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PSICOLOGIA AULA 1- DESENVOLVIMENTO HUMANO E PSICOSSOMÁTICA Psicologia do Desenvolvimento Humano: Estuda o desenvolvimento humano desde o nascimento até a vida adulta Todos os aspectos: ● Físico-motor ● Intelectual ● Afetivo-emocional ● Social Em termos alimentares: ● Nosso comportamento saudável/ou não saudável é resultado de: Dia a dia e Cultura DESENVOLVIMENTO HUMANO O objetivo do desenvolvimento humano (estruturas, dinâmicas e funções) é assegurar o equilíbrio de um organismo permanentemente solicitado por estímulos internos e externos O ser vivo não é apenas objeto de organizações, de hierarquizações e de associações, mas também objeto de movimentos regressivos de destruição e de desorganização A patologia também faz parte dos meios do indivíduo para regular sua homeostase ou suas relações com o meio HISTÓRICO Visão holística -Grécia antiga –Hipócrates, Platão e Aristóteles –mente e corpo constituem uma unidade indivisível ou um todo –tratamento dos doentes –pessoa como um todo Pensamento cartesiano –França Sec. XVII -Descartes –distinção entre mente e corpo –dualismo –medicina se ocupar do corpo (máquina) –contexto cultural (psicologia não existia como ciência, terreno da filosofia que era ramo da religião) Os males do corpo cabiam aos cuidados médicos e os males do espírito ou da alma aos sacerdotes. Uma verdadeira divisão social de trabalho e de poder. Sustentação científica da prática da medicina (reducionista) Meio interno –estabilidade é condição essencial para a vida, sendo a doença um distúrbio de regulação de seus mecanismos estabilizadores Homeostase–base fisiológica para a concepção holística -todo e qualquer estímulo, incluindo psicossocial, que perturba o funcionamento do organismo como um todo QUANDO FALAMOS –PSICOLÓGICO? O que –psicológico -quer dizer? Quer dizer que estamos falando de um estado –ou modo de estar Estado psicológico se refere a toda a manifestação existente na mente humana, este estado sugere conter nossas emoções, nossos pensamentos, nossos afetos e nossas sensações e percepções EXPERIÊNCIAS PESSOAIS X SENTIMENTOS Vida interior ou nossa PSIQUÊ Nossos sentimentos desenvolvem-se desde a infância e podem marcar nossa vida toda Por exemplo: Podemos ser criados em uma família muito carinhosa mas desenvolvermos um comportamento agressivo sem explicação. Por que somos únicos na interpretação que damos aos eventos da vida e à forma como somos tratados em família PSICOSSOMÁTICA PSIQUÉ: Manifestações psíquicas: ● Pensamentos ● Imaginação ● Julgamentos ● Raivas/Mágoas/Tristezas CORPO: Sensações corporais: ● Dores ● Fadigas ● Palpitações ● Além de doenças variadas como ou não sintomas concretos NA INFÂNCIA: Os sentimentos podem ser tão marcantes a ponto de levarem as pessoas a terem comportamentos repetitivos na vida Por ex: A fase oral: que deve ir de 0 a 2 (aproximadamente) Tudo pode interferir no desenvolvimento (amamentação, afeto durante os cuidados cotidianos, privação de alimento, ambiente familiar) Quando não recebemos afeto básico necessário durante o aleitamento poderemos desenvolver problemas emocionais para vida toda. Isto pode ir desde levar o dedo à boca (prática de chupar o dedo) até desenvolvermos vícios como roer unhas, comer compulsivamente, fumar, etc. NA ADOLESCÊNCIA: Por volta do 12 anos (aos poucos compreendemos) ● Por que alguns comem tanto e não engordam? ● Quero ser igual ao meu artista preferido (mas não consigo) ● Por que ele é assim e eu não sou? Ele é bonito e eu não sou ● Tenho fome. Ah! Mas se eu comer... ● Sou apaixonada por ele/ Sou apaixonado por ela Vamos descobrindo que as diferenças fazem com que as pessoas se sintam fracassadas e desprezadas Na Psicologia dizemos que entramos em desequilíbrio emocional Ou Incongruência: Quando nossas emoções não combinam com nossas reações corporais SOMA E PSIQUE: A RELAÇÃO ENTRE AMBOS NO DESENVOLVIMENTO DO SINTOMA E NO PROCESSO DE ADOECIMENTO HUMANO STRESS: Organismo quando exposto a um esforço desencadeado por uma agressão, seja ela física, química, biológica ou psicossocial, apresenta tendência de responder de forma uniforme e inespecífica, anatômica e fisiologicamente a estes agentes estressores Conjunto de reações inespecíficas que um organismo desenvolve, frente a situações que exigem um esforço de adaptação SÍNDROME GERAL DE ADAPTAÇÃO: ● Fase de alarme diante da ameaça ● Fase de resistência ● Fase de exaustão/esgotamento A patologia orgânica pode decorrer tanto da incapacidade do organismo em desencadear as reações de defesa, como da persistência destas reações, além do necessário Caracteriza o stress como sendo elemento real ou imaginado, que desencadearia de forma aguda ou crônica a Síndrome Geral de Adaptação.(Selye) PSICANÁLISE FREUD –NEUROLOGISTA: Histeria de conversão –limites das concepções neurológicas A sintomatologia orgânica não apresentava nenhuma correspondência com a estrutura anatômica dos órgãos afetados Freud questiona as vias que levam o conflito psíquico a se manifestar na esfera somática, aceitando aquilo que a ciência de sua época rejeitava –os sonhos, os lapsos, a histeria e inclusive, uma outra anatomia imaginária: Inconsciente UM CONCEITO: MEDICINA PSICOSSOMÁTICA DENOMINAÇÃO DE MEDICINA PSICOSSOMÁTICA –“É UM ESTUDO DAS RELAÇÕES MENTE CORPO COM ÊNFASE NA EXPLICAÇÃO DA PATOLOGIA SOMÁTICA, UMA PROPOSTA DE ASSISTÊNCIA INTEGRAL E UMA TRANSCRIÇÃO PARA A LINGUAGEM PSICOLÓGICA DOS SINTOMAS CORPORAIS”. “SOMATIZAR”: Transformar (conflitos psíquicos) em afecções de órgãos ou em problemas psicossomáticos. CORRENTES TEÓRICAS: Relações entre conflitos emocionais específicos e estruturas de personalidade com alguns tipos de doenças somáticas (ulceras, alergias, enxaquecas, asma, distúrbios digestivos) e reações emocionais e respostas do Sistema Nervoso Central –Escola de Chicago Aumento da incidência de patologias somáticas em quadros depressivos. Relação entre emoções e sistema imunológico e detectar estruturas e mecanismos de natureza celular, fisiológica e anatômica que poderiam mediatizar a percepção de eventos internos e externos, sua elaboração e a reações do organismo Psiconeuroimunologia-Neuropsicoimunologia(1981) Causa e efeito ADOECIMENTO NA PSICOSSOMÁTICA: Para Psicologia: ● Sentimentos (desejos) ● Necessidades (prazeres ou desprazeres) Para o físico/corpo: ● Vontade ● Compulsão ● Ansiedade (tremores nas extremidades) ● Angústia (dores no peito) DOENÇAS FÍSICAS E EMOCIONAIS: A patologia somática é o resultado da impossibilidade de elaboração da excitação através dos recursos psíquicos do indivíduo, em função de uma estruturação deficiente, no plano representativo emocional do aparelho mental A perturbação do funcionamento mental pode, segundo as características do desenvolvimento e o momento de vida de cada indivíduo, resultar tanto em patologias psíquicas como somáticas Dialética contínua existente entre soma e psique, entre as diversas etapas do desenvolvimento individual, e sobretudo nas relações interpessoais. ENTENDER PARA TRATAR: Toda patologia –mental, somática ou comportamental –apesar de seu caráter desviante e regressivo, é ainda uma tentativa de estabelecimento de um equilíbrio do organismo, que não consegue enfrentar as tensões internas ou externas às quais esta submetido através de recursos mais evoluídos O adoecer deixa de ser considerado como a consequência de um evento único, para ser compreendido como a resultante dinâmica de um conjunto vetorial composto tanto por forças do sujeito, como do meio no qual ele vive QUANDO O SOFRIMENTO NÃO PODE EXPRESSAR-SE PELO PRANTO, ELE FAZ CHORAREM OUTROS ÓRGÃOS AULA 2- Simbolismo Alimentar A alimentação mostra-se um fenômeno de difícil abordagem, que não se presta a generalizações ou explicações simplificadoras Na alimentação humana, natureza e culturas e encontram, pois se comer é uma necessidade vital, o quê, quando e com quem comer são aspectos que fazem parte de um sistema que implica atribuição de significados ao ato alimentar Como um fenômenosocial, a alimentação não se restringe a ser uma resposta ao imperativo de sobrevivência, ao ‘comer para viver’, pois se os homens necessitam sobreviver (e, para isso, alimentar-se), eles sobrevivem de maneira particular, culturalmente forjada e culturalmente marcada. Os homens criam ‘maneiras de viver’ diferentes, resultando numa grande diversidade cultural Comida é.... Além da dimensão biológica, a alimentação humana como um ato social e cultural faz com que sejam produzidos diversos sistemas alimentares Fatores de ordem ecológica, histórica, social e econômica implicam representações e imaginários sociais envolvendo escolhas e classificações Estando a alimentação impregnada pela cultura, é possível pensar os sistemas alimentares como sistemas simbólicos em que códigos sociais estão presentes atuando no estabelecimento de relações dos homens entre si e com a natureza Se comida serve para identificar, reconhecer, ela serve também para estigmatizar Comida não é apenas uma substancia alimentar mas é também um modo, um estilo e um jeito de alimentar-se. E o jeito de comer define não só aquilo que é ingerido, como também aquele que o ingere. (DaMatta) No processo de construção, afirmação e reconstrução de identidades sociais, determinados elementos culturais, como a comida, podem se transformar em marcadores identitários, apropriados e utilizados pelo grupo como símbolo de uma identidade reivindicada. “Pratos emblemáticos” que representariam um grupo –emblema como figura simbólica destinada a representar um grupo, faz parte de um discurso que expressa um pertencimento, uma identidade ● Condições históricas –hierarquização ● Cozinha no país colonizado ● Feijão com arroz –feijoada ● Pratos típicos regionais ● O gosto História: ● Metade do sec. XX –transição nutricional ● Declínio marcante da subnutrição e aumento da prevalência de excesso de peso e obesidade –econômicos, sociais e demográficos = perfil de saúde ● Sobrepeso e obesidade ● Doenças crônicas não transmissíveis: cardiovasculares, diabetes e hipertensão arterial ● Mudanças nos padrões alimentares –consumo, produção e comercialização ● Alimentos tradicionais –industrializados ● Estilo de vida e atividade física Nutricionista: Cabe ao nutricionista avaliar cada um de forma individual, para que possa compreender tudo o que envolve os hábitos dos indivíduos e orientá-los de acordo com suas necessidades, em prol da saúde Além de conhecer o estado nutricional do paciente, para melhor investigar e entender suas práticas alimentares, é importante assimilar certos conceitos, suas particularidades e seus determinantes, como é o caso do hábito e do comportamento alimentar Hábito: disposição adquirida pela repetição frequente de um ato, uso ou costume. Hábito alimentar corresponde à adoção de um tipo de prática que tem a ver com costumes estabelecidos tradicionalmente e que atravessam gerações, com as possibilidades reais de aquisição dos alimentos e com uma sociabilidade construída tanto no âmbito familiar e comunitário como compartilhada e atualizada pelas outras dimensões da vida social (Fontes et al, 2011) Os meios pelos quais os indivíduos, ou grupos de indivíduos, respondem a pressões sociais e culturais, selecionam, consomem e utilizam porções de alimentos disponíveis, ou seja, é a atitude do indivíduo frente ao alimento (Pita, 2010) Comportamento alimentar: Como todas as formas de convívio com o alimento (Carvalho, 2013) Atitudes relacionadas às práticas alimentares em associação a atributos socioculturais, como os aspectos subjetivos intrínsecos do indivíduo e próprios de uma coletividade, que estejam envolvidos com o ato de se alimentar ou com o alimento em si (Garcia, 2009) Conjunto de ações relacionadas ao alimento, que começa com a decisão, disponibilidade, modo de preparo, utensílios, horários e divisão das refeições e encerra com a ingestão (Matias et al, 2010) Hábito alimentar: O conceito de hábito alimentar como os costumes e o modo de comer de uma pessoa ou comunidade pode ser, (o que os psicólogos chamam de “inconsciente”) sem pensar Trata-se de algo muito complexo, pois comer é um ato social que vai para além das necessidades básicas de alimentação, indispensável ao desenvolvimento dos valores vitais, comum a todo ser humano, além de estar associado com as relações sociais, às escolhas inseridas em cada indivíduo através de gerações e às sensações proporcionadas pelos sentidos (Aitzingen, 2011) Dificuldades de mudanças Temos dificuldade em mudar hábitos e comportamentos, por que geralmente são inconscientes e nos fazem agir de forma automática, por ex:como abrir a geladeira ao passeara pela cozinha, ou parar de comer somente quando o pacote acaba, etc.(Alvarenga, p.32) Determinantes das escolhas alimentares: ● Escolaridade e renda (escolhas mais saudáveis) ● Mídia (dita regras, TV, hábitos infância) ● Peso e imagem corporal (insatisfação e restrição alimentar) ● Cultura (sociedade, religião, crenças, usos e costumes) ● Ambiente familiar (papel da mulher, comodidade e praticidade) ● Psicológicos (autoconfiança na escolha, contexto social) ● Fatores intrínsecos: preparação, características organolépticas, aspectos, textura, temperatura, cor, odor, sabor, qualidade ● Fatores pessoais:nível de expectativa, prioridade, familiaridade, influencia dos outros, personalidade, humor, apetite, emoções, família, educação ● Fatores culturais e religiosos: restrições, tradições, influencias culturais ● Fatores biológicos (sexo, idade), fisiológicos(mudanças, doenças) e psicológicos ● Fatores extrínsecos: fatores ambientais, situacionais, publicidade, variações sazonais ● Fatores socioeconômicos: condições econômicas, custo dos alimentos, segurança, hábitos passados, convencionalidade, prestígio Determinantes da escolha alimentar relacionados ao alimento, ao indivíduo e ao ambiente Relacionado ao alimento: Sabor, aparência, valor nutricional, qualidade e higiene, cheiro, textura, variedade, preço, origem, familiaridade. Relacionados ao ambiente: a) Fatores físicos: Odor, iluminação, conforto, limpeza, localização, opções disponíveis, presença de pessoas conhecidas e distrações do ambiente b) Fatores socioculturais: Família, pares, mídias e cultura local Relacionados à pessoa (que come): a) Biológicos Fisiológicos, patológicos, genéticos, preferências alimentares, idade, sexo, e estado nutricional b) Socioeconômicos: Renda familiar, escolaridade, preço c) Antropológicos: Crenças, emoções, expectativas, experiencias positivas e negativas Em síntese: A ideia do hábito alimentar não pode ser restrita ao domínio individual, pois, uma vez inscrito na cultura, o indivíduo é atravessado por disposições que o ultrapassam e o marcam de modo indelével Os hábitos são formados desde a infância e vão se modificando de acordo com o processo de socialização. Na adolescência os hábitos alimentares se modificam na busca da identidade grupal e ao longo da vida sofrerão outras influencias, mudanças e alterações O comportamento alimentar deve ser observado para a prevenção de doenças, uma vez que é repetidamente associado aos fatores de risco à saúde Contradições, certezas e generalizações: A obesidade é uma doença ocasionada por fraquezas individuais, ideia que é reforçada e disseminada pelo senso comum, dificultando ainda mais os tratamentos (Seixas e Birman, 2012) Tendência à responsabilização dos indivíduos pelas mudanças nos hábitos e comportamentos alimentares levando a um aumento no interesse por estudos psicológicos. E como todas as coisas são causadas e causadoras, ajudadas e ajudantes, mediatas e imediatas, e todas se mantém por um laço natural e insensível que liga as mais afastadas e as mais diferentes, tenho como impossível conhecer as partes sem conhecer o todo, bem como conhecer o todo sem conhecer as partes. (Morin, 2010) Um desafio: As mudanças de comportamento que se pretende propor, nesse olhar mais amplo, não se retringe ao consumo de alimentos, “mas tem influencia sobre toda uma constelaçãode significados ligados ao comer, ao por e ao viver. Temos, portanto, o desafio de mudar comportamentos sem perder os significados da alimentação e a capacidade crítica” (Alvarenga, p.50) AULA 3- Imagem corporal e esquema corporal Cultura do Narcisismo: o espetáculo do corpo Mídia e sociedade: a cultura do consumo Corpo: Corpo como ferramenta, mediador, organizado entre a psique e o mundo, através do qual o sujeito é reconhecido e com o qual se identifica ● Corpo simbólico atravessado pela linguagem, o corpo da representação, com representação no psiquismo, onde a pulsão é representada, sem entretanto aparecer em forma direta ● Corpo biológico -carne Nosso corpo é, antes de tudo, nosso primeiro e maior mistério. Para estarmos realmente presentes no mundo, é preciso reconhecer que somos um corpo em sua imensidão de complexos processos que nos fazem ricos em sua consciência e inconsciência desconcertantes e pragmáticas e em suas atitudes, que são sempre corporais (Barros, 2005) A rede simbólica que antecede à identidade própria Antes de qualquer formação do sujeito humano, de um sujeito que pensa, que se situa no mundo -ele é contado Sexo, nome, sobrenome, o que vai ser quando crescer... O Desamparo do bebê (lactante): O termo “desamparo” pode ser pensado como a dependência total da criança em relação a outra pessoa para a satisfação de suas necessidades. Na espécie humana, primeiro a criança adquire o movimento da cabeça, depois o do tronco, etc., seguido de um desenvolvimento céfalo-caudal. Os neurologistas atribuem este fenômeno à prematuração do sistema nervoso. A Importância da Função Materna: O grito, o choro, o desconforto, levando ao contorno apaziguador dos cuidados maternais, onde a condição simbolizante se realiza. Os sons emitidos pelo infans (criança que ainda não se comunica por meio da linguagem) têm caráter imperativo e são interpretados arbitrariamente. Se isto não acontece, caracteriza-se a morte. A intervenção do agente da função materna é a condição de possibilidade do vir-a-ser. A Imagem Reconhecida no Espelho: “O pequeno homem, numa idade em que é, por um tempo curto, mas por um tempo ainda, ultrapassado em inteligência instrumental pelo chimpanzé, reconhece, contudo, já como tal, a sua imagem no espelho”-J. Lacan “O Estádio do Espelho...” Isso quer dizer que, embora o bebê humano não tenha condições neurológicas para dominar a organização do seu esquema corporal, porque ainda não pode coordenar seus movimentos, pode reconhecer-se no espelho. A Criança e a Relação com o Outro: Neste momento em que se assume como totalidade na sua imagem especular, a criança retorna sua cabeça sobre a pessoa que a sustenta, que está atrás dela. Pede-lhe assentimento, confirmação do valor desta imagem. O testemunho materno só aparece à margem e pode faltar. O rosto da mãe pode, ou não, corresponder a esta imagem “refletida no espelho”. A Imagem Inconsciente do Corpo: O importante não é o caráter especular do espelho nem a imagem que lá se reflete, mas a função relacional cumprida por um todo outro espelho de uma toda outra natureza: o espelho do sujeito no outro”.F. Dolto, “A Criança no Espelho” “Esta ferida determinada pela imagem espelhada, suscita na criança uma espécie de alerta permanentea fim de que lhe seja assegurado que a imagem é bastante regulada pelo olhar de seu ser na relação com os outros; em suma, a fim de defender sua identidade”. F. Dolto Uma Pergunta Incessante “O que quer o Outro de mim?” O que a criança busca é fazer-se desejo de desejo, poder satisfazer o desejo da mãe. Para agradar à mãe, é preciso supor uma imagem ideal. Quando nos deparamos com distúrbios na imagem corporal, somos levados a pensar na constituição destes sujeitos e na forma como se deu o reconhecimento do corpo próprio no olhar do agente da maternagem. Toda demanda, a partir deste momento, passa a ser demanda de amor. Imagem corporal: ● Membro fantasma ● Fenômeno