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Vict�ria K. L. Card�so Triagem ne�natal Introdução Programa de triagem neonatal: não são testes diagnósticos, são testes de triagem. ● Avaliação do frênulo lingual → teste da linguinha. ● Triagem biológica → teste do pezinho → é o teste mais antigo. ● Triagem da cardiopatia congênita → teste do coraçãozinho. ● Teste do reflexo vermelho → teste do pezinho. ● Triagem auditiva → teste da orelhinha. Triagem neonatal biológica Doenças triadas pelo teste do pezinho - “plano simples”: ● Fenilcetonúria (2006 - fase 1). ● Hipotireoidismo congênito (2006 - fase 1). ● Doenças falciformes e outras hemoglobinopatias (2013 - fase 2). ● Fibrose cística (2013 - fase 3). ● Hiperplasia adrenal congênita (2014 - fase 4). ● Deficiẽncia de Biotinidase (2014 - fase 4). ● Toxoplasmose congênita (2020). Teste do pezinho ampliado: (acrescentou) ● Erros inatos do metabolismo. ○ Hiperfenilalaninemias. ○ Patologias relacionadas à hemoglobina. ○ Toxoplasmose congênita. ○ Galactosemias. ○ Aminoacidopatias. ○ Distúrbios do ciclo da uréia e da beta-oxidação de ácidos graxos. ○ Doenças lisossômicas. ● Imunodeficiência primária. ● Atrofia muscular espinhal. Instruções do procedimento: ● Retirada de gotas de sangue do calcanhar do bebê. ● Punção obrigatoriamente nas laterais do calcanhar, para evitar que se atinja o osso. @p�sitivamed Vict�ria K. L. Card�so ● Deve-se preencher todo o círculo predeterminado no papel filtro. Quando realizar o teste: ● Ideal: (após 48h de vida) entre 3 e 5 dias. ● Nunca: após 28-30 dias de vida. ○ Porque… a partir desse momento se tem muitos falsos negativos. ○ O amadurecimento do bebê diminui a sensibilidade que pode ser detectada para essa triagem de doenças. ● Se prematuro: no caso de RN com baixo peso, gemelar ou com anomalia congênita, se prefere a coleta de sangue venoso periférico. ○ Coleta na admissão da UTI neonatal, entre 3 e 5 dias de vida. OU ○ Na alta ou com 28 dias de vida. OU ○ Caso não seja possível, deve-se realizar assim que possível, mas ATÉ 28 dias de vida. OU ○ Triagem tripla: (em sangue venoso periférico) ■ Primeiro: entre 3 e 5 dias de vida. ■ Segundo: entre 10 e 21 dias de vida. ■ Terceiro: com 30 dias e vida. Fenilcetonúria: ● Definição: erro inato do metabolismo → é uma doença genética autossômica recessiva. ● Alteração: ausência da fenilalanina hidroxilase. ○ O que causa: acúmulo do aminoácido fenilalanina - tóxico para o SNC. @p�sitivamed Vict�ria K. L. Card�so ● Consequências: ○ Atraso no desenvolvimento psicomotor. ○ Comportamento agitado. ○ Deficiência mental. ○ Convulsão. ○ Alterações na pele. ● Confirmação: dosagem de fenilalanina no sangue. ○ Falso positivo: nutrição parenteral e hepatopatias. ○ Falso negativo: por coleta precoce, pós transfusional ou ECMO. ● Tratamento: ○ Dieta pobre em fenilalanina. ○ Acompanhamento com nutricionista por toda a vida. ○ Suplementada com fórmula de aminoácido isento de fenilalanina. Hipotireoidismo congênito: ● Definição: defeito na formação da tireóide ou na síntese dos hormônios tireoidianos. ● Causas: ○ 85% dos casos = ectopia da tireóide. ○ 15% dos casos = alteração na síntese de hormônios. ● Consequências: ○ Lesão grave e irreversível do SNC. ■ Mas com tratamento diminui-se as sequelas. ○ Retardo mental a partir de 2 semanas de vida. ○ Já no período neonatal: hipotonia, sonolência, constipação e icterícia persistente. ● Triagem: dosagem de TSH → confirmação com TSH e T4 livre. @p�sitivamed Vict�ria K. L. Card�so ○ Falso positivo: por prematuridade, coleta precoce, exposição a corticóides e baixo peso ao nascer. ○ Falso negativo: por prematuridade e ECMO. ● Tratamento: levotiroxina → não tem cura. ○ Objetivo: evitar sequelas do hipotiredismo e retardo mental. Hemoglobinopatias (doença falciforme): ● Definição: doença autossômica recessiva, com defeito estrutural na cadeia da hemoglobina → apresenta hemácia em foice. ● Triagem: eletroforese da hemoglobina. ○ Falso negativo: se houver