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RESUMO PSICOLOGIA

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PSICOLOGIA
AULA 1- DESENVOLVIMENTO HUMANO E PSICOSSOMÁTICA
Psicologia do Desenvolvimento Humano: Estuda o
desenvolvimento humano desde o nascimento até a vida adulta
Todos os aspectos:
● Físico-motor
● Intelectual
● Afetivo-emocional
● Social
Em termos alimentares:
● Nosso comportamento saudável/ou não saudável é
resultado de: Dia a dia e Cultura
DESENVOLVIMENTO HUMANO
O objetivo do desenvolvimento humano (estruturas, dinâmicas e
funções) é assegurar o equilíbrio de um organismo
permanentemente solicitado por estímulos internos e externos
O ser vivo não é apenas objeto de organizações, de
hierarquizações e de associações, mas também objeto de
movimentos regressivos de destruição e de desorganização
A patologia também faz parte dos meios do indivíduo para regular
sua homeostase ou suas relações com o meio
HISTÓRICO
Visão holística -Grécia antiga –Hipócrates, Platão e Aristóteles
–mente e corpo constituem uma unidade indivisível ou um todo
–tratamento dos doentes –pessoa como um todo
Pensamento cartesiano –França Sec. XVII -Descartes –distinção
entre mente e corpo –dualismo –medicina se ocupar do corpo
(máquina) –contexto cultural (psicologia não existia como ciência,
terreno da filosofia que era ramo da religião)
Os males do corpo cabiam aos cuidados médicos e os males do
espírito ou da alma aos sacerdotes. Uma verdadeira divisão social
de trabalho e de poder.
Sustentação científica da prática da medicina (reducionista)
Meio interno –estabilidade é condição essencial para a vida, sendo
a doença um distúrbio de regulação de seus mecanismos
estabilizadores
Homeostase–base fisiológica para a concepção holística -todo e
qualquer estímulo, incluindo psicossocial, que perturba o
funcionamento do organismo como um todo
QUANDO FALAMOS –PSICOLÓGICO?
O que –psicológico -quer dizer?
Quer dizer que estamos falando de um estado –ou modo de estar
Estado psicológico se refere a toda a manifestação existente na
mente humana, este estado sugere conter nossas emoções,
nossos pensamentos, nossos afetos e nossas sensações e
percepções
EXPERIÊNCIAS PESSOAIS X SENTIMENTOS
Vida interior ou nossa PSIQUÊ
Nossos sentimentos desenvolvem-se desde a infância e podem
marcar nossa vida toda
Por exemplo: Podemos ser criados em uma família muito carinhosa
mas desenvolvermos um comportamento agressivo sem
explicação. Por que somos únicos na interpretação que damos aos
eventos da vida e à forma como somos tratados em família
PSICOSSOMÁTICA
PSIQUÉ: Manifestações psíquicas:
● Pensamentos
● Imaginação
● Julgamentos
● Raivas/Mágoas/Tristezas
CORPO: Sensações corporais:
● Dores
● Fadigas
● Palpitações
● Além de doenças variadas como ou não sintomas
concretos
NA INFÂNCIA:
Os sentimentos podem ser tão marcantes a ponto de levarem as
pessoas a terem comportamentos repetitivos na vida
Por ex: A fase oral: que deve ir de 0 a 2 (aproximadamente)
Tudo pode interferir no desenvolvimento (amamentação, afeto
durante os cuidados cotidianos, privação de alimento, ambiente
familiar)
Quando não recebemos afeto básico necessário durante o
aleitamento poderemos desenvolver problemas emocionais para
vida toda. Isto pode ir desde levar o dedo à boca (prática de chupar
o dedo) até desenvolvermos vícios como roer unhas, comer
compulsivamente, fumar, etc.
NA ADOLESCÊNCIA:
Por volta do 12 anos (aos poucos compreendemos)
● Por que alguns comem tanto e não engordam?
● Quero ser igual ao meu artista preferido (mas não consigo)
● Por que ele é assim e eu não sou? Ele é bonito e eu não sou
● Tenho fome. Ah! Mas se eu comer...
● Sou apaixonada por ele/ Sou apaixonado por ela
Vamos descobrindo que as diferenças fazem com que as pessoas
se sintam fracassadas e desprezadas
Na Psicologia dizemos que entramos em desequilíbrio emocional
Ou Incongruência: Quando nossas emoções não combinam com
nossas reações corporais
SOMA E PSIQUE: A RELAÇÃO ENTRE AMBOS NO
DESENVOLVIMENTO DO SINTOMA E NO PROCESSO DE
ADOECIMENTO HUMANO
STRESS:
Organismo quando exposto a um esforço desencadeado por uma
agressão, seja ela física, química, biológica ou psicossocial,
apresenta tendência de responder de forma uniforme e
inespecífica, anatômica e fisiologicamente a estes agentes
estressores
Conjunto de reações inespecíficas que um organismo desenvolve,
frente a situações que exigem um esforço de adaptação
SÍNDROME GERAL DE ADAPTAÇÃO:
● Fase de alarme diante da ameaça
● Fase de resistência
● Fase de exaustão/esgotamento
A patologia orgânica pode decorrer tanto da incapacidade do
organismo em desencadear as reações de defesa, como da
persistência destas reações, além do necessário
Caracteriza o stress como sendo elemento real ou imaginado, que
desencadearia de forma aguda ou crônica a Síndrome Geral de
Adaptação.(Selye)
PSICANÁLISE FREUD –NEUROLOGISTA:
Histeria de conversão –limites das concepções neurológicas
A sintomatologia orgânica não apresentava nenhuma
correspondência com a estrutura anatômica dos órgãos afetados
Freud questiona as vias que levam o conflito psíquico a se
manifestar na esfera somática, aceitando aquilo que a ciência de
sua época rejeitava –os sonhos, os lapsos, a histeria e inclusive,
uma outra anatomia imaginária: Inconsciente
UM CONCEITO: MEDICINA PSICOSSOMÁTICA DENOMINAÇÃO
DE MEDICINA PSICOSSOMÁTICA –“É UM ESTUDO DAS
RELAÇÕES MENTE CORPO COM ÊNFASE NA EXPLICAÇÃO DA
PATOLOGIA SOMÁTICA, UMA PROPOSTA DE ASSISTÊNCIA
INTEGRAL E UMA TRANSCRIÇÃO PARA A LINGUAGEM
PSICOLÓGICA DOS SINTOMAS CORPORAIS”.
“SOMATIZAR”:
Transformar (conflitos psíquicos) em afecções de órgãos ou em
problemas psicossomáticos.
CORRENTES TEÓRICAS:
Relações entre conflitos emocionais específicos e estruturas de
personalidade com alguns tipos de doenças somáticas (ulceras,
alergias, enxaquecas, asma, distúrbios digestivos) e reações
emocionais e respostas do Sistema Nervoso Central –Escola de
Chicago
Aumento da incidência de patologias somáticas em quadros
depressivos. Relação entre emoções e sistema imunológico e
detectar estruturas e mecanismos de natureza celular, fisiológica e
anatômica que poderiam mediatizar a percepção de eventos
internos e externos, sua elaboração e a reações do organismo
Psiconeuroimunologia-Neuropsicoimunologia(1981)
Causa e efeito
ADOECIMENTO NA PSICOSSOMÁTICA:
Para Psicologia:
● Sentimentos (desejos)
● Necessidades (prazeres ou desprazeres)
Para o físico/corpo:
● Vontade
● Compulsão
● Ansiedade (tremores nas extremidades)
● Angústia (dores no peito)
DOENÇAS FÍSICAS E EMOCIONAIS:
A patologia somática é o resultado da impossibilidade de
elaboração da excitação através dos recursos psíquicos do
indivíduo, em função de uma estruturação deficiente, no plano
representativo emocional do aparelho mental
A perturbação do funcionamento mental pode, segundo as
características do desenvolvimento e o momento de vida de cada
indivíduo, resultar tanto em patologias psíquicas como somáticas
Dialética contínua existente entre soma e psique, entre as diversas
etapas do desenvolvimento individual, e sobretudo nas relações
interpessoais.
ENTENDER PARA TRATAR:
Toda patologia –mental, somática ou comportamental –apesar de
seu caráter desviante e regressivo, é ainda uma tentativa de
estabelecimento de um equilíbrio do organismo, que não consegue
enfrentar as tensões internas ou externas às quais esta submetido
através de recursos mais evoluídos
O adoecer deixa de ser considerado como a consequência de um
evento único, para ser compreendido como a resultante dinâmica
de um conjunto vetorial composto tanto por forças do sujeito, como
do meio no qual ele vive
QUANDO O SOFRIMENTO NÃO PODE EXPRESSAR-SE PELO
PRANTO, ELE FAZ CHORAREM OUTROS ÓRGÃOS
AULA 2- Simbolismo Alimentar
A alimentação mostra-se um fenômeno de difícil abordagem, que
não se presta a generalizações ou explicações simplificadoras
Na alimentação humana, natureza e culturas e encontram, pois se
comer é uma necessidade vital, o quê, quando e com quem comer
são aspectos que fazem parte de um sistema que implica
atribuição de significados ao ato alimentar
Como um fenômenosocial, a alimentação não se restringe a ser
uma resposta ao imperativo de sobrevivência, ao ‘comer para
viver’, pois se os homens necessitam sobreviver (e, para isso,
alimentar-se), eles sobrevivem de maneira particular, culturalmente
forjada e culturalmente marcada.
Os homens criam ‘maneiras de viver’ diferentes, resultando numa
grande diversidade cultural
Comida é....
Além da dimensão biológica, a alimentação humana como um ato
social e cultural faz com que sejam produzidos diversos sistemas
alimentares
Fatores de ordem ecológica, histórica, social e econômica implicam
representações e imaginários sociais envolvendo escolhas e
classificações
Estando a alimentação impregnada pela cultura, é possível pensar
os sistemas alimentares como sistemas simbólicos em que códigos
sociais estão presentes atuando no estabelecimento de relações
dos homens entre si e com a natureza
Se comida serve para identificar, reconhecer, ela serve também
para estigmatizar
Comida não é apenas uma substancia alimentar mas é também um
modo, um estilo e um jeito de alimentar-se. E o jeito de comer
define não só aquilo que é ingerido, como também aquele que o
ingere. (DaMatta)
No processo de construção, afirmação e reconstrução de
identidades sociais, determinados elementos culturais, como a
comida, podem se transformar em marcadores identitários,
apropriados e utilizados pelo grupo como símbolo de uma
identidade reivindicada.
