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AULAS 11 E 12 – ELEMENTOS DA DEMANDA 1. Elementos da demanda: Elemento subjetivo (parte) e elemento objetivo (causa de pedir e pedido) · Parte (quem pede?) = Elemento subjetivo; · Pedido (o que pede?) = Elemento objetivo; · Causa de pedir (por que pede?) = Elemento objetivo; Saber definir, no caso concreto, os alimentos acima apresenta extrema relevância. Esses elementos são importantes para: · A individualização da demanda (Tríplice identidade): Só há que se falar em coisa julgada para demandas idênticas. Nesses casos, o juiz decide sem a análise do mérito e o processo repetitivo é extinto; · Princípio da congruência: O magistrado está adstrito àquilo que foi pedido/trazido na petição inicial. Ex: Se A entra com uma ação contra B, o juiz não pode condenar o irmão de B. O magistrado, nesse cenário, não pode modificar a causa de pedir – se é pedido X, não se pode conceder Y, X+Y ou X-Y, sob pena da decisão ser nula; · Estabilização da demanda: Não se pode alterar constantemente a causa de pedir, sob comprometimento da duração razoável do processo. O processo já é moroso normalmente, e seria ainda mais no caso da instabilidade da demanda. Partindo desse pressuposto, até a citação do réu é possível fazer a alteração. Nessa fase, o réu não foi citado ainda, não se defendeu e não terá nenhum tipo de prejuízo. Depois da citação até a fase de saneamento do processo também é possível haver alteração, desde que haja consentimento do réu. Depois do saneamento não é possível alteração, inclusive com consentimento do réu. Fredie Didier Jr. discorda dessa rigidez no nosso Direito Processual. 2. Causa de pedir: O fato jurídico gera relações jurídicas (efeito principal) no âmbito do processo. Essa relação jurídica tem no conteúdo situações jurídicas ativa (direitos) e passiva (deveres ou estado de sujeição). Ademais, com base nessas situações jurídicas é feito o pedido. Exemplos: Fundamento jurídico: Direito de propriedade; Fundamento legal: Contrato de compra e venda. Fundamento fático: Celebração do contrato + descumprimento do contrato. Causa de pedir remota x causa de pedir próxima. Ex: A é filho de B e B não quer pagar a pensão alimentícia de A. O direito de A de ser indenizado é a causa de pedir próxima (fundamento jurídico). Por outro lado, tem-se o não pagamento da pensão alimentícia por B (que é uma obrigação sua) e a impossibilidade de A de viver sem os alimentos (causa de pedir remota/fundamento fático). Ex: A e B são casados. B resolve se divorciar de A. B tem o direito potestativo de se divorciar (não há dever correlato). Fundamento fático: Casamento + impossibilidade de se manter a relação conjugal; Fundamento jurídico: o direito potestativo de B de se divorciar. Ex: A é filho de B. B morreu, deixando bens. A quer abrir o inventário para receber o inventário junto com a sua irmã, C. A tem o direito de receber a sua quota parte (fundamento jurídico). Fundamento fático = morte, a existência de herdeiros e a presença de bens. Em relação à causa de pedir, existem duas teorias: · Teoria da substanciação: Teoria adotada pelo ordenamento jurídico brasileiro. A causa de pedir se perfaz com fundamentos fáticos e com fundamentos jurídicos. · Teoria da individuação: Teoria minoritária e não utilizada pelo nosso ordenamento. A causa de pedir, para essa corrente, seria somente o fundamento jurídico (o direito requerido). A adoção de uma ou de outra teoria gera consequências práticas diversas. TEORIA DA SUBSTANCIAÇÃO TEORIA DA INDIVIDUAÇÃO O autor teria que deduzir os fatos, além do conteúdo do direito deduzido; Apenas em relação aos fatos deduzidos iriam incidir os efeitos da coisa julgada; Limitação da cognição judicial apenas aos fatos articulados; Conclusão mais rápida do processo; Demora maior na solução da controvérsia material; O autor não teria necessidade de deduzir todos os fatos aptos a justificar a formulação de sua pretensão em juízo; A decisão proferida iria operar preclusão absoluta sobre a respectiva relação jurídica; Não haveria limitação para cognição judicial; Processo mais demorado; Suposta aceleração da controvérsia material – põe fim acerca de se a pessoa tem direito ou não (impossibilidade da elaboração de um pedido futuro); Alguns autores também diferenciam a causa de pedir remota ativa e passiva. · Causa de pedir remota ativa: Fato constitutivo do direito; · Causa de pedir remota passiva: Atitude do réu que lesiona o direito e que gera o interesse de agir; O fundamento jurídico, diferentemente do fundamento legal, não é imprescindível na petição inicial e o magistrado pode alterar de ofício. Exemplo: Direito de propriedade (fundamento jurídico) x contrato de compra e venda (fundamento legal). 