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1 
 
 
 
 
 
 
 
Prefeitura de Marília-SP 
Professor de EMEI 
 
 
Constituição Federal de 1988: artigos 208 a 214. ................................................................ 1 
Lei Federal n.º 8.069/90 – ECA: artigos 1º a 6º, 15 a 18-B, 53 a 59 e 131 a 137. ................ 8 
Lei Federal n.º 9.394/96 – Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. .......... 86 
Resolução CNE/CEB n.º 5/09 e Parecer CNE/CEB n.º 20/2009 – Diretrizes Curriculares 
Nacionais para a Educação Infantil. ..................................................................................... 114 
Base Nacional Comum Curricular (BNCC): Introdução (p. 7 – 21); A Etapa da Educação 
Infantil (p. 35 – 55). Disponível em: 
http://basenacionalcomum.mec.gov.br/images/BNCC_EI_EF_110518_versaofinal_site.pdf 133 
Lei Complementar Municipal nº 680, de 28/06/2013 – Código de Ética dos Servidores do 
Município do Marília. ............................................................................................................ 154 
 
 
 
 
 
Olá Concurseiro, tudo bem? 
 
Sabemos que estudar para concurso público não é tarefa fácil, mas acreditamos na sua 
dedicação e por isso elaboramos nossa apostila com todo cuidado e nos exatos termos do 
edital, para que você não estude assuntos desnecessários e nem perca tempo buscando 
conteúdos faltantes. Somando sua dedicação aos nossos cuidados, esperamos que você 
tenha uma ótima experiência de estudo e que consiga a tão almejada aprovação. 
 
Pensando em auxiliar seus estudos e aprimorar nosso material, disponibilizamos o e-mail 
professores@maxieduca.com.br para que possa mandar suas dúvidas, sugestões ou 
questionamentos sobre o conteúdo da apostila. Todos e-mails que chegam até nós, passam 
por uma triagem e são direcionados aos tutores da matéria em questão. Para o maior 
aproveitamento do Sistema de Atendimento ao Concurseiro (SAC) liste os seguintes itens: 
 
01. Apostila (concurso e cargo); 
02. Disciplina (matéria); 
03. Número da página onde se encontra a dúvida; e 
04. Qual a dúvida. 
 
Caso existam dúvidas em disciplinas diferentes, por favor, encaminhar em e-mails separados, 
pois facilita e agiliza o processo de envio para o tutor responsável, lembrando que teremos até 
cinco dias úteis para respondê-lo (a). 
 
Não esqueça de mandar um feedback e nos contar quando for aprovado! 
 
Bons estudos e conte sempre conosco! 
1652170 E-book gerado especialmente para UELINTON DANIEL DE SOUZA GOMES
 
1 
 
 
 
Da Educação, da Cultura e do Desporto 
 
Da educação 
A educação é direito de todos e dever do Estado e da família, devendo ser promovida e incentivada 
com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o 
exercício e sua qualificação para o trabalho. 
Há se chamar atenção ao fato de que a Constituição torna a família compromissária para com o direito 
social à educação. Nenhuma política governamental que seja estabelecida para diminuir a evasão escolar 
será profícua se não contar com o auxílio da família e da sociedade. 
 
Princípios que movem o ensino 
O art. 206 da Constituição dispõe que o ensino será ministrado com base nos seguintes princípios: 
a) Igualdade de condições para o acesso e permanência na escola (inciso I); 
É concretizado, dentre outras, pela norma que assegura o acesso aos níveis mais elevados do ensino, 
da pesquisa e da criação artística, segundo a capacidade de cada um (CF, art. 208, V). Neste dispositivo 
está implícito o critério republicano do mérito, segundo o qual as pessoas devem ser recompensadas de 
acordo com o seu esforço e aperfeiçoamento. 
 
b) Liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte e o saber (inciso 
II); 
A liberdade de aprender é concretizada em diversos dispositivos, dentre eles, os que impõem a 
garantia de padrão de qualidade (CF, art. 206, VII), a adoção de ações que conduzam à melhoria da 
qualidade do ensino (CF, art. 214, III) e a fixação de conteúdos mínimos para o ensino fundamental, de 
maneira a assegurar formação básica comum e respeito aos valores culturais e artísticos, nacionais e 
regionais (CF, art. 210). Outrossim, a Constituição estabelece que o ensino religioso, de matrícula 
facultativa, constituirá disciplina dos horários normais das escolas públicas de ensino fundamental (CF, 
art. 210, § 1.°). Quanto ao conteúdo a ser ministrado, o ensino religioso pode ser de três espécies: I) 
confessional, quando transmite os princípios e dogmas de uma determinada religião; II) interconfessional, 
no qual são ensinados os princípios comuns às várias religiões; e, III) não confessional, quando voltado 
a uma visão expositiva das diversas religiões. A Lei de Diretrizes e Bases da Educação (Lei 9.394/1996) 
determinava que o ensino religioso seria oferecido nas escolas públicas em caráter confessional ou 
interconfessional. Com a nova redação dada pela Lei 9.475, de 22.07.1997, ficou estabelecido que os 
conteúdos do ensino religioso serão definidos após os sistemas de ensino ouvirem a entidade civil, 
constituída pelas diferentes denominações religiosas (art. 33, § 2.°), devendo ser assegurado o respeito 
à diversidade cultural religiosa do Brasil e vedadas quaisquer formas de proselitismo (LDB, art. 33). 
Considerando o disposto na LDB e a laicidade do Estado brasileiro (CF, art. 19), é lícito concluir que o 
conteúdo do ensino religioso a ser ministrado nas escolas públicas e definido pelos sistemas de ensino 
não mais poderá ser do tipo confessional, mas apenas interconfessional ou não confessional. 
A liberdade de ensinar tem como destinatários os que devem ofertar o ensino, sendo limitada pelas 
normas gerais que regem a educação. Este subprincípio se aplica não apenas à instituições públicas, 
mas também à iniciativa privada, a qual depende de autorização do Poder Público e se submete às 
normas gerais da educação nacional e à avaliação de qualidade (CF, art. 209). Às universidades também 
foi assegurada autonomia didático-científica, além da administrativa e de gestão financeira e patrimonial 
(CF, art. 207). 
 
c) Pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas, e coexistência de instituições públicas 
e privadas de ensino (inciso III); 
Este princípio assegura a diversidade de ideias e de concepções pedagógicas, e coexistência de 
instituições públicas e privadas de ensino. As definições das linhas pedagógicas a serem adotadas nas 
escolas devem contar com a participação e interferência da sociedade, não podendo “o ensino regular 
ser ambiente para imposição de concepção pedagógica dos governantes de época”. 
 
 
 
Constituição Federal de 1988: artigos 208 a 214. 
 
1652170 E-book gerado especialmente para UELINTON DANIEL DE SOUZA GOMES
 
2 
 
d) Gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais (inciso IV); 
Vem sendo consagrada no âmbito constitucional, com abrangência maior ou menor, desde o advento 
da primeira Constituição brasileira (1824). Como decorrência dessa imposição constitucional, o STF 
sumulou o entendimento de que “a cobrança de taxa de matrícula nas universidades públicas viola o 
disposto no art. 206, IV, da Constituição Federal” (Súmula Vinculante 12/ STF). 
Apesar de elencada na Constituição de 1988 como um princípio, a rigor esta norma possui a estrutura 
de regra a ser aplicada na medida exata de sua prescrição (mandamento de definição). A gratuidade 
também está assegurada, em outra regra expressa, para a educação básica, obrigatória e gratuita dos 4 
aos 17 anos de idade, assegurada inclusive sua oferta gratuita para todos os que a ela não tiveram acesso 
na idade própria (CF, art. 208, I). 
 
e) Valorização dos profissionais da educação escolar, garantidos, na forma da lei, planos de 
carreira, com ingresso exclusivamente por concurso público de provas e títulos, aos das redes 
públicas (inciso V); 
O princípio da valorização impõe o investimento nos profissionais que atuam no setor, mediante o 
reconhecimento social e econômico compatível coma relevância da missão que desempenha enquanto 
formador de pessoas e opiniões. A Lei 9.424/1996, que dispõe sobre o Fundo de Manutenção e 
Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério, impôs aos Estados, Distrito 
Federal e Municípios o dever de criar um novo Plano de Carreira e Remuneração do Magistério, de modo 
a assegurar a remuneração condigna dos professores do ensino fundamental público, em efetivo 
exercício no magistério; o estímulo ao trabalho em sala de aula; e a melhoria da qualidade do ensino (art. 
9.°). 
 
f) Gestão democrática do ensino público, na forma da lei (inciso VI); 
Este princípio, enquanto concretização do princípio da democracia participativa (CF, art. 1.°, parágrafo 
único),4 reforça o princípio do pluralismo. A LDB estabelece que os sistemas de ensino definirão as 
normas da gestão democrática do ensino público na educação básica, de acordo com as suas 
peculiaridades e conforme os seguintes princípios: I) participação dos profissionais da educação na 
elaboração do projeto pedagógico da escola; e II) participação das comunidades escolar e local em 
conselhos escolares ou equivalentes (Lei 9.434/96, art. 14) 
Ademais, há se lembrar que o ensino é livre à iniciativa privada, desde que cumpridas as normas gerais 
da educação nacional, sujeitando-se à autorização e avaliação de qualidade pelo Poder Público. 
Também, o ensino religioso, de matrícula facultativa, constituirá disciplina dos horários normais das 
escolas públicas de ensino fundamental. 
Por fim, o ensino fundamental regular será ministrado em língua portuguesa, assegurada às 
comunidades indígenas também a utilização de suas línguas maternas e processos próprios de 
aprendizagem. 
 
g) Garantia de padrão de qualidade (inciso VII); 
 
h) Piso salarial profissional nacional para os profissionais da educação escolar pública, nos 
termos de lei federal (inciso VIII). 
Foi estabelecido pela Lei 11.738, de 16 de julho de 2008. Para que haja uma harmonização com o 
princípio da valorização dos profissionais da educação escolar pública, o valor fixado deve ser compatível 
com a relevância da função desempenhada. 
 