“Pratos emblemáticos” que representariam um grupo –emblema
como figura simbólica destinada a representar um grupo, faz parte
de um discurso que expressa um pertencimento, uma identidade
● Condições históricas –hierarquização
● Cozinha no país colonizado
● Feijão com arroz –feijoada
● Pratos típicos regionais
● O gosto
História:
● Metade do sec. XX –transição nutricional
● Declínio marcante da subnutrição e aumento da prevalência de
excesso de peso e obesidade –econômicos, sociais e
demográficos = perfil de saúde
● Sobrepeso e obesidade
● Doenças crônicas não transmissíveis: cardiovasculares,
diabetes e hipertensão arterial
● Mudanças nos padrões alimentares –consumo, produção e
comercialização
● Alimentos tradicionais –industrializados
● Estilo de vida e atividade física
Nutricionista: Cabe ao nutricionista avaliar cada um de forma
individual, para que possa compreender tudo o que envolve os
hábitos dos indivíduos e orientá-los de acordo com suas
necessidades, em prol da saúde
Além de conhecer o estado nutricional do paciente, para melhor
investigar e entender suas práticas alimentares, é importante
assimilar certos conceitos, suas particularidades e seus
determinantes, como é o caso do hábito e do comportamento
alimentar
Hábito:
disposição adquirida pela repetição frequente de um ato, uso ou
costume.
Hábito alimentar corresponde à adoção de um tipo de prática que
tem a ver com costumes estabelecidos tradicionalmente e que
atravessam gerações, com as possibilidades reais de aquisição
dos alimentos e com uma sociabilidade construída tanto no âmbito
familiar e comunitário como compartilhada e atualizada pelas
outras dimensões da vida social (Fontes et al, 2011)
Os meios pelos quais os indivíduos, ou grupos de indivíduos,
respondem a pressões sociais e culturais, selecionam, consomem
e utilizam porções de alimentos disponíveis, ou seja, é a atitude do
indivíduo frente ao alimento (Pita, 2010)
Comportamento alimentar:
Como todas as formas de convívio com o alimento (Carvalho,
2013)
Atitudes relacionadas às práticas alimentares em associação a
atributos socioculturais, como os aspectos subjetivos intrínsecos do
indivíduo e próprios de uma coletividade, que estejam envolvidos
com o ato de se alimentar ou com o alimento em si (Garcia, 2009)
Conjunto de ações relacionadas ao alimento, que começa com a
decisão, disponibilidade, modo de preparo, utensílios, horários e
divisão das refeições e encerra com a ingestão (Matias et al, 2010)
Hábito alimentar:
O conceito de hábito alimentar como os costumes e o modo de
comer de uma pessoa ou comunidade pode ser, (o que os
psicólogos chamam de “inconsciente”) sem pensar
Trata-se de algo muito complexo, pois comer é um ato social que
vai para além das necessidades básicas de alimentação,
indispensável ao desenvolvimento dos valores vitais, comum a todo
ser humano, além de estar associado com as relações sociais, às
escolhas inseridas em cada indivíduo através de gerações e às
sensações proporcionadas pelos sentidos (Aitzingen, 2011)
Dificuldades de mudanças
Temos dificuldade em mudar hábitos e comportamentos, por que
geralmente são inconscientes e nos fazem agir de forma
automática, por ex:como abrir a geladeira ao passeara pela
cozinha, ou parar de comer somente quando o pacote acaba,
etc.(Alvarenga, p.32)
Determinantes das escolhas alimentares:
● Escolaridade e renda (escolhas mais saudáveis)
● Mídia (dita regras, TV, hábitos infância)
● Peso e imagem corporal (insatisfação e restrição alimentar)
● Cultura (sociedade, religião, crenças, usos e costumes)
● Ambiente familiar (papel da mulher, comodidade e praticidade)
● Psicológicos (autoconfiança na escolha, contexto social)
● Fatores intrínsecos: preparação, características organolépticas,
aspectos, textura, temperatura, cor, odor, sabor, qualidade
● Fatores pessoais:nível de expectativa, prioridade, familiaridade,
influencia dos outros, personalidade, humor, apetite, emoções,
família, educação
● Fatores culturais e religiosos: restrições, tradições, influencias
culturais
● Fatores biológicos (sexo, idade), fisiológicos(mudanças,
doenças) e psicológicos
● Fatores extrínsecos: fatores ambientais, situacionais,
publicidade, variações sazonais
● Fatores socioeconômicos: condições econômicas, custo dos
alimentos, segurança, hábitos passados, convencionalidade,
prestígio
Determinantes da escolha alimentar relacionados ao alimento,
ao indivíduo e ao ambiente
Relacionado ao alimento: Sabor, aparência, valor nutricional,
qualidade e higiene, cheiro, textura, variedade, preço, origem,
familiaridade.
Relacionados ao ambiente:
a) Fatores físicos: Odor, iluminação, conforto, limpeza,
localização, opções disponíveis, presença de pessoas
conhecidas e distrações do ambiente
b) Fatores socioculturais: Família, pares, mídias e cultura local
Relacionados à pessoa (que come):
a) Biológicos Fisiológicos, patológicos, genéticos, preferências
alimentares, idade, sexo, e estado nutricional
b) Socioeconômicos: Renda familiar, escolaridade, preço
c) Antropológicos: Crenças, emoções, expectativas, experiencias
positivas e negativas
Em síntese: A ideia do hábito alimentar não pode ser restrita ao
domínio individual, pois, uma vez inscrito na cultura, o indivíduo é
atravessado por disposições que o ultrapassam e o marcam de
modo indelével
Os hábitos são formados desde a infância e vão se modificando de
acordo com o processo de socialização. Na adolescência os
hábitos alimentares se modificam na busca da identidade grupal e
ao longo da vida sofrerão outras influencias, mudanças e
alterações
O comportamento alimentar deve ser observado para a prevenção
de doenças, uma vez que é repetidamente associado aos fatores
de risco à saúde
Contradições, certezas e generalizações:
A obesidade é uma doença ocasionada por fraquezas individuais,
ideia que é reforçada e disseminada pelo senso comum,
dificultando ainda mais os tratamentos (Seixas e Birman, 2012)
Tendência à responsabilização dos indivíduos pelas mudanças nos
hábitos e comportamentos alimentares levando a um aumento no
interesse por estudos psicológicos.
E como todas as coisas são causadas e causadoras, ajudadas e
ajudantes, mediatas e imediatas, e todas se mantém por um laço
natural e insensível que liga as mais afastadas e as mais
diferentes, tenho como impossível conhecer as partes sem
conhecer o todo, bem como conhecer o todo sem conhecer as
partes. (Morin, 2010)
Um desafio: As mudanças de comportamento que se pretende
propor, nesse olhar mais amplo, não se retringe ao consumo de
alimentos, “mas tem influencia sobre toda uma constelaçãode
significados ligados ao comer, ao por e ao viver. Temos, portanto, o
desafio de mudar comportamentos sem perder os significados da
alimentação e a capacidade crítica” (Alvarenga, p.50)
AULA 3- Imagem corporal e esquema corporal
Cultura do Narcisismo: o espetáculo do corpo
Mídia e sociedade: a cultura do consumo
Corpo:
Corpo como ferramenta, mediador, organizado entre a psique e o
mundo, através do qual o sujeito é reconhecido e com o qual se
identifica
● Corpo simbólico atravessado pela linguagem, o corpo da
representação, com representação no psiquismo, onde a
pulsão é representada, sem entretanto aparecer em forma
direta
● Corpo biológico -carne
Nosso corpo é, antes de tudo, nosso primeiro e maior mistério.
Para estarmos realmente presentes no mundo, é preciso
reconhecer que somos um corpo em sua imensidão de complexos
processos que nos fazem ricos em sua consciência e inconsciência
desconcertantes e pragmáticas e em suas atitudes, que são
sempre corporais (Barros, 2005)
A rede simbólica que antecede à identidade própria
Antes de qualquer formação do sujeito humano, de um sujeito que
pensa, que se situa no mundo -ele é contado
Sexo, nome, sobrenome, o que vai ser quando crescer...
O Desamparo do bebê (lactante):
O termo “desamparo” pode ser pensado como a dependência total
da criança em relação a outra pessoa para a satisfação de suas
necessidades.
Na espécie humana, primeiro a criança adquire o movimento da
cabeça, depois o do tronco, etc., seguido de um desenvolvimento
céfalo-caudal. Os neurologistas atribuem este fenômeno à
prematuração do sistema nervoso.
A Importância da Função Materna:
O grito, o choro, o desconforto, levando ao contorno apaziguador
dos cuidados maternais, onde a condição simbolizante se realiza.
Os sons emitidos pelo infans (criança que ainda não se comunica
por meio da linguagem) têm caráter imperativo e são interpretados
arbitrariamente. Se isto não acontece, caracteriza-se a morte.
A intervenção do agente da função materna é a condição de
possibilidade do vir-a-ser.
A Imagem Reconhecida no Espelho:
“O pequeno homem, numa idade em que é, por um tempo curto,
mas por um tempo ainda, ultrapassado em inteligência instrumental
pelo chimpanzé, reconhece, contudo, já como tal, a sua imagem no
espelho”-J. Lacan “O Estádio do Espelho...”
Isso quer dizer que, embora o bebê humano não tenha condições
neurológicas para dominar a organização do seu esquema
corporal, porque ainda não pode coordenar seus movimentos, pode
reconhecer-se no espelho.
A Criança e a Relação com o Outro:
Neste momento em que se assume como totalidade na sua
imagem especular, a criança retorna sua cabeça sobre a pessoa
que a sustenta, que está atrás dela.
Pede-lhe assentimento, confirmação do valor desta imagem.
O testemunho materno só aparece à margem e pode faltar.
O rosto da mãe pode, ou não, corresponder a esta imagem
“refletida no espelho”.
A Imagem Inconsciente do Corpo:
O importante não é o caráter especular do espelho nem a imagem
que lá se reflete, mas a função relacional cumprida por um todo
outro espelho de uma toda outra natureza: o espelho do sujeito no
outro”.F. Dolto, “A Criança no Espelho”
“Esta ferida determinada pela imagem espelhada, suscita na
criança uma espécie de alerta permanentea fim de que lhe seja
assegurado que a imagem é bastante regulada pelo olhar de seu
ser na relação com os outros; em suma, a fim de defender sua
identidade”. F. Dolto
Uma Pergunta Incessante “O que quer o Outro de mim?”
