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[Digite texto] DESENVOLVIMENTO DO PENSAMENTO FILOSÓFICO MÓDULO 2 TÓPICO 1 PROFESSOR ESPECIALISTA LUIS ALBERTO DA SILVA [Digite texto] INTRODUÇÃO Prezado acadêmico (a), Neste segundo módulo viajaremos pela História da Filosofia. A História da Filosofia confunde-se com a própria história do homem. É empenhando-se em pensar o mundo, sua estrutura, seu significado, seu sentido é que o homem descobre-se como construtor do próprio mundo e de si mesmo. A construção do homem se dá com a construção do conhecimento, pois sem este, o homem seria apenas um ser natural seguindo a inevitabilidade própria dos seres que não possuem a liberdade de construir a própria história. Num primeiro momento, os filósofos se ocuparam em buscar resposta para origem do mundo. A questão era, porque existe “algo” ao invés do “nada”? A pergunta talvez não fosse original, muitos homens talvez já tivessem realizado, mas a resposta não podia ser simplista, infundada ou fundada no sobrenatural. Ela deveria atender ao apelo da racionalidade. Por isso a resposta deveria ser encontrada na própria natureza. Assim esforçaram-se os primeiros filósofos em encontrar a “arché”, um princípio fundamental de todas as coisas existentes. As respostas foram várias: água, fogo, número, ar; porém o totalmente novo foi o esforço construir um modelo explicativo do mudo fundado na razão. Com o desenvolvimento do pensamento filosófico surge, sobretudo em Atenas, pensadores considerados clássicos da Filosofia, num período denominado sistemático. É aqui que aparecem autores como Sócrates, Platão e Aristóteles. Os sistemas filosóficos que, de certo modo, configuraram o pensamento ocidental. Sócrates, busca responder as questões essências da vida humana a partir do autoconhecimento. Para contemplar a verdade é necessário primeiro desenvolver o conhecimento de si mesmo, pois é no interior do indivíduo que se encontra a verdadeira sabedoria. Daí a as temáticas mais importantes estarem relacionadas ao ser humano: política, ética, conhecimento, sabedoria, e também a ações práticas como uma vida simples e moderada. Platão desenvolve sua reflexão propondo a existência de dois mundos, o sensível, marcado pelo conhecimento e apreensão dos objetos que nos advém pelos sentidos. Como são frutos de impressões sensíveis, são mutáveis, efêmeros e transitórios. E o intelegível, um [Digite texto] mundo onde as realidades são perfeitas, verdadeiras, por isso apenas alcançada pela inteligência. Essa realidade Platão chamou de ideia como sendo a essência verdadeira de tudo que existe (essa teoria é descrita em seu mito da caverna). O objetivo do homem é romper com a ilusão dos sentidos para contemplar as ideias verdadeiras do mundo inteligível. A Filosofia seria o meio pelo qual o indivíduo percorreria esse caminho. Aristóteles, o maior dentre os filósofos segundo muitos autores, sistematizou todo pensamento então existente. É considerado o criado da Lógica, da Ética, da Metafísica, área esta onde expõe sua teoria sobre o ser. Aristóteles, discípulo de Platão, rompe com a teoria dos dois mundos de seu mestre, afirmando que as duas realidades apresentadas por Platão se encontram nesse mundo, nas próprias coisas. Todas as coisas são formadas por essência e acidente, matéria e forma. Depois do período sistemático a Filosofia diminui sua produtividade. Grécia agora dominada politicamente não goza da liberdade de outrora. O amor pela cultura grega de Alexandre, dominador macedônico, faz surgir um período denominado helenismo, que a difusão da cultura grega por grande parte do mundo. Nesse período as reflexões gravitam sobretudo na ética. Surgem correntes como Ceticismo, Epicurismo e Estoicismo que buscam entender o melhor o lugar do homem no mundo, seja na satisfação moderada dos poderes, seja pela rejeição absoluta das paixões. Portanto, vamos focar o tópico 1 no estudo da Filosofia Antiga. Boa Leitura. [Digite texto] MÓDULO 2 – A HISTÓRIA DA FILOSOFIA. Tópico 1 : O LONGO PERCURSO DA PRODUÇÃO DO CONHECIMENTO “O homem é visivelmente feito para pensar, e toda a sua dignidade, e todo o seu mérito, e todo o seu dever consistem em pensar corretamente” (Pascal) Como você pode perceber a Filosofia teria surgido na Grécia, aproximadamente no século VII e VI a.C. Um fator interessante é que ela começa primeiro nas colônias para só depois atingir a pátria-mãe. “Mas há um fato muito importante a destacar, confirmando de modo ainda melhor o que já dissemos: a filosofia nasce primeiro nas colônias e não na mãe-pátria. Mais precisamente, primeiro nas colônias orientais da Ásia Menor (em Mileto) e logo depois nas colônias ocidentais da Itália meridional- e só depois refluiu para a mãe-pátria. E isso aconteceu precisamente porque, com sua operosidade e com seu comércio, as colônias alcançaram primeiro uma situação de bem-estar e, devido à distância da mãe- pátria, puderam construir