3. As partes: Um sujeito pode se tornar parte de um processo pelos seguintes caminhos: · Demanda: Quando vai a juízo; · Citação: Vira-se réu com a citação; · Intervenção (de terceiro) voluntária: Um terceiro, aquele que não é parte, ingressa no processo já em andamento e se torna parte. Essa intervenção pode ser provocada (uma das partes provoca – manda citar a criatura) ou esse terceiro, voluntariamente, ingressa no processo; · Sucessão processual: A título exemplificativo, pode-se citar o caso em que uma parte morre e os seus herdeiros são habilitados a partes do processo; Dentro de partes, faz-se plausível a realização de algumas diferenciações: · Parte processual x Parte material: No geral, as partes do processo são as partes do conflito, todavia, podem existir exceções a essa coincidência (ex: quando o Ministério Público intervém); · Parte principal x Parte auxiliar: Às vezes, uma pessoa resolve entrar no processo para ajudar uma das partes, mesmo sem ser parte principal, pois o resultado lhe interessa; · Partes da demanda principal x Partes de demandas incidentais: Por vezes são instaurados alguns incidentes processuais. Ex: A ingressa com uma ação contra B. A ação foi distribuída para um determinado juiz. B afirma que o juiz é suspeito por ser amigo de A (possível violação do princípio do juiz natural). O juiz discorda. A demanda principal é entre A e B, só que surgiu uma incidental entre B e o juiz. Alguém precisa resolver isso, subindo para o próximo tribunal. Neste caso, as partes da demanda principal não coincidem com as partes de demandas incidentais, contudo, podem existir incidentes em que haja tal coincidência. Daí a importância dessa distinção; · Parte legítima x Parte ilegítima: Parte legítima é quando a parte tem legitimidade para ingressar enquanto autor ou réu. Se a parte não for legítima, ela será considerada ilegítima; Geralmente o assunto acima é cobrado em provas através de questões práticas. 4. Pedido: É elemento objetivo da demanda e também o mais importante. · Pedido imediato x Pedido mediato: O pedido imediato é a providência requerida (declaração, reconhecimento de uma situação jurídica, a desconstituição). O pedido mediato é o bem da vida pretendido (recebimento de um carro); Dentro de pedido existem diversas questões a ser trabalhadas, tais como os requisitos do pedido e a cumulação de pedidos. Os requisitos do pedido e cumulação de pedidos não serão estudados em IED Processual. 5. Condições da ação: Para que aja mérito, é necessário que as condições da ação sejam atendidas. Esse instituto foi invenção de Liebman. O nosso CPC antigo foi elaborado por Buzaid, influenciado fortemente por Liebman. O NCPC ainda mantém alguns pontos dessa perspectiva. Há autores que criticam a própria expressão “condições da ação” por sustentarem que a ação é incondicional. Fredie Didier Jr. é um desses críticos. As condições da ação precedem o mérito. São obstáculos que devem ser superados para que se analise o método. São três as condições da ação trazidas por Liebman: · Legitimidade ad causam: Se se corrige a legitimidade, altera-se a parte, não há que se falar em repropositura da ação, já que é proposto algo que é semelhante – uma nova ação. As classificações abaixo não são excludentes, podendo, portanto, se combinarem.Legitimidade ordinária x Legitimidade extraordinária: A legitimidade é dita ordinária quando há coincidência entre sujeitos do conflito e sujeitos do processo. A regra é que a legitimidade seja ordinária, ou seja, os sujeitos do conflito se confundem com os sujeitos do processo (a parte defende os interesses próprios). Todavia, a legitimidade extraordinária é possível quando o ordenamento a autoriza (excepcionalidade) – Ex: uma mãe (sujeito do processo) representando o filho (sujeito do conflito) para defender o interesse deste. A outro