Buscar

Resenha de Sociologia Jurídica

Prévia do material em texto

INSTITUTO BLUMENAUENSE DE ENSINO SUPERIOR
CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS
CURSO DE DIREITO
SOCIOLOGIA JURÍDICA
Gabriela Neumann
RESENHA SOBRE O ARTIGO MARCO LEGAL DA PRIMEIRA INFÂNCIA: PRIMEIRAS IMPRESSÕES SOBRE A LEI Nº 13.257/2016
BLUMENAU
2017
O artigo “Marco Legal da Primeira Infância: Primeiras Impressões sobre a Lei nº 13.257/2016” de Leonardo Alves de Oliveira, Pós-Graduando em Direito Administrativo e Direito Constitucional, Servidor Público do Tribunal de Justiça do Estado do Mato Grosso, Assessor de Gabinete da 1ª Vara da Família e Sucessões de Rondonópolis – MT, busca analisar os principais dispositivos legais e princípios, além das diretrizes e políticas públicas traçadas em benefício das crianças de zero aos seis anos, idade definida pela lei da primeira infância.
Segundo o autor, a referida lei foi aprovada no início de 2016 e traz esperança de uma melhora gradativa para o Brasil com o passar dos próximos anos. Possui um diploma legal pequeno mas que dispõe sobre matéria de grande relevância, reafirmando e fortalecendo o princípio basilar do superior interesse da criança disciplinado pelo Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) desde 1990. A Lei nº 13.257/2016 dispõe sobre as políticas públicas para a primeira infância e faz alterações significativas para o ordenamento jurídico, refletindo principalmente no ECA.
No desenvolvimento do artigo, o autor define o período denominado como a primeira infância conforme art. 2º da lei supracitada e discorre sobre pesquisas na qual esta faixa etária é a que ocorre a maior formação das capacidades cognitivas e o desenvolvimento das ligações entre neurônios, de habilidade motoras e adaptativas, de linguagem e de aspectos socioemocionais, motivo pela qual a lei vem para traçar cuidados mais rigorosos com os infantes nesse período.
Neste sentido, o Estado deve estar ciente de que utilizar recursos com a primeira infância se trata de um investimento, pois, quanto maior o enfoque em políticas públicas, familiares e projetos educacionais, menores são as chances de futuros infratores, indigentes, reduzindo de forma significativa o gasto público futuro para resolver estas questões.
É visível que o Estado tardou em iniciar processos de políticas públicas em favor das crianças com escopo de lhes preparar para a vida e sempre tendencioso a ter privilégios residuais deixando o cuidado destes exclusivamente a cargos dos seus genitores. A lei reafirma o que já era estabelecido pelo ECA e outros diplomas legais, e organiza e direciona as medidas a serem tomadas para privilegiar quem está na primeira infância.
As políticas públicas deverão ser articuladas com as instituições de formação profissional, visando as caracterísiticas e as necessidades das crianças, e a formação de profissionais qualificados para possibilitar a expansão com qualidade dos serviços.
A lei aduz que as políticas públicas serão elaboradas e executadas no sentido de atender ao interesse superior da criança e à sua condição de sujeito de direitos, incluindo a participação da criança na definição das ações em conformidade com suas características etárias e de desenvolvimento, bem como respeitando a individualidade e os ritmos de desenvolvimento, valorizando a diversidade da infância brasileira, as diferenças sociais e culturais, entre outras medidas.
A norma constitui áreas prioritárias para as políticas públicas para a primeira infância a saúde, a alimentação e a nutrição, a educação infantil, a convivência familiar e comunitária, a assistência social à família da criança, a cultura, o brincar e o lazer, o espaço e o meio ambiente, assim como a proteção contra toda forma de violência, a prevenção de acidentes e a adoção de medidas que evitem a exposição precoce à comunicação mercadológica. Percebe-se que a lei traz especificidades para a infância no sentido de dar maior guarida aos infantes insertos na primeira idade buscando aprimorar seu desenvolvimento pessoal, intelectual e sadio.
Uma das principais alterações legais foi a extensão da licença-paternidade para empregados de empresas cadastradas no Programa Empresa Cidadã, podendo os pais gozar da licença por mais 15 dias além dos 5 dias já previstos constitucionalmente, o que será também aplicado à adoção ou situação de obtenção de guarda de menor para fins de adoção. Além de um direito ao pai, ao mesmo tempo tem como pano de fundo a garantia à propria criança que necessita dos cuidados de sua família.
Estes dispositivos deram forma e conteúdo a uma questão sensível no País. O futuro dos cidadãos dependem de forma significativa do que ocorre no período da primeira infância, do meio em que vive, das pessoas com quem convive, da atenção recebida pela família, da sociedade e do Estado, ou seja, de como a criança se desenvolve durante os seus primeiros 6 anos de vida. Desta forma, o legislador com vistas ao cenário e às gerações futuras, editou o diploma que direciona o País a adotar maiores políticas públicas em favor da criança, privilegiando seu desenvolvimento e sua preparação para a vida.
Como sabemos, uma sociedade melhor é construída com investimento em educação, assim, deve-se apostar justamente na primeira infância, pois como visto, é o principal momento de desenvolvimento do infante. Entretanto, a lei não pode ficar só no papel e para isso, é necessário a união de todos os orgãos responsáveis como também a sociedade para que os dispositivos sejam cumpridos a o interesse superior da criança seja respeitado como manda o princípio constitucional.
REFERÊNCIA
OLIVEIRA, Leonardo Alves de. Marco Legal da Primeira Infância: Primeiras Impressões sobre a Lei nº 13.257/2016. Revista Assunto Especial – Doutrina. Ago/Set 2016. Disponível em: <http://www.tjpa.jus.br/CMSPortal/VisualizarArquivo?idArquivo=303911> Acesso em: 25/06/2017.

Continue navegando