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Relatório Semestral de Estágio II 2022 pré envio

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CURSO DE BACHARELADO EM DIREITO
ESTÁGIO SUPERVISIONADO II
NÚCLEO DE PRÁTICAS JURÍDICAS
LAÍS MIRELLY DA SILVA
RELATÓRIO FINAL DE ESTÁGIO II
Relatório Final de Estágio para a comprovação e avaliação de desempenho necessária à composição de nota Final da Disciplina de Estágio II, do Curso de Bacharelado em Direito do UniFAVIP.
Caruaru
2022
Relatório de Estágio
FORMULÁRIO PARA AVALIAÇÃO DO ESTÁGIO SUPERVISIONADO E
VALIDAÇÃO DAS HORAS CUMPRIDAS
A ser preenchida pelo(a) Estagiário(a)
***** (Ler com atenção e preencher no computador, imprimir e assinar) *****
1. IDENTIFICAÇÃO DO(A) ESTAGIÁRIO(A)
Nome: LAÍS MIRELLY DA SILVA Matrícula: 202051818638
RG: 8.763.362 SSP/PE CPF: 131.372.284-76
Curso: DIREITO Ano/período: 7º P Turno: MANHÃ
E-mail: mirelly_lais15@hotmail.com Fone contato: 81 9 93389212
2. IDENTIFICAÇÃO DO LOCAL DO ESTÁGIO
( X ) Núcleo de Prática Jurídica (área): DIREITO PÚBLICO
3. LOTAÇÃO DO ESTÁGIO
Unidade / Departamento NÚCLEO DE PRÁTICA JURÍDICA 
Nome (legível) do Supervisor TATIANA APARECIDA
Período de Estágio: Início: 09/08/2022 ( * ) 
Término: 08/11/2022 
Carga horária semanal: 4 H
Quantidade de horas do Estágio 4H ( * )
( * ) Obs.: A contagem de horas para o Estágio Supervisionado só é válida a partir da data de início do ano letivo em que o aluno efetiva sua matrícula na disciplina e tem seu estágio autorizado pela Coordenação do NPJ.
4. ATIVIDADES REALIZADAS 
AUDIÊNCIAS
(relatar a quantidade mínima estipulada pelo supervisor)
Nº do Processo: 
Tipo de Audiência: 
Nome das Partes: 
Matéria principal do processo: 
Pequeno relato de toda a audiência: 
Nº do Processo: 
Tipo de Audiência: 
Nome das Partes: 
Matéria principal do processo: 
Pequeno relato de toda a audiência:
Nº do Processo: 
Tipo de Audiência: 
Nome das Partes: 
Matéria principal do processo: 
Pequeno relato de toda a audiência:
Nº do Processo: 
Tipo de Audiência: 
Nome das Partes: 
Matéria principal do processo: 
Pequeno relato de toda a audiência: 
PEÇAS PRODUZIDAS
(relatar toda a produção)
Tipo de Peça: Resposta a acusação
Juízo Competente: Vara Criminal
Nome das partes: Vinicius de Andrade Silva
Principais Dispositivos legais utilizados (artigos, incisos, códigos): Art. 8.2,g, da CADH
Pequeno relato do caso e do porquê da escolha da peça: A peça proposta pela supervisora de estágio consta o processo em desfavor de Vincius de Andrade, importunando o mesmo em relação as infrações penais referente a uma desavença familiar em conjunto com o José Aglailson também citado aos autos. Foi colocado em processo que o Vinicius teria agredido uma terceira pessoa chamada de Maria de Souza. Em atenção ao caso da defesa, foi solicitado ao acusado intimado a comparecer à audiência de instrução e julgamento acompanhado das testemunhas de defesa. 
Tipo de Peça: Alegações Finais por Memoriais 
Juízo Competente: Vara Criminal 
Nome das partes: Harry Potter Pedra Filosofal da Silva
Principais Dispositivos legais utilizados (artigos, incisos, códigos): Art.23 do CP, Art.386 VI do CP
Pequeno relato do caso e do porquê da escolha da peça: Harry Potter foi denunciado pela prática do crime de tráfico de drogas, referente ao art. 33 da Lei 11,343/2006. Ao decorrer da instrução processual já em andamento, o Ministério Público apresentou alegações finais orais, situação está que resultou na condenação do denunciado pela prática do crime de tráfico de drogas. Neste processo o Núcleo de Práticas Jurídicas apresentou alegações finais em forma de memoriais, em termos de absolvição do acusado, conforme o art. 23 do CP, da causa de diminuição referente ao artigo pelo qual ele está sendo acusado, da dosagem da pena e do regime adotado, da atenuante da pena, pois o acusado é maior de 70(setenta) anos e da possibilidade de apelar em liberdade. Foram solicitados aos autos estes quesitos citados anteriormente em favor do senhor Harry Potter e como defensor esperemos que seja assegurado o direito de recorrer.
 