título exemplificativo pode-se citar a hipótese do Ministério Público (sujeito do processo) atuar visando a garantir o direito de alimentação de um menor de idade (sujeito do conflito), em virtude do não pagamento de pensão alimentícia pelo pai deste menor. Art. 18 – CPC/15: Ninguém poderá pleitear direito alheio em nome próprio, salvo quando autorizado pelo ordenamento jurídico. Legitimidade autônoma x Legitimidade subordinada: A legitimidade autônoma não exige a presença dos representados (ex: O departamento jurídico de uma empresa). Na legitimidade subordinada, o representante somente pode atuar ao lado de um titular do direito material (coadjuvante). Legitimidade ativa x Legitimidade passiva: A legitimidade ativa é aquela destinada para ser autor (figurar no polo ativo), enquanto a legitimidade passiva é aquela destinada para ser réu (figurar no polo passivo). Legitimidade exclusiva x Legitimidade concorrente/co-legitimidade/co-legitimação: A legitimidade é dita exclusiva quando somente um sujeito pode discutir determinada relação de direito material. A legitimidade é concorrente quando mais de um sujeito tem legitimidade para discutir uma única relação jurídica. Legitimidade isolada/simples x Legitimidade conjunta/complexa: A legitimidade é dita isolada ou simples quando o legitimado pode estar sozinho no processo (não precisa estar acompanhado de ninguém). Por outro lado, a legitimidade é conjunta ou complexa quando o litisconsórcio é necessário. Litisconsórcio – JURÍDICO (TERMO): Fenômeno processual que consiste na pluralidade de partes em uma lide – em um dos polos ou em ambos. As partes, quando em litisconsórcio, são denominadas de litisconsortes. Legitimidade total x Legitimidade parcial: A legitimidade, geralmente, é total – os sujeitos são os mesmos do início até o final do processo. Todavia, há a possibilidade de existir incidentes no processo e que não haja coincidência entre as partes da demanda principal e as partes da demanda incidente – legitimidade parcial. Legitimidade originária x Legitimidade derivada: A legitimidade derivada é aquela que advém dos casos de sucessão processual, sendo exceção à legitimidade originária. Ex: A ingressou com uma ação contra o Estado. A falece, deixando dois filhos – B e C. B e C vão figurar, a partir do momento da morte, enquanto partes do processo (legitimidade derivada = verificada durante a sucessão processual). Legitimidade extraordinária/ Substituição processual x Representação processual x Sucessão processual: A substituição processual ocorre quando uma parte, espontaneamente, resolve se colocar no lugar de uma das partes para defender os interesses de outrem. Na representação processual, um agente capaz supre a incapacidade de outrem (ex: uma mãe representa o filho – este é a parte que terá defendido seu interesse pelo representante). Na sucessão processual há a troca de partes no processo – inicialmente era uma parte, a qual sai, e é substituída por outra parte, a qual defenderá os seus próprios interesses (ex: fusão, incorporação, morte...). Legitimidade extraordinária negocial: O art. 190 do NCPC autoriza às partes deliberar sobre procedimentos, direitos, deveres, faculdades e ônus processuais – permite-se o negócio jurídico processual atípico como regra geral. Ora, se o ordenamento autoriza negócio jurídico processual e o ordenamento fala que é possível legitimidade ordinária quando autorizado pelo ordenamento, tem-se entendido pela possibilidade de legitimidade extraordinária de natureza negocial – as partes deliberam sobre quem tem legitimidade naquele caso. No que tange ao réu, contudo, há uma ressalva: tem-se exigido a autorização do autor. Art. 190 – CPC/15: Versando o processo sobre direitos que admitam autocomposição, é lícito às partes plenamente capazes estipular mudanças no procedimento para ajustá-lo às especificidades da causa e convencionar sobre os seus ônus, poderes, faculdades e deveres processuais, antes ou durante o processo. Parágrafo único. De ofício ou a requerimento, o juiz controlará a validade das convenções previstas neste artigo, recusando-lhes aplicação somente nos casos de nulidade ou de inserção abusiva em contrato de adesão ou em que alguma parte se encontre em manifesta situação de vulnerabilidade. · Interesse de agir: A instauração de um processo só se justifica se houver utilidade e necessidade. Não se pode instaurar um processo que não seja útil ou desnecessário. Destarte, o interesse de agir se divide em interesse-utilidade e interesse necessidade. · Interesse-utilidade: O processo deve ter a aptidão de propiciar o resultado favorável pretendido; · Interesse-necessidade: O manejo do processo precisa ser necessário; · Interesse-adequação: Não há uniformidade na doutrina sobre essa subclassificação, a qual é criticada por nomes como Fredie Didier Jr. · Possibilidade jurídica do pedido*: Condição trazida pelo legislador do CPC/73, salientando que somente pode ser pedido o que for juridicamente possível. Liebman abriu mão dessa condição, mas o CPC/73 a manteve. Finalmente, ela deixou de existir com a vigência do CPC/15. Fredie Didier Jr. afirma que para compreender a possibilidade jurídica do pedido, é necessário adentrar na ação, não sendo, portanto, prévia a esta. Só é possível analisar se uma ação é procedente ou improcedente com a análise do mérito. Fredie foi um dos doutrinadores que influenciou diretamente a elaboração do NCPC. Art. 17 – CPC/15: Para postular em juízo é necessário ter interesse e legitimidade. O Brasil adota a teoria eclética, pautada nas condições da ação previstas no ordenamento (“plus” em relação à teoria abstrata). 6. Momento de verificação: Teoria da asserção x teoria da apresentação. TEORIA DA ASSERÇÃO TEORIA DA APRESENTAÇÃO É necessário impor um momento para a incidência das condições da ação e para a formação de coisa julgada. As condições da ação e do mérito se diferenciam pela cognição do magistrado. Se a partir da simples leitura do pedido, se constatar a falta de alguma das condições, extingue-se o processo sem a análise do mérito. Se for necessário o magistrado desenvolver uma atividade cognitiva para além de uma simples leitura para compreender a presença das condições da ação, tudo passa, a partir daí, ser análise de mérito (aptidão para formar coisa julgada material – declarar improcedente ou procedente o pedido). A condição da ação se diferencia do mérito pela sua natureza, uma vez que são naturalmente coisas distintas. A condição da ação se diferencia do mérito pela sua essência. Independentemente do momento em que o juiz chega a essa conclusão, da produção de provas, da atividade cognitiva desenvolvida pelo magistrado, o caso seria de ilegitimidade caso falte uma das condições. O processo se extingue sem a análise do mérito e, por conseguinte, não se forma coisa julgada material. Trata-se de uma corrente ilógica. Ex: A firmou um contrato de locação com B, ficando estipulado que B tinha que pagar R$ 1.500,00 mensais a A. B ficou devendo por 4 meses (R$ 6.000,00) e A não cobrou. A mãe de A – D – “se retou” e ingressou com uma petição inicial contra B falando: “minha filha fez um contrato de locação com B e B, mal caráter, não está pagando e comprometendo a saúde financeira da minha filha”. Julga-se procedente a demanda pelo pagamento de R$ 6.000,00. · Pela teoria da asserção: Se o magistrado, desde a petição inicial, conseguiu verificar que a mãe é parte ilegítima, sem o exercício de umaatividade cognitiva, extingue-se o processo sem a análise do mérito e, portanto, sem formar coisa julgada material; · Pela teoria da apresentação: Aqui, também, não é necessária a produção de provas. Pode-se chegar facilmente à conclusão de que D não é parte legítima; Analisando-se o caso concreto supratranscrito, para ambas teorias, o processo deveria ser extinto sem a análise do mérito e sem a formação de coisa julgada material. Caso não fosse possível extrair isso da petição inicial, as consequências seriam diversas – para a teoria da apresentação, o raciocínio seria o mesmo; contudo, para a teoria da asserção, teria-se a análise do mérito (extinção do processo com a análise de mérito). O legislador deixou de prever a possibilidade jurídica do pedido enquanto condição da ação – conforme já discutido anteriormente. Todavia, há doutrinadores que entendem que continuam existindo as condições da ação. · Juízo de admissibilidade: É tudo aquilo que antecede o mérito – tudo aquilo que se admite para a análise do mérito. Aqui seriam inclusas as condições da ação e os pressupostos processuais (que serão