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FOTOGRAFIA UNIDADE 1

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17/10/2022 22:31 Fotografia
https://ambienteacademico.com.br/course/view.php?id=18537 1/20
FOTOGRAFIA
CAPI�TULO 1 - DE PLATA� O A� NASA: OS
CAMINHOS DA FOTOGRAFIA
José Roberto Gonçalves
17/10/2022 22:31 Fotografia
https://ambienteacademico.com.br/course/view.php?id=18537 2/20
Introdução
Você sabia que fotogra�ia, como a conhecemos hoje, é o resultado de um longo processo de aprimoramento
tecnológico desenvolvido na Grécia Antiga? Foram os gregos os primeiros a descreverem o princı́pio da
câmera escura, que deu origem a atual câmera fotográ�ica. A fotogra�ia era chamada de “lápis da natureza” e era
sinônimo de verdade e prova do real, pois não era mais necessário a mão do pintor para registrar as cenas da
natureza. Além disso, você já imaginou que a fotogra�ia já foi sı́mbolo de status e poder econômico?
Antigamente, as famı́lias abastadas utilizavam álbuns de paisagens distantes para decorar a sala de visitas. Já
as famı́lias mais humildes possuı́am um único retrato, pendurado na parede, com a imagem do casal.
Atualmente, a fotogra�ia é acessı́vel a todos, encantando as multidões com seu poder de congelar momentos e
transmitir emoções.
A fotogra�ia é muito presente em nosso cotidiano moderno e se constitui como uma poderosa ferramenta de
comunicação, capaz de falar com um número in�inito de pessoas, superando barreiras de idiomas. Mas quais
os motivos para se aprender a linguagem fotográ�ica? E� isto que veremos em nossos estudos
 Nesta unidade, iremos contextualizar a fotogra�ia, iniciando pelas datas marcantes de sua descoberta e
evolução, apresentaremos os principais gêneros fotográ�icos e conversaremos sobre a sua linguagem.
Vamos começar? Acompanhe o conteúdo com atenção!
1.1 Breve histórico
O processo fotográ�ico é fruto da união da arte com a ciência, que herdou o processo técnico e o estatuto de
‘verdade’ de prova do real, por meio do cientı́�ico, pois não era mais necessário a mão do pintor para registrar
as cenas. Já do artı́stico, tem traços da linguagem, nos enquadramentos e temas. Esta combinação criou um
instrumento de comunicação que modi�icou a forma de interagimos com o mundo. Para contar parte dessa
longa história, selecionamos algumas datas marcantes desse processo.
E� importante conhecermos os principais eventos que constituem a história da fotogra�ia, como um ponto de
partida para o aprofundamento dos estudos sobre a evolução da técnica das artes fotográ�icas.
Em 400 a.C., apareceram os primeiros relatos sobre a utilização de “câmaras escuras” para a observação de
eclipses solares. O mais conhecido destes relatos foi escrito por Aristóteles (384-322 a.C.) (OLIVEIRA;
VICENTINI, 2009). Já em 1000 d.C., criou-se as lentes mais luminosas. Os avanços sobre a óptica permitem a
melhoria das câmeras escuras. Estes estudos são atribuı́dos ao fı́sico árabe Alhazam (LANGFORD, 1979).
Em 1200 d.C., Roger Bacon (1214-1294) e Levi Ben Gershon (1288-1344) utilizaram a câmera escura para
realizarem observações sobre os eclipses solares, mas ainda eram do tamanho de uma sala (BUSSELLE,
1993).
Cesere Cesarino, discı́pulo de Leonardo Da Vinci, publica, em 1545 desenho descrevendo o funcionamento de
uma câmara obscura. A câmara escura difunde-se entre os pintores que as utilizavam desse o século XV
(BUSSELLE, 1993).
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Em 1604 d.C., o quı́mico italiano A� ngelo Sala, observou que a prata escurecia quando exposta ao Sol. E em
1725 d.C. o médico alemão, Johan Heindrich Schulze concluiu que era a ação da luz e não o calor que fazia a
prata escurecer (EMANIA, 2019). 
O quı́mico Thomas Wedgwood (1771 -1805), em 1806 d.C., realizou experimentos com nitrato de prata para
copiar imagens pintadas em vidro. Seu processo só permitia reproduzir silhuetas que desapareciam com o
tempo (BUSSELLE, 1993).
No século XIX, o francês Joseph Nicéphore Niepce (1765-1833) iniciou seus experimentos para a obtenção de
imagens por meio da ação direta do sol utilizando os aletos de prata. Em 1822, abandonou esse processo e
passou a utilizar o betume da Judéia como material sensı́vel. Após untar placas de metal com esse
componente, a expôs a ação da luz do sol por oito horas, dentro de uma câmera escura. Quatro anos depois,
Niepce realizou a primeira fotogra�ia permanente, batizando-a de heliogra�ia, em que hélio corresponde ao sol
e gra�ia diz respeito à escrita (BUSSELLE, 1993).