Tipo de Peça: Razões ao Recurso de Apelação
Juízo Competente: Vara Criminal
Nome das partes: xxxxxxxxxx
Principais Dispositivos legais utilizados (artigos, incisos, códigos): Art. 593, INCISO III, Alínea D, do Código de Processo Penal.
Pequeno relato do caso e do porquê da escolha da peça: Homicidío duplamente quealificado onde houve condenação pelo tribunal do júri. Havendo recurso de apelação interposto com base no artigo 593 do CPC que combate erro da dosimetria da pena, abrindo possibilidades e culpabilidades intensa e dolo extrema fundamentada sem respaldo probatório.
Tipo de Peça: Pedido de Revogação de Prisão Preventiva
Juízo Competente: Primeira Vara Criminal 
Nome das partes: Wagner Britto Filgueira
Principais Dispositivos legais utilizados (artigos, incisos, códigos): Art.312 do CPP.
Pequeno relato do caso e do porquê da escolha da peça: Pedido de revogação referente a uma prisão preventiva indevida. Evidenciada nos autos a ausência de fundamentos na decisão que converteu a prisão em flagrante em prisão preventiva. Por falta de provas, é solicitada a revogação da prisão preventiva. 
Jurissimulado
Tipo de processo: Ação Penal Pública - DENÚNCIA
Juízo Competente: Primeira Vara Criminal da Comarca de Garanhuns 
Nome das partes: Jorge dos Santos, Erasmo de Souza Ferreira
Principais Dispositivos legais utilizados (artigos, incisos, códigos): Art. 127 e 129, inc. I, da Constituição Federal c/c os arts. 24 e 41 Do Código de Processo Penal.
Pequeno relato da peça: Consta nos autos que no réveillon de 2012, no município da zona rural no Sítio Saco, Jorge dos Santos foi golpeado a facadas por Erasmo de Souza, causando-lhe traumatismo crânio encefálico e vindo a óbito logo em seguida. No jurissimulado tivemos uma grande divisão e debate em relação ao caso onde nos foi dado a possiblidades de discorrer sobre o processo, os caminhos de como nós, futuros juristas poderíamos caminhar. Meu grupo ficou com a acusação que após debruçarmos sobre o processo conseguimos chegar na acusação do senhor Erasmo(aluno encenava). Houve conhecimento na tarde de júri e muita troca de experiência das supervisoras Tatiana e Newdylande em relação aos alunos em sala.
5. ANEXOS
AO JUÍZO DA VARA CRIMINAL DA COMARCA DE SANTA CRUZ D
O CAPIBARIBE/PE
Autos nº 0001319-32.2022.8.17.4480
VINICIUS DE ANDRADE SILVA e JOSE AGLAILSON DE
SOUZA SILVA, já qualificado nos autos do processo em epígrafe, por intermédio do Núcleo de Práticas Jurídicas, representado pelos advogados que ao final subscrevem, comparecem à presença deste douto juízo para apresentar:
RESPOSTA À ACUSAÇÃO
com arrimo no artigo 5º, inciso LIV e LV, da Carta Constitucional de 1988, c/c art. 396-A, do CPP, fazendo-o nos termos seguintes:
1.	O Ministério Público ofereceu denúncia em desfavor de VINICIUS DE ANDRADE SILVA, imputando-lhe a prática das infrações penais previstas no Art. 129, caput, (por duas vezes) e 163, parágrafo único, inciso I, c/c artigos 69 e 70, todos do Código Penal e JOSE
AGLAILSON DE SOUZA SILVA imputando-lhe a prática da infração penal Arts. 129, §9º,
129, caput e 163, parágrafo único, inciso I, c/c artigos 69 e 70, todos do Código Penal.
2.	Conforme Exame Traumatológico, ID 108958718, Pag 24, não houve lesão a integridade corporal da Sra. Maria Souza da Silva. Dessa forma não se configura o fato delituoso do art. 129, § 9, referente à JOSE AGLAILSON DE SOUZA SILVA e nem o art. 129, caput referente a VINICIUS DE ANDRADE SILVA.
3.	Em relação ao VINICIUS DE ANDRADE SILVA, que responde em liberdade mediante o pagamento de fiança, de acordo com o relato das supostas vítimas o mesmo não agrediu em nenhum momento a Sra. Maria Souza da Silva.
4.	Ante a dificuldade de se conseguir, desde logo, uma absolvição sumária, a defesa se resguarda ao direito de melhor desenvolver seus argumentos após a instrução processual, por ocasião dos debates orais ou memoriais.
5.	Ad cautelam, arrolam-se, nesta oportunidade, as mesmas testemunhas já arroladas pelo parquet, ao tempo em que requerseja assegurado ao defendente o direito de, oportunamente, substituir as referidas testemunhas, uma vez que devem ser levadas em consideração as limitações dos Núcleos de Práticas Jurídicas, maximizadas em razão deste período de Pandemia, para manter contato com o acusado e apresentar outras testemunhas nesta ocasião.
6.	Em atenção ao contraditório e à plenitude de defesa, requer seja o acusado intimado para comparecer à audiência de instrução e julgamento acompanhado das testemunhas de defesa, bem como lhe seja assegurado o direito de ouvir as testemunhas presentes no Juízo/Tribunal independentemente de prévio arrolamento (art. 8.2, f, da CADH).
Por todo exposto, requer-se deste douto juízo:
a)	seja assegurado ao defendente o direito de melhor desenvolver sua defesa em sede de alegações finais;
b)	seja assegurado o direito do acusado de ouvir as testemunhas presentes no Juízo/Tribunal independentemente de prévio arrolamento (art. 8.2, f, da CADH), uma vez que tal direito é assegurado em norma de caráter supralegal, sob pena de violação ao devido processo legal, ao contraditório e à ampla defesa;
c)	seja deferida a gratuidade da justiça a VINICIUS DE ANDRADE SILVA e JOSE AGLAILSON DE SOUZA SILVA.
Ao ensejo, arrola-se, ad cautelam, as mesmas testemunhas arroladas na denúncia, resguardando-se o direito de eventual futura substituição, bem como o direito de ouvir outras testemunhas que comparecerem à AIJ independentemente de intimação.
Termos em que, pede deferimento.
Caruaru/PE, 06 de setembro de 2022.
Fábio Bezerra da Fonsêca
Advogado
OAB/PE ...
Valmir Andrade da Silva Júnior
Advogado
OAB/PE ...
Laís Mirelly da Silva
Advogada
OAB/PE ...
AO JUÍZO DA __ VARA CRIMINAL DA COMARCA DE CARUARU/PE 
 
Autos nº XXXXXXX-XX.XXXX.X.XX.XXXX 
 
 
 
HARRY POTTER PEDRA FOLOSOFAL DA SILVA, já qualificado 
nos autos do processo em epígrafe, por intermédio do Núcleo de Práticas Jurídicas, representado pelos advogados que ao final subscrevem, comparecem à presença deste douto juízo para apresentar om arrimo no artigo 403 § 3º do CPP e nas razões fáticas e jurídicas adiante expostas: 
ALEGAÇÕES FINAIS POR MEMORIAIS 
 
1. SÍNTESE DO PROCESSO 
 
 O Sr. HARRY POTTER PEDRA FILOSOFAL DA SILVA foi denunciado pela prática, in tese, do crime de tráfico de drogas (art. 33, caput, da Lei 11.343/2006). Vencida a instrução processual, o Ministério Público apresentou alegações finais orais, ocasião na qual propugnou pela procedência da denúncia, requerendo a condenação do ora defendente pela prática do crime de tráfico de drogas. 
 Nesta oportunidade, o Núcleo de Práticas Jurídicas apresenta suas alegações finais na forma de memoriais, nos termos que seguem. 
 
