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Bases anatômicas e fisiológicas da cavidade nasal e seios paranasais Ligantes: Ana Beatriz Mineu Thiago Carvalho olfato; respiração; filtração; aquecimento; umidificação; eliminação de secreções. Chama-se de nariz não apenas o nariz externo, mas também a cavidade nasal. O nariz é responsável por: O que é nariz? (ABORL, 2018) Nariz externo (MOORE; DALLEY; AGUR, 2014) raiz ou ponte; dorso; ápice ou vértice. Divisão anatômica abertura de forma oval; contém vibrissas; delimitada pelas abas e pelo septo. Narina (ABORL, 2018) esqueleto osteofibrocartilaginoso; apoiado pelos processos frontais e alveolares das maxilas e pelos ossos nasais; cartilagens alares maiores e menores; cartilagens acessórias. Nariz externo O tamanho e o formato do nariz varia, principalmente devido às diferenças nas cartilagens e a narina, formada pela cartilagem alar menor, é extremamente móvel, servindo como sistema valvular, regulando o fluxo de fluidos. (ABORL, 2018) Nariz externo Vista anterior do nariz externo: (1) ossos nasais; (2) processo frontal da maxila; (3) cartilagem alar maior, ramo lateral; (4) cartilagem alar menor, ramo lateral; (5) cartilagem alar maior, ramo medial (septal); (6) cartilagem alar menor, ramo medial; (7) narina. Abertura da cavidade nasal: (1) frontal; (2) órbita; (3) lacrimal; (4) ossos nasais; (5) processo frontal da maxila; (6) forame infraorbitário; (7) processo alveolar da maxila; (8) espinha nasal anterior; (9) meato nasal inferior; (10) concha nasal inferior; (11) septo nasal; (12) concha nasal média. (ABORL, 2018) Cavidade nasal Estende-se em direção anteroposterior das narinas até os cóanos, que se comunicam com a nasofaringe. Os cóanos são delimitados pelo vômer, pela lâmina horizontal do osso palatino, pela placa pterigoide medial e pelo corpo do esfenoide. (FRANK; NETTER, 2011) (FRANK; NETTER, 2011) Cavidade nasal (FRANK; NETTER, 2011) cartilagem nasal; ossos nasal e frontal, lâmina crivosa ou cribiforme do etmoide e o corpo do esfenoide; é onde passam os filamentos do nervo olfatório. Teto processo palatino da maxila; placa horizontal do osso palatino. Assoalho ossos nasal, maxila, lacrimal, etmoide, concha nasal inferior, placa perpendicular do palatino e processos pterigoides mediais do esfenoide Parede lateral (ABORL, 2018) Cavidade nasal (FRANK; NETTER, 2011) projeções do etmoide e concha nasal inferior = cornetos ou conchas nasais; superior, média e inferior + suprema*; abrigam os meatos nasais; óstios e aberturas (drenagem de muco dos seios paranasais e passagem de vasos e nervos); a cavidade nasal é dividida em: recesso esfenoetmoidal, meatos nasais laterais e meato nasal comum. (FRANK; NETTER, 2011) (ABORL, 2018) Cavidade nasal contém óstio do ducto lacrimonasal (acesso pode ser dificultado pelo p. frontal da maxila); porção posterior do canal pode ser encoberta por processo uncinado pneumatizado; é ricamente inervada, apresentando-se hipertrófica ou atrófica, com ou sem chanfraduras ou fendas; seu volume e o tamanho dos meatos nasais inferior e comum (espaço entre o septo nasal e os limites septais das conchas nasais) variam. Concha nasal inferior (ABORL, 2018) Cavidade nasal cabeça bem próxima ao teto do nariz e da lâmina crivosa do etmoide; às vezes, é pneumatizada por células etmoidais anteriores, tornando-se bolhosa (maior risco de complicação em intervenção cirúrgica); o processo uncinado constitui-se na margem posterior do canal lacrimonasal e funciona como um guia para a drenagem das cavidades paranasais no meato médio. Concha nasal média (ABORL, 2018) Incursões cirúrgicas no processo uncinado devem evitar caminhar