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INSTITUTO FEDERAL DE SERGIPE - CAMPUS SÃO CRISTÓVÃO CURSO SUPERIOR DE TECNOLOGIA EM ALIMENTOS LUIZIANA DE JESUS GOMES SANTOS COSTA IOGURTE CASEIRO E IOGURTE INDUSTRIAL: UMA REVISÃO BIBLIOGRÁFICA SOBRE AS PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS FÍSICO-QUÍMICAS DE QUALIDADE São Cristóvão, SE Ano 2021 LUIZIANA DE JESUS GOMES SANTOS COSTA IOGURTE CASEIRO E IOGURTE INDUSTRIAL: UMA REVISÃO BIBLIOGRÁFICA SOBRE AS PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS FÍSICO-QUÍMICAS DE QUALIDADE Trabalho de Conclusão de Curso de graduação apresentado ao Instituto Federal de Sergipe, Campus São Cristóvão, como requisito parcial para obtenção do título de Tecnólogo em Alimentos. Orientador: Prof. Dr. Anselmo de Souza Pinheiro São Cristóvão, SE Ano 2021 josec Carimbo BANCA EXAMINADORA _______ Anselmo de Souza Pinheiro __________ Prof. Dr. Anselmo de Souza Pinheiro (Orientador) (Instituto Federal de Sergipe/Campus São Cristóvão) ________ Irinéia Rosa do Nascimento ___________ Prof.ª Dr.ª Irinéia Rosa do Nascimento (Instituto Federal de Sergipe/ Campus São Cristóvão) ______ Rafaela Cristiane Andrade Santos _______ Prof.ª Dr.ª Rafaela Cristiane Andrade Santos (Instituto Federal de Sergipe/ Campus São Cristóvão) Trabalho de conclusão de curso de graduação da discente Luiziana de Jesus Gomes Santos Costa submetido ao Instituto Federal de Sergipe, Campus São Cristóvão, aprovado em 26 de Agosto de 2021, para obtenção do título de Tecnólogo em Alimentos. AGRADECIMENTOS A Deus por ter me dado saúde e força para superar as dificuldades Ao meu orientador Prof. Dr. Anselmo pelas contribuições dadas durante todo processo A Dr. Rafaela e Dr. Irineia por aceitarem o convite e fazerem parte da banca examinadora deste trabalho Ao meu esposo José e ao meu filho amado Fernando José pelo amor, incentivo e apoio incondicional A minha madrinha Carmelita pelo amor, apoio e incentivo A minha avó Marcionilia (in memoriam) por ter me ensinado desde cedo a enfrentar as barreiras da vida As minhas irmãs amadas Ângela e Gleicia por sempre estarem ao meu lado As minhas colegas de curso Gilvaneide, Fiama, Jaiane, Raiane, Nara Regina, Nara Regane e Clemildes pelas trocas de ideias e ajuda mútua. Juntas, conseguimos avançar e ultrapassar todos os obstáculos Aos meus filhos amados de coração (pets) Boby, Luma, Penelope e Safira, que alegraram minha casa A todas as pessoas que diretamente ou indiretamente fizeram parte da minha formação, muito obrigada. RESUMO O iogurte é um derivado lácteo obtido através de fermentação lática. É considerado importante para a alimentação humana devido ao seu teor nutricional, rico em proteínas, sais minerais, e vitaminas. O objetivo do presente estudo foi buscar e comparar, por meio de informações bibliográficas, as características físico-químicas de qualidade (acidez, proteínas e gordura) dos iogurtes caseiro e industrial. Este artigo revisou as referências bibliográficas da literatura a partir de artigos publicados, teses e dissertações disponibilizadas na internet em bibliotecas virtuais e periódicos científicos, para assim, avaliar esses parâmetros, comparando-os com as exigências da Legislação Brasileira, IN n°46/2007. Assim, foram incluídos 10 artigos para avaliação e comparação dos dados, sendo estes separados entre caseiros e industriais. Dentre os cinco estudos incluídos acerca de iogurtes industrializados, três deles tinham como amostra os iogurtes gregos, e os outros tradicionais, natural ou de frutas (ameixa, salada de frutas e morango). Em relação aos caseiros, todos tinham adição de frutas (mangostão, umbu, jaca e pitanga) ou frutos (xique-xique), um deles era preparado com leite de cabra e um do tipo grego. Baseado nos achados, concluiu-se que, mesmo com as rígidas exigências presentes na Legislação brasileira, para estes três parâmetros (acidez, proteínas e gordura) ambos os tipos de iogurtes apresentaram falhas em relação a essas características. Palavras-chave: Iogurte Caseiro. Iogurte Industrial. Análise físico-química. ABSTRACT Yogurt is a dairy derivative obtained through lactic fermentation. It is considered important for human consumption due to its nutritional content, rich in proteins, minerals and vitamins. The aim of this study was to seek and compare, through bibliographic information, the physicochemical quality characteristics (acidity, proteins and fat) of homemade and industrial yogurts. This article reviewed the bibliographic references of the literature from published articles, theses and dissertations available on the internet in virtual libraries and scientific journals, in order to evaluate these parameters, comparing them with the requirements of the Brazilian Legislation, IN n°46/2007. Thus, 10 articles were included to evaluate and compare the data, which were separated into domestic and industrial. Among the five studies included on industrialized yoghurts, three of them had Greek yoghurts as a sample, and the others were traditional, natural or fruity (plum, fruit salad and strawberry). Regarding the homemade ones, all had added fruit (mangosteen, umbu, jackfruit and pitanga) or fruit (xique-xique), one of them was prepared with goat's milk and one of the Greek type. Based on the findings, it was concluded that, even with the strict requirements present in the Brazilian legislation, for these three parameters (acidity, protein and fat) both types of yoghurt presented failures in relation to these characteristics. Keywords: Homemade Yogurt. Industrial Yoghurt. Chemical physical analysis. LISTA DE QUADROS Quadro 1: Requisitos físico-químicos de Iogurtes industrial e caseiro 13 e 14 LISTA DE FIGURAS Figura 1: Requisitos físico-químicos dos Leites Fermentados 15 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 1 1.1 OBJETIVOS ................................................................................................................................... 