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Slides de Aula - Unidade I (1)

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Prévia do material em texto

Prof. Vinícius Albuquerque 
Estudos Disciplinares 
História e a Temática 
Indígena em Sala de Aula 
UNIDADE I
 Objetivos desse Estudo Disciplinar:
 Apresentar discussões, experiências e sugestões sobre a temática indígena 
em sala de aula de forma crítica e em perspectiva histórica.
 Busca de ampliação de práticas alternativas em sala de aula com novos 
temas e problematizações. 
 Sugestão de aprofundamento dos assuntos trabalhados nas diferentes 
disciplinas do semestre e apresentação de formas inovadoras de se trabalhar 
história em sala de aula. 
 Qual a proposta desse Estudo Disciplinar?
 Oferecer um conjunto de discussões relativas à 
temática indígena em sala de aula.
Temática Indígena em Sala de Aula: objetivos e proposta
 Como o aluno deve proceder?
 No contato com a Unidade I, assistir à videoaula, ler os conteúdos sugeridos 
dos dois textos selecionados que estão no AVA na área correspondente aos 
Estudos Disciplinares deste bimestre e responder ao avaliativo.
 Assistir à videoaula da Unidade II com novos conteúdos a serem discutidos 
em suas principais ideias, contribuições e conclusões de cada um, 
correlacionando-os.
 Por fim, responder ao questionário. As questões se referem aos conteúdos, 
bem como à videoaula.
Estudos disciplinares: procedimentos do aluno 
Textos e conteúdos:
 Texto I: “Ensinar e aprender histórias e culturas indígenas: repensando as 
práticas pedagógicas”, de Júlio Ricardo Quevedo Santos, Aristeu Castilhos da 
Rocha e Michele Moraes Lopes.
 Texto II: “Povos indígenas no Ensino de História”, de Rafaela Albergaria Mello.
 Texto III: “Os índios na História e o Ensino de História: Avanços e desafios”, de 
Edson Hely Silva.
 Discussão: Questão 9, da 8ª ONHB – 2016 – “Quem 
chorou por Vitor, o bebê indígena assassinado com uma 
lâmina enfiada no pescoço?”
Temática Indígena em Sala de Aula: textos 
 Necessidade de práticas pedagógicas investigativas, problematizadoras, críticas 
reflexivas, levando igualdade de oportunidades, a autonomia responsável, a 
multiplicação de saberes, a cidadania e o desenvolvimento humano.
 Desenvolver discussões teóricas, sugestões e orientações didáticas que 
relacionam o ensino de História a outras disciplinas no processo de ensino e 
aprendizagem.
 Lei 11.645/2008: a história e a cultura indígena que colocam a centralidade de 
conceitos sobre América, Brasil, índio, povos indígenas, segregação, “raça”, etnia, 
identidade, diferença, racismo, pluralidade cultural, genocídio, diversidade, 
ancestralidade, patrimônio cultural indígena, reservas 
indígenas, cidadania, direitos humanos.
Temática Indígena em Sala de Aula: justificativas
 Texto I: “Ensinar e aprender histórias e culturas indígenas: repensando as 
práticas pedagógicas”, de Júlio Ricardo Quevedo Santos, Aristeu Castilhos da 
Rocha e Michele Moraes Lopes in 
https://www.revistas.ufg.br/Opsis/article/view/34724/20038#.Ws01KS7waUk
 Foco das discussões nas contribuições dos povos indígenas na formação da 
diversidade cultural brasileira. 
 Uso de linguagens alternativas como literatura, cinema e música no ensino de 
História.
Texto 1 – Ensinar e aprender histórias e culturas indígenas
 Problematização da formação histórica e cultural do Brasil.
 Consciência da diversidade de sujeitos históricos: 
 indígenas;
 ibéricos;
 africanos; 
 asiáticos. 
 Questionamento da produção historiográfica que privilegia a matriz europeia.