multifacetado Schilder-Contexto orgânico, psicanálise e sociologia Não é só uma construção cognitiva, mas também uma reflexão dos desejos, atitudes emocionais e interação com os outros Esquema corporal (neurologia)-controvérsias Esquema corporal: “É conotado como uma estrutura neuro motora que permite ao indivíduo estar consciente do seu próprio corpo anatômico, ajustando-o às solicitações de situações novas, e desenvolvendo ações de forma adequada”(Rodrigues 1987) (Damásio, 2000) Dolto (2011): Esquema corporal: é uma realidade de fato, mais ou menos comum a todos os indivíduos de uma cultura, época e região; estrutura-se mediante o aprendizado e a experiência, e é consciente, pré-consciente e inconsciente. magem corporal: é própria a cada sujeito e está ligada a sua história, é síntese das experiências relacionais do sujeito, é simbólica. É inconsciente, dinâmica, estrutura-se através da relação entre sujeitos e é nela que se inscrevem as experiências, que não são da ordem das necessidades, mas sim dos desejos Imagem corporal: ● Estrutura fisiológica: organizações anatomofisiológicas ● Estrutura libidinal: experiências emocionais vividas nos relacionamentos humanos ● Estrutura sociológica: relações pessoais e na aprendizagem de valores culturais e sociais O desenvolvimento da imagem corporal é intimamente ligado à estruturação da identidade no seio de um grupo social A preocupação com a dimensão corporal, apresentada pelas pessoas que cercam o indivíduo, interfere de modo fundamental na elaboração da imagem corporal desse indivíduo Consequentemente não existiria uma realidade objetiva per se, pois toda realidade seria representada, apropriada pelo indivíduo e seu grupo, reconstituída em seus universos simbólicos e integradas em seus sistemas de valores (Moscovici) Construímos e destruímos discursos corporais que resultam em um conhecimento de nossa vida. O corpo, então, é o lugar onde há a quebra de simetria, onde tudo pode acontecer e acontece Também construímos e destruímos nossa imagem corporal. É uma sucessão de tentativas para buscar uma imagem e corpos ideais Nossa imagem corporal só adquire suas possibilidades e existência porque nosso corpo não é isolado. Um corpo é, necessariamente, um corpo entre corpos. Precisamos ter outros à nossa volta AULA 4-Obesidade no ciclo vital: influências familiares e sociais, psicologia do desenvolvimento Estigmas e preconceitos associados à obesidade OBESIDADE: ● Etiológicos: genéticos e orgânicos ● Fatores socioculturais ● Falta de atividade física ● Fatores educacionais ● Fatores psicológicos ● IBGE (2015): 56,9% sobrepeso e 20,8% obesas OMS (2015): Obesidade se caracteriza como o acumulo anormal ou excessivo de gordura que pode ser prejudicial à saúde, sendo sua causa atribuída a um desequilíbrio energético entre as calorias gastas e consumidas. Fatores desencadeantes: o aumento da ingestão de alimentos ricos em gorduras, sal e açucares, e pobres em vitaminas e minerais, juntamente com a diminuição das atividades físicas, advindas do processo de urbanização em todo o mundo Aspectos biológicos, metabólicos e genéticos quanto aspectos culturais, sociais, econômicos e psicológicos A ALIMENTAÇÃO O principal foco de interação entre pais e filhos durante os primeiros anos de vida – amamentação Durante a amamentação o reflexo da expressão orofacial é interpretado pelos pais – prazer, gosto ou desgosto ao sabor – forma de comunicação 2º semestre – alimentos sólidos - pais ansiosos e estressados O que é comer, quando comer, como comer, o que se come e o que não é comestível – sabores apropriados e que combinam com o grupo social A INFÂNCIA A alimentação durante a infância, ao mesmo tempo em que é importante para o crescimento e desenvolvimento, pode também representar um dos principais fatores de prevenção de algumas doenças na fase adulta A criança é influenciada pelo ambiente onde vive Suas atitudes são, frequentemente, reflexos desse ambiente. Quando o meio ambiente é desfavorável, o mesmo poderá propiciarcondições que levem ao desenvolvimento de distúrbios alimentares que, uma vez instalados, poderão permanecer ao longo de toda vida Disponibilidade, aceitabilidade e preferência alimentar : Conhecimento de diferentes alimentos como essencial Preferência pelo sabor-nutriente pode ser aprendida antes do desmame e influenciar a escolha dos alimentos durante o desmame Preferências mudam em consequência de experiências e aprendizados - gosto associado a situações boas ou ruins Efeito de familiaridade – memória afetiva Exposição sistemática Escolhem os que lhe são servidos com frequência, preferem os disponíveis e fáceis de comer Alimentos acessíveis e prontos para o consumo Crianças não comem o que não gostam - insistência x alternativas Relações de controle e de poder com os pais - alimentação Os hábitos alimentares de adultos jovens, como comer todos os alimentos presentes no prato, usar o alimento como um incentivo ou uma ameaça, comer a sobremesa e realizar as refeições em horários programados, foram relacionadas com as mesmas práticas de alimentação utilizadas pelos pais deles durante a infância. Adultos jovens, ao selecionar um alimento, relembram as considerações a respeito de nutrição ditadas por seus pais. Esta é uma constatação intrigante de como os pais podem influenciar, a longo prazo, as práticas alimentares de seus filhos (Rossi, Moreira e Rauen, 2008) As refeições: contexto social, ato de comer e determinantes cognitivos Refeição individual ou em família Aprendem não somente em suas experiências mas também observando outros Comer em companhia dos pais, irmãos e amigos Interferências positivas e negativas – memória Escolhas alimentares são complexas, dinâmicas e multifacetadas, envolvem relacionamentos sociais e consequências a curto e a longo prazo para a saúde NEOFOBIA ALIMENTAR O padrão alimentar do pré-escolar é determinado por suas escolhas A dificuldade em fazer com que a criança aceite uma alimentação variada, aumentando suas preferências e adquirindo um hábito alimentar mais adequado Muitas crianças têm medo de experimentar novos alimentos e sabores Pode ser reduzida por métodos de aprendizagem e contato com os alimentos, sabores, sensações pós-ingesta e contexto social alimentar GRUPO SOCIAL Determina: as escolhas alimentares, a quantidade dos alimentos, o tempo e o intervalo para comer Normas e regras são estabelecidas pelo grupo social – programada ou pela sua vontade Rotina alimentar e ocasião social - alimentos diversos A criança não come apenas por fome, mas pela sugestão do ambiente e do contexto social PROCESSOS DE APRENDIZAGEM NA ALIMENTAÇÃO ● Aprendizagem pela exposição repetida e mera exposição (visão, olfato, paladar) ● Aprendizagem sabor-sabor (associação de sabores – açúcar) ● Aprendizagem nutriente-sabor (consequência fisiológica de saciedade) CONTEXTO ALIMENTAR Modelos alimentares Associações alimentares: -alimentos saudáveis e nutritivos com insistência e coação -alimentos ricos em gordura, sal e açúcar em situações agradáveis A interação positiva pode dar lugar a interações negativas com os pais utilizando estratégias coercitivas mesmo que com recompensas Quantidades maiores do que a criança ingere Montar prato longe da visão e sem consultá-la O grau de controle externo exercido pelos pais impede que a criança aprenda sobre a sensação de fome e da saciedade, afetando o seu próprio controle de ingesta alimentar, resultando assim, em alterações do seu peso. As crianças podem aprender a diferenciar sensações de fome de outra sensação, porém o oferecimento de alimentos por parte dos pais, sem a necessidade nutricional, pode resultar em alimentação inapropriada. Obesidade, família e transgeracionalidade (Coradine, Moré e Scherer, 2017) Influência da família em todo o processo – desenvolvimento humano e de socialização Ter um obeso em casa - fator estressor no ciclo vital do desenvolvimento da família e do indivíduo – ajustes na estrutura familiar e nos papéis desempenhados por cada um A dinâmica relacional familiar se apresenta a partir da história da construção e da manutenção dos vínculos afetivos na família Lealdades, crenças, mitos e os padrões familiares transmitidos em transgeracionalmente Hereditariedade - pai e +mãe Avós e seu passado alimentar – privação e excessos Segredos familiares - abusos, gravidez indesejada - atitudes de dependência, superproteção Padrão de funcionamento emaranhado – atrapalha autonomia de seus filhos CICLO VITAL ● Recém nascido (alimentação/separação/desmane) ● Criança (vergonha e culpa/responsabilidade materna, limite, fracasso, abuso) ● Adolescência (conflitos de identidade, alimentação mediação e comunicação, autonomia ) ● Vida adulta (autoestima, afetividade/sexualidade, estilo de vida, autocuidado ) ● Velhice (solidão, senescência, prazer) QUEM É OBESO? Padrões culturais atuais - até indivíduos com peso dentro dos parâmetros de normalidade podem sentir-se com peso acima do desejado EMOÇÃO E OBESIDADE Problemas emocionais como consequências da obesidade. Conflitos e problemas psicológicos podem preceder o desenvolvimento da obesidade nas diferentes fases da vida Depressão, ansiedade, autoestima... Obesidade: transtornos alimentares AULA 5- Obesidade mórbida: psicodinâmica Há vários métodos para evitar o sofrimento, contudo os métodos mais interessantes são os que procuram influenciar nosso organismo. O mais eficaz é a intoxicação. O serviço prestado pelos veículos intoxicantes na luta pela felicidade e no afastamento da desgraça é tão altamente apreciado como um benefício, que tantos indivíduos quanto povos lhe concederam um lugar permanente na economia da libido. Com o auxílio desses amortecedores de preocupações, é possível, em qualquer ocasião, afastar-se da pressão da realidade e encontrar refúgio num mundo próprio (Freud) Dados históricos - Índice de referência Em 1997 foi adotado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como o índice de referência de medida