O que a criança busca é fazer-se desejo de desejo, poder
satisfazer o desejo da mãe.
Para agradar à mãe, é preciso supor uma imagem ideal.
Quando nos deparamos com distúrbios na imagem corporal, somos
levados a pensar na constituição destes sujeitos e na forma como
se deu o reconhecimento do corpo próprio no olhar do agente da
maternagem.
Toda demanda, a partir deste momento, passa a ser demanda de
amor.
Imagem corporal:
● Membro fantasma
● Fenômeno multifacetado
Schilder-Contexto orgânico, psicanálise e sociologia
Não é só uma construção cognitiva, mas também uma reflexão dos
desejos, atitudes emocionais e interação com os outros
Esquema corporal (neurologia)-controvérsias
Esquema corporal:
“É conotado como uma estrutura neuro motora que permite ao
indivíduo estar consciente do seu próprio corpo anatômico,
ajustando-o às solicitações de situações novas, e desenvolvendo
ações de forma adequada”(Rodrigues 1987) (Damásio, 2000)
Dolto (2011): Esquema corporal: é uma realidade de fato, mais ou
menos comum a todos os indivíduos de uma cultura, época e
região; estrutura-se mediante o aprendizado e a experiência, e é
consciente, pré-consciente e inconsciente.
magem corporal: é própria a cada sujeito e está ligada a sua
história, é síntese das experiências relacionais do sujeito, é
simbólica. É inconsciente, dinâmica, estrutura-se através da
relação entre sujeitos e é nela que se inscrevem as experiências,
que não são da ordem das necessidades, mas sim dos desejos
Imagem corporal:
● Estrutura fisiológica: organizações anatomofisiológicas
● Estrutura libidinal: experiências emocionais vividas nos
relacionamentos humanos
● Estrutura sociológica: relações pessoais e na aprendizagem de
valores culturais e sociais
O desenvolvimento da imagem corporal é intimamente ligado à
estruturação da identidade no seio de um grupo social
A preocupação com a dimensão corporal, apresentada pelas
pessoas que cercam o indivíduo, interfere de modo fundamental na
elaboração da imagem corporal desse indivíduo
Consequentemente não existiria uma realidade objetiva per se,
pois toda realidade seria representada, apropriada pelo indivíduo e
seu grupo, reconstituída em seus universos simbólicos e integradas
em seus sistemas de valores (Moscovici)
Construímos e destruímos discursos corporais que resultam em um
conhecimento de nossa vida. O corpo, então, é o lugar onde há a
quebra de simetria, onde tudo pode acontecer e acontece
Também construímos e destruímos nossa imagem corporal. É uma
sucessão de tentativas para buscar uma imagem e corpos ideais
Nossa imagem corporal só adquire suas possibilidades e existência
porque nosso corpo não é isolado. Um corpo é, necessariamente,
um corpo entre corpos. Precisamos ter outros à nossa volta
AULA 4-Obesidade no ciclo vital:
influências familiares e sociais, psicologia do desenvolvimento 
Estigmas e preconceitos associados à obesidade 
OBESIDADE:
● Etiológicos: genéticos e orgânicos 
● Fatores socioculturais 
● Falta de atividade física 
● Fatores educacionais 
● Fatores psicológicos 
● IBGE (2015): 56,9% sobrepeso e 20,8% obesas 
OMS (2015):
Obesidade se caracteriza como o acumulo anormal ou excessivo
de gordura que pode ser prejudicial à saúde, sendo sua causa
atribuída a um desequilíbrio energético entre as calorias gastas e
consumidas. 
Fatores desencadeantes: o aumento da ingestão de alimentos
ricos em gorduras, sal e açucares, e pobres em vitaminas e
minerais, juntamente com a diminuição das atividades físicas,
advindas do processo de urbanização em todo o mundo 
Aspectos biológicos, metabólicos e genéticos quanto aspectos
culturais, sociais, econômicos e psicológicos 
A ALIMENTAÇÃO
O principal foco de interação entre pais e filhos durante os
primeiros anos de vida – amamentação 
Durante a amamentação o reflexo da expressão orofacial é
interpretado pelos pais – prazer, gosto ou desgosto ao sabor –
forma de comunicação 
2º semestre – alimentos sólidos - pais ansiosos e estressados 
O que é comer, quando comer, como comer, o que se come e o
que não é comestível – sabores apropriados e que combinam com
o grupo social
A INFÂNCIA
A alimentação durante a infância, ao mesmo tempo em que é
importante para o crescimento e desenvolvimento, pode também
representar um dos principais fatores de prevenção de algumas
doenças na fase adulta 
A criança é influenciada pelo ambiente onde vive 
Suas atitudes são, frequentemente, reflexos desse ambiente.
Quando o meio ambiente é desfavorável, o mesmo poderá
propiciarcondições que levem ao desenvolvimento de distúrbios
alimentares que, uma vez instalados, poderão permanecer ao
longo de toda vida 
Disponibilidade, aceitabilidade e preferência alimentar :
Conhecimento de diferentes alimentos como essencial 
Preferência pelo sabor-nutriente pode ser aprendida antes do
desmame e influenciar a escolha dos alimentos durante o
desmame 
Preferências mudam em consequência de experiências e
aprendizados - gosto associado a situações boas ou ruins 
Efeito de familiaridade – memória afetiva 
Exposição sistemática 
Escolhem os que lhe são servidos com frequência, preferem os
disponíveis e fáceis de comer 
Alimentos acessíveis e prontos para o consumo 
Crianças não comem o que não gostam - insistência x alternativas 
Relações de controle e de poder com os pais - alimentação 
Os hábitos alimentares de adultos jovens, como comer todos os
alimentos presentes no prato, usar o alimento como um incentivo
ou uma ameaça, comer a sobremesa e realizar as refeições em
horários programados, foram relacionadas com as mesmas
práticas de alimentação utilizadas pelos pais deles durante a
infância. 
Adultos jovens, ao selecionar um alimento, relembram as
considerações a respeito de nutrição ditadas por seus pais. 
Esta é uma constatação intrigante de como os pais podem
influenciar, a longo prazo, as práticas alimentares de seus filhos
 (Rossi, Moreira e Rauen, 2008) 
As refeições: contexto social, ato de comer e determinantes
cognitivos 
Refeição individual ou em família 
Aprendem não somente em suas experiências mas também
observando outros 
Comer em companhia dos pais, irmãos e amigos 
Interferências positivas e negativas – memória 
Escolhas alimentares são complexas, dinâmicas e multifacetadas,
envolvem relacionamentos sociais e consequências a curto e a
longo prazo para a saúde 
NEOFOBIA ALIMENTAR
O padrão alimentar do pré-escolar é determinado por suas
escolhas 
A dificuldade em fazer com que a criança aceite uma alimentação
variada, aumentando suas preferências e adquirindo um hábito
alimentar mais adequado 
Muitas crianças têm medo de experimentar novos alimentos e
sabores 
Pode ser reduzida por métodos de aprendizagem e contato com os
alimentos, sabores, sensações pós-ingesta e contexto social
alimentar 
GRUPO SOCIAL
Determina: as escolhas alimentares, a quantidade dos alimentos, o
tempo e o intervalo para comer 
Normas e regras são estabelecidas pelo grupo social – programada
ou pela sua vontade 
Rotina alimentar e ocasião social - alimentos diversos 
A criança não come apenas por fome, mas pela sugestão do
ambiente e do contexto social 
PROCESSOS DE APRENDIZAGEM NA ALIMENTAÇÃO
● Aprendizagem pela exposição repetida e mera exposição
(visão, olfato, paladar) 
● Aprendizagem sabor-sabor (associação de sabores –
açúcar) 
● Aprendizagem nutriente-sabor (consequência fisiológica
de saciedade) 
CONTEXTO ALIMENTAR
Modelos alimentares 
Associações alimentares: 
-alimentos saudáveis e nutritivos com insistência e coação 
-alimentos ricos em gordura, sal e açúcar em situações agradáveis 
A interação positiva pode dar lugar a interações negativas com os
pais utilizando estratégias coercitivas mesmo que com
recompensas 
Quantidades maiores do que a criança ingere 
Montar prato longe da visão e sem consultá-la 
O grau de controle externo exercido pelos pais impede que a
criança aprenda sobre a sensação de fome e da saciedade,
afetando o seu próprio controle de ingesta alimentar, resultando
assim, em alterações do seu peso. 
As crianças podem aprender a diferenciar sensações de fome de
outra sensação, porém o oferecimento de alimentos por parte dos
pais, sem a necessidade nutricional, pode resultar em alimentação
inapropriada. 
Obesidade, família e transgeracionalidade (Coradine, Moré e
Scherer, 2017) 
Influência da família em todo o processo – desenvolvimento
humano e de socialização 
Ter um obeso em casa - fator estressor no ciclo vital do
desenvolvimento da família e do indivíduo – ajustes na estrutura
familiar e nos papéis desempenhados por cada um 
A dinâmica relacional familiar se apresenta a partir da história da
construção e da manutenção dos vínculos afetivos na família 
Lealdades, crenças, mitos e os padrões familiares transmitidos em
transgeracionalmente 
Hereditariedade - pai e +mãe 
Avós e seu passado alimentar – privação e excessos 
Segredos familiares - abusos, gravidez indesejada - atitudes de
dependência, superproteção 
Padrão de funcionamento emaranhado – atrapalha autonomia de
seus filhos
CICLO VITAL
● Recém nascido (alimentação/separação/desmane) 
● Criança (vergonha e culpa/responsabilidade materna,
limite, fracasso, abuso) 
● Adolescência (conflitos de identidade, alimentação
mediação e comunicação, autonomia ) 
● Vida adulta (autoestima, afetividade/sexualidade, estilo
de vida, autocuidado ) 
● Velhice (solidão, senescência, prazer) 
QUEM É OBESO?
Padrões culturais atuais - até indivíduos com peso dentro dos
parâmetros de normalidade podem sentir-se com peso acima do
desejado 
EMOÇÃO E OBESIDADE
Problemas emocionais como consequências da obesidade.
Conflitos e problemas psicológicos podem preceder o
desenvolvimento da obesidade nas diferentes fases da vida 
Depressão, ansiedade, autoestima... 