1829 d.C., Louis-Jacques Mandé Daguerre. (1757-1851), propôs uma parceria a Niepce para o
desenvolvimento da heliogra�ia. A parceria durou até 1833, ano da morte de Niepce. Após adquirir muitos
conhecimentos com a parceria, Daguerre seguiu seu próprio caminho e passou a utilizar sais de prata no lugar
do betume para revela-lo com vapor de mercúrio, �ixando-o com água salgada. Essa busca levou 10 anos e
resultou na diminuição do tempo inicial de 8 horas de exposição para 30 minutos (BUSSELLE, 1993).
Daguerre, em 1839, patenteia seu invento e começa a comercializar sua invenção, expondo-a em seu Diorama
em Paris, batizando-a de Daguerreótipo. No mesmo ano, vendeu a patente ao governo francês e publicou um
folheto, de 79 páginas, intitulado “Histoire	 et	 description	 du	 procédé	 nommé	 le	 daguerréotype”. Em pouco
tempo, a invenção estava disseminada por toda a Europa e Américas (VASQUEZ, 2002).
Figura 1 - Ilustração feita por Cesere Cesarino descrevendo a câmera obscura
Fonte: Universal History Archive, Shutterstock, 2020.
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Ainda no século XIX, o quı́mico inglês Willian Fox Talbot (1800-1877), desenvolve um processo em duas
etapas para a obtenção de imagens. O processo de Talbot consistia em banhar uma folha de papel em uma
solução de cloreto de prata, expô-la a luz do sol através da câmera escura e, revela-la em uma solução de
cloreto de sódio, �ixando a imagem. Ao �inal do processo, o fı́sico inglês percebeu que tinha em suas mãos
uma imagem invertida que denominou “negativo”. Como o papel era transparente, Talbot o posicionou sobre
outro papel também sensibilizado com cloreto de prata, e expos novamente a luz. Com isso, obteve a primeira
fotogra�ia pelo processo negativo-positivo. Em 1841, o quı́mico obtém a patente de sua invenção e a batiza de
Talbótipo. Em 1844 publica livro “The	pencil	 of	 nature”, contendo fotogra�ias, e o relato de sua descoberta
(BUSSELLE, 1993).
Frederick Scott Archer (1813 -1857), um escultor inglês, contribui para a história da fotogra�ia, quando
desenvolve o processo “emulsão de colódio úmido”, em 1849. Essa nova tecnologia consistia em preparar
uma placa de vidro com piroxilina diluı́da em éter e álcool, adicionando iodeto e brometo. Instantes antes de
se fotografar, a placa era banhada em prata e exposta a luz do sol. Imediatamente após a exposição era preciso
revelar. Esse processo veio a substituir os processos utilizados nos daguerreótipos.
Outra invenção importante no século XIX, foi a introdução das placas secas inventadas, por Richard Leach
Maddox (1816 -1902). Além disso, George Eastman (1854-1932) criou a empresa Kodak, lançando máquinas
fotográ�icas de baixo custo e fácil operação. Seu slogan	era: “você pressiona o botão, nós fazemos o resto”.
A estratégia de vendas era fornecer uma câmera fotográ�ica já carregada com um �ilme para 100 poses, por um
baixo preço de aquisição. Após fotografar, a câmera deveria ser enviada para a sede da Kodak na qual o �ilme
era revelado e as fotogra�ias impressas e todo o conjunto: máquina; novo �ilme; fotogra�ias impressas, eram
devolvidas a um preço muito maior que o valor de aquisição da primeira máquina.
VOCÊ SABIA?
Em 1833, um francês, radicado no Brasil na cidade Campinas-SP, já produzia e
comercializava imagens fotográ�icas. Ele era Antoine Hercule Romuald Florence
(1804 -1879). Contudo, ele não registrou a sua patentee abandonou sua
invenção ao saber que outro francês, Daguerre, havia anunciado a descoberta do
processo fotográ�ico. Foi Florence que cunhou em 1834 o termo “fotogra�ia” que
só viria a ser utilizado anos depois de sua morte. 
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Já no século XX, houve um marco importante para a indústria fotogra�ia, houve a introdução da fotogra�ia
colorida no mercado com o processo autocromo. Esse processo dominaria o mercado até meados da década
de 1930. Além de que lançaram o �ilme colorido “pancromático” em formato de 35mm para a indústria
cinematográ�ica.
Em 1942, a Kodak lança o �ilme Kodacolor que se tornaria a referência no mercado. E 30 anos depois, a
empresa apresenta ao mercado o primeiro Charge-Coupled	 Device (CCD) que, em português, signi�ica
“dispositivo de carga acoplada”. Esse novo dispositivo produzia imagens com 100x100 pixels (TECMUNDO,
2013).
Finalmente, no século XXI, foi comercializado o primeiro telefone com câmera fotográ�ica, o modelo era o J-
SH04, da Sharp. E a partir disso o ramo da fotogra�ia cresceu em uma velocidade absurda e se popularizou
rapidamente.