2. DA ABSOLVIÇÃO POR EXISTIREM CIRCUNSTÂNCIAS QUE EXCLUAM O 
CRIME (Artigo 386 do Decreto Lei nº 3.689 de 03 de outubro de 1941, VI) 
 
Art. 386. O juiz absolverá o réu, mencionando a causa na parte dispositiva, desde que reconheça: 
VI – existirem circunstâncias que excluam o crime ou isentem o réu de pena (arts. 20, 21, 22, 23, 26 e § 1º do art. 28, todos do Código Penal), ou mesmo se houver fundada dúvida sobre sua existência; (Redação dada pela Lei nº 11.690, de 2008) 
 
 O art. 23 do CP aborda a circunstância da absolvição por estado de necessidade, o que ocorre, pois, o acusado realizou a conduta de transportar a droga em questão pois não lhe restava alternativa. O chefe do tráfico, conhecido por “Bonitinho” o ameaçou para que realizasse esse ato, dizendo que o expulsaria da Favela da Rocinha caso se recusasse. 
 O réu reside nesta mesma comunidade há mais de 50 anos e não tem amigos ou familiares fora desse lugar, dessa forma, não lhe restou alternativa a não ser cumprir com a prática delituosa, alheia a sua vontade, conforme expresso em lei: 
 
Art. 23 - Não há crime quando o agente pratica o fato: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
I - em estado de necessidade; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
 
3. DA CAUSA DE DIMINUIÇÃO DO ARTIGO 33, §4º, DA LEI DE DROGAS – TRÁFICO PRIVILEGIADO 
 
 O ora defendente é primário, não possui antecedentes criminais, bem como não integra ou integrava organização criminosa e tampouco se dedicava a atividades criminosas. 
 Importante consignar que em respeito ao princípio do tempus regit actum 
(teoria da atividade) que regula a aplicação da lei penal, segundo o qual “Considera-se praticado o crime no momento da ação ou omissão, ainda que outro seja o momento do resultado”, o preenchimento dos requisitos para a aplicação da citada causa especial de diminuição de pena deve ser contemporâneo à data dos fatos. 
 Demais disto, a acusação não produziu qualquer prova e sequer fez alguma alegação no sentido de que fosse afastada a imperiosa aplicação da redutora do tráfico privilegiado. 
 Assim, presentes os requisitos do artigo 33, §4º, da Lei de Drogas, em caso de condenação deve o increpado ser beneficiado com causa especial de diminuição de pena, em sua fração máxima (2/3). 
4. DA DOSAGEM DA PENA E DO REGIME INICIAL DE CUMPRIMENTO DE 
PENA 
 
 Em respeito ao princípio da eventualidade, na remota hipótese de o defendente vir a ser condenado, é mister que a pena-base seja fixada no mínimo legal, pois todas as circunstâncias judiciais do artigo 59 do Código Penal, bem como das circunstâncias do artigo 42 da Lei n. 11.343/2006 ou lhe são favoráveis ou são neutras e não podem servir para exasperar a pena base. 
 Na segunda fase de aplicação da pena, deve ser registrada a presença da atenuante da coculpabilidade ou culpabilidade por vulnerabilidade, por ser o defendente pessoa pobre, humilde, excluída socialmente, bem como pela apequenada quantidade de drogas apreendida. 
 Por fim, na terceira fase, tem-se que inexistem majorantes a serem aplicadas e que o defendente faz jus à aplicação da causa especial de diminuição de pena nominada de tráfico privilegiado (art. 33, §4º, da Lei de Drogas). 
 Requer, ainda, seja fixado o regime inicial de cumprimento de pena aberto ou outro que seja compatível com o quantitativo da pena privativa de liberdade aplicada, na forma do artigo 33, §2º, do CP, ex vi da inconstitucionalidade do artigo 2º, §1º, da Lei n. 8.072/90. 
 Por fim, que seja a pena privativa de liberdade substituída por restritiva de direitos, na forma do artigo 44 do CPB. 
 
5. DA ATENUANTE DA PENA ( Artigo 65 do Decreto Lei nº 2.848 de 07 de 
Dezembro de 1940) 
 
 O réu se enquadra no presente artigo em seus incisos: I e III, pois é maior de 70 anos e só cometeu a conduta ilícita por ter sido ameaçado de perder seu lar pelo chefe do tráfico da região (alínea a, do inciso III), além de que não resistiu a ação dos policiais (alínea c, do inciso III) e confessou de livre e espontânea vontade ao ser abordado (alínea d, do inciso III). 
 
 
6. DA POSSIBILIDADE DE APELAR EM LIBERDADE 
Que o réu possa apelar em liberdade, uma vez que não apresenta ameaça, além de ser primário e possuir bons antecedentes, vide súmula 444 do STJ. 
 
7. DOS PEDIDOS 
 
a) que seja o defendente HARRY POTTER PEDRA FOLOSOFAL DA SILVA absolvido por existirem circunstâncias que excluam o crime (Artigo 386 do Decreto Lei nº 3.689 de 03 de outubro de 1941, VI) uma vez que apenas cometeu a prática por ter sido vítima de coação e ameaça pelo chefe do tráfico; 
 
b)	em caso de condenação, que seja a pena-base aplicada no mínimo legal e que seja aplicada a atenuante inominada do artigo 66 do Código Penal e, por fim, que na terceira fase da dosimetria seja reconhecida e aplicada, em seu grau máximo, a causa especial de diminuição de pena relativa ao tráfico privilegiado (art. 33, §4º, da Lei n. 11.343/2006); 
 
c)	seja fixado o regime aberto para o cumprimento de pena e que seja a pena privativa de liberdade substituída por restritiva de direitos; 
 
d)	a concessão da gratuidade da justiça, com consequente isenção dodefendente quanto ao pagamento das custas processuais, por ser ele pessoa pobre, na forma do artigo 98 e 99, §3º, do CPC/2015, aplicáveis subsidiariamente; 
 
e)	que seja assegurado ao defendente o direito de recorrer em liberdade. Por derradeiro, requer digne-se este douto juízo, sob pena de nulidade, em atenção ao disposto no artigo 93, IX, da CRFB/1988 c/c art. 315, §2º, c/c art. 564, V, todos do CPP, c/c art. 489, §1º, do CPC/2015, a fundamentar a sentença mediante a análise e enfrentamento de todos os argumentos defensivos, inclusive, manifestando-se expressamente acerca da (in)aplicabilidade e/ou violação dos dispositivos constitucionais e legais que fundamentam (ainda que tacitamente) estas alegações finais 
 
 
 
Termos em que, pede deferimento. 
 Caruaru/PE, 27 de setembro de 2022. 
 
