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Aula 1- Conceitos Básicos Prof. Francisco A. Scannavino Jr. 1 1. Tensão Elétrica 2 • Tensão elétrica é a diferença de potencial de 1 Volt (V) entre dois pontos se acontece uma troca de energia de 1 Joule (J) quando deslocamos uma carga de 1 Coulomb (C) entre esses dois pontos; Unidade: V (Volt); Representação: E, U, V, v(t), u(t), e(t); Simbologia: 1. Tensão Elétrica 3 • Equacionamento: 𝑈 = 𝑊 𝑄 = 𝑑𝑤 𝑡 𝑑𝑞 𝑡 onde U (V) é a diferença de potencial entre dois pontos, W (J) é a energia necessária para a movimentação de uma carga elétrica igual a Q (C). 1. Tensão Elétrica 4 • Fonte de Tensão (CC) ideal: fornece uma tensão fixa a qualquer sistema eletroeletrônico, ainda que possam ocorrer variações na corrente conforme determinado pelo sistema. 1. Tensão Elétrica 5 • Fonte de Tensão (CC) real: a tensão contínua diminui com o tempo, mantida uma determinada corrente de descarga. 1. Tensão Elétrica 6 • Especificação ampère-hora: as baterias têm uma especificação de capacidade dada em ampère-hora (Ah) ou miliampère-hora (mAh). 𝑫𝒖𝒓𝒂çã𝒐 𝒐𝒖 𝑽𝒊𝒅𝒂 ú𝒕𝒊𝒍 𝒉𝒐𝒓𝒂𝒔 = 𝒆𝒔𝒑𝒆𝒄𝒊𝒇𝒊𝒄𝒂çã𝒐 (𝑨𝒉) 𝒄𝒐𝒓𝒓𝒆𝒏𝒕𝒆 𝒅𝒓𝒆𝒏𝒂𝒅𝒂 (𝑨) 1. Tensão Elétrica 7 As fontes de Tensão CC podem ser divididas em três amplas categorias: • Baterias – usam reações químicas; Geradores – são conversores eletromecânicos de energia; Fontes de alimentação – usam o processo de retificação. 1. Tensão Elétrica 8 Terminologia: Potencial: a tensão num ponto em relação a outro ponto no sistema elétrico. Normalmente o ponto de referência é o GND (ponto comum ou terra), cujo potencial é igual a zero; Diferença de Potencial: a diferença algébrica de potencial (ou de tensão) entre dois pontos de um circuito elétrico; Tensão: quando esse termo aparece isolado, significa o mesmo que potencial; Diferença de Tensão: a diferença algébrica de tensão (ou potencial) entre dois pontos de um sistema. Os termos queda ou aumento de tensão são auto-explicativos; 2. Corrente Elétrica 9 • Os elétrons livres são os portadores de carga em um fio de cobre ou em qualquer outro condutor de eletricidade; Movimento aleatório de elétrons livres em um fio de cobre quando não existe tensão aplicada. Movimento aleatório de elétrons livres em uma estrutura atômica. Na ausência de forças externas, o fluxo de carga líquida em um condutor é nulo em qualquer direção; 2. Corrente Elétrica 10 Se 6,24x1018 elétrons (1C) atravessam em 1 segundo, com velocidade uniforme, a seção reta circular imaginária de um condutor, dizemos que o fluxo de carga corresponde a 1 Ampère. Unidade: A (Ampère); Representação: I, i(t), i ; Simbologia: 2. Corrente Elétrica 11 Equacionamento: 𝐼 = 𝑄 𝑡 = 𝑑𝑞(𝑡) 𝑑𝑡 onde I é a corrente elétrica em Ampères [A], Q é a carga elétrica em Coulombs [C] e t o tempo em segundos [s]. 