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Carla Bertelli – 5° Período Semiologia Neurológica Para N1 Semiologia Neurológica Para N1 O raciocínio neurológico se baseia na obtenção dos diagnósticos sindrômico, topográfico e etiológico. Pode-se avaliar o paciente por segmentos corpóreos, cefálico (pares cranianos, sensibilidade, motricidade, sinais de irritação meníngea) e membros e troncos (motricidade, coordenação, sensibilidade e funções anatômicas). 1 – Exame do Estado Mental e Funções Corticais Superiores Inicia-se na anamnese, avaliando a narrativa, atitude, aparência e labilidade emocional do paciente. Pode-se ver a avaliação do nível de consciência e da qualidade da mesma, ou as funções corticais superiores. Os principais ê são: o alerta relacionada a ativação do Sistema Reticular Ativador Ascendente. Seu comprometimento pode ser visto em lesões de tronco encefálico, AVE, tumores do SNC, lesões do tálamo. O nível de consciência pode ser dividido em: Vígil ou Acordado, Sonolento, Toporoso e Comatoso. Dica: Escrever na anamnese ‘’alerta, consciente e orientado’’ ou ‘’sonolento, acorda a estímulos auditivos táteis sutis e responde perguntas de maneira confusa’’ Qualidade da consciência envolve a orientação e a atenção. A atenção depende da integração do tronco encefálico, tálamo e neocórtex. Por meio da formação reticular ascendente e seus núcleos, os estímulos chegam aos núcleos intralaminares do tálamo e, posteriormente ao córtex, especialmente na área pré- frontal, que é responsável pelo planejamento motor e comportamental do indivíduo, e a região temporopariental. Testes como ligar números e letras, soletrar ‘’mundo’’ ao contrário, repetir uma sequencia de números na ordem direta e inversa, entre outros, são testes que podem avaliar o estado mental da pessoa. Como por exemplo o exame do Mini Mental. Deve-se lembrar também de avaliar a orientação do paciente (horas, data, localização). Nas doenças que cursam com o comprometimento da atenção, a orientação temporal geralmente é a primeira a ser acometida, seguida pela desorientação espacial, e posteriormente, o comprometimento relacionado à pessoa. Carla Bertelli – 5° Período – As afasias são distúrbios adquiridos da linguagem, caracterizados pelo comprometimento parcial ou total da capacidade de se expressar e compreender pensamentos, ideias e emoções por meio de símbolos linguísticos escritos ou falados, carregados de significados. Nas afasias apenas a área cortical relacionada à linguagem está envolvida, não devendo existir lesões de vias sensitivas ou motoras relacionadas à fonação e/ou audição. As áreas envolvidas na linguagem são especialmente as regiões perissilvianas (adjacentes ao sulco de Sylvius). Cerca de 95% dos destros e 70% dos canhotos têm o hemisfério esquerdo dominante para a linguagem. O hemisfério direito se associa à linguagem não verbal, relacionada ao ritmo e melodia da fala. Existem duas áreas essenciais para a linguagem verbal: Broca e Wernicke. – Giro frontal inferior esquerdo, se relaciona com a expressão da linguagem, enviando informações para o córtex motor primário, responsável por tal função. – Relacionada a compreensão e percepção da linguagem. Se localiza na porção posterior do giro temporal superior. Essas duas áreas são conectadas pelo fascículo arqueado que faz a comunicação entre a área que codifica e a área que expressa a linguagem. â – Avalia-se a fluência, conteúdo, prosódica (ritmo e melodia), neologismos e parafasias. çã – A dificuldade de nomeação é comum nas afasias. Pede que o paciente nomeie objetivos ou cores – Leitura em silêncio de um comando e leitura em voz alta çã – Repetir pelo menos 6 palavras ã – Avaliado por perguntas simples, comando verbais, pedir para realizar atos sequenciais, escrever o próprio nome. – Incapacidade de reconhecer objetos e símbolos em razão de lesões nas áreas de associação secundárias corticais (visual, auditiva e somestética). Há uma única via sensorial lesionada. – O paciente vê o objeto, mas não o reconhece. – Tipo de agnosia visual