 O Brasil é um país com origem apenas 
europeia?
Texto 1 – Ensinar e aprender histórias e culturas indígenas
 Ampliação das abordagens no ensino de História.
 Foco nas histórias e nas culturas indígenas, afro-brasileiras e identidades 
diversas. 
 Respeito às diferenças e à multietnicidade, ética, moral, preservação do meio 
ambiente, cidadania.
 Temáticas de relevância social e regional.
 Formação de cidadãos íntegros, justos, conscientes, responsáveis e conectados 
com o seu tempo histórico e cultural.
Texto 1 – Ensinar e aprender histórias e culturas indígenas
 Necessidade da noção de desenvolvimento histórico da educação brasileira. 
 Século XIX – independência e manutenção do imaginário europeizado.
 Brasil: país “branco” na visão das elites rurais escravistas conservadoras e 
católicas. 
 Importância do Colégio Pedro II (1837) e do Instituto Histórico e Geográfico 
Brasileiro (IHGB, 1838).
 Destaque para a História Universal em detrimento da História do Brasil.
 Construção da História do Brasil: von Martius – mistura 
das três raças ressaltando o elemento branco e o 
branqueamento para a civilização. 
Texto 1 – Ensinar e aprender histórias e culturas indígenas
 Ensino de História monárquica, política, nacionalista.
 Culto aos heróis e festas cívicas.
 Exaltação da colonização lusa branca.
 Povos indígenas e africanos negligenciados.
 Povos indígenas referem-se aos grupos humanos que se 
identificam coletivamente e se diferem da sociedade 
envolvente ou nacional. É, portanto, um termo utilizado 
para o reconhecimento dessas populações em todo o 
mundo. O termo “índio” trata-se, até o momento, da 
manutenção de um equívoco (MEIRELLES, 2011, p. 285).
Texto 1 – Ensinar e aprender histórias e culturas indígenas
 Século XIX: “idealizado, o indígena é representado na literatura romântica do 
século XIX a um só tempo como herói – espírito indomável, modelo de honra a 
ser seguido e vítima – sacrificado em nome da civilização” (BERGAMASCHI, 
2011, p. 298).
 República: início da inclusão dos indígenas nas escolas, porém com o problema 
da Marcha para o Oeste.
 Extermínio dos indígenas.
 Serviço de Proteção ao Índio (1910) e depois Fundação 
Nacional do Índio (Funai, 1968). 
 Representação crescente do indígena como externo à 
sociedade: Vargas e o Dia do Índio (19 de abril).
Texto 1 – Ensinar e aprender histórias e culturas indígenas
 Desconsiderou-se a história de lutas, resistências, fugas e extermínios. 
 Ênfase à selvageria, guerras, “atraso” e antropofagia. 
 Excelentes discussões recentes do prof. Viveiros de Castro.
 Década de 1970: 
 Ditadura civil e militar: extermínio e “progresso”.
 Movimentos de lutas por direitos indígenas.
Texto 1 – Ensinar e aprender histórias e culturas indígenas
 1997 – Parâmetros Curriculares Nacionais:
 Pluralidade cultural que pouco trata dos indígenas. 
 1999: Parecer 14 e Resolução 003 da Câmara de Educação Básica:
 Educação Escolar Indígena.
 2001 – Durban: II Conferência Mundial contra o Racismo, Discriminação Racial, 
Xenofobia e Intolerâncias Correlatas.
 2003: Lei n. 10.639 – ensino sobre África e história e cultura dos povos indígenas 
e Lei n. 11.645/2008. 
Texto 1 – Ensinar e aprender histórias e culturas indígenas
Quando pensamos no ensino tradicional sobre os indígenas no Brasil, observamos 
generalizações que: 
a) Criam imagens e facilitam a compreensão dos alunos.
b) Na atualidade não existem mais, sendo um problema do passado.
c) Por partirem de critérios científicos sólidos são muito rigorosos. 
d) Essa visão é marcada por preconceitos que desqualificam a participação do 
indígena na História do Brasil. 
e) Jamais discutiam questões relativas aos indígenas. 