Figura 2 - Kodak Brownie foi lançada em 1900 e foi um marco na simpli�icação do processo fotográ�ico
Fonte: Universal History, Shutterstock, 2020.
1.2 Gêneros fotográficos
Os gêneros fotográ�icos são uma classi�icação do conteúdo da imagem, que facilita a sua produção. Sabemos
que o conceito de fotogra�ia não é estanque, é multifacetada e pode conter mais de um gênero, dentro da
mesma imagem. O que isso quer dizer? Simples: uma mesma fotogra�ia pode ser classi�icada de diversas
formas de acordo com o seu uso ou com o olhar do observador. Portanto, as classi�icações ou gêneros
fotográ�icos não devem ser entendidos como excludentes, mas, sim, como complementares e referenciais para
facilitar sua produção.
Para orientá-lo em sua caminhada de aprendizagem, apresentamos, a seguir, um resumo dos principais
gêneros fotográ�icos. Acompanhe!
1.2.1 Fotografia de paisagem
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O gênero paisagem é bastante amplo e tem suas origens nos primórdios da fotogra�ia, quando buscava imitar
os estilos/temas da pintura clássica, uma vez que carrega em sua gênese o literal, ou seja, a busca por retratar
um determinado local/cena da forma mais �iel possı́vel. Desse modo, “[...] a fotogra�ia de paisagem, mais do
que os outros gêneros, tem se esforçado para achar sua própria voz” . 
Com o passar dos anos, a fotogra�ia de paisagem libertou-se do literal e passou a incorporar novas formas de
composição e signi�icação, adicionando volumes e texturas em sua linguagem. Dentro deste gênero podem-se
agrupar os subgêneros: fotogra�ia de viagem; : fotogra�ia de arquitetura; e fotogra�ia de natureza.
Vejamos, a seguir, as categorias propostas por Ang (2010).
Fotografia de viagem: retrata lugares, eventos e pessoas, tendo
como elemento principal a paisagem natural ou artificial. Destaca
o local visitado, o ser humano serve como referência para o
tamanho das construções ou grandiosidade do espaço.
Fotografia de arquitetura: tem como tema principal as
construções feitas pelo homem. As imagens podem assumir um
caráter mais artístico/conceitual ou documental. Não há a
necessidade da presença do ser humano na imagem. Quando
presente, tem a função de indicar escala de proporção/volume. Os
elementos arquitetônicos estão em destaque.
Fotografia de natureza: tem como foco plantas e animais. Evita-
se a presença de seres humanos ou elementos artificiais. Os temas
Figura 3 - A desconstrução da fotogra�ia de paisagem
Fonte: Shutterstock, 2020.
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principais são a vida selvagem. Em alguns casos, pode assumir
caráter técnico-científico, quando voltada para o registro de
detalhes ou hábitos dos seres vivos.
 
A fotogra�ia de viagem é muito mais que uma sel�ie,	trata-se de um registro da realidade social, das alterações
do meio ambiente e dos lugares visitados. Muito do que sabemos sobre o passado da humanidade é fruto de
fotogra�ias tomadas por viajantes anônimos que deixaram suas observações, sobre os lugares que visitaram,
registradas em imagens fotográ�icas.
1.2.2 Fotografia de notícia
As fotogra�ias de notı́cia ou fotojornalismo são imagens empregadas para informar, testemunhar, revelar,
expor, denunciar e opinar sobre um determinado fato/acontecimento. Este gênero contribuir para dar
credibilidade a informação textual expandindo-a ou direcionando sua leitura. As fotogra�ias jornalı́sticas
precisam ser acompanhadas de um texto que complemente as informações, como: por quê aquilo ocorreu,
quais as consequências etc. Desse modo, empregamos o termo fotojornalismo como sinônimo de fotogra�ia
de notı́cias, “[...] de qualquer modo, como nos restantes tipos de jornalismo, a �inalidade primeira do
fotojornalismo, entendido de uma forma lata, é informar” . 
Dentro do seguimento fotojornalismo, Sousa (2004), classi�ica da fotogra�ia de notı́cia em: spot	news,	notı́cias
em geral, esportes, retrato. Vejamos a de�inição de cada uma delas, a seguir.
Spot news (fotografia de notícias): fotografias tomadas de forma
espontânea, únicas, feitas no momento da ação, onde os
Figura 4 - A fotogra�ia de notı́cias como um relato fotográ�ico
Fonte: Pavels Hotulevs, Shutterstock, 2020.
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personagens são retratados sem poses pré-definidas ou
ensaiadas.
Notícias em geral: seguem uma pauta pré-definida, dando ao
fotojornalista a possibilidade de pensar a fotografia previamente.
Tipicamente estão relacionadas a coberturas agendadas como
coletivas de imprensa, conferências e desfiles.
Esportes: busca a ação, o momento impactante que mais
simboliza a prática esportiva. Ex.: no futebol, o gol, no tênis, o
saque.