 
Fábio Bezerra da Fonsêca 
Advogado 
OAB/PE ... 
 
Valmir Andrade da Silva Júnior 
Advogado 
OAB/PE ... 
 
Laís Mirelly da Silva 
Advogada 
OAB/PE ...
AO JUÍZO DA __ VARA CRIMINAL DA COMARCA DE __
Autos n. xxxxxxx-xx.xxxx.x.xx.xxxx
XXXXX, já qualificado nos autos da ação penal em epígrafe e representado processualmente pelo procurador abaixo subscrito, comparece à honrosa presença deste douto juízo para, com espeque no artigo 600 do CPP, oferecer RAZÕES AO RECURSO DE APELAÇÃO interposto pelo acusado no momento de sua intimação.
Assim, nesta oportunidade, apresenta as razões recursais em favor do apelante XXXXX.
Destarte, requer sejam as inclusas razões recebidas, amealhadas aos autos e, empós os procedimentos de praxe, encaminhadas ao Egrégio Tribunal de Justiça de Pernambuco para apreciação e consequente julgamento do apelo.
Em tempo, reitera-se a necessidade de observância das prerrogativas 
Termos em que, pede deferimento.
Caruaru/PE, 25 de outubro de 2022.
Valmir Andrade da Silva Júnior
Advogado
OAB/PE XXXX
Fábio Bezerra da Fônseca
Advogado
OAB/PE XXXX
Laís Mirelly da Silva
Advogada
OAB/PE XXXX
RAZÕES DO RECURSO DE APELAÇÃO
Autos n. xxxxxxx-xx.xxxx.x.xx.xxxx
Apelante: XXXXX
Apelado: Ministério Público
EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE PERNAMBUCO,
COLENDA CÂMARA CRIMINAL,
ÍNCLITOS DESEMBARGADORES,
EMINENTE PROCURADOR(A) DE JUSTIÇA
Inobstante o insofismável conhecimento jurídico da magistrada sentenciante, tem-se que no presente caso a sentença deve ser reformada, na esteira dos argumentos adiante aduzidos. 
I – ESCORÇO FÁTICO
O Ministério Público do Estado de Pernambuco denunciou e propugnou pela condenação do ora apelante XXXXX, nas penas como do artigo art. 157, §2º, inciso II do Código Penal Brasileiro.
Sobreveio a sentença penal condenatória ora recorrida, por meio da qual o acusado restou condenado como incurso art. 157, §2°, inc. II do Código Penal, tendo a pena definitiva sido fixada em 8 (oito) anos e 08 (oito) meses de reclusão e mais 120 (cento e vinte) dias-multa, a ser cumprida no regime inicial fechado.
Nesta oportunidade, a defesa técnica apresenta as razões recursais pelas quais requer seja o presente recurso recebido no mais amplo efeito devolutivo, oportunizando-se que este Colendo Tribunal de Justiça de Pernambuco possa reformar a sentença para beneficiar o acusado (proscrita a reformatio in pejus), por qualquer que seja o motivo, ainda que eventualmente não declinado nas presentes razões.
1. Culpabilidade
Em primeiro lugar, o Juízo a quo considerou desfavorável a circunstância judicial da “culpabilidade”, valendo-se, para tanto, de uma argumentação genérica e inidônea.
A magistrada teceu os seguintes argumentos quanto a culpabilidade: 
“O réu agiu com plena consciência da ilicitude da sua atuação, é imputável, deveria ter agido de modo diverso do que efetivamente logrou agir, atuando com dolo, atuando com dolo, restando presente, portanto, todos os requisitos da culpabilidade”. 
Com efeito, o magistrado sentenciante se referiu ao fato de o ora apelante ter agido com consciência da ilicitude do ato, todavia, o dolo já é elemento constitutivo para ato ilícito, sendo assim, não há o que falar sobre grau elevado de reprovabilidade, já que não houve prática de ato que tivesse intensificado a conduta delituosa. 
Destaque-se que em casos análogos o Sodalício Pernambucano tem redimensionado a pena-base ante a inidoneidade dos argumentos utilizados para valorar negativamente a circunstância da culpabilidade. Neste sentido:
REVISÃO CRIMINAL. HOMICÍDIO DUPLAMENTE QUALIFICADO. CONDENAÇÃO PELO TRIBUNAL DO JÚRI. RECURSO DE APELAÇÃO INTERPOSTO COM BASE NO ARTIGO 593, INCISO III, ALÍNEA ?D?, DO CÓDIGO DE PROCESSO PENAL. REVISÃO CRIMINAL QUE COMBATE ERRO NA DOSIMETRIA DA PENA. POSSIBILIDADE. CULPABILIDADE INTENSA E DOLO EXTREMO. FUNDAMENTAÇÃO GENÉRICA E SEM RESPALDO PROBATÓRIO. EXCLUSÃO DA AVALIAÇÃO DESFAVORÁVEL. CONDUTA SOCIAL E PERSONALIDADE. PRÁTICA DE ILÍCITOS PENAIS E ENVOLVIMENTO EM ATIVIDADES CRIMINOSAS. ALEGAÇÃO VAGA E IMPRECISA. EXCLUSÃO. MOTIVOS. FUNDAMENTAÇÃO GENÉRICA. CIRCUNSTÂNCIAS DO CRIME. AMIZADE ENTRE VÍTIMA E RÉU. FATO IDÔNEO PARA MANTER A AVALIAÇÃO DESFAVORÁVEL. CONSEQUÊNCIAS DO CRIME. IRREVERSIBILIDADE. MORTE. FATO INERENTE AO TIPO PENAL. EXCLUSÃO.(...)3. A culpabilidade constante do artigo 59, do Código Penal consiste na reprovação social que o crime e o seu autor merecem. Exige do magistrado uma avaliação do grau de censura da conduta delituosa. Portanto, afirmar simplesmente que o requerente agiu com culpabilidade intensa e dolo extremo não atende à exigência constitucional prevista no artigo 93, inciso IX, da Constituição Federal, pois calcada em fundamentação genérica e desprovida de respaldo probatório.(...). (TJ-DF 07106174520198070000 DF 0710617-45.2019.8.07.0000, Relator: DEMETRIUS GOMES CAVALCANTI, Data de Julgamento: 16/09/2019, Câmara Criminal, Data de Publicação: Publicado no PJe : 18/09/2019 . Pág.: Sem Página Cadastrada.)
Na mesma senda, em um caso bem similar de roubo circunstanciado pelo emprego de arma, assim decidiu o Tribunal de Justiça de Pernambuco:
APELAÇÃO CRIMINAL. ROUBO QUALIFICADO. ABSOLVIÇÃO. IMPOSSIBILIDADE. PALAVRA DA VÍTIMA TEM CREDIBILIDADE QUANDO AMPARADA POR OUTROS MEIOS DE PROVAS. PARTICIPAÇÃO DE MENOR IMPORTÂNCIA. INCABÍVEL. REDIMENSIONAMENTO DA PENA. POSSIBILIDADE. APELO PROVIDO PARCIALMENTE. À UNANIMIDADE.1. Em crimes contra o patrimônio, a palavra da vítima merece credibilidade para elucidação dos fatos delituosos, não merecendo ser desprezada diante de outros elementos probatórios constante nos autos que a ampare.2. O recrudescimento da pena deve estar fundamentado em elementos concretos extraídos da conduta imputada ao acusado, os quais devem desbordar dos elementos próprios do tipo penal. Meras alusões à gravidade em abstrato do delito, como a potencial consciência da ilicitude, ao perigo da conduta, à busca do lucro fácil, bem como outras generalizações sem lastro em circunstâncias concretas, não podem ser utilizados para aumentar a pena na primeira fase. Pena-base redimensionada.3. Com base no art. 68, parágrafo único do Código Penal, o qual prediz que, no concurso entre causas de aumento de pena, prevalecerá a que mais aumente a pena do réu. Sendo assim, à vista da presença da qualificadora presente no § 2º-A, é autorizado o aumento da pena em na fração de 2/3 (dois terços).
4. Apelo provido parcialmente. À unanimidade. (TJPE, Apelação Criminal 556051-60021007-36.2019.8.17.0001, Rel. Fausto de Castro Campos, 1ª Câmara Criminal, julgado em 04/10/2021, DJe 09/02/2022)
Por conseguinte, é notório, data venia, que a decisão se valeu de elementos extremamente genéricos para exasperação da pena no que pertine à culpabilidade, sendo necessária a correção da dosimetria neste ponto, com o consequente redimensionamento da basal para o mínimo legal, pois a circunstância judicial da culpabilidade é favorável ao agente.
