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Unidade I FOTOGRAFIA – PRINCÍPIOS E TÉCNICAS Prof. Alfredo Franco A história da imagem fotográfica A fotografia não aconteceu a partir de uma única fonte genial, nem o crédito de sua descoberta pertence a um único criador. Deu-se com a montagem de um quebra-cabeça, resultado de inúmeras contribuições ao longo do tempo. Foi um lento processo unindo as descobertas ópticas e químicas e a evolução da sociedade como um todo. A câmera escura Foi Leonardo Da Vinci – um dos mais importantes expoentes renascentistas –, por volta de 1554, que descreve o fenômeno e a utilidade da câmera escura para a pintura. Fonte: livro-texto Evolução rumo à fotografia Com a invenção do vidro, usou-se uma lente sobre o orifício e um jogo de espelhos, deixando assim a caixa cada vez menor. Até esse momento, a câmara escura tinha função restrita ao desenho e à pintura e ainda não consideramos fotografia. Fonte: livro-texto A química e a primeira fotografia Paris, 1826, o químico e litógrafo francês Joseph Nicéphore Niépce consegue registrar sua primeira imagem utilizando a câmara escura ao recobrir uma placa de estanho com betume da Judeia, material fotossensível. Fonte: livro-texto A fotografia para o mundo Niépce associou-se ao também francês, Jacques Daguerre, prosseguindo juntos nos avanços químicos de imagens impressionadas. Niépce morre e, em 1839, Daguerre apresenta a invenção ao mundo. Fonte: livro-texto O daguerreótipo Em Paris, no dia 19 de agosto de 1839, Daguerre apresenta à comunidade científica em Paris e à Academia de Belas Artes “o invento”, batizando-o com seu nome: daguerreotipia. O estado francês compra a patente do daguerreótipo e o coloca gratuita e democraticamente à disposição do público. O invento divide opiniões. A disseminação da fotografia desenvolveu tanto fascinação quanto terror. Muitos consideravam a fotografia uma invenção demoníaca. Reprodução em série William Henry Fox-Talbot foi considerado o primeiro fotógrafo a registrar uma imagem pelo processo negativo/positivo, permitindo obter várias cópias a partir de uma matriz. A técnica ficou conhecida como talbotipia, patenteada na Inglaterra, em 1841. A fotografia se difundiu rapidamente, principalmente, nos países onde a Revolução Industrial se fazia mais evidente. Fonte: livro-texto Os estúdios fotográficos Em 1842, surgem os estúdios para retratos e o carte-de-visite que tornou-se o modismo predileto na Europa. carte de visite / Peça de Balsac em foto de Felix Nadar - Fonte: Livro-texto. Civilização da imagem Em 1888, o norte-americano George Eastman introduziu no mercado a máquina fotográfica portátil da Kodak. O sucesso foi tanto que foram vendidas no mesmo ano 90.000 câmeras com o slogan: “aperte o botão, nós faremos o resto”. Fonte: livro-texto A fotografia no Brasil Em 1840, a novidade foi trazida ao Rio de Janeiro pelo abade francês Louis Compte, a quem se devem as primeiras demonstrações do daguerreótipo no Brasil. O imperador Dom Pedro II torna-se praticante, colecionador e mecenas da nova arte e o primeiro monarca do mundo a ter seu fotógrafo oficial. Paço da Cidade, Rio de Janeiro. Fonte: livro texto Fonte http://www.royalcollection.org.uk/collection Hercules Florence O francês Hercules Florence viveu na Vila de São Carlos por quase 50 anos e aplicou-se a uma série de invenções. Em 1832, descobriu um processo de reproduzir pela luz do sol que chamou de Photographie. Totalmente isolado, acabou não sendo reconhecido mundialmente por suas descobertas. Fonte: livro-texto Interatividade Como melhor podemos definir a câmera escura? a) Era uma câmera fotográfica simples, pesada e desajeitada. b) Usa o princípio químico utilizado na fotografia atual. c) Era uma sala blindada à luz, que permitia a entrada da luz externa por um orifício para observar eclipses e nada mais. d) Foi um invento que permitia ver imagens de ponta-cabeça, mas sem utilidade prática para fotografia. e) Ela contém o princípio ótico utilizado nas câmeras fotográficas e os artistas da época a utilizavam para facilitar seus desenhos. A cultura fotográfica Pouco após a popularização do uso da fotografia, representantes expressivos da cultura francesa menosprezavam publicamente a fotografia. A fotografia era vista como um produto industrial e acessório auxiliar dos retratistas, negando-a como forma de expressão artística. A fotografia influenciando as artes plásticas Em meio a isso tudo foi gerado