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Grupo 5 Trabalho Prova Testemunhal - Direito Civil 01-11

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Direito Processual Civil 
Da aDmissibiliDaDe e Do Valor Da ProVa 
TesTemunhal arTigos 442 aos 449 
Professor : Fernando Mello 
ARTIGOS NOME RA 
442 Eliana Camargo 3819303 
443 Márcia Gomes Rodrigues 3820054 
444 Florentino 3820000 
445 Adriana Aparecida Zanotti 
Bueno 
3920003 
446 Eliane Canevaroli 3820528 
447 Eduardo Novaes da 
Purificação 
3820213 
448 Andréia Dias Ferreira de 
Araújo 
3820004 
449 Luiz 3820000 
sumÁrio 
 
1 - DA PROVA TESTEMUNHAL E 
CONCEITO TESTEMUNHAL 
Da Admissibilidade e do Valor da Prova 
Testemunhal Artigos 442 Aos 449 
2 - LEGISLAÇAO APLICÁVEL 
3 - JURISPRUDÊNCIA 
4 - PERGUNTAS E RESPOSTAS 
5 - CONCLUSÕES SOBRE O TEMA 
6 - CONSIDERAÇÕES FINAIS 
7- BIBLIOGRAFIA 
 
 
 
DA PROVA TESTEMUNHAL E CONCEITO 
TESTEMUNHAL 
Da Admissibilidade e do Valor da Prova Testemunhal Artigos 442 Aos 449 
 
 
A prova testemunhal é àquela que recai sobre terceiros que podem contribuir para elucidação 
de fatos em um processo, sendo os mesmos relevantes até o julgamento. 
Meio ativo e pessoal, pois, a própria testemunha fornece as devidas informações ao juiz do 
processo em trabalho; embora seja relevante, há que se considerar que sofre críticas, pois, 
pessoas são manipuláveis, podem também ser dotadas de habilidades para relatar fatos 
inverídicos como verídicos, até que esses sejam desconstruídos, muitas partes tornam-se 
prejudicadas; o emocional seria outro fator prejudicial a esse tipo de prova, uma vez abalado, 
trava o desenvolvimento da mesma, bem como o psíquico que muitas vezes pode vim a sofrer 
por transtornos impeditivos que travarão a declaração de vontade da testemunha. 
Mesmo diante de suas fragilidades, ainda é indispensável ao processo. Tomando-se por base o 
princípio do livre conhecimento, o juiz a usará para embasar seus julgamentos, dando a mesma 
o devido valor que merecem, ou não, unindo-a aos demais tipos de provas existentes no mundo 
jurídico; 
Ainda sobre o supracitado princípio, esse leva o juiz a analisar os relatos das testemunhas, 
sempre tomando cuidado com as possíveis distorções que podem surgir no seu transcurso, tais 
como: mentiras, falhas de memória, desvirtuamento da realidade vivida. 
Para o juiz, sua convicção não deve considerar o número de depoimentos como o mais 
importante, um deles vindo de uma pessoa idônea, insuspeita, conhecedora dos fatos e agindo 
com verossimilhança, já será suficiente para considerar a veracidade dos relatos. 
Desenvolvimento/Legislação 
Admissibilidade e Valor 
Por ser essa atingida por restrições de admissibilidade, pelo legislador, é que se pode dizer que 
ela detém menor confiabilidade. 
Vejamos o que estabelece o art 443, abaixo citado: 
Art. 443. O juiz indeferirá a inquirição de testemunhas sobre fatos: 
I — já provados por documento ou confissão da parte; 
II — que só por documento ou por exame pericial puderem ser provados. (Código — Lei nº 
13.105, de 16 de março de 2015 — Código de Processo Civil) 
Já o Código Civil, art 227, preceitua: 
Parágrafo único. Qualquer que seja o valor do negócio jurídico, a prova testemunhal é 
admissível como subsidiária ou complementar da prova por escrito. 
Dispositivo acima citado em consonância com o art. 444 do CPC: 
Art. 444. Nos casos em que a lei exigir prova escrita da obrigação, é admissível a prova 
testemunhal quando houver começo de prova por escrito, emanado da parte contra a qual se 
pretende produzir a prova. 
(Código — Lei n.º 13.105, de 16 de março de 2015 — Código de Processo Civil) 
Nas primeiras citações, os arts. expostos, demonstram que esse tipo de prova não é a principal, 
o que confirma a sua ínfima confiabilidade, ela não é a rainha das provas, mais uma 
coadjuvante, por vezes dispensável. 
Contribuindo ainda com o tema em estudo está o art 445, demonstrando outro caso de sua 
admissibilidade: 
Art. 445. Também se admite a prova testemunhal quando o credor não pode ou não podia, 
moral ou materialmente, obter a prova escrita da obrigação, em casos como o de parentesco, 
de depósito necessário ou de hospedagem em hotel ou em razão das práticas comerciais do 
local onde contraída a obrigação. (Código — Lei n.º 13.105, de 16 de março de 2015 — Código 
de Processo Civil) 
Todavia, se o negócio jurídico estabelecer que a sua composição haverá de ser apenas por 
escritura pública, nenhuma outra prova será admitida (CPC,art406). Mas digamos que há 
possibilidade de um contrato admitir qualquer outra forma de prova, inclusive a verbal, 
sendo assim a testemunhal será acolhida; quanto aos contratos que exigem forma escrita, a 
prova testemunhal será aceita, uma vez que a parte contra quem essa está sendo produzida, já 
tenha apresentado prova por escrito, por exemplo, um documento produzido pelo adversário até 
mesmo não sendo assinado por esse, com informações relevantes sobre determinado contrato. 
Outro caso de sua admissibilidade vem da parte inocente em demanda, para mostrar 
divergência entre a vontade real e a declarada, como também vícios de consentimento. (CPC, 
art 446). 
 
O processo é uma teia perceptível aos olhos da justiça!!! 
 