instituições livres antes do que ela” (REALE, 1990, p. 20). Por isso encontramos em Mileto, mais precisamente Tales, o primeiro filósofo, considerado por muitos como sendo o “pai da Filosofia ocidental”. Tales da cidade de Mileto Fonte: https://filosofiaevertigem.wordpress.com/2009/03/22/tales-de-mileto-624-548-ac/ Desde o surgimento, tem-se procurado, para fins de estudo, dividir a História da Filosofia em períodos. Note-se que esta divisão é didática, pois o período não tem um começo e um fim exatos. O que ocorre são progressivas mudanças que acabam por implicar em diferentes concepções de mundo. [Digite texto] Observe a divisão esquemática da História da Filosofia: Séc. VII a.C. séc. V d.C. séc. XV d.C. séc. XIX d.C. FILOSOFIA ANTIGA -------I----- FILOSOFIA MEDIEVAL -------- I -------FILOSOFIA MODERNA------- I-------FILOSOFIA CONTEMPORÂNEA-------- Pré-socráticos Patrística Renascimento Idealismo Sistemático Escolástica Racionalismo Positivismo Helenismo Empirismo Marxismo Iluminismo Existencialismo Ao observar o esquema acima você pode perceber que cada época tem seu foco de interesse e os temas para os quais a Filosofia se volta que dão origem a diversas correntes filosóficas. Observe as características principais e os principais autores de cada período. Nosso objetivo é o de apenas apresentar de modo sintético a História da Filosofia a partir dos principais filósofos. Continue assistindo ao vídeo indicado abaixo. Vídeo: Introdução Inicial ao Estudo da filosofia : O que é Filosofia? https://www.youtube.com/watch?v=R66F4aJKTbw Filosofia Antiga (séc. VII a. C. – V d.C.) A maioria dos filósofos primitivos queriam encontrar o princípio de todas as coisas existentes (Aristóteles) OS PRÉ-SOCRÁTICOS Os filósofos que viveram antes de Sócrates se preocupavam muito com o Universo e com os fenômenos da natureza (physis), daí esse período ser denominado de naturalista . Buscavam explicar tudo através da razão e do conhecimento científico. Eram chamados de físicos ou cosmólogos (preocupação quase que exclusiva com os problemas cosmológicos: como tudo se originou? De que é feito o universo? Como surgiu a vida? Quais são os elementos fundamentais do universo?), pois seu interesse era o de encontrar ma própria natureza um princípio (arché – arqué: princípio originário) que explicasse a origem de tudo que é natural. Vejamos agora alguns autores da Filosofia Antiga [Digite texto] Tales de Mileto (624-548 a. C.) Fenício de origem, é considerado o fundador da escola jônica. É o mais antigo filósofo grego. Tales não deixounada escrito, mas sabemos que ele ensinava ser a água a substância única de todas as coisas. Cultivou também as matemáticas e a astronomia, predizendo, pela primeira vez, entre os gregos, os eclipses do sol e da lua. No plano da astronomia, fez estudos sobre solstícios a fim de elaborar um calendário, e examinou o movimento dos astros para orientar a navegação. Segundo Tales, a água, ao se resfriar, torna-se densa e dá origem à terra; ao se aquecer transforma-se em vapor e ar, que retornam como chuva quando novamente esfriados. Desse ciclo de seu movimento (vapor, chuva, rio, mar, terra) nascem as diversas formas de vida, vegetal e animal. A cosmologia de Tales pode ser resumida nas seguintes proposições: A terra flutua sobre a água; A água é a causa material de todas as coisas. Todas as coisas estão cheias de deuses. Tales acreditava em uma "alma do mundo", havia um espírito divino que formava todas as coisas da água. Tales sustentava ser a água a substância de todas as coisas. Conheça um pouco mais sobre Tales de Mileto. Vídeo: Tales de Mileto https://www.youtube.com/watch?v=34n8FBzf-fI Heráclito ( 540- 470 a. C) Nasceu em Éfeso, cidade da Jônia, descendente do fundador da cidade. É considerado o mais importante dos pré-socráticos. Chama a atenção, além da pluralidade, para os opostos. Tanto o bem como o mal são necessários ao todo. Deus se manifesta na natureza, abrange o todo e é crivado de opostos. O logos é o princípio cósmico, elemento primordial, e a razão do real, a inteligência. A verdade se encontra no devir, não no ser. Com sentidos poderosos, poderíamos vê-lo. O ponto de partida do pensamento de Heráclito é o caráter Ilustração de "Illustrerad verldshistoria utgifven av E. Wallis. volume I": Thales. Heráclito Fonte: http://kdfrases.com/autor/her%C3%A1clito [Digite texto] transitório e mutável das coisas: nada existe de permanente e fixo no mundo. Símbolo desse devir, mudança contínua é o fogo , considerado o elemento primordial para Heráclito. É dele a frase de que tudo flui. Não entramos no mesmo rio duas vezes e o sol é novo a cada dia. É o filósofo do devir, a lei do universo, tudo nasce se transforma e se dissolve. A verdade se encontra no devir, não no ser. Com sentidos poderosos, poderíamos vê-lo. Descubra um pouco mais sobre Heráclito . Vídeo: Heráclito: o filósofo do fogo e do movimento