o mais importante movimento artístico dessa época: O Impressionismo. Impressionismo é o movimento das artes plásticas iniciado em Paris, no ano de 1874, com a exposição realizada no estúdio do fotógrafo Félix Nadar. Felix Nadar in balloon gondola (in the studio), 1861. Fonte: livro-texto A experimentação artística A luz, os ângulos inesperados e a espontaneidade dos fatos captados pela fotografia influenciaram esses pintores. O movimento impressionista foi a porta de entrada para a experimentação que tomaria conta do cenário artístico do século XX. O início da Arte Moderna. Obras de Claude Monet Fonte: “O livro da Arte”, Martins Fontes, 1996 A fotografia é arte? A questão sobre a aceitação ou a rejeição da fotografia como arte gera uma busca de identidade por parte dos fotógrafos. O movimento fotográfico chamado pictorialismo foi uma tentativa mais séria dos fotógrafos para sua aproximação com a pintura. A inglesa Julia Margaret Cameron foi uma de suas maiores expoentes. Usa o desfoque proposital, manipula o negativo e cópias para assim os tornar únicos. Pictorialismo Fonte: http://foto.espm.br/index.php/referencias/ as-alegorias-e-retratos-de-julia-margaret-cameron/ Como a arte se tornou fotográfica Alguns precursores da arte moderna foram artistas que “trabalhavam fotograficamente” e não fotógrafos que “faziam arte”. São artistas que buscam extrair da fotografia todas as possíveis vertentes de renovação de seus processos criativos, usando a fotografia como base. A vanguarda Essa ruptura das vanguardas do princípio do século XX com a representação convencional originou-se, sobretudo, da introdução de técnicas fotográficas e fotomecânicas na produção artística. La Gioconda L. H. O. O. Q, de Marcel Duchamp, 1919. Fonte: livro-texto Pós-moderno A Pop Art foi um movimento surgido nos Estados Unidos, nas décadas de 1950 a 1970. A fotografia talvez tenha sido o suporte pós-moderno mais utilizado na Pop Art. O objetivo do movimento era desprestigiar as regras exigidas da sociedade consumista e conservadora daquele período. Pop Art e a fotografia Com Andy Warhol, a fotografia se eleva, então, à categoria de veículo de comunicação, apresentando-se como instrumento em diversas áreas da cultura de informação. Fonte: livro-texto Fotografia e a arte contemporânea O papel da fotografia no trabalho dos artistas, na maioria pintores, que viriam a constituir a arte contemporânea, tem o reconhecimento como instrumento indispensável sob o ponto de vista técnico e, sobretudo, simbólico. « Big Self-Portrait», de Chuck Close, 1968 Fonte: livro-texto Técnica de expressão A fotografia, cuja principal preocupação na modernidade era a originalidade do fotógrafo, atualmenteé considerada pelos críticos e historiadores de arte como técnica de expressão artística de múltiplas possibilidades. “Downtown”, Richard Estes,1978 Fonte: livro-texto Interatividade Identifique a afirmativa que não representa o movimento fotográfico do final do século XIX conhecido como pictorialismo. a) A inglesa Julia Margaret Cameron foi uma de suas expoentes. b) Movimento feito por pintores da época que já aceitavam a fotografia como arte. c) Originou-se a partir do pensamento de uma elite que se denominava “artistas-fotógrafos”. d) Os fotógrafos destruíam o negativo após a cópia em papel, de forma que a criar uma cópia única. e) O movimento almejava a aceitação da fotografia como arte. Gênero fotográfico 1. Fotojornalismo 2. Fotodocumentarismo 3. Fotoantropológica 4. Fotocultural 1- Fotojornalismo O fotojornalismo oferece credibilidade ao texto. Informa, denuncia, revela, opina, expõe e mostra. A finalidade primeira do fotojornalismo é informar. Primeira fotografia impressa da história do jornal em 21 de janeiro de 1897, o New York Tribune, nos Estados Unidos. Fonte: livro-texto Suportes para o fotojornalismo Jornais, revistas e demais veículos impressos. Fonte: 1- http://content.time.com/time/magazine 2- http://www.doobybrain.com/2007/09/11/new-york-times-front-page-september-12-2001/ Suportes para o fotojornalismo Meios digitais – sites e blogs. Fonte: http://time.com/ A atividade fotojornalística É uma atividade sem fronteiras claramente delimitadas. Podendo transitar por diversos caminhos, mas que se dirige a uma mesma finalidade: informar. A imagem complementa a notícia e a legenda esclarece o fato pictórico. Atualidades, denúncias, prestação de serviços, esporte, lazer, cultura etc. Múltiplas facetas