 
 
 
 
 
 
LEGISLAÇÃO APLICÁVEL 
CPC 2015 CPC 1973 
Art. 442 A prova testemunhal é sempre 
admissível, não dispondo a lei de modo 
diverso. 
Art. 400. A prova testemunhal é sempre 
admissível, não dispondo a lei de modo 
diverso. O juiz indeferirá a inquirição de 
testemunhas sobre fatos: 
I – já provados por documento ou confissão da 
parte; 
II – que só por documento ou por exame 
pericial puderem ser provados. 
– “Sobre os casos em que a lei não admite a prova testemunhal, cabe destacar que o novo CPC, acolhendo 
o Projeto da Câmara, não reproduziu o art. 401 do CPC de 1973 (e, consequentemente, o seu art. 403) 
não existindo, destarte, nenhuma vedação apriorística ao emprego da prova exclusivamente testemunhal 
nos contratos acima de dez salários mínimos. O que subsiste, a este propósito, no novo CPC é o comando 
do art. 444 (equivalente ao art. 402 do CPC de 1973), que exige início de prova escrita para os fins que 
especifica.”. (Bueno, Cassio Scarpinella – Novo Código de Processo Civil anotado/Cassio Scarpinella 
Bueno. São Paulo: Saraiva, 2015. p. 301-302). 
CPC 2015 CPC 1973 
Art. 443 O juiz indeferirá a inquirição de 
testemunhas sobre fatos: 
I – já provados por documento ou confissão da 
parte; 
II – que só por documento ou por exame 
pericial puderem ser provados. 
Art. 400. A prova testemunhal é sempre 
admissível, não dispondo a lei de modo 
diverso. O juiz indeferirá a inquirição de 
testemunhas sobre fatos: 
I – já provados por documento ou confissão da 
parte; 
II – que só por documento ou por exame 
pericial puderem ser provados. 
CPC 2015 CPC 1973 
Art. 444 Nos casos em que a lei exigir prova 
escrita da obrigação, é admissível a prova 
testemunhal quando houver começo de prova 
por escrito, emanado da parte contra a qual se 
pretende produzir a prova. 
Art. 402. Qualquer que seja o valor do 
contrato, é admissível a prova testemunhal, 
quando: 
I – houver começo de prova por escrito, 
reputando-se tal o documento emanado da 
parte contra quem se pretende utilizar o 
documento como prova; (…) 
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DENUNCIAR ESTE ANÚNCIO 
– “Como não subsiste no novo CPC a vedação generalizada de prova exclusivamente testemunhal para 
contratos acima de dez salários mínimos (art. 401 do CPC de 1973), o dispositivo tem sua aplicação 
restrita aos casos em que houver exigência legal de prova escrita da obrigação, o que, no âmbito do novo 
CPC, não se verifica.”. (Bueno, Cassio Scarpinella – Novo Código de Processo Civil anotado/Cassio 
Scarpinella Bueno. São Paulo: Saraiva, 2015. p. 302). 
CPC 2015 CPC 1973 
Art. 445 Também se admite a prova 
testemunhal quando o credor não pode ou não 
podia, moral ou materialmente, obter a prova 
Art. 402. Qualquer que seja o valor do 
contrato, é admissível a prova testemunhal, 
quando: 
escrita da obrigação, em casos como o de 
parentesco, de depósito necessário ou de 
hospedagem em hotel ou em razão daspráticas comerciais do local onde contraída a 
obrigação. 
(…) 
II – o credor não pode ou não podia, moral ou 
materialmente, obter a prova escrita da 
obrigação, em casos como o de parentesco, 
depósito necessário ou hospedagem em hotel. 
– “Ele permite o emprego da prova exclusivamente testemunhal nos casos que especifica, fazendo-o sem 
levar em conta, diferentemente do que ocorre com o art. 444, eventual disposição legislativa em sentido 
contrário.”. (Bueno, Cassio Scarpinella – Novo Código de Processo Civil anotado/Cassio Scarpinella 
Bueno. São Paulo: Saraiva, 2015. p. 303). 
CPC 2015 CPC 1973 
Art. 446 É lícito à parte provar com 
testemunhas: 
I – nos contratos simulados, a divergência 
entre a vontade real e a vontade declarada; 
II – nos contratos em geral, os vícios de 
consentimento. 
Art. 404. É lícito à parte inocente provar com 
testemunhas: 
I – nos contratos simulados, a divergência 
entre a vontade real e a vontade declarada; 
II – nos contratos em geral, os vícios do 
consentimento. 
CPC 2015 CPC 1973 
Art. 447 Podem depor como testemunhas 
todas as pessoas, exceto as incapazes, 
impedidas ou suspeitas. 
§ 1o São incapazes: 
I – o interdito por enfermidade ou deficiência 
mental; 
II – o que, acometido por enfermidade ou 
retardamento mental, ao tempo em que 
ocorreram os fatos, não podia discerni-los, ou, 
ao tempo em que deve depor, não está 
habilitado a transmitir as percepções; 
III – o que tiver menos de 16 (dezesseis) anos; 
IV – o cego e o surdo, quando a ciência do fato 
depender dos sentidos que lhes faltam. 
§ 2o São impedidos: 
I – o cônjuge, o companheiro, o ascendente e o 
descendente em qualquer grau e o colateral, 
até o terceiro grau, de alguma das partes, por 
consanguinidade ou afinidade, salvo se o 
exigir o interesse público ou, tratando-se de 
causa relativa ao estado da pessoa, não se 
puder obter de outro modo a prova que o juiz 
repute necessária ao julgamento do mérito; 
Art. 405. Podem depor como testemunhas 
todas as pessoas, exceto as incapazes, 
impedidas ou suspeitas. 
§ 1o São incapazes: 
I – o interdito por demência; 
II – o que, acometido por enfermidade, ou 
debilidade mental, ao tempo em que 
ocorreram os fatos, não podia discerni-los; ou, 
ao tempo em que deve depor, não está 
habilitado a transmitir as percepções; 
III – o menor de 16 (dezesseis) anos; 
IV – o cego e o surdo, quando a ciência do fato 
depender dos sentidos que Ihes faltam. 
§ 2o São impedidos: 
I – o cônjuge, bem como o ascendente e o 
descendente em qualquer grau, ou colateral, 
até o terceiro grau, de alguma das partes, por 
consangüinidade ou afinidade, salvo se o 
exigir o interesse público, ou, tratando-se de 
causa relativa ao estado da pessoa, não se 
puder obter de outro modo a prova, que o juiz 
repute necessária ao julgamento do mérito; 
II – o que é parte na causa; 
III – o que intervém em nome de uma parte, 
como o tutor na causa do menor, o 
representante legal da pessoa jurídica, o juiz, 
o advogado e outros, que assistam ou tenham 
assistido as partes. 
§ 3o São suspeitos: 
I – o condenado por crime de falso 
II – o que é parte na causa; 
III – o que intervém em nome de uma parte, 
como o tutor, o representante legal da pessoa 
jurídica, o juiz, o advogado e outros que 
assistam ou tenham assistido as partes. 
§ 3o São suspeitos: 
I – o inimigo da parte ou o seu amigo íntimo; 
II – o que tiver interesse no litígio. 
§ 4o Sendo necessário, pode o juiz admitir o 
depoimento das testemunhas menores, 
impedidas ou suspeitas. 
§ 5o Os depoimentos referidos no § 4o serão 
prestados independentemente de 
compromisso, e o juiz lhes atribuirá o valor 
que possam merecer. 
testemunho, havendo transitado em julgado a 
sentença; 
II – o que, por seus costumes, não for digno de 
fé; 
III – o inimigo capital da parte, ou o seu amigo 
íntimo; 
IV – o que tiver interesse no litígio. 
§ 4o Sendo estritamente necessário, o juiz 
ouvirá testemunhas impedidas ou suspeitas; 
mas os seus depoimentos serão prestados 
independentemente de compromisso (art. 
415) e o juiz Ihes atribuirá o valor que possam 
merecer. 
 
