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Projetor de perfil e máquinas de medição

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DESCRIÇÃO
Caracterização e instruções gerais de aplicação dos tipos mais usuais de projetores de perfis e
máquinas de medição, com detalhes de funcionamento, exemplos de medições e exercícios.
PROPÓSITO
Obter conhecimento a respeito das aplicações dos projetores de perfil, possibilitando
capacidade de escolha do tipo de medição (contorno ou superficial) e de acessórios (lentes,
suportes etc.), com base na peça ou no componente que se pretende medir, sendo este
conhecimento de grande importância para descomplicar as simulações e práticas.
OBJETIVOS
MÓDULO 1
Reconhecer a necessidade de utilização do projetor de perfil e suas características
MÓDULO 2
Identificar os tipos de medições (contorno e superfície) executadas com o projetor de perfil
MÓDULO 3
Reconhecer os tipos de máquinas de medição e suas aplicações
PROJETOR DE PERFIL E MÁQUINA DE
MEDIÇÃO (CRÉDITO DIGITAL)
MÓDULO 1
 RECONHECER A NECESSIDADE DE UTILIZAÇÃO DO PROJETOR DE PERFIL E SUAS
CARACTERÍSTICAS
A NECESSIDADE DO PROJETOR DE
PERFIL E SUA CARACTERIZAÇÃO
A IMPORTÂNCIA DO PROJETOR DE PERFIL
Com a industrialização, ocasionada pela produção em massa, tornou-se cada vez mais
necessário o efetivo controle da qualidade na fabricação de peças e componentes de produtos.
Esse controle está ligado ao atendimento das expectativas dos consumidores e dos requisitos
mínimos da qualidade.
 
Imagem: Shutterstock.com
As expectativas em relação à qualidade podem ser determinadas por consumidores,
fabricantes, ou por regulamentos compulsórios. A busca pela qualidade visa à competitividade
e à sobrevivência no mercado globalizado extremamente competitivo.
A qualidade também é um caminho economicamente viável, visto que evita devoluções por
detectar defeitos antes de o produto ser colocado no mercado.
É muito comum que haja nas indústrias sistemas mecânicos de medição utilizando muitas
ferramentas e muitos instrumentos de medição para controle de gabaritos e peças ou
componentes, em geral. Não é incomum confirmarmos a presença de diversos instrumentos de
medição dimensional sobre bancadas das áreas de produção e controle da qualidade. Os
instrumentos mais comuns na indústria mecânica são:
PAQUÍMETRO ANALÓGICO
Tem a capacidade de medir dimensões internas (encostos), externas (orelhas) e profundidade
(haste) de diversas peças. O cursor é combinado à régua, permitindo sua livre movimentação
com folga mínima entre esses componentes. Suas superfícies de medição são planas e
polidas. A escala é graduada em milímetro e polegada; e a polegada pode ser fracionária ou
milesimal. O nônio ou vernier é a escala do cursor, que se desloca em frente às escalas da
régua e indica o valor medido. Há opções com indicação digital dos valores medidos (Figura 1).
Às vezes, o paquímetro não possui a precisão requerida para uma medição, sendo necessário
o uso de instrumento mais preciso. Para tais medições, utiliza-se o micrômetro.
 
Imagem: Shutterstock.com adaptada por Renato Teixeira
 Figura 1 - Paquímetro analógico
MICRÔMETRO
É outro instrumento muito utilizado em medições dimensionais (Figura 2). Possui dimensões
variáveis com leitura direta e permite medir com uma resolução de até 0,001mm. O sistema de
parafusos e porcas desse instrumento tem uma porca fixa e um parafuso de giro. Ao dar uma
volta no parafuso de giro, a distância corresponderá a um passo. Igualmente ao paquímetro, o
instrumento possui opções com indicador digital de leituras.
O princípio utilizado é o do sistema parafuso e porca. Assim, se, em uma porca fixa, um
parafuso der um giro de uma volta, haverá um avanço de uma distância igual ao seu passo.
 
Imagem: Shutterstock.com
 Figura 2 - Micrômetro analógico
Diversos são os fatores que podem prejudicar as medições realizadas com micrômetros, como
temperatura ambiental, sujeira, folgas, desgastes de partes sensíveis, deflexão do arco devido
ao excesso de força, falta de paralelismo entre contadores e o erro de paralaxe. Como os
micrômetros são muito utilizados em sistemas de controles dimensionais, as calibrações são
frequentes por ocasião dos movimentos causados pela própria condição de utilização.
RELÓGIO COMPARADOR
É um instrumento de precisão de elevada sensibilidade (Figura 3), podendo ser utilizado em
verificação de medidas, superfícies planas, paralelismo, concentricidade e leituras diretas.
A peça entra em contato com o instrumento por meio do apalpador. A diferença de medida
causada pela peça provoca um deslocamento retilíneo da ponta apalpadora, que é transmitida
ao ponteiro do relógio por meio de um sistema de amplificação, geralmente, usado por meio de
engrenagens, alavancas ou sistema misto. Esse mecanismo é formado por uma cremalheira e
engrenagens, que permitem medições com resolução de até 0,001mm. Os mais usuais
possuem resolução de 0,01mm e capacidade de medição de 10mm.
 
Imagem: Mitutoyo Sul Americana Ltda adaptada por Renato Teixeira
 Figura 3 - Relógio comparador analógico (visão geral e sistema de engrenagens)
Mas será que é possível visualizar o perfil e verificar as dimensões de uma peça muito
pequena e de formato complexo utilizando os instrumentos citados?
Os paquímetros, micrômetros e relógios comparadores, por exemplo, são instrumentos que se
baseiam em medições por contato, não sendo capazes de medir peças muito pequenas e com
detalhes complexos.
Para atender a essa demanda, soluções baseadas em medições com aparatos ópticos são
introduzidas há muito tempo em laboratórios de pesquisas e atualmente já são bastante
comuns nas indústrias.
Mas quais são as vantagens de se utilizar aparatos ópticos?
USO DE APARATOS ÓPTICOS
O ramo da Física que estuda a radiação eletromagnética ou, mais restritamente, a luz, é
chamado de óptica. Com os estudos voltados para a óptica é possível explicar os fenômenos
de reflexão, refração e difração, a interação entre a luz e o meio, entre outros.
 SAIBA MAIS
Há muito tempo, os princípios ópticos são usados na construção de variados sensores
destinados a medir as principais grandezas físicas e químicas, principalmente nos processos
de fabricação, o que amplia as possibilidades de inspeção e controle de qualidade de forma
mais ágil.
Há uma série de vantagens na utilização da luz como meio de medição.
A ausência de contato entre a peça e o sistema de medição resulta em uma técnica de
medição sem perturbações ou interferências, que seriam provocadas pelo contato
mecânico entre a peça e o equipamento de medida.
A velocidade em que ocorrem as medições, inclusive, as em movimentos é outro aspecto
positivo. O grande volume de dados, a inexistência de contato e a grande velocidade de
medição permitem acessar detalhadamente as dimensões da peça medida, que seriam
difíceis, ou mesmo impossíveis, com os instrumentos mecânicos.
 