Retrato: tem por objetivo identificar as pessoas/grupos objeto da
notícia. A imagem de retrato pode ser posada ou não, individual
ou em grupo, contudo, necessita que a pessoa/grupo possa ser
identificada na imagem.
Contudo, preferimos uma classificação mais abrangente que
subdivide a fotografia de notícia em: informativa; ilustrativa;
ensaio/fotorreportagem. Vejamos, a seguir.
Informativa: apresenta o fato da melhor forma possível,
procurando responder as perguntas: quem fez? O que fez? Como
fez? Onde fez? Isso permite ao leitor formar uma ideia mais ampla
sobre o acontecimento de forma rápida e intuitiva. Quanto maior a
carga de informação na fotografia, menos ela dependerá do texto
que lhe acompanha para gerar sentido. Nesta categoria se
enquadram as spot news e esportes.
Ilustrativa: baixa carga informativa, necessitando do texto para
dar-lhe sentido. Serve muito mais como testemunho da presença
do fotojornalista ao evento. Dentro desta categoria se encaixa o
retrato e notícias em geral.
Ensaio/fotorreportagem: o ensaio fotográfico, na sua
modalidade jornalística, está relacionado a grandes reportagens,
onde o fotojornalista tem tempo para realizar uma sequência de
imagens de forma a compor uma história dentro da reportagem.
Em muitos casos é apresentada como livros, sessões ou edições
inteiras de uma revista. As revistas National Geografic, Life, O
Cruzeiro e Manchete, foram expoentes deste gênero fotográfico.
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A fotogra�ia de notı́cias deve cumprir o seu principal papel que é de informar, de trazer aos olhos dos leitores
a realidade dos fatos presenciada pelo fotojornalista presente ao evento. Sua credibilidade está baseada na
con�iança da presença do fotojornalista no local dos acontecimentos e que estamos vendo apenas o que o
fotojornalista presenciou, sem inclusões ou exclusões posteriores. Portanto, a fotogra�iajornalı́stica, por
princı́pio, deve ser o “retrato” �iel da cena, um testemunho pessoal do fotojornalista sobre a realidade dos
fatos.
1.2.3 Fotografia publicitária
Mais sensı́vel às mudanças tecnológicas, seja de equipamentos, seja de mı́dias, a fotogra�ia publicitária
atualiza sua linguagem de forma mais rápida que a fotogra�ia de notı́cias. Ao contrário da fotogra�ia de
notı́cias, que se agarra a função denotativa (sentido literal) da imagem, ao instante, à casualidade, ao não
encenado; a fotogra�ia publicitária se esmera na produção, na antecipação, no preparo, no pormenor,
intensi�icando a função conotativa (sentido �igurado) da imagem. Contudo, as funções (denotativa e
conotativa) já não dão mais conta da complexidade da linguagem publicitária. A exibição do produto (forma,
cor e volume), que servia para apresentar ao comprador o que ele levaria para casa, há muito não mais
satisfaz as exigências de um consumidor ávido por experiências.
As imagens publicitárias se tornaram uma ampliação de experiências que “[...] remete para um determinado
estilo de vida, um imaginário, que surge na fotogra�ia de forma propositada e preparada” .
Assim, esse gênero fotográ�ico é pensado para gerar sentido e mover o leitor ao consumo. A cada movimento
da tecnologia, a fotogra�ia publicitária se inova e renova, incorporando novos recursos de composição e
edição, se tornando mais complexa.
Contudo, apesar do aumento da complexidade da mensagem publicitária, ainda podemos agrupar esse gênero
em três subgêneros: moda, produtos/comercial e campanhas. Antes de serem categorias ou subcategorias
�ixas, essa divisão cumpre um papel esquemático pedagógico, uma vez que a fotogra�ia produzida é cada vez
mais �luida, rompendo barreiras de linguagens tradicionais.
Fotografia de moda: celebra a forma humana, destaca a cultura
material e imaterial. Busca o equilíbrio dos detalhes, a encenação
e abusa dos ângulos surpreendentes e inusitados. Vale-se de
adereços e elementos cenográficos para compor a mensagem
publicitária. Busca contar uma história que transcende a própria
imagem.
Produtos/comercial: tem por objetivo destacar o produto,
enfatizando suas qualidades e dimensões. Pode ser subdividida
por finalidade — posicionamento da marca ou venda no varejo.
Quando falamos de posicionamento da marca, a fotografia do
produto está inserida em um contexto maior de definição de
identidade de marca. No caso da fotografia comercial, seja para e-
commerce ou suplementos de ofertas (jornaizinhos), as imagens
são produzidas em fundos neutros, normalmente brancos,
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destacando o produto a ser comercializado, sem se envolver com
o posicionamento da marca.