Fonte:http://www.blogvambora.com.br/ http://cupcakedavila.blogspot.com.br/ A atividade fotojornalística Para uma fotografia jornalística ter qualidade, ela precisa unir a força da notícia à força visual. O fotojornalista precisa usar sua intuição, sensibilidade e procurar novos ângulos, composições diferentes. Deve encontrar o “instante decisivo” descrito pelo fotógrafo francês Henri-Cartier Bresson (1908-2004). O instante decisivo de Henri Cartier Bresson A habilidade de estar dentro da cena sem ser notado, antecipando-se ao desdobramento da ação e registrando a cena. Fonte: http://www.henricartierbresson.org/ O instante decisivo A fotografia ajuda a credibilizar a informação textual. No fotojornalismo há uma grande sintonia entre fotografias e textos. O fotojornalismo não admite de forma alguma a alteração de conteúdo por manipulação digital (photoshop). Deve encontrar o “instante decisivo” descrito pelo fotógrafo francês Henri-Cartier Bresson (1908-2004). Trabalho pautado O fotógrafo trabalha contratado por redações ou como freelancer autônomo. Muitas vezes, a fotografia está a serviço de uma meta já preestabelecida e burocrática. Mudança da intenção do fotógrafo. A comunicação fotográfica depende do “olhar fotográfico” do profissional. Interatividade Quais as características do fotojornalista? a) Trabalha contratado por redações ou como freelancer autônomo. b) Não deve de forma alguma alterar o conteúdo da fotografia com manipulação digital. c) Suas fotos devem complementar a notícia, esclarecendo o fato de forma pictórica. d) Para sua fotografia ter qualidade, ela precisa unir a força da notícia à força visual. e) Todas as afirmações estão corretas. 2- Fotodocumentarismo Desde o nascimento, a fotografia é usada como fonte de conhecimento e documentação. A proximidade à realidade faz a fotografia atingir uma semelhança que a pintura não alcança. Proporciona grande credibilidade. Fotodocumentarismo é um conjunto de imagens em sequência com conhecimentos e significados que contam uma história. Projetos fotográficos Difere do fotojornalismo, pois requer mais tempo de elaboração e gestação e não precisa obedecer a uma pauta. Atividade de fotógrafos “empenhados” em modificar uma determinada realidade, procurando instigar a vergonha e o acanhamento pelas injustiças. Tem como precursores: O escocês John Thomson (1837-1921). O dinamarquês Jacob Riis (1849-1914). O norte-americano Lewis Wickes Hine (1874-1940). John Thomson O primeiro fotodocumentarista social, que se preocupou com alguns temas, como a fome, conflitos étnicos e religiosos, guerras etc. Fonte: livro-texto Lewis Wickes Hine Em 1909, fez um trabalho investigativo viajando pelos Estados Unidos, fotografando as condições de trabalho de crianças. Fonte: livro-texto Jacob Riis Documentou a vida de imigrantes e indígenas em Nova Iorque, acreditando poder ajudar os necessitados em publicações denunciativas. Fonte: livro-texto Sebastião Salgado O mundialmente respeitado fotojornalista brasileiro se dedicou a retratar os que estavam à margem da sociedade. Publicou vários livros, como “Trabalhadores” e “Êxodos”, sendo indicado como representante da Unicef. Fonte: livro-texto Dorothea Lang Dorothea Lang foi a fotógrafa americana que mais contribuiu com imagens para documentários do século XX, fotografando os efeitos da Grande Depressão nos EUA. Fonte: livro-texto Walker Evans Walker Evans, fotógrafo americano, fez uma série de fotos fotografando escondido no metrô de Nova Iorque, retratando a devastação econômica e moral da Grande Depressão. Motivação: além de denunciar, conhecer o outro, saber como ele vive, o que pensa e como vê o mesmo mundo por um ângulo diferenciado. Fonte: livro-texto Nova motivação do século XX Os temas que são abordados pelos fotodocumentaristas são intemporais, assuntos relacionados com a vida e que tenham significado para o homem. Motivação: além de denunciar, conhecer o outro, saber como ele vive, o que pensa e como vê o mesmo mundo por um ângulo diferenciado. 