1. Maus antecedentes
Não bastasse, o magistrado também considerou a vida pregressa criminal do acusado para valorar negativamente os maus antecedentes, formulando os seguintes argumentos: 
“Há registro de antecedentes criminais”.
Ora, não consta dos autosa certidão de antecedentes criminais circunstanciada do increpado, indicando efetivamente tratar-se de sentença penal transitada em julgado e que não mais sirva para configurar a reincidência, não trazendo nem a data dos fatos para ser analisado se já havia passado o período depurador. 
Consoante a vetusta máxima jurídica, “o que não está nos autos não está no mundo”. Assim, quando o magistrado adota o papel de protagonista nos autos, para suprir a atividade probatória que incumbe à acusação, viola-se a imparcialidade e o devido processo legal, além de se violar a ampla defesa e o contraditório, pois somente na sentença, em verdadeira decisão surpresa, alega a juíza que o acusado ostenta maus antecedentes, sem qualquer prova idônea disto nos autos e sem que a defesa tivesse oportunidade de se defender deste fato.
 Pois bem, se até mesmo no processo civil, que lida com direitos patrimoniais e, via de regra, disponíveis, “O juiz não pode decidir, em grau algum de jurisdição, com base em fundamento a respeito do qual não se tenha dado às partes oportunidade de se manifestar, ainda que se trate de matéria sobre a qual deva decidir de ofício” (art. 10 do CPP, aplicável por analogia ao processo penal na forma do artigo 3º do CPP), com muito mais razão no processo penal o juízo não pode inovar e agravar a situação do defendente sem lhe oportunizar a mais ampla defesa e contraditório. 
Logo, deve ser valorada como favorável ou neutra a circunstância judicial dos antecedentes, redimensionando-se a pena base para o mínimo legal.
1. Conduta social
Quando a conduta social do agente, o magistrado valorou negativamente tecendo os seguintes comentários:
“O réu não apresenta boa conduta social, eis que envolvido com a prática de crime”. 
No que tange à conduta social, chamada por alguns de antecedentes sociais, esta refere-se ao estilo de vida do réu que pode ser considerado adequado ou inadequado, sendo, talvez, a circunstância judicial mais abstrata de todas e não podendo ser confundia com os antecedentes criminais do acusado.
Nesse sentido, elucida Rogério Greco: 
Os antecedentes traduzem o passado criminal do agente, a conduta social deve buscar aferir o seu comportamento perante a sociedade, afastando tudo aquilo que diga respeito à prática de infrações penais. (in Curso de Direito Penal, 18.ª ed., Rio de Janeiro: Impetus, 2016, p. 684).
Logo, a vida criminal anteacta do acusado nada tem a ver com a conduta social, mas apenas com maus antecedentes e reincidência, razão pela qual, e por inexistir nos autos fatos concretos que permitam a consideração negativa da circunstância conduta social, apresenta-se como imperativo lógico o seu afastamento.
1. Personalidade do agente
No que se refere a personalidade do agente, o magistrado valorou negativamente, se valendo dos seguintes argumentos:
“O acusado demonstra personalidade voltada para a prática de crimes”.
Além de ser uma fundamentação extremamente genérica, não é idônea. No mais, o magistrado cita o mesmo argumento utilizado para valorar a conduta social do agente, configurando a prática do bis in idem.
1. Motivos do crime
No que se refere aos motivos do crime, o magistrado valorou negativamente, se valendo dos seguintes argumentos:
 “Lucro fácil”
Além de ser uma fundamentação genérica, o objetivo dessa prática delituosa, de toda forma, é um lucro fácil, sendo assim, elemento constitutivo do crime.
1. Circunstâncias do crime
No que se refere as circunstâncias do crime, o magistrado valorou negativamente, se valendo dos seguintes argumentos:
“Em um local de grande afluxo de pessoas, demonstrando o destemor do réu”.
Essa não é uma circunstância que por si só configura uma valorante, sendo assim genérica e carece de melhor fundamentação.
1. Comportamento da vítima
No que se refere ao comportamento da vítima, o magistrado valorou negativamente, se valendo dos seguintes argumentos:
“As vítimas em nada contribuíram para a prática do crime”.
O comportamento da vítima apenas deve ser levado em consideração caso ela tenha contribuído para o acontecimento, podendo apenas ser valorado favorável ao réu ou elemento neutro, mas jamais pode ser alegada como circunstância desfavorável.
Sobre o tema, colhe-se da doutrina:
“Comportamento da vítima: É a atitude da vítima, que tem o condão de provocar ou facilitar a prática do crime. Cuida-se de circunstância judicial ligada à vitimologia, isto é, ao estudo da participação da vítima e dos males a ela produzidos por uma infração penal. [...] o comportamento da vítima apenas deve ser utilizado em benefício do réu, devendo tal circunstância ser neutralizada no caso de não interferência do ofendido na prática do crime” (Masson, Cleber. Código penal comentado. 3. ed. rev. atual. e ampl. – Rio de Janeiro: Forense: São Paulo: Método, 2015, p. 337).
“Não pode gerar agravamento da pena o fato de o comportamento da vítima não ter contribuído para o crime. Com efeito, “o comportamento neutro da vítima não justifica o acréscimo da pena-base”.
Ademais, o comportamento da vítima nunca pode ser valorado negativamente ao acusado, pois se trata de circunstância judicial que somente pode abrandar a sua pena” (Fabrício Castagna Lunardi e Luiz Otávio Rezende. Curso de sentença penal: técnica, prática e desenvolvimento de habilidades. 2. Ed. – Salvador: Juspodivm, 2018, p. 176).
Já quanto a jurisprudência: 
“O comportamento da vítima apenas deve ser considerado em benefício do agente, quando a vítima contribui decisivamente para a prática do delito, devendo tal circunstância ser neutralizada na hipótese contrária, de não interferência do ofendido no cometimento do crime, não sendo possível, portanto, considerá-la negativamente na dosimetria da pena” (STJ. HC n. 255231, julgado em 26/2/2013. Relator: Min. Marco Aurélio Bellizze). 
“O fato de a vítima não ter contribuído para o delito é circunstância judicial neutra e não deve levar ao aumento da sanção” (STJ. HC n. 217819, julgado em 21/11/2013. Relatora: Mina. Maria Thereza de Assis Moura).
“O comportamento da vítima não pode ser utilizado em demérito do réu, na medida em que constitui circunstância neutra” (STJ. HC n. 182572, julgado em 3/6/2014. Relator: Min. Nefi Cordeiro).
II – DA CONCLUSÃO / PEDIDOS
Na confluência de todo exposto e por tudo mais que dos autos consta, é a presente para requerer deste Egrégio Tribunal de Justiça de Pernambuco seja o presente recurso recebido, processado e ao final, PROVIDO, para:
 