2. Corrente Elétrica 12 Uma fonte de corrente CC ideal fornece uma corrente fixa a qualquer sistema eletroeletrônico, ainda que possam ocorrer variações na tensão conforme determinado pelo sistema. 3. Amperímetros e Voltímetros 13 Amperímetros – são equipamentos usados para medir a intensidade de corrente. 3. Amperímetros e Voltímetros 14 Voltímetros – são equipamentos usados para medir a tensão elétrica entre dois pontos. 4. Resistência Elétrica 15 Resistência – oposição que um condutor oferece à passagem de corrente elétrica; Depende das dimensões e da natureza do material que compõe o condutor; Unidade: (ohm) Representação: R Simbologia: 4. Resistência Elétrica 16 Equacionamento (temperatura ambiente – 20º ): 𝑅 = 𝜌 . 𝑙 𝐴 onde R é a resistência, é a resistividade [ . cm], l é o comprimento da amostra [cm] e A é a área da seção reta da amostra [cm2]. MATERIAL Resistividade [ . cm] PRATA 1,645 X 10-6 COBRE 1,723 X 10-6 OURO 2,443 X 10-6 ALUMÍNIO 2,825 X 10-6 TUNGSTÊNIO 5,485 X 10-6 NÍQUEL 7,811 X 10-6 FERRO 12,299 X 10-6 5. Lei de Ohm 17 • A Lei de Ohm estabelece que a tensão U em um resistor é diretamente proporcional à corrente I que flui através do resistor; • Uma diferença de potencial produz uma corrente proporcional; • A constante de proporcionalidade é denominada de resistência; 𝑈 = 𝑅 . 𝐼 𝐼 = 𝑈 𝑅 𝑅 = 𝑈 𝐼 5. Lei de Ohm 18 • Quando a resistência é constante: 5. Lei de Ohm 19 • Como os valores de R podem variar de 0 a infinito, é importante considerarmos os dois possíveis valores extremos de R. I+ - R = 0() V = 0(V)circuito elétrico V + - R = () circuito elétrico (a) curto-circuito (R=0) (b) circuito aberto (R=) 5. Lei de Ohm 20 • Uma grandeza útil na análise de circuitos é o recíproco da resistência R, conhecida como condutância; Unidade: Siemens (S) ou mho ( ) = (A/V); Representação: G; Equacionamento: 𝐆 = 𝟏 𝐑 = 𝐈 𝐔 𝐔 = 𝑰 𝑮 𝑰 = 𝑼 . 𝑮 • Condutância é a capacidade de um elemento conduzir corrente elétrica; 6. Elementos de Circuitos 21 • Existem dois tipos de elementos encontrados em circuitos elétricos: elementos passivos e elementos ativos. Elementos passivos: não são capazes de gerar energia (CC) ou não alteram a forma de onda fornecida à eles. Exemplos: resistores, capacitores e indutores; • Elementos ativos: são capazes de gerar energia (CC) ou modificarem a forma de onda fornecida à eles (CA). Exemplos: geradores, baterias e amplificadores operacionais; 6. Elementos de Circuitos 22 • Os elementos ativos mais importantes são as fontes de corrente e tensão; • Existem dois tipos de fontes: as independentes e as dependentes; • Uma fonte independente ideal é um elemento ativo que fornece tensão ou corrente completamente independente das outras variáveis do circuito; • Uma fonte dependente (ou controlada) ideal é um elemento ativo no qual a grandeza fornecida é controlada por outra tensão ou corrente. 6. Elementos de Circuitos 23 Fontes de tensão independentes; Fonte de corrente independente; (a)Fonte de tensão dependente; (b)Fonte de corrente dependente. 