Obesidade: transtornos alimentares 
AULA 5- Obesidade mórbida: psicodinâmica
Há vários métodos para evitar o sofrimento, contudo os métodos
mais interessantes são os que procuram influenciar nosso
organismo. O mais eficaz é a intoxicação. O serviço prestado pelos
veículos intoxicantes na luta pela felicidade e no afastamento da
desgraça é tão altamente apreciado como um benefício, que tantos
indivíduos quanto povos lhe concederam um lugar permanente na
economia da libido. Com o auxílio desses amortecedores de
preocupações, é possível, em qualquer ocasião, afastar-se da
pressão da realidade e encontrar refúgio num mundo próprio
(Freud)
Dados históricos - Índice de referência
Em 1997 foi adotado pela Organização Mundial da Saúde (OMS)
como o índice de referência de medida para a obesidade
O índice aceito universalmente para a classificação da obesidade é
o de massa corpórea (IMC) (proposto por Quetelej, em 1835)
É expresso pelo peso em quilogramas do indivíduo dividido pelo
quadrado da altura em metros.
Obesidade mórbida
A OMS divide a obesidade em três níveis:
● grau I com IMC entre 30 e 34,9 Kg/m2
● grau II entre 35 e 39,9 Kg/m2
● grau III obesidade mórbida com IMC acima de 40 Kg/m2
Classificação aceita: Sociedade Americana de Cirurgia
Bariátrica a Federação Internacional de Cirurgia da Obesidade
Divide a obesidade em seis níveis:
1. obesidade pequena (27 a 30 Kg/m2)
2. obesidade moderada (30 a 35 Kg/m2)
3. obesidade grave (35 a 40 Kg/m2)
4. obesidade mórbida (40 a 50 Kg/m2)
5. superobesidade (50 a 60 Kg/m2)
6. super-superobesidade (maior de 60 Kg/m2)
Tratamento operatório:
As indicações para o tratamento operatório da obesidade, de
acordo com as normas da Sociedade Brasileira de Cirurgia
Bariátrica, são as seguintes:
1. Portadores de obesidade mórbida com IMC maior ou igual a 40
Kg/m2 registrado durante pelo menos dois anos. Devem
apresentar insucesso em tratamentos conservadores
realizados continuamente, de maneira séria e correta, também
pelo período mínimo de dois anos;
2. Pacientes com IMC entre 35 e 39,9 Kg/m2, portadores de
doenças crônicas desencadeadas ou agravadas pela
obesidade
Obesidade Mórbida
● IMC acima de 40
● Indicação cirurgia: IMC acima de 40 ou 35 + doenças clínicas
descompensadas pela própria obesidade
● Pacientes com OM devem ser encarados como portadores de
uma doença que ameaça a vida, reduz a qualidade de vida e a
autoestima e que requerem abordagens eficientes para
promover uma redução do peso
Doenças com, no mínimo, cinco anos de evolução e que melhorem
com a perda de peso, como diabetes melito e hipertensão arterial,
doenças osteoarticulares (principalmente de membros inferiores),
apneia do sono, histórico de falha de tratamentos conservadoresprévios e ausência de doenças endócrinas como causa da
obesidade (Pories, 2013)
Obeso Mórbido:
A pessoa portadora de obesidade apresenta um sofrimento
psicológico resultante do preconceito social com a obesidade e
também com as características do seu comportamento alimentar
Presença de psicopatologia não é necessária para o surgimento da
obesidade - multifatorial
Causa x consequência?
Tratamento psicológico em todo o processo
Conhecer muito bem qual é o procedimento cirúrgico, riscos e
benefícios
Emagrecimento súbito pode incorrer em complicações
Psicodinâmica do OM:
Em sua imensa maioria trazem alterações emocionais –
determinantes e/ou consequentes da obesidade
A fase de desenvolvimento na qual tem inicio a obesidade faz
diferença na evolução pós-operatória
Magros que se tornaram obesos x obesos desde a infância
Recuperar x construir nova imagem
Sintomas depressivos, ansiedade, uso de substancias, alterações
comportamentais e ideação suicida, dentre outras, são associadas
às mudanças emocionais vivenciadas com o novo estado físico e
psíquico
Expectativas x fantasias x resultados x dificuldades x frustrações
Expectativas para além do emagrecimento, resolução de conflitos
interpessoais e conjugais, mudanças de traços definidos de suas
personalidades
Abuso de substancias (álcool e tabaco) e comportamentos de risco
(envolvimentos extraconjugais e direção perigosa)
O problema da obesidade fica evidenciado como parte de uma
complexa situação que envolve o estado físico e emocional das
pessoas, e sua resolução, pode expor dificuldades e limitações de
ordem psíquica
Abrandamento em traços de caráter oral, tais como dependência,
submissão e insegurança
Aumento em traços e comportamentos obsessivos
Descrição da gordura como proteção e isolamento – retirada
abrupta pode causar desproteção, caos e pânico
Mudanças emocionais mais profundas precisam ser efetivadas e
não apenas superficiais , vistas pela estética da perda do peso
Risco do aumento do peso no pós-cirúrgico: angustia e
pensamentos suicidas
Autoestima, coragem e agressividade
Renascer, tornar-se outra pessoa - frustração
Alterações Psiquiátricas
Não há consenso na literatura para contra indicar cirurgia
Transtornos depressivos, afetivo bipolar e psicóticos - não
recomendados
Cuidado especial com etilistas – má evolução no pós-operatório e
risco de morte
Avaliação Psicológica
● Testes cognitivos
● Avaliação de personalidade
● Comportamentos compulsivos
● Álcool e outras drogas
● Técnicas Projetivas
● HTP e PDET (teste de desenho)
● Escalas de autoimagem
Pré-operatório
Informado das mudanças significativas
Transtornos psiquiátricos e incapacidade cognitiva – ciência e
anuência do processo
Acompanhamento psicológico: fornecer condições para que o
paciente perceba a amplitude do processo que passará e ajudar a
tomar decisões mais conscientes de acordo com seu caso
particular
Pós-operatório:
Período relatado como o mais difícil e complicado
Recuperação do ato cirúrgico, maior desconforto e de adaptação à
nova dieta
Expectativas, ansiedade e a insegurança do novo
Mudanças rápidas nos hábitos alimentares e no próprio corpo
exigem reflexão e questionamentos emocionais
Psicólogo: auxiliar o paciente a se conhecer e a se compreender
melhor, a aderir de forma mais eficiente ao tratamento,
envolvendo-o e tornando-o responsável pela vivencia de criação de
uma nova identidade
Baixa adesão
A psicologia reconhece os benefícios que o emagrecimento pode
trazer ao paciente, porém vê com menos entusiasmo a questão do
emagrecimento rápido e acentuado promovido pelas técnicas
cirúrgicas. A obesidade funciona muitas vezes como um falso self
mental e corporal, que protege um verdadeiro self frágil e mal
estruturado, atribuindo-se a isso a enorme dificuldade de
emagrecimento em alguns pacientes
AULA 6- Transtorno da Compulsão Alimentar Periódica (TCAP)
DEFINIÇÃO: O transtorno da compulsão alimentar periódica
(TCAP) pode ser considerado como um tipo de transtorno do
comportamento alimentar situado entre a bulimia nervosa e a
obesidade
A característica central do transtorno é o episódio de compulsão
alimentar, mas, diferente da bulimia nervosa, o paciente não se
engaja em comportamentos compensatórios para controle de peso
(vômitos, abuso de laxativos, exercício excessivo)
Embora nem todos os pacientes que apresentam transtorno do
comer compulsivo sejam obesos, grande parte deles evidenciam
problemas de controle de peso corporal.
Episódios do Tipo Binge Eating
O TCAP é frequentemente associado ao termo binge eating, para
descrever os episódios bulímicos.
A tradução literal seria “farra” ou “orgia alimentar”
Podemos encontrar na literatura: “ataque de comer”, “episódios de
compulsão alimentar” e “episódios bulímicos” para definir o
episódio central do transtorno]
É descrito, de maneira simplificada, como a ingestão de uma
grande quantidade de alimentos, seguida do sentimento da perda
do controle do seu comportamento
Critérios Diagnósticos para o TCAP:
A. Episódios recorrentes de ataques de comer, caracterizado por:
1) Comer num breve período de tempo (ex. num período de 2
horas) uma quantidade de comida considerada definitivamente
maior do que a maioria das pessoas comeria durante um período
de tempo similar e em circunstâncias similares
2) Uma sensação de falta de controle durante os episódios, isto é,
um sentimento de que não pode parar de comer ou controlar o que
ou o quanto o indivíduo está comendo
B. Os episódios de ataque de comer estão associados a pelo
menos três ou mais dos seguintes itens:
1) Comer mais rápido do que o usual
2) Comer até se sentir inconfortavelmente “cheio”
3) Comer grandes quantidades de comida, sem se sentir com fome
4) Comer sozinho por se sentir constrangido com a quantidade que
está comendo
5) Sentir-se decepcionado, deprimido, ou culpado após a
“superingestão”
C. O ataque de comer provoca um marcante desconforto
D. Os episódios de ataque de comer ocorrerem em média duas
vezes por semana durante seis meses
E. O ataque de comer não está associado com o uso regular e
inapropriado de comportamento compensatório (tipo purgativo,
jejuns ou exercício excessivo) e não ocorre exclusivamente
durante o curso de anorexia nervosa ou bulimia nervosa
 Epidemiologia e Perfil Clínico:
30% dos pacientes que procuravam tratamento para perda de peso
apresentavam o transtorno, enquanto que somente 2% da
população geral preenchiam os critérios diagnósticos para o TCAP
A distribuição por sexos evidenciava um predomínio do sexo
feminino na proporção de 3/2
A grande maioria dos pacientes refere um início precoce dos
episódios de compulsão alimentar, geralmente na infância ou
adolescência
O uso de dietas começa normalmente após o aparecimento dos
ataques de comer, diferente da bulimia nervosa
O paciente com TCAP evidencia uma história de vários tratamentos
anteriores para controlar o peso
Evidenciam uma maior preocupação com a forma e a imagem
corporal, aproximando-os dos pacientes com bulimia nervosa
Há uma relação direta entre o grau de obesidade e o TCAP. Os
ataques de comer aumentam conforme o grau de obesidade
medido pelo IMC
Considerações Finais
Existe uma falsa ideia de que todos os indivíduos com transtorno
do comer compulsivo apresentam sobrepeso. Os estudos com
população geral evidenciaram que somente a metade deles pode
ser considerada como apresentando sobrepeso (IMC 27 ou mais)
De maneira geral os pacientes com TCAP, em comparação com os
pacientes com obesidade hiperfágica, evidenciam maior
comprometimento no trabalho e nas relações sociais e uma
elevação de psicopatologia associada (depressão maior, distimia e
uso de substâncias psicoativas)
Pessoas com TCAP têm maior probabilidade de responder com
alimentação a sentimentos e situações que causam tensões
emocionais do que obesos sem TA
Antecedentes: sentir solidão, tédio, raiva, ansiedade e estresse
(sentimentos negativos)
Apresentam: autoestima rebaixada, autoimagem negativa,
autocrítica excessiva e propensão a comportamentosimpulsivos e
tendem a sentir mais raiva e estresse ao vivenciar situações
consideradas menos importantes por outros obesos
Insatisfação com o corpo e pior imagem corporal, bem como
distanciam mais o peso desejado do peso real; em consequência,
têm maiores dificuldades em construir expectativas realistas sobre
tratamentos
Realizam auto avaliações centradas em seu peso e forma
corpóreos e suas falhas em controlar a alimentação são
generalizadas para outros aspectos da vida
Tratamentos combinados
AULA 7 - Anorexia
DSM-V
A. Restrição da ingesta calórica em relação às necessidades,
levando a um peso corporal significativamente baixo no
contexto de idade, gênero, trajetória do desenvolvimento e
saúde física. Peso significativamente baixo é definido como um
peso inferior ao peso mínimo normal ou, no caso de crianças e
adolescentes, menor do que o minimamente esperado.