Interatividade
Resposta
Quando pensamos no ensino tradicional sobre os indígenas no Brasil, observamos 
generalizações que: 
a) Criam imagens e facilitam a compreensão dos alunos.
b) Na atualidade não existem mais, sendo um problema do passado.
c) Por partirem de critérios científicos sólidos são muito rigorosos. 
d) Essa visão é marcada por preconceitos que desqualificam a participação do 
indígena na História do Brasil. 
e) Jamais discutiam questões relativas aos indígenas. 
 Obrigatoriedade do estudo da história e da cultura indígena na escola:
 Movimento nacional e internacional de reconhecimento e valorização da 
diversidade. 
 Educação entendida como meio de superar os preconceitos e a discriminação 
em relaçãoaos povos indígenas.
 Necessidade de “diálogo etnocultural respeitoso, cuja condição básica é o 
reconhecimento dos povos originários como interlocutores legítimos, embasando 
a interação aos seus conhecimentos e saberes, considerando sua história, sua 
cultura e os modos próprios de viver” (BERGAMASCHI, 2010, p. 163).
Texto 1 – Ensinar e aprender histórias e culturas indígenas
 Disputas sociais sobre demarcações e outras questões levam à necessidade de 
estudar, conhecer e compreender a temática indígena. 
 Superar desinformações, equívocos e a ignorância que resultam em 
estereótipos e preconceitos sobre os povos indígenas, reconhecendo, 
respeitando e apoiando os povos indígenas nas reivindicações, conquistas e 
garantias de seus direitos e em suas diversas expressões socioculturais 
(SILVA, 2012, p. 220).
 Necessidade da construção de uma perspectiva crítica que auxilie na 
desmistificação. 
Texto 1 – Ensinar e aprender histórias e culturas indígenas
 Nova realidade educacional e a necessidade de incorporar diferentes linguagens 
no processo de ensino de história.
 Estreita ligação entre os saberes escolares, as culturas escolares e o universo 
mais amplo.
 Necessidade de (re)construirmos nossas concepções pedagógicas 
(GUIMARÃES, 2013, p. 259).
 Kátia Abud (2010) lembra que o uso da relação entre história e literatura não pode 
ficar aprisionado em crenças, heróis, batalhas e desqualificações dos indígenas e 
negros. 
Texto 1 – Ensinar e aprender histórias e culturas indígenas
 Os textos literários devem servir para:
 Discutir pistas/referências do modo de ser, viver e agir das pessoas.
 Questionar valores e costumes de determinadas épocas.
 Textos literários e dimensões do cotidiano.
 Resgate de temáticas relativas aos negros, índios, mulheres, grupos 
desfavorecidos, diversidade, pluralidade cultural, cidadania, direitos humanos. 
Texto 1 – Ensinar e aprender histórias e culturas indígenas
Fonte: http://www.unesco.org/new/typo3temp/pics/09e0fa76cb.jpg
 Romantismo: século XIX, Indianismo (reafirmação dos intuitos nacionalistas). 
Gonçalves Magalhães (“Confederação dos Tamoios”); Gonçalves Dias (“I-Juca 
Pirama”); José de Alencar (“O Guarani”, “Iracema”, “Ubirajara”).
 Pré-modernismo: Simões Lopes Neto (“Boitatá” e “Negrinho do Pastoreio”).
 Modernismo: Mário de Andrade (“Macunaíma”).
 Romance de 30: Érico Veríssimo (“Tempo e o Vento”, “A Fonte”, “Ana Terra”, “As 
Aventuras de Tibicuera”).
 Outras sugestões no texto – Darcy Ribeiro, Orlando Villas Bôas e Frei Betto.
