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semiologia do sistema nervoso

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Semiologia de Grandes – 2º bimestre 
 Sistema nervoso 
 Divisões do sistema nervoso: 
 SNC – localixado dentro do esqueleto axial (cavidade craniana e cal vertebral) – encéfalo e medula 
 Encéfalo – dividido em cérebro, cerebelo e tronco encefálico. 
o Cérebro – porção mais desenvolvida, com dois componentes que o formam, telencéfalo e diencéfalo. 
 Telencéfalo – compreende dois hemisférios cerebrais, direito e esquerdo, os quais são separados pela fissura longitudinal. Cada 
hemisfério cerebral contém quatro lobos cerebrais: frontal, temporal, parietal e occiptal 
 Lobo frontal – processadas as atividades intelectuais, de aprendizagem e de atividades locomotoras finas e precisas, 
estado de alerta e a integração do animal com o meio ambiente. 
 Lobo parietal – informações sensitivas, como dor, propriocepção e toque. Os animais parecem não depender do lobo 
parietal para processar muitas sensações, uma vez que o tálamo (localizado no diencéfalo) é capaz de processar mais 
informações sensitivas 
 Lobo occipital – visão e para processar a informação visual 
 Lobo temporal – processa informações auditivas e é responsável por alguns comportamentos complexos; partes do córtex 
dos lobos frontal e temporal estão incluídas no sistema límbico (responsável por muitas emoções e por comportamentos 
inatos de sobrevivência). A área piriforme do lobo temporal é responsável pela agressividade. 
 Diencéfalo – compreende as seguintes partes 
 Tálamo – complexo de muitos núcleos com funções intrincadas, relacionadas com dor e propriocepção. Parte do sistema 
ativador reticular ascendente (SARA) projeta-se do mesencéfalo, pelo tálamo, difusamente, para o córtex cerebral. 
 Hipotálamo – controle do SNA de todo organismo; muitos dos neurônios motores simpáticos e parassimpáticos originam-
se aí; controle do apetite, sede, regulação da temperatura, balanço hídrico e eletrolítico, sono e respostas 
comportamentais 
 Epitálamo – 
 Subtálamo – 
o Tronco encefálico – interpõe-se entre a medula e o diencéfalo, ventralmente ao cérebro, divide-se em mesencéfalo, bulbo e ponte. Na 
sua constituição, entram corpos de neurônios que se agrupam em núcleos (conjunto de corpos celulares de neurônios denro do SNC, 
sendo eu correspondente no SNP os gânglios) e fibras nervosas, que se agrupam em feixes denominados tratos, fascículos ou lemniscos. 
Passa vias sensitivas responsáveis por propriocepção consciente, inconsciente e dor; e vias descendentes motoras para músculos 
flexores e extensores. Nele está localizado 10 dos 12 pares de nervos cranianos. 
 Mesencéfalo – é atravessado por um estreito canal, o aqueduto cerebral, que une o III ao IV ventrículo. O IV ventrículo fica entre 
o bulbo e a ponte, ventralmente, e o cerebelo dorsalmente. A formação reticular, a qual é uma agregação mais ou menos difusa 
de neurônios de tamanhos e tipos diferentes, separados por uma rede de fibras nervosas. A formação reticular apresenta 
conexões amplas e variadas. Além de receber impulsos que entram pelos nervos cranianos, ela mantém relações nos dois sentidos 
com o cérebro, o cerebelo e a medula. A atividade elétrica do córtex cerebral, de que dependem os vários níveis de consciência, 
é regulada basicamente pela formação reticular, na qual existe um sistema de fibras ascendentes que se projetam no córtex 
cerebral, sobre o qual há uma ação ativadora – o sistema ativador reticular ascendente (SARA). A ação do SARA sobre o córtex 
ocorre por meio das conexões da formação reticular com o tálamo. O SARA é o responsável pela manutenção do sono e da vigília. 
Além de seguirem suas vias específicas, os impulsos sensoriais que chegam ao SNC pelos nervos espinais e cranianos também 
passam pela formação reticular e ativam o SARA. Dessa maneira, quando o SARA é estimulado por meio das vias visual, auditiva, 
dolorosa e tátil, ele mantém o animal em estado de alerta. Por outro lado, quando não recebe ou não processa esses impulsos, o 
animal dorme. O núcleo de Edinger-Westphal, responsável pela inervação parassimpática do globo ocular, por meio do nervo 
oculomotor. Outra estrutura importante é o núcleo rubro, que participa do controle da motricidade somática, recebe fibras do 
cerebelo e de áreas motoras do córtex cerebral e origina o trato rubrospinal, o principal trato motor voluntário nos animais. 
 Ponte – contém o nervo trigêmeo (V) e os núcleos vestibulares, recebem impulsos nervosos originados na parte vestibular da 
orelha interna, por meio do nervo vestibulococlear (porção vestibular), os quais informam sobre a posição e os movimentos da 
cabeça. Chegam ainda aos núcleos vestibulares fibras provenientes do cerebelo, relacionadas com a manutenção do equilíbrio. A 
partir dos núcleos vestibulares, saem tratos e fascículos, tais como o trato vestibulospinal, cujas fibras levam impulsos aos 
neurônios motores da medula e são importantes para a manutenção do equilíbrio, e o fascículo longitudinal medial, que está 
envolvido em reflexos que possibilitam que os olhos se ajustem aos movimentos da cabeça. O fascículo longitudinal medial é uma 
via de associação presente em toda a extensão do tronco encefálico, que liga todos os núcleos motores dos nervos cranianos, 
sendo especialmente importantes suas conexões com os núcleos dos nervos relacionados com o movimento do globo ocular e da 
cabeça. Desse modo, o fascículo longitudinal medial é importante para a realização de reflexos que coordenam os movimentos 
da cabeça com os dos olhos. 
 Bulbo – contém os núcleos dos nervos abducente, facial e vestibulococlear (VI, VII e VIII) na porção rostral e os nervos 
golssofaríngeo, vago, acessório e hipoglosso (IX, X, XI e XII) localizados na porção caudal. No bulbo localizam-se centros vitais, 
como o centro respiratório e o centro vasomotor (respiratório, ritmo cardíaco e a pressão arterial) e o centro do vômito. 
