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14-MATERIAL -EXCLUDENTES DA ILICITUDE (Prof Davi Dunck)

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EXCLUDENTES DA ILICITUDE 
 
Material produzido pelo Prof. Davi Dunck 
 
 Instagram de aulas: penal.aulas 
Telegram (grupo de estudos): penalaulas 
ILICITUDE (ANTIJURICIDADE) 
 
1. Conceito: Ilicitude é a contrariedade entre o fato típico praticado por alguém 
e o ordenamento jurídico. 
2. Causas de exclusão da ilicitude: São causas que excluem a ilicitude do fato. 
Assim, exclui-se a infração penal, já que o fato típico não é ilícito (contrário ao 
direito). 
- Atenção: As causas excludentes da ilicitude também são chamadas pela 
doutrina de: “causas de justificação”, “justificativas, descriminantes”, 
“eximentes”. 
 
DOUTRINA – Prevalece o entendimento na doutrina e jurisprudência que 
as causas excludentes da ilicitude previstas no Código Penal não são 
taxativas, já que é admissível a incidência de causa supralegal de 
exclusão da ilicitude, como no caso de consentimento do ofendido 
(sendo aplicável apenas em relação aos bens jurídicos disponíveis). 
 
3. Estado de necessidade: O estado de necessidade é uma causa excludente 
da ilicitude que se verifica em uma situação de perigo, no qual existe um conflito 
entre bens jurídicos, situação pela qual o ordenamento autoriza o sacrifício de 
um deles para a preservação do outro. 
3.1. Espécies de estado de necessidade: 
 
- Justificante: o bem sacrificado é de valor igual ou inferior ao bem 
preservado (exclui a ilicitude). 
 
- Exculpante: o bem sacrificado é de valor superior ao bem preservado 
(a ilicitude é mantida, mas, no caso em concreto, pode afastar a 
culpabilidade em razão da inexigibilidade de conduta diversa). 
 
- Agressivo: o agente sacrifica bem jurídico pertencente a terceiro 
inocente (ou seja, pessoa que não provocou a situação de perigo). 
 
- Defensivo: o agente sacrifica bem jurídico pertencente ao próprio 
sujeito provocou o perigo. 
 
3.2. Requisitos do estado de necessidade: 
 
1º - Perigo atual: ou seja, presente (deve estar ocorrendo no momento em que 
o fato é praticado). Pela redação do art. 24 do CP, só existe o estado de 
necessidade quando o perigo é atual. 
 
DOUTRINA – Há entendimento doutrinário de que o perigo iminente 
(aquele prestes a iniciar) se equivale ao perigo atual, excluindo, deste 
modo, o crime. De outro lado, há posições, contudo, no sentido de que o 
perigo iminente não autoriza o estado de necessidade, pois se essa 
fosse a vontade da lei, o teria incluído expressamente no art. 24, caput, 
como fez no art. 25 em relação a legítima defesa. 
 
2º - Perigo não provocado voluntariamente pelo agente: Ou seja, se o agente 
voluntariamente provocou o perigo, não pode ser beneficiado pelo estado de 
necessidade (ex: o agente provocou o naufrágio de um navio, e, para se salvar 
mata um terceiro para ficar com o último colete disponível). 
3º - Ameaça a direito próprio ou alheio: Ou seja, age em estado de 
necessidade não somente que salva direito próprio, mas também quem defende 
direito de terceiro. 
4º - Ausência de dever legal de enfrentar o perigo: Segundo o art. 24, §1º, do 
CP, o agente não pode alegar o estado de necessidade quando tinha o dever 
legal de enfrentar o perigo (ex: policiais, bombeiros, salvas-vidas). 
5º - Inevitabilidade do perigo por outro modo: Ou seja, não havia outra forma 
de atuar diante da situação de perigo. Caso contrário, se ficar demonstrado que 
o perigo poderia ter sido evitado por outro modo, não há estado de 
necessidade. 
6º - Proporcionalidade (razoabilidade): Ou seja, deve haver razoabilidade na 
conduta do agente frente a situação de perigo. Assim, o bem preservado deve 
ser de igual ou superior valor em relação ao bem jurídico sacrificado (em 
razão da teoria unitária adotada pelo art. 24 do CP). 
7º - Conhecimento da situação justificante: A doutrina acrescenta esse 
requisito de caráter subjetivo, visto que, o agente só pode atuar em estado de 
necessidade quando ele tem a consciência da existência do perigo e a 
vontade de salvar direito próprio ou alheio (ex: médico que realiza um aborto 
ilícito por dinheiro, e após a prática do aborto fica constatado que a gravidez era 
de alto riso para a vida da gesta, sendo que o aborto era o único meio para salvar 
a vida da gestante – não há estado de necessidade). 
- Atenção: É perfeitamente admissível o “estado de necessidade recíproco”, 
isto é, quando duas ou mais pessoas estejam, simultaneamente, em estado de 
necessidade, umas contra as outras (ex: o barco está afundando, e “A” e “B” – 
que não sabiam nadar – começam a se agredir para disputar único colete de 
salva-vidas). 
4. Legítima defesa: A legítima defesa é uma causa excludente da ilicitude 
que se verifica quando alguém, repele injusta agressão (atual ou iminente), a 
direito seu ou de outrem, usando moderadamente dos meios necessários (25, 
CP). 
4.1. Requisitos da legítima defesa: 
1º - Agressão injusta: A agressão deve ser proveniente de um ser humano e 
de natureza ilícita (contrária ao direito). 
 