Campanhas: as fotografias realizadas para uma campanha
publicitária, seguem um roteiro (briefing) pré-estabelecido pela
agência que detém a conta do produto/serviço, devendo atender
as diversas mídias - internet (websites, mídias sociais, aplicativos
mobile, e-mail marketing etc.), impresso (jornais, revistas,
panfletos, embalagens etc.). Segue um conceito específico de
forma a divulgar e posicionar a marca no mercado.
 
Da mesma forma que no mundo do consumo as possibilidades são in�initas e se entrelaçam, na fotogra�ia
publicitária isso �ica cada vez mais marcado como forma de concepção das peças publicitárias. Novos
formatos de mı́dias surgem a todo momento, obrigando a fotogra�ia publicitária a se inventar e reinventar a
todo momento. Trazendo um dinamismo ao trabalho do Fotógrafo de Publicidade que o obriga a transitar por
todos os gêneros e subgêneros da fotogra�ia.
1.2.4 Fotografia tecnocientífica e documental 
Segue critérios rı́gidos de produção no tocante ao emprego de equipamentos e procedimentos de obtenção das
imagens. Utilizada para �ins cientı́�icos ou prova criminal (forense). A calibragem dos equipamentos é feita de
forma a inserir o mı́nimo de alteração na imagem registrada, buscando a �idelidade na reprodução do objeto. A
fotogra�ia tecnocienti�ica é empregada desde a matemática até a medicina, passando pela astronomia, biologia,
quı́mica e direito. Observamos as subcategorias a seguir.
Micro e macrofotografia: a microfotografia se destina a registar
objetos muito pequenos que não são vistos a olho nu, tais como
microrganismos, células, átomos. A macrofotografia registra
objetos pequenos, mas que podem ser vistos a olho nu. Bastante
difundida entre os fotógrafos de natureza.
Astrofotografia: produzida com o emprego de telescópios ou
acessórios especiais, se destina a observação do universo. Divide-
se em quatro subcategorias, como: deep space, produzidas com o
emprego de telescópios, se destina a observar o espaço profundo
onde se localizam as outras galáxias; o sistema solar, podendo
empregar telescópios ou câmeras fotográficas com lentes
intercambiáveis (SLR); o campo amplo, podendo ser realizada por
amadores empregando equipamento fotográfico de baixo custo,
necessitando de um suporte para fixação da câmera; e time lapse,
variante da fotografia de campo amplo, se caracteriza pela
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produção de uma série de imagens em intervalo de tempo pré-
definido.
Flora e fauna: utilizada no campo da biologia para registrar
animais e plantas selvagens em seu habitat. Vale-se tanto de
teleobjetivas quanto de objetivas macro. Quando realizada por
cientistas, segue rígidos procedimentos de captação e descrição
das condições de produção da imagem.
Forense: é utilizada para representar a realidade encontrada em
um local de sinistro, devendo seguir critérios técnicos de forma a
poder ser utilizada como prova em um processo judicial. O
fotógrafo forense é treinado para identificar a sequência dos
acontecimentos que levaram ao desfecho da ação. Em uma cena
pericial, o registro deve ser feito partindo do geral para o
específico (detalhe), buscando cobrir todos os ângulos da ação.
 
Essas categorias de�inem e diferenciam cada categoria das fotográ�icas tecnocientı́�icas.
Já na fotogra�ia documental, se levarmos em consideração que toda fotogra�ia é um documento, um relato,
uma construção social, então, o que seria fotogra�ia documental? O gênero documental na fotogra�ia, se
caracteriza pela sua intencionalidade em registrar e descrever através de imagens um determinado
comportamento/evento social.
Nesse sentido, Lombardi (2008, p. 37) discorre que
A fotogra�ia documental tem como proposta narrar uma história por meio de uma sequência de
imagens. Com sua especi�icidade centrada na aliança do registro documental com a estética, ela
assume a função de fazer a mediação entre o homem e o seu entorno. E� , portanto,
problematizadora da realidade social, e ao mesmo tempo, reivindicadora de um modo próprio de
expressão.
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O fotodocumentarista não só tem consciência de sua intencionalidade como se prepara para a captação das
imagens, sua organização e utilização. Está preocupado com a objetividade, a verdade e a credibilidade.
Caracteriza-se por ser um projeto de longa duração, de forma a registar a continuidade de um determinado
evento social e não somente um instante deslocado de seu contexto.
O resultado desse processo é um conjunto de imagens que assume a condição de um relato social contundente
e, em certa medida, poético. Na fotogra�ia documental “[...] temas sociais, impressões sobre o mundo, vida
cotidiana, cenas de guerra, registros de viagens, os mais diferentes tipos de fotogra�ias podem ser
classi�icados como documentais” (LOMBARD, 2008, p. 42). Como nos outros gêneros já estudados, a
fotogra�ia também divide-se em três subgêneros, conforme Lombard (2008).
Fotografia de família: o fotógrafo está preocupado em registrar
os aspectos da cultura familiar, sua estrutura e costumes.