Imagem: Shutterstock.com
Neste contexto, o projetor de perfil é um aparelho que faz uso de aparatos ópticos e apresenta-
se como solução para a verificação das dimensões de peças pequenas e complexas. Vamos
conhecê-lo?
PROJETOR DE PERFIL
O projetor de perfil (Figura 4) é um aparelho utilizado para medições em projeção. Ele
possibilita a verificação de peças pequenas, principalmente as com formas mais complexas.
A projeção da imagem ampliada da peça é feita em uma tela de vidro. As duas linhas
perpendiculares gravadas na tela funcionam como coordenadas de um plano cartesiano (eixos
X e Y), sendo utilizadas como referências nas medições. A mesa de coordenadas do projetor
de perfil possui dois cabeçotes micrométricos também posicionados a 90°.
 
Imagem: Mitutoyo Sul Americana Ltda
 Figura 4 - Projetor de perfil
Ao colocar a peça a ser medida sobre a mesa, aparecerá na tela uma imagem ampliada da
peça. Isso ocorre por meio da mesa, que possui uma placa de vidro em sua área central,
permitindo que a peça seja iluminada por baixo e por cima simultaneamente, formando uma
projeção da imagem na tela.
O tamanho original da peça pode ser ampliado 5, 10, 20, 50 ou100 vezes, por meio de lentes
intercambiáveis que permitem a verificação de detalhes da peça ampliada em vários tamanhos.
Você deve aproximar ou afastar a peça da objetiva para focalizá-la, o que é feito com o uso de
um dispositivo acionado por uma manivela localizada na lateral do projetor de perfil.
Se a peça a ser medida (mensurando) for plana, você deve colocá-la sobre a mesa de vidro
diretamente; porém, se o mensurando for uma peça cilíndrica com um furo central ou uma
rosca, você deve fixá-la em um suporte entre pontas (Figura 5).
 
Imagem: Digimess
 Figura 5 - Suporte entre pontas
TIPOS DE PROJETORES DE PERFIS
Há diversos modelos de projetores de perfil, disponibilizados por vários fabricantes. Podemos
classificá-los em quatro tipos principais, que veremos a seguir. Há opções com indicação
analógica ou digital, além de opções com ajuste de ângulo (giro).
 
Foto: Mitutoyo Sul Americana Ltda
 Figura 6 - Projetor de perfil horizontal digital
Horizontal
 
Foto: Mitutoyo Sul Americana Ltda
 Figura 7 - Projetor vertical digital
Vertical
 
Foto: Mecalux do Brasil Ltda
 Figura 8 - Projetor de perfil horizontal digital de piso
De piso
 
Foto: Mitutoyo Sul Americana Ltda
 Figura 9 - Projetor de bancada vertical analógico
De bancada/mesa
Usualmente, os projetores de bancada têm tela de até 400mm de diâmetro, e os maiores são
de instalação direta no piso.
 
Foto: Starrett Indústria e Comércio Ltda
 Figura 10 - Projetor vertical digital de bancada com ajuste de ângulo e filtro verde
De bancada/mesa - com ajuste de ângulo e filtro verde
Alguns modelos oferecem também um filtro verde (Figura 10) para minimizar o brilho na
imagem e preservar a integridade física do operador.
Os mais procurados são os de 400mm e 600mm, com lentes que podem ampliar de 5 até 100
vezes; há, também, lentes especiais produzidas para uso na indústria aeronáutica.
 ATENÇÃO
Como outros aparatos e instrumentos, a escolha do projetor está diretamente relacionada com
o que se pretende verificar, sendo útil para as indústrias aeronáutica, hospitalar, odontológica,
metalmecânica, siderúrgicas, entre outras.
COMPONENTES DO PROJETOR DE PERFIL
Apesar da existência de diversos tipos e modelos, os projetores de perfil possuem
componentes básicos que os caracterizam.
Na Figura 11, é possível verificar alguns dos componentes básicos visíveis externamente dos
projetores de medição (ABENDI, 2011):
 Figura 11 - Componentes externos de um projetor de perfil
LENTES/OBJETIVAS
As lentes/objetivas (Figura 12) permitem a ampliação das peças a serem verificadas. Elas,
juntamente com outros componentes ópticos, possuem grande interferência na qualidade da
projeção.
 
Imagem: Digimess
OBJETIVA COM AMPLIAÇÃO DE 10X
 
Imagem: Digimess
OBJETIVA COM AMPLIAÇÃO DE 20X
 
Imagem: Digimess
OBJETIVA COM AMPLIAÇÃO DE 50X
 
Imagem: Digimess
OBJETIVA COM AMPLIAÇÃO DE 100X
 
Imagem: Digimess
OBJETIVA COM AMPLIAÇÃO DE 5X
 Figura 12 - Lentes objetivas com ampliação
MICRÔMETROS
Os micrômetros, no eixo X e no eixo Y (Figura 13), podem ser digitais ou analógicos e indicam
o deslocamento realizado a partir de um ponto de referência da peça verificada.
 SAIBA MAIS
Atualmente, diversos modelos possuem indicação digital em uma tela que, além de facilitar
leitura, possui diversas vantagens, como armazenamento de dados de medições.
 
Imagem: Mitutoyo Sul Americana Ltda
 Figura 13 - Micrômetros
A medição de ângulos também é possível com o projetor de perfil, pois sua tela (Figura 14) é
rotativa e graduada de 1◦ a 360◦ em toda a sua volta. A leitura pode ser feita em um nônio de
resolução de 10’ diretamente na tela. Essa indicação também pode ser digital nos projetores
mais modernos.
 