 Cerebelo – dorsalmente ao bulbo e ponte, sobre três estruturas chamadas de pedúnculos cerebelares. Está organizado em três 
regiões principais: lobo rostral, caudal e floculonodular. Uma das principais funções do cerebelo é coordenar toda a atividade 
motora de cabeça, pescoço, tórax, membros e tônus muscular, deste modo, lesões do cerebelo podem causar incoordenação 
motora, perda do equilíbrio e diminuição do tônus da musculatura esquelética (hipotonia) 
 Monitoramento de informações motoras, proprioceptivas e vestibulares. 
 Integra informações que produzem movimento coordenado e fino 
o Posição e movimentos de cabeça (tremor de intenção) 
o Equilíbrio (sistema vestibular) 
o Posição e movimento do globo ocular 
o Tônus muscular e postura 
o Movimentos voluntários complexos 
 Medula espinhal – localizada dentro do canal vertebral. Dividida em 5 regiões: 
o Região cervical – C1 a C5 
o Região cervicotorácica – C6 a T2 
o Região toracolombar – T3 a L3 
o Região lombossacral – L4 a S2 
o Região sacrococcígea – S3 ao último segmento medular 
o A medula apresenta o mesmo numero de segmentos que o de 
vérrtebras, com exceção da medula cervical que é composta por oito 
segmentos medulares. Os segmentos podem ser identificados 
morfologicamente, pois contêm um par de nervos espinhais, cada um com uma raiz dorsal (sensitiva) e uma raiz ventral (motora). 
o A medula não possui um calibre uniforme, pois apresenta duas dilatações denominadas intumescência cervical e intumescência lombar, 
localizadas nas regiões cervicotorácica (C6 a T2) e lombossacral (L4 a S2). Essas intumescências correspondem ás áreas em que fazem 
conexão com a medula as grossas raízes nervosas que formam os plexos braquial e lombossacro, destinadas à inervação dos membros 
anteriores e posteriores 
o Na medula a substância cinzenta está localizada por dentro da branca e apresenta formato de H (borboleta). A massa cincenta central 
contém corpos celulares de neurônios sensitivos e internunciais. As colunas dorsais contêm sinapses de neurônios sensitivos periféricos 
e corpos celulares de neurônios sensitivos ascendentes e internunciais.As colunas ventrais contêm muitos corpos celulares dos 
neurônios motores inferiores dos músculos estriados. 
o A substância branca, formada por fibras, sendo a maioria mielínica, que se agrupam em tratos e fascículos, formando verdadeiros 
caminhos, por onde passam os impulsos nervosos. 
 Vias descendentes são formadas por fibras que se originam no córtex cerebral ou em várias áreas do tronco encefálico e terminam 
fazendo sinapse com neurônios medulares. As primeiras, antes de penetrarem na medula, cruzam obliquamente o plano mediano, 
constituindo a decussaçãodas pirâmides bulbares, enquanto as segundas não o fazem. As fibras que formam as vias 
ascendentes relacionam-se direta ou indiretamente com as fibras que penetram pela raiz dorsal, trazendo impulsos aferentes de 
várias partes do corpo, e incluem os tratos espinocerebelares, os fascículos grácil e cuneiforme, os tratos espinotalâmicos e o 
trato propriospinal. 
 Nervos cranianos – dos 12 pares de nervos cranianos, 10 fazem conexão com o tronco encefálico, com exceção apenas dos nervos 
olfatório e optico. 
o Nervo olfatório (I) – Nervo sensitivo, cujas fibras conduzem impulsos olfatórios, originados nas fossas nasais – diencéfalo 
o Nervo óptico (II) – formado por um feixe de fibras nervosas, que se originam na retina e são responsáveis pela percepção visual, e por 
um componente sensitivo do reflexo pupilar à luz. Cada nervo óptico une-se com o lado oposto, formando o quiasma óptico, no qual 
há cruzamento parcial de suas fibras. Quando o sistema constituído de nervos ópticos e oculomotores é estimulado pela luz incidindo 
na retina, a pupila se contrai. Se o animal for cego e apresentar perda da resposta pupilar à luz, deve haver alguma lesão na retina, no 
nervo óptico, no quiasma óptico ou no trato óptico, antes da saida das fibras nervosas para o núcleo pré-tectal. Se o animal for cego, 
mas com pupilas fotorreagentes, então, a lesão deverá estar localizada na via visual após a saída das fibras dos tratos ópiticos em 
direção ao núcleo pré-tectal. esses achados indicam lesão do trato óptico, corpos geniculados laterais, radiações ópticas ou lobo 
occipital. 
o Nervo oculomotor (III), nervo troclear (IV) e nervo abducente (VI) - nervos motores que penetram na órbita, distribuindo-se aos 
músculos extrínsecos do globo ocular: elevador da pálpebra superios; reto dorsal; reto ventral; reto medial; reto lateral; oblíquo dorsal 
e oblíquo ventral. Btodos esses músculos são inervados pelo nervo oculomotor, com exceção do reto lateral (nervo abducente) e do 
oblíquo dorsal (nervo troclear) 
 Oculomotor – músculo extraoculares (levantamento palpebral, reto dorsal, reto medial, reto ventral e obliquo ventral; contém 
fibras responsáveis pelo controle da constrição e acomodação pupilar por meio de suas fibras parassimpáticas; núcleo no 
mesencéfalo 
 Troclear – músculo extraoculares (oblíquo superior (dorsal)); núcleo no mesencéfalo 
 Abducente – músculo extraoculares (reto lateral); inerva a musculatura retrobulbar, produzindo movimentos de retração do 
globo ocular; Núcleo na ponte 
 Nistagmo – movimento oscilatório dos globos oculares, caracterizado por um componente rápido e outro lento. 
o Nervo trigêmeo (V) – nervo misto, contendo uma raiz sensitiva e uma raiz motora. A raiz sensitiva apresenta três ramos ou divisões: 
nervo oftálmico, nervo maxilar e nervo mandibular, responsáveis pela sensibilidade dos pavilhões auriculares, palpebrais, córnea, face, 
cavidade oral e mucosa do septo nasal. A raiz motora inerva os músculos da mastigação; localiza-se na ponte. 
o Nervo facial (VII) – contém uma raiz motora, responsável pela atividade dos músculos faciais, e uma raiz sensitiva e visceral, responsável 
pela inervação das glândulas lacrimal, submandibular e sublingual e pela inervação do palato e dos dois terços craniais da língua 
(fornecendo o paladar). Tem grande importância na clínica devido a suas relações com o nervo vestíbulococlear e com estruturas das 
orelhas média e interna, em seu trajeto intrapetroso, e com a glândula parótida em seu trajeto extrapetroso. O nervo facial passa pelo 
meato acústico interno, juntamente com o nervo vestibulococlear, passando depois pelo canal facial do osso petroso e orelha média, 
saindo do crânio pelo forame estilomastóideo. 