– “O § 3º exclui do rol de suspeição as polêmicas previsões dos incisos I (o condenado por crime de falso 
testemunho, havendo transitado em julgado a sentença) e II (o que, por seus costumes, não for digno de 
fé) do art. 405 do CPC de 1973. No § 4º, está autorizada, quando necessária, a oitiva de testemunhas 
suspeitas ou impedidas como informantes, isto é, sem prestar compromisso (§ 5º), na forma do § 2º do 
art. 457.”. (Bueno, Cassio Scarpinella – Novo Código de Processo Civil anotado/Cassio Scarpinella Bueno. 
São Paulo: Saraiva, 2015. p. 304). 
CPC 2015 CPC 1973 
Art. 448 A testemunha não é obrigada a 
depor sobre fatos: 
I – que lhe acarretem grave dano, bem como 
ao seu cônjuge ou companheiro e aos seus 
parentes consanguíneos ou afins, em linha 
reta ou colateral, até o terceiro grau; 
II – a cujo respeito, por estado ou profissão, 
deva guardar sigilo. 
Art. 406. A testemunha não é obrigada a depor 
de fatos: 
I – que Ihe acarretem grave dano, bem como 
ao seu cônjuge e aos seus parentes 
consangüíneos ou afins, em linha reta, ou na 
colateral em segundo grau; 
II – a cujo respeito, por estado ou profissão, 
deva guardar sigilo. 
CPC 2015 CPC 1973 
Art. 449 Salvo disposição especial em 
contrário, as testemunhas devem ser ouvidas 
na sede do juízo. 
Parágrafo único. Quando a parte ou a 
testemunha, por enfermidade ou por outro 
motivo relevante, estiver impossibilitada de 
comparecer, mas não de prestar depoimento, 
o juiz designará, conforme as circunstâncias, 
dia, hora e lugar para inquiri-la. 
Art. 336. Salvo disposição especial em 
contrário, as provas devem ser produzidas em 
audiência. 
Parágrafo único. Quando a parte, ou a 
testemunha, por enfermidade, ou por outro 
motivo relevante, estiver impossibilitada de 
comparecer à audiência, mas não de prestar 
depoimento, o juiz designará, conforme as 
circunstâncias, dia, hora e lugar para inquiri-
la. 
– “Também excepciona regra do caput a novidade constante do § 1º do art. 453, que permite a oitiva de 
testemunhas por videoconferência ou outro recurso tecnológico similar. Em rigor, as testemunhas, 
naquele caso, não estarão na sede do juízo, embora, por força da tecnologia, sua oitiva naquele local seja 
viável. A exigência de que as testemunhas sejam ouvidas, como regra, na audiência de instrução e 
julgamento – que consta do caput do art. 336 do CPC de 1973 – está no art. 453.”. (Bueno, Cassio 
Scarpinella – Novo Código de Processo Civil anotado/Cassio Scarpinella Bueno. São Paulo: Saraiva, 2015. 
p. 304). 
 
JURISPRUDÊNCIA 
 
Art. 442. A prova testemunhal é sempre admissível, não dispondo a lei de modo diverso. 
 
A prova testemunhal é admitida em qualquer processo de conhecimento, salvo nos casos 
em que a lei dispõe de modo diverso, como por exemplo, prova do distrato de contrato 
escrito (art. 472 do CC), a prova da fiança (art. 819 do CC), prova da existência da 
sociedade nas questões entre os sócios (art. 987 do CC), prova do estado de casado (art. 
1.543 do CC), etc. Deste modo, a admissibilidade da prova testemunhal é a regra e a 
vedação, exceção. Pois em alguns casos, o legislador exige que a prova de fatos seja feita 
por documento ou perícia. 
Neste sentido: “Conforme entendimento do Superior Tribunal de Justiça cumpre ao 
magistrado, destinatário da prova, valorar sua necessidade, consoante o princípio do livre 
convencimento motivado. Assim, não há violação aos arts. 130 e 131 do CPC quando o 
juiz, em decisão adequadamente fundamentada, defere ou indefere a produção de provas, 
seja ela testemunhal pericial ou documental”. (STJ, Resp. 1694283 / SP, j. 10.10.2017). 
 
O testemunho, sob o aspecto histórico, é considerado um dos meios de prova mais 
antigos, tanto que era considerada como a “rainha das provas”. Contudo, hoje a prova 
testemunhal não mais apresenta essa importância para o processo, por conta da 
fragilidade quea mesma apresenta em muitas ocasiões. Todavia, há casos em que o 
testemunho é imprescindível para comprovação dos fatos controvertidos na ação. Com 
efeito, as testemunhas contribuem a respeito de fatos que interessam à causa e que não 
são de conhecimento do juiz. Assim, cabe às testemunhas reproduzir perante o juiz, a 
realidade que captaram a fim de cooperar com a justiça. 
 