Imagem: Mitutoyo Sul Americana Ltda
 Figura 14 - Tela rotativa graduada
Em modelos digitais, mais modernos, as coordenadas X e Y e o ângulo (rotação) são
apresentados diretamente em uma tela do contador (Figura 15) e há funcionalidades
adicionais, como gravação e impressão de leituras.
Suas partes principais são (ABENDI, 2011):
 Figura 15 - Contador Linear KA Counter
 SAIBA MAIS
Há acessórios para todas as necessidades, desde dispositivos para medição de rosca, entre
pontos, suporte para fixação de peças, morsas giratórias, e câmera de vídeo que podem ser
montadas no lugar da lente, o que auxilia na medição de peças com um monitor de LCD, que
pode ampliar a peça em até 480 vezes.
PRINCÍPIO DO FUNCIONAMENTO DO
PROJETOR DE PERFIL
O projetor de perfil é um equipamento de medição que utiliza os princípios da óptica para gerar
imagens que permitam realizar medições de tamanhos e espessuras com bastante precisão.
Em 1919, James Hartness e Russell W. Porter criaram a primeira versão do projetor de perfil,
como mostra a Figura 16.
 
Imagem: Mitutoyo Sul Americana Ltda
 Figura 16 - Primeira versão do projetor de perfil, idealizado por James Hartness e Russell
W. Porter em 1919
Para entender o seu princípio de funcionamento, vamos observar a Figura 17:
 
Imagem: Mitutoyo Sul Americana Ltda
 Figura 17 - Princípio de funcionamento de um Projetor de Perfil
Na imagem, podemos observar que existe uma luz, produzida por uma lâmpada, que emite
raios de luz em todas as direções. Para conseguir iluminar o objeto de estudo de forma efetiva,
precisamos iluminá-lo com raios de luz paralelos. Por isso, colocamos uma lente condensadora
entre a lâmpada e o objeto, assim conseguimos criar uma imagem fiel e sem nenhum
desfoque.
Observe na Figura 17 que os raios de luz atingem a peça, e somente aqueles que passam para
o outro lado da peça (raios laterais) atingem a lente de proteção, que é uma lente convergente.
Os raios convergidos pela lente de proteção são projetados em um anteparo, que é chamado
de superfície da tela de proteção; assim, a imagem é formada de cabeça para baixo, da
mesma maneira como a imagem em uma câmera escura.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
O PROJETOR DE PERFIL SE DESTINA A:
A) Substituir o paquímetro, micrômetro e relógio comparador
B) Medir peças grandes e lisas
C) Verificar peças pequenas e com formatos complexos
D) Verificar apenas peças planas e complexas
E) Verificar apenas peças côncavas e convexas
A AMPLIAÇÃO MÁXIMA OBTIDA COM O PROJETOR DE PERFIL É:
A) 50 vezes
B) 100 vezes
C) 20 vezes
D) 70 vezes
E) 80 vezes
GABARITO
O projetor de perfil se destina a:
A alternativa "C " está correta.
Os instrumentos paquímetro, micrômetro e relógio comparador não foram substituídos pelo
projetor de perfil, pois são aplicados em diversas medições de peças regulares. O grande
diferencial do projetor de perfil é a possibilidade de verificar peças pequenas e de formato
complexo. Com a utilização de suportes é possível medir peças de diversos formatos, não
apenas as planas.
A ampliação máxima obtida com o projetor de perfil é:
A alternativa "B " está correta.
Há lentes com capacidade de ampliação de até 100 vezes. As outras opções de lentes são 5x,
10x, 20x e 50x.
MÓDULO 2
 IDENTIFICAR OS TIPOS DE MEDIÇÕES (CONTORNO E SUPERFÍCIE) EXECUTADAS
COM O PROJETOR DE PERFIL
TIPOS DE MEDIÇÃO COM PROJETOR DE
PERFIL E PASSOS PARA A MEDIÇÃO DE
COMPONENTES MECÂNICOS DE PEÇAS
TIPOS DE MEDIÇÕES
Há dois tipos de projeção: diascópica ou de contorno e episcópica ou de superfície (Figura 19).
DIASCÓPICA
Na projeção diascópica, a iluminação transpassa a peça que será verificada. Como resultado,
obtemos uma silhueta escura na tela, limitada pelo contorno da peça que se deseja verificar.
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Para evitar a distorção da imagem, o projetor possui um dispositivo óptico chamado
condensador diante da lâmpada, que concentra o feixe de luz sob a peça. Os raios de luz
javascript:void(0)
não detidos pela peça atravessam a lente objetiva amplificadora. Desviados por espelhos
planos, passam, assim, a iluminar a tela.

EPISCÓPICA
Na projeção episcópica, a iluminação se concentra na superfície da peça, destacando os
detalhesna tela. Eles se tornam ainda mais visíveis se o relevo for pouco acentuado e nítido.
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Esse tipo de projeção pode ser aplicado, por exemplo, na verificação de moedas,
circuitos impressos, gravações e acabamentos superficiais.
MONTAGEM E REGULAGEM DO PROJETOR
DE PERFIL
Antes de iniciar qualquer medição, é necessário fazer a montagem e a regulagem do projetor
de perfil. Independentemente do formato da peça ou do tipo de projeção, alguns passos
básicos devem ser seguidos:
javascript:void(0)
1
Selecionar a objetiva mais adequada para que se obtenha uma visualização nítida e detalhada
da peça.
Posicionar a chave que permite a projeção diascópica, episcópica ou ambas.
2
3
Regular o foco com a movimentação da mesa, distanciando ou aproximando até o ponto focal
adequado.
Colocar a peça a ser verificada sobre a mesa. A peça deve ser alinhada ao eixo de referência
(Figura 18), permitindo seu deslocamento paralelamente a esse eixo.
4
 