o Nervo vestíbulococlear (VII) – nervo sensitivo, composto por uma porção vestibular e uma coclear que, embora unidas em um tronco 
comum, têm origem, funções e conexões centrais diferentes. A parte vestibular conduz impulsos nervosos relacionados com o 
equilíbrio, originados em receptores da porção vestibular da orelha interna. A parte coclear é constituída de fibras que conduzem 
impulsos nervosos relacionados com a audição. (Equilíbrio e audição) 
o Nervo glossofaríngeo (IX) - nervo misto, que inerva músculos da faringe e estruturas palatinas, em conjunto com algumas fibras do 
nervo vago e que supre a inervação sensitiva para o terço posterior da língua e mucosa faringiana. Contém fibras parassimpáticas para 
as glândulas zigomática e parótida. Os nervos glossofaríngeo, vago e acessório originam-se de um núcleo comum, o núcleo ambíguo, 
localizado no bulbo. 
o Nervo vago (X) – é o maior dos nervos cranianos; misto e essencialmente visceral; emerge do crânio e percorre o pescoço e o tórax, 
terminando no abdome. Nesse trajeto, o nervo inerva a faringe, controlando também a vocalização e a função laringiana. Sua principal 
função é fornecer inervação parassimpática para as vísceras torácicas e abdominais, exceto aquelas da região pélvica. (Sensorial faringe 
e laringe; deglutição; parassimpático para órgãos torácicos e abdominais) 
o Nervo acessório (XI) – formado por uma raiz craniana (bulbar) e uma raiz espinal (originaria das raízes ventrais dos segmentos cervicais 
de C1 a C5). Fibras da raiz craniana une-se ao nervo vago e distribuem-se com ele, inervando músculos da laringe. Fibras da raiz espinal 
inervam os músculos trapézio e parte dos músculos esternocefálico e braquiocefálico. Esses músculos sustentam o pescoço 
lateralmente e participam dos movimentos dos ombros e parte superior dos membros torácicos. 
o Nervo hipoglosso (XII) – nervo motor; núcleo localizado no bulbo e inerva músculos extrínsecos e intrínsecos da língua 
 Algumas enfermidades apresentam bons resultados ao tratamento quando diagnosticadas e tratadas precocemente 
(polioencefalomalacia dos bovimos e mieloencefalopatia por protozoários dos equinos). 
 Alterações indicativas de anormalidade neurológica: apatia muito mais grave do que anormalidades em outros sistemas poderiam causar; 
padrão locomotor diferente do produzido por tendinite ou anormalidade óssea; atonia de cauda associada à diminuição do tônus anal no 
momento da aferição da temperatura; posicionamento anormal da cabeça; assimetria da musculatura; decúbito permanente. (Sinais 
clínicos que não podem ser explicados por alterações em outros sistemas podem ter origem em uma disfunção neurológica) 
 Exame neurológico: deve ser realizado tendo como base a resposta obtida em provas específicas da avaliação funcional. As estruturas do 
SN são estimuladas e observa-se a resposta, que deve ser lassificada como normal ou anormal. 
o Baseia-se na avaliação do comportamento, nível de consciência, postura, movimentos (andar, trotar e galopar), pares de nervos 
cranianos reações posturais e, quando possível na realização de reflexos espinhais. 
o Exames complementares; análise do líquido cefalorraquidiano, radiografias, eletroencefalografia, eletroneuromiografia tomografia e 
ressonância magnética 
 Durante o exame neurológico de grandes animais, a maior quantidade de informações deve ser obtida na anamnese e exame físico, visto 
que são poucas as vezes que os exames complementares podem ser utilizados (avaliação em campo) 
 Os objetivos de um exame neurológico são: confirmar a existência de um problema neurológico; localizar o problema; definir uma lista 
de diagnósticos diferenciais; escolher os examescomplementares; estabelecer o diagnóstico mais provável, o prognóstico e realizar o 
tratamento. 
 Uso de luvas durante o exame; zoonose 
 Principais divisões anatômicas e respectivas funções encefálicas 
o Telencéfalo: córtex cerebral (frontal: intelecto, comportamento e atividade motora refinada; parietal: nocicepção e propriocepção; 
occipital: visão; temporal: comportamento e audição) e núcleos da base (conjunto de corpos celulares localizados abaixo do encéfalo; 
por exemplo, caudado, putâmen etc.; com funções relacionadas com o tônus muscular e iniciação e controle da atividade motora) 
o Diencéfalo: hipotálamo (modula o sistema nervoso autônomo, apetite, sede, regulação de temperatura e balanço de 
eletrólitos), tálamo (é um complexo de vários núcleos que, entre outras funções, estão relacionados com nocicepção, propriocepção e 
consciência), subtálamo (sistema ativador reticular relacionado com a consciência). O diencéfalo também é o local que abriga o núcleo 
dos nervos olfatório e óptico 
o Mesencéfalo: relacionado com a consciência (sistema ativador reticular ascendente, núcleos de nervos cranianos III e IV), apresenta 
também tratos ascendentes e descendentes com ocorrência de atividade motora e sensorial 
o Ponte: local onde está o núcleo do nervo trigêmeo (V), formação reticular (centros vitais de respiração e sono), tratos ascendentes e 
descendentes possuindo atividade sensorial e motora 
o Bulbo: local com maior acúmulo de núcleos de nervos cranianos (VI, VII, VIII, IX, X, XI, XII), tratos ascendentes e descendentes possuindo 
atividade sensorial e motora 
o Cerebelo: coordenação de movimentos, tônus muscular, propriocepção inconsciente e equilíbrio 
 Objetivos do exame neurológico 
o Confirmar se há problema neurológico. Este animal apresenta anormalidades neurológicas? 
o Localização da lesão. Em caso afirmativo, qual é o local mais provável? 
o Estabelecer uma lista de diagnósticos diferenciais. Quais são os diagnósticos diferenciais mais prováveis para lesões neste local? Associar 
as informações relativas à identificação do animal (idade, espécie), evolução dos sinais clínicos e informações epidemiológicas 
o Prognóstico, tratamento e prevenção. Qual é o prognóstico? O tratamento é possível e viável economicamente? Como prevenir a 
ocorrência desta enfermidade em outros animais do rebanho? 