3 1.1.1 Objetivos geral .......................................................................................................................... 3 1.1.2 Objetivo específico .................................................................................................................. 3 1.2 JUSTIFICATIVA ............................................................................................................................ 3 2 REFERENCIAL TEÓRICO .............................................................................................................. 5 2.1 O iogurte ........................................................................................................................................ 5 2.2 O mercado e indústria de iogurtes ......................................................................................... 5 2.3 Tipos de Iogurte: caseiro e industrial .................................................................................... 6 2.4 Características nutricionais dos iogurtes ............................................................................. 8 2.5 Parâmetros físico-químicos dos iogurtes: proteína, acidez e gorduras ...................... 9 3 METODOLOGIA ............................................................................................................................. 10 4 RESULTADOS E DISCUSSÃO ................................................................................................... 11 4.1 Análises físico-química da qualidade dos iogurtes caseiroe industrial .................... 14 5 CONCLUSÕES ............................................................................................................................... 19 REFERÊNCIAS .................................................................................................................................. 20 1 1 INTRODUÇÃO O iogurte é um derivado lácteo obtido por fermentação (GONÇALVES et al., 2018). De acordo com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, a fermentação desse produto decorre da ação de microorganismos específicos, como cultivos protosimbióticos de Streptococcus salivarius subsp thermophillus e Lactobacillus delbrueckii subsp bulgaricus, viáveis, ativos e abundantes (BRASIL, 2007). O iogurte é considerado importante para a alimentação humana devido ao seu teor nutricional, sendo rico em proteínas, ácido fólico, sais minerais, vitaminas A e do complexo B. Além disso, também se destaca pelo seu baixo teor de gordura (COSTA et al., 2012; DAS; CHOUDHARY; THOMPSON-WITRICK, 2019). Especialmente no Brasil, aproximadamente 48% da população consome iogurte diariamente, consolidando-se como o segundo segmento mais importante para a indústria brasileira (SIQUEIRA, 2019). Tendo em vista sua composição nutricional, o seu consumo vem sendo bastante estimulado por profissionais da saúde (GONÇALVES et al., 2018). Seus benefícios incluem menor risco de desenvolvimento de síndromes metabólicas, hipertensão, doenças cardiovasculares. Além disso, pode favorecer o controle do peso corporal através da liberação de hormônios que promovem a saciedade (DA SILVA et al., 2020). Dada a popularidade do iogurte, a análise físico-química surge com a finalidade de garantir o seu controle de qualidade, sendo que as mais utilizadas são pH, acidez em porcentagem de ácido láctico, percentual de proteínas e gordura (FILHO; SILVA; VASCONCELOS, 2018). Atualmente diferentes tipos de iogurte entraram no mercado, estes podem variar de acordo com a composição, o sabor, a consistência, o valor calórico e o processo de fabricação (AMARAL et al., 2016). Em relação ao processo de fabricação há, por exemplo, os iogurtes caseiros (muitas vezes chamados de artesanais) e os iogurtes industriais. Uma das diferenças entre o iogurte caseiro e o industrial está relacionada ao aparato tecnológico empregado em sua fabricação e, segundo Souza (1990), uma das principais razões para o consumo do produto informal (chamado de caseiro) é por considerá-lo um produto mais puro, mais fresco, mais barato, mais forte, não ter 2 diferença do industrializado, ser mais saudável e saboroso. Sendo assim, neste trabalho, o objetivo foi comparar dados da literatura referentes à qualidade físico- química de iogurtes caseiros e industriais e verificar as diferenças entre os seus parâmetros de qualidade em relação a acidez, gordura e proteína, com base nas exigências estabelecidas pela Legislação brasileira, como forma de contribuir para o banco de dados referente a estes produtos. 3 1.1 OBJETIVOS 1.1.1 Objetivos geral Fazer um levantamento das principais características físico-químicas de qualidade (gordura, proteína e acidez) dos iogurtes caseiro e industrial, comparando os resultados com as exigências da Legislação Brasileira. 1.1.2 Objetivo específico Fazer as definições de iogurte caseiro e industrial. Descrever o mercado de iogurtes. Detalhar a importância dos principais parâmetros físico-químicos (gordura, proteína e acidez) utilizados para avaliação da qualidade dos iogurtes. Comparar os principais parâmetros físico-químicos (gordura, proteína e acidez) utilizados para avaliação da qualidade dos iogurtes caseiro e industrial. 