para a obesidade O índice aceito universalmente para a classificação da obesidade é o de massa corpórea (IMC) (proposto por Quetelej, em 1835) É expresso pelo peso em quilogramas do indivíduo dividido pelo quadrado da altura em metros. Obesidade mórbida A OMS divide a obesidade em três níveis: ● grau I com IMC entre 30 e 34,9 Kg/m2 ● grau II entre 35 e 39,9 Kg/m2 ● grau III obesidade mórbida com IMC acima de 40 Kg/m2 Classificação aceita: Sociedade Americana de Cirurgia Bariátrica a Federação Internacional de Cirurgia da Obesidade Divide a obesidade em seis níveis: 1. obesidade pequena (27 a 30 Kg/m2) 2. obesidade moderada (30 a 35 Kg/m2) 3. obesidade grave (35 a 40 Kg/m2) 4. obesidade mórbida (40 a 50 Kg/m2) 5. superobesidade (50 a 60 Kg/m2) 6. super-superobesidade (maior de 60 Kg/m2) Tratamento operatório: As indicações para o tratamento operatório da obesidade, de acordo com as normas da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica, são as seguintes: 1. Portadores de obesidade mórbida com IMC maior ou igual a 40 Kg/m2 registrado durante pelo menos dois anos. Devem apresentar insucesso em tratamentos conservadores realizados continuamente, de maneira séria e correta, também pelo período mínimo de dois anos; 2. Pacientes com IMC entre 35 e 39,9 Kg/m2, portadores de doenças crônicas desencadeadas ou agravadas pela obesidade Obesidade Mórbida ● IMC acima de 40 ● Indicação cirurgia: IMC acima de 40 ou 35 + doenças clínicas descompensadas pela própria obesidade ● Pacientes com OM devem ser encarados como portadores de uma doença que ameaça a vida, reduz a qualidade de vida e a autoestima e que requerem abordagens eficientes para promover uma redução do peso Doenças com, no mínimo, cinco anos de evolução e que melhorem com a perda de peso, como diabetes melito e hipertensão arterial, doenças osteoarticulares (principalmente de membros inferiores), apneia do sono, histórico de falha de tratamentos conservadoresprévios e ausência de doenças endócrinas como causa da obesidade (Pories, 2013) Obeso Mórbido: A pessoa portadora de obesidade apresenta um sofrimento psicológico resultante do preconceito social com a obesidade e também com as características do seu comportamento alimentar Presença de psicopatologia não é necessária para o surgimento da obesidade - multifatorial Causa x consequência? Tratamento psicológico em todo o processo Conhecer muito bem qual é o procedimento cirúrgico, riscos e benefícios Emagrecimento súbito pode incorrer em complicações Psicodinâmica do OM: Em sua imensa maioria trazem alterações emocionais – determinantes e/ou consequentes da obesidade A fase de desenvolvimento na qual tem inicio a obesidade faz diferença na evolução pós-operatória Magros que se tornaram obesos x obesos desde a infância Recuperar x construir nova imagem Sintomas depressivos, ansiedade, uso de substancias, alterações comportamentais e ideação suicida, dentre outras, são associadas às mudanças emocionais vivenciadas com o novo estado físico e psíquico Expectativas x fantasias x resultados x dificuldades x frustrações Expectativas para além do emagrecimento, resolução de conflitos interpessoais e conjugais, mudanças de traços definidos de suas personalidades Abuso de substancias (álcool e tabaco) e comportamentos de risco (envolvimentos extraconjugais e direção perigosa) O problema da obesidade fica evidenciado como parte de uma complexa situação que envolve o estado físico e emocional das pessoas, e sua resolução, pode expor dificuldades e limitações de ordem psíquica Abrandamento em traços de caráter oral, tais como dependência, submissão e insegurança Aumento em traços e comportamentos obsessivos Descrição da gordura como proteção e isolamento – retirada abrupta pode causar desproteção, caos e pânico Mudanças emocionais mais profundas precisam ser efetivadas e não apenas superficiais , vistas pela estética da perda do peso Risco do aumento do peso no pós-cirúrgico: angustia e pensamentos suicidas Autoestima, coragem e agressividade Renascer, tornar-se outra pessoa - frustração Alterações Psiquiátricas Não há consenso na literatura para contra indicar cirurgia Transtornos depressivos, afetivo bipolar e psicóticos - não recomendados Cuidado especial com etilistas – má evolução no pós-operatório e risco de morte Avaliação Psicológica ● Testes cognitivos ● Avaliação de personalidade ● Comportamentos compulsivos ● Álcool e outras drogas ● Técnicas Projetivas ● HTP e PDET (teste de desenho) ● Escalas de autoimagem Pré-operatório Informado das mudanças significativas Transtornos psiquiátricos e incapacidade cognitiva – ciência e anuência do processo Acompanhamento psicológico: fornecer condições para que o paciente perceba a amplitude do processo que passará e ajudar a tomar decisões mais conscientes de acordo com seu caso particular Pós-operatório: Período relatado como o mais difícil e complicado Recuperação do ato cirúrgico, maior desconforto e de adaptação à nova dieta Expectativas, ansiedade e a insegurança do novo Mudanças rápidas nos hábitos alimentares e no próprio corpo exigem reflexão e questionamentos emocionais Psicólogo: auxiliar o paciente a se conhecer e a se compreender melhor, a aderir de forma mais eficiente ao tratamento, envolvendo-o e tornando-o responsável pela vivencia de criação de uma nova identidade Baixa adesão A psicologia reconhece os benefícios que o emagrecimento pode trazer ao paciente, porém vê com menos entusiasmo a questão do emagrecimento rápido e acentuado promovido pelas técnicas cirúrgicas. A obesidade funciona muitas vezes como um falso self mental e corporal, que protege um verdadeiro self frágil e mal estruturado, atribuindo-se a isso a enorme dificuldade de emagrecimento em alguns pacientes AULA 6- Transtorno da Compulsão Alimentar Periódica (TCAP) DEFINIÇÃO: O transtorno da compulsão alimentar periódica (TCAP) pode ser considerado como um tipo de transtorno do comportamento alimentar situado entre a bulimia nervosa e a obesidade A característica central do transtorno é o episódio de compulsão alimentar, mas, diferente da bulimia nervosa, o paciente não se engaja em comportamentos compensatórios para controle de peso (vômitos, abuso de laxativos, exercício excessivo) Embora nem todos os pacientes que apresentam transtorno do comer compulsivo sejam obesos, grande parte deles evidenciam problemas de controle de peso corporal. Episódios do Tipo Binge Eating O TCAP é frequentemente associado ao termo binge eating, para descrever os episódios bulímicos. A tradução literal seria “farra” ou “orgia alimentar” Podemos encontrar na literatura: “ataque de comer”, “episódios de compulsão alimentar” e “episódios bulímicos” para definir o episódio central do transtorno] É descrito, de maneira simplificada, como a ingestão de uma grande quantidade de alimentos, seguida do sentimento da perda do controle do seu comportamento Critérios Diagnósticos para o TCAP: A. Episódios recorrentes de ataques de comer, caracterizado por: 1) Comer num breve período de tempo (ex. num período de 2 horas) uma quantidade de comida considerada definitivamente maior do que a maioria das pessoas comeria durante um período de tempo similar e em circunstâncias similares 2) Uma sensação de falta de controle durante os episódios, isto é, um sentimento de que não pode parar de comer ou controlar o que ou o quanto o indivíduo está comendo B. Os episódios de ataque de comer estão associados a pelo menos três ou mais dos seguintes itens: 1) Comer mais rápido do que o usual 2) Comer até se sentir inconfortavelmente “cheio” 3) Comer grandes quantidades de comida, sem se sentir com fome 4) Comer sozinho por se sentir constrangido com a quantidade que está comendo 5) Sentir-se decepcionado, deprimido, ou culpado após a “superingestão” C. O ataque de comer provoca um marcante desconforto D. Os episódios de ataque de comer ocorrerem em média duas vezes por semana durante seis meses E. O ataque de comer não está associado com o uso regular e inapropriado de comportamento compensatório (tipo purgativo, jejuns ou exercício excessivo) e não ocorre exclusivamente durante o curso de anorexia nervosa ou bulimia nervosa Epidemiologia e Perfil Clínico: 30% dos pacientes que procuravam tratamento para perda de peso apresentavam o transtorno, enquanto que somente 2% da população geral preenchiam os critérios diagnósticos para o TCAP A distribuição por sexos evidenciava um predomínio do sexo feminino na proporção de 3/2 A grande maioria dos pacientes refere um início precoce dos episódios de compulsão alimentar, geralmente na infância ou adolescência O uso de dietas começa normalmente após o aparecimento dos ataques de comer, diferente da bulimia nervosa O paciente com TCAP evidencia uma história de vários tratamentos anteriores para controlar o peso Evidenciam uma maior preocupação com a forma e a imagem corporal, aproximando-os dos pacientes com bulimia nervosa Há uma relação direta entre o grau de obesidade e o TCAP. Os ataques de comer aumentam conforme o grau de obesidade medido pelo IMC Considerações Finais Existe uma falsa ideia de que todos os indivíduos com transtorno do comer compulsivo apresentam sobrepeso. Os estudos com população geral evidenciaram que somente a metade deles pode ser considerada como apresentando sobrepeso (IMC 27 ou mais) De maneira geral os pacientes com TCAP, em comparação com os pacientes com obesidade hiperfágica, evidenciam maior comprometimento no trabalho e nas relações sociais e uma elevação de psicopatologia associada (depressão maior, distimia e uso de substâncias psicoativas) Pessoas com TCAP têm maior probabilidade de responder com alimentação a sentimentos e situações que causam tensões emocionais do que obesos sem TA Antecedentes: sentir solidão, tédio, raiva, ansiedade e estresse (sentimentos negativos) Apresentam: autoestima rebaixada, autoimagem negativa, autocrítica excessiva e propensão a comportamentosimpulsivos e tendem a sentir mais raiva e estresse