B. Medo intenso de ganhar peso ou de engordar, ou
comportamento persistente que interfere no ganho de peso,
mesmo estando com peso significativamente baixo.
C. Perturbação no modo como o próprio peso ou a forma corporal
são vivenciados, influência indevida do peso ou da forma
corporal na autoavaliação ou ausência persistente de
reconhecimento da gravidade do baixo peso corporal atual.
CID-10
(F50.01) Tipo restritivo:Durante os últimos três meses, o indivíduo
não se envolveu em episódios recorrentes de compulsão alimentar
ou comportamento purgativo (vômitos autoinduzidos ou uso
indevido de laxantes, diuréticos ou enemas). Esse subtipo
descreve apresentações nas quais a perda de peso seja
conseguida essencialmente por meio de dieta, jejum e/ou exercício
excessivo.
(F50.02) Tipo compulsão alimentar purgativa: Nos últimos três
meses, o indivíduo se envolveu em episódios recorrentes de
compulsão alimentar purgativa (vômitos autoinduzidos ou uso
indevido de laxantes, diuréticos ou enemas).
Subtipos
A maioria dos indivíduos com anorexia nervosa do tipo purgativa
que se envolvem em comportamentos periódicos de
hiperfagiapurga por meio de vômitos autoinduzido sou faz uso
indevido de laxantes, diuréticos ou enemas
Alguns indivíduos com esse subtipo de anorexia nervosa não
apresentam episódios de hiperfagia, mas purgam regularmente
depois do consumo de pequenas quantidades de alimento
A alternância entre os subtipos ao longo do curso do transtorno não
é incomum; portanto, a descrição do subtipo deverá ser usada para
indicar os sintomas atuais, e não o curso longitudinal
A anorexia nervosa tem três características essenciais:
A) restrição persistente da ingesta calórica
B) medo intenso de ganhar peso ou de engordar ou
comportamento persistente que interfere no ganho de peso
C) e perturbação na percepção do próprio peso ou da própria forma
● peso corporal abaixo daquele minimamente normal para idade,
gênero, trajetória do desenvolvimento e saúde física (Critério
A).
● medo intenso de ganhar peso ou de engordar (Critério B)que
não costuma ser aliviado pela perda de peso. A preocupação
com o peso pode aumentar até mesmo se o peso diminuir.
● Indivíduos mais jovens, bem como alguns adultos, podem não
reconhecer ou perceber medo de ganhar peso.
● Na ausência de outra explicação para o peso significativamente
baixo, podem ser usados, para estabelecer o Critério B, a
inferência do clínico a partir da história fornecida por
informantes, dados de observação, achados físicos e
laboratoriais ou curso longitudinal indicando seja um medo de
ganhar peso, sejam comportamentos persistentes relacionados
que impeçam o ganho de peso.
● A vivência e a significância do peso e da forma corporal são
distorcidas nesses indivíduos (Critério C).Algumas pessoas
sentem-se completamente acima do peso. Outras percebem
que estão magras, mas ainda assim se preocupam com
determinadas partes do corpo, em particular que o abdome, os
glúteos e o quadril estão "gordos demais".
● Uso de técnicas para avaliar o tamanho ou o peso de seus
corpos, incluindo pesagens frequentes, medição obsessiva de
partes do corpo e uso persistente de um espelho para checar
áreas percebidas de "gordura".
● A autoestima é altamente dependente de suas percepções da
forma e do peso corporal. A perda de peso é, com frequência,
vista como uma conquista marcante e um sinal de
autodisciplina extraordinária, enquanto o ganho ponderal é
percebido como falha de autocontrole inaceitável.
● Embora alguns indivíduos talvez reconheçam que estão
magros, frequentemente não assumem as graves implicações
médicas de seu estado de desnutrição.
O Tratamento
● Geralmente são levados à atenção profissional por familiares
depois de perda de peso marcante (ou insucesso em obter o
ganho de peso esperado)
● Se buscam ajuda por si mesmos, costuma ser devido à
angústia causada por sequelas somáticas e psicológicas da
inanição.
● É raro uma pessoa com anorexia nervosa queixar-se da perda
de peso por si só.
● Com frequência carecem de insight ou negam o problema. É
importante obter informações de familiares ou de outras fontes
Características Associadas que Apoiam o Diagnóstico
● A semi-inanição e os comportamentos purgativos podem
resultar em condições médicas importantes e potencialmente
fatais.
● O comprometimento nutricional associado a esse transtorno
afeta a maioria dos sistemas corporais e pode produzir uma
variedade de perturbações (amenorreia e anormalidades nos
sinais vitais)
● Enquanto grande parte das perturbações fisiológicas
associadas à desnutrição é reversível com reabilitação
nutricional, algumas, incluindo a perda de densidade óssea
mineral, com frequência não são completamente reversíveis.
● Comportamentos como vômitos autoinduzidos e uso indevido
de laxantes, diuréticos e enemas podem causar uma série de
distúrbios que levam a achados laboratoriais anormais;
entretanto, alguns indivíduos com anorexia nervosa não
exibem tais anormalidades.
● Quando gravemente abaixo do peso, indivíduos com anorexia
nervosa podem apresentam sinais e sintomas depressivos,
como humor deprimido, isolamento social, irritabilidade, insônia
e diminuição da libido.
● Na medida em que alguns desses aspectos também são
observados em indivíduos sem anorexia nervosa, mas
significativamente subnutridos, muitos dos aspectos
depressivos podem ser secundários às sequelas fisiológicas da
semi-inanição, embora também possam ser graves o suficiente
para justificar um diagnóstico adicional de transtorno
depressivo.
● Características obsessivo-compulsivas, relacionadas ou não à
alimentação, são com frequência proeminentes. A maioria dos
indivíduos com anorexia nervosa é centrada na preocupação
com os alimentos. Alguns colecionam receitas e estocam
comida.
● Outros aspectos por vezes associados à anorexia nervosa
incluem angústia de alimentar-se publicamente, sentimentos de
fracasso, forte desejo por controlar o próprio ambiente,
pensamentos inflexíveis, espontaneidade social limitada e
expressão emocional excessivamente contida.
● Comparados a indivíduos com anorexia nervosa do tipo
restritiva, os que têm anorexia nervosa do tipo purgativa
apresentam taxas maiores de impulsividade e tendem a abusar
mais de álcool e outras drogas.
● Um subgrupo de indivíduos com anorexia nervosa exibe níveis
excessivos de atividade física. Aumentos na atividade física
com frequência precedem a manifestação inicial do transtorno,
e, durante o curso da doença, a atividade física mais intensa
acelera a perda de peso. Durante o tratamento, talvez seja
difícil controlar o excesso de atividade física, prejudicando,
assim, a recuperação do peso.
● Podem fazer uso indevido de medicamentos, como, por
exemplo, manipular a dosagem para conseguir perder peso ou
evitar ganhá-lo.
Desenvolvimento e Curso
● Começa geralmente durante a adolescência ou na idade adulta
jovem. Raramente se inicia antes da puberdade ou depois dos
40 anos, costuma estar associado a um evento de vida
estressante
● O curso e o desfecho da anorexia nervosa são altamente
variáveis.
● Muitos indivíduos apresentam um período de mudança no
comportamento alimentar antesde preencherem todos os
critérios para o transtorno.
● Alguns se recuperam inteiramente depois de um único
episódio, alguns exibem um padrão flutuante de ganho de
peso seguido por recaída, e outros ainda experienciam um
curso crônico ao longo anos.
● A hospitalização pode ser necessária para recuperar o peso e
tratar complicações clínicas.
● A maioria dos indivíduos sofre remissão dentro de cinco anos
depois da manifestação inicial do transtorno.
● Entre os admitidos ao hospital, as taxas de remissão podem
ser menores.
● A taxa bruta de mortalidade é de cerca de 5%, por
complicações clínicas associadas ao próprio transtorno ou
suicídio (ideação, comportamentos e tentativa(s))
Fatores de Risco e Prognóstico
Temperamentais: transtornos de ansiedade ou traços obsessivos
na infância são risco maior para anorexia nervosa.
Ambientais: variabilidade histórica e transcultural na prevalência
de anorexia nervosa corrobora sua associação com culturas e
contextos que valorizam a magreza. Ocupações e trabalhos que
incentivam a magreza, como modelos e atletas de elite, também
estão associados a um risco maior.
Genéticos e fisiológicos: risco maior de anorexia e bulimia
nervosas entre parentes biológicos de primeiro grau. Risco maior
de transtornos bipolares e depressivos entre parentes de primeiro
grau de indivíduos com anorexia nervosa. As taxas de
concordância para anorexia nervosa em gêmeos monozigóticos
são significativamente mais altas do que as de gêmeos dizigóticos.
Uma gama de anormalidades cerebrais foi descrita na anorexia
nervosa usando tecnologias de imagem funcional.
Diagnóstico Diferencial
Outras possíveis causas de baixo peso corporal ou perda de peso
significativa deverão ser consideradas no diagnóstico diferencial de
anorexia nervosa, especialmente quando o quadro for atípico
(manifestação depois dos 40 anos).