Os elementos que caracterizam a testemunha são: necessariamente deve ser uma pessoa 
física, que tenha capacidade para depor em juízo, distinta das partes do processo, que 
deve saber do fato litigioso e que seja chamada para depor a respeito de fatos 
controvertidos. 
Descabimento da prova testemunhal: 
a) Fiança (CC 819); 
b) Prova do estado de casado (CC 1543); 
c) Prova de distrato de contrato escrito (CC 472); 
d) Prova da existência da sociedade nas questões entre sócios (CC 987); 
e) Prova de seguro (CC 758); 
f) Prova de depósito voluntário (CC 646); 
g) Prova de mandato para ato em que se exige documento (CC 657). 
 
 
Art. 443. O juiz indeferirá a inquirição de testemunhas sobre fatos: [Dispositivo 
correspondente ao art. 400, caput do CPC/1973] 
 
 
I – já provados por documento ou confissão da parte; 
II – que só por documento ou por exame pericial puderem ser provados. 
 
O instrumento público ou particular na forma escrita é essencial para a validade do 
negócio jurídico, cuja prova se quer fazer em juízo. Nesses casos, a prova testemunhal até 
pode ser admitida, mas somente para complementar a prova escrita. 
Neste sentido: “Esta Corte Superior firmou entendimento de que, em casos excepcionais, 
admite-se a comprovação dos danos materiais a partir da prova exclusivamente 
testemunhal, por reputar desarrazoada a exigência que a vítima demonstre efetivamente o 
decréscimo material que suportou. Em razão do rompimento da barragem, a recorrida 
perdeu bens e documentos. É válida, portanto, a prova testemunhal para a comprovação 
dos prejuízos de ordem material suportados pela agravada, diante da impossibilidade de 
se usar outros meios de prova”. (STJ, AgInt no REsp. 1564512 / PB, j. 19.09.2017). 
 
A confissão de uma das partes pode gerar a dispensa da oitiva de testemunhas, porém o 
juiz deve delimitar o alcance e a validade dessa confissão, pois pode acontecer da 
confissão gerar a necessidade de complementação através do testemunho. 
Nada obsta que a parte a quem a confissão ou o documento beneficiou requeira a 
inquirição das próprias testemunhas, a fim de reforçar a prova produzida. O indeferimento 
desse pedido, dificilmente constituirá causa de nulidade processual, exceto se a parte 
provar que o ato do juiz lhe acarretou manifesto prejuízo. 
Neste sentido: “Com relação à alegação de cerceamento de defesa, ficou devidamente 
esclarecido no acórdão recorrido que: “A ausência de oitiva de testemunhas não 
caracterizou cerceamento de defesa, pois as provas documentais e periciais foram 
suficientes para o julgamento da ação, que versa, predominantemente, sobre matéria de 
direito, sendo forçoso concluir que a produção de prova testemunhal seria irrelevante para 
a solução da controvérsia”. (STJ, AgInt no REsp 1562125 / SP, j. 17.10.2017). 
 
A prova testemunhal não substitui a prova pericial, pois quando a prova do fato depender 
de conhecimento técnico ou científico, o juiz será assistido por perito. 
Neste sentido: “Desnecessária a inquirição de testemunhas sobre fatos que só por perícia 
técnica podem ser demonstrados. De outro lado, a prova médica realizada traz no seu bojo 
segura fundamentação para ensejar o deslinde da demanda, revelando-se inconsistente o 
pedido de produção de outras provas ou elaboração de nova perícia nesse sentido”. 
(TJSP, APSR 5191075600, j. 07.08.2008). 
 
Art. 444. Nos casos em que a lei exigir prova escrita da obrigação, é admissível a prova 
testemunhal quando houver começo de prova por escrito, emanado da parte contra a qual 
se pretende produzir a prova. [Dispositivo correspondente ao art. 402, I do CPC /1973] (1) 
 
O dispositivo prevê a possibilidade de utilização da prova testemunhal quando a lei exigir 
prova escrita da obrigação. Nesse caso, a prova testemunhal é admissível para 
complementar a prova escrita, ou seja, desde que haja nos autos um ‘começo de prova por 
escrito’, emanado daquele contra o qual se pretende produzir a prova. 
 
O começo de prova por escrito’ quando houver, favorecerá a instrução do procedimento e 
a consequente formação do convencimento do juiz. 
Neste sentido: “Não é de se julgar antecipadamente a lide, quando o embargante se propõe 
a provar que já efetivara o pagamento de parte substancial da dívida, tanto mais quando 
não se trata de prova exclusivamente testemunhal, mas complementar a documental 
indicada com a petição de embargos”. (STJ, REsp 10.236/GO, j. 28.05.1991). 
Em igual sentido: “Para autorizar a instrução do processo com prova testemunhal, é 
requisito essencial que os demandados acostem aos autos, ao menos, início de prova 
escrita acerca do que alegam para desconstituir o título, conforme preceituam os arts. 401 
e 402, I, do Código de Processo Civil” (TJSC, AC 2009.069564-8, j. 03.11.2010). 
 
Contudo, súmula 149 do STJ: “A prova exclusivamente testemunhal não basta à 
comprovação da atividade rurícola, para efeito da obtenção do benefício previdenciário”. 
 
Art. 445. Também se admite a prova testemunhal quando o credor não pode ou não podia, 
moral ou materialmente, obter a prova escrita da obrigação, em casos como o de 
parentesco, de depósito necessário ou de hospedagem em hotel ou em razão das práticas 
comerciais do local onde contraída a obrigação. [Dispositivo correspondente ao art. 402, II 
do CPC/1973] (1). 
 