https://www.youtube.com/watch?v=oLnAyYD0go4 Parmênides (544- 450 a. C.) É o primeiro pensador a discutir questões relativas ao Ser. A partir do seu poema intitulado Sobre a Natureza, ele nos traz as possibilidades de conhecê-lo, tendo em relação a ele um conhecimento verdadeiro e universal, e para chegarmos a este conhecimento, torna-se necessário o abandono dos sentidos, pois o verdadeiro não pode ser percebido pelo nosso campo sensorial e sim pensado, compreendido por nossa razão. Sua doutrina opõe-se ao dualismo pitagórico e, de forma extremada, ao mobilismo de Heráclito. Ao tudo flui de Heráclito, Parmênides apresenta o “tudo permanece”. A essência básica de sua filosofia está na identificação entre o ser e o pensamento lógico, na ideia de que o ser e o pensar são a mesma coisa. A verdade é o Ser. O Ser é o verdadeiro, e é na vida da verdade que nós temos que caminhar. E é pela razão que atingirmos o Ser que é Uno, indivisível, imutável, intemporal. Ao contrário, o não-ser, não é: “ou uma coisa é ou não é. Se é, não pode vir a ser, porque já é. Se não é, não pode vir a ser, porque do nada não se tira nada”. Assim, a máxima elaborado por Parmênides: O Ser é e o não-ser não é, norteará todas as discussões ulteriores sobre o Ser. As respostas variadas serão dadas para defender e ou refutar a tese parmenediana do Ser Uno e imutável. Continue estudando os pré-socráticos vendo o filme indicado abaixo. Vídeo: FILÓSOFOS PRÉ-SOCRÁTICOS: PARMÊNIDES DE ELÉIA https://www.youtube.com/watch?v=BG9CKoPLSJ0 Parmênides Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Parm%C3%AAni des [Digite texto] PERÍODO CLÁSSICO O segundo período da história do pensamento grego é o chamado período sistemático. Nesse período realiza-se a sua grande e lógica sistematização, culminando em Aristóteles, através de Sócrates e Platão , que fixam o conceito de ciência e de inteligível, e através também da precedente crise cética da sofística. O interesse dos filósofos gira, de preferência, não em torno da natureza, mas em torno do homem e do espírito, da metafísica passa-se à gnosiologia e à moral. Daí ser dado a esse segundo período do pensamento grego também o nome de antropológico, pela importância e o lugar central destinado ao homem e ao espírito no sistema do mundo, até então limitado à natureza exterior. Os sofistas Após as grandes vitórias gregas, atenienses, contra o império persa, houve um triunfo político da democracia, como acontece todas as vezes que o povo sente, de repente, a sua força. E visto que o domínio pessoal, em tal regime, depende da capacidade de conquistar o povo pela persuasão, compreende-se a importância que, em situação semelhante, devia ter a oratória e, por conseguinte, os mestres de eloqüência. Os sofistas, sedentos de conquistar fama e riqueza no mundo, tornaram-se mestres de eloqüência, de retórica, ensinando aos homens ávidos de poder político a maneira de consegui-lo. Diversamente dos filósofos gregos em geral, o ensinamento dos sofistas não era ideal, desinteressado, mas retribuído. O conteúdo desse ensino abraçava todo o saber, a cultura, uma enciclopédia, não para si mesma, mas como meio para fins práticos e empíricos e, portanto, superficial. Sócrates (470 – 399 a. C.) "Só sei que nada sei." Com essas palavras Sócrates reagiu ao pronunciamento do oráculo de Delfos, que o apontara como o mais sábio de todos os homens. O pensador foi o primeiro do grande trio de antigos filósofos gregos, que incluía ainda Platão e Aristóteles, a estabelecer, na Grécia antiga, os fundamentos filosóficos da cultura ocidental. Sócrates nasceu em Atenas. Era filho de uma parteira, Fenarete, e de Sofronisco, homem bem relacionado nos meios políticos da cidade. Como não deixou obras escritas, tudo o que se sabe de sua vida e de suas ideias é o que relatam principalmente autores como Platão e Xenofonte. Na juventude, participou de várias batalhas da guerra do Peloponeso. Casou-se tardiamente com Xantipa e teve três filhos. [Digite texto] Passava a maior parte do tempo ensinando em lugares públicos, como praças, mercados e ginásios, mas ao contrário dos filósofos profissionais - os sofistas, que combatia com vigor - não cobrava por suas lições. Segundo palavras de Cícero, "Sócrates fez a filosofia descer dos céus à terra". Antes, os filósofos buscavam obsessivamente uma explicação para o mundo natural, a physis. Para Sócrates, no entanto, a especulação filosófica devia se voltar para outro assunto, mais urgente: o homem e tudo o que fosse humano, como a ética e a política. Sócrates dizia que a filosofia não era possível enquanto o indivíduo não se voltasse para si próprio e reconhecesse suas limitações. "Conhece-te a ti mesmo" era seu lema. Para ele, a melhor maneira de abordar um tema era o diálogo: por meio do método indutivo que denominou "maiêutica", numa alusão ao ofício de sua mãe, era possível trazer a verdade à luz. No ano 399 a.C., Sócrates foi acusado de corromper