muito anteriormente. (12) Concha nasal média bolhosa pode ser pneumatizada pela grande célula etmoidal (de Onodi) ou por várias pequenas meato bastante pequeno e com poucos elementos anatômicos, onde ficam os recessos e óstios das células etmoidais posteriores Concha nasal superior Cavidade nasal (ABORL, 2018) Os seios paranasais que apresentam óstios no meato médio são chamados de anteriores e os que os apresentam no meato superior, posteriores. Parede lateral esquerda da cavidade nasal: (1) seio esfenoidal; (2) concha nasal superior; (3) meato nasal superior; (4) concha nasal média; (5) cabeça da concha nasal média; (6) átrio do meato nasal médio; (7) meato nasal médio; (8) concha nasal inferior; (9) meato nasal inferior; (10) limiar nasal; (11) vestíbulo nasal; (12) palato duro; (13) cóano; (14) toro tubário; (15) abertura faríngea da tuba auditiva. Cavidade nasal lâmina perpendicular do etmoide + vômer + cartilagem quadrangular septal (parede medial da narina). qualquer desvio da linha média (ósseo, cartilaginoso ou osteocartilaginoso) por fatores genéticos ou adquiridos; pode causar compressão dos cornetos médio e/ou inferior, prejudicando a drenagem mucosa e predispondo a processos inflamatórios. Septo nasal Desvio de septo nasal (ABORL, 2018) (11) Septo com desvio à esquerda artérias etmoidais anterior e posterior suprem o teto da cavidade nasal e a parte do nariz externo; artéria esfenopalatina supre a região posterior, próximo aos cóanos; artéria palatina maior supre o assoalho da cavidade via canal incisivo do palato duro; artéria labial superior supre o vestíbulo nasal e parte do nariz externo. Vascularização Figura: https://www.portalped.com.br/outras-especialidades/otorrinolaringologia/epistaxe-na-infancia-causas-e-tratamentos/(ABORL, 2018) Vascularização (ABORL, 2018) adentra a cavidade nasal apoiada na borda inferior do forame esfenopalatino, geralmente tangenciada pela cauda óssea da concha nasal média; serve como referência cirúrgica nos acessos endonasais ao forame esfenopalatino. A artéria nasal lateral posterior (FRANK; NETTER, 2011) nariz externo drena para tributárias faciais veia oftálmica drena para o seio cavernoso veia esfenopalatina drena para tributárias do plexo pterigóideo os linfáticos da c. nasal drenam para as regiões submandibular e geniana até os linfonodos cervicais. Drenagem (ABORL, 2018) O plexo venoso está no “triângulo perigoso” da face em razão das comunicações com o seio cavernoso. Figura: https://www.lecturio.com/pt/concepts/anatomia-do-nariz/ (FRANK; NETTER, 2011) região posteroinferior da CN e asas do nariz: principalmente pelo nervo maxilar; região anterossuperior da CN e maior parte do nariz externo (dorso e ápice): nervo oftálmico; nervos olfatórios originam-se de células no epitélio olfatório na parte superior das paredes lateral e septal da cavidade nasal, atravessam a lâmina cribriforme e terminam no bulbo olfatório. Inervação (ABORL, 2018) Nervos maxilar e oftálmico = ramos do nervo trigêmeo responsáveis pela sensibilidade do nariz e CN Nervo olfatório = responsável pelo olfato O que são os seios paranasais? Redução do peso dos ossos do crânio Aquecimento e umidificação do ar Fonação Produção de secreção Extensões da cavidade nasal que formam cavidades aéreas dentro dos ossos do crânio Funções: Seios paranasais Bilaterais Iniciam seu desenvolvimento aos 2 meses de vida e se expandem durante o período de crescimento Seios frontais Seios maxilares Seios etmoidais Seios esfenoidais Seios frontais Localizados no osso frontal Divididos pelo septo parassagital Normalmente não é detectável até os 7 anos de idade Diretamente Pelo infundíbulo etmoidal Drenagem: Pelo ducto frontonasal para o meato nasal médio 1. 