trabalhados posteriormente na disciplina). · Possibilidade jurídica do pedido se insere no juízo de mérito. Para quem entende que deixaram de existir as condições da ação: · O juízo de admissibilidade é composto apenas e tão somente pelos pressupostos processuais (que englobaram as condições da ação) e pelo juízo de mérito; · O interesse de agir passa a ser pressuposto processual de validade objetivo extrínseco positivo; · Legitimidade extraordinária seria pressuposto processual de validade subjetivo relacionado às partes. A legitimidade ordinária já estaria inserida no juízo de mérito; · Possibilidade jurídica do pedido e legitimidade ordinária estariam inseridas no juízo de mérito; 7. Classificação das ações: Quanto à causa de pedir próxima: · Real: Sobre direitos reais; · Pessoal: Sobre direitos pessoais; Quanto ao pedido mediato (bem da vida pretendido): · Mobiliária: Bem discutido é um bem móvel; · Imobiliária: Bem discutido é um bem imóvel; Quanto ao pedido imediato (classificação ternária): · Conhecimento: Visa à certificação de um direito – solucionar um conflito de interesses que liga autor e réu; · Declaratória; · Constitutiva; · Condenatória; · Mandamental; · Executiva lato sensu; Alguns doutrinadores afirmam que “a ação mandamental” e a “ação executiva lato sensu” são categorias autônomas – classificação quinária. · Cautelar: Visa à proteção de um direito. · Executiva: Visa à efetivação de um direito – passar do patrimônio do devedor para o patrimônio do credor. OBS: Sincretismo processual – Alguns doutrinadores afirmam que a divisão em ação de conhecimento, cautelar e executiva tem perdido o sentido, uma vez que, normalmente, tais pedidos (certificação, proteção e efetivação) são feitos em um único pedido. 8. As ações de conhecimento: · Ações meramente declaratórias (art. 19 – CPC/15): Art. 19 – CPC/15: O interesse do autor pode limitar-se à declaração: I – da existência, da inexistência ou do modo de ser de uma relação jurídica; II – da autenticidade ou da falsidade de documento; A declaração pode ser pedida a qualquer momento (não há prescrição). · Ações constitutivas: Os direitos se dividem em direitos potestativos (direito de criar, modificar ou extinguir situações jurídicas) e prestacionais (direitos a uma prestação – de exigir de outrem o cumprimento de determinada obrigação). Os direitos potestativos não geram um dever correlato, mas apenas um estado de sujeição. As ações constitutivas veiculam direitos potestativos – Ex: Ação de divórcio. Por veicularem direitos potestativos, as ações constitutivas se submetem a prazos decadenciais (se houverem). · Ações condenatórias: As ações condenatórias veiculam direitos prestacionais (direitos a uma prestação). São, portanto, ações que visam à determinação do cumprimento de uma obrigação. Por veicularem direitos prestacionais, se submetem a prazos prescricionais. Ex: A pede a condenação de B por R$ 10.000,00 por danos morais. Ex: A pede que o estado da Bahia seja obrigado a conceder uma gratificação. Ex: Uma ação que determina que um prestador de serviço cumpra o serviço que fora acertado (como um pintor – pintar uma parede). A ação condenatória se divide em (concepção de antigamente): · Mandamental: Se for uma obrigação de fazer ou não fazer; · Executiva lato sensu: Se for uma obrigação de dar coisa diferente de dinheiro; Hoje, tal distinção é feita pelas técnicas utilizadas por parte do magistrado. · Mandamental: Técnicas de coerção indireta (age no psicológico do devedor para que este cumpra a sua obrigação de forma induzida). Ex: Aplicação de multa diária por inadimplemento; · Executiva lato sensu: Técnicas de coerção direta. O Estado substitui a vontade do devedor, cumprindo a obrigação. Ex: Prisão pelo não pagamento de pensão alimentícia; Art. 20 – CPC/15: É admissível a ação meramente declaratória, ainda que tenha ocorrido a violação do direito. Ex: X entra com uma ação somente para pedir o reconhecimento (a declaração) da violação do direito. Na ação condenatória, já se pede a declaração da violação do direito e a condenação de outrem. A ação meramente declaratória é imprescritível e, já que não se pede a reparação de um dano. Entretanto, a ação condenatória se submete a prazo prescricional.
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