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2
Habilitação para avaliar um imóvel
Para realizar a avaliação de um imóvel é preciso ter 
conhecimentos técnicos, experiência de mercado e habilitação. 
A ausência de um desses elementos compromete o trabalho e pode 
ocasionar consequências morais e materiais tanto para o corretor de 
imóveis, que pode ser responsabilizado por ação ou omissão, quanto 
para o cliente, que pode ter prejuízos.
Conhecimentos técnicos são aqueles elementos que, aplicados 
corretamente, levam ao resultado esperado. Podemos citar: 
identificação do solicitante, objetivo do parecer técnico, identificação 
e caracterização do imóvel, indicação da metodologia utilizada, 
medidas perimétricas (frente ou testada e profundidade), localização 
e confrontações (ruas ou imóveis que cercam ou ladeiam o imóvel), 
contextualização do imóvel na vizinhança etc. 
Experiência de mercado é a percepção que tem o profissional 
atuante que observa a dinâmica na realização das negociações, 
que tipo de imóvel está sendo mais procurado, se existe maior 
facilidade na obtenção de financiamentos, qual produto está sendo 
mais procurado, se existem imóveis parados por muito tempo sem 
despertar o interesse dos clientes e assim por diante. Finalmente, 
a habilitação diz respeito ao cumprimento das exigências legais para 
o exercício da operação imobiliária e da profissão propriamente dita. 
2.1 Habilitação é diferente de capacitação?
Com certeza habilitação é diferente de capacitação. Estar 
habilitado é estar legalmente inscrito no Creci. Conforme legislação 
específica do Cofeci, é capacitado para se inscrever no Conselho 
24 Avaliação de Imóveis
quem apresentar no Creci da região a que pertence os seguintes 
documentos: 
a) Diploma de TTI ou Gestão de Negócios Imobiliários 
(original e cópia) ou Certificado de Conclusão (original);
b) Três fotos 3 x 4 coloridas (traje social);
c) [...] cópias autenticadas ou cópia simples e originais dos 
seguintes documentos:
I. Cédula de identidade (necessariamente o RG);
II. C.P.F;
III. Título de eleitor;
IV. Certidão de casamento / Averbação / Certidão de 
nascimento;
V. Certificado de reservista;
VI. Comprovante de conclusão do ensino médio ou 
curso superior;
VII. Comprovante de residência em nome do 
requerente. (PARANÁ, 2019)
Assim, toda e qualquer pessoa que apresentar esses documentos 
da forma correta terá sua inscrição realizada e, dessa forma, estará 
habilitado para desempenhar legalmente a corretagem de imóveis, 
porém o fato de o profissional ter assegurado o seu direito de 
realizar as atividades inerentes à profissão não quer dizer que ele 
efetivamente esteja capacitado para tal exercício. 
A capacitação para realizar um trabalho é consequência de um 
período dedicado à absorção de conhecimentos técnicos aliados 
à percepção de mercado e à experiência profissional. Não basta 
que a pessoa se inscreva no Creci da sua região para que se torne 
automaticamente capacitada. A inscrição garante a habilitação para 
realização dos trabalhos como corretor de imóveis, mas a capacitação 
é adquirida com o tempo, originária da carreira. 
Habilitação para avaliar um imóvel 25
Exemplo prático: perito avaliador 
Imagine uma situação em que um corretor de 
imóveis recém-formado em um curso de avaliação 
entendeu que o certificado entregue era sinônimo de 
capacitação e mandou confeccionar cartões de visita 
com destaque para o número de inscrição no Creci e 
do CNAI seguidos pela denominação perito avaliador. 
Quando o primeiro cliente solicitou uma avaliação 
para determinação do valor mercadológico de imóvel 
para fins de dissolução de sociedade conjugal, ele 
não conseguiu identificar qual era a real necessidade 
do cliente, realizou um trabalho em desacordo com 
as normas legais, causou prejuízos ao cliente e ainda 
teve de responder judicialmente por danos morais 
e materiais. 