realização de transfusão sanguínea e ECMO. ○ Se der positivo: confirmar com eletroforese de hemoglobina nos pais. ● Consequências: ○ Infecção de repetição. ○ Febre alta. ○ Crise álgica. ○ Síndrome torácica aguda. ○ Sequestro esplênico. ● Tratamento: ○ Hidroxiuréia. ○ Transfusões sanguíneas profiláticas → Hb < 7 e hematócrito < 18%. ○ Acompanhamento no hemocentro. Obs: doença falciforme é diferente de traços falciforme. Fibrose cística: ● Definição: doença autossômica recessiva, decorrente de mutação do canal de cloro de células epiteliais (tanto do pulmão, quanto do pâncreas) ● Triagem: dosagem de IRT - tripsina imunoreativa (filtro). ○ Falso positivo: indica hipóxia, estresse neonatal e trissomias do 13, 18 e 21. ○ Falso negativo: indica íleo meconial → reabsorção inadequada. ○ Se IRT alterado: realizar a segunda amostra até 4 semanas de vida. ○ Se IRT alterado de novo: confirmar com teste de cloro no suor. ● Consequências: ○ Infecção de repetição. @p�sitivamed Vict�ria K. L. Card�so ○ Insuficiência pancreática. ○ Distúrbio hidroeletrolítico. Hiperplasia adrenal congênita: ● Definição: doença autossômica recessiva. ○ Forma clássica: síndrome perdedora de sal (75%). ○ Genitália ambígua. ● Causa: decorre da deficiência enzimática na síntese dos esteróides adrenais. ● Triagem: dosagem de 17-hidroxiprogesterona (filtro). ○ Falso positivo: por prematuridade e coleta precoce. ○ Falso negativo: uso de corticóide. ○ Confirmação: dosagem de 17-hidroxiprogesterona no sangue. ● Quadro clínico: é igual para ambos os sexos. ○ Genitália ambígua. ○ Hipoglicemia. ○ Alteração do tônus muscular. ○ Baixo peso. ○ Desidratação. ○ Boca seca. ○ Perda salina. ○ Atraso do desenvolvimento neuropsicomotor. ● Tratamento: ○ Hidratação. ○ Corrigir a hipoglicemia do SN. ○ Iniciar hidrocortisona → é o único momento que se repõe corticoide na presença de hipotireoidismo (na certeza de hiperplasia adrenal congênita). Deficiência de biotinidase: ● Definição: doença autossômica recessiva, que causa um distúrbio do metabolismo da biotina. ● Triagem: dosagem de biotina (filtro). ○ Falso positivo: no caso de transfusão e ECMO. ○ Confirmação: atividade da biotinidase (sangue). ● Consequências: ○ Distúrbios neurológicos e cutâneos. ○ Crise epiléptica. ○ Hipotonia. ○ Atraso do desenvolvimento neuromotor. @p�sitivamed Vict�ria K. L. Card�so ○ Alopécia. ○ Dermatite eczematóide. ● Se diagnóstico tardio: sequelas auditivas, visuais e cognitivas. ● Tratamento: reposição de biotina diária e acompanhamento com equipe multiprofissional. Toxoplasmose congênita: ● Zoonose: Toxoplasma gondii. ● Toxoplasmose congênita: ○ Infecção primária materna durante a gestação. ○ Risco de transmissão → 40%. ● Triagem: IgM para toxoplasmose gondii (filtro). ○ Confirmação: IgM (filtro), IgM e IgG no sangue periférico da mãe e do RN. Obs: em todos os trimestres se solicita o IgM da mãe. ● Consequências: ○ Sequelas neurológicas. ○ Sequelas auditivas. ○ Sequelas oftalmológicas. ● Tratamento: sulfadiazina, pirimetamina e ácido folínico por 12 meses. Teste do coraçãozinho Características gerais: ● Triagem das cardiopatias congênitas → não confirma diagnóstico. ● Quando e como realizar: ○ RN > 34 semanas: oximetria de pulso entre as primeiras 24-48h de vida, ainda na maternidade. ○ RN < 34 semanas: ecocardiograma. Procedimento: ● Colocar a criança deitada confortavelmente, com as mãos e os pés bem aquecidos. ● Utilizar um oxímetro de pulso para aferir a saturação periférica de O2, com sangue arterial. ● Primeiro: posicionar preferencialmente o oxímetro na mão direita do RN (pré-ductal). ● Segundo: posicionar o oxímetro no pé direito (pós-ducto). ● Tempo total do teste: 3-5 minutos → é indolor. Obs: a aferição da saturação pode ser no MSD e em qualquer MMII. Significado do teste e fluxograma do teste Anormal: cardiopatia dependente de canal. 1. RN > 34 semanas. @p�sitivamed Vict�ria K. L. Card�so 2. Teste Anormal. 3. Nova oximetriaem 1h. 4. Segundo teste Anormal. 