Imagem: Rosana Ribeiro Pontes
 Figura 18 - Linha de referência do eixo X
MEDIÇÕES E INSPEÇÕES POR
COMPARAÇÃO
O projetor também permite a execução de medições e inspeções por comparação, com a
imagem projetada da peça em sua tela. Isso é possível com o uso de uma carta de medidas
padrão, que é customizada para certa ampliação do projetor.
Esse método de medição é adequado para a verificação de geometria complexa, que não pode
ser inspecionada com uma simples medição dimensional. Com a comparação, consegue-se
determinar, por exemplo, o perfil de uma rosca, o raio de concordância, o passo de um
parafuso etc. (ABENDI, 2011).
A carta de medição padrão é fixada diretamente sobre a tela de proteção. A medição por
comparação é normalmente empregada sem a necessidade de anotação de valores, pois se
trata de uma verificação do tipo conforme ou não conforme.
O procedimento para realização de medidas por comparação compreende os seguintes passos
específicos (ABENDI, 2011):
PASSO 1
Posicionar a peça a ser medida sobre o vidro central da mesa posicionadora XY, de modo a ser
projetada na tela.
PASSO 2
Selecionar a objetiva de ampliação indicada na carta de medição padrão.
PASSO 3
Fixar a carta padrão na tela do projetor, alinhando-a com a posição da peça que se pretende
verificar.
PASSO 4
Medir a peça por comparação com a carta de medição padrão fornecida.
GRÁFICOS PARA SOBREPOSIÇÃO
Diversos fabricantes disponibilizam gráficos para sobreposição na tela do projetor (Figuras 19 e
20).
 SAIBA MAIS
Normalmente, os gráficos são fabricados com um composto de plástico especial (sem
distorção) e possuem ainda uma película de proteção para evitar arranhões na superfície.
Esses gráficos objetivam aumentar a variedade de aplicações e eficiência das medições com
os projetores de perfis, aplicando-se ao controle do comprimento, altura, paralelismo, ângulos,
raios, posicionamento de furos, diâmetro, padrões de rosca normalizados e perfis de
engrenagens.
 
Imagem: Mitutoyo Sul Americana Ltda
 Figura 19 - Gráficos de controlo de diâmetros, ângulos, raios e graduações escalas
lineares
 
Imagem: Mitutoyo Sul Americana Ltda
 Figura 20 - Gráficos padrão de engrenagens e rosca métrica ISO
MEDIÇÃO DE ENGRENAGENS
É possível executar a medição de diversas partes que compõem uma engrenagem (topo, altura
do dente, raiz, concordância etc.) utilizando o projetor de perfil (Figura 21).
Várias engrenagens podem ser medidas sendo colocadas diretamente sobre a mesa de
medição, porém, como em diversas outras peças, isso varia com o seu formato.
 
Imagem: Shutterstock.com
 Figura 21 - Medidas de uma engrenagem
As engrenagens não só apresentam tamanhos variados, mas também se diferenciam em
formato e tipo de transmissão de movimento. Desse modo, algumas classificações para as
engrenagens podem ser dos seguintes tipos principais: cilíndrica de dentes retos, cilíndrica de
dentes helicoidais, cônicas, formato reto, parafuso sem fim, entre outras.
A medição de uma engrenagem segue os mesmos passos iniciais citados anteriormente.
Normalmente, as dimensões a serem medidas com o projetor de perfil referem-se aos dentes,
não sendo visualizada a engrenagem como um todo na tela do projetor (Figura 22).
 
Imagem: Shutterstock.com
 Figura 22 - Tela com projeção de dentes de uma engrenagem
Há diversas dimensões de interesse, mas será ilustrada a medição de distância entre topos de
dois dentes consecutivos (projeção de contorno), pontos A e B das Figuras 23 e 24, e tamanho
do topo (projeção de contorno), pontos A e C da Figura 25.
 
Imagem: Raimundo Alves de Rezende
 Figura 23 - Distância entre topos
Para executar a medição da distância entre topos, vamos seguir alguns passos:
1
Com foco ajustado, alinhe os dois topos dos dentes (pontos A e B) com o eixo X da tela de
projeção e posicione o ponto A entre os eixos X e Y da tela (intersecção/mira). Essa mira será
localizada no topo do dente, conforme Figura 23.
Zere os micrômetros antes de avançar a mira até o próximo dente.
2
3
Faça o deslocamento da mira apenas no eixo X, do ponto A para o ponto B (Figura 24).
Anote o valor indicado no micrômetro, ele se refere ao deslocamento realizado no eixo X.
4
5
Repita a medição em outros dentes da engrenagem para verificar se há dentes da engrenagem
com distâncias diferentes.
 
Imagem: Raimundo Alves de Rezende
 Figura 24 - Deslocamento da mira
Para executar a medição do tamanho do topo, vamos seguir alguns passos:
PASSO 1
PASSO 2
PASSO 3
PASSO 4
PASSO 5
PASSO 1
Com foco ajustado, alinhe um topo do dente (pontos A e C) com o eixo X da tela de projeção e
posicione o ponto A entre os eixos X e Y da tela (intersecção/mira). Essa mira será localizada
no topo do dente (ponto A), conforme Figura 23.
 
Imagem: Raimundo Alves de Rezende
 Figura 25 - Topo (distância A-C)
PASSO 2
Zere os micrômetros antes de avançar a mira até a outra ponta do topo (ponto C).
PASSO 3
Faça o deslocamento da mira apenas no eixo X, do ponto A para o ponto C (Figura 26).
 
Imagem: Raimundo Alves de Rezende
 Figura 26 - Deslocamento da mira (ponto C)
PASSO 3
Faça o deslocamento da mira apenas no eixo X, do ponto A para o ponto C (Figura 26).
 
Imagem: Raimundo Alves de Rezende
 Figura 26 - Deslocamento da mira (ponto C)
PASSO 4
Anote o valor indicado no micrômetro, ele se refere ao deslocamento realizado no eixo X.
PASSO 5
Repita a medição em outros dentes da engrenagem para verificar se há dentes da engrenagem
com distâncias diferentes.
MEDIÇÃO DE ROSCAS
O projetor de perfil também pode ser usado para medir diversos tipos de roscas, sendo os mais
comuns: retangular, dente de serra, redonda, trapezoidal, cilíndrica, cônica, para madeira e
autorroscante.
Para isso, basta fixar a peça no suporte entre pontas e inclinar a rosca que se quer medir. Em
uma rosca, há diversas dimensões de interesse que podem ser verificadas com o projetor de
perfil, sendo as principais: ângulo da rosca, passo, profundidade da rosca, diâmetro interno e
filete (Figura 27).
 
Imagem: Raimundo Alves de Rezende
 Figura 27 - Dimensões de uma rosca
A medição de uma rosca segue os mesmos passos iniciais citados anteriormente. Das
dimensões representadas na Figura 27, faremos a ilustração da medição do passo, que se
refere à distância entre duas cristas de filetes subsequente (distância entre os pontos A e B da
Figura 28) e da profundidade da rosca (distância entre os pontos A e C da Figura 30). Em
ambas utilizaremos a projeção de contorno.
 
Imagem: Raimundo Alves de Rezende
 Figura 28 - Passo a se medir
Iniciaremos medindo o passo. Para executar essa medição, vamos seguir alguns passos:
PASSO 1
PASSO 2
PASSO 3
PASSO 4
PASSO 5
PASSO 1
Com foco ajustado, alinhe as cristas da rosca com o eixo X da tela de projeção e posicione o
ponto A entre os eixos X e Y da tela (interseção/mira). Essa mira será localizada na crista,
conforme Figura 28.
PASSO 2
Zere os micrômetros antes de avançar amira até a próxima crista.
PASSO 3
Faça o deslocamento da mira apenas no eixo X, do ponto A para o ponto B (Figura 29).
 