Pelo exemplo dado, constata-se que a necessidade 
e importância da capacitação não pairam somente 
sobre o que deve ser feito e como deve ser feito, 
mas também sobre as consequências ocasionadas 
pela formação precária, pelo descomprometimento 
e pelo desconhecimento da técnica exigida. Alguns 
corretores se equivocam e, ao se tornar habilitados 
para exercer a profissão, acreditam estar também 
capacitados. Realizam a inscrição no Creci de sua 
região, se inscrevem no CNAI, se autointitulam 
peritos avaliadores e, quando são requisitados para 
realizar um PTAM, não atendem às expectativas, 
às necessidades e, infelizmente, nem aos requisitos 
básicos exigidos pela legislação. 
26 Avaliação de Imóveis
Para Mendonça (2012, p. 35), “faz-se necessário, portanto, 
que o corretor de imóveis se capacite cada vez mais, expandindo as 
suas fronteiras de atuação, notadamente através de cursos especí-
ficos e da leitura de livros técnicos sobre o assunto, para atender a 
esse mercado milionário”.
O mercado imobiliário é muito dinâmico, assim, é imprescin-
dível que o corretor de imóveis esteja sempre se atualizando e 
buscando se capacitar cada vez mais por meio de cursos que tenham 
relação direta com o exercício das operações imobiliárias. Dentre os 
cursos disponíveis relacionados com a avaliação de imóveis podem 
ser citados os cursos de avaliação, de vistoria e de fotografia. 
No curso de avaliação, o corretor de imóveis irá aprofundar seus 
conhecimentos sobre a avaliação, a resolução Cofeci que trata do parecer 
técnico, bem como ter acesso a abordagens técnicas e pedagógicas 
diferenciadas. O curso de vistoria será importante porque proporcionará 
uma noção dos itens que devem ser observados, anotados e avaliados 
em um parecer. Finalmente, o curso de fotografia irá oferecer técnicas 
de captação de imagens, posição da iluminação, proximidade do objeto, 
entre outros detalhes que possibilitarão ao leitor do trabalho uma ideia 
do imóvel que mais se aproxime da realidade. 
O princípio para a realização da avaliação de um imóvel é a 
habilitação para tal. Após estar devidamente habilitado no Creci, 
cabe ao corretor de imóveis investir em sua carreira, participando de 
cursos e treinamentos, lendo, estudando e trocando conhecimento 
com profissionais mais experientes para, com o tempo, conquistar a 
capacitação e deixar claro para os clientes que é a pessoa certa para 
intermediar seus negócios. 
2.2 Os profissionais que avaliam um imóvel
Algumas profissões estão desaparecendo, outras surgindo e outras 
ainda se aprimorando. Hoje contamos com especialistas que mantêm 
o foco bem definido sobre a sua área de domínio técnico. 
Habilitação para avaliar um imóvel 27
Ao observarmos a profissão de corretor de imóveis, percebemos 
que algumas empresas se dedicam apenas a uma operação 
imobiliária e, por esse motivo, tornam-se especialistas. Assim 
também atuam os profissionais que avaliam um imóvel. Ao corretor 
de imóveis compete a determinação do valor mercadológico de um 
bem imóvel. É ele o observador do movimento de compra, venda, 
locação ou vacância (desocupação) de um imóvel. 
Quadro 1 – Casos em que a avaliação de imóveis é de competência 
do corretor 
Avaliação para fins de locação.
Avaliação para fins de dação em garantia bancária (quando um imóvel é 
oferecido como garantia para um empréstimo, por exemplo). 
Avaliação para fins de separação do casal.
Avaliação para fins de desapropriação.
Fonte: Elaborado pela autora.
O corretor de imóveis atuante tem uma percepção clara sobre o 
mercado imobiliário, quais imóveis estão sendo mais procurados, 
quais estão disponíveis para locação ou venda e até mesmo os que 
estão parados à espera de negociações, por isso, é ele o detentor das 
informações necessárias para a realização de uma avaliação mais 
precisa. Segundo Marcello (2012, p. 19):
a atividade de avaliar imóveis é rotina da profissão de corretor 
de imóveis, uma vez que o valor do imóvel é o primeiro 
parâmetro estabelecido no início da intermediação da venda, 
locação, administração ou permuta do imóvel. [...] São de 
domínio e conhecimento dos corretores de imóveistodas 
as informações de imóveis comercializados e ofertados no 
mercado imobiliário. São eles que abastecem a pesquisa das 
amostragens imprescindíveis para realização das avaliações 
de imóveis de engenheiros, arquitetos e oficiais de justiça.