Fotografiade guerra: um dos gêneros da fotografia documental
mais pungente e celebrado, tendo em vista os desafios que esta
modalidade carrega em sua gênese. A fotografia de guerra se
notabiliza por imagens vibrantes, por vezes violentas e
constrangedoras. Desde a Guerra da Criméia 1853-1859,
praticamente todos os grandes conflitos armados foram
documentados pelas lentes dos fotógrafos.
Fotografia sócio-documental: tem como objeto de pesquisa os
eventos sociais de larga abrangência e longa duração, que
impactam na forma de organização de comunidades ou países. Os
VOCÊ O CONHECE?
Araquém Alcântara (1951), jornalista e fotógrafo, trabalhou como repórter nos jornais
O Estado de S. Paulo e Jornal da Tarde. Especializou-se em fotogra�ia de natureza,
tornando-se fotodocumentarista. Foi o primeiro fotógrafo brasileiro a desenvolver uma
sistemática de documentação dos Parques Nacionais de Proteção Ambiental. Seu
trabalho é reconhecido internacionalmente, sendo exposto nas principais galerias das
Américas e Europa. Para saber mais: https://araquemalcantara.com.br/
(https://araquemalcantara.com.br/). 
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https://araquemalcantara.com.br/
17/10/2022 22:31 Fotografia
https://ambienteacademico.com.br/course/view.php?id=18537 13/20
temas mais recorrentes neste segmento são trabalho, fome,
deslocamentos populacionais forçados por guerras ou
perseguições religiosas, entre outros temas que impactam na
organização social.
 
De forma ampla, o fotógrafo documental se aproxima da historiogra�ia, da antropologia e da sociologia, no
sentido de buscar a compreensão de determinado fato social e suas interações na história da humanidade.
1.2.5 Ensaio fotográfico
O ensaio fotográ�ico se caracteriza por contar uma história sem o mesmo aprofundamento que a fotogra�ia
documental, contudo, mantendo uma unidade discursiva que permita ao leitor identi�icar a intencionalidade
do fotógrafo. Transmite uma mensagem leve e contextualizada, propondo novas re�lexões sobre o tema. E� fruto
de uma intencionalidade do autor que busca estruturar o ensaio na compreensão que este tem sobre o tema e a
sociedade.
A liberdade do fotógrafo é ampla nesse gênero, entretanto, caso seja uma encomenda, no campo da
publicidade ou jornalismo, deve seguir o	brie�ing ou a pauta estabelecida. Contudo, algumas escolhas são de
competência do fotógrafo: a estética; a mensagem e a montagem da apresentação �inal.
Ao mergulhar em um ensaio o autor se vê inserido em um processo que exige muito mais que a
captura de imagens. Exige uma re�lexão sobre a conexão entre estas imagens, sobre a edição que
melhor pode expressar sua intenção no trabalho (tendo assim mais efeito que a simples exposição
de tudo que se pode revelar a respeito do assunto em questão) e sobre a apresentação que seja
mais e�iciente para tocar o outro, seu apreciador.(FIUZA; PARENTE, 2008, p. 164)
A liberdade de expressão e produção do ensaio fotográ�ico, é um dos fatores que mais atraem fotógrafos ao
longo do tempo. Este gênero o tem ampla utilização no jornalismo, na publicidade e na fotogra�ia
social/comercial. No campo da fotogra�ia social-comercial, os ensaios de newborn	 (recém-nascido), pets
(animais de estimação) e casamentos estão em alta. Para a execução de um bom ensaio fotográ�ico é
necessário seguir alguns procedimentos mı́nimos tais como: pesquisa sobre o tema, linguagem, iluminação,
locações, formato, roteiro e pós-produção.
Tema: realizar pesquisa prévia sobre o assunto, informando-se
sobre o assunto que será fotografado, estabelecendo relações
entre o tema e seu significado social. Pesquisar, também, as
implicações legais sobre o tema — existem leis que regulam o que
pode ser fotografado e divulgado.
Linguagem: o que já foi feito? Como já foi feito? Quem já fez? Esse
conjunto de informações irá lhe ajudar no processo de
composição da mensagem e, também, na concepção da
linguagem a ser utilizada. A busca por referências auxilia no
processo de construção da própria linguagem (planos, ângulos
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formas, texturas, iluminação etc.), principalmente para fotógrafos
iniciantes.
Locações: a escolha da localização onde se dará o ensaio
influencia diretamente em seus resultados. Locais inusitados
costumam ajudar na composição da mensagem a ser passada
através das imagens. O cenário precisa estar adequado com a
proposta do ensaio. Uma locação bem escolhida valoriza o modelo
e a mensagem. Já uma locação aleatória pode antagonizar com a
mensagem, anulando sua proposta. As locações podem ser
internas ou externas, naturais ou artificiais dependendo da
intenção do fotógrafo bem como da verba disponível. Neste item,
incluímos acessórios (roupas, elementos de cenário, maquiagem)
como os itens a serem listados previamente.