1.2 JUSTIFICATIVA Com o crescente desenvolvimento do mercado de laticínios, o leite e seus derivados foram considerados alimentos funcionais essenciais que auxiliam na melhora da qualidade de vida e saúde. Dada a sua praticidade, têm se observado um aumento na procura por produtos prontos para consumo, especialmente os iogurtes. O iogurte é considerado um importante alimento para o ser humano devido o seu teor nutricional, riqueza probiótica e consequente contribuição dietética (GONÇALVES et al., 2018). Segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), os probióticos são um “suplemento alimentar microbiano vivo, que afeta de maneira benéfica o organismo pela melhora do balanço microbiano” (BRASIL, 2002). Seus efeitos vão desde a redução de patógenos através da produção de ácido acético e lático, melhora da digestão da lactose em indivíduos intolerantes, aumento da absorção de minerais e produção de vitaminas até contribuições na redução de doenças cardiovasculares, e nos níveis de colesterol no sangue (DEMAZZI; JACOB; FREITAS, 2016). De acordo com a diversidade do mercado, podem ser encontrados diferentes sabores e formas de produção, como é o caso dos iogurtes caseiro e industrial. Esses produtos podem apresentar diferenças nas proporções nutricionais e na 4 qualidade geral, devido principalmente à sua composição, ingredientes utilizados e processo de fabricação. Nesse contexto, as análises físico-químicas (pH, acidez, proteínas e gordura) tanto do iogurte caseiro como das formulações industriais, auxiliam na melhora da qualidade do produto, a medida em que garante que eles atendam a legislação vigente. Assim, torna-se importante fazer um levantamento bibliográfico das análises físico-químicas que são efetuadas em iogurtes considerados caseiros e industriais, auxiliando na comparação dos mesmos, principalmente com base nas exigências preconizadas pela legislação brasileira que trata de iogurte, como forma de contribuir para o banco de dados referente a estes produtos tão importantes para a alimentação humana e para a saúde. 5 2 REFERENCIAL TEÓRICO 2.1 O iogurte Embora existam diversas especulações, acredita-se que o iogurte tenha sido criado na Ásia, local de morada de nômades turcos e das regiões orientais do Balcãs, em especial, da Bulgária (MANTOVANI et al., 2012). Acredita-se que os nômades atravessavam o deserto com camelos, transportando leite in natura em bolsas confeccionadas com pele de cabra. Esses povos então, perceberam que o contato das bolsas com o corpo dos camelos oferecia ótimas condições térmicas, proporcionando o crescimento de bactérias termófilas produtoras de ácido láctico, deixando o produto com sabor agradável (MOURA et al., 2014). A palavra “iogurte” tem origem turca (LIMA et al., 2020), e de acordo com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, a nomenclatura do produto é variada, podendo ser encontrada das seguintes maneiras: Iogurte, Yogur ou Yoghurt. Além disso, pode ser definida, segundo Legislação Brasileira, como “produtos adicionados ou não de outras substâncias alimentícias, obtidas por coagulação e diminuição do pH do leite, ou reconstituído, adicionado ou não de outros produtos lácteos, por fermentação láctica mediante ação de cultivos de microrganismos específicos” (BRASIL, 2007). De acordo com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, para ser considerado iogurte, a fermentação deve acontecer com cultivos protosimbióticos de Streptococcus salivarius subsp. thermophilus e Lactobacillus delbrueckii subsp. Bulgaricus. Estes podem ser acompanhados, por bactérias ácido- lácticas que, de forma complementar, auxiliam na determinação das características do produto final (BRASIL, 2007) e favorecem uma melhor absorção pelo organismo humano (PANGAIA, 2015). 2.2 O mercado e indústria de iogurtes Dentre os leites fermentados, o iogurte é o mais conhecido, que além de ser vendido como produto final, também pode ser utilizado como ingrediente para a elaboração de bebidas lácteas fermentadas, impulsionando uma diversificaçãode sabores e aromas (SILVA et al., 2020). O iogurte é visto como um produto em 6 ascensão, pois entre 2010 a 2015, no Brasil, sua receita passou de R$ 7,7 bilhões para R$ 14,5 bilhões de reais (SANTOS, 2018). Embora a receita tenha crescido, foi estimado que os brasileiros consomem pouco (Brasil: cerca de 6,5kg/ano), quando comparado com o consumo de outros países (Holanda: cerca de 41,9 kg/ano; Argentina: cerca de 9,2 kg/ano) (RAUD, 2008). Ainda sobre o Brasil, acredita-se que 80% do consumo seja feito por crianças e adolescentes (MOURA et al., 2014). Mesmo com baixo consumo no Brasil, quando comparado a outros países, a produção brasileira de iogurte representa 76% do total de produtos derivados do leite. Visto que, em relação à economia, o iogurte representa uma boa rentabilidade para o fabricante, em virtude do seu processamento, que acaba por ser mais econômico quando comparado a outros derivados do leite (MOURA et al., 2014). Segundo Gallina (2010), o mercado do iogurte representa 80% dos itens refrigerados, com 84% das vendas sendo de produtos integrais, 8% dos produtos “light” ou “diet” e 8% de produtos considerados com propriedades funcionais. Dentre os diversos sabores disponíveis, o de morango é o que mais vende no mercado nacional, com cerca de 70- 80% do volume de vendas, e a preferência do Brasil ainda é a de produtos à base do