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Farmacologia I METABOLISMO DOS FÁRMACOS Enzimas de Fase I • Citocromo P450 – principal grupo enzimático. o Ancorado ao retículo endoplasmático do hepatócito. >> essa estrutura possui um grupamento HEME – S-Fe-O é a mesma estrutura da hemoglobina, isto é, há a ligação com o oxigênio. >> há também uma estrutura próxima única [ela sozinha consegue gerenciar uma grande variedade de enzimas desse complexo]. NADPH oxirredutase – libera um elétron (e-) que, em presença de oxigênio, provoca oxidação de um determinado fármaco. o e- que o NADPH libera em presença de oxigênio (do grupamento heme do citocromo P450) -> produz uma oxidação da molécula do fármaco! >> a molécula do fármaco serve de substrato para o grupo enzimático (CYP450-NADPH), que promove sua oxidação. isso tem pontos negativos: primeiro que é saturável em alguns casos e se houver a utilização de mais oxigênio do que de substrato, pode haver a formação de ânion superóxido (O2-). a consequência disso é a formação de espécies reativas de oxigênio (ROS), que são deletérias a célula -> isso pode gerar, por exemplo, danos hepáticos. >> esse grupo enzimático tem múltiplas formas e é bastante promíscuo -> uma mesma enzima pode metabolizar diversas substâcias. >> uma enzima metaboliza vários compostos e um mesmo composto pode ser metabolizado por várias enzimas da mesma família. >> há muito polimorfismo (principalmente entre etnias) -> portanto, há uma variação na taxa de metabolismo. >> essa família tem apresentação com a nomenclatura: CYP1A2 o primeiro número é a isoforma, isto é, a família; a letra indica a sub-família; e o segundo número é o produto gênico individual. -- existem várias estruturas, várias enzimas diferentes, a que o prof. destaca e a que metaboliza a maior parte de diferentes fármacos é a CYP3A4. observação: esses grupos enzimáticos são os mesmo que metabolizam os nutrientes -> então vai haver interferências (até pela promiscuidade). -- outra enzima importante é a CYP2D6 -> metaboliza, também, boa parte dos fármacos que vamos estudar. observação: essas enzimas são muito expressas no fígado, mas também estão presentes nos rins, nos pulmões, no SNC e no TGI. • Monoxigenases contendo flavinas (FMO). >> grupo menos importante que sofre pouquíssimo polimorfismo genético, isto é, tem pouca variabilidade dentre os indivíduos. >> expressas em alto nível no fígado. >> FMO3 é a isoforma mais abundante. responsável por fazer reações de fase I em algumas moléculas, como a nicotina, ranitina e cimetidina (antagonistas de H2), clozapina e itoprida. >> as FMOS são responsáveis por metabolizar o TMAO (N-óxido de trimetilamina), muito encontrado em peixes -> com a deficiência genética de FMO, não há a metabolização desse composto, por isso ele se acumula -> provocando nos indivíduos um odor de peixe. >> não são induzidas ou inibidas facilmente – sem interações medicamentosas. • Epóxido hidrolases – enzimas hidrolíticas. >> hidrólise de epóxidos produzidos pela citocromo P450. >> os epóxidos são eletrófilos altamente reativos. o eletrófilo interage com um nucleófilo -> RNA, DNA. portanto, esses epóxidos interagem com DNA e RNA, provocando alterações. >> as epóxidos hidrolases, portanto, são enzimas que hidrolisam esses epóxidos -> im- pedindo que haja ligação com os nucleófilos. reduzindo, assim, a toxicidade e consequências dessas interações, como a trans- formação celular. ex. epóxido hidrolases vão ser importantes no metabolismo da carbamazepina (anti-con- vulsivante). porque o primeiro metabolismo (pelo CYP) gera um epóxido -> então essas enzimas hidrolisam esse epóxido, para que essa estrutura não interaja com um epóxido e produza toxicidade. se há o uso de ácido valproico (outro anti-conv.), ele inibe a epóxido hidrolase e, como consequência, há mais epóxidos -> mais chances de transformação celular e toxicidade. Interações entre Fármacos na Fase I • Inibição enzimática >> um fármaco pode servir de substrato para uma enzima E reduzir a sua atividade metabólica. com isso, um outro fármaco que pode estar sendo usado em associação deixa de ser metabolizado -> logo, a concentração desse fármaco aumenta, podendo produzir um efeito tóxico no organismo. -- como não há seletividade, um fármaco pode reduzir ou aumentar o seu próprio meta- bolismo -> por isso há muito risco de interações. • Indução enzimática >> aumento da atividade da enzima -> diminui a biodisponibilidade e, se for efeito de 1ª passagem reduz ainda mais. ex. carbamazepina (anti-convulsivante) aumenta a atividade da CYP3A4 -> por isso, quando ele é administrado com um outro substrato dessa enzima, ela meta- boliza mais esse outro substrato, reduzindo o seu efeito. Enzimas de Fase II • UGTs – UDP-Glicuroniltransferase >> principal subtipo -> moléculas que reagem com as moléculas que vieram da fase I, conjugando glicuronídeos [radical químico muito hidrosolúvel] a elas. essa é a glicuronidação – ela acontece para que a molécula que veio da fase I seja mais hidrosolúvel e mais facilmente eliminada. >> glicuronidação: transferência do ácido glicurônico, formando glicuronídeos. >> há dois tipos: UGT1 [mais envolvida com metabolismo de fármacos] e UGT2. >> o subtipo UGT1A1 é importante para a hidrólise da bilirrubina. o acúmulo da bilirrubina pode gerar quadros clí-nicos bem característicos. existem síndromes associadas à deficiência genética no grupo enzimático UGT1A1, como a Síndrome de Gilbert e a Síndrome de Crigler-Najjar -> são síndromes que geram a hiperbilirrubinemia. -- no caso da Síndrome de Crigler-Najjar tipo 1, não há atividade da UGT1A1, no tipo 2 a atividade é muuuito baixa. -- na síndrome de Gilbert há alterações que levam a uma atividade baixa da UGT1A1.
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