O cotidiano do corretor possibilita acesso a informações sobre 
o mercado, visto que todos os movimentos são fontes ricas de 
informações. Ao visitar um imóvel para venda ou locação, o corretor 
28 Avaliação de Imóveis
de imóveis analisa o entorno, conversa com vizinhos, pesquisa 
ofertas de imóveis semelhantes, conversa com colegas e fica sabendo 
se, naquela localização, a procura está sendo grande ou não para 
aquele tipo de imóvel.
Ao dirigir-se a um tabelionato para reconhecer firma de um 
documento, solicitar uma escritura pública, uma procuração ou 
autenticação de documento e observar se o movimento no tabelionato 
está como em dias normais, mais fraco ou mais movimentado, poderá 
constatar se muitos negócios estão sendo realizados ou não. Da mesma 
forma ocorre no Ofício de Registro de Imóveis, no Fórum Estadual 
ou Federal, na Prefeitura, entre outros locais. 
Na mesma linha, Mendonça (2012) propõe uma suposição 
considerando que um engenheiro precise vender ou alugar um 
imóvel: “Quem ele deverá consultar sobre o assunto? Com quem 
ele deverá tratar sobre o valor e contratar para vender ou alugar 
o imóvel? Certamente, será um corretor de imóveis ou gestor 
imobiliário, e disso não temos a menor dúvida, pois é o que vemos 
no nosso dia a dia.” (MENDONÇA, 2012, p. 57).
Por outro lado, não é da competência do corretor de imóveis, 
por lhe faltar habilitação e capacitação, a avaliação técnica sobre a 
qualidade da obra, o tempo de construção, o estado de manutenção, 
a fundação (alicerce que dá sustentação ao imóvel), o muro de 
arrimo (estrutura feita em forma de muro para conter a terra em 
caso de desnível), o projeto estrutural, entre outros. Nesse caso, 
o profissional a realizar a avaliação e emitir um laudo é, sem dúvida, 
um engenheiro civil. 
Acontece o mesmo na avaliação de imóveis rurais, em que se 
almeja conhecer a qualidade da terra, a vocação econômica (tipo 
de exploração rentável) ou o melhor aproveitamento (de que forma 
pode ser utilizado). O profissional competente e capacitado, nesse 
caso, é o engenheiro agrônomo. 
Habilitação para avaliar um imóvel 29
Para a determinação do valor mercadológico de um imóvel, 
o profissional detentor de maior conhecimento é o corretor de 
imóveis, já para a avaliação de imóveis rurais que impliquem 
em análises técnicas, a competência é do agrônomo e para a 
determinação do custo de edificação de uma obra o recomendado 
é que seja feita por engenheiro ou arquiteto. Conforme Mendonça 
(2012, p. 57): 
imaginemos uma seguradora que, tendo de indenizar os 
proprietários de um prédio que desabou ou pegou fogo, 
necessite saber do exato valor desse bem, do custo para 
lhe repor. Considere-se que, nessa avaliação, o preço de 
mercado não será objeto de maior interesse por qualquer 
das partes, mas, sim, o valor de custo da obra necessária 
para se reconstruir o imóvel, de forma que ele volte a ser 
como era antes do sinistro. Nesse caso, o valor do terreno 
pouco importa, uma vez que, obviamente, encontra-se 
intacto. Nessa hipótese, entendemos que essa avaliação 
deve ser técnica e, portanto, procedida por engenheiro 
ou arquiteto.
A competência dos profissionais depende dos objetivos do 
trabalho a ser realizado, se o que se busca é o valor mercadológico, 
a competência é do corretor de imóveis, se a pretensão disser 
respeito ao tipo de construção, estrutura, entre outros, o engenheiro 
é o profissional competente. Entretanto o aprimoramento por parte 
dos corretores de imóveis ao dominar as técnicas para realização do 
PTAM possibilitou a consolidação da competência deles e resultou 
na conquista do respeito à profissão. 