Iluminação: pode ser natural ou artificial, direta ou indireta. A
iluminação natural pode ser controlada com aparadores ou
rebatedores de forma a direcioná-la ou suavizá-la. Dias
ensolarados proporcionam fotografias contrastadas, com regiões
claras e escuras bem pronunciadas. Dias nublados proporcionam
uma iluminação mais suave e difusa. A iluminação artificial
permite maior controle sobre as zonas claras e escuras da
imagem. Podemos utilizar luz contínua (lâmpadas) ou luz de flash.
Formato: a definição prévia do formato auxilia na adequação do
tema e da linguagem a ser empregada. Um ensaio pensado para
ser impresso e exposto em uma galeria é diferente de um ensaio
que será publicado em uma rede social. Devemos prever também
se o ensaio será interativo ou dirigido — interativo: o observador
pode tocar ou selecionar a sequência de exibição das imagens;
dirigido: o fotógrafo determina a sequência de exibição das
imagens. Impresso ou digital: o ensaio é pensado para ser exibido
em dispositivos digitais (computadores, projetores, internet) ou
impresso (livros, fotografias impressas, banner, placas etc.).
Roteiro: tem por função facilitar a execução do ensaio e evitar o
esquecimento de poses. Nele são listados, além das poses, os
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acessórios, ângulos, iluminação e mensagem que compõem cada
cena previamente escolhida.
Pós-produção: consiste na edição, tratamento e montagem das
imagens para exibição. As etapas da pós-produção serão definidas
de acordo com a complexidade e proposta do ensaio.
 
As dicas anteriores são boas para os pro�issionais da fotogra�ia para desenvolver um trabalho diferenciado,
com uma base teórica, que auxilia no processo misturando teoria e prática.
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1.3 Olhar fotográfico
Ao fotografarmos congelamos uma determinada cena, recortada de um contexto amplo, que é a realidade
vivida e a disponibilizamos para ser observada por uma in�inidade de pessoas. Como a cena registrada
sempre estará fora de contexto, pois o momento que a produziu não existe mais, é preciso treinarmos o olhar
para identi�icar e organizar os elementos que compõem a cena de forma a compor uma mensagem que possa
fazer sentido ao longo do tempo.
Podemos dizer que o olhar fotográ�ico é uma construção de sentidos através de imagens. E� ordenar os
elementos discursivos da cena de forma a dar sentido sem o emprego da palavra escrita ou falada. Esse mirar
fotográ�ico nos ajuda a enxergar o mundo caótico que nos cerca e extrair dele algo que posas ser descrito,
comprado, classi�icado ou entendido.
Neste tópico, abordaremos os sentidos do olhar na fotogra�ia e as formas de pensar a fotogra�ia como
instrumento de comunicação.
1.3.1 Ver: um ato de escolha!
Você sabia que não conseguimos olhar para o mundo sem descrevê-lo? A todo momento estamos a todo o
momento realizando operações mentais de descrição, comparação, classi�icação e socialização atribuindo
nomes as coisas (GONÇALVES, 2011).
Assim, classi�icar as coisas é uma forma de domesticá-las, de atribuir um sentido de posse, e toda posse
precisa serregistrada. Para registrar as informações é preciso estabelecer regras e procedimentos que
permitam a socialização e recuperação da informação, com o mı́nimo de perda de sentido. Cada cultura
estabelece padrões de observação e interpretação do real, organizando e hierarquizando as informações.
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Diante de uma imagem, o observador irá extrair os elementos comunicacionais que lhe interessa, deixando
em segundo plano as demais informações. Desse modo, 
[...] a imagem, pela especi�icidade de sua linguagem, é mais �lexı́vel do que o texto, no sentido de
acomodar, em sua estrutura narrativa, múltiplos signi�icados, sendo, portanto, um elemento
essencial para que se possa analisar como estes signi�icados são construı́dos, incutidos, e
veiculados pelo meio social. (NOVAES, 2005, p. 117)
A educação do olhar fotográ�ico permite ao produtor da imagem elaborar mensagens mais adequadas à
proposta comunicacional.
VOCÊ QUER VER?
“Arquitetura da Destruição” (1991) é um documentário dirigido por Peter Choen da
Suécia, e possui 1h50min. O material aborda o poder da imagem na construção de
ideologias, destacando como a fotogra�ia é empregada em campanhas publicitárias.
Também demonstra como a correta escolha dos planos e ângulos in�luenciam na
criação de sentidos na imagem. Você pode assistir o documentário no link:
https://www.youtube.com/watch?v=gDqGT4xepjQ (https://www.youtube.com/watch?
v=gDqGT4xepjQ.) .
https://www.youtube.com/watch?v=gDqGT4xepjQ.
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Devemos lembrar que as imagens, tais como os textos, são artefatos culturais e seguem uma estrutura
discursiva normatizada por regras rı́gidas, não se pode dizer tudo, de qualquer forma. Como uma criança,
aprendemos a falar observando o mundo a nossa volta, aprendendo os sons antes de formar uma palavra,
posteriormente, dar-lhe sentido dentro de uma frase. Para poder dizer algo, antes precisamos aprender a falar. 