em que o paciente é incapaz de reconhecer os rostos familiares – Incapacidade de reconhecimento dos sons como som ambiente, voz de familiares e sons musicais – O paciente é incapaz de reconhecer objetos pelo tato. – Incapacidade de executar um ato motor aprendido e propositado com habilidade, na ausência de um distúrbio primário da atenção, compreensão, motivação, força, coordenação ou sensação, que possa evitar a consecução do ato espontaneamente. Ocorre por lesões em áreas motoras secundárias, sensitivas secundárias e por suas fibras ipsi ou contralaterais que nutrem informações à área motora primária. – Incapacidade de seguir ordens motoras ou fazer mímicas ó – Perde a concepção do objetivo global. é – Dificuldade de manipular pequenos objetos Carla Bertelli – 5° Período çã – Pior desempenho ao imitir do que ao seguir ordens ã – Incapacidade de seguir ordens verbais ou mímica. ó – Depende de várias áreas corticais, e cada informação sensorial é armazenada em sua área especifica. Há conexões do hipotálamo com o sistema límbico, determinando as memórias do sistema autonômico relacionado com estados emocionais. Lesões do sistema límbico, hipocampo e amigdalas podem causar amnésia anterógrada, em que não há a retenção de novas memórias. Já lesões diencefálicas há deficiência de tiamina, o que lesa os corpos mamilares no hipotálamo e leva a amnésia retrógrada, comum em traumatismo encefálico. • – Fraqueza com déficit parcial da força muscular • – Perda ou déficit total da força muscular • Monoparesia (monoplegia) – Perda da força e um membro • – Fraqueza em um hemicorpo • – Membros simétricos comprometidos • – Quatro membros comprometidos • – Dois hemicorpos comprometidos Vias Motoras – Motricidade voluntária é representada pelo sistema piramidal composto pelo trato corticospinal que une o córtex motor aos neurônios motores da medula e pelo trato corticonuclear que une aos motoneurônios cranianos. O primeiro neurônio motor localiza-se no córtex motor primário, giro pré-central, e seus axônios seguem até a ponte e bulbo (onde decussam). O trato corticonuclear termina nos núcleos motores dos pares cranianos, enquanto o trato corticoespinal desce pela medula através do trato corticospinal lateral e anterior (fibras que não cruzaram), e terminam nos neurônios motores espinais alfa e gama (segundo neurônio motor) que irão inervar as fibras e fusos musculares. Na í ô (síndrome piramidal), o trato corticospinal é acometido, causando perda da força muscular voluntária, pode ser ipsilateral ou contralateral, de acordo com a topografia da lesão, acima ou abaixo da decussação do trato piramidal na pirâmide bulbar e dos reflexos cutâneos superficiais (cutâneo- plantar e cutâneo-abdominal), com aparecimento de reflexos exaltados e patológicos, como o sinal de Babinski. O sinal de Babinski caracteriza-se por uma extensão do hálux e dos pododáctilos em forma de leque quando estimulado a sola lateral do pé. Lesão em Primeiro Neurônio Motor – Hipertonia e Hiperreflexia O exemplo mais importante é o AVE isquêmico, caracterizado por déficit motor, hemiparesia/hemiplegia, inversão do reflexo cutâneo plantar (Babinski), hipertonia elástica, hiperreflexia profunda, porém com abolição dos reflexos superficiais e presencia de sincinesias. Lesões que afetam a mímica facial têm peculiaridades: nas lesões da via motora central preserva-se a movimentação homo e contralateral do terço superior da face. Já nas lesões do nervo facial, todas as fibras estão agrupadas, comprometendo toda a mímica facial. Carla Bertelli – 5° Período Nas lesões restritas ao corpo do motoneurômio medular, observa-se fraqueza, podendo ocorrer fasciculações,por exemplo, na esclerose lateral amniotrófica Nas lesões medulares há o comprometimento de fibras que conduzem informações de sensibilidade, com distribuição segmentar de importante significado localizatório, da mesma forma que nas lesões localizadas em raízes, plexos ou nervos Unidade Motora – É o conjunto entre o neurônio motor inferior e seu axônio, junção neuromuscular, placa