Imagem: Raimundo Alves de Rezende
 Figura 29 - Deslocamento da mira até o ponto B
PASSO 4
Anote o valor indicado no micrômetro, ele se refere ao deslocamento realizado no eixo X. Há
projetores mais modernos que gravam na memória as leituras executadas, dispensando a
necessidade de anotações manuais.
PASSO 5
Repita a medição de outros passos da rosca para verificar se há passos com dimensões
divergentes.
Agora, iniciaremos o procedimento de medição da altura do dente. Para executar essa
medição, vamos seguir alguns passos:
PASSO 1
PASSO 2
PASSO 3
PASSO 4
PASSO 5
PASSO 1
Com foco ajustado, alinhe as cristas da rosca com o eixo X da tela de projeção e posicione o
ponto A entre os eixos X e Y da tela (interseção/mira). Essa mira será localizada na crista,
conforme Figura 30.
 
Imagem: Raimundo Alves de Rezende
 Figura 30 - Profundidade da rosca a se medir
PASSO 2
Zere os micrômetros antes de avançar a mira até a base da rosca (ponto C).
PASSO 3
Faça o deslocamento da mira nos eixos X e Y, do ponto A para o ponto C (Figura 31).
 
Imagem: Raimundo Alves de Rezende
 Figura 31 - Profundidade da rosca a se medir
PASSO 4
Anote o valor indicado no micrômetro do eixo Y, ele se refere à altura da rosca. O valor de
deslocamento ocorrido no micrômetro do eixo X não é de interesse para a determinação da
altura da rosca, portanto, deve ser desconsiderado.
PASSO 5
Repita a medição de outras alturas da rosca para verificar se há dimensões divergentes.
MEDIÇÃO DE PEÇAS COMPLEXAS
Algumas peças mais complexas, das quais se pretende verificar detalhes superficiais, por
exemplo, necessitam do uso de projeção superficial (episcópica).
 EXEMPLO
A verificação de uma moeda é um bom exemplo de tais medições, possibilita realizar medições
e visualizar imperfeições existentes. Normalmente, as moedas são inspecionadas utilizando-se
medições por comparação a uma carta padrão fixada na tela, mas há a possibilidade de
executar medições de partes também.
Vamos seguir alguns passos:
PASSO 1
PASSO 2
PASSO 3
PASSO 4
PASSO 5
PASSO 6
PASSO 1
Coloque a moeda sobre a mesa do projetor (Figura 32). A moeda aparecerá na tela (Figura
33). No entanto, se a iluminação for diascópica (Projeção em que a iluminação transpassa a
peça a ser analisada.) (contorno) ou mista (diascópica e episcópica (Iluminação parcial em
que a luz incide em um espelho a 45°.) ), dependendo do tipo de medição que se deseja,
poderá haver necessidade de ajustes para a iluminação, por exemplo, episcópica (superfície).
 
Imagem: Shutterstock.com adapatada por Renato Teixeira
 Figura 32 - Verificação da superfície de uma moeda
 
Imagem: Mitutoyo Sul Americana Ltda
 Figura 33 - Iluminação Diascópica, Mista ou Episcópica
PASSO 2
Movimente a moeda e a luz para a posição mais central da tela de projeção (Figura 34).
 
Imagem: Mitutoyo Sul Americana Ltda
 Figura 34 - Ajuste do foco para visualização da superfície da moeda
PASSO 3
Ajuste o foco para possibilitar a visualização adequada dos detalhes superficiais da moeda.
PASSO 4
Com foco ajustado, alinhe a base inferior dos números da moeda com o eixo X da tela de
projeção (posição A).
PASSO 5
Desloque o eixo X para a extremidade superior dos números (posição B). Não deve haver
deslocamento no eixo Y.
PASSO 6
Anote o valor indicado no micrômetro do eixo X, ele se refere à altura dos números.
CUIDADOS GERAIS
Independentemente do tipo de projeção ou peça a ser medida, alguns cuidados gerais para
uso do projetor de perfil são necessários:
A limpeza da peça que será verificada e da mesa de vidro do projetor com benzina ou
álcool;
A limpeza das partes ópticas (lentes e espelhos) com álcool isopropílico, quando
necessário;
A guarda das objetivas em lugar bem seco e coberto, quando o projetor não estiver em
uso;
A lubrificação das peças móveis com óleo fino apropriado;
A limpeza das partes expostas, sem pintura, com benzina, e a lubrificação delas com
vaselina líquida misturada com vaselina pastosa.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
HÁ 2 TIPOS POSSÍVEIS DE PROJEÇÃO NO PROJETOR DE PERFIL:
A) Diascópica e episcópica
B) Diascópica e de contorno
C) Diascópica e direta
D) Por coordenadas e direta
E) Episcópica e de superfície
TAL MEDIÇÃO NÃO PODE SER EXECUTADA COM O PROJETOR DE
PERFIL:
A) Rotação (ângulo)
B) Deslocamento nos eixos X e Y
C) Passos de um parafuso
D) Profundidade (eixo Z)
E) Alinhamento nos eixos X e Y
GABARITO
Há 2 tipos possíveis de projeção no projetor de perfil:
A alternativa "A " está correta.
Há dois tipos de projeção: diascópica (contorno) e episcópica (superfície).
Tal medição não pode ser executada com o projetor de perfil:
A alternativa "D " está correta.
O projetor de perfil é capaz de executar medições de deslocamentos nos eixos X e Y, além de
rotação por meio da tela com graduação de 1 a 360 graus e sensibilidade de 1’. Contudo, não
possibilita medições de profundidade, pois não faz medições no eixo Z.
MÓDULO 3
 RECONHECER OS TIPOS DE MÁQUINAS DE MEDIÇÃO E SUAS APLICAÇÕES
DEFINIR MÁQUINAS DE MEDIÇÃO, TIPOS
EXISTENTES E SUAS APLICAÇÕES
TIPOS DE MÁQUINAS DE MEDIÇÃO POR
MOVIMENTAÇÃO
As máquinas de medição por coordenadas (MMC ou tridimensional) ampliaram a qualidade dos
controles dimensionais, trazendo diversos benefícios para a melhoria da qualidade de peças,
incluindo aumento da exatidão, maior velocidade de medição e facilidade de operação,
principalmente, após a incorporação de sistemas de processamento de dados, que
possibilitaram a redução do tempo de medição em até aproximadamente dez vezes.
A necessidade dessas máquinas cresceu com o aprimoramento do maquinário nas indústrias,
o que exigiu aumento dos níveis de precisão e melhoria contínua dos aspectos dimensionais.
Outra questão resolvida com as MMCs se refere à possibilidade de medição em posições
geométricas e forma das peças de peças mais complexas.
As peças de qualidade elevada exigem um detalhamento mecânico muito específico e
detalhado. As tolerâncias admissíveis são cada vez mais reduzidas na busca da garantia da
qualidade.
As especificações de forma, dimensões e posições típicas de um sistema de coordenadas
tridimensional, caracterizado por três eixos perpendiculares entre si, X, Y e Z, em que está
localizado um ponto P qualquer (Figura 35), contemplam diâmetros, ângulos, alturas, distâncias
entre pontos, posição perpendicular, concentricidade, alinhamento etc.
Geralmente, são utilizados diversos instrumentos para verificação dessas especificações, o
que tem potencial para elevar a possibilidade de ocorrência de erros.
 