 Obras literárias como ferramentas para a construção 
do conhecimento histórico. A leitura, a interpretação e 
análise de romances, crônicas, poesias, contos, textos 
literários e/ou jornalísticos torna o estudo interessante. 
Texto 1 – Ensinar e aprender histórias e culturas indígenas – literatura 
História e cinema: 
 Historicidade do filme: assim como de outras fontes, situa-se tanto em seu fazer, 
na sua lógica constitutiva, como em seus temas, nas leituras, sensibilidades e 
olhares que suscita. Como produto cultural, o filme, seja ficcional, seja 
documentário, tem uma história e múltiplas significações (GUIMARÃES, 2013, 
p. 265).
 Bittencourt (2004, p. 376): “é preciso preparar os alunos para a leitura crítica dos 
filmes, começando por uma reflexão sobre os próprios a que eles assistem”.
Texto 1 – Ensinar e aprender histórias e culturas indígenas – cinema 
 Para sua análise é interessante que sejam observados os seguintes aspectos: 
contexto histórico, temática, acontecimentos principais, personagens, cenários, 
lugares, tempo em que ocorre a narrativa, linguagem, fotografia, sonoplastia, 
iluminação, figurinos, equipe de produção, direção.
 Sugestões: “Apocalypto”, “A Floresta das Esmeraldas”, “Brincadeiras nos Campos 
do Saber”, “A Encantadora de Baleias”, “A Missão”, “Rapa-Nui”, “Brava Gente 
Brasileira”, “Pocahontas”, “1492 – A Conquista do Paraíso”, “O Novo Mundo”, 
“Dança com Lobos”, “O Último dos Moicanos”, “O Caminho para Eldorado”, “Tainá 
I e II”, “Terra Vermelha”, “Caramuru”, “O Guarani”, “Xingu”.
Texto 1 – Ensinar e aprender histórias e culturas indígenas – cinema 
 História e música: 
 Sons (melodias), letra (mensagem), tema, vozes, gestos, vestimentas, paixões, 
lugares e culturas. 
 “[...] enorme e rico patrimônio cultural, uma das nossas grandes contribuições 
para a cultura da humanidade. Antes de inventarem a palavra ‘globalização’, 
nossa música já era globalizada. Antes de inventarem o termo ‘multiculturalismo’, 
nossas canções já falavam de todas as culturas, todos os mundos que formam os 
brasis. Antes de existir o ‘primeiro mundo’, já éramos musicalmente modernos. 
Além disso, nossa música foi o território de encontros 
e fusões entre o local, o nacional e o cosmopolita, 
entre a diversão, a política e a arte; entre o batuque 
mais ancestral e a poesia mais culta” (NAPOLITANO, 
2002, p. 109).
Texto 1 – Ensinar e aprender histórias e culturas indígenas – música 
 Atividades: levantamento de informações, estudo de símbolos, figuras de 
linguagem, amores, etnicidades, cotidiano, trabalho, valores, ideias, modos, 
comportamentos, mentalidades, identidades, regionalismos, questões sociais, 
economias e políticas, diversidades. 
 A música não é apenas uma combinação de notas dentro de uma escala, mas 
também ruídos de passos e bocas, sons eletrônicos, ou ainda uma vestimenta e 
gestos do cotidiano de determinados indivíduos que gostam de um tipo de som 
(DUARTE, 2013, p. 209).
 Sugestões: “Cara de Índio” (Djavan), “Um Índio” (Caetano 
Veloso), “Um Sonho” (Gilberto Gil), “Todo dia era Dia de 
Índio” (Tim Maia/Jorge Bemjor/Baby Consuelo), “Índios” 
(Legião Urbana), “Baila Comigo” (Rita Lee), “Somos 
Todos Índios” (Fagner).