Ademais, há se lembrar que o ensino é livre à iniciativa privada, desde que cumpridas as normas gerais 
da educação nacional, sujeitando-se à autorização e avaliação de qualidade pelo Poder Público. 
Também, o ensino religioso, de matrícula facultativa, constituirá disciplina dos horários normais das 
escolas públicas de ensino fundamental. 
Por fim, o ensino fundamental regular será ministrado em língua portuguesa, assegurada às 
comunidades indígenas também a utilização de suas línguas maternas e processos próprios de 
aprendizagem. 
 
Dever do Estado com a educação 
Conforme o previsto no art. 208, da CF/88, o dever do Estado com a educação será efetivado mediante 
a garantia de: 
a) Educação básica obrigatória e gratuita dos quatro aos dezessete anos de idade, assegurada 
inclusive sua oferta gratuita para todos os que a ela não tiveram acesso na idade própria (inciso I). Neste 
1652170 E-book gerado especialmente para UELINTON DANIEL DE SOUZA GOMES
 
3 
 
diapasão, a Lei nº 12.796/13 alterou a Lei nº 9.394/96 - Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional 
- para, dentre outros, fazer constar em seu art. 4º que o dever do Estado com a educação escolar pública 
será efetivado mediante a garantia de educação básica obrigatória e gratuita dos quatro aos dezessete 
anos (inciso I), organizada na forma escalonada de pré-escola (alínea “a”), ensino fundamental (alínea 
“b”) e ensino médio (alínea “c”). Tal preceito nada mais fez que regulamentar o inciso I, do art. 208, CF, 
com redação atual dada pela Emenda Constitucional nº 59/2009; 
b) Progressiva universalização do ensino médio gratuito (inciso II); 
c) Atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência, preferencialmente na rede 
regular de ensino (inciso III); 
d) Educação infantil, em creche e pré-escola, às crianças até cinco anos de idade (inciso IV); 
e) Acesso aos níveis mais elevados do ensino, da pesquisa e da criação artística, segundo a 
capacidade de cada um (inciso V); 
f) Oferta de ensino noturno regular, adequado às condições do educando (inciso VI); 
g) Atendimento ao educando, em todas as etapas da educação básica, por meio de programas 
suplementares de material didático-escolar, transporte, alimentação e assistência à saúde (inciso VII). 
O acesso ao ensino obrigatório e gratuito é direito público subjetivo. Isto significa que pode um cidadão 
cobrar do Estado o direito ao ensino gratuito (inclusive judicialmente), já que se trata de uma garantia que 
lhe é pré-estabelecida pelo parágrafo primeiro, do art. 208, da Constituição. Isso tanto é verdade que o 
não-oferecimento do ensino obrigatório pelo Poder Público, ou sua oferta irregular, importa 
responsabilidade da autoridade competente (art. 208, §2º, CF). 
 
Universidades 
Conforme o art. 207, da CF/88, as universidades gozam de autonomia didático-científica, 
administrativa e de gestão financeira e patrimonial, e obedecerão ao “Princípio de indissociabilidade entre 
ensino, pesquisa e extensão”. 
É facultado às universidades admitir professores, técnicos e cientistas estrangeiros, na forma da lei. 
Tais disposições também se aplicam às instituições de pesquisa científica e tecnológica. 
 
Súmula 570 do STJ: Compete à Justiça Federal o processo e julgamento de demanda em que se 
discute a ausência de ou o obstáculo ao credenciamento de instituição particular de ensino superior 
no Ministério da Educação como condição de expedição de diploma de ensino a distância aos 
estudantes. 
Súmula 595 do STJ: As instituições de ensino superior respondem objetivamente pelos danos 
suportados pelo aluno/consumidor pela realização de curso não reconhecido pelo Ministério da 
Educação, sobre o qual não lhe tenha sido dada prévia e adequada informação. 
 
Plano Nacional de Educação 
A Lei (trata-se do diploma normativo de nº 13.005, de 25 de junho de 2014) estabelecerá o plano 
nacional de educação, de duração decenal, com o objetivo de articular o sistema nacional de educação 
em regime de colaboração e definir diretrizes, objetivos, metas e estratégias de implementação para 
assegurar a manutenção e desenvolvimento do ensino em seus diversos níveis, etapas e modalidades 
por meio de ações integradas dos Poderes Públicos das diferentes esferas federativas que conduzam a 
(art. 214, CF): 
a) Erradicação do analfabetismo (inciso I); 
b) Universalização do atendimento escolar (inciso II); 
c) Melhoria da qualidade do ensino (inciso III); 
d) Formação para o trabalho (inciso IV); 
e) Promoção humanística, científica e tecnológica do país (inciso V). 
f) Estabelecimento de meta de aplicação de recursos públicos em educação como proporção do 
produto interno bruto (inciso VI). 
 
 
 
 
 
 
 
 
1652170 E-book gerado especialmente para UELINTON DANIEL DE SOUZA GOMES
 
4 
 
Dispositivos Constitucionais a respeito do assunto 
 
CAPÍTULO III 
DA EDUCAÇÃO, DA CULTURA E DO DESPORTO 
SEÇÃO I 
DA EDUCAÇÃO 
 
Art. 205. A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada 
com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o 
exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho. 
 
Art. 206. O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios: 
I - igualdade de condições para o acesso e permanência na escola; 
II - liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte e o saber; 
III - pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas, e coexistência de instituições públicas e 
privadas de ensino; 
IV - gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais; 
V - valorização dos profissionais da educação escolar, garantidos, na forma da lei, planos de carreira, 
com ingresso exclusivamente por concurso público de provas e títulos, aos das redes públicas; 
VI - gestão democrática do ensino público, naforma da lei; 
VII - garantia de padrão de qualidade. 
VIII - piso salarial profissional nacional para os profissionais da educação escolar pública, nos termos 
de lei federal. 
IX - garantia do direito à educação e à aprendizagem ao longo da vida.(Incluído pela Emenda 
Constitucional nº 108, de 2020) 
Parágrafo único. A lei disporá sobre as categorias de trabalhadores considerados profissionais da 
educação básica e sobre a fixação de prazo para a elaboração ou adequação de seus planos de carreira, 
no âmbito da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. 
 
Art. 207. As universidades gozam de autonomia didático-científica, administrativa e de gestão 
financeira e patrimonial, e obedecerão ao princípio de indissociabilidade entre ensino, pesquisa e 
extensão. 
§ 1º É facultado às universidades admitir professores, técnicos e cientistas estrangeiros, na forma da 
lei. 
§ 2º O disposto neste artigo aplica-se às instituições de pesquisa científica e tecnológica. 
 
Art. 208. O dever do Estado com a educação será efetivado mediante a garantia de: 
I - educação básica obrigatória e gratuita dos 4 (quatro) aos 17 (dezessete) anos de idade, assegurada 
inclusive sua oferta gratuita para todos os que a ela não tiveram acesso na idade própria; 
II - progressiva universalização do ensino médio gratuito; 
III - atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência, preferencialmente na rede 
regular de ensino; 
IV - educação infantil, em creche e pré-escola, às crianças até 5 (cinco) anos de idade; 
V - acesso aos níveis mais elevados do ensino, da pesquisa e da criação artística, segundo a 
capacidade de cada um; 
VI - oferta de ensino noturno regular, adequado às condições do educando; 
VII - atendimento ao educando, em todas as etapas da educação básica, por meio de programas 
suplementares de material didático-escolar, transporte, alimentação e assistência à saúde. 
§ 1º - O acesso ao ensino obrigatório e gratuito é direito público subjetivo. 
§ 2º - O não-oferecimento do ensino obrigatório pelo Poder Público, ou sua oferta irregular, importa 
responsabilidade da autoridade competente. 
§ 3º - Compete ao Poder Público recensear os educandos no ensino fundamental, fazer-lhes a 
chamada e zelar, junto aos pais ou responsáveis, pela frequência à escola. 
 
Art. 209. O ensino é livre à iniciativa privada, atendidas as seguintes condições: 
I - cumprimento das normas gerais da educação nacional; 
II - autorização e avaliação de qualidade pelo Poder Público. 
 
1652170 E-book gerado especialmente para UELINTON DANIEL DE SOUZA GOMES
 
5 
 
Art. 210. Serão fixados conteúdos mínimos para o ensino fundamental, de maneira a assegurar 
formação básica comum e respeito aos valores culturais e artísticos, nacionais e regionais. 
§ 1º - O ensino religioso, de matrícula facultativa, constituirá disciplina dos horários normais das 
escolas públicas de ensino fundamental. 
§ 2º - O ensino fundamental regular será ministrado em língua portuguesa, assegurada às 
comunidades indígenas também a utilização de suas línguas maternas e processos próprios de 
aprendizagem. 
 