O preceito trata das hipóteses de impossibilidade de prova por meio documental, nesse 
caso não há como dispensar a prova testemunhal devido a ausência de outras provas. (1) 
Algumas situações somente admitem prova documental, todavia excepcionalmente a 
prova testemunhal será admitida quando não for possível provar por outro meio. 
Neste sentido: “Alegação de compra de imóvel financiado por interposta pessoa – 
Empregadores que teriam comprado uma casa, em nome próprio, para o empregado – 
Quitação do financiamento – Patrões que se negam a transferir a propriedade do bem ao 
funcionário – Procedência da demanda – Inconformismo – Inadmissibilidade – 
Verossimilhança da tese do autor – Ajuste firmado entre o apelado e os apelantes provado 
por testemunha – Aplicação extensiva do inc. II do art. 402 do Código de Processo Civil – 
Tese dos réus de contrato de locação não provada – Ausência de documentos ou 
testemunhas – Fato extintivo do direito do autor – Ônus dos réus – Sentença mantida – 
Recurso desprovido”. (TJSP, AC 9219711-83.2002.8.26.0000, j. 08.06.2011). 
 
Art. 446. É lícito à parte provar com testemunhas: [Dispositivo correspondente ao art. 404, 
caput do CPC/1973] . 
I – nos contratos simulados, a divergência entre a vontade real e a vontade declarada; 
[Dispositivo correspondente ao art. 404, I do CPC/1973] (1). 
II – nos contratos em geral, os vícios de consentimento. [Dispositivo correspondente ao 
art. 404, II do CPC/1973] (2) . 
 
A prova exclusivamente testemunhal é admitida também na hipótese de contratos 
simulados, em que haja divergência entre a vontade real e a vontade declarada. 
Neste sentido: “Há nulidade no julgamento antecipado da lide, pendente pedido de 
realização de prova pericial e testemunhal, imprescindíveis para o exame do pedido de 
reconhecimento de negócio simulado e posterior partilha do bem imóvel objeto da lide”. 
(TJDF APC 0030702- 03.2013.8.07.0001, j. 12.11.2014). Em igual sentido: “É admissível a 
prova testemunhal para, evitando o enriquecimento sem causa, demonstrar peculiaridade 
ou circunstância do contrato, bem como as obrigações e efeitos dele decorrentes, como 
no caso em que a prova demonstrou que a obrigação pecuniária foi assumida pelo pai da 
autora”. (STJ, AgInt no REsp 1570445 / MT, j. 17.10.2017). 
 
Quando o negócio jurídico apresentarum dos vícios de consentimento (art. 138 a 155 do 
CC) pode ser utilizado à prova exclusivamente testemunhal de sua ocorrência. 
 
 
Art. 447. Podem depor como testemunhas todas as pessoas, exceto as incapazes, 
impedidas ou suspeitas. [Dispositivo correspondente ao art. 405, caput do CPC/1973] (1). 
§1º São incapazes: [Dispositivo correspondente ao art. 405, §1º do CPC/1973] (2). 
I – o interdito por enfermidade ou deficiência mental; [Dispositivo correspondente ao art. 
405, §1º, I do CPC/1973]. 
II – o que, acometido por enfermidade ou retardamento mental, ao tempo em que 
ocorreram os fatos, não podia discerni-los, ou, ao tempo em que deve depor, não está 
habilitado a transmitir as percepções; [Dispositivo correspondente ao art. 405, §1º, II do 
CPC/1973] 
III – o que tiver menos de 16 (dezesseis) anos; [Dispositivo correspondente ao art. 405, §1º, 
III do CPC/1973]. 
IV – o cego e o surdo, quando a ciência do fato depender dos sentidos que lhes faltam. 
[Dispositivo correspondente ao art. 405, §1º, IV do CPC/1973] 
 
§2º São impedidos: [Dispositivo correspondente ao art. 405, §2° do CPC /1973] (3). 
I – o cônjuge, o companheiro, o ascendente e o descendente em qualquer grau e o 
colateral, até o terceiro grau, de alguma das partes, por consanguinidade ou afinidade, 
salvo se o exigir o interesse público ou, tratando-se de causa relativa ao estado da pessoa, 
não se puder obter de outro modo a prova que o juiz repute necessária ao julgamento do 
mérito; [Dispositivo correspondente ao art. 405, §2º, I do CPC/1973] 
II – o que é parte na causa; [Dispositivo correspondente ao art. 405, §2º, II do CPC/1973] 
III – o que intervém em nome de uma parte, como o tutor, o representante legal da pessoa 
jurídica, o juiz, o advogado e outros que assistam ou tenham assistido as partes. 
[Dispositivo correspondente ao art. 405, §2º, III do CPC/1973]. 
 
§3º São suspeitos: [Dispositivo correspondente ao art. 405, §3º do CPC/1973] (4). 
I – o inimigo da parte ou o seu amigo íntimo; [Dispositivo correspondente ao art. 405, §3º, 
III do CPC/1973]. 
II – o que tiver interesse no litígio. [Dispositivo correspondente ao art. 405, §3º, IV do 
CPC/1973]. 
§4º Sendo necessário, pode o juiz admitir o depoimento das testemunhas menores, 
impedidas ou suspeitas. [Dispositivo correspondente ao art. 405, §4º do CPC/1973]. (5) 
§5º Os depoimentos referidos no § 4º serão prestados independentemente de 
compromisso, e o juiz lhes atribuirá o valor que possam merecer. [Dispositivo 
correspondente ao art. 405, §4º do CPC/1973] (5). 
 
A princípio, qualquer pessoa pode depor como testemunha, salvo aqueles que são 
considerados incapazes, impedidos ou suspeitos. Assim, todas as pessoas são obrigadas 
a testemunhar a respeito de fatos que são do seu conhecimento e que interessam à causa. 
Neste sentido: “A história das provas orais evidencia evolução, no sentido de superar 
preconceito com algumas pessoas. Durante muito tempo, recusou-se credibilidade ao 
escravo, estrangeiro, preso, prostituta. Projeção, sem dúvida, de distinção social. Os 
romanos distinguiam – patrícios e plebeus. A economia rural, entre o senhor do engenho e 
o cortador da cana, o proprietário da fazenda de café e quem se encarregasse da colheita. 
Os Direitos Humanos buscam afastar distinção. O Poder Judiciário precisa ficar atento 
para não transformar essas distinções em coisa julgada. O requisito moderno para uma 
pessoa ser testemunha é não evidenciar interesse no desfecho do processo. Isenção, pois. 
O homossexual, nessa linha, não pode receber restrições. Tem o direito-dever de ser 
testemunha. E mais: sua palavra merecer o mesmo crédito do heterossexual. Assim se 
concretiza o princípio da igualdade, registrado na Constituição da República e no Pacto de 
San Jose de Costa Rica”. (STJ, REsp 154857 / DF, j. 26.05.1998). 
 