motora e a fibra muscular. As lesões em locais diferentes da unidade motora geralmente ocasionam perda de tônus muscular, paralisia flácida e diminuição ou abolição dos reflexos tendinosos profundos. A síndrome do segundo neurônio motor ou síndrome motora periférica é causada por lesão deste neurônio no corno anterior da medula ou do seu axônio (raiz motora e nervo periférico). É caracterizada por déficit motor, arreflexia profunda e superficial, hipotonia, atrofia muscular. A sintomatologia é ipsilateral à lesão, o tônus muscular é flácido e há comprometimento de todos os tipos de motricidade, incluindo a reflexa, voluntária e automática, quando o quadro é crônico pode apresentar atrofia muscular. As fasciculações são caracterizadas por contrações espontâneas de fibras musculares vistas a olho nu sem gerar movimento de membro. Nas doenças musculares e da junção neuromuscular, os reflexos estão preservados. A pseudo-hipertrofia é uma alteração muscular observadas nas distrofias progressivas, em que os grupos musculares são substituídos por tecido gorduroso em grande quantidade. Nas miopatias o déficit predomina onde há maior volume muscular: nas regiões proximais dos membros Testar movimentos de todos os segmentos e pode ser feita solicitando ao paciente para realizar manobras que permitam gradua-la • ç para membros superiores – Por 2 min, extensão de braços e antebraços e os dedos estendidos em abdução. O paciente deve estar de olhos fechados • para pacientes deitados – Em decúbito dorsal com os antebraços fletidos sobre os braços a 90° e as mãos estendidas com os dedos separados • – Com o paciente em decúbito dorsal, coxas fletidas sobre a bacia a 90°, pernas dispostas horizontalmente, fletidas sobre as coxas, também a 90° e mantida por 2 min. • é – Paciente em decúbito ventral, pernas fletidas sobre as coxas em 90° • (prova da queda de joelho) – Em decúbito dorsal, as coxas fletidas Carla Bertelli – 5° Período discretamente sobre o quadril e as pernas sobre as coxas com os calcanhares sobre a superfície lisa e dura • çã – Decúbito dorsal, pernas fletidas sobre as coxas, mantendo o apoio plantar sobre o leito, de modo que os membros inferiores formem um ângulo de90° com o tronco. No déficit motor em um dos lados, haverá queda do membro em abdução. Tônus e Trofismo Com inspeção, palpação e movimentação ativa e passiva do músculo examinado é possível avaliar o tônus e o trofismo. Tônus é um estado de tensão, pode ser constatado à palpação ou a movimentação passiva. O trofismo, ou massa muscular, é variação da secção transversa do músculo, variação do número de sarcômeros no músculo em paralelo ou série. ô – Correm lesões no SNP ou cerebelo á – O aumento da resistência ao estiramento passivo é maior no início do movimento e diminui gradativamente, lesão no trato piramidal. á (roda denteada) – Síndromes extrapiramidais (Parkinson) – Hipertonia de descerebração, hipertonia de decorticação, tétano (opistótono), caibras. ó ó – Lesão no SNP ou desuso ó – Distrofias musculares Reflexos São classificados em exteroceptivos (superficiais) quando os estímulos atuam em receptores de pele e mucosas, proprioceptivos quando os estímulos atuam ou são originados em músculos, tendões, labirinto e visceropcetivos. – Obtido pela percussão osteotendínea ou fáscia do músculo avaliado, pode estar normal, ausente, diminuídos ou vivos. • Período de Latência: Tempo entre o estímulo e a respostas • Período Refratário: Não há resposta a um estímulo adequado após a provocação do reflexo • Fadiga: Redução/extinção do reflexo por provocação do estímulo repetidamente • Fenômeno de Adição: Estímulo insuficiente que acaba provocando um reflexo • Lei da Localização: Cada reflexo apresenta área específica de excitação e resposta • Hiper-Reflexia: Diminuição do tempo de latência, aumento da amplitude do movimento, obtenção de várias respostas quando da aplicação de um estímulo único, impossibilidade de inibir voluntariamente o reflexo • Clono (reflexo iterativo): Sinal típico de hiper-reflexia, em que