Art. 211. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios organizarão em regime de colaboração 
seus sistemas de ensino. 
§ 1º A União organizará o sistema federal de ensino e o dos Territórios, financiará as instituições de 
ensino públicas federais e exercerá, em matéria educacional, função redistributiva e supletiva, de forma 
a garantir equalização de oportunidades educacionais e padrão mínimo de qualidade do ensino mediante 
assistência técnica e financeira aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios; 
§ 2º Os Municípios atuarão prioritariamente no ensino fundamental e na educação infantil. 
§ 3º Os Estados e o Distrito Federal atuarão prioritariamente no ensino fundamental e médio. 
§ 4º Na organização de seus sistemas de ensino, a União, os Estados, o Distrito Federal e os 
Municípios definirão formas de colaboração, de forma a assegurar a universalização, a qualidade e a 
equidade do ensino obrigatório. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 108, de 2020) 
§ 5º A educação básica pública atenderá prioritariamente ao ensino regular. 
§ 6º A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios exercerão ação redistributiva em relação 
a suas escolas. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 108, de 2020) 
§ 7º O padrão mínimo de qualidade de que trata o § 1º deste artigo considerará as condições 
adequadas de oferta e terá como referência o Custo Aluno Qualidade (CAQ), pactuados em regime de 
colaboração na forma disposta em lei complementar, conforme o parágrafo único do art. 23 desta 
Constituição. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 108, de 2020) 
 
Art. 212. A União aplicará, anualmente, nunca menos de dezoito, e os Estados, o Distrito Federal e os 
Municípios vinte e cinco por cento, no mínimo, da receita resultante de impostos, compreendida a 
proveniente de transferências, na manutenção e desenvolvimento do ensino. 
§ 1º - A parcela da arrecadação de impostos transferida pela União aos Estados, ao Distrito Federal e 
aos Municípios, ou pelos Estados aos respectivos Municípios, não é considerada, para efeito do cálculo 
previsto neste artigo, receita do governo que a transferir. 
§ 2º - Para efeito do cumprimento do disposto no "caput" deste artigo, serão considerados os sistemas 
de ensino federal, estadual e municipal e os recursos aplicados na forma do art. 213. 
§ 3º A distribuição dos recursos públicos assegurará prioridade ao atendimento das necessidades do 
ensino obrigatório, no que se refere a universalização, garantia de padrão de qualidade e equidade, nos 
termos do plano nacional de educação. 
§ 4º - Os programas suplementares de alimentação e assistência à saúde previstos no art. 208, VII, 
serão financiados com recursos provenientes de contribuições sociais e outros recursos orçamentários. 
§ 5º A educação básica pública terá como fonte adicional de financiamento a contribuição social do 
salário-educação, recolhida pelas empresas na forma da lei. 
§ 6º As cotas estaduais e municipais da arrecadação da contribuição social do salário-educação serão 
distribuídas proporcionalmente ao número de alunos matriculados na educação básica nas respectivas 
redes públicas de ensino. 
§ 7º É vedado o uso dos recursos referidos no caput e nos §§ 5º e 6º deste artigo para pagamento de 
aposentadorias e de pensões. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 108, de 2020) 
§ 8º Na hipótese de extinção ou de substituição de impostos, serão redefinidos os percentuais referidos 
no caput deste artigo e no inciso II do caput do art. 212-A, de modo que resultem recursos vinculados à 
manutenção e ao desenvolvimento do ensino, bem como os recursos subvinculados aos fundos de que 
trata o art. 212-A desta Constituição, em aplicações equivalentes às anteriormente praticadas. (Incluído 
pela Emenda Constitucional nº 108, de 2020) 
§ 9º A lei disporá sobre normas de fiscalização, de avaliação e de controle das despesas com educação 
nas esferas estadual, distrital e municipal. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 108, de 2020) 
 
Art. 212-A. Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios destinarão parte dos recursos a que se 
refere o caput do art. 212 desta Constituição à manutenção e ao desenvolvimento do ensino na educação 
básica e à remuneração condigna de seus profissionais, respeitadas as seguintes disposições: (Incluído 
pela Emenda Constitucional nº 108, de 2020) 
1652170 E-book gerado especialmente para UELINTON DANIEL DE SOUZA GOMES
 
6 
 
I - a distribuição dos recursos e de responsabilidades entre o Distrito Federal, os Estados e seus 
Municípios é assegurada mediante a instituição, no âmbito de cada Estado e do Distrito Federal, de um 
Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da 
Educação (Fundeb), de natureza contábil; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 108, de 2020) 
II- os fundos referidos no inciso I do caput deste artigo serão constituídos por 20% (vinte por cento) 
dos recursos a que se referem os incisos I, II e III do caput do art. 155, o inciso II do caput do art. 157, os 
incisos II, III e IV do caput do art. 158 e as alíneas "a" e "b" do inciso I e o inciso II do caput do art. 159 
desta Constituição; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 108, de 2020) 
III - os recursos referidos no inciso II do caput deste artigo serão distribuídos entre cada Estado e seus 
Municípios, proporcionalmente ao número de alunos das diversas etapas e modalidades da educação 
básica presencial matriculados nas respectivas redes, nos âmbitos de atuação prioritária, conforme 
estabelecido nos §§ 2º e 3º do art. 211 desta Constituição, observadas as ponderações referidas na alínea 
"a" do inciso X do caput e no § 2º deste artigo; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 108, de 2020) 
IV - a União complementará os recursos dos fundos a que se refere o inciso II do caput deste artigo; 
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 108, de 2020) 
V - a complementação da União será equivalente a, no mínimo, 23% (vinte e três por cento) do total 
de recursos a que se refere o inciso II do caput deste artigo, distribuída da seguinte forma:(Incluído pela 
Emenda Constitucional nº 108, de 2020) 
a) 10 (dez) pontos percentuais no âmbito de cada Estado e do Distrito Federal, sempre que o valor 
anual por aluno (VAAF), nos termos do inciso III do caput deste artigo, não alcançar o mínimo definido 
nacionalmente; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 108, de 2020) 
b) no mínimo, 10,5 (dez inteiros e cinco décimos) pontos percentuais em cada rede pública de ensino 
municipal, estadual ou distrital, sempre que o valor anual total por aluno (VAAT), referido no inciso VI do 
caput deste artigo, não alcançar o mínimo definido nacionalmente; (Incluído pela Emenda Constitucional 
nº 108, de 2020) 
c) 2,5 (dois inteiros e cinco décimos) pontos percentuais nas redes públicas que, cumpridas 
condicionalidades de melhoria de gestão previstas em lei, alcançarem evolução de indicadores a serem 
definidos, de atendimento e melhoria da aprendizagem com redução das desigualdades, nos termos do 
sistema nacional de avaliação da educação básica;(Incluído pela Emenda Constitucional nº 108, de 2020) 
VI - o VAAT será calculado, na forma da lei de que trata o inciso X do caput deste artigo, com base 
nos recursos a que se refere o inciso II do caput deste artigo, acrescidos de outras receitas e de 
transferências vinculadas à educação, observado o disposto no § 1º e consideradas as matrículas nos 
termos do inciso III do caput deste artigo; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 108, de 2020) 
VII - os recursos de que tratam os incisos II e IV do caput deste artigo serão aplicados pelos Estados 
e pelos Municípios exclusivamente nos respectivos âmbitos de atuação prioritária, conforme estabelecido 
nos §§ 2º e 3º do art. 211 desta Constituição; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 108, de 2020) 
VIII - a vinculação de recursos à manutenção e ao desenvolvimento do ensino estabelecida no art. 212 
desta Constituição suportará, no máximo, 30% (trinta por cento) da complementação da União, 
considerados para os fins deste inciso os valores previstos no inciso V do caput deste artigo; (Incluído 
pela Emenda Constitucional nº 108, de 2020) 
IX - o disposto no caput do art. 160 desta Constituição aplica-se aos recursos referidos nos incisos II 
e IV do caput deste artigo, e seu descumprimento pela autoridade competente importará em crime de 
responsabilidade;(Incluído pela Emenda Constitucional nº 108, de 2020) 
X - a lei disporá, observadas as garantias estabelecidas nos incisos I, II, III e IV do caput e no § 1º do 
art. 208 e as metas pertinentes do plano nacional de educação, nos termos previstos no art. 214 desta 
Constituição, sobre: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 108, de 2020) 
a) a organização dos fundos referidos no inciso I do caput deste artigo e a distribuição proporcional de 
seus recursos, as diferenças e as ponderações quanto ao valor anual por aluno entre etapas, 
modalidades, duração da jornada e tipos de estabelecimento de ensino, observados as respectivas 
especificidades e os insumos necessários para a garantia de sua qualidade; (Incluído pela Emenda 
Constitucional nº 108, de 2020) 
b) a forma de cálculo do VAAF decorrente do inciso III do caput deste artigo e do VAAT referido no 
inciso VI do caput deste artigo; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 108, de 2020) 
c) a forma de cálculo para distribuição prevista na alínea "c" do inciso V do caput deste artigo; (Incluído 
pela Emenda Constitucional nº 108, de 2020) 
d) a transparência, o monitoramento, a fiscalização e o controle interno, externo e social dos fundos 
referidos no inciso I do caput deste artigo, assegurada a criação, a autonomia, a manutenção e a 
consolidação de conselhos de acompanhamento e controle social, admitida sua integração aos conselhos 
de educação; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 108, de 2020) 
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7 
 
e) o conteúdo e a periodicidade da avaliação, por parte do órgão responsável, dos efeitos 
redistributivos, da melhoria dos indicadores educacionais e da ampliação do atendimento;(Incluído pela 
Emenda Constitucional nº 108, de 2020) 
XI - proporção não inferior a 70% (setenta por cento) de cada fundo referido no inciso I do caput deste 
artigo, excluídos os recursos de que trata a alínea "c" do inciso V do caput deste artigo, será destinada 
ao pagamento dos profissionais da educação básica em efetivo exercício, observado, em relação aos 
recursos previstos na alínea "b" do inciso V do caput deste artigo, o percentual mínimo de 15% (quinze 
por cento) para despesas de capital;(Incluído pela Emenda Constitucional nº 108, de 2020) 
XII - lei específica disporá sobre o piso salarial profissional nacional para os profissionais do magistério 
da educação básica pública; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 108, de 2020) 
XIII - a utilização dos recursos a que se refere o § 5º do art. 212 desta Constituição para a 
complementação da União ao Fundeb, referida no inciso V do caput deste artigo, é vedada. (Incluído 
pela Emenda Constitucional nº 108, de 2020) 
§ 1º O cálculo do VAAT, referido no inciso VI do caput deste artigo, deverá considerar, além dos 
recursos previstos no inciso II do caput deste artigo, pelo menos, as seguintes disponibilidades: (Incluído 
pela Emenda Constitucional nº 108, de 2020) 
I - receitas de Estados, do Distrito Federal e de Municípios vinculadas à manutenção e ao 
desenvolvimento do ensino não integrantes dos fundos referidos no inciso I do caput deste artigo; (Incluído 
pela Emenda Constitucional nº 108, de 2020) 
II - cotas estaduais e municipais da arrecadação do salário-educação de que trata o § 6º do art. 212 
desta Constituição;(Incluído pela Emenda Constitucional nº 108, de 2020) 
III - complementação da União transferida a Estados, ao Distrito Federal e a Municípios nos termos da 
alínea "a" do inciso V do caput deste artigo. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 108, de 2020) 
§ 2º Além das ponderações previstas na alínea "a" do inciso X do caput deste artigo, a lei definirá 
outras relativas ao nível socioeconômico dos educandos e aos indicadores de disponibilidade de recursos 
vinculados à educação e de potencial de arrecadação tributária de cada ente federado, bem como seus 
prazos de implementação. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 108, de 2020) 
§ 3º Será destinada à educação infantil a proporção de 50% (cinquenta por cento) dos recursos globais 
a que se refere a alínea "b" do inciso V do caput deste artigo, nos termos da lei. (Incluído pela Emenda 
Constitucional nº 108, de 2020) 
 