(2) O artigo enumera quais as pessoas que são incapazes para depor como testemunha. A 
primeira delas é o interdito por enfermidade ou deficiência mental, por apresentarem 
alguma debilidade para a percepção dos fatos objeto da prova, sendo incapazes de depor. 
Também é incapaz de depor aquele que, acometido por enfermidade ou retardamento 
mental ao tempo em que ocorreram os fatos, não poderia tê-los discernido ou, ao tempo 
em que se colher o depoimento, não tivesse habilitado a transmitir suas percepções. 
 
É considerado incapaz de depor aquele que não tenha completado 16 anos de idade, pois 
não havendo qualquer relação entre os interesses desse menor e o fato da causa estará 
proibido de servir de testemunha em qualquer processo. 
 
São incapazes de depor também os cegos e os surdos, quando a ciência do fato depender 
dos sentidos que lhes faltam. Todavia, se a percepção do fato não depende do sentido da 
visão (no caso dos cegos) ou da audição (no caso dos surdos), são eles perfeitamente 
capazes de depor como testemunhas. 
 
Os impedimentos para depor podem decorrer de: parentesco consanguíneo ou afim entre a 
parte e a testemunha; situação de quem é parte na causa; relação jurídica de quem tenha 
assistido uma das partes. Deste modo, a pessoa será considerada impedida de 
testemunhar em razão da sua posição em relação às partes na demanda. 
Por fim, de modo a garantir a necessária probidade da testemunha e a consequente 
credibilidade das suas declarações, o legislador processual criou restrições quanto ao 
testemunho de determinadas pessoas, reputando-as como suspeitas, seja em decorrência 
de foro subjetivo (inimigo ou amigo íntimo da parte) ou objetivo (o que tiver interesse na 
causa). 
Neste sentido: “O juiz é livre na condução do processo. Pode indeferir a produção de 
provas que achar desnecessárias ou não influentes para formar seu convencimento, 
principalmente quando as testemunhas inicialmente apresentadas não se apresentam com 
capacidade imparcial e inconteste de produzir prova convincente a respeito de fatos 
relevantes ao deslinde da controvérsia”. (TRT1, RO 00000155220135010521, j. 14.01.2015). 
 
Todavia, nem sempre o juiz poderá dispensar a oitiva da testemunha incapaz, impedida ou 
suspeita, por ser o único meio de prova dos autos, onde os fatos controvertidos somente 
foram presenciados por essas pessoas. Assim, a regra não pode ser absoluta, pois 
causaria grandes transtornos à instrução, devido à inexistência de outros elementos que 
possam ajudar na formação do convencimento do julgador. Nesse caso, essa testemunha 
não será compromissada, sendo ouvida apenas como informante. 
Neste sentido: “No entanto, a testemunha não pode ser declarada suspeita apenas por 
suposição. Por isso é que existe a contradita e a possibilidade de ouvi-la como informante, 
conforme autoriza o § 4º do art. 405 do CPC, sob pena de ofensa ao pleno contraditório”. 
(TRF3, AI 0022413- 31.2013.4.03.0000, j. 24.04.2014). 
 
Art. 448. A testemunha não é obrigada a depor sobre fatos 
I – que lhe acarretem grave dano, bem como ao seu cônjuge ou companheiro e aos seus 
parentes consanguíneos ou afins, em linha reta ou colateral, até o terceiro grau; 
II – a cujo respeito, por estado ou profissão, deva guardar sigilo. 
Art. 449. Salvo disposição especial em contrário, as testemunhas devem ser ouvidas na 
sede do juízo. 
 
Parágrafo único. Quando a parte ou a testemunha, por enfermidade ou por outro motivo 
relevante, estiver impossibilitada de comparecer, mas não de prestar depoimento, o juiz 
designará, conforme as circunstâncias, dia, hora e lugar para inquiri-la. 
 
PergunTas e resPosTas 
O que é a prova testemunhal? 
 