a juventude e desdenhar o culto aos deuses tradicionais. Ao que parece, a acusação fora motivada pelo fato de ter sido ele o educador de Alcibíades e Crítias, considerados traidores da democracia. O processo foi montado de modo a forçar o pensador a contrariar suas ideias e a retratar-se. A maioria dos comentadores concorda que ele teria sido poupado se não se mostrasse tão inflexível. A sentença, envenenamento com cicuta, foi executadatempos depois. Na prisão, continuou a receber amigos e discípulos para debater assuntos como a morte e a imortalidade da alma. Rejeitou vários planos de fuga elaborados por Critão e outros amigos. Suas últimas palavras foram para encomendar o sacrifício de um galo a Esculápio, o deus a quem se atribuía a cura da fadiga e dos males da vida. Conheça Sócrates vendo o vídeo indicado abaixo. Vídeo: Grandes Pensadores: Sócrates https://www.youtube.com/watch?v=809bdDKp1BA Platão (427 – 347 a.C.) Diversamente de Sócrates , que era filho do povo, Platão nasceu em Atenas de pais aristocráticos e abastados, de antiga e nobre estirpe. Temperamento artístico e dialético - Sócrates Fonte: http://www.diegomaia.com.br/blog/as-tres- peneiras-de-socrates-e-a-fofoca-no- ambiente-de-trabalho/ [Digite texto] manifestação característica e suma do gênio grego - deu, na mocidade, livre curso ao seu talento poético, que o acompanhou durante a vida toda, manifestando-se na expressão estética de seus escritos. Aos vinte anos, Platão travou relação com Sócrates - mais velho do que ele quarenta anos - e gozou por oito anos do ensinamento e da amizade do mestre. Em Atenas, pelo ano de 387, Platão fundava a sua célebre escola, que, dos jardins de Academo, onde surgiu, tomou o nome famoso de Academia. Platão, ao contrário de Sócrates, interessou-se vivamente pela política e pela filosofia política. Platão é o primeiro filósofo antigo de quem possuímos as obras completas. Dos 35 diálogos, porém, que correm sob o seu nome, muitos são apócrifos, outros de autenticidade duvidosa. A forma dos escritos platônicos é o diálogo, transição espontânea entre o ensinamento oral e fragmentário de Sócrates e o método estritamente didático de Aristóteles. No fundador da Academia, o mito e a poesia confundem-se muitas vezes com os elementos puramente racionais do sistema. Faltam-lhe ainda o rigor, a precisão, o método, a terminologia científica que tanto caracterizam os escritos de Aristóteles. Como já em Sócrates, assim em Platão a filosofia tem um fim prático, moral; é a grande ciência que resolve o problema da vida. Este fim prático realiza-se, no entanto, intelectualmente, através da especulação, do conhecimento da ciência. Mas - diversamente de Sócrates, que limitava a pesquisa filosófica, conceptual, ao campo antropológico e moral - Platão estende tal indagação ao campo metafísico e cosmológico, isto é, a toda a realidade. Este caráter íntimo, humano, religioso da filosofia, em Platão é tornado especialmente vivo, angustioso, pela viva sensibilidade do filósofo em face do universal vir-a-ser, nascer e perecer de todas as coisas; em face do mal, da desordem que se manifesta em especial no homem, onde o corpo é inimigo do espírito, o sentido se opõe ao intelecto, a paixão contrasta com a razão. Assim, considera Platão o espírito humano peregrino neste mundo e prisioneiro na caverna do corpo. Deve, pois, transpor este mundo e libertar-se do corpo para realizar o seu fim, isto é, chegar à contemplação do inteligível, para o qual é atraído por um amor nostálgico. Sócrates mostrara no conceito o verdadeiro objeto da ciência. Platão aprofunda-lhe a teoria e procura determinar a relação entre o conceito e a realidade fazendo deste problema o ponto de partida da sua filosofia. A ciência é objetiva; ao conhecimento certo deve corresponder a realidade. Ora, de um lado, os nossos conceitos são universais, necessários, imutáveis e eternos (Sócrates), do [Digite texto] outro, tudo no mundo é individual, contigente e transitório (Heráclito). Deve, logo, existir, além do fenomenal, um outro mundo de realidades, objetivamente dotadas dos mesmos atributos dos conceitos subjetivos que as representam. Estas realidades chamam-se Ideias. As ideias não são, pois, no sentido platônico, representações intelectuais, formas abstratas do pensamento, são realidades objetivas, modelos e arquétipos eternos de que as coisas visíveis são cópias imperfeitas e fugazes. Assim a ideia de homem é o homem abstrato perfeito e universal de que os indivíduos humanos são imitações transitórias e defeituosas. Todas as ideias existem num mundo separado, o mundo dos inteligíveis, situado na esfera celeste. Tal a célebre teoria das ideias, alma de toda filosofia platônica, centro em torno do qual gravita todo o seu sistema é apresentada no mito da caverna. A alma desempenha papel de mediador entre as ideias e a matéria, à qual comunica o movimento e a vida, a ordem e a harmonia. A faculdade