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De maneira análoga ao pensamento da filósofa Simone de Beauvoir: ninguém nasce mulher, torna-se mulher, é perceptível sua crítica aos papéis sociais impostos ao sexo feminino, desde as primeiras civilizações, sempre de inferioridade e submissão. Nesse sentido, é notório que essa herança patriarcal permanece presente na conjuntura hodierna, apesar das conquistas de direitos alcançadas pelas mulheres ao longo da história no Brasil, sendo visível na desigualdade de gênero em diversos âmbitos do meio social, na garantia de direitos e de respeito, além do aumento da violência doméstica e da cultura do estupro. Nesse contexto, é relevante salientar a distopia canadense “O conto da Aia”, criado por Margaret Atwood, onde as mulheres são submissas e violentadas, sendo estupradas por comandantes para cumprir a função reprodutiva das Aias. Assim sendo, fora do meio cinematográfico à realidade não difere muito da situação brasileira, uma vez que, a persistência da violência contra a mulher é a consequência do cultivo de uma cultura patriarcal que fomenta na criação de homens, que podem se tornar futuros agressores. Não obstante, na sociedade contemporânea, esse patriarcalismo cultiva a ideia de que o homem tem direitos sobre os corpos femininos, sendo necessária a realização de campanhas como a do “Não é Não”. Outrossim, a violência doméstica e a cultura do estupro são realidades, cujas mulheres são protagonistas no Brasil. Nota-se que o estupro, muitas vezes naturalizado, é uma das violações do patriarcalismo, não somente por quem usa roupas curtas, mas também, por mulheres que utilizam burca no Oriente Médio, uma vez que esse aparato cultural é repercutido pelos simples olhares, que em determinadas ocasiões evoluem para toques e agressões. Ademais, Dandara, uma guerreira negra, rainha do Quilombo dos Palmares e companheira de Zumbi, planejou diversas ações de combate e liderou seus companheiros na luta pela liberdade. Entretanto, apesar dos seus feitos é perceptível o silêncio e o apagamento de suas ações na história do Brasil, o que não acontece com Zumbi, sempre lembrado no dia da Consciência Negra e nos livros de história. Nesse contexto, é notório que as mulheres sempre lutaram pela garantia do direito ao voto, pela participação política e pela conquista no mercado de trabalho, além de quebrar tabus em relação à sexualidade. É incontrovertível, que no Brasil contemporâneo o sexo feminino ainda precisa buscar a igualdade salarial e a garantia dos seus direitos, para que suas vozes não sejam caladas. A sororidade tem crescido entre as mulheres, que se juntam na luta por condições mais igualitárias no âmbito social e trabalhista, dando continuidade aos feitos do feminismo. Dessa forma, é relevante ressaltar, a frase da ativista Malala Yousafzai: “sozinha minha voz é apenas uma voz”, que evidencia a importância da solidariedade de todas para a garantia dos direitos e do respeito. Destarte, é necessário que o Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos, amplie a divulgação do canal de denúncias Disque 100, em ações nas ruas e em redes sociais, proporcionando também o contato por chat online, a fim de alcançar o público juvenil, que comumente se limita a militar por meio de postagens virtuais, além de auxiliar as polícias a levarem à justiça crimes sexistas. O Ministério da Educação deve fornecer livros didáticos e auxiliar na desconstrução em sala de aula do patriarcalismo por meio de palestras, gerando um ciclo de interação com a comunidade escolar, para a formação de uma sociedade mais igualitária, criando uma juventude no seu papel de provocar mudanças.
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