2. Seios maxilares Maiores seios paranasais Localizados nos corpos das maxilas Relações anatômicas: a) Teto: assoalho da órbita b) Assoalho: processos alveolares da maxila c) Anterior: parede anterior do osso maxila d) Posterior: tuberosidade da maxila e) Lateral: processo piramidal da maxila f) Medial: parede lateral da cavidade nasal Devido à sua relação com os processos alveolares da maxila, os seios maxilares estão sujeitos à disseminação de infecções odontogênicas Drenagem: Óstio maxilar Seios maxilares Hiato semilunar Meato nasalmédio Local mais frequente de rinossinusites Seios etmoidais Conjuntos de células no osso etmoide Proximidade com estruturas nobres (órbita e n. óptico) A) Células anteriores: para o meato nasal médio (diretamente ou via infundíbulo etmoidal) B) Células médias: diretamente para o meato nasal médio C) Células posteriores: diretamente para o meato nasal superior Drenagem Seios esfenoidais Localizados no corpo do esfenoide Drenagem: Pelo recesso esfenoetmoidal, no meato nasal superior Relações anatômicas: a) Anterior: Cavidade nasal b) Posterior: Ponte e a. basilar c) Lateral: N. óptico, n. trigêmeo, seio cavernoso e a. carótida interna d) Teto: Canal óptico, n. óptico e hipófise e) Assoalho: Nasofaringe o nariz faz a modulação do fluxo válvula nasal e concha média = direcionamento para cima e horizontal respiração bucal = gasta mais energia e causa desconforto muco adesivo e bactericida reflexo esternutatório ou do espirro (ABORL, 2018) Respiração e filtragem aquecimento = vascularização da mucosa assim que o ar atravessa a CN vasomotricidade (controlada pelo trigêmeo) varia a irrigação conforme a temperatura do ar inspirado tônus dos sinusoides cavernosos determina a patência nasal (são o alvo dos descongestionantes), pois podem causar o ingurgitamento da mucosa ar inspirado se mistura ao ar dos seios paranasais (ABORL, 2018) Aquecimento umidificação = hematose eficiente e ↑ hidratação das vias inferiores secreções nasais, transudação serosa e secreções lacrimais cavidades nasais + cavidades paranasais + boca + faringe = caixa de ressonância (ABORL, 2018) Umidificação e fonação saliências e reentrâncias = ↑ superfície de contato e alteram direção e velocidade do ar válvula = fluxo acelera e se torna turbulento (máximo aquecimento e umidificação) (ABORL, 2018) Regulação do fluxo aéreo Drogas simpatomiméticas podem ser usadas no tratamento da obstrução nasal. Regulação simpática vasoconstrição ↓ volume sanguíneo ↓ resistência Regulação parassimpática vasodilatação congestão dos sinusoides ↑ resistência ↑ secreção nasal cavidades nasais têm um ciclo espontâneo de congestão e descongestão alternantes 2 a 7h / periodicidade varia entre indivíduos e ao longo do tempo ou circunstâncias abolido temporariamente por substâncias vasoativas, exercício e hiperventilação criança = ciclo mais curto e ↑ resistência exercício = ↓ resistência hiperventilação/↓ PCO2 = vasodilatação e ↑ resistência decúbito dorsal e lateral = ↑ resistência (ABORL, 2018) Influenciadores da resistência O ciclo nasal necessita de septo nasal intacto. O ciclo nasal envolve também a mucosa dos seios paranasais, o que tem relevância na interpretação de imagens no pré-operatório, pois a congestão fisiológica pode ser confundida com processo inflamatório. ar frio = congestão dos sinusoides = ↑ resistência estrogênio = vasodilatação tiroxina = ressecamento da mucosa, ↑ da secreção e ↑ da resistência (ABORL, 2018) Influenciadores da resistência Na rinite da gravidez, ocorre ingurgitamento da mucosa nasal induzida pelo efeito estrogênico Distúrbios