Imagem: Raimundo Alves de Rezende
 Figura 35 - Sistema de coordenadas tridimensional
A MMC manual, disposta na Figura 36, possui uma base de referência plana, extremamente
rigorosa. Nessa base, desliza-se um corpo guiado horizontalmente, na direção do eixo Y. Há a
presença de outro corpo, que se movimenta perpendicularmente ao primeiro, locomovendo-se
na direção do eixo X, também horizontalmente. Um terceiro corpo, complementar, está
presente, perpendicular aos dois primeiros, movimentando-se verticalmente na direção do eixo
Z. Junto ao eixo Z, ao lado externo e inferior, está acoplado um sensor especial (mecânico,
eletrônico ou óptico), que entra em contato sempre que a peça medida se movimentar.
 
Imagem: Shutterstock.com
 Figura 36 - MMC acoplada a um SPD
Os valores de cota referentes ao movimento realizado em cada eixo são registrados por um
sistema de leitura eletrônico mostrado digitalmente. Esse sistema possibilita:
A ZERAGEM EM QUALQUER POSIÇÃO

PRÉ-SELECIONADA DE COTAS NO INDICADOR DOS
EIXOS X, Y OU Z

A POSSIBILIDADE DE ACOPLAMENTO DE UM
SISTEMA DE PROCESSAMENTO DE DADOS (SPD)
TIPOS DE MÁQUINAS DE MEDIÇÃO POR
COORDENADAS
As máquinas de medição possuem tipos construtivos bem variados, como tamanho, tipo de
movimentação, forma da estruturaetc. Os sensores acoplados às MMCs podem ser
mecânicos, eletrônicos ou ópticos, sendo estes acoplados à extremidade inferior do eixo
vertical (Z). Os tipos e formatos são bastante variados, e sua escolha está diretamente
relacionada à geometria, ao tamanho e ao grau de exatidão da peça a ser medida.
SENSORES MECÂNICOS
São rígidos, geralmente, fabricados de aço temperado, com diversas formas em sua
extremidade de contato; os mais comuns são os de formatos cônicos, cilíndricos, com esfera
na ponta e tipo disco. Esses formatos facilitam o acesso aos detalhes da peça. A leitura de
contagem digital é feita mantendo-se o sensor fixo na posição após fazer contato com a peça.
SENSORES ELETRÔNICOS
javascript:void(0)
javascript:void(0)
São muito sensíveis e ligados eletronicamente aos contadores digitais. A ponta de medição,
por efeito de uma pequena pressão gerada pelo toque na peça, desloca-se angularmente e
produz um sinal elétrico (e acústico), que é processado como valor da coordenada da posição
do sensor.
SENSORES ÓPTICOS
São empregados quando a peça ou um detalhe dela é muito pequeno, impossibilitando a
utilização dos demais sensores, sendo o ponto de medição determinado com o auxílio de
microscópio ou projetor de centrar. Nesse caso, um pedal auxilia na emissão do sinal elétrico
para determinar as coordenadas.
Vejamos o passo a passo para a medição com uma MMC manual sem SPD:
PASSO 1
PASSO 2
PASSO 3
PASSO 4
PASSO 5
PASSO 6
PASSO 1
Tomar todas as providências em relação à limpeza da MMC, de seus componentes e da peça a
ser medida.
PASSO 2
Posicionar a peça adequadamente em relação aos três eixos coordenados da máquina.
PASSO 3
javascript:void(0)
Nivelar a peça, posicionando o plano de referência da peça paralelamente ao desempeno da
MMC. Três apoios reguláveis devem ser utilizados para apoio da peça (Figura 37).
 
Imagem: Amaury Bordallo Cruz
 Figura 37 - Nivelamento da peça na MMC
PASSO 4
Alinhar a peça, posicionando os eixos de referência da peça paralelamente aos eixos X e Y da
MMC (Figura 38).
 
Imagem: Raimundo Alves de Rezende
 Figura 38 - Alinhamento de peça na MMC
PASSO 5
Proceder ao zeramento dos contadores digitais para determinação do ponto de origem. Para
tal, deve-se utilizar o sensor mais adequado encostado na peça.
PASSO 6
Apalpar cada um dos pontos de interesse para determinação das coordenadas. Os valores das
coordenadas serão indicados no contador digital, bastando fazer as leituras correspondentes e
a compensação do diâmetro do sensor.
APLICAÇÕES DAS MÁQUINAS DE
MEDIÇÃO
De modo diferente de uma MMC manual, uma MMC acoplada a um SPD permite que um
sistema computadorizado receba os sinais eletrônicos que determinam as três coordenadas (X,
Y e Z) de um ou mais pontos da peça e, com base nelas, efetue cálculos matemáticos de
acordo com comandos gravados em seu software de medição.
 SAIBA MAIS
De modo geral, os próprios fabricantes das MMCs fornecem o software. Ao operador cabe
determinar a sequência de medições ideal ao que se pretende medir, porém, com o uso do
sistema computadorizado, os dados para cálculo serão entregues diretamente pelo sensor ao
entrar em contato com a peça. O computador processa as informações, mostrando no vídeo ou
digitalmente na impressora as dimensões da peça.
Acoplar o sistema de medição de uma MMC a um computador é uma variável que pode
apresentar opções como capacidade de memória, software de medição etc.
 