a) Que sejam reconsideradas todas as circunstâncias judicias desfavoráveis.
Termos em que, pede deferimento.
Caruaru/PE, 25 de outubro de 2022.
Valmir Andrade da Silva Júnior
Advogado
OAB/PE XXXX
Fábio Bezerra da Fônseca
Advogado
OAB/PE XXXX
Laís Mirelly da Silva
Advogada
OAB/PE XXXX
AO JUÍZO DA PRIMEIRA VARA CRIMINAL DA COMARCA DE CARUARU/PE
Autos nº 0000594-43.2022.8.17.4480
PEDIDO DE REVOGAÇÃO DE PRISÃO PREVENTIVA
WAGNER BRITTO FILGUEIRA, já qualificado nos autos do processo em epígrafe, por intermédio do Núcleo de Práticas Jurídicas, representada pelo advogado e estágiários que que ao final subscreve, comparece à presença deste douto juízo para apresentar PEDIDO DE REVOGAÇÃO DE PRISÃO PREVENTIVA, com espeque nas razões fáticas e jurídicas adiante aduzidas:
Em proêmio, cumpre destacar que os fatos não ocorreram como narrados na denúncia, sendo o acusado inocente das acusações que lhe foram feitas.
Do compulso dos autos verifica-se que o acusado se encontra preso preventivamente pelo presente processo desde o dia 05 de março de 2022, conforme decisão de ID 100331699.
O acusado teve a prisão em flagrante convertida em prisão preventiva com fundamento no artigo 312 do CPP, entendendo o magistrado como necessária para garantia da ordem pública. 
A Constituição Federal em seu art. 5°, inc. LXI, e o Código de Processo penal em ser art. 312, §2°, determinam que a decisão que fundamente a prisão preventiva deve ser motivada e fundamentada. Nesse sentido: 
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-seaos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
[...]
LXI - ninguém será preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e fundamentada de autoridade judiciária competente, salvo nos casos de transgressão militar ou crime propriamente militar, definidos em lei;
Art. 312, §2°, do Código de Processo Penal:
Art. 312. A prisão preventiva poderá ser decretada como garantia da ordem pública, da ordem econômica, por conveniência da instrução criminal ou para assegurar a aplicação da lei penal, quando houver prova da existência do crime e indício suficiente de autoria e de perigo gerado pelo estado de liberdade do imputado.
§ 2º A decisão que decretar a prisão preventiva deve ser motivada e fundamentada em receio de perigo e existência concreta de fatos novos ou contemporâneos que justifiquem a aplicação da medida adotada.
Pois bem, no caso em testilha, analisando-se a decisão que converteu a prisão em flagrante em prisão preventiva, verifica-se que esta foi fundamentada de forma genérica, que valeu-se tão somente de transcrição normativa. 
Não foi constatado de fato que a arma seria usada para fins delituosos, uma vez que apenas seu porte não configura perigo ou ameaça. Com efeito, o magistrado não demonstrou efetivamente quais seriam os riscos à garantia da ordem pública que poderiam ser gerados com a liberdade do acusado. Além do mais, não foi provado que houve agressão em nenhum momento, tendo sim e de fato, o acusado cooperado com a investigação policial sem demonstrar resistência.
Quanto a ausência de fundamentação no decreto de prisão preventiva, entende a Jurisprudência do STF e STJ:
EMENTA: HABEAS CORPUS. DECISÃO SINGULAR DE MINISTRO DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA. INDEFERIMENTO DE MEDIDA LIMINAR. ÓBICE DA SÚMULA 691/STF. TRÁFICO DE DROGAS. PRISÃO EM FLAGRANTE. MANUTENÇÃO DESFUNDAMENTADA DO APRISIONAMENTO. FUNDAMENTAÇÃO GENÉRICA. EXCEPCIONALIDADES QUE JUSTIFICAM A CONCESSÃO PARCIAL DA ORDEM, DE OFÍCIO. 
1. A garantia da fundamentação importa o dever judicante da real ou efetiva demonstração de que a segregação atende a pelo menos um dos requisitos do art. 312 do Código de Processo Penal. Sem o que se dá a inversão da lógica elementar da Constituição, segundo a qual a presunção de não culpabilidade é de prevalecer até o momento do trânsito em julgado de sentença penal condenatória. Por isso mesmo foi que o Supremo Tribunal Federal, no julgamento do HC 84.078, por maioria, entendeu inconstitucional a execução provisória da pena. Na oportunidade, assentou-se que o cumprimento antecipado da sanção penal ofende o direito constitucional à presunção de não-culpabilidade. Direito subjetivo do indivíduo, que tem a sua força quebrantada numa única passagem da Constituição Federal. Leia-se: “ninguém será preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e fundamentada de autoridade judiciária competente, salvo nos casos de transgressão militar ou crime propriamente militar, definidos em lei” (inciso LXI do art. 5º). 
2. O Supremo Tribunal Federal entende que a alusão à gravidade do delito ou o uso de expressões de simples apelo retórico não validam a ordem de prisão cautelar. Eventual ameaça que o agente representaria à ordem pública só é de ser aferida com a própria tessitura dos fatos. O juízo de que a liberdade de determinada pessoa se revela como sério risco à coletividade só é de ser feito com base no quadro fático da causa e, nele, fundamentado o respectivo decreto prisional. Sem o que não se demonstra o necessário vínculo operacional entre a necessidade da segregação processual do acusado e o efetivo acautelamento do meio social. 