leite de vaca (SILVA et al., 2020). Outro fator de interesse em relação ao morango é que essa é uma fruta rica em compostos fenólicos, que os confere poder antioxidante. Esse tipo de composto é cada vez mais buscado pela população em virtude da sua atividade redutora de elétrons, ação antialérgica, anti-inflamatória, antimicrobiana e dos seus efeitos cardioprotetores, auxiliando na redução dos índices de desenvolvimento de doenças crônicas (DOS SANTOS et al., 2020; LEITE et al., 2017). Segundo dados do IBGE, o iogurte ocupa a segunda posição como produto fermentado mais importante, perdendo apenas para o queijo. Assim, estima-se que, o iogurte ainda crescerá, uma vez que existe a possibilidade do aumento de acordo com a demanda populacional, e em virtude do seu sucesso atrelado a construção de hábitos alimentares mais saudáveis (LIMA et al., 2020). 2.3 Tipos de Iogurte: caseiro e industrial Os tipos de iogurte que encontramos no mercado (formal ou informal), variam de acordo com os seus atributos sensoriais, decorrentes do processo de fabricação ou em virtude dos seus ingredientes e teor de gordura (PANGAIA, 2015). Em 7 relação ao tipo de fabricação, os iogurtes podem ser caseiros ou industrializados. Esses se diferenciam especialmente por causa da tecnologia empregada no processo produtivo (STOILOVA, 2013; AQUINO et al., 2018; GREENWOOD, 2015). Os iogurtes caseiros são produtos com características de informalidade no modo de produção e comercialização, sendo fabricados por diferentes produtores e comercializados de maneira informal, sem a inspeção de nenhum órgão de fiscalização (DA SILVA et al., 2012) e, geralmente, feitos sem a utilização de conservantes ou aditivos (DAHLAN; SANI, 2017). Ainda, podem ser feitos em laboratório para fins de pesquisa acadêmica e estudo, como visto em diversos trabalhos científicos (LEITE et al., 2017; AZAMBUJA et al., 2019; DEMAZZI; JACOB; FREITAS, 2016; AQUINO et al.,2018), em que recebem a nomenclatura de iogurtes caseiros. Os iogurtes industrializados são aqueles feitos por indústrias e destinados ao comércio formal, estes passam por rigorosos controles de qualidade com a finalidade de seguir os rígidos padrões normativos (definidos por Legislação específica), além de ter a adição de produtos coadjuvantes (espessantes, gelificantes, estabilizadores, corantes, conservantes, flavorizantes e outros), que visam a otimização no processo de produção e a garantia de maior rentabilidade e maior tempo de prateleira do produto (ALVARENGA, 1995). Ainda sobre as diferenças entre iogurtes caseiro e industrial, nos processos de produção dos caseiros os coadjuvantes não são comumente utilizados, resultando em produtos de diferente consistência, todavia, por vezes, mais nutritivo (ALVARENGA, 1995). Yotova et al. (2018), através de entrevistas, citam que para a população búlgara, o iogurte caseiro é delicioso, natural e saudável, enquanto o industrializado é insípido, artificial e até mesmo nocivo à saúde em virtude dos tipos de coadjuvantes utilizados. Sendo assim, a principal diferença de processo entre os iogurtes caseiros e industrializados, é que o último é acrescido, na maioria das vezes, de aditivos alimentares, a fim de conservar, dar coloração ou aromatizar o produto, sem o propósito de nutrir ou melhorar os percentuais nutricionais (AQUINO et al., 2018). 8 2.4 Características nutricionais dos iogurtes Os iogurtes passaram a ser consumidos na alimentação rotineira de grande parte da população, muitas vezes por sua praticidade, além de ser um alimento de fácil aceitação e rico em diversos nutrientes (SILVA, 2019). Vale ressaltar que, o valor nutritivo depende de sua composição, das matérias primas utilizadas, dos ingredientes adicionados e do processo de fabricação (SCHIMIDT et al., 2012). O iogurte é um alimento com um elevado valor nutritivo, apresentando vitaminas, cálcio, fósforo, proteínas e gordura (PANGAIA, 2015). Por exemplo, entre os componentes nutritivos, as proteínas do leite, presentes no iogurte, têm alto valor biológico, e são componentes primordiais das células vivas, exercendo especialmente as funções estruturais (PANGAIA, 2015; SANTOS, 2018). Geralmente o teor de proteína dos iogurtes industriais é maior quando comparados com o leite, por causa da adição de sólidos desnatados do leite em pó durante o processamento (GÓMEZ-GALLEGO; GUEIMONDE; SALMINEN, 2018). A viscosidade e consistência do iogurte são parcialmente influenciadas pelo teor de proteínas do soro desnaturado, em virtude da sua habilidade de ligar-se em água e de prevenir sinérese (ALMEIDA, 2008). Iogurtes com alto teor proteico se tornaram uma nova tendência no mercado, dado o seu valor biológico e funcionalidade, tornando-se uma fonte de nutrientes essenciais, em especial àquelas que o organismo humano não é capaz de sintetizar. Em relação a composição proteica, esta dependerá principalmente dos ingredientes utilizados, especialmente do tipo de leite empregado, já que poderá ser obtido de qualquer espécie leiteira, ou ainda de leguminosas, como o leite de soja (CIRIBELI; DE CASTRO, 2011). As principais vitaminas presentes no iogurte são do complexo B (tiamina, riboflavina, niacina, vitamina B6, vitamina B12 e ácido fólico), as vitaminas lipossolúveis (A, D, E e K), que podem variar com a quantidade de gordura do iogurte. Dentre as inúmeras funções metabólicas, as vitaminas participam da regeneração da pele e mucosas, aumentam a resistência às infecções, além de participarem da produção de anticorpos (PANGAIA, 2015). Já os