Texto 1 – Ensinar e aprender histórias e culturas indígenas – música 
Quando trabalhamos as noções de diversidade e diálogo etnocultural é essencial: 
a) Explicar para os alunos como a cultura indígena é primitiva. 
b) Mostrar as excelentes imagens pintadas pelos viajantes para retratar fielmente 
os nativos no século XIX. 
c) Qualificar positivamente a diversidade.
d) Desqualificar a mestiçagem.
e) Seguir os tradicionais roteiros de ensino baseados no descobrimento e no 
romantismo do século XIX. 
Interatividade
Quando trabalhamos as noções de diversidade e diálogo etnocultural é essencial: 
a) Explicar para os alunos como a cultura indígena é primitiva. 
b) Mostrar as excelentes imagens pintadas pelos viajantes para retratar fielmente 
os nativos no século XIX. 
c) Qualificar positivamente a diversidade.
d) Desqualificar a mestiçagem.
e) Seguir os tradicionais roteiros de ensino baseados no descobrimento e no 
romantismo do século XIX. 
Resposta
 Texto 2 – “Povos indígenas no Ensino de História”, de Rafaela Albergaria Mello, in 
http://www.snh2015.anpuh.org/resources/anais/39/1434322555_ARQUIVO_povos
indigenasnoensinodehistoriadoc.pdf
 Epígrafe: A história do Brasil como é habitualmente contada torna inteiramente 
impossível pretender compreender a importância dos indígenas na fundação da 
colônia e na construção da nacionalidade inviabilizando igualmente os esforços 
de entendimento de sua presença e significação na contemporaneidade 
(OLIVEIRA, 2010, p. 28). 
Texto 2 – Povos indígenas no ensino de História
 Pesquisa de Mestrado Profissional de Práticas de Educação Básica do Colégio 
Pedro II.
 Busca de compreensão da história dos povos indígenas no Brasil no ensino 
de História utilizando a perspectiva da interculturalidade. 
 Pesquisa em currículos escolares e livros didáticos de História 
no Ensino Médio. 
 Indigenismo não é a defesa dos povos indígenas como 
é posto pelo senso comum, e sim a reflexão dos 
modos de interpretação e dominação em relação aos 
indígenas de uma forma geral.
Texto 2 – Povos indígenas no ensino de História
 Na atualidade, na percepção anacrônica da temática, 
 osíndios ainda são percebidos como se todos fossem iguais. 
 João Pacheco cria a expressão “Viagem de volta” direcionado a realidade dos 
indígenas no nordeste brasileiro do século XX, mas válida para outros grupos 
indígenas que começam a buscar legitimidade (OLIVEIRA, 1999). 
 O conceito “Viagem de Volta” traduz a busca por suas raízes, pela reconstrução 
de suas tradições. Um movimento que busca legitimar a cultura esquecida, 
envergonhada, escondida. O recomeço do resgate e legitimação de identidades. 
Texto 2 – Povos indígenas no ensino de História
 Século XX: os indígenas reivindicam a implementação de seus direitos.
 Mostraram que não haviam desaparecido, já que foram esquecidos 
propositalmente da História do Brasil, no passado, considerados selvagens 
(bárbaros) que deveriam se adequar ao progresso e, dessa forma, foram 
excluídos do currículo do ensino de História da educação básica.
 John Monteiro (1995) afirma que um novo indigenismo surgiu, com organizações 
indígenas reivindicando e reconquistando direitos históricos. Esse movimento teve 
apoio dos antropólogos, ocasionando novas produções bibliográficas sobre a 
temática indígena.
 Nova História Indígena (2001), a reconstrução do 
processo histórico, a revisão de estudos e a inserção 
do indígena como ator político e atuante nos 
processos históricos. 
Texto 2 – Povos indígenas no ensino de História
 Século XIX: preconceitos contra os indígenas.
 Varnhagen sobre os índios, “Povos na infância, não há história, há apenas 
etnografia”. 
 Contrapondo Varnhagen, também no século XIX, o professor do Colégio Pedro 
II, Capistrano de Abreu escreveu importantes obras de como os portugueses 
moldaram a América, buscando os caminhos do aldeamento e, ao contrário de 
Vanhargen, tinha uma visão positiva dos índios. 