ao vivenciar situações consideradas menos importantes por outros obesos Insatisfação com o corpo e pior imagem corporal, bem como distanciam mais o peso desejado do peso real; em consequência, têm maiores dificuldades em construir expectativas realistas sobre tratamentos Realizam auto avaliações centradas em seu peso e forma corpóreos e suas falhas em controlar a alimentação são generalizadas para outros aspectos da vida Tratamentos combinados AULA 7 - Anorexia DSM-V A. Restrição da ingesta calórica em relação às necessidades, levando a um peso corporal significativamente baixo no contexto de idade, gênero, trajetória do desenvolvimento e saúde física. Peso significativamente baixo é definido como um peso inferior ao peso mínimo normal ou, no caso de crianças e adolescentes, menor do que o minimamente esperado. B. Medo intenso de ganhar peso ou de engordar, ou comportamento persistente que interfere no ganho de peso, mesmo estando com peso significativamente baixo. C. Perturbação no modo como o próprio peso ou a forma corporal são vivenciados, influência indevida do peso ou da forma corporal na autoavaliação ou ausência persistente de reconhecimento da gravidade do baixo peso corporal atual. CID-10 (F50.01) Tipo restritivo:Durante os últimos três meses, o indivíduo não se envolveu em episódios recorrentes de compulsão alimentar ou comportamento purgativo (vômitos autoinduzidos ou uso indevido de laxantes, diuréticos ou enemas). Esse subtipo descreve apresentações nas quais a perda de peso seja conseguida essencialmente por meio de dieta, jejum e/ou exercício excessivo. (F50.02) Tipo compulsão alimentar purgativa: Nos últimos três meses, o indivíduo se envolveu em episódios recorrentes de compulsão alimentar purgativa (vômitos autoinduzidos ou uso indevido de laxantes, diuréticos ou enemas). Subtipos A maioria dos indivíduos com anorexia nervosa do tipo purgativa que se envolvem em comportamentos periódicos de hiperfagiapurga por meio de vômitos autoinduzido sou faz uso indevido de laxantes, diuréticos ou enemas Alguns indivíduos com esse subtipo de anorexia nervosa não apresentam episódios de hiperfagia, mas purgam regularmente depois do consumo de pequenas quantidades de alimento A alternância entre os subtipos ao longo do curso do transtorno não é incomum; portanto, a descrição do subtipo deverá ser usada para indicar os sintomas atuais, e não o curso longitudinal A anorexia nervosa tem três características essenciais: A) restrição persistente da ingesta calórica B) medo intenso de ganhar peso ou de engordar ou comportamento persistente que interfere no ganho de peso C) e perturbação na percepção do próprio peso ou da própria forma ● peso corporal abaixo daquele minimamente normal para idade, gênero, trajetória do desenvolvimento e saúde física (Critério A). ● medo intenso de ganhar peso ou de engordar (Critério B)que não costuma ser aliviado pela perda de peso. A preocupação com o peso pode aumentar até mesmo se o peso diminuir. ● Indivíduos mais jovens, bem como alguns adultos, podem não reconhecer ou perceber medo de ganhar peso. ● Na ausência de outra explicação para o peso significativamente baixo, podem ser usados, para estabelecer o Critério B, a inferência do clínico a partir da história fornecida por informantes, dados de observação, achados físicos e laboratoriais ou curso longitudinal indicando seja um medo de ganhar peso, sejam comportamentos persistentes relacionados que impeçam o ganho de peso. ● A vivência e a significância do peso e da forma corporal são distorcidas nesses indivíduos (Critério C).Algumas pessoas sentem-se completamente acima do peso. Outras percebem que estão magras, mas ainda assim se preocupam com determinadas partes do corpo, em particular que o abdome, os glúteos e o quadril estão "gordos demais". ● Uso de técnicas para avaliar o tamanho ou o peso de seus corpos, incluindo pesagens frequentes, medição obsessiva de partes do corpo e uso persistente de um espelho para checar áreas percebidas de "gordura". ● A autoestima é altamente dependente de suas percepções da forma e do peso corporal. A perda de peso é, com frequência, vista como uma conquista marcante e um sinal de autodisciplina extraordinária, enquanto o ganho ponderal é percebido como falha de autocontrole inaceitável. ● Embora alguns indivíduos talvez reconheçam que estão magros, frequentemente não assumem as graves implicações médicas de seu estado de desnutrição. O Tratamento ● Geralmente são levados à atenção profissional por familiares depois de perda de peso marcante (ou insucesso em obter o ganho de peso esperado) ● Se buscam ajuda por si mesmos, costuma ser devido à angústia causada por sequelas somáticas e psicológicas da inanição. ● É raro uma pessoa com anorexia nervosa queixar-se da perda de peso por si só. ● Com frequência carecem de insight ou negam o problema. É importante obter informações de familiares ou de outras fontes Características Associadas que Apoiam o Diagnóstico ● A semi-inanição e os comportamentos purgativos podem resultar em condições médicas importantes e potencialmente fatais. ● O comprometimento nutricional associado a esse transtorno afeta a maioria dos sistemas corporais e pode produzir uma variedade de perturbações (amenorreia e anormalidades nos sinais vitais) ● Enquanto grande parte das perturbações fisiológicas associadas à desnutrição é reversível com reabilitação nutricional, algumas, incluindo a perda de densidade óssea mineral, com frequência não são completamente reversíveis. ● Comportamentos como vômitos autoinduzidos e uso indevido de laxantes, diuréticos e enemas podem causar uma série de distúrbios que levam a achados laboratoriais anormais; entretanto, alguns indivíduos com anorexia nervosa não exibem tais anormalidades. ● Quando gravemente abaixo do peso, indivíduos com anorexia nervosa podem apresentam sinais e sintomas depressivos, como humor deprimido, isolamento social, irritabilidade, insônia e diminuição da libido. ● Na medida em que alguns desses aspectos também são observados em indivíduos sem anorexia nervosa, mas significativamente subnutridos, muitos dos aspectos depressivos podem ser secundários às sequelas fisiológicas da semi-inanição, embora também possam ser graves o suficiente para justificar um diagnóstico adicional de transtorno depressivo. ● Características obsessivo-compulsivas, relacionadas ou não à alimentação, são com frequência proeminentes. A maioria dos indivíduos com anorexia nervosa é centrada na preocupação com os alimentos. Alguns colecionam receitas e estocam comida. ● Outros aspectos por vezes associados à anorexia nervosa incluem angústia de alimentar-se publicamente, sentimentos de fracasso, forte desejo por controlar o próprio ambiente, pensamentos inflexíveis, espontaneidade social limitada e expressão emocional excessivamente contida. ● Comparados a indivíduos com anorexia nervosa do tipo restritiva, os que têm anorexia nervosa do tipo purgativa apresentam taxas maiores de impulsividade e tendem a abusar mais de álcool e outras drogas. ● Um subgrupo de indivíduos com anorexia nervosa exibe níveis excessivos de atividade física. Aumentos na atividade física com frequência precedem a manifestação inicial do transtorno, e, durante o curso da doença, a atividade física mais intensa acelera a perda de peso. Durante o tratamento, talvez seja difícil controlar o excesso de atividade física, prejudicando, assim, a recuperação do peso. ● Podem fazer uso indevido de medicamentos, como, por exemplo, manipular a dosagem para conseguir perder peso ou evitar ganhá-lo. Desenvolvimento e Curso ● Começa geralmente durante a adolescência ou na idade adulta jovem. Raramente se inicia antes da puberdade ou depois dos 40 anos, costuma estar associado a um evento de vida estressante ● O curso e o desfecho da anorexia nervosa são altamente variáveis. ● Muitos indivíduos apresentam um período de mudança no comportamento alimentar antesde preencherem todos os critérios para o transtorno. ● Alguns se recuperam inteiramente depois de um único episódio, alguns exibem um padrão flutuante de ganho de peso seguido por recaída, e outros ainda experienciam um curso crônico ao longo anos. ● A hospitalização pode ser necessária para recuperar o peso e tratar complicações clínicas. ● A maioria dos indivíduos sofre remissão dentro de cinco anos depois da manifestação inicial do transtorno. ● Entre os admitidos ao hospital, as taxas de remissão podem ser menores. ● A taxa bruta de mortalidade é de cerca de 5%, por complicações clínicas associadas ao próprio transtorno ou suicídio (ideação, comportamentos e tentativa(s)) Fatores de Risco e Prognóstico Temperamentais: transtornos de ansiedade ou traços obsessivos na infância são risco maior para anorexia nervosa. Ambientais: variabilidade histórica e transcultural na prevalência de anorexia nervosa corrobora sua associação com culturas e contextos que valorizam a magreza. Ocupações e trabalhos que incentivam a magreza, como modelos e atletas de elite, também estão associados a um risco maior. Genéticos e fisiológicos: risco maior de anorexia e bulimia nervosas entre parentes biológicos de primeiro grau. Risco maior de transtornos bipolares e depressivos entre parentes de primeiro grau de indivíduos com anorexia nervosa. As taxas de concordância para anorexia nervosa em gêmeos monozigóticos são significativamente mais altas do que as de gêmeos dizigóticos. Uma gama de anormalidades cerebrais foi descrita na anorexia nervosa usando tecnologias de imagem funcional. Diagnóstico Diferencial Outras possíveis causas de baixo peso corporal ou perda de peso significativa deverão ser consideradas no diagnóstico diferencial de anorexia nervosa, especialmente quando o quadro for atípico (manifestação depois dos 40 anos). Condições médicas (doença gastrintestinal, hipertireoidismo, malignidades ocultas e síndrome da imunodeficiência adquirida [SIDA]). A perda de peso grave pode ocorrer em condições