essencial da alma é a de conhecer o mundo ideal, transcendental: contemplação em que se realiza a natureza humana, e da qual depende totalmente a ação moral. Entretanto, sendo que a alma racional é, de fato, unida a um corpo, dotado de atividade sensitiva e vegetativa, deve existir um princípio de uma e outra. Segundo Platão, tais funções seriam desempenhadas por outras duas almas - ou partes da alma: a irascível (ímpeto), que residiria no peito, e a concupiscível (apetite), que residiria no abdome - assim como a alma racional residiria na cabeça. Naturalmente a alma sensitiva e a vegetativa são subordinadas à alma racional. A alma está no corpo como num cárcere, o intelecto é impedido pelo sentido da visão das ideias, que devem ser trabalhosamente relembradas. E diga-se o mesmo da vontade a respeito das tendências. E, apenas mediante uma disciplina ascética do corpo, que o mortifica inteiramente, e mediante a morte libertadora, que desvencilha para sempre a alma do corpo, o homem realiza a sua verdadeira natureza: a contemplação intuitiva do mundo ideal. Platão fala da separação entre dois mundos. As ideias estão separadas das coisas, o mundo inteligível está fora e acima do mundo sensível. A única realidade objetiva, perfeita, são as ideias que se encontram nesse mundo inteligível. As coisas são cópias Platão Fonte: https://doidaporlegumes.wordpress.com/200 7/04/21/23/ [Digite texto] imperfeitas e fugazes de protótipos, de modelos ideais. O mundo sensível abrigada a mutabilidade e a imperfeição. Segundo a psicologia platônica, a natureza do homem é racional, e, por consequência, na razão realiza o homem a sua humanidade: a ação racional realiza o sumo bem, que é, ao mesmo tempo, felicidade e virtude. Entenda a forma com que Plantão concebeu suas ideias. Vídeo: Grandes Pensadores: Platão https://www.youtube.com/watch?v=tL36cKPQzsw Aristóteles (384 – 322 a.C.) Se com Platão a filosofia já havia alcançado extraordinário nível conceitual, pode-se afirmar que Aristóteles - pelo rigor de sua metodologia, pela amplitude dos campos em que atuou e por seu empenho em considerar todas as manifestações do conhecimento humano como ramos de um mesmo tronco - foi o primeiro pesquisador científico no sentido atual do termo. Aristóteles nasceu em Estagira (donde ser dito "o Estagirita"), Macedônia, em 384 a.C. Em Atenas desde 367, foi durante vinte anos discípulo de Platão. Com a morte do mestre, instalou-se em Asso, na Eólida, e depois em Lesbos, até ser chamado em 343 à corte de Filipe da Macedônia para encarregar-se da educação de seu filho, que passaria à história como Alexandre o Grande. Em 333 voltou a Atenas, onde fundou o Liceu. Durante 13 anos dedicou- se ao ensino e à elaboração da maior parte de suas obras. Como nenhum filósofo antes dele, Aristóteles compreendeu a necessidade de integrar o pensamento anterior a sua própria pesquisa. Por isso começa procurando resolver o problema do conhecimento do ser a partir das antinomias acumuladas por seus predecessores: unidade e multiplicidade, percepção intelectual e percepção sensível, identidade e mudança, problemas fundamentais, ao mesmo tempo, do ser e do conhecimento. O realismo de Aristóteles procura restabelecer essa coerência entre o conceito e seu objetosem abandonar o mundo sensível: explora a experiência, e nela mesma insere o dualismo entre o inteligível e o sensível. O projeto de Aristóteles visa em última análise restabelecer a unidade do homem consigo mesmo e com o mundo, tanto quanto o projeto de Platão, baseado numa visão do cosmos. Entretanto, Aristóteles censura a Platão ter seguido um caminho ilusório, que retira a natureza do alcance da ciência. [Digite texto] A metafísica de Aristóteles trata do ser no sentido mais amplo ou mais radical. Duas questões se destacam na metafísica aristotélica: a da unidade do ser e a da existência de essências separadas. Quanto à primeira, admite Aristóteles diferentes maneiras de ser, que ele denomina categorias, ressaltando dez: essência, qualidade, quantidade, relação, lugar, tempo, situação, o ter, ação e paixão. As categorias são os "gêneros supremos do ser", já que a este se referem diretamente, como suas determinações mais radicais. A ciência do ser tem um objeto real, aquele a que, direta ou indiretamente, se referem todos os "gêneros supremos": a essência. Aí se funda, para muitos, a teoria da analogia do ser, pela qual se conciliam a unidade e pluralidade deste. O ser unívoco existe, contudo, separado do mundo sensível: é pura essência, à qual não se pode atribuir nenhuma outra categoria além da própria essência. A filosofia da natureza, um dos fundamentos da filosofia especulativa de Aristóteles, sustenta que a mudança nos seres não contraria o princípio de identidade, já que representa apenas a atualização da potência nelas contidas. A partir daí, o filósofo apoia sua física em duas teorias filosóficas: a da substância e do