 Para Capistrano de Abreu, o Brasil não era português, e sim mestiço. 
Texto 2 – Povos indígenas no ensino de História
 O ensino de História é considerado por Monteiro (2011) um lugar de fronteira, pois 
procura articular referências da história e da educação.
 Um lugar da negociação da distância. 
 Lugar de disputas e convergência entre a história e o ensino. 
 O currículo é produzido por escolhas, é a construção a partir de uma 
seleção e legitimação cultural e de negociação de identidades do que 
é importante ensinar. 
Texto 2 – Povos indígenas no ensino de História
 Ensinar História é gerar um compromisso com a reflexão dos fatos, conceitos e 
tempo histórico.
 O objetivo do ensino da História é a construção do conhecimento sobre o passado 
da sociedade e nós, professores, temos que trazer esse conhecimento de forma 
interessante aos alunos, é preciso compreender as especificidades da História 
pela prática docente. 
 Como Sonia Nikituik (2012) afirma, o conteúdo da disciplina de História não 
é o passado, mas o tempo, pelo ensino de História, o aluno deverá compreender 
as mudanças da sociedade e reconstruir os processos históricos. 
Texto 2 – Povos indígenas no ensino de História
 Ana Maria Monteiro, “Os professores de história não apenas detêm saberes 
especializados, mas também os produzem e reproduzem, ao adequá-los ao 
grau de compreensão dos alunos” (MONTEIRO, op. cit. p. 15).
 Chegada dos portugueses à América: Descoberta?
 Sabemos que a história é plural, é a história do homem e esse homem é múltiplo. 
Texto 2 – Povos indígenas no ensino de História
 Contatos iniciais entre nativos e europeus: 
 Diferentes formas de olhar e de problematização. 
 Mediações e aproximações. 
 Conflitos.
 Catequese.
 A questão do outro: a questão de civilizar e homogeneizar os povos 
autóctones, colocando-os às margens, denominando-os como os outros, os 
outros que deveriam se enquadrar à nova sociedade. 
Esse outro não poderia ser diferente, e se resistisse, tinha 
que ser excluído, pois não poderia fazer parte do novo 
mundo civilizado. 
Texto 2 – Povos indígenas no ensino de História
 Assim surge a conceituação de índios pacificados no qual é realizado o 
ordenamento aos povos nativos pelo poder estatal e religioso e o índio 
bravo, aquele que resistia a pacificação e deveria ser integrado pelas guerras 
justas. 
 Os índios pacificados, considerados os índios mansos, aqueles novos vassalos 
do poder real de Portugal, esses índios para o Estado Português estariam 
sofrendo o processo de assimilação e logo estariam incorporados à sociedade 
branca, homogeneizados e não mais diferentes.
Texto 2 – Povos indígenas no ensino de História
 Livros didáticos não são frequentemente atualizados e acabam ficando muitas 
vezes defasados na utilização de conceitos e no tratamento dado as fontes 
históricas.
Distância do conhecimento universitário em relação ao ensino básico, como Souza 
Lima (1995) afirma: 
 Os indígenas permanecem como povos ausentes, imutáveis, dotados de 
essências a-históricas e objeto de preconceito: nunca saem dos primeiros 
capítulos dos livros didáticos são, vaga e genericamente, referidos como um dos 
componentes do povo e da nacionalidade brasileiros, algumas vezes tidos como 
vítimas de uma terrível "injustiça histórica", os 
verdadeiros senhores da terra. Não surgem como 
atores históricos concretos.
Texto 2 – Povos indígenas no ensino de História
 Portanto, observo que o indígena é tratado como sujeito oculto, um mero 
coadjuvante da história do Brasil, sem participação política, apenas como um 
povo sem história e sem futuro.