A prova testemunhal é um meio probatório previsto no Código de Processo Civil, através do qual 
um terceiro alheio à causa é chamado para depor em juízo e fornecer informações sobre o caso 
em discussão. 
Desta forma, ela é obtida por conta de um relato prestado por uma pessoa física que presenciou 
ou tem conhecimento dos fatos, em uma audiência designada para tal finalidade. 
Classificação das testemunhas 
As testemunhas de um processo podem ser classificadas de três formas: testemunhas 
presenciais,de referência ou referidas. 
Para entender a diferença entre cada uma delas, abordaremos seus conceitos a seguir: 
Testemunha presencial: é aquela que participou diretamente do fato que culminou na ação 
judicial, podendo descrevê-lo por meio de seus sentidos. 
Testemunha de referência: é aquela que soube do fato por outras pessoas nele envolvidas; 
Testemunha referida: são aquelas que foram mencionadas no depoimento de outra testemunha. 
Destacamos, ainda, que existem diferentes classificações na doutrina processual civil, como, por 
exemplo, a divisão entre testemunhas instrumentárias e judiciais. 
A instrumentária é a testemunha que presenciou a formalização de um ato jurídico e também 
assinou o respectivo instrumento. 
Já a testemunha judicial é aquela que relata em juízo o que sabe a respeito dos fatos, podendo 
ser uma testemunha presencial, de referência ou referida. 
 Quando pode ser utilizada a prova testemunhal? 
O Código de Processo Civil traz como regra a admissibilidade da prova testemunhal em todos os 
casos, desde que: 
a lei não disponha de modo contrário; 
seja direcionada para comprovar fatos controvertidos. 
A legislação processual também especifica alguns casos em que a prova testemunhal pode ser 
utilizada, conforme se vê abaixo: 
a. Quando a lei exigir prova escrita da obrigação, a prova testemunhal é admissível se houver 
início de prova por escrito (Art. 444); 
b. Quando o credor não pode ou não podia, por questões morais ou materiais, obter a prova 
escrita da obrigação (Art. 445); 
c. Em contratos simulados, quanto à divergência entre a vontade real e a vontade declarada 
(Art. 446, inciso I); 
d. Em contratos gerais, quanto ao vício de consentimento (Art. 446, inciso II). 
Vale ressaltar que outras leis específicas e esparsas sobre Direito Civil e processual podem 
conter mais especificações sobre o uso da prova testemunhal. 
Quem pode e quem não pode ser testemunha no processo? 
O Art. 447 do Código de Processo Civil define como regra que todas as pessoas podem ser 
testemunhas no processo, exceto as incapazes, impedidas ou suspeitas. 
Mesmo diante da exceção legal, o Código permite que, excepcionalmente, e caso necessário, o 
juiz poderá admitir o depoimento de pessoas menores, impedidas ou suspeitas (Art. 447, 
parágrafo quarto). 
Se for este o caso, os depoimentos serão prestados sem compromisso, e o juiz irá atribuir o valor 
que achar que a prova possa merecer. 
Para compreender quem são as pessoas que se encaixam nessa exceção legal, ou seja, as que 
não podem depor como testemunhas, confira o rol abaixo. 
Pessoas incapazes 
São consideradas incapazes aquelas definidas no Art. 447, parágrafo primeiro, do CPC: 
interditados por enfermidade ou deficiência mental; 
aquela que, ao tempo do fato, não podia discernir-lo por conta de enfermidade ou retardamento 
mental; 
aquela que, ao tempo do depoimento, não está habilitado a transmitir percepções; 
aquela que tiver menos de 16 anos; 
o cego e o surdo, quando a ciência do fato depender do sentido que lhes falta. 
Pessoas impedidas 
São consideradas impedidas aquelas definidas no Art. 447, parágrafo segundo, do CPC: 
o cônjuge, o companheiro, o ascendente e o descendente, em qualquer grau e colateral, até o 
terceiro grau, de alguma das partes, por consanguinidade ou afinidade, salvo se o interesse 
público exigir ou, tratando-se de causa relativa ao estado da pessoa, não se puder obter de outro 
modo a prova; 
aquela que é parte na causa; 
aquela que intervém em nome de uma parte, seja como tutor, representante legal, advogado ou 
outra que assistam ou tenham assistido as partes. 
Pessoas suspeitas 
São consideradas suspeitas aquelas definidas no Art. 447, parágrafo terceiro, do CPC: 
o inimigo da parte ou seu amigo íntimo; 
aquela que tiver interesse no litígio. 
Quando a testemunha válida não é obrigada a depor? 
Existem casos em que uma testemunha válida, ou seja, que não se enquadra na exceção legal 
de incapaz, impedida ou suspeita, poderá recusar o depoimento. 
As hipóteses estão previstas no artigo 448 do CPC: 
quando os fatos lhe acarretem grave dano; 
quando os fatos acarretem grave dano ao seu cônjuge ou companheiro e a seus parentes 
consanguíneos ou afins, em linha reta ou colateral, até o terceiro grau; 
quando por estado ou profissão deva guardar sigilo sobre os fatos. 
Assim, nos casos mencionados acima a pessoa não estará obrigada a depor, podendo recusar ao 
chamado da justiça. 
Direitos e deveres da testemunha 
A atuação da testemunha em juízo é considerada serviço público, tendo em vista sua relevância 
para o desenrolar de um processo. 
Desta forma, as testemunhas estão amparadas legalmente por direitos e deveres, os quais você 
pode conferir abaixo. 
Deveres da testemunha 
A testemunha deve comparecer em juízo sempre que intimada. Sem justo motivo, ela não poderá 
deixar de comparecer. 
Caso não cumpra ao chamado judicial, ela será conduzida, responderá pelas despesas 
decorrentes da condução e do adiamento. 
A testemunha também tem o dever de prestar depoimento, o qual decorre do dever genérico de 
colaborar com a justiça para descobrir a verdade. As exceções desse dever são os casos em que 
a testemunha válida não é obrigada a depor, os quais já foram mencionados anteriormente. 
Além disso, a testemunha também tem o dever de dizer a verdade, prestando compromisso com 
tal finalidade no início de sua inquirição. 
O juiz advertirá à testemunha que quem faz afirmação falsa, cala ou oculta a verdade pode 
incorrer em sanção penal. 
Direitos da testemunha 
A testemunha tem direito de ser tratada com respeito e urbanidade, não sendo permitido realizar 
perguntas impertinentes, capciosas ou vexatórias. 
Neste sentido, as testemunhas também podem se recusar a responder perguntas, caso delas 
possa lhe resultar um processo criminal. 
Outro direito cabível às testemunhas está relacionado à possibilidade de requerer o 
ressarcimento de despesas sofridas para comparecimento à audiência, as quais devem ser 
suportadas pela parte que a arrolou. 
Por fim, quando sujeita à lei trabalhista, a testemunha que comparecer à audiência não sofrerá 
perda de salário nem desconto no tempo de serviço. 
Como funciona a produção da prova testemunhal? 
Até que se chegue à etapa efetiva de produção de provas de uma ação judicial, algumas etapas 
devem ser cumpridas dentro do processo. 
Desta forma, abordaremos cada uma delas na sequência. 
Requerimento e rol de testemunha 
Na etapa de saneamento e organização do processo, caso o juiz entenda necessária a produção 
de prova testemunhal, ele determinará a intimação das partes para que apresentem rol de 
testemunhas, no prazo de 15 dias. 
Tratando-se de um processo de alta complexidade em matéria de fato ou de direito, o juiz poderá 
designar audiência para que o saneamento seja feito em cooperação com as partes. Neste caso, 
as partes já devem vir munidas do rol de testemunhas para o ato. 
Com relação ao rol apresentado, poderão ser listadas até 10 testemunhas, sendo 3, no máximo, 
para provar cada fato. 
O juiz poderá limitar o número de testemunhas a ser arrolado, conforme a complexidade da causa 
ou dos fatos individualmente considerados. 
Sempre que possível, as testemunhas devem ser qualificadas com as seguintes informações: 
nome, profissão, estado civil, idade, número de CPF, número de registro de identidade e 
endereço completo de residência ou local de trabalho. 
Substituição de testemunha 
Depois de apresentado o rol, as testemunhas, em regra, não poderão ser substituídas. 
Entretanto, o Código de Processo Civil elenca exceções no Art. 451. Nestes casos, a substituição 
será possível quando: 
a testemunha falecer; 
a testemunha não puder comparecer por conta de enfermidade; 
a testemunha não for encontrada por ter mudado de residência ou local de trabalho. 
Intimação de testemunha 
De acordo com o CPC, é responsabilidade do advogado informar ou intimar a testemunha por ele 
arroladosobre o dia, hora e local da audiência designada, sendo dispensada a intimação do juízo. 
Para fazer isso, o advogado tem duas possibilidades: 
intimar a testemunha por carta com aviso de recebimento, juntando cópia da intimação e o 
comprovante de recebimento aos autos, com antecedência de pelo menos 3 dias da data da 
audiência; 
comprometer-se a levar a testemunha à audiência, independente de intimação. Neste caso, se a 
testemunha não comparecer, entende-se que a parte desistiu de sua inquirição. 
Se o advogado não realizar a intimação da testemunha e não comprometer-se a levá-la à 
audiência, entende-se que houve desistência de sua inquirição. 
A lei processual também prevê hipóteses em que a intimação judicial de testemunha é cabível. 
São elas: 
quando a intimação pelo advogado for frustrada; 
quando for demonstrada a necessidade da parte ao juiz; 
quando for testemunha servidor público ou militar; 
quando a testemunha for arrolada pelo Ministério Público ou pela Defensoria Pública; 
quando a testemunha estiver no rol previsto no Art. 454, que tratam de figuras de autoridade 
públicas. 
Nos casos acima mencionados, portanto, a intimação será feita pelo cartório ou vara judicial. 
Depoimento da testemunha 
Quando chegar o momento da testemunha ser inquirida, algumas formalidades devem ser 
atendidas na audiência. 
Todas as testemunhas arroladas serão inquiridas separada e sucessivamente. O juiz irá primeiro 
ouvir as do autor e depois as do réu. Essa ordem só poderá ser alterada se as partes 
concordarem. 
Antes de iniciar o seu depoimento, a testemunha será qualificada, informando ou confirmando 
seus dados pessoais, bem como se tem parentesco com alguma parte ou interesse no objeto do 
litígio. 
Em seguida, a testemunha prestará compromisso de dizer a verdade sobre o que lhe for 
perguntado, sob pena de incorrer em sanções penais. 
Para iniciar seu depoimento, a testemunha responderá primeiramente às perguntas formuladas 
pela parte que a arrolou e, na sequência, pela parte contrária. Vale destacar que o juiz, a seu 
critério, poderá inquirir a testemunha antes ou depois da inquirição das partes. 
Além disso, é importante ressaltar que não são todas as perguntas que a testemunha é obrigada 
a responder. O juiz deve indeferir aquelas que: 
puderem induzir resposta; 
não tiverem relação com questões de fato e objeto da atividade probatória; 
importarem em repetição de outra pergunta já respondida. 
No caso de indeferimento de perguntas, se a parte requerer, elas poderão ser reduzidas a termo. 
Contradita de testemunha 
Antes de iniciar a inquirição da testemunha, a parte poderá contraditá-la, arguindo sua 
incapacidade, impedimento ou suspeição. 
Caso a testemunha negue tais fatos, deve ela provar a contradita com documentos ou com 
testemunhas, podendo arrolar até 3, apresentando-as no ato e inquiridas em separado. 
Se forem comprovados ou confessados os fatos que determinem a incapacidade, impedimento ou 
suspeição da testemunha, o juiz poderá dispensar seu depoimento ou, então, tomá-lo como 
informante. 
Registro do depoimento 
O depoimento da testemunha pode ser registrado de gravação ou digitação. 
No caso de gravação eletrônica, ela poderá ser feita através de softwares jurídicos próprios 
para os tribunais e órgãos públicos. 
Quando for digitado ou documentado por meio de taquigrafia, estenotipia ou outro método idôneo, 
o depoimento deve ser assinado pelo juiz, pelo depoente e pelos procuradores das partes. 
Se os autos forem eletrônicos, devem ser observadas as normas previstas no Código de 
Processo Civil e na legislação específica sobre prática eletrônica de atos processuais. 
 