minerais não podem ser sintetizados pelo organismo, portanto, são obtidos através da alimentação. Os principais minerais buscados no iogurte são o 9 cálcio, importante para o metabolismo ósseo, nos processos de coagulação do sangue, e o potássio, essencial para a síntese de proteínas, metabolismo de carboidratos, e contração muscular (PANGAIA, 2015). As gorduras lácteas servem como fonte de energia concentrada e é um importante meio de distribuição de vitaminas solúveis em gordura, além de conter fatores bioativos benéficos à saúde (GÓMEZ-GALLEGO; GUEIMONDE; SALMINEN, 2018). Para a produção dos iogurtes, a gordura influencia na textura do produto, como gomosidade, firmeza e adesividade, influenciando a percepção sensorial dos consumidores, e consequentemente, o seu consumo (MAGALHÃES; DELLA TORRE, 2018). Além de contribuírem para a cremosidade e aparência, a gordura acrescentasabor aos alimentos, corroborando a sensação de saciedade do consumidor e promovendo o esvaziamento lento do estômago. Ainda, a inclusão na dieta de alimentos com percentuais aceitáveis de gorduras auxilia na absorção de vitaminas (A, D, E e K), provê energia para as atividades cotidianas, mantém a temperatura do corpo constante, além das as gorduras insaturadas ajudarem a diminuir o colesterol LDL (lipoproteína de baixa densidade) enquanto as poli insaturadas contêm boa quantidade de ômega 3, o que contribui para a saúde do coração (PINHEIRO; PENNA, 2008). As gorduras lácteas são uma das gorduras mais complexas, com cerca de 400 tipos de ácidos graxos diferentes (GÓMEZ-GALLEGO; GUEIMONDE; SALMINEN, 2018). De maneira geral, a gordura do iogurte é do tipo saturada, em que cerca de 65% das gorduras totais incluem ácidos graxos saturados (ácidos butírico, capróico, caprílico, palmítico, esteárico e mirístico) e aqueles insaturados são cerca de 35% destas gorduras (PANGAIA, 2015). 2.5 Parâmetros físico-químicos dos iogurtes: proteína, acidez e gorduras Segundo a Legislação Brasileira, deve existir o mínimo de 2,9% de proteínas no iogurte (BRASIL, 2007). A acidez do iogurte influencia largamente seu consumo, já que é um dos fatores que influencia a aceitação ou rejeição do produto (SCHMIDT et al., 2012). Além disso, a acidez contribui para a manutenção do equilíbrio bacteriano, inibindo o crescimento de bactérias Gram-negativas, portanto, problemas com acidez em excesso podem resultar em modificações inoportunas das 10 propriedades organolépticas ou favorecer o desenvolvimento de microrganismos tolerantes à acidez (DA SILVA et al., 2012; MOREIRA et al., 1999). A respeito da gordura, a legislação brasileira estabelece que os iogurtes à base de leite de vaca devem manter valores de 3,0 a 5,9%, para iogurtes integrais, e de 0,6 a 2,9%, para os semidesnatados (BRASIL, 2000). Esse é um ingrediente com diversas funções, sendo responsável pelo sabor, cor e textura. Ainda, em casos de alteração do teor de gordura, a qualidade do iogurte será afetada, atrapalhando a contração do gel proteico, interferindo na separação do soro e afetando a percepção sensorial do produto, como falta de sabor, perda de viscosidade e textura inadequada (REVERS et al., 2013; SPADA et al., 2014). 3 METODOLOGIA O presente trabalho consistiu em uma pesquisa bibliográfica da literatura, principalmente a partir de artigos publicados, trabalhos apresentados em congressos científicos, teses e dissertações disponibilizados na internet, em bibliotecas virtuais e periódicos científicos. Essas pesquisas são desenvolvidas com base em material já elaborado, podendo ser constituído por artigos científicos, trabalhos acadêmicos e também por livros (GIL, 2002). Dessa forma, o estudo seguiu as principais etapas determinadas por Gil (2002): 1) Busca de fontes As fontes que forneceram embasamento para o tema norteador foram os artigos científicos, trabalhos apresentados em congressos, teses e dissertações disponibilizados na internet, em bibliotecas virtuais e em periódicos científicos. Para melhorar o delineamento da pesquisa foram utilizadas as palavras-chave “iogurte caseiro”, ”iogurte industrial” e “análise físico-química”, efetuadas no período de junho a julho de 2021. Foram selecionados, prioritariamente, aqueles trabalhos científicos que estivessem no idioma português, disponíveis na íntegra, sem distinção quanto ao ano de publicação e aqueles que tivessem realizado análises quanto a acidez, 11 gordura e proteínas em iogurtes especificadamente denominados (em seus respectivos trabalhos) como industriais e caseiros ou que se encaixassem dentro das definições estabelecidas neste trabalho para estes produtos. Dessa forma, para o levantamento das principais características físico- químicas de qualidade (gordura, proteína e acidez), foram utilizados prioritariamente dez trabalhos científicos publicados entre os anos de 2012 a 2020, que analisaram esses parâmetros físico-químicos em iogurtes, em que um deles se tratava de uma monografia de Moçambique e os demais foram trabalhos científicos brasileiros. 2) Coleta de dados Para essa etapa, foi realizada uma leitura do tipo exploratória, objetivando a análise dos resumos de todo material selecionado após a busca (prioritariamente, os dez trabalhos científicos). Em seguida, foi realizada uma leitura seletiva com aprofundamento das partes de interesse e assim, coleta e registro das informações necessárias para a composição deste trabalho. 