 Muitas vezes, os livros didáticos não acompanham a produção dos novos 
conhecimentos na área de história e antropologia, ficando apenas atrelado à 
indústria editorial. A produção editorial do Brasil, segundo Selva Guimarães, em 
relação ao livro didático é uma das maiores do mundo (FONSECA, 2003). 
Texto 2 – Povos indígenas no ensino de História
Como podemos explicar o que é o indigenismo?
a) É um conceito antropológico que não pode ser utilizado nas aulas de História. 
b) É a reflexão dos modos de interpretação e dominação em relação aos indígenas 
de uma forma geral.
c) É a defesa dos povos indígenas como é posto pelo senso comum.
d) É uma forma de atuação política exclusivamente indígena. 
e) É a romantização da participação do indígena na História do Brasil.
Interatividade
Como podemos explicar o que é o indigenismo?
a) É um conceito antropológico que não pode ser utilizado nas aulas de História. 
b) É a reflexão dos modos de interpretação e dominação em relação aos indígenas 
de uma forma geral.
c) É a defesa dos povos indígenas como é posto pelo senso comum.
d) É uma forma de atuação política exclusivamente indígena. 
e) É a romantização da participação do indígena na História do Brasil.
Resposta
 Os livros didáticos a partir da década de 1970 exerceram simultaneamente a 
função de portadores de determinados conteúdos e organizadores de aula. O livro 
didático passou a ocupar papel central no processo ensino-aprendizagem 
(GATTAI, 2004). 
 A criação do Programa Nacional do Livro Didático (PNLD), em 1985 e 1995, surge 
o atual Programa Nacional do Livro didático com duas funções, isto é, melhorar a 
qualidade da educação e suprir a necessidade de distribuição gratuita de livros a 
todas às escolas públicas do país. 
(AQUINO, 2013,1996): estudantes do Ensino Fundamental 
das escolas públicas devem receber livros didáticos 
gratuitamente. 
Texto 2 – Povos indígenas no ensino de História
 Os livros didáticos são ferramentas das políticas educacionais. 
 Livro didático é um produto cultural e pode ser utilizado de diversas formas.
 São portadores de determinados conteúdos e são, muitas vezes, organizadores 
das aulas, ocupando papel central no processo ensino-aprendizagem. 
 Muitos professores se guiam por ele para lecionar, outros utilizam o livro 
didático como uma ferramenta.
 O livro didático é o principal controlador do currículo. 
Texto 2 – Povos indígenas no ensino de História
 Juliana Mattosdestaca que o livro didático, antes de ser um recurso didático, 
é um produto comercial inserido em políticas públicas da educação nacional 
(MATTOS, 2012). 
 Além disso, o livro didático é muitas vezes o único livro que o estudante possui. 
O livro didático é importante por seu papel político e cultural, na medida em que 
reproduz e representa os valores da sociedade (GATTAI, 2004). 
 (As) obras expressam leituras, posicionamentos políticos, pedagógicos. 
Reinterpretando as orientações oficiais do currículo e incorporam a expectativa 
dos professores, buscando estes para o seu consumo (MONTEIRO, 2009). 
Texto 2 – Povos indígenas no ensino de História
 Carmem Gabriel aprofunda a questão do livro didático de História como um 
artefato cultural em que os discursos são disputados e legitimados pelo currículo.
 Nesse sentido, o discurso predominantemente presente nos livros didáticos é 
o oficial (GABRIEL, 2009). 
 Desta forma, o livro didático se tornou um elemento poderoso e determinante no 
ensino básico brasileiro. 
“[...] distribuição e consumo de saberes híbridos, no qual a presença de diferentes 
discursos pedagógicos e históricos é uma de suas marcas mais evidentes na 
disputa pelos sentidos da história a ser ensinada na educação básica” (ibidem). 
Texto 2 – Povos indígenas no ensino de História
 As coleções didáticas são analisadas por diversos pareceristas que avaliam se os 
livros foram adequados de acordo com as vigências do currículo e das demandas 
dos programas oficiais e das leis.