Imagem: Shutterstock.com
As principais vantagens e aplicações para acoplamentos em sistemas computadorizados são:
MMC MANUAL ASSISTIDA POR COMPUTADOR
A MMC e com contadores digitais eletrônicos são acoplados a um SPD, permitindo a
realização de cálculos geométricos com uso de sensores eletrônicos.
MMC COM MOVIMENTOS MOTORIZADOS ASSISTIDA
POR COMPUTADOR
É uma opção geralmente utilizada na medição de peças de maior porte, em que o acesso do
operador é difícil no que se refere à movimentação do operador para movimentação do sensor.
Um bom exemplo é o motor de um automóvel. A movimentação dos sensores é comandada
por meio de joystick e a entrada de dados no computador é gerada por um sensor eletrônico.
MMC COM MOVIMENTOS CONTROLADOS POR
COMANDO NUMÉRICO COMPUTACIONAL (CNC) E
COMANDADA POR UM SISTEMA COMPUTADORIZADO
Esse tipo de sistema é utilizado, principalmente, em medições de peças produzidas em série e
que possuam formato bastante complexo. O software permite gravar as sequências de
movimentos para percorrer a peça de forma automática e repetitiva. A movimentação é
comandada manualmente por meio de um joystick.
Ao utilizar um computador acoplado à MMC, as operações de nivelamento e alinhamento da
peça se tornam mais rápidas e simples, não sendo necessária a intervenção manualmente,
pois, nesse caso, o software acoplado é programado para ajustar de modo a compensar a
posição. Para nivelar um plano, por exemplo, é necessário apenas acionar um comando no
software computacional e programar o sensor para executar três toques na superfície da peça.
Diversos softwares computacionais são elaborados para processar sinais elétricos de um
sistema de leitura digital. A quantidade definida de pontos tem relação direta com a função do
software que requer pontos específicos tocados em uma peça.
 EXEMPLO
Para definir um plano, um círculo ou a distância entre duas retas paralelas são necessários
apenas três pontos; para medir uma esfera são necessários, no mínimo, quatro pontos, e
assim por diante. O número de pontos pode ser aumentado para melhorar a exatidão das
medidas requeridas.
Para uso de sensores com ponta esférica, é necessário compensar a medida com a introdução
do diâmetro do sensor na memória do sistema computadorizado. Desse modo, o programa o
considerará na compensação automática do diâmetro do sensor.
 
Imagem: Shutterstock.com
As diversas funções dos softwares de medições geométricas contemplam opcionais com
muitas funções que permitem, por meio de pontos palpáveis, detalhamentos de medições
necessários a um completo mapeamento de diversas peças complexas.
Objetivando facilitar a compreensão dessas funções, apresentaremos apenas a classificação
em três tipos principais, sendo necessária a compreensão de que cada tipo necessita de uma
quantidade mínima de pontos de referência na peça a ser medida:
Funções para medição indireta e combinação por meio de memórias;
Funções para designar ponto de origem;
Funções para designar plano de referência eixo de alinhamento.
Outros tipos de programas também estão disponíveis e possuem funções mais específicas,
como, por exemplo, os programas para análise de contornos, permitindo a obtenção de
resultados por meio de gráficos impressos; e o programa estatístico, que possibilita a obtenção
de resultados muito úteis quando se pretende processar lotes de peças de produções em série.
Alguns benefícios da utilização de técnicas de medições com equipamentos tridimensionais
contemplam:
1.
Grande redução do tempo de medição e tempo de cálculos, principalmente
quando aplicados em peças com geometria complexa;
2.
A ausência da necessidade da presença e do controle de um operador para
execução do posicionamento físico da peça em relação ao sistema coordenado;
3.
Possibilidade de operação por pessoas que tenham apenas o conhecimento
básico em metrologia, consequência da necessidade de treinamento simplificado
de operação disponibilizado geralmente pelos próprios fabricantes dos
equipamentos e dos softwares computacionais;
4. Aumento da exatidão de medição, pois não são necessários diversos sistemas
ou instrumentos de medição dimensional; e a movimentação da peça no
desempeno, pois o sistema dispensa uma grande quantidade de instrumentos de
medição e realiza a medição com uma pressão de contato constante;
5.
A exatidão final obtida é maior com sistemas CNC, pois a movimentação
automática elimina a necessidade de contínua interferência do operador.
 Atenção! Para visualização completa da tabela utilizea rolagem horizontal
 Quadro: Benefícios da utilização de técnicas de medições com equipamentos
tridimensionais
Elaborado por Raimundo Alves de Rezende
O uso de MMCs, especialmente as acopladas a um sistema computadorizado, apresenta
diversas vantagens, como a existência de fontes de erros de medição derivadas de tal sistema
de medição.
 ATENÇÃO
Há a distinção de cinco grandes grupos de fatores que atuam sobre os diversos processos de
medição por coordenadas: máquina, operador, peça, ambiente e estratégia de medição.
As MMCs existentes possuem arquiteturas diversificadas e configurações distintas,
determinadas pela aplicação para a qual são idealizadas. Os subsistemas que se destacam
como mais importantes são: software embarcado para medição, controlador, guias e mancais,
escalas e sistema de toque/apalpação.
A estrutura e o sistema de apalpação são as mais prováveis fontes de erro do sistema.
ESTRUTURA
As fontes de erro provenientes da estrutura podem ser de origem estática (desvios
geométricos e de montagem) ou de origem dinâmica.
Pode-se destacar principalmente os seis tipos de fonte de erros ou desvios de estrutura
listados a seguir:
 
Foto: Shutterstock.com
Erros de translação
Ocorrem na direção transversal ao movimento (erros de retitude das guias); quando o eixo
horizontal (X) não está idealmente alinhado e sofre uma rotação, e na direção paralela ao
movimento (erros de escala); quando o eixo vertical (Y) não está idealmente alinhado, sofre
uma rotação. Os erros de rotação são erros de primeira ordem e terão mais influência quanto
mais afastada a característica avaliada em cada um dos eixos e escalas.
 
Foto: Shutterstock.com
Erros de escala ou posição e ou de retilineidade
Representam a translação, os de rotação ou angulares. São chamados roll, pitch, yaw.
 
Foto: Shutterstock.com
Erros de ortogonalidade
São os erros de ortogonalidade entre as guias (nos planos XY, YZ e ZX) nos diversos
componentes de erros paramétricos comuns às MMC tridimensionais. Há proporcionalidade na
influência desses erros em relação à distância e ao tamanho das características das peças em
medição.
 