acidente, e a das quatro causas. A substância é o que existe por si, o elemento estável das coisas, e o acidente, o que só noutro pode existir, como determinação secundária e cambiante. Graças à união entre os dois princípios, a substância se manifesta através dos acidentes: "o agir segue o ser". Por outro lado, dependem os seres de quatro causas: material, formal, eficiente e final, estando ligada, à primeira, a potencialidade de cada ser; à segunda, a especificidade; à terceira, a existência; e à quarta, a intenção. Com a morte de Alexandre (323), Aristóteles teve de fugir à perseguição dos democratas atenienses, refugiando-se em Cálcide, na Eubéia, onde morreu em 322 a.C. Continue assistindo o vídeo sobre a vida e obra de Aristóteles. Vídeo: Grandes Pensadores: Aristóteles https://www.youtube.com/watch?v=kkHJce9-oLE Aristóteles Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Arist%C3%B3teles [Digite texto] HELENISMO Está época vai do final do período clássico (320 a.C.) até o começo da Era Cristã, dentro de um contexto histórico que representa o final da hegemonia política e militar da Grécia. É o período da decadência da filosofia grega. Cessa-se a preocupação em fornecer uma teoria racional do mundo. Os diversos sistemas filosóficos se voltam para o problema ético se interessando pela conduta pessoal do homem. Assim o interesse da filosofia se desvia para a vida prática. As manifestações filosóficas mais representativas da época helenística são: o ceticismo, o epicurismo e o estoicismo. Entenda o Helenismo a partir do vídeo abaixo . Vídeo: Filosofia Helenista https://www.youtube.com/watch?v=cV4uIR-Spd0 Ceticismo A verdade não existe; se existisse, seria impossível conhecê-la; e ainda que se pudesse conhecê-la, seria impossível comunicá-la. Essa fórmula resume os princípios do ceticismo e orienta a reflexão sobre os fundamentos e limites do conhecimento. Ceticismo é uma doutrina filosófica segundo a qual, do ponto de vista teórico, não se pode conhecer a verdade e, do ponto de vista prático, só se chega à felicidade, entendida como ausência de inquietação (ataraxia), pela suspensão de todo juízo. Caracterizado por uma atitude que repele os dogmas, o ceticismo busca demonstrar a inconsistência de qualquer afirmação. A única posição justa é a recusa em assumir qualquer posição. A atitude cética, no entanto, não deve ser interpretada como indiferença: ela representa um esforço ativo por manter no espírito o equilíbrio entre as representações da realidade e as opiniões sobre essas representações. O fundador do ceticismo antigo foi o filósofo grego Pirro de Élida, no século III a.C. Aceitando a distinção entre o que é verdadeiro por natureza e o que é verdadeiro por convenção, Pirro admite que as coisas existam por si mesmas e que tenham uma natureza, mas não que elas sejam acessíveis ao conhecimento. Não existem, portanto, coisas belas ou feias, boas ou más, verdadeiras ou falsas por natureza, mas somente por convenção ou costume. Nossos juízos sobre a realidade dependem de sensações, que são instáveis e ilusórias. O autêntico sábio, portanto, deve praticar a suspensão do juízo (epokhe), estado de [Digite texto] repouso mental em que predomina a insensibilidade (apathia), em que nada se afirma e nada se nega (aphasia), de modo a atingir a felicidade pelo equilíbrio e pela tranqüilidade (ataraksia). Epicuro e epicurismo Os princípios enunciados por Epicuro e praticados pela comunidade epicurista resumem-se em evitar a dor e procurar os prazeres moderados, para alcançar a sabedoria e a felicidade. Cultivar a amizade, satisfazer as necessidades imediatas, manter-se longe da vida pública e rejeitar o medo da morte e dos deuses são algumas das fórmulas práticas recomendadas por Epicuro para atingir a ataraxia, estado que consiste em conservar o espírito imperturbável diante das vicissitudes da vida. Para chegar à ataraxia, o homem deve perder o medo da morte. Como corpo e alma são entidades materiais, não existem sensações boas ou más depois da morte; assim, o temor da morte não se justifica. Epicuro aceitava a existência dos deuses, mas acreditava que eles estavam muito afastados do mundo humano para preocupar-se com este. Logo, o homem não tem porque temer os deuses, embora possa imitar sua existência serena e beatífica. À semelhança de outras correntes filosóficas da época, como o estoicismo e o ceticismo, suas concepções vieram ao encontro das necessidades espirituais de seus contemporâneos, preocupados com a desintegração da polis (cidade) grega. O prazer sensorial converteu-se na única via de acesso à ataraxia. Esse prazer, porém, não consiste numa busca ativa da sensualidade e do gozo corporal desenfreado, como interpretaram erroneamente outras escolas filosóficas e também o cristianismo, mas baseia-se no afastamento das dores físicas e das perturbações da alma. O maior prazer, segundo Epicuro, é comer quando se tem fome e beber