Art. 213. Os recursos públicos serão destinados às escolas públicas, podendo ser dirigidos a escolas 
comunitárias, confessionais ou filantrópicas, definidasem lei, que: 
I - comprovem finalidade não-lucrativa e apliquem seus excedentes financeiros em educação; 
II - assegurem a destinação de seu patrimônio a outra escola comunitária, filantrópica ou confessional, 
ou ao Poder Público, no caso de encerramento de suas atividades. 
§ 1º - Os recursos de que trata este artigo poderão ser destinados a bolsas de estudo para o ensino 
fundamental e médio, na forma da lei, para os que demonstrarem insuficiência de recursos, quando 
houver falta de vagas e cursos regulares da rede pública na localidade da residência do educando, ficando 
o Poder Público obrigado a investir prioritariamente na expansão de sua rede na localidade. 
§ 2º As atividades de pesquisa, de extensão e de estímulo e fomento à inovação realizadas por 
universidades e/ou por instituições de educação profissional e tecnológica poderão receber apoio 
financeiro do Poder Público. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 85, de 2015) 
 
Art. 214. A lei estabelecerá o plano nacional de educação, de duração decenal, com o objetivo de 
articular o sistema nacional de educação em regime de colaboração e definir diretrizes, objetivos, metas 
e estratégias de implementação para assegurar a manutenção e desenvolvimento do ensino em seus 
diversos níveis, etapas e modalidades por meio de ações integradas dos poderes públicos das diferentes 
esferas federativas que conduzam a: 
I - erradicação do analfabetismo; 
II - universalização do atendimento escolar; 
III - melhoria da qualidade do ensino; 
IV - formação para o trabalho; 
V - promoção humanística, científica e tecnológica do País. 
VI - estabelecimento de meta de aplicação de recursos públicos em educação como proporção do 
produto interno bruto. 
 
 
 
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Questões 
 
01. (IF/PI - Professor - Administração - IFPI) A Constituição Federal de 1988, também denominada 
de Constituição Cidadã, estabeleceu no Capítulo III, especificamente no Art. 206, os princípios que regem 
o ensino no Brasil. Dentre estes, a gestão do ensino público passou a ser: 
(A) Autônoma e livre de qualquer poder, considerando os princípios de igualdade e liberdade do ensino. 
(B) Democrática em todos estabelecimentos de ensino públicos e privados. 
(C) Democrática do ensino público, na forma da lei. 
(D) Oligárquica em todas as escolas em conformidade com o projeto pedagógico de cada escola. 
(E) Participativa e democrática em todas as instituições de ensino, em consonância com o que 
preconiza o direito público. 
 
02. (IF/TO – Técnico de laboratório – IFTO/2017) Considerando as normas constitucionais sobre a 
educação, assinale a alternativa INCORRETA. 
(A) As instituições de pesquisa científica e tecnológica gozam de autonomia didático-científica, 
administrativa e de gestão financeira e patrimonial e obedecerão ao princípio de indissociabilidade entre 
ensino, pesquisa e extensão. 
(B) O acesso ao ensino obrigatório e gratuito é direito público subjetivo do cidadão. 
(C) O não-oferecimento do ensino obrigatório pelo Poder Público, ou de sua oferta irregular, importa 
responsabilidade da autoridade competente. 
(D) É vedado às instituições de pesquisa científica e tecnológica admitir professores, técnicos e 
cientistas estrangeiros. 
(E) A gestão democrática do ensino público é um dos princípios do sistema educacional brasileiro. 
 
Gabarito 
 
01. C / 02. D 
 
Comentários 
 
01. Resposta: C 
Nos termos do art. 206, VI, da CF/88, o ensino será ministrado, dentre outros princípios, na gestão 
democrática do ensino público, na forma da lei. 
 
02. Resposta: D 
Conforme o que prevê o art. 207, da CF/88: “Art. 207. As universidades gozam de autonomia didático-
científica, administrativa e de gestão financeira e patrimonial, e obedecerão ao princípio de 
indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão. § 1º É facultado às universidades admitir 
professores, técnicos e cientistas estrangeiros, na forma da lei. § 2º O disposto neste artigo aplica-se às 
instituições de pesquisa científica e tecnológica”. 
 
 
 
 
ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE 
 
O Estatuto da Criança e do Adolescente - Lei nº 8.069/1990, é reconhecido internacionalmente como 
um dos mais avançados Diplomas Legais dedicados à garantia dos direitos da população infanto-juvenil.1 
O Estatuto da Criança e do Adolescente - ECA, é um conjunto de normas do ordenamento jurídico 
brasileiro que tem como objetivo a proteção integral da criança e do adolescente, aplicando medidas e 
expedindo encaminhamentos para o juiz. É o marco legal e regulatório dos direitos humanos de crianças 
e adolescentes. 
 
 
1 http://www.crianca.mppr.mp.br/arquivos/File/publi/caopca/eca_anotado_2013_6ed.pdf. 
Lei Federal n.º 8.069/90 – ECA: artigos 1º a 6º, 15 a 18-B, 53 a 59 e 131 a 137. 
 
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O ECA teve como inspiração as diretrizes fornecidas pela Constituição Federal de 1988, internalizando 
uma série de normativas internacionais, como a Declaração dos Direitos da Criança; as Regras mínimas 
das Nações Unidas para administração da Justiça da Infância e da Juventude - Regras de Beijing; e as 
Diretrizes das Nações Unidas para prevenção da Delinquência Juvenil. 
O objetivo estatutário é a proteção dos menores de 18 anos, proporcionando a eles um 
desenvolvimento físico, mental, moral e social condizente com os princípios constitucionais da liberdade 
e da dignidade, preparando para a vida adulta em sociedade. 
O ECA estabelece direitos à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, 
à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade, à convivência familiar e comunitária para meninos e 
meninas, e também aborda questões de políticas de atendimento, medidas protetivas ou medidas 
socioeducativas, entre outras providências. Trata-se de direitos diretamente relacionados à Constituição 
da República de 1988. 
Dispõe, ainda, que nenhuma criança ou adolescente será objeto de qualquer forma de negligência, 
discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão, por qualquer pessoa que seja, devendo ser 
punido qualquer ação ou omissão que atente aos seus direitos fundamentais. 
 
Interpretação 
 
Na interpretação do ECA se levará em conta as exigências do bem comum, os direitos e deveres 
individuais e coletivos, e a condição peculiar da criança e do adolescente como pessoas em 
desenvolvimento. Em eventual semelhança de interesses jurídicos será preciso aplicar o princípio da 
proporcionalidade, de modo a optar pelo interesse que mais se aproxime dos fins sociais da lei e do 
princípio da dignidade humana, coluna vertebral da proteção integral e do próprio Direito da Infância e da 
Juventude. 
 
Princípios Norteadores: 
 
Princípio da Proteção Integral. 
Em seu artigo 227, a Constituição Federal trás o princípio da Proteção Integral indica o dever da família, 
da sociedade e do Estado de zelar pela inviolabilidade dos direitos fundamentais da criança e do 
adolescente, deixando-os a salvo de qualquer forma de negligência, discriminação, exploração, violência, 
crueldade e opressão. 
 
Princípio da Prioridade Absoluta. 
Também previsto no artigo 227 da Carta Magna, o princípio da prioridade absoluta determina que a 
criança e o adolescente devem ser tratados com absoluta preferência, pela sociedade e. em especial, 
pelo Poder Público. 
O próprio ECA traz em quais aspectos essa prioridade absoluta deve ser observada (art. 4º, parágrafo 
único): 
a) primazia de receber proteção e socorro em quaisquer circunstâncias; 
b) precedência de atendimento nos serviços públicos ou de relevância pública; 
c) preferência na formulação e na execução das políticas sociais públicas; 
d) destinação privilegiada de recursos públicos nas áreas relacionadas com a proteção à infância e à 
juventude. 
 
Princípio do Respeito à Condição Peculiar da Criança e do Adolescente de Pessoa em 
Desenvolvimento. 
Por esse princípioentendemos que as crianças e adolescentes são pessoas em condições peculiares 
de desenvolvimento e, por isso, apresentam hipossuficiência frente à defesa dos seus próprios interesses, 
além de possuírem interesses especiais, assim, esta expressão significa que a criança e o adolescente 
possuem todos os direitos, de que são detentores os adultos, desde que sejam aplicáveis à sua idade, 
ao grau de desenvolvimento físico ou mental e à sua capacidade de autonomia e discernimento. 
 