médicas, mas indivíduos com esses distúrbios geralmente não manifestam também perturbação na maneira como a forma ou o peso de seus corpos é vivenciada, medo intenso de ganhar peso , nem persistem em comportamentos que interferem no ganho de peso apropriado. A perda de peso aguda associada a uma condição médica às vezes pode ser seguida pelo início ou por recaída de anorexia nervosa, que podem ser inicialmente mascarados pela condição médica comórbida. Raramente, a anorexia nervosa se desenvolve depois de uma cirurgia bariátrica para obesidade. No transtorno depressivo maior, pode ocorrer perda de peso grave, mas a maioria dos indivíduos com esse transtorno não manifesta nem desejo de perda de peso excessiva, nem medo intenso de ganhar peso. Indivíduos com esquizofrenia podem exibir comportamento alimentar estranho e às vezes apresentam perda de peso significativa, mas raramente manifestam o medo de ganhar peso e a perturbação da imagem corporal necessários para um diagnóstico de anorexia nervosa. Indivíduos com transtornos por uso de substância podem apresentar perda de peso devido à ingesta nutricional deficiente, mas geralmente não temem ganhar peso e não manifestam perturbação da imagem corporal. Tratamento Transtornos bipolares, depressivos e de ansiedade em geral ocorrem concomitantemente com anorexia nervosa. Muitos indivíduos com anorexia nervosa relatam a presença de um transtorno de ansiedade ou de sintomas previamente ao aparecimento de seu transtorno alimentar. O TOC é descrito em alguns indivíduos com anorexia nervosa, especialmente naqueles com o tipo restritivo. O transtorno por uso de álcool e outras substâncias pode também ser comorbido à anorexia nervosa, sobretudo entre aqueles com o tipo compulsão alimentar purgativa AULA 8- BULIMIA NERVOSA Transtorno do comportamento alimentar caracterizado por episódios recorrentes de compulsão alimentar Acompanhado de intensa preocupação com controle do peso E consequentemente de comportamentos compensatórios inadequados. A. Episódios recorrentes de compulsão alimentar caracterizado por: Ingestão, em um período de tempo determinado (p. ex., dentro de cada período de duas horas), de uma quantidade de alimento definitivamente maior do que a maioria dos indivíduos consumiria no mesmo período sob circunstâncias semelhantes. Sensação de falta de controle sobre a ingestão durante o episódio (p. ex., sentimento de não conseguir parar de comer ou controlar o que e o quanto se está ingerindo). B. Comportamentos compensatórios inapropriados recorrentes a fim de impedir o ganho de peso, como vômitos autoinduzidos; uso indevido de laxantes, diuréticos ou outros medicamentos; jejum; ou exercício em excesso. C. A compulsão alimentar e os comportamentos compensatórios inapropriados ocorrem, em média, no mínimo uma vez por semana durante três meses. D. A autoavaliação é indevidamente influenciada pela forma e pelo peso corporais E. A perturbação não ocorre exclusivamente durante episódios de anorexia nervosa. ❖ “Pavor em engordar” ❖ Distorção da Imagem Corporal ❖ Comportamentos alimentares inadequados Causas Etiologia é multifatorial – Fatores predisponentes: pessoais, familiares, culturais. – Fatores precipitantes: a) insatisfação com o corpo e o peso, b) dieta para emagrecer. –Fatores mantenedores: ciclo compulsão/ purgação Ciclo Bulímico Adolescente com alguma preocupação com a forma física decide realizar restrição dietética para perder algum peso → após perda do peso, persiste insatisfação → mais restrição e mais perda de peso → episódios de comer exagerado secundário à restrição → pavor de engordar ou recuperar o peso perdido → métodos compensatórios inadequados. Comportamentos alimentares inadequados Episódios recorrentes de compulsão alimentar a) Grande quantidade de alimentos b) Curto espaço de tempo c) Sensação de perda de controle Leva a Dietas restritivas Comportamentos compensatórios inadequados ● Autoindução de vômitos ● Abuso de laxantes e diuréticos ● Prática de jejum ● Atividade física exagerada ● Abuso de anorexígenos ● Enemas Consequências clínicas ● Constipação, dor abdominal, intolerância ao frio, letargia e excesso de energia ● Hipotensão, hipertermia e pele seca, bradicardia; ● Alguns pacientes desenvolvem lanugo (pêlos finos no tronco); ● A hipertrofia das glândulas salivares pode estar presente; ● Os pacientes que induzem vômito podem ter erosão do esmalte dentário e alguns têm cicatrizes ou calos no dorso das mãos, causados pelo contato com os dentes. ● Anemia, prejuízo da função renal, problemas cardiovasculares, osteoporose. Características psíquicas frequentes Sintomas obsessivos, perfeccionismo, passividade, introversão e auto avaliação negativa são comuns em pacientes com Anorexia Nervosa do tipo restritivo. Na Bulimia Nervosa, as características são mais variadas, mas tendem a incluir especialmente a impulsividade e a instabilidade afetiva, características consistentes com o descontrole e a purgação. Baixa autoestima ou auto-avaliação negativa e vulnerabilidade ao estresse são fatores de risco importantes para os Transtornos Alimentares. Diagnóstico diferencial ● Transtornos gastrointestinais superiores, que levam a vômitos repetidos ● Anorexia ● Transtorno de compulsão alimentar periódica (TCAP) Tratamento Quemdemanda? Conflitos familiares Instabilidade do humor Dificuldade no estabelecimento da transferência Tratamento Interdisciplinar ● Psicofarmacológico (antidepressivos, estabilizadores do humor) ● Nutricional ● Clínico ● Psicoterápico AULA 9- Estilo de vida / Patologias narcísicas / Ortorexia / Vigorexia O corpo é um objeto no qual todos nós temos o privilégio, ou a condenação, de habitar, é a fonte de sensações de bem-estar e prazer, mas também o local de doenças e pressões. Todavia (...), o corpo não é apenas uma entidade física que nós “possuímos”, ele é um sistema-ação, um todo de práxis. (Anthony Giddens) Alimentação Alimentos escassos –corpo volumosocomo ideal de status e poder Grande quantidade de alimento –corpo magro valorizado como sinônimo de disciplina, autocontrole e sucesso Contemporaneidade Redes e mídias sociais Dieta correta e saudável pode proporcionar, além da saúde, a prevenção de doenças Luta contra o sedentarismo e a obesidade Individualidade x múltiplos espelhos Transtornos alimentares modernos ● Imagem corporal como fator desencadeante ● Envolve insatisfação e idealização de um corpo perfeito ● Influencia da sociedade contemporânea e das mídias ● Preocupação demasiada com a estética muitas vezes em nome da busca pela saúde e juventude ● Marcados por exageros e obsessão na manutenção do estilo de vida ● Não preocupação com as consequências -riscos ● AN, BN, Ortorexia, Vigorexia –Veganismo? Ortorexia ● “orthos” correto e “orexis” apetite ● Metódica ingestão de alimentos saudáveis e puros ● Pode ocasionar carência de nutrientes –desnutrição ● Obsessão patológica pela alimentação correta e pela pureza dos alimentos ● Dieta livre de herbicidas, pesticidas e substancias artificiais ● Eliminam sistematicamente alimentos ou grupos de alimentos por considerarem que não são saudáveis, elegendo somente alimentos “saudáveis, benéficos ou puros” ● Alimentos totalmente naturais, higienicamente seguros e sem nenhum processo químico ou industrial OS ORTORÉXICOS Em casos extremos preferem morrer de fome a comer os alimentos que consideram impuros ou insalubres –prejudiciais a sua saúde Pessoa obcecada e passa a preparar seu próprio alimento, de procedência conhecida Tornam-se cada vez mais compulsivos, excluindo itens essenciais de sua dieta (carnes, laticínios, açúcar, gordura) sem fazer substituição adequada Passam a se empenhar em planejar e preparar refeições, além de muitas vezes cultivarem seus próprios alimentos Gastam muito tempo em torno do ato de comer Carências nutricionais e problemas de saúde –ansiedade e depressão Afastamento do convívio social –necessidade de explicar e convencer a todos da importância de consumir os alimentos da maneira que ele consome –conflitos nos relacionamentos e isolamento social Estudantes e profissionais da área da saúde (nutrição, farmácia, enfermagem) Vigorexia ● “vigor” força –“orexis” apetite –“fome de força” ● Transtorno obsessivo compulsivo –Transtorno Dismórfico Muscular –Complexo de Adônis ● Cuidado com o corpo como busca excessiva pela definição dos músculos e diminuição drástica do percentual de gordura corporal ● Obsessão pelo corpo belo e musculoso, no qual o individuo se desafia ao máximo para conseguir um corpo extremamente definido ● Há vicio exagerado por musculação que pode levar o corpo ao limite da exaustão ● Causar danos como disfunção erétil, ciclos menstruais irregulares, aumento de colesterol, problemas musculares e articulares Classificação De acordo com os critérios do DSM-IV, o Transtorno Dismórfico Corporal (TDC) se caracteriza por uma preocupação com um defeito imaginado na aparência, e mesmo que haja um mínimo defeito, a preocupação é extremamente acentuada, com um sofrimento significativo e/ou prejuízo no funcionamento da vida do indivíduo e não deve ser confundido com qualquer outro transtorno mental, tal como anorexia nervosa, por exemplo. Origem Multifatorial A mídia, a distorção de imagem, histórico de violência na infância e falta de aceitação pessoal A mudança do comportamento social masculino nas últimas décadas merece atenção (18 a 25 anos) A mídia é uma das principais responsáveis pela valorização da aparência, pois ela contribui com a síndrome divulgando modelos de corpos perfeitosAtravés de redes sociais digitais, praticantes de exercício físico compartilham fotos de suas rotinas dietéticas e de treino, personificando o ideal de beleza. A busca por esse paradigma pode estar associada a frustrações e queda da autoestima, uma vez que os resultados podem não ser semelhantes, considerando-se as individualidades sociais, financeiras, metabólicas e dietéticas OS VIGORÉXICOS Tendem a não se importar com as consequências