3) Análise e interpretação dos dados Após a coleta e registro das informações, os dados foram agrupados em um quadro para melhor visualização e maior possibilidade de obtenção das respostas ao problema levantado pela pesquisa (levantamento das principais características físico-químicas de qualidade (acidez, proteínas e gordura) dos iogurtes caseiro e industrial). O quadro em questão contém dados relacionados a: autores, ano, título, tipo de iogurte, principais ingredientes/sabor, acidez, percentual de proteínas e gorduras. 4) Discussão dos resultados Baseado no tema de trabalho, a pesquisa foi conduzida avaliando as informações de interesse e comparando-as, para a construção de dados das principais características dos iogurtes industriais e caseiros de acordo com os parâmetros da Legislação Brasileira (Instrução Normativa Nº 46/2007 (IN 46/2007) do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento) (BRASIL, 2007). 4 RESULTADOS E DISCUSSÃO Foram separados/selecionados para discussão dez artigos, sendo estes organizados em um único quadro para melhor visualização (Quadro 1). 12 Quadro 1: Requisitos físico-químicos de Iogurtes industrial e caseiro Autores e ano Título Tipo de Iogurte Principais ingredientes/ Sabor Acidez (g/100g) Proteínas lácteas (g/100g) Gordura (g/100g) IN n° 46/2007 Pangaia, 2015 Análise físico-química do iogurte produzido pela Copoleite Industrial Natural 0.45 * 3.61 5.67 Acidez: 0,6-1,5 Proteína: 2,9 Gordura: D (máx.0,5); PD (0,6-2,9); I (3-5,9); CC (mín.6) Magalhães e Torres, 2018 Composição química e análise sensorial do iogurte grego comercializado no sul do estado de Minas Gerais Industrial Grego Marca A: 1,24 Marca B: 1,37 Marca C: 1,03 Marca D: 1,22 Marca E: 1,07 Marca A: 8,17 Marca B: 3,21 Marca C: 5,25 Marca D: 6,67 Marca E: 6,42 Marca A :4,55 Marca B: 3,90 Marca C: 4,90 Marca D: 5,15 Marca E: 6,30 Acidez: 0,6-1,5 Proteína: 2,9 Gordura: D (máx.0,5); PD (0,6-2,9); I (3-5,9); CC (mín.6) Oliveira et al., 2014 Estudo comparativo entre as características sensoriais e físico- químicas do iogurte grego industrial com o iogurte grego artesanal Industrial Grego Marca E: 0,97 Marca E: 4,21 Marca E: 0,74 Acidez: 0,6-1,5 Proteína: 2,9 Gordura: D (máx.0,5); PD (0,6-2,9); I (3-5,9); CC (mín.6) Amaral et al., 2016 Caracterização físico- química de diferentes marcas de iogurte grego Industrial Grego Marca A: 1,08 Marca B: 1,30 Marca C: 1,33 Marca A: 5,17 Marca B: 5,46 Marca C: 5,08 Marca A:4,17 Marca B: 4,08 Marca C: 3,25 Acidez: 0,6-1,5 Proteína: 2,9 Gordura: D (máx.0,5); PD (0,6-2,9); I (3-5,9); CC (mín.6) Da Silva, Falcão Filho e Medeiros, 2013 Avaliação da qualidade de iogurtes produzidos na Usina- Escola do IFRN Campus Currais Novos e distribuídos na merenda escolar Industrial Ameixa, salada de frutas e morango Ameixa: 0,98 Salada de frutas: 1,11 Morango: 0,88 Ameixa: 2,99 Salada de frutas: 3,47 Morango: 4,29 Ameixa: 1,43 Salada de frutas: 1,66 Morango: 1,96 Acidez: 0,6-1,5 Proteína: 2,9 Gordura: D (máx.0,5); PD (0,6-2,9); I (3-5,9); CC (mín.6) 13 (Continuação): Quadro 1: Requisitos físico-químicos de Iogurtes industrial e caseiro Braga, Assis Neto e Vilhena, 2021Elaboração e caracterização de iogurtes adicionados de polpa e de xarope de mangostão (garcinia mangostana l.) Caseiro Mangostão 0,50 3,12 * 0,17 Acidez: 0,6-1,5 Proteína: 2,9 Gordura: D (máx.0,5); PD (0,6- 2,9); I (3-5,9); CC (mín.6) Silva et al., 2017 Elaboração e caracterização fisico- quimica de iogurte adicionado de polpa do fruto do xique- xique (Pilosocereus gounellei) Caseiro Xique-xique 0,79 3,38 3,14 Acidez: 0,6-2,0 Proteína: 2,9 Gordura: D (máx.0,5); PD (0,6- 2,9); I (3-5,9); CC (mín.6) Marinho et al., 2012 Análise fisico- química e sensorial de iogurte de leite de cabra com polpa de umbu Caseiro Leite de cabra com polpa de umbu Iogurte com 10% de polpa de umbu: 0,80 Iogurte com 15% de polpa de umbu: 0,70 Iogurte com 20% de polpa de umbu: 0,76 Iogurte com 10% de polpa de umbu: 2,47 * Iogurte com 15% de polpa de umbu: 2,30 * Iogurte com 20% de polpa de umbu: 2,31 * Iogurte com 10% de polpa de umbu: 2,16 Iogurte com 15% de polpa de umbu: 2,20 Iogurte com 20% de polpa de umbu: 2,13 Acidez: 0,6-2,0 Proteína: 2,9 Gordura: D (máx.0,5); PD (0,6- 2,9); I (3-5,9); CC (mín.6) Medeiros et al., 2011 Elaboração de iogurte de jaca: Avaliação físico- química, microbiológica e sensorial Caseiro Jaca Tipo 1: 0,75 Tipo 2: 0,62 Tipo 1: 4,83 Tipo 2: 4,97 Tipo 1: 2,05 * Tipo 2: 2,05 * Acidez: 0,6-2,0 Proteína: 2,9 Gordura: D (máx.0,5); PD (0,6- 2,9); I (3-5,9); CC (mín.6) Fonte: Autoria própria. Legenda: D: desnatado; PD: parcialmente desnatado; I: integral; CC: com creme; (*): alteração em alguma propriedade físico-química. 14 4.1 Análises físico-química da qualidade dos iogurtes caseiro e industrial Ao realizar a comparação das principais características físico-químicas de qualidade (gordura, proteína e acidez) dos iogurtes nomeadamente denominados caseiros e industriais, tendo como referência as exigências da Legislação Brasileira, foi observado que tanto o iogurte caseiro (BRAGA; ASSIS NETO; VILHENA, 2012; MARINHO et al., 2012; MEDEIROS e al., 2011; SILVA et al., 2020) quanto o industrial (PANGAIA, 2015; MAGALHÃES; TORRES, 2018; OLIVEIRA et al., 2014; DA SILVA, FALCÃO FILHO; MEDEIROS, 2013) apresentam falhas físico-químicas em pelo menos um dos parâmetros. Este resultado é preocupante, especialmente para o iogurte industrial, pois as normas estabelecidas são bastante rígidas, e mesmo com intensa fiscalização, foram encontradas inadequações. Por estar sujeito a alterações físico-químicas e biológicas, os iogurtes devem ser analisados com certa periodicidade, a fim de mantê-lo