6. Elementos de Circuitos 24 • As quatro tipos existentes de fontes dependentes ou controladas são: • Fonte de tensão controlada por tensão; • Fonte de tensão controlada por corrente; • Fonte de corrente controlada por tensão; • Fonte de corrente controlada por corrente. 7. Potência e Energia 25 • Potência é a variação da energia (liberada ou absorvida) em função da variação do tempo; Unidade: Watts (W); Representação: P, p(t); Equacionamento: 𝑃 = 𝑊 [ 𝐽 ] 𝑡 [𝑠] = 𝑄 𝐶 .𝑈 [𝑉] 𝑡 [𝑠] = 𝑈 [𝑉] . 𝑄 [𝐶] 𝑡 [𝑠] mas 𝐼 𝐴 = 𝑄 𝐶 𝑡 𝑠 ∴ 𝑃 = 𝑈 𝑉 . 𝐼 𝐴 𝑜𝑢 𝑃 = 𝑈2 𝑅 𝑜𝑢 𝑃 = 𝐼2 . 𝑅 7. Potência e Energia 26 • A convenção de sinal passivo é satisfeita quando a corrente entra no terminal positivo de um elemento e P = +V.I; Se a corrente entrar no terminal negativo, p = -V.I; • A lei da conservação de energia deve ser obedecida em qualquer circuito elétrico, ou seja Potência absorvida = - Potência fornecida 𝑃 = 0 7. Potência e Energia 27 • Energia elétrica é a potência elétrica fornecida ou consumida em um intervalo de tempo para que se produza uma conversão de uma forma de energia em outra; Unidade: Watts-hora (Wh) ou QuiloWatts-hora (kWh), (1 Joule = 1 Watt . s); Representação: W [W . s ou J], Energia [Wh]; Equacionamento: 𝐸𝑛𝑒𝑟𝑔𝑖𝑎 𝑊ℎ = 3600 .𝑊 [𝐽] ou 𝐸𝑛𝑒𝑟𝑔𝑖𝑎 𝑊ℎ = 𝑃 𝑊 . 𝑡[ℎ] ∴ 𝐸𝑛𝑒𝑟𝑔𝑖𝑎 𝑘𝑊ℎ = 𝑃 𝑊 . 𝑡[ℎ] 1000 8. Eficiência Energética 28 • Eficiência energética é a relação entre potência elétrica fornecida e a consumida; Unidade: - (Adimensional) Representação: Equacionamento: 𝜼 = 𝑷𝒔 𝑷𝑬 𝒐𝒖 𝜼% = 𝑷𝑺 𝑷𝑬 . 𝟏𝟎𝟎 % em termos de energia, temos: 𝜼% = 𝑾𝑺 𝑾𝑬 . 𝟏𝟎𝟎 [%] 9. Nós, Ramos e Loops 29 • Um ramo representa um único elemento, tal como uma fonte de tensão ou um resistor; • Um nó é o ponto de conexão entre dois ou mais ramos; • Um loop é qualquer caminhofechado em um circuito. 10. Série e Paralelo 30 • Dois ou mais elementos estão em série se eles estiverem em cascata ou conectados em sequência e, consequentemente, conduzirem a mesma corrente; • Dois ou mais elementos estão em paralelo se eles estiverem conectados aos mesmos dois nós e, consequentemente, possuírem a mesma tensão aplicada a eles. 11. Leis de Kirchhoff 31 • A Lei das correntes de Kirchhoff (LCK) estabelece que a soma algébrica das correntes em um nó (ou em uma região fechada) é zero; • A soma das correntes que entram em um nó é igual a soma das correntes que saem do nó. i1 + i3 + i4 = i2 + i5 11. Leis de Kirchhoff 32 • Uma aplicação simples da LKC é a combinação de fontes de corrente em paralelo; (a) IT + I2 = I1 + I3 (b) IT = I1 – I2 + I3 11. Leis de Kirchhoff 33 • A Lei das tensões de Kirchhoff (LTK) estabelece que a soma algébrica de todas as tensões em um caminho fechado (ou loop) é zero; • A soma das quedas de tensão é igual a soma dos aumentos de tensão. -v1 + v2 + v3 – v4 + v5 = 0 v2 + v3 + v5 = v1 + v4 11. Leis