 Exame clínico 
o Sua primeira etapa é a identificação do animal (espécie, raça, sexo, idade, utilização, valor e local de origem). Pode facilitar a seleção 
de diagnósticos diferenciais mais prováveis. 
o Anamnese deve detalhar informações referentes ao início dos sinais clínicos, evolução, alimentação, vacinação, tratamentos realizados, 
doenças anteriores, número de animais acometidos. 
o Etapas do exame neurológico – identificação e anamnese; exame físico; identificação dos sinais; interpretação dos sinais; interpretação 
das informações; localizar as lesões; diagnóstico diferenciais; exames complementares; diagnóstico; prognóstico; tratamento; 
recomendações 
o Principais informações que devem ser obtidas na anamnese – início dos sinais clínicos; evolução; principais anormalidades observadas; 
alimentação; vacinação; tratamentos realizados; doenças anteriores; números de animais acometidos; ambiente e tratamento dos 
animais; número de mortes 
o Início e progressão dos sinais e sua correlação com as enfermidades 
 Agudo não progressivo: enfermidades traumáticas e vasculares 
 Agudo progressivo e simétrico: enfermidades metabólicas nutricionais e tóxicas 
 Agudo progressivo assimétrico: enfermidades inflamatórias (infecção), degenerativas e neoplásicas 
o A evolução também é importante, pois diferentes enfermidades podem ser agrupadas em categorias que apresentam, um padrão de 
evolução semelhantes. Ex.: um animal com processo traumático afetando o cerebelo e outro com abscesso localizado também no 
cerebelo provavelmente apresentam sinais muito semelhantes (quando as áreas da lesão forem parecidas), porém a evolução dos dois 
processos será muito diferente – o primeiro com início agudo e estacionário e o segundo com evolução lenta 
o Animais tiveram contato com baterias de carro velhas somente devem ser feitas quando se tem o conhecimento de que eles podem 
lamber as placas internas impregnadas por chumbo e essa intoxicação pode acarretar danos ao sistema nervoso. Ovinos jovens podem 
apresentar degeneração de nervo óptico quando recebem doses tóxicas de closantel, um vermífugo frequentemente utilizado em 
virtude de sua eficácia para Haemonchus spp. 
o O exame físico de todos os sistemas deve sempre preceder um exame neurológico, pois torna possível diferenciar problemas 
concomitantes, assim como descartar alterações que possam sugerir anormalidades neurológicas. Portanto, os animais devem ser 
avaliados também quanto ao grau de desidratação, coloração de mucosas, palpação detalhada de todos os membros e coluna vertebral. 
A impotência funcional de um membro pode ter como causas fratura ou paralisia nervosa periférica; um animal em decúbito lateral 
com grande apatia pode apresentar lesão medular ou anemia e desidratação graves. 
o Ptialismo ou disfagia pode ser resultado de encefalites, botulismo ou existência de um corpo estranho na faringe ou esôfago. A 
dificuldade visual pode ser resultado de encefalopatias de diferentes origens, de descolamento de retina ou de grave catarata. Este 
exame também possibilitará observar eventuais alterações em outros sistemas que podem estar relacionadas com as anormalidades 
neurológicas (p. ex., coloração ictérica das mucosas em alguns casos de encefalopatia hepática dos equinos). 
 O sistema nervoso não pode ser palpado diretamente, exceto pela papila óptica que pode ser visualizada 
 O exame do sistema nervoso se baseia na resposta obtida a provas específicas de avaliação funcional 
o Estímulo -> estrutura anatômica -> resposta 
 Avaliação da integridade encefálica – para verificar se existe alterações encefálicas, é preciso avaliar os seguintes aspectos: 
comportamento(emitir sons amomais; andar compulsivo; andar em círculos; apoiar a cabeça contra obstáculos (head pressing); morder 
animais ou objetos inanimados; adotar posturas bizarras); nível de consciência (exitado; alerta; apático/deprimido; 
semicomatoso/obnubilado (resposta parcial a estímulos nocivos); comatoso); posição da cabeça (sempre para o lado da lesão); 
integridade dos nervos cranianos; andar; propriocepção/reações posturais; reflexos; sensibilidade dolorosa e palpação epaxial – quando 
existe anormalidades encefálicas deve apresentar pelo menos duas alterações. 
 Avaliação da integridade encefálica 
Nervo craniano Função Teste Anormalidade Observações 
I – Olfatório Olfação Oferecimento de 
alimentos com odor 
atrativo com a mão 
fechada. Não utilizar 
substâncias com odor 
forte (estímulo do 
trigêmio) 
Incapacidade total ou 
parcial de sentir odores 
Difícil interpretação, 
principalmente quando 
o animal não é 
acostumado a serem 
manuseados ou com 
anormalidades 
encefálicas 
concormitantes 
II – Óptico Visão Andar em um ambiente 
desconhecido; resposta 
de ameaça visual 
(ausente em neonatos 
– 2 sem); reflexo pipilar 
a luz (RPL) 
Cegueira total ou 
parcial 
Um animal cego não 
apresenta 
necessariamente 
anormalidade no nervo 
óptico; pode ocorrer 
cegueira devido a 
lesões no córtex 
occipital ou em outras 
estruturas condutoras 
das informações visuais 
(quiasma óptico, tratos 
ópticos) 
III – Oculomotor Inerva músculos 
extraoculares e contém 
fibras parassimpáticas 
para o controle da 
pupila e da 
acomodação visual. 
Combinação de nervo 
motor e autônomo. 
Realiza a inervação dos 
músculos que elevam a 
pálpebra superior. 
Realização do reflexo 
pupilar, avaliação da 
movimentação da 
pálpebra superior e 
observação do 
posicionamento e 
movimentação do 
globo ocular 
Anormalidade no 
reflexo pupilar, ptose 
palpebral e possível 
estrabismo 
O reflexo pupilar deve 
ser interpretado 
correlacionando-se coma integridade ocular e 
das vias visuais 
(incluindo-se aí o II par 
de nervos cranianos). 
Deve-se ter cuidado 
com a quantidade de 
luz presente no 
ambiente, no momento 
do exame, para correta 
interpretação do teste. 