emocionais podem causar congestão e ↑ da secreção, mas o estresse pode causar ↓ da resistência por aumento da atividade simpática. Secreção nasal Células caliciformes EPITÉLIO RESPIRATÓRIO (epitélio pseudoestratificado cilíndrico ciliado com células caliciformes) Glândulas nasais Serosas: secreção fluida Mucosas: produzem glicoproteínas que formam o muco Menor capacidade secretória Produzem muco Mais importantes nos seios paranasais Secreção nasal Batimentos ciliares unidirecionais Na cavidade nasal em direção à nasofaringe Nos seios paranasais em direção ao óstio principal Tapete mucociliar: PROTEÇÃO Impede entrada de partículas e microrganismos no trato respiratório inferior Imunoglobulinas Interferons Lisozima Lactoferrina Neutrófilos, macrófagos e eosinófilos Agentes antimicrobianos: CONTROLE AUTONÔMICO: Estimulação parassimpática Secreção Estimulação simpática Secreção Olfação Teto da cavidade nasal Superfície medial da concha nasal superior Parte superior do septo Localização do epitélio olfatório: Os neurônios olfatórios levam o impulso elétrico do epitélio aos glomérulos Os receptores olfatórios ficam nos dendritos (na superfície do epitélio) Cada neurônio possui apenas 1 tipo de receptor Cada molécula odorante possui 1 tipo de epítopo que se liga apenas ao seu receptor específico Cada receptor se liga a apenas 1 tipo de epítopo Olfação Cada neurônio faz sinapse em apenas 1 glomérulo Cada glomérulo recebe os axônios de diversos neurônios que possuem o mesmo receptor Questão São estruturas que drenam para o meato médio, exceto: A) Seio esfenoidal B) Seio frontal C) Seio maxilar D) Células etmoidais anteriores E) Todas as estruturas anteriores drenam para o meato nasal médio Resposta correta São estruturas que drenam para o meato médio, exceto: A) Seio esfenoidal B) Seio frontal C) Seio maxilar D) Células etmoidais anteriores E) Todas as estruturas anteriores drenam para o meato nasal médio Questão Sobre as cavidades nasais, analise as afirmativas e indique quais são falsas. I- São inervadas pelos nervos trigêmeo e olfatório. II- Os cóanos não são delimitados pelo vômer. III- A parede medial das cavidades nasais é formada pelo septo nasal, que é constituído pela cartilagem do septo e pelos ossos vômer e lâmina perpendicular do etmoide. IV- As paredes laterais das cavidades nasais são irregulares em razão de três lâminas ósseas, as conchas nasais superior, média e inferior. V- Obedecem a um ciclo alternado de congestão e descongestão de 2 a 7h que só varia durante o exercício físico. Resposta correta Sobre as cavidades nasais, analise as afirmativas e indique quais são falsas. I- São inervadas pelos nervos trigêmeo e olfatório. II- Os cóanos não são delimitados pelo vômer. III- A parede medial das cavidades nasais é formada pelo septo nasal, que é constituído pela cartilagem do septo e pelos ossos vômer e lâmina perpendicular do etmoide. IV- As paredes laterais das cavidades nasais são irregulares em razão de três lâminas ósseas, as conchas nasais superior, média e inferior. V- Obedecem a um ciclo alternado de congestão e descongestão de 2 a 7h que só varia durante o exercício físico. Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cervico-Facial - ABORL. Tratado de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cervicofacial. 3ª edição, Rio de Janeiro: Editora Elsevier, 2018. 01 FRANK H.; NETTER, M. D. Atlas de Anatomia Humana. 5ª edição, Porto Alegre: Editora Artmed, 2011.02 MOORE, K. L.; DALLEY A. F.; AGUR A. M. R. Anatomia Orientada para a Clínica. 7ª edição, Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2014.03 Referências
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