seguro para consumo humano (COELHO et al., 2009). De acordo com a Instrução Normativa n°46/2007, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Figura 1), os leites fermentados devem cumprir requisitos físico-químicos em relação a matéria-gorda láctea (g/100g), assim como o índice de acidez (g de ácido láctico/100g), e o índice de proteínas lácteas. Com relação à acidez, especificamente para o iogurte, o valor deve estar entre 0,6 a 1,5 g de ácido láctico/100g (BRASIL, 2007). Figura 1: Requisitos físico-químicos dos Leites Fermentados; Fonte: Brasil, 2007. Dentre os cinco estudos incluídos acerca de iogurtes industrializados, três deles tinham como amostra os iogurtes gregos (MAGALHÃES; DELLA TORRE, 2018; OLIVEIRA et al., 2014; AMARAL et al., 2016). Esse produto pode ser conhecido pelas variações nominais: labneh (Oriente), skyr (Islândia), shrikhand (Índia) e grego (Grécia e outros países). Ademais, é obtido a partir do iogurte 15 tradicional com diferença em relação ao seu processamento de dessoragem, que na indústria acontece por centrifugação, tornando o produto espesso e cremoso (AMARAL et al., 2016; OLIVEIRA et al., 2014). A textura é a sua principal diferença, que se dá por este ser mais cremoso e com maior concentração proteica e lipídica; inclusive, esta é uma propriedade que tem importância para a qualidade do produto final. Embora bastante popular no Brasil, com uma variedade de marcas disponíveis no mercado, se observa uma diferença nos atributos sensoriais e na composição química dos mesmos, isso é fruto da ausência de um padrão de identidade e qualidade específico para iogurte grego no país, o que dificulta a análise das suas propriedades (MAGALHÃES; TORRES, 2018). Todas as marcas de analisadas no estudo de Magalhães e Della Torre (2018) se adequaram à Legislação estabelecida para iogurtes, todavia, houve discrepância na composição das mesmas. Os maiores valores de gordura foram encontrados na amostra E (6,30 g/100g), sendo similar ao “iogurte com creme”, enquanto o menor valor foi obtido na amostra B (3,90 g/100g). Os autores reforçam e destacam que o iogurte grego não se encaixa na Legislação vigente (IN nº 46/2007), sendo necessária a criação de leis específicas para esse produto, principalmente em relação ao consumo diário de matéria gorda pela população, o que pode gerar equívocos na escolha. Em relação a análise proteína e a acidez em ácido lático, todas as amostras analisadas estão dentro da regulamentação para iogurte, em que o menor valor proteico foi encontrado na amostra B (3,21 g/100g), e os menores valores de acidez foram encontrados nas amostras C (1,03 g/100g) e E (1,07 g/100g). De acordo com os resultados obtidos por Amaral et al. (2016), suas amostras correspondem aos requisitos físico-químicos de matéria gorda e proteínas estabelecidos pela legislação. Em relação à acidez, a marca A diferiu-se das demais com 1,08% em ácido lático, que embora esteja de acordo com o exigido por Legislação (de 0,6 a 1,5% ácido lático), sabe-se que variações da acidez são um importante indicador da qualidade, pois ela se altera durante o armazenamento, temperatura de estocagem e dependendo do poder acidificante da cultura. É importante também destacar que a baixa acidez é uma preocupação das indústrias, 16 visto que ela é responsável pela preservação das características sensoriais mais aceitáveis do produto, e isto também foi observado estudo de Coelho et al. (2009). No estudo comparativo de Oliveira et al. (2014), notou-se que a marca E de iogurte grego industrial teve uma aceitação superior as demais, inclusive o fabricado de maneira artesanal. Ainda, foi observado que o iogurte industrial de marca E alcançou os requisitos físico-químicos, e que durante o teste de sabor, alcançou também o paladar mais adocicado, em que o percentual de acidez é menor, sendo o mais aceito pelos provadores. Desse modo, levando em consideração que o ser humano tem um paladar mais aguçado para sabores mais doces, existe uma tendência de preferência por alimentos adocicados (AQUINO et al., 2018). A maioria dos iogurtes do mercado são acrescidos de açúcares naturais, edulcorantes artificiais, frutas ou a polpa de frutas, para mascarar o sabor acidificado que o iogurte natural possui (AQUINO et al., 2018). Além da produção artesanal e sem tantos aditivos, os iogurtes caseiros se destacam pela adição de frutas, que podem ser adicionadas no iogurte na forma de xarope ou em pedaços (BRAGA; ASSIS NETO; VILHENA, 2012). As frutas também apresentam boa disponibilidade de nutrientes, além de auxiliar no mascaramento do odor característico de alguns tipos de leite, como o de cabra (MARINHO et al.,2012). Parazzi et al. (2009) destacam que com a alimentação saudável tem se buscado alimentos fabricados através de processos mais “naturais”, sem adição de edulcorantes não nutritivos e com altos valores calóricos. Ao analisar os iogurtes de uma cooperativa, Pangaia (2015) observou que os mesmos apresentaram qualidades físico-químicas aceitáveis em concordância com outros autores, principalmente no que se refere aos parâmetros gordura e proteína, entretanto para acidez os mesmos deram valores abaixo do estabelecido por Legislaçãobrasileira. De maneira similar aos demais, o estudo de Da Silva, Filho e Medeiros (2013) também demonstrou resultados satisfatórios do ponto de vista físico-químico em acidez, gordura e proteínas, de acordo com os padrões exigidos pela Legislação brasileira. É importante ressaltar que nesse estudo o iogurte era destinado a merenda