Está sendo selada uma parceria entre as profissões, tanto corretores 
de imóveis quanto engenheiros e arquitetos compreenderam qual é a 
função de cada um e sabem que precisam fazer o seu trabalho bem 
feito. Por isso, em ocasiões em que ambos são requisitados, realizam 
de forma técnica essa parceria.
Cada profissional domina as atividades para as quais está 
habilitado a executar, assim acontece com o engenheiro civil, 
sinistro: 
acidente, 
acontecimento, 
evento.
30 Avaliação de Imóveis
o engenheiro agrônomo, o arquiteto e o corretor de imóveis, 
cabendo a este a tarefa de determinar o valor mercadológico de um 
imóvel, por ser ele o profissional competente para tal.
2.3 A necessidade de conhecimentos técnicos
Sendo assegurado inicialmente por lei o direito do corretor 
de imóveis de opinar quanto à comercialização imobiliária, 
o documento por ele emitido apresentava simplesmente uma 
opinião, sendo semelhante ao modelo da Figura 1, a seguir: 
Figura 1 – Modelo de laudo de avaliação
Laudo de avaliação
 Fulano de Tal , corretor de imóveis 
regularmente inscrito no CRECI-XX sob 
nº 0.000 , DECLARO para os devidos fins 
de direito e demais que se fizerem necessários 
que o valor de mercado do imóvel constituído 
por um terreno comercial com 500 m2, 
localizado na Rua Zero – Jardim Luz na cidade 
de Esperança-XX , devidamente matriculado 
sob nº 000 do Registro de Imóveis da cidade de 
Esperança-XX é de R$ 200.000,00 (duzentos 
mil reais). Por ser esta expressão da verdade, 
firmo o presente dando tudo por bom, firme 
e valioso. 
___________________________________
Esperança, 30 de fevereiro de 1970.
Fulano de Tal 
Fonte: Elaborada pela autora.
Habilitação para avaliar um imóvel 31
Esse documento não fornece a base técnica que levou o autor 
do laudo a concluir que o valor mercadológico do imóvel realmente 
se aproxima do apresentado. Da mesma forma, um documento 
carente de embasamento não pode ser considerado um laudo, já que 
é considerado laudo o documento emitido com bases técnicas por 
profissional habilitado e capacitado. 
Por esse motivo, durante muito tempo existiu o embate para se 
determinar de quem era a competência para avaliar um imóvel: do 
corretor de imóveis ou de um engenheiro ou arquiteto. Estes últimos 
contavam com normas brasileiras desde a década de 1950. Segundo 
Francisco Maia Neto (2000, p. 33, grifo do original): 
a primeira tentativa de normalização, através da Associação 
Brasileira de Normas Técnicas, na área da engenharia de 
avaliações, ocorreu no ano de 1952, quando o anteprojeto de 
Normas para Avaliação de Imóveis, escrito pelo engenheiro 
Augusto Luís Duprat, foi examinado pela entidade. Este 
estudo deu origem ao projeto P-NB-74R, em 1957, e mais 
tarde, no ano de 1977, à Norma Brasileira para Avaliação de 
Imóveis Urbanos (NB-502/77), posteriormente designada 
NBR-5676.
Antes mesmo de a profissão de corretor de imóveis ser legalizada, 
já existiam normativas na área de engenharia de avaliações. 
Enquanto os engenheiros aplicavam normas técnicas por meio das 
quais provavam as origens dos dados e informações apresentados, 
os corretores de imóveis redigiam documentos frágeis, desprovidos 
de qualquer tipo de embasamento.