que o exagero do exercício traz, visando sempre aumentar cada vez mais a sua massa muscular e diminuir ao máximo a porcentagem de gordura do corpo Frequentemente se descrevem como “fracos e pequenos” –mesmo com musculatura acima da média –distorção da imagem corporal Preocupação com massa muscular –excesso de levantamento de peso, dieta hiperprotéica, hiperglicídicas, hipolipídicas, uso indiscriminado de suplementos proteicos além do consumo de esteroides anabolizantes Diminuição do investimento na vida emocional, social e ocupacional por conta de longas horas investidas em musculação (3h/dia) Depressão e ansiedade Deterioração das relações sociais, trabalho e estudos, relacionamentos interpessoais e isolamento da família e amigos –“colegas da maromba” Mudanças metabólicas que afetam fígado e sistema cardiovascular, níveis de colesterol, diminuição do centro respiratório, disfunção erétil, hipertrofia prostática, hipogonadismo e ginecomastia, amenorréia e ciclos irregulares, insônia, irritabilidade, perda do apetite e de libido Atletas –fisiculturistas, ginastas, corredores e lutadores Tratamento Como uma hipótese para a pouca procura por tratamentos, acredita-se que os usuários de anabolizantes e os indivíduos que apresentam uma imagem corporal distorcida, em sua maioria, não consideram esses comportamentos como disfuncionais. A rápida aquisição por um corpo musculoso por meio do uso de anabolizantes pode prejudicar a percepção e o reconhecimento de que essas substâncias acarretam, mesmo que futuramente, diversos males à saúde. O desesperado anseio pelo perfeccionismo corporal e o acentuado investimento narcísico onde o ganho de músculos define o indivíduo, qualificando-o como bom ou ruim, capaz ou incapaz, prende o indivíduo ao imediatismo. Correlacionam ainda as expressões de crescer e ficar forte ligados ao uso de anabolizantes como desejo de crescer subjetivamente, compensando um sentimento de baixa autoestima e promovendo um melhor status social para o indivíduo. O uso de anabolizantes pode ser entendido, ainda, como um “remédio” para problemas diversos: sendo utilizado para suprir carências, remediando o que o próprio sujeito percebe como ‘doença’ estética, caracterizada por uma aparente imperfeição a ser transformada para que a sua imagem corporal se torne satisfatória subjetiva e socialmente Insatisfação com a própria imagem corporal Influencias da mídia ? Adequação dos corpos ao que é socialmente desejável Necessidade do cuidado com o corpo como tendo como regra o ser visto e valoriza a estética em nome da saúde A obsessão é levada a limites extremos Desafios profissionais –formação e ética AULA 10 -Transtornos Alimentares - A prática do Nutricionista do Psicólogo Esta aula sobre transtornos alimentares tem como objetivo geral discutir com os transtornos alimentares devem ser tratados concretamente pelo nutricionista e pelos psicólogos. Considerando que o atendimento ao paciente poderá fazer uso dos conhecimentos da Psicologia Aplicada. Ou seja, discutir como algumas linhas da Psicologia abordam exatamente o tratamento psicológico dos transtornos alimentares, bem como, dividem esta tarefa com o trabalho de nutricionistas que necessitam de práticas eficazes para a adesão ao tratamento de seus pacientes com transtornos alimentares A pergunta é: Quais os métodos mais eficazes para um resultado, considerado ideal, para a superação dos transtornos alimentares, tais como: 1. Episódios de compulsão 2. Anorexia 3. Bulimia 4. Ortorexia 5. Vigorexia 6. Transtornos alimentares agravados por quadros de depressão, ansiedade, luto, angústia e ou ideias fixas de suicídio Começaremos pelos Nutricionista O que fazer em casos de episódios de compulsão, inicialmente: 1. Considerar que estamos diante de uma nosografia psiquiátrica 2. Ajudar o paciente localizar os motivos de tais comportamentos. Por ex, por décadas e ate séculos, as mulheres maltratam seus corpos em nome de algum ideal3. Contribuir com o paciente para ele reflita sobre o momento de compulsão alimentar e o reais motivos que o fazem agir assim: fome? Medo? Medo de ficar sem a comida? Prazer? Descontrole? Ansiedade? Raiva? O que? Na Anorexia e na Bulimia Aspectos psicológicos: Um dos sintomas contemporâneos mais importantes: É a excessiva preocupação com o corpo ideal Este sintoma acometem 9 mulheres para 1 homem E para todos os sintomas é preciso que o profissional considere os aspectos: social, psicológicos, familiares e biológicos Anorexia e Bulimia Nervosa O Nutricionista deve propor à paciente adolescente menina: 1. Aceitação do momento de passagem entre a vida infantil e vida adulta. Aceitação da necessidade de crescimento 2. Mesmo que essa passagem seja complexa é preciso enfrentamento 3. Reflexão necessária e racional sobre sua identidade 4. Tentar conversar sobre a necessidade de se libertar a influência de outros –amigas, amigos, namorados e outros –sobre sua imagem 5. Aceitar sua feminilidade (não necessariamente sexualidade, mas também a sua sexualidade) Mudanças na adolescência feminina As mudanças podem expor as meninas {a experiências traumáticas trais como: A. A rápida transformação do corpo que arredonda e muda as formas B. A necessidade de separar-se das figuras parentais C. Investir nos relacionamentos interpessoais e buscar autonomia D. Demandas de amor. Pode gerar críticas severas ao corpo E. A adolescente nem sempre consegue entender seus sentimentos de emoções Um caso clínico: Guta, 16 anos, severamente emagrecida. Complicações clínicas em função do baixo peso. Não aceitava a internação, nem o médico e nem o psicólogo. Recusava-se a participar de terapias em grupo. E dizia: “Vocês não entendem que não adianta nada disso! Só quero ser magra como a Cindy Crawford. Que é linda como uma rainha, famosa e rica, ” A mãe de Guta contou que quando a menina nasceu, ela desejou que a ela fosse tudo o que a mãe não conseguiu ser. E relatou que a menina era dócil, boa aluna, educada e obediente, até 13 anos. Depois dos 13 anos começou a se preocupar demais com regimes, restringindo muitos alimentos, não se alimentava e entrou em anorexia. Ficou feia, com penugem no rosto e quase sem cabelo Na adolescência O nutricionista deve considerar a influência familiar que cada um sofre em sua realidade Como a terapia familiar pode ajudar no tratamento nutricional? A família pode ajudar na recuperação do paciente : entender, apoiar, e colaborar com os/as profissionais A família: Duas fases importantes: 1. FASE INFORMATIVA: O nutricionista deverá informar a família com informações básicas sobre a doença, sobre o tratamento e sobre a importância da participação dos membros nas sessões de apoio familiar O nutricionista deverá trabalhar a importância da capacidade de comunicação e aprendizagem da linguagem por meio de seus membros para que possam entender o que sentem e o que pensam É preciso trabalhar vínculos afetivos, os papéis desempenhados por cada um e com a doença em si 2. FASE DE APROFUNDAMENTO: Os familiares devem ser incentivados a contribuir com o tratamento do paciente As famílias podem expressar certo sensação de impotência, muitas vezes inclusive os profissionais são acometidos desta sensação. Isto é normal acontecer Tanto o paciente quanto a família precisa ser conscientizada de que a doença é um realidade, para acreditar na necessidade de tratamento A família deve ser alertada que haverá mudanças de comportamento familiar e nas relações familiares. E isso será bem-vindo no tratamento. A família será o paciente: Uma terapia psicológica familiar proporcionará: ● um espaço conjunto de reflexão sobre as relações familiares, retirando o foco da alimentação e ● colocando-o nos vínculos afetivos, nas interações e nos relacionamentos Afeto: ● Falar de alimento é desde o começo da vida falar de afeto ● Falar em relação ● Falar sobre os conflitos familiares que intercambiam sentimentos, sensações, percepções e emoções Sugestão de linhas psicológicas de atendimento em psicoterapia: ● Psicologia Cognitiva Comportamental –proposta de controle de comportamento ● Psicanálise: proposta que visa tratar os problemas psíquicos baseando na análise do discurso e no histórico do paciente. Análise da força do inconsciente nas decisões do paciente ● Psicodrama: Técnicas que visam representar em cenas teatrais as situações cotidianas que desencadeariam os transtornos alimentares ● Psicoterapia na Abordagem Centrada na Pessoa: Visa facilitar a descoberta do paciente de situações recorrentes que o levam a agir dentro do transtorno e superar com autonomia essa condição Tratamento da Autoestima: O NUTRICIONISTA deverá propor a busca de um tratamento de Terapia Ocupacional: Terapia Ocupacional: Uma terapia que se ocupa de utilizar atividades como recurso terapêutico. E muitas vezes essa terapia é utilizada para retratar situações da vida real. Situações reais. O paciente é aquele que traz seus conceitos e ações advindos da experiencia e o terapeuta é aquele que favorece as reflexões e discussões na perspectiva de identificar e tratar as questões conflituosas. Criatividade: O foco das sessões deverá: 1. Favorecer a identificação e a discussão sobre imagem corporal distorcidas e suas dificuldades no dia a dia 2. Propor atividades que encorajem a autoexpressão 3. Proporcionar atividade de cuidados pessoais 4. Organizar passeios, visando melhorar o relacionamento social 5. E no caos específico da Bulimia, sugerir que o paciente suprima a ingesta de líquido o que dificultaria ainda mais o vômito autoinduzido 6. Além dos atendimentos em grupo, os pacientes devem ser acompanhados individualmente(geralmente pacientes com T.A. tem dificuldades no toque de si mesmos, oferecer objetos como bolinhas, bexigas, rolinhos, podem ajudar em processos terapêuticos)Atividades como desenhar o próprio corpo poderá ser revelador Tratamento dos T.A. Sugestão para a ação dos nutricionistas A TERAPIA MÉDICA NUTRICIONAL (segundo a American Dietetic Association) Duas