3. O fato em si da inafiançabilidade dos crimes hediondos e dos que lhes sejam equiparados parece não ter a antecipada força de impedir a concessão judicial da liberdade provisória, jungido que está o juiz à imprescindibilidade do princípio tácito ou implícito da individualização da prisão (não somente da pena). Pelo que a inafiançabilidade da prisão, mesmo em flagrante (inciso XLIII do art. 5º da CF), quer apenas significar que a lei infraconstitucional não pode prever como condição suficiente para a concessão da liberdade provisória o mero pagamento de uma fiança. Noutros termos, a prisão em flagrante não pré-exclui o benefício da liberdade provisória, mas, tão-só, a fiança como ferramenta da sua obtenção (dela, liberdade provisória). Equivale ainda a dizer: se é vedado levar à prisão ou nela manter alguém legalmente beneficiado com a cláusula da afiançabilidade, a recíproca não é verdadeira: a inafiançabilidade de um crime não implica, necessariamente, vedação do benefício à liberdade provisória, mas apenas sua obtenção pelo simples dispêndio de recursos financeiros ou bens materiais. Tudo vai depender da concreta aferição judicial da periculosidade do agente, atento o juiz aos vetores do art. 312 do Código de Processo Penal. 
4. Habeas corpus não conhecido. Ordem concedida de ofício para, na falta de fundamentação válida, cassar a decisão que manteve a prisão cautelar da paciente, assegurando-lhe o direito de responder a ação penal em liberdade, ressalvada a adoção, pelo magistrado, das medidas cautelares diversas da prisão (art. 319 do CPP).
(HC 106463, Relator(a): AYRES BRITTO, Segunda Turma, julgado em 25/10/2011, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-192 DIVULG 28-09-2012 PUBLIC 01-10-2012)
HABEAS CORPUS. WRIT SUBSTITUTIVO. DESVIRTUAMENTO. TRÁFICO DE DROGAS E ASSOCIAÇÃO PARA O TRÁFICO. PRISÃO PREVENTIVA. ART. 312 DO CPP. PERICULUM LIBERTATIS. FUNDAMENTAÇÃO INSUFICIENTE. ORDEM CONCEDIDA DE OFÍCIO.
1. A jurisprudência desta Corte Superior é remansosa no sentido de que a determinação de segregação do réu, antes de transitada em julgado a condenação, deve efetivar-se apenas se indicada, em dados concretos dos autos, a necessidade da cautela (periculum libertatis), à luz do disposto no art. 312 do Código de Processo Penal.
2. Assim, a prisão provisória se mostra legítima e compatível com a presunção de inocência somente se adotada, mediante decisão suficientemente motivada, em caráter excepcional, não bastando invocar, para tanto, aspectos genéricos, posto que relevantes, relativos à modalidade criminosa atribuída ao acusado ou às expectativas sociais em relação ao Poder Judiciário, decorrentes dos elevados índices de violência urbana.
3. No caso, o magistrado de origem apontou genericamente a presença dos vetores contidos no art. 312 do Código de Processo Penal, uma vez que se limitou a afirmar, em decisão padronizada, com expressões genéricas do tipo "cuidam os autos de crime(s) gravíssimo(s), que coloca(m) em risco a saúde e a ordem públicas, seriamente abaladas com delito(s) desse jaez"; "a(o)(s) acusada(o)(s), pela gravidade do crime, demonstra(m) periculosidade, impondo-se a restrição da liberdade para garantia da ordem pública (RT 648/347) e mesmo por conveniência da instrução criminal (JSTJ 8/154)"; "os fatos causaram grande indignação e clamor público na Comarca", a necessidade da prisão preventiva do acusado.
4. As particularidades concretas de cada caso não podem, em decisão que suprime a liberdade humana, ser ignoradas, sob pena de engendrar a decretação automática de prisão preventiva contra todos os autores de crimes graves, independentemente de singular apreciação de cada um deles, o que atenta contra o princípio da excepcionalidade da cautela extrema.
5. Evidenciada a existência de corréu em situação fático-processual idêntica, devem ser estendidos a ele os efeitos desta decisão, nos termos do art. 580 do Código de Processo Penal.
6. Habeas corpus não conhecido, mas concedido de ofício, para revogar a decisão que decretou a prisão preventiva do paciente, com extensão dos efeitos ao corréu LEANDRO CAIO AMORIM FRANCECONI, ressalvada a possibilidade de nova decretação da custódia cautelar, se concretamente demonstrada sua necessidade, sem prejuízo de imposição de medida alternativa, nos termos do artigo 319 do Código de Processo Penal.(HC n. 299.666/SP, relator Ministro Rogerio Schietti Cruz, Sexta Turma, julgado em 7/10/2014, DJe de 23/10/2014.)
Desta feita, resta evidenciada a ausência de fundamentação na decisão que converteu a prisão em flagrante em prisão preventiva.