escolar, e de acordo com o percentual de gordura, as amostras foram 17 consideradas semidesnatadas. Esse processo ocorre através da retirada parcial da nata antes do processo de liquidificação. Inclusive, os diferentes valores nesse parâmetro podem ser explicados por diferentes remessas de leites ou pela forma que a nata foi retirada. No estudo de Braga, Assis Neto e Vilhena (2012), foi utilizado o mangostão, um fruto asiático que possui sabor ácido e doce ou agridoce. Com o resultado das análise físico-químicas, foi notado que o teor de gordura indicou que o iogurte pode ser classificado como integral. Também foi constatado que os iogurtes adicionados de polpa de mangostão e de xarope de mangostão apresentaram teor proteico mais elevado, dentro do indicado pela Legislação brasileira, entretanto a acidez se encontrou abaixo do previsto pela legislação (0,5%). A utilização da cactácea xique-xique é bastante comum no Nordeste, por ser de fácil cultivo e boa multiplicação. O fruto desta cactácea foi objeto de estudo de Silva et al. (2017) para a produção de iogurte. Baseado nisso, além de ser uma alternativa viável e sustentável para o seu aproveitamento, ressalta-se que o mesmo é bastante nutritivo, devido à presença de cálcio, potássio, entre outros (BEZERRIL et al., 2017). O iogurte do fruto do xique-xique correspondeu aos padrões físico- químicos descritos pela legislação para acidez, proteínas e gorduras. Outro fator interessante observado na comparação dos trabalhos científicos, foi a presença do leite de cabra na produção dos iogurtes. Apesar do leite de vaca ser o mais utilizado no mercado de laticínios, o leite de cabra é bastante utilizado pelo público com problemas alérgicos, digestivos, desnutrição e outros. Marinho et al. (2012), analisaram a qualidade físico-química de iogurtes de leite de cabra incorporados com polpas de umbu nas concentrações de 10, 15 e 20%. Constatou- se que, de acordo com os parâmetros da Legislação brasileira, a acidez, em todas as formulações, permaneceu dentro da faixa estabelecida, as proteínas apresentaram os valores abaixo da faixa permitida e as gorduras dentro da faixa que os classificam como parcialmente desnatados. Um outro fruto típico nordestino é a jaca (Artocarpus heterophyllus), também rico em diversos nutrientes, como carboidratos, minerais, vitaminas A, C e do complexo B. O iogurte de jaca presente no trabalho de Medeiros et al. (2011), 18 apresentou características físico-químicas e microbiológicas dentro das normas brasileiras, apesar do autor ressaltar que o teor de gorduras foi inferior ao mínimo estabelecido pela Legislação brasileira para iogurte integral, que é de 3%. No trabalho de Da Silva et al. (2020), a caracterização físico-química das formulações das geleias e da polpa de pitanga, em relação ao ácido lático foi de 1,3%, estando dentro da faixa estabelecida pela legislação. As três formulações de iogurtes tipo grego apresentaram teor de gorduras de 7%, estando fora da faixa estabelecida pela legislação, e teor de proteínas em torno de 8%, acima do mínimo estabelecido pela legislação. Acredita-se que o processo de concentração do iogurte tipo grego aumenta significativamente o teor de gordura e proteínas, e que a falta de padronização desse tipo de iogurte, compromete a sua correta avaliação físico- química. Sabe-se que, a acidez torna os iogurtes mais estáveis por inibição de bactérias consideradas nocivas, portanto, mudanças drásticas podem resultar em alterações biológicas nocivas para os consumidores. No que diz respeito aos iogurtes caseiros, notou-se que a alteração na acidez parece estar diretamente ligada a quantidade de polpa. Também, os percentuais de gordura podem afetar a qualidade do iogurte, uma vez que, a gordura estabiliza a contração do gel proteico, prevenindo a separação do soro no produto final. Todavia, em relação às gorduras, estas ainda são alvo de discussões, pois percentuais considerados altos estão fortemente ligados ao aparecimento de doenças cardiovasculares (DA SILVA et al., 2012; COSTA et al., 2012). 19 5 CONCLUSÕES Foi constatado que entre os iogurtes caseiros e industriais foram encontradas falhas em relação aos parâmetros estabelecidos pela Legislação brasileira (IN 46/2007) e avaliados neste trabalho (acidez, proteínas e gorduras). Dessa forma, conclui-se que, mesmo com as rígidas exigências presentes na Legislação brasileira (IN 46/2007) para estes três parâmetros ambos os tipos de iogurtes apresentaram falhas em relação a essas características. Ainda, torna-se preocupante que iogurtes caseiros não sejam controlados pelos órgãos de fiscalização, visto que percentuais altos de gordura e alterações na acidez foram encontrados neste tipo de produto e podem ser nocivos à saúde dos consumidores, uma vez que podem favorecer o aparecimento de doenças cardiovasculares e gastrointestinais, respectivamente. Alteração na acidez, com valor fora da faixa estabelecida pela Legislação, também foi encontrada no iogurte do tipo industrial. Percebeu-se também nesse trabalho a necessidade de uma regulamentação específica para o iogurte grego (bastante popular no Brasil e com uma variedade de marcas disponíveis no mercado), onde se observou a ocorrência uma grande diferença na composição química dos mesmos, fruto da ausência de um padrão de identidade e qualidade específico para esse tipo de iogurte no país, o que dificulta a análise das suas propriedades. 20 REFERÊNCIAS ALMEIDA, Cátia Palma Moura. 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