3- Fotografia antropológica A antropologia é o estudo do homem como ser biológico, social e cultural. Basicamente, uma fotografia antropológica é qualquer uma da qual um antropólogo possa retirar informações visuais úteis e significativas. A fotografia antropológica aproximou realidades distintas e peculiaridades antes desconhecidas, revelando mundos diversos em povos e culturas desconhecidas. Pioneiros desse gênero Margareth Mead (1901-1978) e Gregory Bateson (1904-1980), que observaram por muito tempo a maneira de ser e a cultura do povo de Bali entre 1936 e 1938. Fotógrafos como Guido Boggiani (1861-1901); Claudia Andujar (1931); Rosa Gauditano (1955); entre outros, desenvolveram diversos trabalhos de pesquisa e projetos riquíssimos entre os índios e em outras culturas. Pioneiros desse gênero Mulher Jovem Pintada, de Guido Boggiani (Nabileque, Mato Grosso do Sul, 1897) Yanomami, de Claudia Andujar (1998) Foto de Rosa Gauditano Fonte: livro-texto Fotografia etnográfica Para que uma fotografia seja considerada uma fotoetnografia, ela precisa ser utilizada como instrumento principal na realização de um trabalho etnográfico. Os parâmetros adotados na realização de um trabalho fotoetnográfico seguem a linha da antropologia visual. Quanto melhor o resultado imagético, mais rico em detalhes se apresentará esse material para análise nas pesquisas. No Brasil, Pierre Verger Fotógrafo francês que desembarcou na Bahia, em 1946, para passar algumas semanas e acabou permanecendo por quase cinquenta anos, instalando-se em Salvador. Verger contribuiu ativamente para toda a legitimação da “tradição africana” no Brasil. Faleceu em 1996, aos 93 anos de idade, deixando um acervo aproximado de 62 mil negativos fotográficos. Pesquisador africanista Fotos de Pierre Verger pelo mundo. Fonte: livro-texto 4- Fotografia cultural Entendemos por fotografia cultural uma imagem que articula aspectos objetivos da técnica e subjetivos da emoção. Qualquer que seja o assunto registrado na fotografia, esta também documentará a visão de mundo do fotógrafo. A fotografia é duplo testemunho: por aquilo que ela mostra da cena, ali congelada; por aquilo que nos informa acerca de seu autor. Linguagem pessoal No momento da criação, o fotógrafo deixa transparecer sua linguagem pessoal, que se desenvolverá e se modificará ao longo de sua carreira e da vida. A antena torna-se um punctum, que Barthes (1984) denomina como o detalhe pungente que afeta, que seduz. Foto de Nan Huminhick Duchamp Nordestino (S. M. do Gostoso, RN, Brasil, 2009) Fonte: livro-texto Interpretação dos detalhes Os detalhes representam, de maneira lírica e poética, aspectos de influência europeia. Em particular, pode promover o cultivo do estado poético de quem fez a foto e de quem a observa. Foto: Nan Huminhick Café próximo à Torre Eiffel, Paris, França, 2010. Fonte: livro-texto Subjetividade do olhar A essência se encontra na própria bagagem cultural do fotógrafo. A intenção do fotógrafo será o que transparece na fotografia cultural. Uma mesma fotografia pode atingir subjetivamente um observador e outro, não; pois o conteúdo das imagens permite sempre uma leitura plural, provocando diferentes impactos em cada um de nós. Interatividade Como identificamos uma fotografia cultural? a) Ela precisa retratar algum evento cultural. b) É cultural quando todos conseguem interpretá-la. c) A foto deve trazer informações sociais recentes. d) Para a fotografia ter qualidade, ela precisa ser em PxB. e) Pode atingir subjetivamente um observador e outro, não. ATÉ A PRÓXIMA! Slide Number 1 A história da imagem fotográfica A câmera escura Evolução rumo à fotografia A química e a primeira fotografia A fotografia para o mundo O daguerreótipo Reprodução em série Os estúdios fotográficos Civilização da imagem A fotografia no Brasil Hercules Florence Interatividade Resposta A cultura fotográfica A fotografia influenciando as artes plásticas A experimentação artística A fotografia é arte? Pictorialismo Como a arte se tornou fotográfica A vanguarda Pós-moderno Pop Art e a fotografia Fotografia e a arte contemporânea Técnica de expressão Interatividade Resposta Gênero fotográfico 1- Fotojornalismo Suportes para o fotojornalismo Suportes para o fotojornalismo A atividade fotojornalística Múltiplas facetas A atividade fotojornalística O instante decisivo de Henri Cartier Bresson O instante decisivo Trabalho pautado Interatividade Resposta 2- Fotodocumentarismo Projetos fotográficos John Thomson Lewis Wickes Hine Jacob Riis Sebastião Salgado Dorothea Lang Walker Evans Nova motivação do século XX 3- Fotografia antropológica Pioneiros desse gênero Pioneiros desse gênero Fotografia etnográfica No Brasil, Pierre Verger Pesquisador africanista 4- Fotografia cultural Linguagem pessoal Interpretação dos detalhes Subjetividade do olhar Interatividade Resposta Slide Number 61
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