 Lei 11.645/2013 define a obrigatoriedade do ensino de história da África e da 
história dos povos indígenas do Brasil.
 Desta forma, de acordo com esses critérios, os livros didáticos não devem 
trazer preconceito ou estimular a violência. 
Texto 2 – Povos indígenas no ensino de História
 Nas escolas, a questão das sociedades indígenas, frequentemente ignorada nos 
programas curriculares, tem sido sistematicamente mal trabalhada. 
 Dentro de sala de aula, os professores revelam-se mal informados sobre o 
assunto e os livros didáticos, com poucas exceções, são deficientes no 
tratamento da diversidade étnica e cultural existente no Brasil (GRUPIONI, 1995). 
 Refletir sobre a questão indígena no ensino de História é literalmente combater o 
preconceito. 
Texto 2 – Povos indígenas no ensino de História
 No censo de 2010, os povos indígenas representaram um crescimento importante 
dentro do território brasileiro. 
 Tendo mais de 180 línguas faladas e 238 etnias diferentes no Brasil.
 Os autóctones são 896.917 pessoas, divididos em 324.834 nos territórios 
urbanos e 572.083 nas áreas rurais. 
 Assim, a celebração do Dia do Índio nas escolas, em 19 de abril, precisa 
mudar o foco do índio como pertencente apenas à floresta, de 
comunidades caçadoras e coletoras e tem o hábito cultural de andar nu.
Texto 2 – Povos indígenas no ensino de História
 Os povos indígenas não estão presos ao passado, não foram congelados no 
tempo e fazem parte da atual sociedade, frequentam universidade, utilizam 
tecnologia e continuam lutando por suas terras. 
 É preciso que a figura dos povos autóctones sejam refletidas no ensino de 
História, como também na escola. É na escola que se tem a possibilidade de 
construir o respeito, o conhecimento, a tolerância e o reconhecimento que os 
povos indígenas com lugar legítimo na história do Brasil. 
 Necessidade de uma revisão das políticas escolares.
Texto 2 – Povos indígenas no ensino de História
 A Lei 11.645 deve ser aplicada e exigida, assim como a História precisa se redimir 
em relação aos povos autóctones, os currículos educacionais devem ser 
reescritos, os livros didáticos precisam incorporar o indigenismo em seus 
capítulos, não somente nos conteúdos relacionados ao processo da conquista 
portuguesa. 
 Há um longo caminho a ser percorrido, o diálogo entre a universidade e a 
educação básica precisa ser aprofundado, é preciso que se valorize a pluralidade 
brasileira, pois, se não, a perpetuação do estereótipo e do preconceito 
prevalecerá. 
Texto 2 – Povos indígenas no ensino de História
O uso de materiais didáticos relativos aos povos indígenas produz distorções e é 
essencial que os professores percebam isso para: 
a) Mostrar aos alunos como ele conhece mais História que o próprio autor do livro. 
b) Justificar o fato de não lecionarem adequadamente sobre a questão. 
c) Eles próprios começarem a escrever livros didáticos. 
d) Apenas demonstrar como no passado os preconceitos eram mais fortes do que 
na atualidade. 
e) Combater preconceitos e informações mal elaboradas ou mal transmitidas.
Interatividade
O uso de materiais didáticos relativos aos povos indígenas produz distorções e é 
essencial que os professores percebam isso para: 
a) Mostrar aos alunos como ele conhece mais História que o próprio autor do livro. 
b) Justificar o fato de não lecionarem adequadamente sobre a questão. 
c) Eles próprios começarem a escrever livros didáticos. 
d) Apenas demonstrar como no passado os preconceitos eram mais fortes do que 
na atualidade. 
e) Combater preconceitos e informações mal elaboradas ou mal transmitidas.
Resposta
ATÉ A PRÓXIMA!

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