Deve-se lembrar que o 
medo ou a excitação 
dos animais podem 
interferir na resposta 
apresentada. Lesões no 
VII par de nervos 
cranianos são muito 
mais frequentes e 
podem também causar 
ptose palpebral, 
podendo ser 
diferenciadas, pois a 
ptose palpebral 
decorrente de lesões no 
nervo facial será 
acompanhada por 
paralisia e ptose labial 
 
IV – Troclear Inerva músculo ocular 
oblíquo superior, 
responsável pela 
movimentação dos 
globos oculares 
Observar 
posicionamento dos 
globos oculares e 
coordenação de 
movimentos destes 
durante movimentação 
da cabeça do animal 
Anormalidades de 
posicionamento 
(estrabismo) 
Deve-se inicialmente 
ficar de frente para o 
animal e observar a 
posição dos globos 
oculares e depois 
movimentar o pescoço 
de um lado para o 
outro, observando a 
correção do 
posicionamento dos 
globos. Observar 
posição da fissura 
pupilar 
V – Trigêmeo Informação sensorial 
de córnea, pálpebras e 
cabeça; motora dos 
músculos faciais 
relacionados com a 
mastigação 
Oferecimento de 
alimento para os 
animais e teste de 
sensibilidade na face 
Dificuldade para 
apreensão de 
alimentos (mandíbula 
caída em lesões 
bilaterais) atrofia de 
masseter (atrofia 
neurogênica) e 
anormalidades 
sensoriais faciais 
É muito mais fácil e 
prático observar a 
função motora do que a 
sensitiva. Dificuldades 
para fechar e 
movimentar a 
mandíbula em virtude 
de lesão neste nervo 
devem ser 
diferenciadas daquelas 
decorrentes de 
anormalidades 
osteomusculares 
(fraturas etc.). Após 2 
semanas do início da 
paralisia, pode ocorrer 
atrofia muscular 
(masseter e temporal) 
VI – Abducente Inerva músculos reto 
lateral e retrator 
ocular, responsáveis 
pela movimentação 
dos globos oculares 
Observar 
posicionamento dos 
globos oculares e 
coordenação de 
movimentos dos 
mesmos durante 
movimentação da 
cabeça do animal 
Lesões resultam em 
estrabismo medial e 
inabilidade para retrair 
o globo 
Idem IV par 
 
VII - Facial Inervação motora de 
orelhas, pálpebras e 
musculatura relacionada 
com a expressão facial 
(movimentação de 
narina e lábio); tem 
influência sobre as 
glândulas lacrimais e 
salivares e função 
gustativa no terço inicial 
da língua 
Observar simetria de 
posicionamento de 
pálpebras, orelha, 
narinas e lábios; observar 
também a ocorrência de 
filme lacrimal. Deve ser 
realizado o reflexo 
palpebral. Produção de 
sons para observar a 
movimentação das 
orelhas 
Diminuição ou ausência 
de movimentação das 
orelhas, ptose palpebral, 
anormalidades na 
movimentação da narina 
e do lábio (ptose labial). 
Pode ocorrer diminuição 
na secreção lacrimal 
Anormalidades do nervo 
facial logo após sua saída 
do encéfalo devem 
originar alterações em 
orelhas, pálpebras e 
lábios enquanto lesões 
compressivas faciais 
abaixo da região ocular 
podem ocasionar apenas 
ptose labial (devido a 
uma lesão no ramo 
bucal). Alguns animais 
acabam desenvolvendo 
queratites, resultantes 
do não fechamento 
palpebral correto, 
associado à diminuição 
de produção de filme 
lacrimal. Lesões 
acometendo o nervo 
facial geralmente 
acarretam o acúmulo de 
alimentos entre os 
dentes e a bochecha 
VIII- Vestibulococlear Equilíbrio (vestibular) e 
audição (coclear) 
Posição da cabeça, 
ocorrência de nistagmos, 
captação de estímulos 
auditivos; realizar 
endoscopia da bolsa 
gutural (este exame 
possibilita a visualização 
da bula timpânica e da 
articulação 
temporoióidea) 
Ocorrência de rotação da 
cabeça, dificuldade de 
captação de sons, 
eventualmente 
ocorrência de nistagmos, 
anormalidade 
locomotora em virtude 
da diminuição do tônus 
extensor ipsilateral e 
nistagmo 
Rotação da cabeça para 
um dos lados (ipsilateral 
à lesão), alterações de 
nervo facial associadas a 
lesões vestibulares 
(principalmente 
decorrentes de otites 
internas) 
IX- Glossofaríngeo Inervação da faringe e 
sensibilidade da porção 
caudal da língua 
Oferecimento de 
alimentos e passagem de 
sonda nasogástrica para 
observação da 
deglutição, 
Disfagia Existe participação do IX 
e do X pares de nervos 
cranianos na inervação 
de faringe e laringe; os 
dois são avaliados de 
maneira conjunta 
quando relacionados 
com deglutição e 
movimentação de faringe 
X – Vago Função motora e 
sensorial para vísceras 
torácicas e abdominais, e 
motora, da laringe e 
faringe 
Slap test (reflexo que 
testa a abdução da 
cartilagem aritenoide 
após a percussão da 
região da escápula 
durante a expiração), 
oferecimento de 
alimentos, avaliação de 
sons anormais durante a 
respiração 
Disfagia e sons 
inspiratórios anormais 
(equinos em exercício) 
em virtude da flacidez 
laringiana 
A avaliação da 
sensibilidade da língua é 
muito subjetiva e não 
costuma ser realizada; 
o slap test pode ser 
realizado com auxílio do 
endoscópio ou mesmo 
com a palpação manual 
externa. A via eferente 
deste teste envolve o 
nervo laríngeo 
recorrente 
XI – Acessório Motora para músculos 
do pescoço (músculo 
trapézio) 
Avaliação da simetria da 
musculatura do pescoço 
e eletromiografia 
 Pouca significância 
XII – Hipoglosso Função motora da língua Oferecimento de 
alimentos, 
movimentação da língua, 
simetria 
Perda de função motora 
da língua 
Lesões unilaterais do 
nervo ou do núcleo 
resultam em atrofia 
unilateral da língua com 
dificuldade de retração, 
porém, esta não deverá 
ficar fora da boca. Lesões 
bilaterais acarretam 
dificuldade de apreensão 
e deglutição, e o animal 
não consegue recolher a 
língua para dentro da 
boca 
 
Correlação entre anormalidades observadas no exame neurológico e respectivas estruturas envolvidas. 
