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Miriã Carino (M3 - 2022.1) ED - Embriologia PCI Digestório Formação da Face - Parte I 1. No início da formação da cabeça, como é a estrutura embrionária? A cabeça do embrião começa a se formar com o fechamento cefálico e lateral, o que começa a acontecer após a formação dos três folhetos embrionários na região cefálica. Portanto, quando a cabeça do embrião começa a se formar ele está em sua fase trilaminar, isso ocorre por volta da 3° a 4° semana do desenvolvimento. 2. Em que momento se inicia a formação da cabeça? Quais eventos embrionários estão envolvidos? Se inicia a partir da 3° semana do desenvolvimento, com a neurulação e fechamento embrionário. A neurulação é o evento onde há a formação do tubo neural, ocorre devido a um espessamento do ectoderma que gera a placa e as bordas neurais. Uma invaginação da placa neural e uma elevação das bordas neurais irão formar o tubo neural, que irá se desprender desse ectoderma superficial. As bordas neurais dão origem às células da crista neural, enquanto a placa neural dá origem ao tubo neural. O fechamento embrionário ocorre concomitantemente ao desenvolvimento do tubo neural. A cavidade amniótica começa a crescer e o saco vitelínico se mantém estagnado, o que gera uma força mecânica responsável por induzir o dobramento cefálico, caudal e lateral. Esse fechamento somado à neurulação estão envolvidos na formação da cabeça. 3. Em que consiste o dobramento do embrião? Em que momento ocorre? Qual a importância deste evento para a formação da cabeça? Na terceira semana de desenvolvimento, a cavidade amniótica começa a crescer e o saco vitelínico se mantém estagnado, o que gera uma força mecânica responsável por induzir o dobramento cefálico, caudal e lateral. Esse dobramento irá dar origem aos arcos faríngeos, que são ondulações que se formam na face e possuem 3 camadas: endoderma da faringe, mesênquima e ectoderma superficial. Esses arcos faríngeos irão ser muito importantes para o desenvolvimento do crânio e da face. Além disso, o dobramento embrionário é o que gera o posicionamento correto do encéfalo e do estomodeu (boca primitiva). 4. Qual a origem das células da crista neural? Como contribuem para a formação da cabeça e da face? Cite pelo menos duas estruturas que contam com a contribuição da crista neural para sua formação. A crista neural se origina a partir das bordas neurais, que são derivadas do espessamento de ectoderma na fase de neurulação. As Miriã Carino (M3 - 2022.1) células da crista neural possuem relevância na formação da cabeça e da face por migrarem para o mesoderma formando o mesênquima dos arcos faríngeos. Dessa forma, a formação da cabeça é definida pela migração das células da crista neural, pois seu tecido conjuntivo é formado por esse mesênquima. Os ossos da face, alguns ossos do crânio e gânglios cranianos são originados da crista neural. 5. O que são os arcos faríngeos? Como são formados? Os arcos faríngeos são ondulações que se formam na face devido ao fechamento cefálico e lateral e migração de células da crista neural. Eles possuem 3 camadas: endoderma da faringe, mesênquima e ectoderma superficial. 6. Qual a contribuição da crista neural para a formação dos arcos faríngeos durante o dobramento do embrião? Quais os derivados dos arcos faríngeos formados pela crista neural? As células da crista neural migram para o mesoderma formando o mesênquima dos arcos faríngeos. Todos os arcos darão origem a estruturas da face, da faringe ou das intermediações. Os derivados dos arcos faríngeos formados pela crista neural são os ossos da face e alguns ossos do crânio. 7. Qual a origem embrionária do componente esquelético da face? O primeiro arco faríngeo é o arco chave para a formação da face, que se origina no estorno do estomodeu. Temos 5 estruturas em volta dele: dois processos mandibulares, dois processos maxilares e uma eminência frontonasal. Os dois processos mandibulares se fundirão e formarão a mandíbula. Os dois processos maxilares formarão o osso maxilar e todo tecido da bochecha. Os processos mandibulares e maxilares fusionarão entre si e delimitarão o nível de abertura da boca. O processo mandibular contém a cartilagem de Meckel, que desaparece com a continuação do desenvolvimento, exceto por duas pequenas porções em sua extremidade dorsal, que persistem e formam a bigorna e o martelo. O mesênquima do processo maxilar dá origem à pré-maxila, à maxila, ao osso zigomático e à parte do osso temporal por ossificação membranosa. Na extremidade inferior da eminência frontonasal, uma estrutura ectodérmica começa a se desenvolver: o placóide nasal, que se aprofunda à medida que aparecem eminências nasais laterais e medianas. Os processos nasais laterais se fusionam aos processos maxilares em uma linha proeminente, chamado ducto nasolacrimal. Já as duas eminências nasais medianas se fundirão originando o septo nasal. 8. Como ocorre a formação da mandíbula e maxila? O primeiro arco faríngeo é o arco chave para a formação da face, que se origina no estorno do estomodeu. Temos 5 estruturas em volta dele: Miriã Carino (M3 - 2022.1) dois processos mandibulares, dois processos maxilares e uma eminência frontonasal. Os dois processos mandibulares se fundirão e formarão a mandíbula. Os dois processos maxilares formarão o osso maxilar e todo tecido da bochecha. Os processos mandibulares e maxilares fusionarão entre si e delimitarão o nível de abertura da boca. 9. Como se forma o estomodeu? A membrana orofaríngea, local de ausência de mesoderma, dá origem ao estomodeu. Essa membrana vai se desfazendo (células vão sofrendo apoptose) e se rompe por volta do dia 26 do desenvolvimento. 10. Como se forma a língua? A língua aparece em embriões com aproximadamente 4 semanas, como dois tubérculos linguais laterais e um tubérculo medial, o tubérculo ímpar (todos originados do 1° arco faríngeo). Um segundo tubérculo mediano, a eminência hipobranquial, é formado pelo mesoderma do segundo, terceiro e parte do quarto arco. Ao aumentar de tamanho, as saliências linguais laterais crescem mais que o tubérculo ímpar e se fundem, formando os dois terços anteriores da língua. A mucosa que reveste essa área se origina do ectoderma do primeiro arco faríngeo. A raiz da língua se origina a partir do segundo, do terceiro e parte do quarto arco. Do segundo arco, há formação da cópula, que se dispõe imediatamente atrás da eminência lingual mediana. O terceiro arco e quarto arcos vão formar conjuntamente a eminência hipobranquial, que, conforme o desenvolvimento, cresce anterior e superiormente, recobrindo a cópula. O epitélio de revestimento da raiz da língua é de origem endodérmica. A língua é um órgão basicamente muscular. Sua musculatura vem, em menor escala, do próprio ectomesênquima dos arcos faríngeos e, em maior escala, advém de migrações a partir do mesoderma paraxial (células constituintes dos somitos cervicais migrarão em direção à língua e formarão a parte muscular da estrutura). 11. Em quais partes podemos dividir o crânio fetal? Em neurocrânio (originado em parte por células da crista e em parte pelo mesoderma) e viscerocrânio (originado da crista neural). O neurocrânio é a porção que irá gerar a abóbada craniana e a base do crânio, enquanto o viscerocrânio irá originar a face.
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