Condições médicas (doença gastrintestinal, hipertireoidismo,
malignidades ocultas e síndrome da imunodeficiência adquirida
[SIDA]).
A perda de peso grave pode ocorrer em condições médicas, mas
indivíduos com esses distúrbios geralmente não manifestam
também perturbação na maneira como a forma ou o peso de seus
corpos é vivenciada, medo intenso de ganhar peso , nem persistem
em comportamentos que interferem no ganho de peso apropriado.
A perda de peso aguda associada a uma condição médica às
vezes pode ser seguida pelo início ou por recaída de anorexia
nervosa, que podem ser inicialmente mascarados pela condição
médica comórbida.
Raramente, a anorexia nervosa se desenvolve depois de uma
cirurgia bariátrica para obesidade.
No transtorno depressivo maior, pode ocorrer perda de peso
grave, mas a maioria dos indivíduos com esse transtorno não
manifesta nem desejo de perda de peso excessiva, nem medo
intenso de ganhar peso.
Indivíduos com esquizofrenia podem exibir comportamento
alimentar estranho e às vezes apresentam perda de peso
significativa, mas raramente manifestam o medo de ganhar peso e
a perturbação da imagem corporal necessários para um
diagnóstico de anorexia nervosa.
Indivíduos com transtornos por uso de substância podem
apresentar perda de peso devido à ingesta nutricional deficiente,
mas geralmente não temem ganhar peso e não manifestam
perturbação da imagem corporal.
Tratamento
Transtornos bipolares, depressivos e de ansiedade em geral
ocorrem concomitantemente com anorexia nervosa.
Muitos indivíduos com anorexia nervosa relatam a presença de um
transtorno de ansiedade ou de sintomas previamente ao
aparecimento de seu transtorno alimentar.
O TOC é descrito em alguns indivíduos com anorexia nervosa,
especialmente naqueles com o tipo restritivo.
O transtorno por uso de álcool e outras substâncias pode também
ser comorbido à anorexia nervosa, sobretudo entre aqueles com o
tipo compulsão alimentar purgativa
AULA 8- BULIMIA NERVOSA
Transtorno do comportamento alimentar caracterizado por
episódios recorrentes de compulsão alimentar
Acompanhado de intensa preocupação com controle do peso
E consequentemente de comportamentos compensatórios
inadequados.
A. Episódios recorrentes de compulsão alimentar caracterizado
por:
Ingestão, em um período de tempo determinado (p. ex., dentro de
cada período de duas horas), de uma quantidade de alimento
definitivamente maior do que a maioria dos indivíduos consumiria
no mesmo período sob circunstâncias semelhantes.
Sensação de falta de controle sobre a ingestão durante o episódio
(p. ex., sentimento de não conseguir parar de comer ou controlar o
que e o quanto se está ingerindo).
B. Comportamentos compensatórios inapropriados recorrentes a
fim de impedir o ganho de peso, como vômitos autoinduzidos;
uso indevido de laxantes, diuréticos ou outros medicamentos;
jejum; ou exercício em excesso.
C. A compulsão alimentar e os comportamentos compensatórios
inapropriados ocorrem, em média, no mínimo uma vez por
semana durante três meses.
D. A autoavaliação é indevidamente influenciada pela forma e
pelo peso corporais
E. A perturbação não ocorre exclusivamente durante episódios de
anorexia nervosa.
❖ “Pavor em engordar”
❖ Distorção da Imagem Corporal
❖ Comportamentos alimentares inadequados
Causas
Etiologia é multifatorial
– Fatores predisponentes: pessoais, familiares, culturais.
– Fatores precipitantes: a) insatisfação com o corpo e o peso, b)
dieta para emagrecer.
–Fatores mantenedores: ciclo compulsão/ purgação
Ciclo Bulímico
Adolescente com alguma preocupação com a forma física decide
realizar restrição dietética para perder algum peso → após perda
do peso, persiste insatisfação → mais restrição e mais perda de
peso → episódios de comer exagerado secundário à restrição →
pavor de engordar ou recuperar o peso perdido → métodos
compensatórios inadequados.
Comportamentos alimentares inadequados
Episódios recorrentes de compulsão alimentar
a) Grande quantidade de alimentos
b) Curto espaço de tempo
c) Sensação de perda de controle
Leva a Dietas restritivas
Comportamentos compensatórios inadequados
● Autoindução de vômitos
● Abuso de laxantes e diuréticos
● Prática de jejum
● Atividade física exagerada
● Abuso de anorexígenos
● Enemas
Consequências clínicas
● Constipação, dor abdominal, intolerância ao frio, letargia e
excesso de energia
● Hipotensão, hipertermia e pele seca, bradicardia;
● Alguns pacientes desenvolvem lanugo (pêlos finos no tronco);
● A hipertrofia das glândulas salivares pode estar presente;
● Os pacientes que induzem vômito podem ter erosão do
esmalte dentário e alguns têm cicatrizes ou calos no dorso das
mãos, causados pelo contato com os dentes.
● Anemia, prejuízo da função renal, problemas cardiovasculares,
osteoporose.
Características psíquicas frequentes
Sintomas obsessivos, perfeccionismo, passividade, introversão e
auto avaliação negativa são comuns em pacientes com Anorexia
Nervosa do tipo restritivo.
Na Bulimia Nervosa, as características são mais variadas, mas
tendem a incluir especialmente a impulsividade e a instabilidade
afetiva, características consistentes com o descontrole e a
purgação.
Baixa autoestima ou auto-avaliação negativa e vulnerabilidade ao
estresse são fatores de risco importantes para os Transtornos
Alimentares.
Diagnóstico diferencial
● Transtornos gastrointestinais superiores, que levam a vômitos
repetidos
● Anorexia
● Transtorno de compulsão alimentar periódica (TCAP)
Tratamento
Quemdemanda?
Conflitos familiares
Instabilidade do humor
Dificuldade no estabelecimento da transferência
Tratamento Interdisciplinar
● Psicofarmacológico (antidepressivos, estabilizadores do humor)
● Nutricional
● Clínico
● Psicoterápico
AULA 9- Estilo de vida / Patologias narcísicas / Ortorexia /
Vigorexia
O corpo é um objeto no qual todos nós temos o privilégio, ou a
condenação, de habitar, é a fonte de sensações de bem-estar e
prazer, mas também o local de doenças e pressões. Todavia (...), o
corpo não é apenas uma entidade física que nós “possuímos”, ele
é um sistema-ação, um todo de práxis. (Anthony Giddens)
Alimentação
Alimentos escassos –corpo volumosocomo ideal de status e poder
Grande quantidade de alimento –corpo magro valorizado como
sinônimo de disciplina, autocontrole e sucesso
Contemporaneidade
Redes e mídias sociais
Dieta correta e saudável pode proporcionar, além da saúde, a
prevenção de doenças
Luta contra o sedentarismo e a obesidade
Individualidade x múltiplos espelhos
Transtornos alimentares modernos
● Imagem corporal como fator desencadeante
● Envolve insatisfação e idealização de um corpo perfeito
● Influencia da sociedade contemporânea e das mídias
● Preocupação demasiada com a estética muitas vezes em
nome da busca pela saúde e juventude
● Marcados por exageros e obsessão na manutenção do estilo
de vida
● Não preocupação com as consequências -riscos
● AN, BN, Ortorexia, Vigorexia –Veganismo?
Ortorexia
● “orthos” correto e “orexis” apetite
● Metódica ingestão de alimentos saudáveis e puros
● Pode ocasionar carência de nutrientes –desnutrição
● Obsessão patológica pela alimentação correta e pela pureza
dos alimentos
● Dieta livre de herbicidas, pesticidas e substancias artificiais
● Eliminam sistematicamente alimentos ou grupos de alimentos
por considerarem que não são saudáveis, elegendo somente
alimentos “saudáveis, benéficos ou puros”
● Alimentos totalmente naturais, higienicamente seguros e sem
nenhum processo químico ou industrial
OS ORTORÉXICOS
Em casos extremos preferem morrer de fome a comer os alimentos
que consideram impuros ou insalubres –prejudiciais a sua saúde
Pessoa obcecada e passa a preparar seu próprio alimento, de
procedência conhecida
Tornam-se cada vez mais compulsivos, excluindo itens essenciais
de sua dieta (carnes, laticínios, açúcar, gordura) sem fazer
substituição adequada
Passam a se empenhar em planejar e preparar refeições, além de
muitas vezes cultivarem seus próprios alimentos
Gastam muito tempo em torno do ato de comer
Carências nutricionais e problemas de saúde –ansiedade e
depressão
Afastamento do convívio social –necessidade de explicar e
convencer a todos da importância de consumir os alimentos da
maneira que ele consome –conflitos nos relacionamentos e
isolamento social
Estudantes e profissionais da área da saúde (nutrição, farmácia,
enfermagem)
Vigorexia
● “vigor” força –“orexis” apetite –“fome de força”
● Transtorno obsessivo compulsivo –Transtorno Dismórfico
Muscular –Complexo de Adônis
● Cuidado com o corpo como busca excessiva pela definição dos
músculos e diminuição drástica do percentual de gordura
corporal
● Obsessão pelo corpo belo e musculoso, no qual o individuo se
desafia ao máximo para conseguir um corpo extremamente
definido
● Há vicio exagerado por musculação que pode levar o corpo ao
limite da exaustão
● Causar danos como disfunção erétil, ciclos menstruais
irregulares, aumento de colesterol, problemas musculares e
articulares
Classificação
De acordo com os critérios do DSM-IV, o Transtorno Dismórfico
Corporal (TDC) se caracteriza por uma preocupação com um
defeito imaginado na aparência, e mesmo que haja um mínimo
defeito, a preocupação é extremamente acentuada, com um
sofrimento significativo e/ou prejuízo no funcionamento da vida do
indivíduo e não deve ser confundido com qualquer outro transtorno
mental, tal como anorexia nervosa, por exemplo.