Considerando esses dados históricos, percebe-se a legitimidade 
do esforço dos profissionais da área da engenharia de avaliações para 
que somente a eles fosse dado o direito de realizar laudos de avaliação 
imobiliária. Maia Neto (2000) exprime a percepção que engenheiros 
e arquitetos tinham dos corretores de imóveis: profissionais com 
legitimidade jurídica para o exercício da profissão, mas carentes de 
técnica. De acordo com o autor:
32 Avaliação de Imóveis
com relação ao conceito de preço, admite-se que este 
seja a expressão monetária de um bem, ou seja, a quantia 
em dinheiro que uma determinada mercadoria pode ser 
vendida. Portanto, mesmo que dois imóveis possuam 
valores de mercado diferentes, eles podem ser vendidos 
pelo mesmo preço (quantidade de moeda), bastando 
considerar as taxas de remuneração do capital, caso sejam 
transacionadas em épocasdiferentes. Na prática, além 
da importância do engenheiro de avaliações reconhecer 
esta distinção, com o advento da lei que regulamentou a 
profissão de corretor de imóveis, a partir da prerrogativa 
de “opinar quanto à comercialização imobiliária”, alguns 
profissionais mal-intencionados procuram tirar proveito 
da situação, e provocar conflito entre esta categoria e a de 
engenheiros e arquitetos. É comum vermos anúncios nos 
jornais oferecendo “avaliações grátis”, quando na verdade 
tratam-se de estimativas de preço, baseadas nas opiniões 
sobre comercialização imobiliária, uma vez que laudos 
de avaliação são competência exclusiva de engenheiros, 
pautadas em normas técnicas e estudos matemático-
-estatísticos, cujo objetivo é a determinação do valor. 
(MAIA NETO, 2000, p. 33, grifo do original) 
Atualmente, o mercado, a sociedade e os clientes são seletivos na 
escolha dos produtos e serviços que contratam. Conquista seu lugar 
o profissional que oferece um serviço com excelência, que domina 
técnicas, que sabe interagir com o cliente e atende às suas necessi-
dades e expectativas.
2.4 A ética na avaliação de imóveis
No intuito de fixar a forma pela qual se deve conduzir o exercício 
profissional do corretor de imóveis, foi aprovada a Resolução- 
-Cofeci n. 326/1992 (COFECI, 1992), que trata do Código de Ética 
Profissional dos Corretores de Imóveis.
Entre os deveres do corretor de imóveis destacam-se a necessidade 
de aperfeiçoamento da técnica das transações imobiliárias, 
a observância de prescrições legais e regulamentares e o exercício 
Habilitação para avaliar um imóvel 33
da profissão com zelo e integridade. O respeito à profissão será 
atingido quando esses profissionais buscarem realizar o trabalho 
em conformidade com a legislação, acrescido de ética, capacitação e 
qualificação permanentes.
A Resolução-Cofeci n. 1.066 (COFECI, 2007) entrou em vigência 
em 2007 e, desde então, o trabalho do corretor de imóveis no que diz 
respeito à realização do PTAM deve ser realizado em conformidade 
com os preceitos legais e técnicos nela estabelecidos, entretanto 
muitos corretores desconhecem o teor da norma e insistem em 
emitir “laudos” como o apresentado anteriormente na Figura 1. 
Esses “laudos” emitidos a título de “opinião de mercado”, além de 
irem na contramão das diretrizes legais, são facilmente elaborados 
e os honorários cobrados são proporcionalmente baixos. O cliente, 
quando necessita de uma avaliação imobiliária, faz a cotação dos 
honorários e, sem ter conhecimento da lei e da qualidade do trabalho, 
acaba contratando o profissional que oferece um valor mais baixo. 
A diferença dos honorários cobrados para a emissão de um “laudo” 
e de um PTAM atingem facilmente a proporção de 1 para 10. Ou 
seja, o custo para a realização de um PTAM seria 10 vezes superior 
ao cobrado para a emissão de um laudo. Além de estar infringindo 
o Código de Ética, o profissional que realiza esse tipo de trabalho 
e adota essa conduta está ferindo diretamente a Resolução-Cofeci 
n. 1.066/2007 (COFECI, 2007) e os artigos 722 a 729 do Código 
Civil, que tratam dos direitos e deveres do corretor de imóveis. 