ConClusÃo sobre o Tema 
 
Como foi possível perceber, a prova testemunhal é de extrema importância para o desenrolar dos 
processos judiciais, tanto que o legislador considerou sua realização como uma regra, e não 
exceção. 
Neste sentido, é imperativo que o advogado, ao desempenhar suas funções, conheça os 
procedimentos que envolvam a sua produção, desde a apresentação do rol de testemunhas até a 
efetiva inquirição. 
Assim, conclui-se que o advogado, ao gerenciar os processos judiciais sob sua 
responsabilidade, deve sempre avaliar a possibilidade de requerer a produção de prova 
testemunhal, quando for cabível e relevante para esclarecimento dos fatos. 
 
 
 
 
 
 
 
ConsiDeraÇÕes Finais 
 
 
 
Agradecemos á nossa Instituição por conceder um ambiente não apenas 
confortável, mas rico em conhecimento e compartilhar conosco. 
Futuros operadores do direito 6º Semestre. 
 
bibliograFia 
Código de Processo Civil Comentado, 16ª edição, pág.1153, Nelson Nery Junior e Rosa 
Maria de Andrade Nery). 
 
estudosnovocpc.com.br/2015/07/17/artigo-442-ao-463/ 
Artigo 442 ao 463 – Estudos do Novo CPC (estudosnovocpc.com.br) 
 
"Código de Processo Civil Comentado: Com Remissões e Notas Comparativas ao Cpc/1973 
2020 • José Miguel Garcia Medina" (Medina, 2020) 
 
Lei 13105/15 | Lei nº 13.105, de 16 de Março de 2015, Presidência da Republica 
jusbrasil.com.br 
 
Theodoro Júnior, Humberto. Curso de Direito Processual Civil – Teoria geral do direito 
processual civil, processo de conhecimento e procedimento comum – vol. I. 56. ed. Rio de 
Janeiro: Forense, 2015. 
 
Artigo 442-A - CAPÍTULO I - DISPOSIÇÕES GERAIS (Do artigo 442 ao 456) - Direito Com Ponto 
Com Legislação comentada e gratuita. 
www.direitocom.com/author/rodrigoschwarz

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