Origem Multifatorial
A mídia, a distorção de imagem, histórico de violência na infância e
falta de aceitação pessoal
A mudança do comportamento social masculino nas últimas
décadas merece atenção (18 a 25 anos)
A mídia é uma das principais responsáveis pela valorização da
aparência, pois ela contribui com a síndrome divulgando modelos
de corpos perfeitosAtravés de redes sociais digitais, praticantes de
exercício físico compartilham fotos de suas rotinas dietéticas e de
treino, personificando o ideal de beleza. A busca por esse
paradigma pode estar associada a frustrações e queda da
autoestima, uma vez que os resultados podem não ser
semelhantes, considerando-se as individualidades sociais,
financeiras, metabólicas e dietéticas
OS VIGORÉXICOS
Tendem a não se importar com as consequências que o exagero
do exercício traz, visando sempre aumentar cada vez mais a sua
massa muscular e diminuir ao máximo a porcentagem de gordura
do corpo
Frequentemente se descrevem como “fracos e pequenos” –mesmo
com musculatura acima da média –distorção da imagem corporal
Preocupação com massa muscular –excesso de levantamento de
peso, dieta hiperprotéica, hiperglicídicas, hipolipídicas, uso
indiscriminado de suplementos proteicos além do consumo de
esteroides anabolizantes
Diminuição do investimento na vida emocional, social e
ocupacional por conta de longas horas investidas em musculação
(3h/dia)
Depressão e ansiedade
Deterioração das relações sociais, trabalho e estudos,
relacionamentos interpessoais e isolamento da família e amigos
–“colegas da maromba”
Mudanças metabólicas que afetam fígado e sistema cardiovascular,
níveis de colesterol, diminuição do centro respiratório, disfunção
erétil, hipertrofia prostática, hipogonadismo e ginecomastia,
amenorréia e ciclos irregulares, insônia, irritabilidade, perda do
apetite e de libido
Atletas –fisiculturistas, ginastas, corredores e lutadores
Tratamento
Como uma hipótese para a pouca procura por tratamentos,
acredita-se que os usuários de anabolizantes e os indivíduos que
apresentam uma imagem corporal distorcida, em sua maioria, não
consideram esses comportamentos como disfuncionais.
A rápida aquisição por um corpo musculoso por meio do uso de
anabolizantes pode prejudicar a percepção e o reconhecimento de
que essas substâncias acarretam, mesmo que futuramente,
diversos males à saúde.
O desesperado anseio pelo perfeccionismo corporal e o acentuado
investimento narcísico onde o ganho de músculos define o
indivíduo, qualificando-o como bom ou ruim, capaz ou incapaz,
prende o indivíduo ao imediatismo.
Correlacionam ainda as expressões de crescer e ficar forte ligados
ao uso de anabolizantes como desejo de crescer subjetivamente,
compensando um sentimento de baixa autoestima e promovendo
um melhor status social para o indivíduo.
O uso de anabolizantes pode ser entendido, ainda, como um
“remédio” para problemas diversos: sendo utilizado para suprir
carências, remediando o que o próprio sujeito percebe como
‘doença’ estética, caracterizada por uma aparente imperfeição a
ser transformada para que a sua imagem corporal se torne
satisfatória subjetiva e socialmente
Insatisfação com a própria imagem corporal
Influencias da mídia ?
Adequação dos corpos ao que é socialmente desejável
Necessidade do cuidado com o corpo como tendo como regra o ser
visto e valoriza a estética em nome da saúde
A obsessão é levada a limites extremos
Desafios profissionais –formação e ética
AULA 10 -Transtornos Alimentares - A prática do Nutricionista
do Psicólogo
Esta aula sobre transtornos alimentares tem como objetivo geral
discutir com os transtornos alimentares devem ser tratados
concretamente pelo nutricionista e pelos psicólogos.
Considerando que o atendimento ao paciente poderá fazer uso dos
conhecimentos da Psicologia Aplicada.
Ou seja, discutir como algumas linhas da Psicologia abordam
exatamente o tratamento psicológico dos transtornos alimentares,
bem como, dividem esta tarefa com o trabalho de nutricionistas que
necessitam de práticas eficazes para a adesão ao tratamento de
seus pacientes com transtornos alimentares
A pergunta é: Quais os métodos mais eficazes para um resultado,
considerado ideal, para a superação dos transtornos alimentares,
tais como:
1. Episódios de compulsão
2. Anorexia
3. Bulimia
4. Ortorexia
5. Vigorexia
6. Transtornos alimentares agravados por quadros de depressão,
ansiedade, luto, angústia e ou ideias fixas de suicídio
Começaremos pelos Nutricionista
O que fazer em casos de episódios de compulsão, inicialmente:
1. Considerar que estamos diante de uma nosografia psiquiátrica
2. Ajudar o paciente localizar os motivos de tais comportamentos.
Por ex, por décadas e ate séculos, as mulheres maltratam seus
corpos em nome de algum ideal3. Contribuir com o paciente para ele reflita sobre o momento de
compulsão alimentar e o reais motivos que o fazem agir assim:
fome? Medo? Medo de ficar sem a comida? Prazer?
Descontrole? Ansiedade? Raiva? O que?
Na Anorexia e na Bulimia
Aspectos psicológicos:
Um dos sintomas contemporâneos mais importantes: É a
excessiva preocupação com o corpo ideal
Este sintoma acometem 9 mulheres para 1 homem
E para todos os sintomas é preciso que o profissional considere os
aspectos: social, psicológicos, familiares e biológicos
Anorexia e Bulimia Nervosa
O Nutricionista deve propor à paciente adolescente menina:
1. Aceitação do momento de passagem entre a vida infantil e vida
adulta. Aceitação da necessidade de crescimento
2. Mesmo que essa passagem seja complexa é preciso
enfrentamento
3. Reflexão necessária e racional sobre sua identidade
4. Tentar conversar sobre a necessidade de se libertar a
influência de outros –amigas, amigos, namorados e outros
–sobre sua imagem
5. Aceitar sua feminilidade (não necessariamente sexualidade,
mas também a sua sexualidade)
Mudanças na adolescência feminina
As mudanças podem expor as meninas {a experiências traumáticas
trais como:
A. A rápida transformação do corpo que arredonda e muda as
formas
B. A necessidade de separar-se das figuras parentais
C. Investir nos relacionamentos interpessoais e buscar autonomia
D. Demandas de amor. Pode gerar críticas severas ao corpo
E. A adolescente nem sempre consegue entender seus
sentimentos de emoções
Um caso clínico:
Guta, 16 anos, severamente emagrecida. Complicações clínicas
em função do baixo peso. Não aceitava a internação, nem o
médico e nem o psicólogo. Recusava-se a participar de terapias
em grupo. E dizia: “Vocês não entendem que não adianta nada
disso! Só quero ser magra como a Cindy Crawford. Que é linda
como uma rainha, famosa e rica, ”
A mãe de Guta contou que quando a menina nasceu, ela desejou
que a ela fosse tudo o que a mãe não conseguiu ser. E relatou que
a menina era dócil, boa aluna, educada e obediente, até 13 anos.
Depois dos 13 anos começou a se preocupar demais com regimes,
restringindo muitos alimentos, não se alimentava e entrou em
anorexia. Ficou feia, com penugem no rosto e quase sem cabelo
Na adolescência
O nutricionista deve considerar a influência familiar que cada um
sofre em sua realidade
Como a terapia familiar pode ajudar no tratamento nutricional?
A família pode ajudar na recuperação do paciente : entender,
apoiar, e colaborar com os/as profissionais
A família:
Duas fases importantes:
1. FASE INFORMATIVA:
O nutricionista deverá informar a família com informações básicas
sobre a doença, sobre o tratamento e sobre a importância da
participação dos membros nas sessões de apoio familiar
O nutricionista deverá trabalhar a importância da capacidade de
comunicação e aprendizagem da linguagem por meio de seus
membros para que possam entender o que sentem e o que
pensam
É preciso trabalhar vínculos afetivos, os papéis desempenhados
por cada um e com a doença em si
2. FASE DE APROFUNDAMENTO:
Os familiares devem ser incentivados a contribuir com o tratamento
do paciente
As famílias podem expressar certo sensação de impotência, muitas
vezes inclusive os profissionais são acometidos desta sensação.
Isto é normal acontecer
Tanto o paciente quanto a família precisa ser conscientizada de
que a doença é um realidade, para acreditar na necessidade de
tratamento
A família deve ser alertada que haverá mudanças de
comportamento familiar e nas relações familiares. E isso será
bem-vindo no tratamento.
A família será o paciente:
Uma terapia psicológica familiar proporcionará:
● um espaço conjunto de reflexão sobre as relações familiares,
retirando o foco da alimentação e
● colocando-o nos vínculos afetivos, nas interações e nos
relacionamentos
Afeto:
● Falar de alimento é desde o começo da vida falar de afeto
● Falar em relação
● Falar sobre os conflitos familiares que intercambiam
sentimentos, sensações, percepções e emoções
Sugestão de linhas psicológicas de atendimento em
psicoterapia:
● Psicologia Cognitiva Comportamental –proposta de controle de
comportamento
● Psicanálise: proposta que visa tratar os problemas psíquicos
baseando na análise do discurso e no histórico do paciente.
Análise da força do inconsciente nas decisões do paciente
● Psicodrama: Técnicas que visam representar em cenas teatrais
as situações cotidianas que desencadeariam os transtornos
alimentares
● Psicoterapia na Abordagem Centrada na Pessoa: Visa facilitar
a descoberta do paciente de situações recorrentes que o levam
a agir dentro do transtorno e superar com autonomia essa
condição
Tratamento da Autoestima:
O NUTRICIONISTA deverá propor a busca de um tratamento de
Terapia Ocupacional:
Terapia Ocupacional: Uma terapia que se ocupa de utilizar
atividades como recurso terapêutico. E muitas vezes essa terapia é
utilizada para retratar situações da vida real. Situações reais.
O paciente é aquele que traz seus conceitos e ações advindos da
experiencia e o terapeuta é aquele que favorece as reflexões e
discussões na perspectiva de identificar e tratar as questões
conflituosas.
Criatividade:
O foco das sessões deverá:
1. Favorecer a identificação e a discussão sobre imagem corporal
distorcidas e suas dificuldades no dia a dia
2. Propor atividades que encorajem a autoexpressão
3. Proporcionar atividade de cuidados pessoais
4. Organizar passeios, visando melhorar o relacionamento social
5. E no caos específico da Bulimia, sugerir que o paciente suprima
a ingesta de líquido o que dificultaria ainda mais o vômito
autoinduzido
6. Além dos atendimentos em grupo, os pacientes devem ser
acompanhados individualmente(geralmente pacientes com T.A.
tem dificuldades no toque de si mesmos, oferecer objetos como
bolinhas, bexigas, rolinhos, podem ajudar em processos
terapêuticos)Atividades como desenhar o próprio corpo poderá
ser revelador
Tratamento dos T.A.