de Kirchhoff 34 • Uma aplicação simples da LKT é a combinação de fontes de tensão em série; (a) -Vab + V1 + V2 - V3 = 0 (b) Vab = V1 + V2 - V3 12. Resistores em Série 35 • A resistência equivalente de qualquer número de resistores conectados em série é a soma das resistências individuais: 𝑅𝑒𝑞 = 𝑅1 + 𝑅2 + … + 𝑅𝑁 = 𝑛=1 𝑁 𝑅𝑁 𝑅𝑒𝑞 = 𝑅1 + 𝑅2 13. Resistores em Paralelo 36 • O inverso da resistência equivalente de qualquer número de resistores conectados em paralelo é igual à soma dos inversos das resistências individuais: 1 𝑅𝑒𝑞 = 1 𝑅1 + 1 𝑅2 + … 1 𝑅𝑁 • A resistência equivalente a dois resistores em paralelo é igual ao produto das suas resistências dividido pela soma das resistências: 𝑅𝑒𝑞 = 𝑅1 . 𝑅2 𝑅1 + 𝑅2 14. Transformação Estrela-Triângulo 37 • As duas formas de apresentação do circuito estrela são: (a) circuito estrela em Y (b) circuito estrela em T 14. Transformação Estrela-Triângulo 38 (a) circuito triângulo em (b) circuito triângulo em • As duas formas de apresentação do circuito triângulo são: 14. Transformação Estrela-Triângulo 39 𝑅1 = 𝑅𝑏 . 𝑅𝑐 𝑅𝑎 + 𝑅𝑏 + 𝑅𝑐 • Conversão de triângulo para estrela: 𝑅2 = 𝑅𝑐 . 𝑅𝑎 𝑅𝑎 + 𝑅𝑏 + 𝑅𝑐 𝑅3 = 𝑅𝑎 . 𝑅𝑏 𝑅𝑎 + 𝑅𝑏 + 𝑅𝑐 Cada resistor no circuito Y é o produto dos resistores dos dois ramos adjacentes do dividido pela soma dos três resistores do . 14. Transformação Estrela-Triângulo 40 𝑅𝑎 = 𝑅1 . 𝑅2 + 𝑅2 . 𝑅3 + 𝑅3 . 𝑅1 𝑅1 • Conversão de estrela para triângulo: Cada resistor no circuito é a soma de todos os possíveis produtos dos resistores de Y dois a dois, dividido pelo resistor oposto do circuito Y. 𝑅𝑏 = 𝑅1 . 𝑅2 + 𝑅2 . 𝑅3 + 𝑅3 . 𝑅1 𝑅2 𝑅𝑐 = 𝑅1 . 𝑅2 + 𝑅2 . 𝑅3 + 𝑅3 . 𝑅1 𝑅3 15. Exemplos Descritivos 41 15. Exemplos Descritivos 42 16. Resumo 43 - A aula de hoje demonstrou que: A) Tensão elétrica é a diferença de potencial de 1 Volt (V) entre dois pontos se acontece uma troca de energia de 1 Joule (J) quando deslocamos uma carga de 1 Coulomb (C) entre esses dois pontos; B) A corrente elétrica é a movimentação de elétrons livres portadores de carga e seu sentido é o oposto ao do movimento dos elétrons; C) A resistência elétrica é a proporcionalidade entre tensão e corrente, dada pela Lei de Ohm; 16. Resumo 44 D) Potência é a variação da energia (liberada ou absorvida) em função da variação do tempo; E) A Lei das correntes de Kirchhoff (LCK) estabelece que as correntes que entram em um nó é igual a soma das correntes que saem do nó; C) A Lei das tensões de Kirchhoff (LTK) estabelece que a soma das quedas de tensão é igual a soma dos aumentos de tensão. 17. Próxima Aula 45 A) Teoremas de Norton e Thevenin com fontes dependentes; 18. Referências Bibliográficas 46 • Alexander, Charles K., Matthew, N. O. Sadiku; Fundamentos de circuitos elétricos. Bookman, 5ª ed., 2013 – Capítulo 9. Irwin, J. D.; Análise de circuitos em engenharia, Pearson Education do Brasil, Makron Books, 4ª ed., 2000 47 48 Exercícios