Lado outro, não é demais lembrar que a prisão preventiva é medida excepcionalíssima. Nas palavras do saudoso professor Luiz Flávio Gomes, é a “extrema ratio” da “ultima ratio”.
O art. 282, §6°, do CPP, deixa ainda mais claro o caráter excepcional da prisão preventiva: 
Art. 282. As medidas cautelares previstas neste Título deverão ser aplicadas observando-se a:
[...]
§ 6º A prisão preventiva somente será determinada quando não for cabível a sua substituição por outra medida cautelar, observado o art. 319 deste Código, e o não cabimento da substituição por outra medida cautelar deverá ser justificado de forma fundamentada nos elementos presentes do caso concreto, de forma individualizada.
Acontece que, conforme verificado na decisão de ID 106394291, o magistrado também não fundamentou o porquê as medidas cautelares diversas da prisão, elencadas no art. 319 do CPP, não seriam eficazes no caso em comento.
Cumpre consignar que o ora defendente é pessoa humilde e que possui residência fixa.
Ainda que se entenda que a decisão que decretou a prisão preventiva do defendente foi devidamente fundamentada, não mais subsistem os motivos pelos quais esta foi decretada, uma vez que não há razões para crer que o acusado ofereça risco à ordem pública. 
Neste sentido, preconiza o art. 316, do CPP:
Art. 316. O juiz poderá, de ofício ou a pedido das partes, revogar a prisão preventiva se, no correr da investigação ou do processo, verificar a falta de motivo para que ela subsista, bem como novamente decretá-la, se sobrevierem razões que a justifiquem.
Na confluência de todo exposto, é a presente para REQUERER:
a) que seja REVOGADA a PRISÃO PREVENTIVA do acusado WAGNER BRITTO FILGUEIRA, seja por ausência de fundamentação idônea; seja por não estarem presentes os requisitos que ensejaram à preventiva; seja porque as medidas cautelares diversas da prisão previstas no artigo 319 do CPP, que podem ser aplicadas por este douto juízo, mostram-se suficientes para assegurar o bom andamento do feito;
b) Caso não haja acolhimento da revogação da prisão preventiva, que esta seja substituída pelas medidas cautelares conforme art. 319 do CPP, notadamente o comparecimento periódico em juízo, no prazo e nas condições fixadas pelo juiz, para informar e justificar atividades e/ou monitoramento eletrônico, ou ainda qualquer outra medida diversa da prisão que seja necessária.
Termos em que,
 Pede e aguarda o justo deferimento.
Caruaru/PE, 30 de agosto de 2022.
Fábio Bezerra da Fonsêca
Advogado
OAB/PE ....
Valmir Andrade da Silva Júnior
Advogado
OAB/PE ....
Laís Mirelly da Silva
Advogada
OAB/PE
6. FOCO OAB
6. AVALIAÇÃO DO ESTÁGIO:
I. O presente estágio trouxe contribuição à sua formação profissional?
( x ) sim ( ) não
II. Justifique a resposta acima quanto a:
- relações interpessoais (atendimento ao cliente / orientação com supervisor e colegas): Ajudam no crescimento e na efetividade do trabalho em equipe.
- técnicas e procedimentos referentes à área (listar tipo de ações e procedimentos aprendidos e aplicados): Aplicação prática e experiência em redigir peças.
- contribuições para melhorias públicas (apenas para estágio externo e NPJ)
- possibilidade de efetivação: (apenas para estágio externo)
III. Auto avaliação:
Se você pudesse atribuir uma nota para sua atuação durante seu estágio, qual seria?
 NOTA: 8
Data: 25/10/2022
Assinatura do(a) Estagiário(a): 
FORMULÁRIO PARA AVALIAÇÃO DO ESTÁGIO SUPERVISIONADO E
VALIDAÇÃO DAS HORAS CUMPRIDAS
A ser preenchida APENAS pelo Supervisor do Campo de Estágio Externo
O que representou o estágio para a sua unidade?
 ______________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________
A atividade programada foi desenvolvida pelo(a) estagiário(a):
( ) no todo ( ) em parte
De que forma? __________________________________________________________________
A integração do estagiário(a) no campo de estágio ocorreu:
( ) sempre ( ) às vezes ( ) nunca
De que forma? __________________________________________________________________
Critérios para avaliação do Supervisor no campo do Estágio:
(MB= muito bom / B= bom / R= regular ou I= insuficiente)
	
	MB
	B
	R
	I
	Produtividade (Peças reais produzidas)
	
	
	
	
	Atividades em sala
	
	
	
	
	Conformidade de Audiências
	
	
	
	
	Conformidade de Relatório
	
	
	
	
	Foco OAB
	
	
	
	
	NOTA FINAL
	
	
	
	
 ( * ) Sr. Supervisor, solicitamos atribuir sua nota aos critérios acima.
Assinatura do Supervisor de Estágio______________________________
(somente válido com carimbo e assinatura igual a do Termo de Compromisso de Estágio) ( * )
(Ciente) Assinatura do(a) Estagiário(a) 
( * ) Caso haja alteração de supervisão durante o período do estágio, o(a) aluno(a) deve formalizar a mudança junto à Coordenação do NPJ da UNIFAVIP anexar o referido documento a este formulário.

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