fases: 1. Fase Educacional: Fornecer informações nutricionais ao paciente ● Fornecer informações nutricionais ao paciente, quantificando os padrões de comportamento de consumo de nutrientes, identifica os efeitos deles no estilo de vida. Direcionar metas e planos para o tratamento ● Estabelecer uma relação de colaboração entre o nutricionista e o paciente, visando falar dos problemas para superá-los ● definir e discutir princípios e conceitos relevantes sobre os alimentos, nutrição e estabilização do peso. Conversar sobre os efeitos da inanição, compulsão, purgação e restrição alimentar ● Apresentar exemplos de padrões de fome, padrão típico de consumo alimentar e consumo calórico total ● Orientar a família. A educação da família deve ser feita de forma cautelosa junto com a psicoterapia ● O nutricionista poderá ajudar o paciente a diminuir as frustrações no horário das refeições ao aliviar a família da responsabilidade de monitorá-lo no consumo alimentar e ou de mudar de hábitos alimentares 2. Fase Experimental: Baseia-se no aconselhamento/ O nutricionista ter um relacionamento mais próximo quanto possível da equipe multiprofissional ● Separar comportamentos relacionados com o alimento e com o peso dos sentimentos e das questões psicológicas ● Incrementar as mudanças de comportamentos alimentares até que o padrão de consumo alimentar esteja normalizado ● Monitorar o aumento ou a perda de peso ● Orientar a manutenção de um peso adequado, sem comportamentos anormais de alimentação e controle de peso ● Orientar o comportamento com o alimento em ocasiões sociais Um diário alimentar O tratamento requer ainda o uso de um Diário Alimentar para avaliação do padrão e do comportamento alimentares Técnica comportamental: No diário alimentar os pacientes devem: 1. Registrar o horário e o local de cada refeição 2. Deve-se fazer o registro dos sentimentos associados àquele momento 3. Deve se incentivar os pacientes a relacionaros conflitos existentes no dia a dia, quer seja com a família, com pessoas de suas interrelação pessoal, cônjuge e outros 4. O diário se torna um documento pessoal que simboliza a relação entre o terapeuta nutricional e o paciente 5. Sugere controle, disciplina e avaliação constante de todos os aspectos nutricionais 6. O diário e o nutricionista ajudam o paciente a planejar o cardápio e as refeições 7. Deve-se proporcionar o acompanhamento do peso do paciente (mas o paciente não deve se pesar sozinho, e sim sempre o nutricionista) AULA 12: Caso Clínico- Diagnóstico, prevenção e tratamento Texto – Nutrição Comportamental: ALVARENGA e outros, Nutrição Comportamental, Barueri, Manole, 2019, Cap.12, p.301 a 328 Promover real mudança de comportamento é um desafio que não é garantido com prescrição ou apenas educação nutricional. Uma ferramenta para trabalhar a mudança de comportamento é a terapia cognitivocomportamental (TCC), que tem como princípio que as nossas emoções e comportamentos são determinados pela forma como interpretamos a realidade. Terapia Cognitiva Comportamental A TC baseia-se no modelo cognitivo, que levanta a hipótese de que as emoções e os comportamentos são influenciados pela percepção e interpretação dos eventos. O objetivo da TC é: descrever os conceitos (resultado de pensamentos) envolvidos no desenvolvimento de determinada doença ou Descrever padrão de comportamento que podem tornar-se disfuncionais, e, a partir daí, fornecer estratégias para mudança desses conceitos. Com relação às crenças dos pacientes: CRENÇAS 1. Crenças centrais : são o nível mais fundamental de crença; elas são: globais, rígidas e supergeneralizadas. “sou carente, ineficiente, incompetente, fracassado, não sou bom o suficiente” (referindo-se ao desamparo) ou “não sou atraente, ninguém me quer, ninguém liga pra mim, não tenho valor, não sou bom o suficiente” 2. Crenças intermediárias: são 3 categorias: Regras autoimpostas (“eu devo comer apenas o essencial para matar a fome”) Atitudes (“eu preciso evitar chocolate para ser magro”) Suposições (“se eu estiver acima do peso ninguém vai gostar de mim”; “se eu for magro, todos vão gostar mais de mim”) SITUAÇÃO • Paciente: JLB, 32, professora, IMC 31, 0 Kg/m² • Diagnósticos/sintomas: obesidade, gastrite, depressão Influências do desenvolvimento: a mãe sempre fez dietas e restringiu, em casa, o consumo de doces e alimentos que considerava calóricos, proibindo JLB inclusive de ir a festas na infância. JLB faz tratamento para obesidade desde os 10 anos, com uso de medicamentos, dietas restritivas e idas a SPA. Pai ausente, mas muito exigente em relação aos estudos e à estética Questões situacionais: foi morar sozinha aos 25 anos e começou a comer “o que queria”, o que a fez passar a exagerar em algumas refeições e começar a ganhar peso. Após retorno de um SPA, onde consumia 300 kcal por dia, durante 10 dias, e perdeu 5 kg, passou a desenvolver episódios de compulsão alimentar e ganhou 6,5 kg em 2 meses Fatores biológicos, genéticos e médicos: o pai tem obesidade e já teve depressão, a avó materna faleceu de câncer de estômago Pontos fortes/recursos: educação universitária; bom emprego; histórico de prêmios e promoções na escola, na faculdade e no trabalho; bom relacionamento com amigos e namorado; gosta de frutas, verduras e legumes; bons hábitos alimentares no dia a dia; interesse em praticar atividade física; prepara a maior parte de suas refeições Objetivos da paciente no tratamento: 1. Emagrecer 2. Tratar a gastrite 3. Cessar os episódios de compulsão alimentar 4. Consolidar bons hábitos alimentares Crenças e esquemas de pensamento de LJB ● “Sou incompetente”, “TENHO QUE SER MAGRA”, “se eu não fizer dieta rigorosa, nunca vou emagrecer” ● Hipótese de trabalho: Evitar situações temidas ● Plano de tratamento: 1- Intervenção comportamental – metas graduais – motivação interna para comer e escolher os alimentos com equilíbrio 2- Educação nutricional: Focar na percepção dos sinais de fome e saciedade 3- Modificação de pensamentos automáticos e negativos (por meio p.ex. do diário alimentar) 4- Desenvolver habilidades para fazer suas próprias escolhas alimentares, usando técnicas para percepção de pensamentos ruins e buscar soluções para os problemas Outras técnicas: ● Metas (tarefas graduais) - desenvolver uma lista de atividades com nível crescente de dificuldade. As metas devem ser viáveis. ● Psicoeducação: visa informar o paciente sobre sua condição ou diagnóstico a fim de que ele tenha clareza em relação aos sintomas, ao tratamento e diagnóstico. Mas a pergunta principal dessa técnica é: “o que disso se aplica ao meu caso?”. ● Prevenção de recaídas: fracionar a alimentação, comer todos os grupos alimentares nas refeições principais, planejar a inclusão de “guloseimas” etc.), além de mudanças nas reações cognitivas e emocionais associadas Existem outras técnicas: ● Troca de papéis ● Treino de solução de problemas ● Reversão de hábitos ● Distinção entre pensamentos e fatos ● Análise de custo-benefício ● Advogado de defesa ● Uso comportamento para resolver o pensamento negativo AULA 13- Trabalho interdisciplina nos Transtorno Alimentares No texto: GELBCKER, MATOS e SALLUM, Desafio para a integração multiprofissional e interdisciplinar, apresenta-se: Uma reflexão sobre como integrar profissionais tão diferentes em um mesmo atendimento Porém:aponta-se a necessidade de um modelo atual, que envolva: - Atender as necessidades da população - Uma política de humanização da assistência - Um atendimento que vise a integralidade da assistência PERGUNTAS COMUNS Quais os desafios existem atualmente na área da saúde para que possamos desenvolver um trabalho interdisciplinar? Como ter uma prática multiprofissional e interdisciplinar, com uma formação disciplinar? Nutricionista –o protagonista Dificuldades são muitas: desde formação fragmentada até a própria forma como o trabalho na saúde tem se estruturado O Sistema Único de Saúde apoia a integralidade. O que isso quer dizer? Um conjunto articulado e contínuo das ações e serviços preventivos e curativos, individuais e coletivos, exigidos para cada caso em todos os níveis de complexidade do sistema Assim, Surge a Política Nacional de Humanização (PNH) em decorrência de vários problemas que refletem no atendimento à população,como: ● A desvalorização dos trabalhadores de saúde ● A precarização das relações de trabalho ● E o baixo investimento na educação permanente e modelos de gestão verticalizados e centralizados que distanciamos trabalhadores do seu próprio processo de trabalho Propõe-se: A PNH constitui-se como uma estratégia que: Qualifica a atenção e a gestão integral Adota-se o fortalecimento de trabalho em equipe multiprofissional, estimulando a transdisciplinaridade e a grupalidade. Busca de complementaridade, ou seja colaboração dos saberes Outras características A heterogeneidade: devido à variedade de processos de trabalhos coexistentes; fragmentação conceitual, do pensar e fazer, da técnica (pluralidade profissional e social (divisão social de trabalho e entre categorias Para que ocorra um trabalho multiprofissional, Alguns aspectos devam ser considerados: ● O perfil profissional ● As funções e responsabilidades de cada um ● O compartilhar das informações ● Discutir procedimentos e condutas/re-situar problemas no conjunto da estrutura e organização do trabalho ● Estabelecimento de comunicação permanente ● Ética reflexiva sobre as decisões e atos que se realizam nos serviços de saúde Atualmente ● O sistema de saúde necessita aproximação entre as áreas ● Interdicisplinaridade falada e interdisciplinaridade vivida ● O que ocorre é : os profissionais discutem e defendem a interdisciplinaridade, porém, permanecem limitados as suas disciplinas e práticas individuais, fragmentadas Articulação dos saberes ● A articulação dos saberes é uma necessidade tanto na multidisciplinaridade com o na interdisciplinaridade ● Multidisciplinaridade em Nutrição Em
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