o estiramento muscular promove repetidas contrações rítmicas, involuntárias e clônicas esgotáveis ou inesgotáveis dos respectivos músculos. • Reflexos da Face: Os profundos (mentoniano, orbicular dos olhos e orbicular dos lábios) dependem dos pares V e VII e do nível de integração do reflexo que se encontra na ponte • Cutâneo-Abdominal – Estímulo da parede abdominal com espátula leva ao desvio da cicatriz umbilical para o lado estimulado • Cutâneo Plantar – Estimulação plantar leva a flexão dos artelhos e hálux. Se há extensão, é sinal de Babinski O reflexo de Hoffmann (patológico) é o estímulo ungueal da falange distal do dedo médio que causa flexão dos outros dedos da mão significa liberação piramidal nos membros superiores. Reflexo de Tromner é a percussão da superfície palmar da extremidade do dedo médio, acompanhada de flexsão dos 4 últimos dedos e da falange distal do polegar Carla Bertelli – 5° Período Presença de um ou mais movimentos involuntários ou a identificação de rigidez do movimento. Ocorrem principalmente por lesão dos núcleos/gânglios da base, antigamente chamados de sistema extrapiramidal, tem papel importante no início, modulação e controle do movimento e tônus. Podem ocorrer por lesão no cerebelo, tálamo e núcleos do tronco. Tremor – Movimentos rítmicos, oscilantes, resultantes da contração alternada de músculos agonistas e antagonistas (observada no tremor fisiológico exacerbado, tremor essencial e parkinsoniano) Coreia – Movimentos involuntários bruscos, breves, migratórios, explosivos e erráticos, repetindo-se em topografia e intensidade variáveis (coreia de Sydenham, doença de Wilson) Atetose – Movimentos sinuosos lentos em torno de um eixo longo do membro afetado, predominando nas extremidades distais (coreia e distonia) Balismo – Movimentos amplos, bruscos, breves, proximais, semelhantes a chutes e arremessos Mioclonia – Contração involuntária, súbita, breve, choques podendo envolver até a face, tronco extremidades. Tique – Movimentos estereotipados, breves, repetitivos, suprimíveis, possivelmente motores e/ou vocais (síndrome de gilles la Tourette) Distonia – Contração sustentada concomitante de músculos agonistas e antagonistas, levando a abalos lentos, movimento articular mantido e torção ou postura anormal. As várias síndromes que compõe os distúrbios de movimento podem ser divididas em: í é é – Ocorrem no Parkinson. Há pobreza e alentecimento da iniciação e realização dos movimentos voluntários: acinesia/hipocinesia. A redução da amplitude e da velocidade do movimento é denominada bradicinesia. De forma análoga, há micrografia e hipomimia, que é a diminuição da expressão mímica facial (fácies em máscara). O tremor associado é observado predominantemente em repouso (contar moedas). é – Predominam movimentos anormais caracterizando as síndromes coreicas, atetósicas, coreoatetósicas. ç í í é ú Equilíbrio Estático Sinal de Romberg é avaliado com paciente preferencialmente descalço, tornozelos encostados um no outro, braços cruzados na frente do tórax, inicialmente de olhos abertos. Anormalidade é observada na abertura dos olhos, na passada lateral, no afastamento dos pés e dos braços e o modo de oscilação. A queda consistentemente para um dos lados após brevelatência sugere disfunção vestibular homolateral. A queda imediata para qualquer direção sem latência sugere disfunção cordonal posterior, enquanto a dificuldade de juntar os pés, sugere disfunção cerebelar. Equilíbrio Dinâmico Tempo de Levantar e Sentar – Tempo necessário para o paciente se levantar, caminhar o mais rápido possível, por 3m, voltar e sentar-se novamente Walking while talking Teste de Fukuda Carla Bertelli – 5° Período Existem 3 tipos de síndromes cerebelares: axial, apendicular e global. – Ocorrem alterações do equilíbrio, marcha, sinergia tronco-membros, da fala e da motricidade ocular – Dismetria, descomposição dos movimentos, disdiadococinesia e a prova do rechaço de Stewart-Holmes Axial + Apendicular simultâneas = Síndrome Cerebelar Global Alterações Cerebelares axiais o