quando se tem sede. O "tetrafármaco", receita do mestre para a vida tranqüila, tem o seguinte teor: "O bem é fácil de conseguir, o mal é fácil de suportar, a morte não deve ser temida, os deuses não são temíveis." No ano 270 a.C., Epicuro morreu e tornou-se objeto de culto para os epicuristas, o que contribuiu para aumentar a coesão da seita e para conservar e propagar a doutrina. Estoicismo A necessidade de um guia moral na época de transição da Grécia clássica para a helênica explica por que o estoicismo ganhou rapidamente adeptos no mundo antigo e também porque renasceu todas as vezes em que os valores de uma sociedade entraram em crise profunda. O estoicismo foi criado pelo cipriota Zenão de Cício por volta do ano 300 a.C. O termo tem origem em Stoà poikilé, espécie de pórtico adornado com quadros de várias cores, onde Zenão se reunia com seus discípulos. [Digite texto] Os estóicos se vangloriavam da coerência de seu sistema filosófico. Afirmavam que o universo pode ser reduzido a uma explicação racional e que ele próprio é uma estrutura racionalmente organizada. A capacidade do homem de pensar, projetar e falar (logos) está plenamente incorporadaao universo. A natureza cósmica - ou Deus, pois os termos são sinônimos para o estoicismo - e o homem se relacionam um com o outro, intimamente, como agentes racionais. O homem pode alcançar a sabedoria se harmonizar sua racionalidade com a natureza. Lógica e filosofia natural estão, portanto, em íntima e essencial relação. O estoicismo se apresenta como uma forma de ajudar o indivíduo a aceitar a adversidade. O homem deve viver de acordo com a razão e ser indiferente a desejos e paixões. A verdadeira felicidade não está no sucesso material, mas na busca da virtude. Alegrias e infortúnios devem ser igualmente aceitos, porque seguem o ritmo natural do universo. Exercícios Resolvidos Exercício 1 : A filosofia grega parece começar com uma ideia absurda, com a proposição: a água é a origem e a matriz de todas as coisas. Será mesmo necessário deter-nos e levá-la a sério? Sim, e por três razões: em primeiro lugar, porque essa proposição anuncia algo sobre a origem das coisas; em segundo lugar, porque o faz sem imagem e fabulação; e enfim, em terceiro lugar, porque nela, embora apenas em estado de crisálida, está contido o pensamento: Tudo é um. NIETZSCHE, F. Crítica moderna. In: Os pré-socráticos. São Paulo: Nova Cultural, 1999. O que, de acordo com Nietzsche, caracteriza o surgimento da filosofia entre os gregos? a) O impulso para transformar, mediante justificativas, os elementos sensíveis em verdades racionais. b) O desejo de explicar, usando metáforas, a origem dos seres e das coisas. c) A necessidade de buscar, de forma racional, a causa primeira das coisas existentes. d) A ambição de expor, de maneira metódica, as diferenças entre as coisas. e) A tentativa de justificar, a partir de elementos empíricos, o que existe no real. COMENTÁRIO: A opção correta é letra C. Nietzsche refere- se a um grupo de filósofos pré-socráticos chamados de filósofos da natureza, naturalistas, ou filósofos da phýsis. Esses buscavam a realidade primeira fundamental numa perspectiva cosmológica. Nietzsche valoriza os pré-socráticos por investigarem o real de forma racional, sem "imagem e fabulação" próprias da mitologia. [Digite texto] Exercício 2: Leia o texto "A caverna (...) é o mundo sensível onde vivemos. O fogo que projeta as sombras na parede é um reflexo da luz verdadeira (do Bem e das ideias) sobre o mundo sensível. Somos os prisioneiros. As sombras são as coisas sensíveis, que tomamos pelas verdadeiras, e as imagens ou sombras dessas sombras, criadas por artefatos fabricadores de ilusões. Os grilhões são nossos preconceitos, nossa confiança em nossos sentidos, nossas paixões e opiniões. O instrumento que quebra os grilhões e permite a escalada do muro é a dialética. O prisioneiro curioso que escapa é o filósofo. A luz que ele vê é a luz plena do ser, isto é, o Bem, que ilumina o mundo inteligível como o Sol ilumina o mundo sensível. O retorno à caverna para convidar os outros a sair dela é o diálogo filosófico, e as maneiras desajeitadas e insólitas do filósofo são compreensíveis, pois quem contemplou a unidade da verdade já não sabe lidar habilmente com a multiplicidade das opiniões nem mover-se com engenho no interior das aparências e ilusões. Os anos despendidos na criação do instrumento para sair da caverna são o esforço da alma para libertar-se. Conhecer é, pois, um ato de libertação e de iluminação. A Paideia filosófica é uma conversão da alma voltando-se do sensível para o inteligível. Essa educação não ensina coisas nem nos dá a visão, mas ensina a ver, orienta o olhar, pois a alma, por sua natureza, possui em si mesma a capacidade para ver." [Marilena Chauí] De acordo com o texto, pode-se afirmar que: a) O conhecimento filosófico é o único que pressupõe o acesso ao mundo sensível. b) Filosofar