- Atenção: Se o perigo advir da própria natureza ou de um animal, não 
há que se falar em legítima defesa, mas sim em estado de necessidade. 
Entretanto, se o animal tiver sido provocado por alguém para atacar outra 
pessoa, estará caracterizada a legítima defesa, já que o animal serviu 
como um “mero instrumento” (pelo agressor) para a prática do crime. 
 
2º - Agressão atual ou iminente: Enquanto a agressão atual é a agressão 
presente (a que está ocorrendo), a agressão iminente é a agressão que está 
prestes a ocorrer. 
3º - Agressão a direito próprio ou alheio: Age em legítima defesa não somente 
quem defende bem jurídico próprio, mas também quem defende (protege) bens 
jurídicos alheios. 
4º - Uso moderado dos meios necessários: Os meios necessários são 
aqueles menos lesivos que o agente tem à sua disposição, sendo que o agente 
deve utilizar esses meios necessários de forma moderada repelir a injusta 
agressão, pois caso contrário o agente responderá pelo excesso (doloso ou 
culposo). 
 
- Atenção: Ao contrário do que ocorre no estado de necessidade, se o 
agente estiver em situação de legítima defesa, a lei não o obriga a fugir 
da injusta agressão (mesmo que haja essa possibilidade), visto que o 
direito não poder obrigar ninguém fugir, a ser covarde, medroso. 
 
5º - Conhecimento da situação justificante: A doutrina acrescenta esse 
requisito de caráter subjetivo, visto que, o agente só pode atuar em legitima 
quando ele tem a conhecimento da existência da situação justificante e atua 
com a finalidade de se defender ou defender terceiro – (esse requisito vale 
para as demais excludentes da ilicitude). 
4.2. Legitima defesa especial: O pacote anticrime acrescentou no parágrafo 
único do art. 25 uma modalidade especial da legítima defesa, que se verifica 
quando: 
1º - “observados os requisitos previstos no caput deste artigo”, ou seja, o 
agente deve agir em obediência aos requisitos já inerentes a própria legítima 
defesa; 
2º - “se há vítima mantida refém durante a prática de crimes”, ou seja, o 
agente de segurança pública, não só pode, mas deve repelir agressão ou risco 
de agressão (atuando dentro dos limites legais). 
4.3. Espécies de legítima defesa: 
 
- Real: se verifica quando estão presentes todos os requisitos previstos 
no art. 25 do CP. 
 
- Putativa: se verifica quando não existe a situação de legítima defesa, 
mas ela é imaginada por erro do agente. 
 
- Subjetiva (excessiva): se verifica quando o agente acaba se 
excedendo nos limites da legítima defesa, por erro de tipo escusável 
(excesso acidental). 
 
- Sucessiva: se verifica quando alguém reage contra o excesso da 
legítima defesa (como o excesso representa uma agressão injusta, a 
reação do agredido se torna legítima). 
 
4.4. Legítima defesa recíproca: Não é cabível a legítima defesa real contra 
legítima defesa real (legítima defesa recíproca), pois só existe a legítima defesa 
quando a agressão é injusta. 
- Atenção: Se a excludenteda ilicitude não for real, mas sim putativa, é 
perfeitamente possível a legítima defesa real contra qualquer excludente da 
ilicitude putativa. Além disso, é perfeitamente possível a legítima defesa 
putativa recíproca (quando dois ou mais agentes acreditam, erroneamente, que 
um irá praticar contra o outro uma agressão injusta, quando na verdade a 
agressão injusta não existe). 
5. Estritro cumprimento do dever legal: O estrito cumprimento de dever legal 
é uma causa excludente da ilicitude que se verifica quando alguém pratica um 
fato típico, em razão de cumprir uma obrigação imposta por lei, ou seja, um dever 
legal (ex: policial que prende em flagrante). 
6. Exercício regular de direito: O exercício regular de direito é uma causa 
excludente da ilicitude que se verifica quando alguém pratica um fato típico, 
em razão do exercício de um direito (ex: violência esportiva). 
DOUTRINA – Há doutrina que entende que os ofendículos (cerca 
elétrica; arame farpado; cacos de vidros sobre os muros) são uma forma 
de legítima defesa preordenada, pois tal proteção só irá funcionar no 
momento que ocorrer a injusta agressão. De outro lado, há doutrina que 
sustenta que os ofendículos são uma espécie de exercício regular de 
direito, pois qualquer pessoa tem o direto de se proteger sua 
propriedade. 
 