Princípio da Participação Popular. 
Este princípio decorre do artigo, 204, II da Constituição Federal, que garante a participação da 
população, por meio de organizações representativas, na formulação das políticas públicas e no controle 
das ações em todos os níveis relacionados à infância e à juventude. 
 
A seguir iremos analisar a legislação pertinente: 
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LEI Nº 8.069, DE 13 DE JULHO DE 19902 
 
Dispõe sobre o estatuto da criança e do adolescente e dá outras providências. 
 
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA: Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a 
seguinte Lei: 
 
Título I 
Das Disposições Preliminares 
 
Art. 1º Esta Lei dispõe sobre a proteção integral à criança e ao adolescente. 
 
Art. 2º Considera-se criança, para os efeitos desta Lei, a pessoa até doze anos de idade incompletos, 
e adolescente aquela entre doze e dezoito anos de idade. 
Parágrafo único. Nos casos expressos em lei, aplica-se excepcionalmente este Estatuto às pessoas 
entre dezoito e vinte e um anos de idade. 
Portanto, Criança é a pessoa com até 12 anos de idade incompletos; Adolescente é a pessoa entre 12 
e 18 anos de idade. 
O critério adotado para distinguir essas pessoas foi o cronológico, ou seja, verifica-se apenas a idade 
da pessoa e não sua capacidade de discernimento para a prática de alguma conduta. 
EXCEÇÃO: Art. 2º, parágrafo único, ECA: Excepcionalmente, nos casos previstos em lei, aplicam-se 
as regras atinentes ao ECA, ao ser de 18 até 21 anos de idade. 
De acordo com os Artigos 27 do Código Penal; 228 da CF; e 104 do ECA, os menores de 18 anos são 
penalmente inimputáveis, ficando sujeitos às normas estabelecidas na legislação especial, ou seja, ECA. 
Em conformidade com o Art. 103 do Eca, Crime ou Contravenção Penal, praticados por criança ou 
adolescente, recebe a denominação de Ato Infracional. 
 
Art. 3º A criança e o adolescente gozam de todos os direitos fundamentais inerentes à pessoa humana, 
sem prejuízo da proteção integral de que trata esta Lei, assegurando-se lhes, por lei ou por outros meios, 
todas as oportunidades e facilidades, a fim de lhes facultar o desenvolvimento físico, mental, moral, 
espiritual e social, em condições de liberdade e de dignidade. 
Parágrafo único. Os direitos enunciados nesta Lei aplicam-se a todas as crianças e adolescentes, sem 
discriminação de nascimento, situação familiar, idade, sexo, raça, etnia ou cor, religião ou crença, 
deficiência, condição pessoal de desenvolvimento e aprendizagem, condição econômica, ambiente social, 
região e local de moradia ou outra condição que diferencie as pessoas, as famílias ou a comunidade em 
que vivem. (incluído pela Lei nº 13.257, de 2016) 
O ECA incorporou a doutrina da proteção integral à criança e ao adolescente, passando assim a serem 
sujeitos e titulares de direitos fundamentais. 
O direito da criança e do adolescente possui fundamento constitucional, em especial nos artigos 227 
a 229. 
 
Art. 4º É dever da família, da comunidade, da sociedade em geral e do poder público assegurar, com 
absoluta prioridade, a efetivação dos direitos referentes à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao 
esporte, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência 
familiar e comunitária. 
Parágrafo único. A garantia de prioridade compreende: 
a) primazia de receber proteção e socorro em quaisquer circunstâncias; 
b) precedência de atendimento nos serviços públicos ou de relevância pública; 
c) preferência na formulação e na execução das políticas sociais públicas; 
d) destinação privilegiada de recursos públicos nas áreas relacionadas com a proteção à infância e à 
juventude. 
A instituição familiar é a base da sociedade, sendo indispensável à organização social, conforme 
preceitua o Art. 226 da Constituição Federal. Não sendo regra, mas os adolescentes correm maior risco 
quando fazem parte de famílias desestruturadas ou violentas. 
Cabe aos pais o dever de sustento, guarda e educação dos filhos, não constituindo motivo de escusa 
a falta ou a carência de recursos materiais, sob pena da perda ou a suspensão do pátrio poder. 
 
2 Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8069Compilado.htm - Acesso em 30.11.2020. 
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Caso a família natural, comunidade formada pelos pais ou qualquer deles e seus descendentes, 
descumpra qualquer de suas obrigações, a criança ou adolescente serão colocados em família substituta 
mediante guarda, tutela ou adoção. 
 
Art. 5º Nenhuma criança ou adolescente será objeto de qualquer forma de negligência, discriminação, 
exploração, violência, crueldade e opressão, punido na forma da lei qualquer atentado, por ação ou 
omissão, aos seus direitos fundamentais. 
A criança e o adolescente estão a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, 
violência, crueldade e opressão. O artigo 227 § 4° da Constituição Federal assegura proteção severa ao 
abuso, violência e exploração sexual da criança e adolescente. 
Sofre negligência a criança e o adolescente privado de suas necessidades básicas como saúde, 
alimentação, educação e lazer, pois seus pais ou responsáveis deixam de prover as necessidades 
básicas para o desenvolvimento físico, emocional e social da criança e do adolescente. 
O menor é vítima de discriminação quando tratado com desigualdade e preconceito em relação a 
outros indivíduos do seu meio. 
Explorar a criança e o adolescente é tirar proveito dos mesmos em qualquer âmbito das relações 
sociais, e ocorre, por exemplo, quando o menor é colocado para trabalhar em prol dos interesses daquele 
que deveria zelar por sua proteção integral. 
A criança e o adolescente são vítimas de violência ao lhe sobrevir toda e qualquer forma de 
constrangimento físico e moral, maus tratos e tortura, atos com emprego de força física não acidental 
provocada por pais, responsáveis, familiares ou pessoas próximas. É no ambiente familiar que desponta 
a maior violência em face do menor, local que deveria lhe proporcionar segurança. 
O dever de educação, correção e orientação dos pais encontra óbice na violência desmedida, abusiva 
ou exagerada, pois não se pode tolerar ou sequer admitir o uso de violência física ou psicológica que 
coloquem em risco o desenvolvimento pleno do menor ou mesmo que prejudique sua saúde. A proteção 
da lei alcança todas as facetas da vida do menor, portanto não podem os pais ou responsável exacerbar 
nos meios utilizados para fins de educação sob pena de responsabilidade criminal e perda do poder 
familiar.3 
 
Art. 6º Na interpretação desta Lei levar-se-ão em conta os fins sociais a que ela se dirige, as exigências 
do bem comum, os direitos e deveres individuais e coletivos, e a condição peculiar da criança e do 
adolescente como pessoas em desenvolvimento. 
A aplicação desta lei deve levar em conta a proteção integral da criança e do adolescente que é o fim 
social que ela busca alcançar. Cada caso em particular a ser sobrepesado pelo juiz deve revelar a 
singularidade da situação do menor como sujeito de direitos que requer especial atenção da família, da 
sociedade e do Estado. Silvio Venosa (2004:175) lembra com propriedade que “interpretar o Direito não 
significa simplesmente tornar clara a norma, mas principalmente revelar seu sentido apropriado para a 
vida real”. 
Nessa legislação do menor sua proteção sesobrepõe aos direitos de seus pais, tutores ou guardião, 
visto que na aplicação da lei o magistrado atentará para o melhor interesse da criança e do adolescente 
ao buscar a justiça na norma jurídica.4 
 
Jurisprudência: 
Administrativo. Processual civil. Recurso especial. Competência. Juízo da infância e da juventude. 
Constituição federal. Sistema da proteção integral. Criança e adolescente. Sujeitos de direitos. Princípios 
da absoluta prioridade e do melhor interesse da criança. Interesse disponível vinculado ao direito 
fundamental à educação. Expressão para a coletividade. Competência absoluta da vara da infância e da 
juventude. Recurso provido. 1. A Constituição Federal alterou o anterior Sistema de Situação de Risco 
então vigente, reconhecendo a criança e o adolescente como sujeitos de direitos, protegidos atualmente 
pelo Sistema de Proteção Integral. 2. O corpo normativo que integra o sistema então vigente é norteado, 
dentre eles, pelos Princípio da Absoluta Prioridade (art. 227, caput, da CF) e do Melhor Interesse da 
Criança e do Adolescente. 3. Não há olvidar que, na interpretação do Estatuto e da Criança "levar-se-ão 
em conta os fins sociais a que ela se dirige, as exigências do bem comum, os direitos e deveres individuais 
e coletivos, e a condição peculiar da criança e do adolescente como pessoas em desenvolvimento" (art. 
6º). 4. Os arts. 148 e 209 do ECA não excepcionam a competência da Justiça da Infância e do 
Adolescente, ressalvadas aquelas estabelecidas constitucionalmente, quais sejam, da Justiça Federal e 
de competência originária. 5. Trata-se, in casu, indubitavelmente, de interesse de cunho individual, 
 
3 Disponível em: http://www.direitocom.com/estatuto-da-crianca-e-adolescente-comentado/titulo-i-das-disposicoes-preliminares-do-artigo-1o-ao-6o/artigo-5. 
4 Disponível em: http://www.direitocom.com/estatuto-da-crianca-e-adolescente-comentado/titulo-i-das-disposicoes-preliminares-do-artigo-1o-ao-6o/artigo-6. 
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12 
 
contudo, de expressão para a coletividade, pois vinculado ao direito fundamental à educação (art. 227, 
caput, da CF), que materializa, consequentemente, a dignidade da pessoa humana. 6. A disponibilidade 
(relativa) do interesse a que se visa tutelar por meio do mandado de segurança não tem o condão de, por 
si só, afastar a competência da Vara da Infância e da Juventude, destinada a assegurar a integral proteção 
a especiais sujeitos de direito, sendo, portanto, de natureza absoluta para processar e julgar feitos 
versando acerca de direitos e interesses concernentes às crianças e aos adolescentes. 7. Recurso 
especial provido para reconhecer a competência da 16ª Vara Cível da Comarca de Aracaju (Vara da 
Infância e da Juventude) para processar e julgar o feito (STJ – REsp 1199587 / SE, 2010/0101307-5, 
21/10/2010, Rel. Min. Arnaldo Esteves Lima).5 
 