Para Mendonça (2012) a ética, que deve nortear a conduta do 
corretor de imóveis, é crucial para o sucesso na carreira. Podemos 
destacar como pontos importantes o exercício da profissão com zelo, 
a discrição, a lealdade e a integridade, observando as prescrições 
legais e regulamentares, colocar-se a par da legislação vigente 
e procurar difundi-la a fim de que seja prestigiado e definido o 
legítimo exercício da profissão. Sobre a ética, o autor explana que:
34 Avaliação de Imóveis
o corretor avaliador deve manter a postura ética e profissional 
em qualquer situação, observando rigorosamente o que 
estabelece o Código de Ética Profissional dos Corretores de 
Imóveis (Resolução-Cofeci n. 326/92) e os Procedimentos 
de Excelência contidos na NBR 14653-1 (que dispõe sobre os 
procedimentos gerais para realização de avaliação de bens). 
(MENDONÇA, 2012, p. 45)
Ocorre algumas vezes que, para obtenção de ganhos rápidos e 
imediatos, o profissional age com falta de ética, fazendo proposta de 
honorários inferiores ao de outro corretor somente para conquistar 
o cliente e, quando começa a realizar a avaliação, percebe que o 
colega cobrou mais caro porque o trabalho era realmente difícil 
e demandava tempo. Ele acaba entregando o trabalho, mas deixa 
de dar a atenção necessária, passando a correr sério risco de ser 
responsabilizado pela má conduta. 
Algumas vezes parece insistente e desnecessária a abordagem de 
assunto tão batido como a ética, mas, enquanto o mercado estiver 
sendo ocupado por pessoas desqualificadas, é obrigação de qualquer 
professor continuar alertando os alunos. 
A norma NBR n. 14.653-1, citada por Mendonça (2012), é muito 
utilizada por engenheiros e arquitetos e desconhecida pela maioria 
dos corretores de imóveis. Para entender a ética na avaliação de 
imóveis, é interessante conhecer a definição de normas da Associação 
Brasileira de Normas Técnicas (ABNT): 
norma é o documento estabelecido por consenso e 
aprovado por um organismo reconhecido, que fornece 
regras, diretrizes ou características mínimas para atividades 
ou para seus resultados, visando à obtenção de um grau 
ótimo de ordenação em um dado contexto. A norma é, 
por princípio, de uso voluntário, mas quase sempre é 
usada por representar o consenso sobre o estado da arte de 
determinado assunto, obtido entre especialistas das partes 
interessadas. (ABNT, 2019)
Habilitação para avaliar um imóvel 35
As regras e diretrizes mínimas estabelecidas pelas normas 
técnicas proporcionam a padronização e ordenação das atividades 
de forma a otimizar os resultados. No caso da avaliação, elas 
são importantes em dois momentos: na determinação do valor 
mercadológico propriamente dito e na transposição das informações 
obtidas em forma de documento. 
O PTAM deve ser redigido de forma clara, seguindo as 
determinações da ABNT para a realização de trabalhos acadêmicos, 
além disso, deve ser autoexplicativo. 
Observe que a aplicação da norma não é obrigatória, mas de 
uso voluntário; entretanto obrigatória é a leitura do seu conteúdo, 
a compreensão do teor nela disposto e o entendimento da impor-
tância que tem no desenvolvimento do trabalho de corretagem, 
quando da realização de um PTAM.
Considerações finais 
Em momentos de economia instável e de retração na realização 
de transações imobiliárias, muitos abandonam o exercício da 
profissão de corretor de imóveis por perderem a esperança de ter 
nele o seu sustento garantido. Uma opção para esses profissionais é 
a realização de avaliação de imóveis por meio do PTAM.
Nas operações imobiliárias, há momentos em que a locação 
comercial está em alta; em outras situações, o mercado está propício 
para a compra de imóveis residenciais em condomínios fechados 
ou para a venda de terrenos industriais ou está favorável para 
incorporações e assim sucessivamente. 
Quando a maior parte dessas operações estão em baixa, é sinal 
de retração da economia de forma geral. O comércio apresenta-se 
enfraquecido, o desemprego está em alta, a indústria diminui o ritmo 
de trabalho e um cenário de recessão se estabelece. Nesse momento, os 
36 Avaliação de Imóveis
imóveis respondem pelos débitos não pagos, por dívidas adquiridas, 
por acordos realizados e carecem de ser propriamente avaliados. 