Foto: Shutterstock.com
Desvios de retitude/ortogonalidade das guias
É possível ajustar os erros mecanicamente durante a montagem. Tais erros são derivados
frequentemente do processo de fabricação; também podem ser modificados pelo carregamento
sobre as guias e pelas variações térmicas do ambiente.
 
Foto: Shutterstock.com
Desvios residuais de montagem e de fabricação
Para compensar a ação dos erros residuais de montagem e de fabricação, utiliza-se um ajuste
via software conhecido como computer-aided accuracy (CAA). Esse método baseia-se no
levantamento e controle dos erros residuais obtidos por meio de ensaios com artefatos
calibrados, e na sua avaliação posterior em relação à compensação via software.
 
Foto: Shutterstock.com
As acelerações às quais as estruturas são submetidas também causam desvios, que ocorrem
durante a desaceleração da MMC, quando entra no modo de aquisição ponto a ponto (em
velocidade de apalpação) ou durante as aquisições por modo de aquisição contínuo
(scanning).
SISTEMA DE APALPAÇÃO
Os sistemas apalpadores, sistemas de aquisição por contato, são subdivididos em duas
categorias principais: os comutadores (ou touch-triggers) e os analógicos (ou medidores).
COMUTADORES
Obtêm os pontos individualmente, com base no contato com a superfície adquirida após a
aquisição de cada ponto.

ANALÓGICOS
Adquirem os pontos independentemente do contato com a superfície (modo scanning),
usualmente podendo obter pontos individualmente.
Há tipos de erros concernentes a cada tipo de sistema apalpador. O tipo analógico de
apalpador é construtivamente mais complexo que o apalpador comutador. O princípio de
funcionamento do apalpador comutador consiste em uma chave comutadora (ou cristal
piezelétrico nos sistemas mais modernos), mantida em uma posição por uma mola, alterando o
seu estado de tensão elétrica ao ser submetida a um deslocamento. Ao detectar a alteração de
tensão, as coordenadas X, Y e Z são adquiridas simultaneamente, o que representa a posição
do centro da esfera do apalpador.
 SAIBA MAIS
O pre-travel (erro gerado pela flexão da haste do apalpador antes que a força para comutação
seja atingida) e o erro devido à anisotropia na força aplicada para comutação com base na
direção de apalpação são os principais erros relacionados aos apalpadores comutadores.
Outro erro que pode introduzir erros sistemáticos não desprezíveis ao processo de qualificação
dos apalpadores é a realização de medições/verificações a partir de um único ciclo, pois a
repetitividade de posicionamento angular inadequada causa influências negativas nos
resultados de medição, principalmente, em medições contínuas de processos industriais.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
A MMC PERMITE FAZER MEDIÇÕES COM A SEGUINTE VANTAGEM:
A) Dispensa de operador
B) Medições tridimensionais
C) Dispensa treinamento para a utilização
D) É a única forma de medir profundidade
E) Medições de área superficial
AO UTILIZAR UMA MMC MANUAL SEM SPD SÃO REALIZADAS AS
SEGUINTES OPERAÇÕES:
A) Fixação, alinhamento, determinação da altura
B) Nivelamento, alinhamento, determinação do ponto de origem
C) Nivelamento, alinhamento, determinação dos pontos de referência
D) Focalização, nivelamento, balanceamento
E) Fixação, focalização, alinhamento, balanceamento e determinação do ponto de origem
GABARITO
A MMC permite fazer medições com a seguinte vantagem:
A alternativa "B " está correta.
A MMC é capaz de medir coordenadas em três dimensões (eixo X, Y e Z), porém, não
dispensa a necessidade de um operador em pelo menos uma das fases de ajuste ou medição.
O treinamento para seu uso é normalmente fornecido pelo próprio fabricante e, apesar de
realizar medições de profundidade, há outros instrumentos para tal.
Ao utilizar uma MMC manual sem SPD são realizadas as seguintes operações:
A alternativa "B " está correta.
Ao utilizar uma máquina de medição por coordenadas sem sistema de processamento de
dados, é necessário realizar algumas operações que contemplem o nivelamento da peça
utilizando três suportes, o alinhamento da peça com os eixos X e Y e o zeramento dos
indicadores para a determinação do ponto de origem.
CONCLUSÃO
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Neste conteúdo, apresentamos os projetores de medição e as máquinas de medir, incluindo
formas construtivas, funcionamento, componentes básicos, aplicações, tipos de projeções,
sensores de medição, entre outros. Considerando que o projetor de perfis é utilizado na
verificação de peças muito pequenas e/ou complexas, seu uso foi estudado por meio de passo
a passo de medição de algumas peças, como as engrenagens, roscas e a superfície de uma
moeda. Esclarecemos os tipos de projeção (superficial, contorno ou angular), possibilitando a
escolha mais adequada para cada peça a se verificar.
Os cuidados gerais, tanto com os componentes do projetor quanto com as peças de medição,
se mostram essenciais para seu adequado funcionamento. Quanto às máquinas de medição
ou máquinas de medição por coordenadas (MMCs), a maior vantagem de sua utilização é a
possibilidade de realização de medições tridimensionais com maior exatidão e velocidade que
os sistemas convencionais. O acoplamento de tais máquinas a sistemas de processamentos
de dados torna seu uso ainda mais vantajoso, pois possibilita a execução das medições de
modo ainda mais rápido pela automação, com o uso de comandos numéricos computacionais
(CNC). Tanto o projetor de perfil quanto a MMC são resultado da necessidade de melhoria da
qualidade na fabricação de componentes que necessitam de controle dimensional cada vez
mais rigoroso para garantir a permanência de indústrias de ponta no mercado.
REFERÊNCIAS
ABENDI. Controle dimensional mecânica – Processo de medição de peça vazada (PR-083,
Revisão 2). São Paulo: Abendi, out. 2011.
EXPLORE+
Para saber maissobre os assuntos estudados, leia os textos:
Projeto e desenvolvimento de uma máquina de medição por coordenadas automatizada,
de Edleusom S. Silva, Luiz H. M. S. Nóbrega, Verílton N. Silva, Martiliano S. Filho, Anais
do XX Congresso Brasileiro de Automática, Belo Horizonte, MG, 20 a 24 de setembro de
2014.
Controle geométrico através da Metrologia Óptica: chegando onde nenhum outro meio de
medição consegue chegar, de A. Albertazzi, A. Sousa e C. Pezzota.
CONTEUDISTA
Raimundo Alves de Rezende
 CURRÍCULO LATTES
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