5. ECG em até 24h. Teste normal: saturação > 95% em ambas as medidas e diferença entre MSD e MMII < 3%. Cardiopatia dependente de canal: ● Atresia pulmonar e similares. ○ Mecanismo: cardiopatias com fluxo pulmonar dependente do canal arterial. ● Síndrome de hipoplasia do coração esquerdo, coartação de aorta crítica e similares. ○ Mecanismo: cardiopatias com fluxo sistêmico dependente do canal arterial. ● Transposição de grandes. ○ Mecanismo: cardiopatias com circulação em paralelo. Teste do reflexo vermelho (TRV) Considerações iniciais: ● É um teste de alta sensibilidade para o rastreamento de alterações oculares com risco de causar ambliopia ou deficiência visual. ● Deve ser realizado na maternidade ou em até 1 mês de vida e repetido até os 6 meses ou 1 ano. Como é realizado: ● Exame: oftalmoscopia direta. ○ O exame é realizado com a sala escurecida e com o oftalmoscópio ajustado na posição zero. ○ Posicionamento: distância de 50 cm a 1m do RN. ○ A luz é projetada nos olhos, atravessando as estruturas transparentes, até que atinja a retina, causando o reflexo vermelho. ● Um teste normal NÃO exclui a presença de catarata parcial ou retinoblastoma em fase inicial. Considerações: ● O Ministério da Saúde recomenda realizar pelo menos 2-3x ao ano, nos primeiros 3 anos de vida. ● Casos de encaminhamento para avaliação oftalmológica periódica: @p�sitivamed Vict�ria K. L. Card�so ○ Infecção gestacional → toxoplasmose, herpes, sífilis, rubéola, citomegalovírus, zika… ○ Síndromes ou doenças oculares hereditárias. Interpretação do exame: ● Presente: ● Ausente: ● Duvidoso: Obs: teste do reflexo vermelho PRESENTE é o esperado!!! Causas para alteração: ● Catarata congênita. ● Glaucoma congênito. ● Retinoblastoma. ● Leucoma. ● Inflamações intraoculares. ● Descolamento de retina. ● Vascularização fetal persistente. ● Hemorragia vítrea. Causas de assimetria: ● Estrabismo. ● Anisometropia. ● Luxações do cristalino. ● Mal formações. ○ Ex: coloboma do polo posterior. Triagem auditiva neonatal Considerações iniciais: ● A linguagem se desenvolve aos 6 meses de vida. ● Indicadores de alto risco de perda auditiva: ○ História familiar de surdez congênita. @p�sitivamed Vict�ria K. L. Card�so ○ Anomalias craniofaciais. ○ Espinha bífida. ○ Síndromes genéticas. ○ Peso < 1500g. ○ Anóxia grave. ○ Uso de ventilação assistida. ○ Permanência em UTI. ○ Sepse. ○ Meningite neonatal. ○ Doenças congênitas. ○ Uso de drogas ototóxicas. ○ Síndrome de Alport → origem genética. ■ Tríade: nefropatia + hipoacusia + alterações oculares. ● Causas idiopáticas → 50% dos casos. Fluxograma da triagem auditiva: 1. RN sem fator de risco. 2. Realizar emissões otoacústicas evocadas (EOA). Primeira falha: repetir EOA + encaminhamento ao otorrino. 3. Segunda falha: realizar PEATE antes da alta. 4. Primeira falha da PEATE: repetir em 1 mês. 5. Segunda falha: avaliação clínica e audiológica. OU 1. RN com fator de risco. 2. Realizar potencial evocado auditivo de tronco encefálico (PEATE-A). 3. Primeira falha: repetir em 1 mês + encaminhamento ao otorrino. 4. Segunda falha: avaliação clínica. Avaliação do frênulo lingual Anquiloglossia: ● Definição: frênulo lingual anormalmente curto e espesso. ● Problemas: ○ Interferência na amamentação. ○ Restrição na movimentação da língua. ○ Sucção inadequada. ○ Dificuldade na produção de leite. ○ Dores e feridas no mamilo durante a amamentação. ● Avaliação: se verifica o frênulo lingual, através do Protocolo de Bristol. @p�sitivamed Vict�ria K. L. Card�so ● Tratamento: frenotomia → verificar a real necessidade. ○ Existem evidências científicas de que esse procedimento tem pouca associação com melhora da amamentação. ○ Presença de eventos adversos → sangramento e recidiva. Obs: anquiloglossias que não interferem na amamentação podem não necessitar de intervenção. Protocolo de Bristol: ● Escore de 4-8: normal. ● Escore 0-3: possibilidade de redução mais grave da função lingual. @p�sitivamed
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