Título II 
Dos Direitos Fundamentais 
Capítulo I 
Do Direito à Vida e à Saúde 
 
Art. 7º A criança e o adolescente têm direito a proteção à vida e à saúde, mediante a efetivação de 
políticas sociais públicas que permitam o nascimento e o desenvolvimento sadio e harmonioso, em 
condições dignas de existência. 
Os direitos aqui protegidos são aqueles mesmos outorgados aos adultos, mais outros especiais e 
conferidos em respeito a condição peculiar de pessoa em desenvolvimento. 
Vale ressaltar que o direito à vida, embutido no direito à saúde, é considerado o mais elementar e 
absoluto dos direitos fundamentais, já que este é indispensável ao exercício dos demais direitos, ficando 
a cargo do Estado garanti-los através de políticas públicas 
 
Art. 8o É assegurado a todas as mulheres o acesso aos programas e às políticas de saúde da mulher 
e de planejamento reprodutivo e, às gestantes, nutrição adequada, atenção humanizada à gravidez, ao 
parto e ao puerpério e atendimento pré-natal, perinatal e pós-natal integral no âmbito do Sistema Único 
de Saúde. (Redação dada pela Lei nº 13.257, de 2016) 
§ 1o O atendimento pré-natal será realizado por profissionais da atenção primária. (Redação dada pela 
Lei nº 13.257, de 2016) 
§ 2o Os profissionais de saúde de referência da gestante garantirão sua vinculação, no último trimestre 
da gestação, ao estabelecimento em que será realizado o parto, garantido o direito de opção da mulher. 
(Redação dada pela Lei nº 13.257, de 2016) 
§ 3o Os serviços de saúde onde o parto for realizado assegurarão às mulheres e aos seus filhos recém-
nascidos alta hospitalar responsável e contra referência na atenção primária, bem como o acesso a outros 
serviços e a grupos de apoio à amamentação. (Redação dada pela Lei nº 13.257, de 2016) 
§ 4o Incumbe ao poder público proporcionar assistência psicológica à gestante e à mãe, no período pré 
e pós-natal, inclusive como forma de prevenir ou minorar as consequências do estado puerperal. 
§ 5o A assistência referida no § 4o deste artigo deverá ser prestada também a gestantes e mães que 
manifestem interesse em entregar seus filhos para adoção, bem como a gestantes e mães que se 
encontrem em situação de privação de liberdade. (Redação dada pela Lei nº 13.257, de 2016) 
§ 6o A gestante e a parturiente têm direito a 1 (um) acompanhante de sua preferência durante o período 
do pré-natal, do trabalho de parto e do pós-parto imediato. (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016) 
§ 7o A gestante deverá receber orientação sobre aleitamento materno, alimentação complementar 
saudável e crescimento e desenvolvimento infantil, bem como sobre formas de favorecer a criação de 
vínculos afetivos e de estimular o desenvolvimento integral da criança. (Incluído pela Lei nº 13.257, de 
2016) 
§ 8o A gestante tem direito a acompanhamento saudável durante toda a gestação e a parto natural 
cuidadoso, estabelecendo-se a aplicação de cesariana e outras intervenções cirúrgicas por motivos 
médicos. (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016) 
§ 9o A atenção primária à saúde fará a busca ativa da gestante que não iniciar ou que abandonar as 
consultas de pré-natal, bem como da puérpera que não comparecer às consultas pós-parto. (Incluído pela 
Lei nº 13.257, de 2016) 
§ 10. Incumbe ao poder público garantir, à gestante e à mulher com filho na primeira infância que se 
encontrem sob custódia em unidade de privação de liberdade, ambiência que atenda às normas sanitárias 
e assistenciais do Sistema Único de Saúde para o acolhimento do filho, em articulação com o sistema de 
ensino competente, visando ao desenvolvimento integral da criança. (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016) 
 
5 Disponível em: ttps://ww2.stj.jus.br/revistaeletronica/ita.asp?registro=201001013075&dt_publicacao=12/11/2010. 
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Art. 8º-A. Fica instituída a Semana Nacional de Prevenção da Gravidez na Adolescência, a ser 
realizada anualmente na semana que incluir o dia 1º de fevereiro, com o objetivo de disseminar 
informações sobre medidas preventivas e educativas que contribuam para a redução da incidência da 
gravidez na adolescência. (Incluído pela Lei nº 13.798, de 2019) 
Parágrafo único. As ações destinadas a efetivar o disposto no caput deste artigo ficarão a cargo do 
poder público, em conjunto com organizações da sociedade civil, e serão dirigidas prioritariamente ao 
público adolescente. (Incluído pela Lei nº 13.798, de 2019) 
 
Art. 9º O poder público, as instituições e os empregadores propiciarão condições adequadas ao 
aleitamento materno, inclusive aos filhos de mães submetidas a medida privativa de liberdade. 
§ 1o Os profissionais das unidades primárias de saúde desenvolverão ações sistemáticas, individuais 
ou coletivas, visando ao planejamento, à implementação e à avaliação de ações de promoção, proteção 
e apoio ao aleitamento materno e à alimentação complementar saudável, de forma contínua. (Incluído 
pela Lei nº 13.257, de 2016) 
§ 2o Os serviços de unidades de terapia intensiva neonatal deverão disporde banco de leite humano 
ou unidade de coleta de leite humano. (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016) 
 
Art. 10. Os hospitais e demais estabelecimentos de atenção à saúde de gestantes, públicos e 
particulares, são obrigados a: 
I - manter registro das atividades desenvolvidas, através de prontuários individuais, pelo prazo de 
dezoito anos; 
II - identificar o recém-nascido mediante o registro de sua impressão plantar e digital e da impressão 
digital da mãe, sem prejuízo de outras formas normatizadas pela autoridade administrativa competente; 
III - proceder a exames visando ao diagnóstico e terapêutica de anormalidades no metabolismo do 
recém-nascido, bem como prestar orientação aos pais; 
IV - fornecer declaração de nascimento onde constem necessariamente as intercorrências do parto e 
do desenvolvimento do neonato; 
V - manter alojamento conjunto, possibilitando ao neonato a permanência junto à mãe. 
VI - acompanhar a prática do processo de amamentação, prestando orientações quanto à técnica 
adequada, enquanto a mãe permanecer na unidade hospitalar, utilizando o corpo técnico já existente. 
(Incluído pela Lei nº 13.436, de 2017) 
Os hospitais e demais estabelecimentos de atenção à saúde de gestantes, públicos e particulares, 
passam a ser obrigados após a inclusão do inciso VI, a acompanhar a prática do processo de 
amamentação, prestando orientações quanto à técnica adequada, enquanto a mãe permanecer na 
unidade hospitalar, utilizando o corpo técnico já existente. 
 
Art. 11. É assegurado acesso integral às linhas de cuidado voltadas à saúde da criança e do 
adolescente, por intermédio do Sistema Único de Saúde, observado o princípio da equidade no acesso a 
ações e serviços para promoção, proteção e recuperação da saúde. (Redação dada pela Lei nº 13.257, 
de 2016) 
§ 1o A criança e o adolescente com deficiência serão atendidos, sem discriminação ou segregação, em 
suas necessidades gerais de saúde e específicas de habilitação e reabilitação. (Redação dada pela Lei 
nº 13.257, de 2016) 
§ 2o Incumbe ao poder público fornecer gratuitamente, àqueles que necessitarem, medicamentos, 
órteses, próteses e outras tecnologias assistivas relativas ao tratamento, habilitação ou reabilitação para 
crianças e adolescentes, de acordo com as linhas de cuidado voltadas às suas necessidades específicas. 
(Redação dada pela Lei nº 13.257, de 2016) 
§ 3o Os profissionais que atuam no cuidado diário ou frequente de crianças na primeira infância 
receberão formação específica e permanente para a detecção de sinais de risco para o desenvolvimento 
psíquico, bem como para o acompanhamento que se fizer necessário. (Incluído pela Lei nº 13.257, de 
2016) 
A previsão de acesso igualitário às ações e serviços de saúde não significa deva o gestor do Sistema 
de Saúde deixar de disponibilizar um atendimento diferenciado e especializado a crianças, adolescentes 
e suas respectivas famílias. Com efeito, necessário se faz o desenvolvimento de uma metodologia própria 
para o enfrentamento das diversas demandas e situações peculiares que irão ocorrer, tendo sempre por 
norte o princípio da proteção integral à criança e ao adolescente, que se constitui na razão de ser da 
intervenção estatal. Tal sistemática diferenciada deverá necessariamente contemplar instalações físicas 
adequadas, em local diverso (ou isolado) daquele destinado ao atendimento das outras demandas a 
cargo do SUS, de modo a preservar a imagem, a identidade e a intimidade das crianças e adolescente 
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atendidas (cf. arts. 17 e 18, do ECA), a qualificação profissional de todos aqueles que atuam no setor, a 
articulação de ações com outros órgãos e serviços municipais (como o CREAS/CRAS), bem como 
autoridades encarregadas do atendimento e/ou defesa dos direitos de crianças e adolescentes, como o 
Conselho Tutelar, o Ministério Público, a Justiça da Infância e da Juventude, os órgãos policiais 
encarregados de atendimento de crianças e adolescentes vítimas de crime, bem como de adolescentes 
acusados da prática de ato infracional etc.6 
 
Art. 12. Os estabelecimentos de atendimento à saúde, inclusive as unidades neonatais, de terapia 
intensiva e de cuidados intermediários, deverão proporcionar condições para a permanência em tempo 
integral de um dos pais ou responsável, nos casos de internação de criança ou adolescente. (Redação 
dada pela Lei nº 13.257, de 2016) 
Os pais ou responsáveis poderão fiscalizar o atendimento que está sendo dispensado ao seu filho e 
esse por sua vez se sentirá seguro facilitando sua recuperação. 
A resposta do menor hospitalizado ao tratamento será mais eficiente se nesse ambiente estranho ele 
estiver assistido por seus familiares, por isso devem os estabelecimentos de saúde se adequarem para 
atender também essa necessidade.7 
 
Vide art. 101, inciso V, do ECA e Lei nº 11.104/2005, de 21/03/2005, que dispõe sobre a 
obrigatoriedade de instalação de brinquedotecas nas unidades de saúde que ofereçam atendimento 
pediátrico em regime de internação. 
 