Anormalidades Estruturas acometidas 
Visão II par, córtex cerebral occipital (ou as vias entre os dois), olhos 
Resposta de ameaça visual II par, VII par, cérebro e cerebelo 
Tamanho e simetria pupilar II par, III par, sistema nervoso simpático 
Reflexo pupilar II par, III par 
Posição e movimento do globo ocular III par, IV par, VI par, VIII par 
Normalidade e simetria da musculatura facial V par 
Reflexo palpebral V par, VII par 
Movimentação de orelha, pálpebra e lábio VII par 
Sensibilidade facial V par 
Tônus mandibular normal V par 
Pálpebras são mantidas abertas em posição normal III par, VII par, sistema nervoso simpático 
Resposta normal aos sons VIII 
Animal deglute corretamente e move adequadamente a língua IX, X, XII 
Tônus lingual está normal e a musculatura da língua está simétrica XII par 
 1 par acometido = lesão periférica / 2 ou mais pares acometidos = anormalidade encefálica 
 Alterações na função encefálica podem ocasionar anormalidades de marcha (lesões nos núcleos motores) 
 As manifestações de alteração neurológica são divididas em síndromes 
 Síndrome cerebral: anormalidades locomotoras (podem ser discretas), nível de consciência (depressão) e comportamento alterados, 
respiração irregular, cegueira (reflexo pupilar normal), pressão da cabeça contra obstáculos, andar em círculos (geralmente, lesões 
unilaterais) 
 Síndrome mesencefálica: anormalidades locomotoras, depressão mental, midríase não responsiva ou miose (visão normal), estrabismo 
 Síndrome pontinobulbar: anormalidades locomotoras, alteração em diversos nervos cranianos, depressão mental 
 Síndrome vestibular: central, nistagmo horizontal, rotatório, vertical ou posicional, anormalidades nos nervos cranianos: V, VI e VII; 
podem ocorrer sinais cerebelares. Periférica, nistagmo horizontal ou rotatório, possível anormalidade no VII par de nervo craniano. Tanto 
a síndrome central quanto a periférica podem apresentar perda de equilíbrio, quedas, rotação de cabeça e estrabismo 
 Cerebelar: tremores de intenção na cabeça, anormalidades locomotoras (hipermetria), nistagmos, alteração na resposta de ameaça 
visual, aumento da área de sustentaçãodo corpo (ampla base) 
 Multifocal: ocorrência de sinais clínicos que refletem mais de uma síndrome 
Síndrome cerebral 
Estado mental Comportamento anormal, depressão, estupor, coma, convulsão 
Comportamento Andar compulsivo (círculos) 
Posição da cabeça e pescoço Head pressing 
Postura Normal 
Movimentação Marcha normal a hemiparesia branda (contralateral) 
Reações posturais Déficits contralaterais 
Nervos cranianos Normais. Pode haver amaurose contralateral (RPL normal; resposta de 
ameaça ausente) 
 
Síndrome mesencefálica 
Estado mental Depressão, estupor, coma 
Comportamento Andar compulsivo (círculos), head pressing 
Posição de cabeça e pescoço Opistótono 
Postura Normal, andar em círculo, quedas 
Movimentação Hemiparesia a tetraparesia, ataxia 
Reações posturais Déficits ipsilaterais ou contralaterais 
Nervos cranianos III – midríase não responsiva ou miose. RPL (-); visão normal; 
estrabismo lateral; IV – estrabismo dorsolateral 
 
 Avaliação da integridade encefálica – Desvio de cabeça; ataxia assimétrica; quedas; nistgmo; estrabismo ventrolateral posicional 
Manifestações Periférica Central 
Nistagmo Horizontal ou rotatória. Não alterado pela 
posição da cabeça 
Nistagmo em qualquer direção; alterado 
pela posição da cabeça 
Síndrome Pontobulbar 
Estado mental Depressão, estupor e coma 
Comportamento Andar compulsivo (círculos), Head pressing 
Posição de cabeça e pescoço Opistótono 
Postura Normal, andar em círculos, quedas 
Movimentação Hemiparesia e tretaparesia, ataxia 
Reações posturais Déficits ipsilaterais ou contralaterais 
Nervos cranianos V; XII 
Síndrome Periférica 
Estado mental Normal 
Comportamento Normal 
Posição de cabeça e pescoço Desvio de cabeça 
Postura Andar em círculos, quedas 
Movimentação Normal a ataxia 
Reações posturais Normais, mas podem estar “estranhas” 
Nervos cranianos VIII, algumas vezes VII; síndrome de Horner; nistagmo horizontal ou 
rotatório (fase rápida oposta à lesão) 
Síndrome Vestibular central 
Estado mental Depressão (pode estra normal em lesões focais) 
Comportamento Normal 
Posição de cabeça e pescoço Desvio de cabeça (para o lado da lesão) 
Postura Andar em círculos, quedas 
Movimentação Hemiparesia (ipsilateral); ataxia 
Reações posturais Déficits ipsilaterais e raramente contralaterais 
Nervos cranianos VII, V, VI, VIII; nistagmo horizontal, vertical, rotatório ou posicional 
(fase rápida oposta à lesão) 
Observação : Sinas cerebelares presentes 
Reação postural Normal Déficits 
Nervos cranianos VII ou síndrome de Horner V, VI, IX e X 
 
 Síndrome multifocal – Sinais clínicos refletem mais de uma síndrome – Ocorrência mais comum 
 Avaliação da integridade medular 
o Pacientes com anormalidade locomotora sem alteração encefálica 
o Localizar a lesão – definição dos diagnósticos diferenciais 
o Lesões graves – incapacidade motora – decúbito 
o Leses mais brandas – baixo proprioceptivo – ataxia / baixo motor – paresia = incoordenação 
 Sinais clínicos indicativos de envolvimento medular – Assimetria muscular; baixo tônus da cauda e ânus; postura anormal em repouso; 
padrão de locomoção alterado; Síndrome de Horner 
 Síndrome de Horner - Determinadas lesões na região cranial da medula espinal torácica podem provocar a síndrome de Horner (ptose 
da pálpebra superior, miose e protrusão da 3a pálpebra, geralmente acompanhada de sudorese unilateral da região facial). Esses sinais 
ocorrem em virtude da lesão dos nervos simpáticos do tronco vagossimpático, que cursa da medula espinal torácica cranial até próximo 
à órbita. É importante lembrar que essa síndrome também pode ocorrer em virtude de lesões na bolsa gutural, avulsão do plexo braquial 
ou neoplasias próximas à região orbital. 
 Propriocepção – é a capacidade de percepção do posicionamento dos membros, sendo realizada pela integração das informações obtidas 
por receptores periféricos. As vias proprioceptivas estão presentes na medula espinal. A maneira adequada para avaliar o animal é 
parando o animal subitamente após a locomoção em linha reta, círculos ou após afasta-lo e observar o tempo que os membros demoram 
para retornar a uma posição adequada. 