Sugestão para a ação dos nutricionistas
A TERAPIA MÉDICA NUTRICIONAL (segundo a American Dietetic
Association)
Duas fases:
1. Fase Educacional: Fornecer informações nutricionais ao
paciente
● Fornecer informações nutricionais ao paciente, quantificando
os padrões de comportamento de consumo de nutrientes,
identifica os efeitos deles no estilo de vida. Direcionar metas e
planos para o tratamento
● Estabelecer uma relação de colaboração entre o nutricionista e
o paciente, visando falar dos problemas para superá-los
● definir e discutir princípios e conceitos relevantes sobre os
alimentos, nutrição e estabilização do peso. Conversar sobre
os efeitos da inanição, compulsão, purgação e restrição
alimentar
● Apresentar exemplos de padrões de fome, padrão típico de
consumo alimentar e consumo calórico total
● Orientar a família. A educação da família deve ser feita de
forma cautelosa junto com a psicoterapia
● O nutricionista poderá ajudar o paciente a diminuir as
frustrações no horário das refeições ao aliviar a família da
responsabilidade de monitorá-lo no consumo alimentar e ou de
mudar de hábitos alimentares
2. Fase Experimental: Baseia-se no aconselhamento/ O
nutricionista ter um relacionamento mais próximo quanto
possível da equipe multiprofissional
● Separar comportamentos relacionados com o alimento e com
o peso dos sentimentos e das questões psicológicas
● Incrementar as mudanças de comportamentos alimentares até
que o padrão de consumo alimentar esteja normalizado
● Monitorar o aumento ou a perda de peso
● Orientar a manutenção de um peso adequado, sem
comportamentos anormais de alimentação e controle de peso
● Orientar o comportamento com o alimento em ocasiões sociais
Um diário alimentar
O tratamento requer ainda o uso de um Diário Alimentar para
avaliação do padrão e do comportamento alimentares
Técnica comportamental: No diário alimentar os pacientes devem:
1. Registrar o horário e o local de cada refeição
2. Deve-se fazer o registro dos sentimentos associados àquele
momento
3. Deve se incentivar os pacientes a relacionaros conflitos
existentes no dia a dia, quer seja com a família, com pessoas
de suas interrelação pessoal, cônjuge e outros
4. O diário se torna um documento pessoal que simboliza a
relação entre o terapeuta nutricional e o paciente
5. Sugere controle, disciplina e avaliação constante de todos os
aspectos nutricionais
6. O diário e o nutricionista ajudam o paciente a planejar o
cardápio e as refeições
7. Deve-se proporcionar o acompanhamento do peso do paciente
(mas o paciente não deve se pesar sozinho, e sim sempre o
nutricionista)
AULA 12: Caso Clínico- Diagnóstico, prevenção e tratamento
Texto – Nutrição Comportamental: ALVARENGA e outros, Nutrição
Comportamental, Barueri, Manole, 2019, Cap.12, p.301 a 328
Promover real mudança de comportamento é um desafio que não é
garantido com prescrição ou apenas educação nutricional. Uma
ferramenta para trabalhar a mudança de comportamento é a
terapia cognitivocomportamental (TCC), que tem como princípio
que as nossas emoções e comportamentos são determinados pela
forma como interpretamos a realidade.
Terapia Cognitiva Comportamental
A TC baseia-se no modelo cognitivo, que levanta a hipótese de que
as emoções e os comportamentos são influenciados pela
percepção e interpretação dos eventos.
O objetivo da TC é: descrever os conceitos (resultado de
pensamentos) envolvidos no desenvolvimento de determinada
doença ou Descrever padrão de comportamento que podem
tornar-se disfuncionais, e, a partir daí, fornecer estratégias para
mudança desses conceitos.
Com relação às crenças dos pacientes:
CRENÇAS
1. Crenças centrais : são o nível mais fundamental de
crença; elas são: globais, rígidas e supergeneralizadas.
“sou carente, ineficiente, incompetente, fracassado, não sou bom o
suficiente” (referindo-se ao desamparo) ou “não sou atraente,
ninguém me quer, ninguém liga pra mim, não tenho valor, não sou
bom o suficiente”
2. Crenças intermediárias: são 3 categorias:
Regras autoimpostas (“eu devo comer apenas o essencial para
matar a fome”)
Atitudes (“eu preciso evitar chocolate para ser magro”)
Suposições (“se eu estiver acima do peso ninguém vai gostar de
mim”; “se eu for magro, todos vão gostar mais de mim”)
SITUAÇÃO
• Paciente: JLB, 32, professora, IMC 31, 0 Kg/m²
• Diagnósticos/sintomas: obesidade, gastrite, depressão
Influências do desenvolvimento: a mãe sempre fez dietas e
restringiu, em casa, o consumo de doces e alimentos que
considerava calóricos, proibindo JLB inclusive de ir a festas na
infância.
JLB faz tratamento para obesidade desde os 10 anos, com uso de
medicamentos, dietas restritivas e idas a SPA.
Pai ausente, mas muito exigente em relação aos estudos e à
estética
Questões situacionais: foi morar sozinha aos 25 anos e começou a
comer “o que queria”, o que a fez passar a exagerar em algumas
refeições e começar a ganhar peso. Após retorno de um SPA, onde
consumia 300 kcal por dia, durante 10 dias, e perdeu 5 kg, passou
a desenvolver episódios de compulsão alimentar e ganhou 6,5 kg
em 2 meses
Fatores biológicos, genéticos e médicos: o pai tem obesidade e já
teve depressão, a avó materna faleceu de câncer de estômago
Pontos fortes/recursos: educação universitária; bom emprego;
histórico de prêmios e promoções na escola, na faculdade e no
trabalho; bom relacionamento com amigos e namorado; gosta de
frutas, verduras e legumes; bons hábitos alimentares no dia a dia;
interesse em praticar atividade física; prepara a maior parte de
suas refeições
Objetivos da paciente no tratamento: 1. Emagrecer 2. Tratar a
gastrite 3. Cessar os episódios de compulsão alimentar 4.
Consolidar bons hábitos alimentares
Crenças e esquemas de pensamento de LJB
● “Sou incompetente”, “TENHO QUE SER MAGRA”, “se eu
não fizer dieta rigorosa, nunca vou emagrecer”
● Hipótese de trabalho: Evitar situações temidas
● Plano de tratamento:
1- Intervenção comportamental – metas graduais – motivação
interna para comer e escolher os alimentos com equilíbrio
2- Educação nutricional: Focar na percepção dos sinais de fome e
saciedade
3- Modificação de pensamentos automáticos e negativos (por meio
p.ex. do diário alimentar)
4- Desenvolver habilidades para fazer suas próprias escolhas
alimentares, usando técnicas para percepção de pensamentos
ruins e buscar soluções para os problemas
Outras técnicas:
● Metas (tarefas graduais) - desenvolver uma lista de atividades
com nível crescente de dificuldade. As metas devem ser
viáveis.
● Psicoeducação: visa informar o paciente sobre sua condição ou
diagnóstico a fim de que ele tenha clareza em relação aos
sintomas, ao tratamento e diagnóstico. Mas a pergunta
principal dessa técnica é: “o que disso se aplica ao meu
caso?”.
● Prevenção de recaídas: fracionar a alimentação, comer todos
os grupos alimentares nas refeições principais, planejar a
inclusão de “guloseimas” etc.), além de mudanças nas reações
cognitivas e emocionais associadas
Existem outras técnicas:
● Troca de papéis
● Treino de solução de problemas
● Reversão de hábitos
● Distinção entre pensamentos e fatos
● Análise de custo-benefício
● Advogado de defesa
● Uso comportamento para resolver o pensamento negativo
AULA 13- Trabalho interdisciplina nos Transtorno Alimentares
No texto: GELBCKER, MATOS e SALLUM, Desafio para a
integração multiprofissional e interdisciplinar, apresenta-se:
Uma reflexão sobre como integrar profissionais tão diferentes em
um mesmo atendimento Porém:aponta-se a necessidade de um
modelo atual, que envolva:
- Atender as necessidades da população
- Uma política de humanização da assistência
- Um atendimento que vise a integralidade da assistência
PERGUNTAS COMUNS
Quais os desafios existem atualmente na área da saúde para que
possamos desenvolver um trabalho interdisciplinar?
Como ter uma prática multiprofissional e interdisciplinar, com uma
formação disciplinar?
Nutricionista –o protagonista
Dificuldades são muitas: desde formação fragmentada até a própria
forma como o trabalho na saúde tem se estruturado
O Sistema Único de Saúde apoia a integralidade. O que isso quer
dizer?
Um conjunto articulado e contínuo das ações e serviços
preventivos e curativos, individuais e coletivos, exigidos para cada
caso em todos os níveis de complexidade do sistema
Assim, Surge a Política Nacional de Humanização (PNH) em
decorrência de vários problemas que refletem no atendimento à
população,como:
● A desvalorização dos trabalhadores de saúde
● A precarização das relações de trabalho
● E o baixo investimento na educação permanente e modelos
de gestão verticalizados e centralizados que distanciamos
trabalhadores do seu próprio processo de trabalho
Propõe-se:
A PNH constitui-se como uma estratégia que: Qualifica a atenção e
a gestão integral
Adota-se o fortalecimento de trabalho em equipe multiprofissional,
estimulando a transdisciplinaridade e a grupalidade. Busca de
complementaridade, ou seja colaboração dos saberes
Outras características
A heterogeneidade: devido à variedade de processos de trabalhos
coexistentes; fragmentação conceitual, do pensar e fazer, da
técnica (pluralidade profissional e social (divisão social de trabalho
e entre categorias
Para que ocorra um trabalho multiprofissional, Alguns aspectos
devam ser considerados:
● O perfil profissional
● As funções e responsabilidades de cada um
● O compartilhar das informações
● Discutir procedimentos e condutas/re-situar problemas no
conjunto da estrutura e organização do trabalho
● Estabelecimento de comunicação permanente
● Ética reflexiva sobre as decisões e atos que se realizam nos
serviços de saúde
Atualmente
● O sistema de saúde necessita aproximação entre as áreas
● Interdicisplinaridade falada e interdisciplinaridade vivida
● O que ocorre é : os profissionais discutem e defendem a
interdisciplinaridade, porém, permanecem limitados as suas
disciplinas e práticas individuais, fragmentadas
Articulação dos saberes
● A articulação dos saberes é uma necessidade tanto na
multidisciplinaridade com o na interdisciplinaridade
● Multidisciplinaridade em Nutrição
Em

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