Percebe que sempre haverá uma operação imobiliária em alta? 
Para esses momentos o corretor de imóveis deve estar atualizado e, 
além de habilitado, capacitado. A capacitação no desempenho da 
atividade de avaliação de imóveis por parte dos corretores transpassa 
os limites do conhecimento da legislação aplicável e de cumprimento 
e atenção às normas técnicas. É preciso que o profissional busque 
qualificação, estude, aprimore seus conhecimentos, leia mais, 
frequente cursos de atualização e reciclagem, fique atento às notícias 
relacionadas e participe de eventos dacategoria, como congressos, 
mesas redondas e palestras. 
Cabe também ao profissional atualizado compreender a 
necessidade de qualificação de forma que possa diferenciar o 
trabalho realizado na avaliação de imóveis e dimensionar o alcance 
de sua própria atuação e da atuação de outros profissionais, além de 
entender a necessidade de trabalho em parceria nessa tão importante 
operação imobiliária. 
Ampliando seus conhecimentos
• ABUNAHMAN, Sérgio Antonio. Curso básico de engenharia 
legal e de avaliações. 3. ed. São Paulo: Pini, 2006. 
Vale a pena termos conhecimento da visão de engenheiros 
sobre a avaliação de imóveis. A obra Curso básico de 
engenharia legal e de avaliações é muito didática e realizada 
com muita clareza, foi concebida com base em mais de 
duas décadas de profundo trabalho do autor, em sua vasta 
experiência profissional e em inúmeros cursos ministrados 
em todo o Brasil. 
Habilitação para avaliar um imóvel 37
• MAIA NETO, Francisco. Roteiro prático de avaliações e 
perícias judiciais. 5. ed. Belo Horizonte: Del Rey, 2000.
Francisco Maia Neto é um profissional consagrado e 
respeitado tanto por engenheiros e arquitetos quanto por 
corretores de imóveis e é autor de várias obras direcionadas 
a avaliações e perícias judiciais. A obra Roteiro prático de 
avaliações e perícias judiciais teve o tempero da manifestação 
de muitos colegas do autor que contribuíram com sugestões 
e críticas construtivas que possibilitaram o suprimento de 
algumas deficiências apontadas e o levaram a receber prêmios 
nacionais pelos trabalhos publicados. 
Atividades
1. Após os estudos realizados neste capítulo, pudemos 
compreender que as palavras habilitação e capacitação têm 
significados e aplicações diferentes. Partindo do princípio de 
que a habilitação propriamente dita não significa capacitação, 
explique com suas palavras a diferença entre elas.
2. Qual deve ser a conduta do corretor de imóveis ao ser 
requisitado para proceder a avaliação de um imóvel rural que 
implique em análise da terra e vocação agrícola? Justifique 
a resposta. 
3. Existem situações em que o objetivo da avaliação de imóveis 
exige que ela seja feita por engenheiros e/ou arquitetos e 
outras em que é feita por um corretor de imóveis. Cite dois 
exemplos de cada situação.
38 Avaliação de Imóveis
Referências
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. Normalização: 
definição. Rio de Janeiro/São Paulo: ABNT, 2019. Disponível em: http://
www.abnt.org.br/normalizacao/o-que-e/o-que-e. Acesso em: 23 jun. 2019.
CONSELHO FEDERAL DE CORRETORES DE IMÓVEIS. Resolução-
Cofeci n. 326/92. Brasília: Cofeci, 1992. Disponível em: http://www.cofeci.
gov.br/arquivos/legislacao/nova/resolucao_0326_92_novo.pdf. Acesso em: 
13 jun. 2019.
CONSELHO FEDERAL DE CORRETORES DE IMÓVEIS. Resolução-
Cofeci n. 1.066/2007. Salvador: Cofeci, 2007. Disponível em: http://www.
cofeci.gov.br/arquivos/legislacao/2007/resolucao1066_2007.pdf. Acesso 
em: 23 jun. 2019.
MAIA NETO, Francisco. Roteiro prático de avaliações e perícias judiciais. 
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