 Lesões medulares discretas ou parciais causam anormalidades locomotoras e sensoriais: 
o Fraqueza muscular (paresia – incapacidade parcial de realizar movimentos voluntários) 
o Ataxia – incoordenação motora de modo geral 
o Espasticidade 
o Hipermetria 
 Do que depende o padrão normal de locomoção – depende da integridade de todos os componentes que participam do processo de 
locomoção: encéfalo, medula espinhal, nervos, músculos, ossos, tendões, ligamentos e receptores nervosos localizados em articulações, 
tendões e ligamentos. Quando uma dessas estruturas estiver comprometida, o padrão locomotor poderá ser afetado. Para um correto 
padrão locomotor, deve haver integração com as informações obtidas da periferia, informando o posicionamento dos membros 
(propriocepção). A anormalidade locomotora de origem neurológica decorre de inadequada integração, formulação ou encaminhamento 
dos estímulos motores e proprioceptivos, sendo que isso pode ocorrer em diversos locais: 
o Anormalidades em centros motores superiores no encéfalo – alterando a formulação dos estímulos responsáveis pela iniciação dos 
movimentos 
o Anormalidade no tronco encefálico – dificultando a integração dos estímulos motores com os estímulos proprioceptivos conscientes 
o Anormalidades no cerebelo – anormalidades motoras e proprioceptivas inconscientes 
o Anormalidades na medula espinhal – afetando a transmissão de estímulos motores e de estímulos proprioceptivos 
o Anormalidades de nervos espinhais periféricos - impedindo a cegada e estímulos até os grupos musculares, ou impedindo a 
transmissão de estímulos proprioceptivos captados na periferia (músculos, tendões, ligamentos e articulações) até a medula espinhal 
 Lesão em qualquer um desses locais irá acarretar anormalidades locomotoras de origem neurológica, manifestadas por sinais de 
fraqueza, ataxia, hipermetria e espasticidade. 
 Equinos com incoordenação motora apresentam padrões anormais de locomoção, em virtude de sinais de ataxia, paresia, espasticidade 
e hipermetria. 
o Paresia – fraqueza muscular; diminuição do arco durante a troca do passo, passos mais curtos, retardando na troca do passo, pisar sobe 
o boleto, pivô sobre o membro interno durante a manobra de andar em círculos fechados, raspar a pinça no chão, tropeçar em objetos, 
falta de sustentação corporal, falta de força para resistir a deslocamentos laterais quando puxado pela cauda ou empurrado na garupa 
(especialmente durante movimento), tremores musculares durante o apoio do membro 
o Ataxia – aumento dos deslocamentos laterais do tronco e garupa. Passo mais largo, abdução do membro posterior posicionado 
externamente durante o movimento em círculos, cruzar os membros abaixo do corpo e pisar no membro oposto 
o Espasticidade – diminuição de flexão articular, acarretando passos mais curtos, não ocorrendo a elevação adequada durante a troca do 
passo, um andar mais rígido ou espático. Realização de manobras de deslocamento lateral; animais co paresia são facilmente 
deslocados, e aqueles apresentando espasticidade, não. Observado principalmente em lesões dos neurônios motores superiores na 
substância branca da medula espinhal 
o Hipermetria – exagerada flexão articular, sendo particularmente observada em lesões do trato espinocerebelar na meula espinhal 
 Incordenação motora – conjunto de sinais que ocorrem em virtude da inadequada integração, formulação ou transmissão das 
informações motoras e proprioceptivas a seu local de destino final 
Síndrome Cerebelar 
Estado mental Normal 
Comportamento Normal 
Posição de cabeça e pescoço Tremores de intenção 
Postura Base ampla 
Movimentação Sem paresia; dismetria (hipermetria, hipometria), ataxia, tremores 
Reações posturais Normais a dismetria 
Nervos cranianos Normais;nistgmo, anisocoria; pode haver ausência de resposta de 
ameaça, mas RPL normal e o animal enxerga 
o Balanço exagerado da pelve durante a locomoção, falta de firmeza nos membros anteriores e/ou posteriores, passo mais curto, abdução 
exagerada dos membros quando o animal anda em círculos, membros cruzados sob o corpo, pisada no membro, movimento de rotação 
sobre o próprio eixo sem tirar o pé do chão localizado internamente durante a locomoção em círculos fechados, arrastar da pinça 
durante a troca de passo. 
 Para que o animal apresente anormalidade locomotora de origem neurológica, ao menos dois grupos anteriores citados devem 
estra presentes 
o Principais manobras a serem realizadas para avaliação de locomoção e postura – postura; simetria de pescoço e tronco; andar em 
linha reta; afastar; andar em círculos abertos; anda em círculos fechados; descer e subir rampas; ultrapassar pequenos obstáculos 
durante a locomoção; observação do andar com o animal montado (quando não oferecer riscos); andar com o pescoço estendido e 
flexionado; palpação de pescoço e coluna dorsal; manipulação do pescoço; resposta cervical e cervicofacial; sensibilidade do pescoço; 
reflexo músculo cutâneo; slap test; deslocamento lateral dos membros anteriores; observação de atrofia musculares; deslocamento da 
garupa com o animal parado e durante a locomoção; observação do tônus anal, movimentação da cauda e sensibilidade perineal; 
palpação retal. 
o Graduação para análise de locomoção e postura de equinos com anormalidade neurológicas 
 0 - Padrão normal de locomoção 
 1 - Anormalidades dificilmente observadas durante a locomoção em linha reta, mas confirmadas após a realização de manobras 
especiais 
 2 - Anormalidades facilmente observadas durante a locomoção em linha reta e exacerbadas após a realização de manobras 
especiais (andar em círculos fechados, descer rampas, afastar) 
 3 - O animal pode cair quando manobras especiais são realizadas e geralmente apresenta posturas anormais mesmo quando 
parado 
 4 - Quedas espontâneas durante a locomoção 
 5 - Decúbito permanente 
 Slap teste ou resposta toracolaringea – avaliação da integridade medular e a integridade do nervo laríngeo. Realizado com estímulo 
sobre a região anterior do costado, logo após a escápula, observando-se a movimentação da cartilagem aritenoide contralateral. A 
diminuição ou ausência da movimentação da cartilagem pode ser encontrada em três situações: 
o Impossibilidade de chegada de estímulos aferentes ao bulbo, decorrente de lesões significativas na medula espinhal cervical e cranial 
torácica 
o Anormalidades na transmissão de estímulos eferentes até a musculatura, em virtude da lesão no nervo laríngeo recorrente 
o O reflexo pode estar abolido em cavalos tensos ou assustados, em virtude da interferência de núcleos encefálicos. 