paciente pode apresentar a dança dos tendões. Já nas síndromes cerebelares apendicular, o paciente apresentará ipsilateralmente à lesão, erro de pontaria e/ou decomposição de movimentos e/ou tremor de ação durante manobras de índex-nariz. Sensibilidade Superficial (exteroceptiva), Profunda (proprioceptiva) e visceral. – Redução ou aumento da duração sensorial produzida por um estímulo – Perda da sensação dolorosa – Capacidade de reconhecer símbolos e letras pelo tato No nervo periférico, as fibras que conduzem estímulos dolorosos caminham com fibras motoras, o tato e as sensibilidades superficial e profunda. Na medula separam- se em vias diferentes. Nas vias de Sensibilidade o estímulo chega em receptores específicos para cada via, sobre as quais são responsáveis e dali são levadas pelo primeiro neurônio, situado no gânglio sensitivo, espinhal ou craniano, até a medula do mesmo lado. A sensibilidade superficial relaciona-se com duas vias: espinotalâmica lateral e medial As vias que conduzem dor e temperatura até o corno posterior a medula fazem sinapse e emitem prolongamentos que cruzam a linha média na comissura anterior da medula. Os fascículos grácil e cuneirforme conduzem a sensibilidade profunda. Lesões Periféricas Ocorrem alterações sensitiva no território da sua distribuição, além da perda de sensibilidade e motricidade. Radiculopatias As fibras das raízes nervosas são suscetíveis não só a compressão, mas também a infiltração, isquemia e transceção. O comprometimento pode envolver a Carla Bertelli – 5° Período porção anterior (motora), as raízes posteriores (sensitivas) ou ambas. Nas herniações discais, junto com outros processos degenerativos com hipertrofia das facetas articulares, os osteóficos estão associados a processos compressivos. Ocorre infiltração em casos de invasão neoplásica e no processo inflamatório das raízes. As causas de radiculopatias compressivas mais comuns acometem predominantemente as raízes lombossacrais e cervicais. As radiculopatias torácicas, responsáveis classicamente por dor no dermátomo torácico, correspondente, são associados às radiculopatias diabéticas e ao herpes-zoster. No plexo lombossacro, a raiz L5 é a mais comumente lesada, seguida das raízes S1 e L4. O quadro é de dor na região lombar que irradia para as porções laterais da perna e medial do pé, com fraqueza na realização da dorsiflexão e eversão do pé. Na região cervical a raiz C7 é a mais acometida, seguida por C8, C6 e C5. Dor no pescoço que irradia para a região posterior do antebraço, e alterações da sensibilidade no dedo médio podem ocorrer, além da redução do reflexo triciptal e fraqueza para estender o antebraço. Meningismo é a síndrome com rigidez de nuca sem inflamação meníngea, em infecções sistêmicas. As manobras realizadas na avaliação dos sinais meníngeos promovem tensão sobre as raízes nervosas espinhais inflamadas e hipersensíveis, e os sinais resultantes são posturas e contrações que reduzem a distorção das meninges e das raízes. Rigidez da Nuca – Enrijecimento e espasmo da musculatura do pescoço com dor à flexão e resistência ao movimento. Sinal de Kernig – Com quadril e joelhos flexionados, tenta-se estender passivamente o joelho. Isso levará a dor, resistência e incapacidade de estender integralmente o joelho. Sinal de Brudzinski – Flexiona-se o pescoço contra o tórax e promove a flexão dos quadris e dos joelhos bilateralmente. I – Olfatório – Se originam na região olfatória, atravessa a lâmina crivoide e termina no bulbo olfatório (adjacente ao córtex orbitofrontal), e então continuam como trato olfatório para o córtex olfatório (giro para- hipocampal/sistema límbico). ÚNICA QUE CHEGA AO CÓRTEX SEM PASSAR PELO TÁLAMO. II – Óptico – Se originam na retina, emergem próximo ao polo posterior de cada bulbo ocular, penetrando no crânio pelo canal óptico. Metade das fibras do nervo óptico cruza no quiasma, as fibras da metade temporal de cada retina seguem direto, sem cruzar, enquanto as da metade nasal cruzam para o lado oposto. • Lesões na Retina causam escotomas • Lesões no nervo óptico causam amaurose (quando totais) ou escotomas (quando parciais) • Lesão no quiasma óptico resulta em hemianopsia bitemporal • Lesão do Trato Óptico leva a hemianopsia homônima direta ou esquerda contralateral ao lado lesado Acuidade Visual – Cartão de Snell Camipemetria de Confrontação – O paciente fixa o olhar nos olhos do examinador, fecha-se um dos olhos e pede para o paciente dizer quando consegue observar um objeto que vem da periferia para o centro. Fundo de Olho Carla Bertelli – 5° Período Nervos Oculomotores III, IV e VI • Os nervos III oculomotor, IV troclear e VI abducente; são nervos motores que penetram na órbita pela fissura orbital superior; • Controle das pupilas: apenas o III nervo, na porção parassimpática; é a via eferente do reflexo fotomotor • Movimentação ocular extrínseca III – Inerva os músculos reto superior, reto inferior, reto medial e oblíquo inferior. Sua lesão leva ao desvio ocular complexo, geralmente se associa a estrabismo divergente e a prejuízo da elevação e depressão do olho, além da midríase por perda da inervação parassimpática do esfíncter da pupila e a ptose palpebral IV – Inerva o Oblíquo superior, que faz o abaixamento do olho e a sua incicludução. Quando lesionado o paciente refere diplopia ao olhar para baixo e melhora quando inclina lateralmente a cabeça contralateral a lesão. VI – Inerva o músculo reto lateral, sua lesão leva a estrabismo convergente No córtex cerebral há áreas que controlam o movimento conjugado dos olhos, emitindo fibras que conectam a movimentação do III nervo com o VI contralateral. É importante avaliar a presença de anisocoria em ambiente claro e escuro. Pupilas normais têm de 3 a 5 mm de diâmetro; acima de 5 mm, são ditas midriáticas e, abaixo de 3 mm, mióticas. Lesão donervo óptico (II) leva à perda do reflexo fotomotor direto e preserva o consensual, e lesão do III nervo, à midriase paralítica do lado lesado e perda do reflexo pupilar consensual e direto. Tal alteração é sinal precoce de herniação do úncus do temporal e giro hipocampal sobre esse nervo; V – Trigêmeo – Nervo misto que possui raiz sensitiva e motora. A inervação sensitiva superficial e profunda da face é formada no gânglio trigemilial originando distalmente três ramos: nervo oftálmico, que supre a fronte, face, órbita e nariz; o nervo maxilar que supre a região zigomática e lábio superior: e o nervo mandibular que inerva a pele da boca, lábio inferior e pele da região mandibular. Cada ramo do nervo trigêmeo deixa o crânio por uma abertura diferente: o oftálmico sai através da fissura orbital superior, o maxilar do forame redondo e o mandibular se exterioriza através do forame oval. A inervação motora é responsável pela motricidade mastigatória do músculo tensor da corda do tímpano. Seus núcleos sensitivo e motor estendem-se ao longodo tronco cerebral. Pesquisa-se o funcionamento do trigêmeo pedindo ao paciente que abra e feche a boca e morda uma espátula. Quando há lesão, é mais fácil tirá- la do lado lesado. Em lesões bilaterais, a mandibula cai pela ação da gravidade; em lesões L unilaterais, a boca, aberta, desvia para o lado lesado, pela ação do músculo pterigóideo normal. Lesões do trigêmeo causam disartria Carla Bertelli – 5° Período leve. O reflexo (corneano) corneopalpebral é feito por meio de uma estimulação da córnea com algodão, que leva ao fechamento das pálpebras pelo músculo orbicular dos olhos (integração do reflexo no tronco cerebral, aferência sensitiva pelo V nervo, eferência motora pelo VII nervo) VII – Nervo Facial – Origina-se no tronco encefálico por uma raiz que carrega fibras motoras e um nervo intermediário que leva fibras sensitivas e viscerais. As duas divisões deixam a cavidade craniana através do meato acústico interno e depois seguem pelo canal facial. Nele elas se juntam, formando o nervo facial propriamente dito e, juntas, deixam o crânio através do forame estilomastóideo. Nas paralisias periféricas, toda a metade facial fica comprometida quanto à motricidade e, nas lesões ditas