A permanência de um dos pais ou responsável como acompanhantes de criança ou adolescente 
internada é um direito que deve ser a estas assegurado, sob pena de responsabilidade, nos moldes do 
previsto nos arts. 5º, 208 e 216, do ECA. A efetivação deste direito deve incluir a orientação aos 
pais/responsável, assim como a adequação das respectivas instalações, devendo em qualquer caso ser 
observado o disposto nos arts. 17 e 18, do ECA.8 
 
Art. 13. Os casos de suspeita ou confirmação de castigo físico, de tratamento cruel ou degradante e 
de maus-tratos contra criança ou adolescente serão obrigatoriamente comunicados ao Conselho Tutelar 
da respectiva localidade, sem prejuízo de outras providências legais. 
§ 1o As gestantes ou mães que manifestem interesse em entregar seus filhos para adoção serão 
obrigatoriamente encaminhadas, sem constrangimento, à Justiça da Infância e da Juventude. (Incluído 
pela Lei nº 13.257, de 2016) 
§ 2o Os serviços de saúde em suas diferentes portas de entrada, os serviços de assistência social em 
seu componente especializado, o Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas) e os 
demais órgãos do Sistema de Garantia de Direitos da Criança e do Adolescente deverão conferir máxima 
prioridade ao atendimento das crianças na faixa etária da primeira infância com suspeita ou confirmação 
de violência de qualquer natureza, formulando projeto terapêutico singular que inclua intervenção em rede 
e, se necessário, acompanhamento domiciliar. (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016) 
 
Art. 14. O Sistema Único de Saúde promoverá programas de assistência médica e odontológica para 
a prevenção das enfermidades que ordinariamente afetam a população infantil, e campanhas de 
educação sanitária para pais, educadores e alunos. 
§ 1º É obrigatória a vacinação das crianças nos casos recomendados pelas autoridades sanitárias. 
(Renumerado do parágrafo único pela Lei nº 13.257, de 2016) 
§ 2º O Sistema Único de Saúde promoverá a atenção à saúde bucal das crianças e das gestantes, de 
forma transversal, integral e inter setorial com as demais linhas de cuidado direcionadas à mulher e à 
criança. (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016) 
§ 3º A atenção odontológica à criança terá função educativa protetiva e será prestada, inicialmente, 
antes de o bebê nascer, por meio de aconselhamento pré-natal, e, posteriormente, no sexto e no décimo 
segundo anos de vida, com orientações sobre saúde bucal. (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016) 
§ 4º A criança com necessidade de cuidados odontológicos especiais será atendida pelo Sistema Único 
de Saúde. (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016) 
 
6 DIGIÁCOMO, Murillo José, 1969- Estatuto da criança e do adolescente anotado e interpretado /Murillo José Digiácomo e Ildeara Amorim Digiácomo.- Curitiba 
.. Ministério Público do Estado do Paraná. Centro de Apoio Operacional das Promotorias da Criança edo Adolescente, 2013. 
7 Disponível em: http://www.direitocom.com/estatuto-da-crianca-e-adolescente-comentado/titulo-ii-dos-direitos-fundamentais-do-artigo-7o-ao-69/capitulo-i-do-
direito-a-vida-e-a-saude. 
8 DIGIÁCOMO, Murillo José, 1969- Estatuto da criança e do adolescente anotado e interpretado /Murillo José Digiácomo e Ildeara Amorim Digiácomo.- Curitiba 
.. Ministério Público do Estado do Paraná. Centro de Apoio Operacional das Promotorias da Criança e do Adolescente, 2013. 
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§ 5º É obrigatória a aplicação a todas as crianças, nos seus primeiros dezoito meses de vida, de 
protocolo ou outro instrumento construído com a finalidade de facilitar a detecção, em consulta pediátrica 
de acompanhamento da criança, de risco para o seu desenvolvimento psíquico. (Incluído pela Lei nº 
13.438, de 2017) 
Observe que o Sistema Único de Saúde é obrigado a aplicação a todas as crianças, nos seus primeiros 
dezoito meses de vida, de protocolo ou outro instrumento construído com a finalidade de facilitar a 
detecção, em consulta pediátrica de acompanhamento da criança, de risco para o seu desenvolvimento 
psíquico. 
 
Capítulo II 
Do Direito à Liberdade, ao Respeito e à Dignidade 
 
O direito à liberdade é mais amplo do que o direito de ir e vir sendo compreendido pelo amplo acesso 
a logradouros e espaços comunitários, a livre opinião e expressão, crença e culto religioso, bem como ao 
direito de participar sem discriminação da vida familiar, comunitária e da vida política, na forma da lei. 
Há, ainda, o especialíssimo direito de brincar, praticar esportes e divertir-se, absolutamente condizente 
com a condição infanto-juvenil, aliás, tão agradável também ao adulto que busca uma vida feliz e plena. 
Entretanto, esse direito à liberdade não é absoluto. É importante lembrar que crianças e adolescentes 
estão submetidos ao poder familiar dos pais ou à tutela ou guarda dos responsáveis, e por isso, a eles 
devem respeito e subordinação para efeito de criação e educação, cabendo-lhes obediência e reverência. 
Outra restrição ao direito de liberdade, é a possibilidade do adolescente de ser apreendido em flagrante 
pela prática de ato infracional ou por ordem escrita e fundamentada da autoridade judiciária competente. 
Observa-se que as limitações à liberdade são impostas devido a própria condição de pessoas em 
desenvolvimento, levando sempre em consideração o seu bem-estar. 
Atenção! A criança não pode ser privada de liberdade e, no caso de flagrante de ato infracional, tão 
somente, será encaminhada ao Conselho Tutelar, na companhia dos pais ou responsável. 
 
Art. 15. A criança e o adolescente têm direito à liberdade, ao respeito e à dignidade como pessoas 
humanas em processo de desenvolvimento e como sujeitos de direitos civis, humanos e sociais 
garantidos na Constituição e nas leis. 
 
Art. 16. O direito à liberdade compreende os seguintes aspectos: 
I - ir, vir e estar nos logradouros públicos e espaços comunitários, ressalvadas as restrições legais; 
II - opinião e expressão; 
III - crença e culto religioso; 
IV - brincar, praticar esportes e divertir-se; 
V - participar da vida familiar e comunitária, sem discriminação; 
VI - participar da vida política, na forma da lei; 
VII - buscar refúgio, auxílio e orientação. 
 
Art. 17. O direito ao respeito consiste na inviolabilidade da integridade física, psíquica e moral da 
criança e do adolescente, abrangendo a preservação da imagem, da identidade, da autonomia, dos 
valores, ideias e crenças, dos espaços e objetos pessoais. 
A intimidade como direito da personalidade deve sempre ter privilegiada proteção, pois refere-se a 
valores inatos, conhecidos em sua interioridade e em suas projeções na sociedade e por isso abrangem 
tanto a integridade física no sentido amplo, como também a imagem e seus atributos valorativos do menor 
na sociedade, como sua identidade e honra. 
 
Art. 18. É dever de todos velar pela dignidade da criança e do adolescente, pondo-os a salvo de 
qualquer tratamento desumano, violento, aterrorizante, vexatório ou constrangedor. 
 
Art. 18-A. A criança e o adolescente têm o direito de ser educados e cuidados sem o uso de castigo 
físico ou de tratamento cruel ou degradante, como formas de correção, disciplina, educação ou qualquer 
outro pretexto, pelos pais, pelos integrantes da família ampliada, pelos responsáveis, pelos agentes 
públicos executores de medidas socioeducativas ou por qualquer pessoa encarregada de cuidar deles, 
tratá-los, educá-los ou protegê-los. 
Parágrafo único. Para os fins desta Lei, considera-se: 
I - castigo físico: ação de natureza disciplinar ou punitiva aplicada com o uso da força física sobre a 
criança ou o adolescente que resulte em: 
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a) sofrimento físico; ou 
b) lesão; 
II - tratamento cruel ou degradante: conduta ou forma cruel de tratamento em relação à criança ou ao 
adolescente que: 
a) humilhe; 
b) ameace gravemente; ou 
c) ridicularize. 
 
Art. 18-B. Os pais, os integrantes da família ampliada, os responsáveis, os agentes públicos executores 
de medidas socioeducativas ou qualquer pessoa encarregada de cuidar de crianças e de adolescentes, 
tratá-los, educá-los ou protegê-los que utilizarem castigo físico ou tratamento cruel ou degradante como 
formas de correção, disciplina, educação ou qualquer outro pretexto estarão sujeitos, sem prejuízo de 
outras sanções cabíveis, às seguintes medidas, que serão aplicadas de acordo com a gravidade do caso: 
I - encaminhamento a programa oficial ou comunitário de proteção à família; 
II - encaminhamento a tratamento psicológico ou psiquiátrico; 
III - encaminhamento a cursos ou programas de orientação; 
IV - obrigação de encaminhar a criança a tratamento especializado; 
V - advertência. 
Parágrafo único. As medidas previstas neste artigo serão aplicadas pelo Conselho Tutelar, sem 
prejuízo de outras providências legais. 
 