 Reflexo cervicofacial – realizado após a percussão da região ventral das segundas e terceiras vértebras cervicais, produzindo expostas 
ipsilateral de contração labial. 
 Reflexo cutâneo do tronco – realizado com o auxílio na localização das lesões medulares. Normalmente, estímulos (toque) capitados por 
receptores sensoriais periféricos, localizados na pele dos animais, são encaminhados à medula espinhal. Na medula espinhal, caminham 
cranialmente até o segmento C8-T1 (7 vertebras e 8 segmentos). Nesse local ocorre um arco reflexo em que os novos estímulos 
produzidos serão conduzidos pelo nervo torácico lateral em direção ao músculo. Esse estímulo irá provocar movimentação da 
musculatura (músculo cutâneo do tronco) e pele. Esse mecanismo pode ser utilizado como auxílio na localização de lesões torácicas. 
Realizar leves toques com um objeto pontiagudo (caneta) em sentido caudocranial. Animais portadores de lesão medulares não 
apresentarão esse reflexo. 
 Região cervical (C1-C5) – lesões graves nessa região acometerá os quatro membros. As compressões medulares neste local provocam 
sinais mais graves em membros posteriores devido ao posicionamento mais superficial dos tratos motores relacionados com membros 
posteriores em comparação com os membros anteriores. 
 Região cervicotorácica (C6-T2) – acometido dos quatro membros, sendo que lesões nessa região geralmente provocam sinais muito 
evidentes, principalmente para acometer os neurônios motores inferiores dos membros posteriores 
 Região toracolombar (T3-L3) – membros anteriores normais e membros posteriores afetados 
 Região lombossacral (L4-S2) – acometido apenas membros posteriores; com extensão caudal da lesão, pode ocorrer a síndrome da cauda 
equina 
 Região sacrococcígena – síndrome da cauda equina (diminuição ou ausência da movimentação da cauda, diminuição ou ausência de 
sensibilidade na região perianal, diminuição do tônus do esfíncter anal e incontinência urinária) 
 Lesões medulares – avaliação neurológica do animal em decúbito 
o Devem ser avaliados seguindo o mesmo esquema descrito anteriormente. Primeiramente, é necessário determinar se há ou não 
anormalidades encefálicas; pois a lista de diagnósticos diferenciais é completamente diferente para os animais em decúbito com 
anormalidades nesse local. Excluindo problemas encefálicos, procura-se localizar a anormalidade em um determinado segmento da 
medula espinal. Importante verificar quais os membros afetados e qual a intensidade da lesão. 
o Avaliar a existência ou não de paresia ou paralisia em um bezerro, ovino, potro ou caprino não é uma tarefa difícil, pois é fácil colocá-
los em posição quadrupedal e avaliar cada membro individualmente. Em bovinos e equinos adultos, essa tarefa é bem mais difícil, pois, 
com paresias intensas em mais de um membro, esses animais não conseguirão adotar a posição quadrupedal, sendo difícil identificar 
quais membros estão afetados e com qual intensidade. Nesses casos, a informação do proprietário ou tratador é fundamental, pois 
pode indicar como era a lesão inicialmente. Para que seja possível determinar quais os membros afetados, é necessário que o animal 
seja colocado em posição quadrupedal, com auxílio de um sistema de suporte. É necessário lembrar-se de que animais em decúbito há 
mais de 24 h já apresentam lesão muscular, principalmente quando deitados em local rígido. Quanto maior o tempo de decúbito, maior 
é a lesão muscular; portanto, deve-se aguardar algum tempo com o animal sustentado em sistema de elevação antes que seja possível 
ter certeza de que a paresia seja decorrente de uma lesão neurológica. 
o É preciso testar os reflexos espinais. O teste dos reflexos pode ser feito imediatamente após a avaliação dos outros sistemas e avaliação 
da integridade encefálica. 
Segmento medular, nervo envolvido e resposta esperada para cada reflexo avaliado 
Reflexo Segmento medular Nervo envolvido Resposta observada 
Reflexo carporradial C6-T2 Radial Extensão do carpo 
Reflexo bicipital C7-C8 Musculocutâneo 
Flexão da articulação 
umerorradioulnar 
Reflexo triciptal C7-T1 Radial 
Extensão da articulação 
umerorradioulnar 
Reflexo flexor torácico C6-T2 
Axiliar, musculocutâneo, 
mediano e ulnar 
Contração e retirada do 
membro 
Reflexo patelar L4-L5 Femoral 
Extensão da articulação 
femorotibial 
Reflexo tibial cranial L6-S1 Fíbula Flexão do tarso 
Reflexão gastrocnêmico L5-S3 Ciático e tibial 
Contração do musculo 
gastrocnêmio e extensão do 
tarso 
Reflexo isquiático L5-S2 Ciático Abdução 
Reflexo flexor pélvico L5-S3 Ciático Retirada do membro 
 Plexo braquial – derivado de C6-T2 – incapacidade de apoiar o peso do membro 
 Nervo radial – segmentos C7-C8 da medula espinhal – incapacidade de avançar o membro (arrastar a pinça) 
 Nervo obturador – ataxia, deslocamento de membros pélvico – marcha anormal – base ampla nos membros pélvicos – ausência de flexão 
dos boletos 
 Nervo isquiático – compressão durante trabalho de parto – fraqueza de membros pélvicos – emboletamento – exacerbação do reflexo 
patelar 
 Exames complementares –hemograma; eletrólitos: Ca, K,Cl,Mg; exame oftalmológico; hemogasometria; perfil hepático e renal; urinálise; 
análise de líquido cefalorraquidiano; biópsia; sorologia; endoscopia; radiografia/mielografia; tomografia/ressonância magnética; 
eletromiografia 
Comportamento dos reflexos em diferentes locais de lesão medular 
Segmento medular lesado Reflexos no membro anterior Reflexos no membro posterior 
C1-C5 Normo ou hiperreflexia Normo ou hiperreflexia 
C6-T2 Hipo ou arreflexia Normo ou hiperreflexia 
T3-L3 Normorreflexia Normo ou hiperreflexia 
L4-S2 Normorreflexia Hipo ou arreflexia

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