é um instrumento de alienação para quem sai da caverna. c) O filósofo, por sua busca, tem uma visão mais abrangente do conhecimento. d) A unidade da verdade não permite divagações metafísicas. e) O filosofar permite atingir o carma metafísico. COMENTÁRIO: A opção correta é letra C. A filosofia de Platão é resultado de um trabalho de reflexão intenso e extenso, de modo que as questões durante os inúmeros diálogos por ele escritos são respondidas de maneiras distintas. Porém, Platão possui uma questão de fundo que: o mundo verdadeiro é uma totalidade sempre permanente, ou uma totalidade sempre efêmera? Para ele as Ideias são verdadeiras, a realidade sensível é apenas uma aparência passageira dessa realidade. Por isso é necessário ir mais a fundo na busca do conhecimento para atingira a realidade verdadeira. Exercício 1 : A opinião (doxa), no pensamento de Platão representa um saber sem fundamentação metódica. É um saber que possui sua origem: a) Nos mitos religiosos, lendas e poemas; b) Nas imprevisões e nas sensações das coisas sensíveis; c) No discurso dos sofistas na época da democracia ateniense; d) Num saber eclético, provenientes do pensamento de alguns filósofos. Exercício 2: (Enem 2013)A felicidade é, portanto, a melhor, a mais nobre e a mais aprazível coisa do mundo, e esses atributos não devem estar separados como na inscrição existente em Delfos “das coisas, a mais nobre é a mais justa, e a melhor é a saúde; porém a mais doce é ter o que amamos”. Todos estes atributos estão presentes nas mais excelentes atividades, e entre essas a melhor, nós a identificamos como felicidade. ARISTÓTELES. A Política. São Paulo: Cia. das Letras, 2010. [Digite texto] Ao reconhecer na felicidade a reunião dos mais excelentes atributos, Aristóteles a identifica como: a) busca por bens materiais e títulos de nobreza. b) plenitude espiritual e ascese pessoal. c) finalidade das ações e condutas humanas. d) conhecimento de verdades imutáveis e perfeitas. e) expressão do sucesso individual e reconhecimento público. Exercício 3: (Enem 2009) Segundo Aristóteles, “na cidade com o melhor conjunto de normas e naquela dotada de homens absolutamente justos, os cidadãos não devem viver uma vida de trabalho trivial ou de negócios — esses tipos de vida são desprezíveis e incompatíveis com as qualidades morais —, tampouco devem ser agricultores os aspirantes à cidadania, pois o lazer é indispensável ao desenvolvimento das qualidades morais e à prática das atividades políticas”. VAN ACKER, T. Grécia. A vida cotidiana na cidade-Estado. São Paulo: Atual, 1994. O trecho, retirado da obra Política, de Aristóteles, permite compreender que a cidadania: a) possui uma dimensão histórica que deve ser criticada, pois é condenável que os políticos de qualquer época fiquem entregues à ociosidade, enquanto o resto dos cidadãos tem de trabalhar. b) era entendida como uma dignidade própria dos grupos sociais superiores, fruto de uma concepção política profundamente hierarquizada da sociedade. c) estava vinculada, na Grécia Antiga, a uma percepção política democrática, que levava todos os habitantes da pólis a participarem da vida cívica. d) tinha profundas conexões com a justiça, razão pela qual o tempo livre dos cidadãos deveria ser dedicado às atividades vinculadas aos tribunais. e) vivida pelos atenienses era, de fato, restrita àqueles que se dedicavam à política e que tinham tempo para resolver os problemas da cidade. Exercício 4: (Unicamp 2013) A sabedoria de Sócrates, filósofo ateniense que viveu no século V a.C. , encontra o seu ponto de partida na afirmação “sei que nada sei”, registrada na obra Apologia de Sócrates. A frase foi uma resposta aos que afirmavam que ele era o mais sábio dos homens. Após interrogar artesãos, políticos e poetas, Sócrates chegou à conclusão de que ele se diferenciava dos demais por reconhecer a sua própria ignorância. O “sei que nada sei” é um ponto de partida para a Filosofia, pois a) aquele quese reconhece como ignorante torna-se mais sábio por querer adquirir conhecimentos. b) é um exercício de humildade diante da cultura dos sábios do passado, uma vez que a função da Filosofia era reproduzir os ensinamentos dos filósofos gregos. c) a dúvida é uma condição para o aprendizado e a Filosofia é o saber que estabelece verdades dogmáticas a partir de métodos rigorosos. d) é uma forma de declarar ignorância e permanecer distante dos problemas concretos, preocupando-se apenas com causas abstratas. GABARITO 1 - B 3 - B 2 - C 4 - A http://www.infoescola.com/livros/politica-aristoteles/ [Digite texto] Proposta de Investigação Conheça mais sobre Platão investigando o clássico: MITO DA CAVERNA. Abaixo segue um link correspondente a versão lúdica elaborada por Mauricio de Souza com os personagens da Turma da Mônica. http://josueldocunha.blogspot.com.br/2011/02/o-mito-da-caverna-platao-versao- em.html
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