centrais, ocorre paralisia do terço inferior da face, já que o terço superior recebe inervação bilateral das fibras corticais, sem perda de sua movimentação. Lesões do nervo facial causam distúrbio de fonação, com dificuldades com fonemas labiais; VIII – Nervo Vestibulococlear – Nervo sensitivo. O componente vestibular conduz impulsos nervosos relacionados ao equilíbrio e o coclear, impulsos auditivos da cóclea. O VIII NC entra no crânio junto com o NC Vi, através do meato acústico interno. A hipoacusia por lesão periférica pode ser de condução ou neurossensorial. Na primeira, o som não é transmitido da cóclea para o nervo (perfuração do tímpano, cerume, otosclerose); na segunda, o som que chega à cóclea não é percebido ou transmitido pelo nervo coclear. Um diapasão com 1.024 ou 512 Hz pode ser usado para diferenciá-las. Na prova de Rinne, na lesão neurossensorial, o diapasão colocado na mastoide não melhora a percepção do som. Contudo, na hipoacusia de cadução, a percepção do som é melhor com o diapasão na mastoide. Na prova de Weber, ele é colocado na linha média; na hipoacusia de condução, o lado lesado funciona como uma caixa de amplificação do som, sendo este lateralizado para a região anormal. Já na hipoacusia neurossensorial, a escuta é melhor no lado normal do que no lado lesado IX e X IX nervo (glossofaríngeo) origina-se do tronco encefálico e deixa o crânio através do forame jugular. Inerva a porção posterior da língua, faringe, úvula, tonsila, seio carotídeo, além da parótida; X nervo (vago) origina-se no bulbo e deixa o crânio através do forame jugular desde pescoço até o abdome; •» O nervo vago tem um gânglio superior, que é responsável pela função sensorial geral, e um inferior, que dá origem a fibras sensoriais especiais e viscerais. O NCX tem como funções a secreção glandular, fonação, gustação, sensação visceral e geral da cabeça, tórax e abdome; •• A pesquisa clínica é feita pelo reflexo do vômito (nauseoso), com estimulacão por espátula da parede posterior da orofaringe, sem sensação de vômito na lesão dos nervos IX e X. Deve ser considerado diante de outros achados e está alterado nas seguintes situações lesões supranucleares (processos difusos - ambos os hemisférios) e lesões que afetam os núcleos bulbares (demais nervos cranianos - sindromes bulbares). O IX nervo também é responsável pela gustação do terço posterior da lingua. O reflexo palatino é a elevação do palato com a estimulação da úvula e do palato mole. Nas lesões unilaterais, ambos estão desviados para o lado normal (sinal "da cortina" XI nervo craniano (acessório): origina-se do tronco encefálico e da medula espinhal. Ele sai do crânio através do forame jugular e permite a fonação, inervação de vísceras torácicas e movimentos da cabeça e dos ombros através da inervação dos músculos trapézio e esternocleidomastóideo. O nervo espinal apresenta dois núcleos: bulbar (músculo da laringe) e medular (músculo esternocleidomastóideo e porção superior do trapézio). O comprometimento do acessório determina a atrofia do músculo esternocleidomastóideo e da porção superior do trapézio. A lesão do ramo interno (espinal) inerva os músculos da laringe - confunde-se com o comprometi pento do vago, produzindo alteração da fonação e da respiração; Carla Bertelli – 5° Período XII nervo craniano (hipoglosso): origina-se no bulbo em sua porção mediana e deixa o crânio através do forame hipoglosso. O exame deve ser feito inicialmente com a lingua em repouso no interior da cavidade oral. observando-se a existência de desvios, atrofias ou fasciculações. /n situ, é repuxada para o lado são. Inspeção dinâmica, mediante exteriorização da língua, e execução de diversos movimentos exteriorizada, a lingua sofre desvio para o ledo da lesão Com efeito, a ação de cada músculo genioglosso consiste em exteriorizar a lingua e desviá-la para o lado oposto. O paciente não consegue fazer saliência com a lingua na bochecha e há dificuldade para articular consoantes linguais, como 't°’
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