Capítulo III 
Do Direito à Convivência Familiar e Comunitária 
Seção I 
Disposições Gerais 
 
O texto do Capítulo III, Seção I, que trata sobre as disposições gerais do Direito à Convivência Familiar 
e Comunitária, sofreu relevantes alterações após a Lei 13.257/2016. 
A permanência da criança e do adolescente em programa de acolhimento não se prolongará por mais 
de dezoito meses, salvo comprovada necessidade que atenda ao seu superior interesse, devidamente 
fundamentada pela autoridade judiciária. Em relação a convivência, será garantida a mãe adolescente 
que estiver em acolhimento institucional a convivência integral com a criança, sendo assistida por equipe 
especializada multidisciplinar. Nos casos de gestantes ou mães que manifeste o interesse em entregar 
seu filho para adoção, antes ou logo após o nascimento será encaminhado à Justiça da Infância e da 
Juventude, sendo levado em consideração para tal, os efeitos do estado gestacional e puerperal. 
 
Art. 19. É direito da criança e do adolescente ser criado e educado no seio de sua família e, 
excepcionalmente, em família substituta, assegurada a convivência familiar e comunitária, em ambiente 
que garanta seu desenvolvimento integral. (Redação dada pela Lei nº 13.257, de 2016) 
§ 1º Toda criança ou adolescente que estiver inserido em programa de acolhimento familiar ou 
institucional terá sua situação reavaliada, no máximo, a cada 3 (três) meses, devendo a autoridade 
judiciária competente, com base em relatório elaborado por equipe interprofissional ou multidisciplinar, 
decidir de forma fundamentada pela possibilidade de reintegração familiar ou pela colocação em família 
substituta, em quaisquer das modalidades previstas no art. 28 desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 
13.509, de 2017) 
§ 2º A permanência da criança e do adolescente em programa de acolhimento institucional não se 
prolongará por mais de 18 (dezoito meses), salvo comprovada necessidade que atenda aoseu superior 
interesse, devidamente fundamentada pela autoridade judiciária. (Redação dada pela Lei nº 13.509, de 
2017) 
§ 3º A manutenção ou a reintegração de criança ou adolescente à sua família terá preferência em 
relação a qualquer outra providência, caso em que será esta incluída em serviços e programas de 
proteção, apoio e promoção, nos termos do § 1º do art. 23, dos incisos I e IV do caput do art. 101 e dos 
incisos I a IV do caput do art. 129 desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 13.257, de 2016) 
§ 4º Será garantida a convivência da criança e do adolescente com a mãe ou o pai privado de liberdade, 
por meio de visitas periódicas promovidas pelo responsável ou, nas hipóteses de acolhimento 
institucional, pela entidade responsável, independentemente de autorização judicial. 
§ 5º Será garantida a convivência integral da criança com a mãe adolescente que estiver em 
acolhimento institucional. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017) 
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§ 6º A mãe adolescente será assistida por equipe especializada multidisciplinar. (Incluído pela Lei nº 
13.509, de 2017) 
 
Art. 19-A. A gestante ou mãe que manifeste interesse em entregar seu filho para adoção, antes ou 
logo após o nascimento, será encaminhada à Justiça da Infância e da Juventude. (Incluído pela Lei nº 
13.509, de 2017) 
§ 1º A gestante ou mãe será ouvida pela equipe interprofissional da Justiça da Infância e da Juventude, 
que apresentará relatório à autoridade judiciária, considerando inclusive os eventuais efeitos do estado 
gestacional e puerperal. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017) 
§ 2º De posse do relatório, a autoridade judiciária poderá determinar o encaminhamento da gestante 
ou mãe, mediante sua expressa concordância, à rede pública de saúde e assistência social para 
atendimento especializado. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017) 
§ 3º A busca à família extensa, conforme definida nos termos do parágrafo único do art. 25 desta Lei, 
respeitará o prazo máximo de 90 (noventa) dias, prorrogável por igual período. (Incluído pela Lei nº 
13.509, de 2017) 
§ 4º Na hipótese de não haver a indicação do genitor e de não existir outro representante da família 
extensa apto a receber a guarda, a autoridade judiciária competente deverá decretar a extinção do poder 
familiar e determinar a colocação da criança sob a guarda provisória de quem estiver habilitado a adotá-
la ou de entidade que desenvolva programa de acolhimento familiar ou institucional. (Incluído pela Lei nº 
13.509, de 2017) 
§ 5º Após o nascimento da criança, a vontade da mãe ou de ambos os genitores, se houver pai registral 
ou pai indicado, deve ser manifestada na audiência a que se refere o § 1º do art. 166 desta Lei, garantido 
o sigilo sobre a entrega. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017) 
§ 6º Na hipótese de não comparecerem à audiência nem o genitor nem representante da família 
extensa para confirmar a intenção de exercer o poder familiar ou a guarda, a autoridade judiciária 
suspenderá o poder familiar da mãe, e a criança será colocada sob a guarda provisória de quem esteja 
habilitado a adotá-la. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017) 
§ 7º Os detentores da guarda possuem o prazo de 15 (quinze) dias para propor a ação de adoção, 
contado do dia seguinte à data do término do estágio de convivência. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 
2017) 
§ 8º Na hipótese de desistência pelos genitores - manifestada em audiência ou perante a equipe 
interprofissional - da entrega da criança após o nascimento, a criança será mantida com os genitores, e 
será determinado pela Justiça da Infância e da Juventude o acompanhamento familiar pelo prazo de 180 
(cento e oitenta) dias. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017) 
§ 9º É garantido à mãe o direito ao sigilo sobre o nascimento, respeitado o disposto no art. 48 desta 
Lei. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017) 
§ 10. Serão cadastrados para adoção recém-nascidos e crianças acolhidas não procuradas por suas 
famílias no prazo de 30 (trinta) dias, contado a partir do dia do acolhimento. (Incluído pela Lei nº 13.509, 
de 2017) 
 
Art. 19-B. A criança e o adolescente em programa de acolhimento institucional ou familiar poderão 
participar de programa de apadrinhamento. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017) 
§ 1º O apadrinhamento consiste em estabelecer e proporcionar à criança e ao adolescente vínculos 
externos à instituição para fins de convivência familiar e comunitária e colaboração com o seu 
desenvolvimento nos aspectos social, moral, físico, cognitivo, educacional e financeiro. (Incluído pela Lei 
nº 13.509, de 2017) 
§ 2º Podem ser padrinhos ou madrinhas pessoas maiores de 18 (dezoito) anos não inscritas nos 
cadastros de adoção, desde que cumpram os requisitos exigidos pelo programa de apadrinhamento de 
que fazem parte. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017) 
§ 3º Pessoas jurídicas podem apadrinhar criança ou adolescente a fim de colaborar para o seu 
desenvolvimento. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017) 
§ 4º O perfil da criança ou do adolescente a ser apadrinhado será definido no âmbito de cada programa 
de apadrinhamento, com prioridade para crianças ou adolescentes com remota possibilidade de 
reinserção familiar ou colocação em família adotiva. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017) 
§ 5º Os programas ou serviços de apadrinhamento apoiados pela Justiça da Infância e da Juventude 
poderão ser executados por órgãos públicos ou por organizações da sociedade civil. (Incluído pela Lei nº 
13.509, de 2017) 
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§ 6º Se ocorrer violação das regras de apadrinhamento, os responsáveis pelo programa e pelos 
serviços de acolhimento deverão imediatamente notificar a autoridade judiciária competente. (Incluído 
pela Lei nº 13.509, de 2017) 
O Art.19-B, trata sobre o programa de apadrinhamento, que consiste em proporcionar à criança e ao 
adolescentes, que estão em programa de acolhimento institucional, vínculos externos à instituição para 
fins de convivência familiar e comunitária, colaborando assim para o seu desenvolvimento nos aspectos 
sociais, morais, físicos, cognitivos, educacionais e financeiros. Assim, deverá ser respeitada para tal as 
exigências contidas na Lei. 
 
Art. 20. Os filhos, havidos ou não da relação do casamento, ou por adoção, terão os mesmos direitos 
e qualificações, proibidas quaisquer designações discriminatórias relativas à filiação. 
 
Art. 21. O poder familiar será exercido, em igualdade de condições, pelo pai e pela mãe, na forma do 
que dispuser a legislação civil, assegurado a qualquer deles o direito de, em caso de discordância, 
recorrer à autoridade judiciária competente para a solução da divergência. 
O poder familiar será exercido em igualdade pelos pais em conjunto e se houver discordância quanto 
a esse exercício o Judiciário trará a solução. 
Nos casos em que os filhos estão sob a guarda de um dos genitores, por força das circunstâncias, 
acabará este por decidir muitas questões imediatas em relação ao mesmo, o que não retira o poder 
familiar do outro genitor. 
O art. 1633 do Código Civil estabelece que o filho não reconhecido pelo pai a mãe exercerá com 
exclusividade o poder familiar.9 
Jurisprudência: 
Agravo de Instrumento pedido de provisória regulamentação de visitas efetuado pela mãe, que detém 
a guarda da criança viável em atenção ao excepcional interesse da criança - direito de convivência com 
a família natural, a qual engloba ambos os genitores Regime fixado de forma equilibrada e prudente, 
sopesando todas as provas dos autos - As visitas devem ocorrer na própria residência da criança, mas 
sem a presença materna, pois a convivência mais intensa e longe da vigilância da genitora será saudável 
para o desenvolvimento emocional da menor Recurso provido em parte.10 
 
Art. 22. Aos pais incumbe o dever de sustento, guarda e educação dos filhos menores, cabendo-lhes 
ainda, no

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