1.3.2 Pensar a fotografia
Alguma vez você já falou algo sem pensar? Ou tomou uma atitude por impulso? A maioria de nós já fez isso ao
menos uma vez vida e, os resultados foram infelizes, no mı́nimo. Com a fotogra�ia a lógica é a mesma. Antes
de fotografar é necessário pensar. Mas, para pensar é preciso estabelecer parâmetros, projetar o alcance da
mensagem e avaliar as consequências, pois “[...] o que o fotógrafo registra em sua imagem não é só o que está
ali presente no que fotografa, mas também, e sobretudo, as discrepâncias entre o que pensa ver e o que está lá,
mas não é visı́vel” (MARTINS, 2008, p. 28).
Devemos nos lembrar que nenhum ato é desprovido de sentido, toda fotogra�ia é intencional. Por isso, a
fotogra�ia pode ser pensada como testemunho do real, atribuindo-lhe uma imparcialidade alicerçada em sua
natureza técnica, que a isentaria da interpretação humana. Contudo, o ato de apontar as lentes da câmera
CASO
Aristides Pedro da Silva (1921-2013), mais conhecido como V8, nascido na periferia
de Campinas, em São Paulo, em 1921, tinha o desejo de se tornar pintor. Contudo, as
condições sociais e �inanceiras não permitiram a realização de seu desejo. Faltavam-
lhe os recursos para comprar pinceis e tintas.
Aos sete anos de idade, mudou-se com a famıĺia para a Hotel Fazenda Fonte Sônia-
Campinas, onde trabalharam como colonos. Nesse perıódo, um pintor francês que
estava hospedado no local o contratou como carregador dos apetrechos de pintura.
Com ele aprendeu e desenvolveu seu olhar para a pintura. Ao �inal da estadia, o casal
francês se dispôs a adotá-lo, contudo sua famıĺia não permitiu. Aristides e sua famıĺia
permaneceram como colonos na fazenda até o ano de 1937. Mudou-se para uma casa
no centro da cidade de Campinas, montou uma lavanderia e, no tempo livre,
exercitava a fotogra�ia, cobrindo partidas de futebol amador. Nessa época, conheceu o
fotógrafo Mario de Oliveira que o ensinou as artes fotográ�icas.
De posse desse novo conhecimento, fechou a lavanderia e abriu um estúdio
fotográ�ico em 1952. Iniciou com fotos 3x4, passando para fotogra�ia de casamentos e
posteriormente eventos. Com o decorrer dos anos, V8 tornou-se referência em sua
pro�issão em Campinas e um dos maiores colecionadores de imagens da cidade. O
fruto de seu trabalho, um acervo com mais de 4.500 fotogra�ias, foi adquirido pelo
Centro de Memória da Unicamp em 2001 e está a disposição de pesquisadores e
entusiastas da fotogra�ia (FANTINATTI, 2008). 
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fotográ�ica é um ato de escolha, pensado para signi�icar, portanto, ideológico.
Quando direcionamos as lentes da câmera fotogra�ia para uma determinada cena, obrigatoriamente excluı́mos
todo o resto. E, em muitos casos, o que não é mostrado signi�ica muito mais que o que é registrado pelas
lentes.
VAMOS PRATICAR?
Convido-o a visitar suas redes sociais e observar as imagens que lá estão e
indagando: que mundo é mostrado nestas fotos? O que essa pessoa pensa
ela faz? Onde esteve? Oque ela veste? O que ela come? E, principalment
está ausente nessas imagens? Qual aspecto da realidade social n
contemplado neste conjunto de imagens? O que não édito? Após realiz
exercıćio, ponha-se a descrever “que pessoa é essa retratada pelas im
Quais são suas preferências e hábitos de consumo? Esses questionamento
de serem aleatórios e circunscritos à fotogra�ia das mıd́ias sociais, são pe
realizadas por historiadores, antropólogos, sociólogos quando se debruçam
as pinturas nas paredes das cavernas, pirâmides, templos antigos, ou álb
famıĺia do século XVIII. Pensar a fotogra�ia transcende o seu mom
produção, alcança os usos e interpretações que ela pode assumir na histór
Conclusão
Concluı́mos a unidade introdutória relativa à disciplina Fotogra�ia. Agora, você já sabe a origem do processo
fotográ�ico, seus principais gêneros e subgêneros, conhece sua linguagem e forma de pensar a imagem na
sociedade.
Nesta unidade, você teve a oportunidade de:
acompanhar a evolução histórica do processo fotográfico;
aprender como se estrutura um ensaio fotográfico;
identificar a relevância da fotografia no processo de comunicação
humana;
compreender que a fotografia é um ato intencional influenciado
pela cultura.
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17/10/2022 22:31 Fotografia
https://ambienteacademico.com.br/course/view.php?id=18537 20/20

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