- Há ainda entendimentos de que os ofendículos são uma forma de 
legítima defesa preordenada na situação em que estiver ocorrendo a 
injusta agressão. De outro lado, ausente a injusta agressão, os 
ofendículos caracterizam o exercício regular de direito, pois qualquer 
pessoa tem o direto de proteger sua propriedade. 
 
7. Excesso: Segundo o parágrafo único do art. 23, o excesso (doloso ou 
culposo), pode ocorrer em qualquer uma das excludentes da ilicitude estudadas 
acima, se verificando quando o agente desrespeita os limites legais dolosa ou 
culposamente. 
- Atenção: O excesso exculpante é aquele que resulta da profunda alteração 
de ânimo do agente, ou seja, do medo ou do susto provocado pela situação em 
que se encontra. Há entendimentos no sentido de que esse excesso pode 
funcionar como uma causa supralegal de exclusão da culpabilidade em razão 
da inexigibilidade de conduta diversa. 
01. Quem, usando moderadamente 
dos meios necessários, repele 
injusta agressão, atual ou iminente, a 
direito seu ou de outrem, age em: 
 
 
a) legítima defesa. 
b) estrito cumprimento de dever 
legal. 
c) exercício regular de direito. 
d) estado de necessidade. 
e) obediência hierárquica. 
 
 
 
 
 
 
 
 
02. Quanto ao estado de necessidade, é 
CORRETO afirmar: 
 
a) Há estado de necessidade, quando a pessoa 
atua diante de um perigo a que deu causa 
propositalmente. 
 
b) Em situação que não extrapole os limites 
legais do exercício de sua profissão, pode o 
bombeiro militar deixar de socorrer uma pessoa 
em perigo alegando estado de necessidade. 
 
c) Pode-se reconhecer o estado de necessidade 
se havia outro modo de evitar o perigo. 
 
d) Caracteriza-se o estado de necessidade 
mesmo diante de situação de perigo que não 
seja atual ou iminente. 
 
e) Um dos pressupostos do estado de 
necessidade é a demonstração da 
inevitabilidade do comportamento, ou seja, a 
demonstração de que não havia outra forma de 
atuar diante da situação de perigo. 
 
 
 
 
 
 
03. Em relação a exclusão da ilicitude é 
CORRETO afirmar: 
 
a) Entende-se em estado de necessidade 
quem, usando moderadamente dos meios 
necessários, repele injusta agressão, atual 
ou iminente, somente a direito seu. 
 
b) Considera-se em estado de necessidade 
quem pratica o fato para salvar de perigo 
futuro. 
 
c) Pode alegar estado de necessidade 
quem tinha o dever legal de enfrentar o 
perigo. 
 
d) Não há crime quando o agente pratica o 
fato em estado de necessidade. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
04. Ângelo Asdrúbal, reconhecido mundialmente 
como notável lutador de boxe, já tendo sido campeão 
brasileiro e vice-campeão mundial na categoria de 
pesos médios ligeiros, em uma luta com Custódio na 
busca pela indicação para disputa do cinturão de 
campeão, obedecendo rigorosamente às regras do 
esporte lhe desfere diversos socos, os quais vêm a 
causar lesões gravíssimas em seu adversário 
(Custódio), ocasionando a morte. Analisando o caso 
proposto, pode-se afirmar que Ângelo: 
 
a) praticou lesões corporais culposas 
(culpa inconsciente). 
 
b) não será responsabilizado por ter agido em estrito 
cumprimento do dever legal. 
 
c) não será responsabilizado por ter agido 
em exercício regular de direito. 
 
d) praticou lesões corporais dolosas (dolo eventual). 
 
e) praticou lesões corporais de natureza grave, 
em razão dos ferimentos. 
 
 
 
 
 
05. Determinado policial, ao cumprir um 
mandado de prisão, teve de usar a força 
física para conter o acusado. Após a 
concretização do ato, o policial continuou a 
ser fisicamente agressivo, mesmo não 
havendo a necessidade. Nessa situação 
hipotética, o policial: 
 
a) excedeu o estrito cumprimento do dever 
legal. 
 
b) abusou do exercício regular de direito. 
 
c) prevaleceu-se de condição excludente de 
ilicitude. 
 
d) agiu sob o estado de necessidade. 
 
e) manifestou conduta típica de legítima 
defesa. 
 
 
 
 
 
 
06. Durante o cumprimento de um mandado 
de prisão a determinado indivíduo, este 
atirou em um investigador policial, o qual, 
revidando, atingiu fatalmente o agressor. 
Nessa situação hipotética, a conduta do 
investigador configura: 
 
a) legítima defesa própria. 
 
b) exercício regular de direito. 
 
c) estrito cumprimento do dever legal. 
 
d) homicídio doloso. 
 
e) homicídio culposo.

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