato GI 
→ Endocardite 
→ Endoftalmite 
> Diagnóstico: 
→ Amostras: 
Raspagem de pele 
Exsudados 
Sangue 
Urina 
Tecido biopsiado 
→ Exame direto: observa-se leveduras e hifas na forma 
parasitária. 
Gram 
PAS 
Metenamina de prata de 
Grocott-Gomori (ou GMS) 
 
→ Cultura: 
Ágar Sabouraud 
CHROMagar Candida 
Candiselect 
→ Morfológicos e Bioquímicos: 
Produção do tubo germinando quando utilizado 
soro humano, fetal bovino ou cavalo (1-3h) e 
cultura: 94-97% C. albicans 
- Identificação de Candida albicans: é o que mais 
frequentemente manifesta hifas durante o processo de 
invasão. Se adicionar soro fetal com esse fungo em uma 
cultura, vai haver produção de tubo germinativo. 
Se não aparecer o tubo germinativo, não é C. albicans. 
Para a identificação da espécie, é preciso fazer uma 
cultura de placa que tem substratos colorimétricos – 
substratos diferentes para cada uma das espécies. A 
medida que o fungo quebra o substrato, a coloração ao 
redor da colônia é alterada, permitindo a sua 
identificação. 
 
> Tratamento: 
- Candidíase mucocutânea: 
→ Infecções intertriginosas: Formulações em pó ou 
Fluconazol 
→ Dermatite das fraldas por Candida: Imidazol ou 
Nistatina 
→ Candidíase oral: Clotrimazol ou Fluconazol 
→ Candidíase vaginal: Fluconazol oral e Butoconazol, 
clotrimazol, miconazol e tioconazol tópicos 
- Candidíase invasiva: 
→ Equinocandina (Caspofungina, Micafungina, 
Anidulafungina): C. glabrata ou C. krusei 
→ Fluconazol: C. albicans ou C. parapsilosis 
→ Alternativamente, voriconazol ou anfotericina B 
> Candida auris: 
- Levedura emergente 
- MUITO resistente à fármacos- fungos se adaptaram a 
realizar infecção sistêmica. 
- Levou a diversossurtos independentes. Isso pode ser 
devido ao carreamento dos fungos na sua forma 
saprofítica para ambientes urbanos, e, 
consequentemente, hospitais. 
Além disso, é possível que o aquecimento global tenha 
permitido que esses fungos se tornassem 
termotolerantes. Há uma pressão seletiva no local onde 
esses fungos são encontrados para que eles tenham uma 
adaptação progressiva à proliferação em ambientes 
quentes. 
- Que tipos de infecção pode causar? Feridas, ouvido, 
amostras respiratórias e urina. Fungemia: sangue, rins, 
fígado, ossos, músculos, articulações, baço, olhos e SNC. 
- Fatores de risco: 
→ Comorbidades: diabetes, sepse, doenças 
pulmonares e renais 
→ Cateteres 
→ Antibióticos e antifúngicos prolongados 
- Séria ameaça à saúde global: 
→ Resistência múltipla à antifúngicos: 3 classes 
disponíveis. 
90% são resistentes ao fluconazol 
13-35% são resistentes à anfotericina B 
→ É difícil identificar com os métodos laboratoriais 
padrão 
→ Causa surtos em ambientes de assistência médica 
Aspergiloses 
> Aspergillus spp: 
→ Se manifesta como hifas, tanto na forma saprofítica 
como parasitária. 
→ Microconídios envolvem esses fungos – forma 
propagativa 
→ Ubíquos e cosmopolitas 
Coinfecção com COVID: pode estar associado a 
casos de COVID, já que pode colonizar qualquer 
ambiente, inclusive ventiladores mecânicos. 
→ Fungo de inalação 
→ Isolados do solo, detritos de plantas e ambiente de 
ar interno 
→ Teleomórfico para algumas espécies 
→ Outras sejam mitospóricas 
 
> O gênero Aspergillus inclui cerca de 185 espécies, sendo 
que 20 são agentes causadores de infecções 
oportunistas: 
 A.fumigatus 
 A.flavus 
 A.niger 
 A. clavatus 
 A. glaucus 
 A. nidulans 
 A. oryzae 
 A. terréus 
 A. ustus 
 A. versicolor 
> Manifestações clínicas: 
→ Micotoxicoses 
→ Estados alérgicos: Aspergilose broncopulmonar 
alérgica (ABPA) 
→ Infecções oportunistas – Aspergiloses: 
- Aspergilose pulmonar 
- Aspergilose invasiva 
- Aspergilose pulmonar: 
 Muitas vezes confundida com tumores devido à 
bola fúngica que fica alojada no pulmão. 
 Doença pulmonar prévia (ex: bronquiectasia, tumor, 
tuberculose, COVID-19) 
 Infecções focais: Aspergilomas 
 Ressecção cirúrgica: Morbimortalidade significava 
- Aspergilose invasiva: 
 Fatores de risco: 
Neutropenia 
Terapia com corticóide de alta dose 
Transplante de órgão 
Doença granulomatosa crônica 
 Sitio primário: pulmão >>>> pele, fígado, rins, 
cérebro 
 A. fumigatus e A. flavus 
> Diagnóstico: 
→ Amostras: 
Lavado broncoalveolar 
Sangue 
Tecido biopsiado 
→ Exame direto: 
Observação de hifas. 
Gram 
PAS 
Metenomina de prata de Grocott-Gomori (ou 
GMS) 
→ Cultura: observação do micélio reprodutivo das 
hifas. 
Ágar Sabouraud 
Agar Dextrose Batata (PDA) 
→ Testes sorológicos: 
Teste de antígeno de galactomanana 
→ Testes moleculares: 
Multiplex PCR 
> Tratamento: 
→ Aspergilomas: 
Ressecção 
→ Apergilose invasiva: 
Voriconazol 
Isavuconazol 
Anfotericina B 
Equinocandinas

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