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DIREITOS-HUMANOS-DAS-MULHERES

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UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ 
 
ELISAMA CAETANO DA ROSA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DIREITOS HUMANOS DAS MULHERES 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CURITIBA 
2016
 
ELISAMA CAETANO DA ROSA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DIREITOS HUMANOS DAS MULHERES 
 
 
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao 
Curso de Direito da Faculdade da Universidade 
Tuiuti do Paraná como requisito parcial para a 
obtenção do título de Bacharel. 
Orientador: Dr.André Peixoto de Souza 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CURITIBA 
2016 
 
 
TERMO DE APROVAÇÃO 
 ELISAMA CAETANO DA ROSA 
 
DIREITOS HUMANOS DAS MULHERES 
 
Esta monografia foi julgada e aprovada para obtenção do título de Bacharel no 
Curso de Bacharel em Direito da Universidade Tuiuti do Paraná. 
Curitiba, ____ de ________________ de 2016. 
 
Bacharelado em Direito. Universidade Tuiuti do Paraná. 
 
 
______________________________________ 
Prof. Dr. Eduardo de Oliveira Leite Coordenação do Núcleo de Monografia 
Universidade Tuiuti do Paraná Curso de Direito 
 
 
 ______________________________________ 
Orientador: Dr. Professor Dr. André Peixoto de Souza 
 
 
 
______________________________________ 
Professor: 
 
 
______________________________________ 
Professor: 
 
 
 
 
 
 
DEDICATÓRIA 
 
Chegar ao fim de qualquer jornada faz com que nos recordemos de tudo que 
ficou para trás, de todas as vezes que tivemos que deixar família e amigos de lado, 
das noites mal dormidas para conseguir aquela nota suada e de todos os finais de 
semanas (ah os finais de semana!) usados em prol dos trabalhos intermináveis. 
Entrei na faculdade não sabendo diferenciar parágrafo de um inciso e termino 
com a certeza de que além do conhecimento jurídico adquiri conhecimento de vida. 
Para chegar até aqui, além de uma boa dose de perseverança e boa vontade, 
contei com pessoa especial, pessoas que me ajudaram a sobreviver ao curso de 
Direito. 
Quero dedicar esta monografia a minha mãe que foi sem dúvidas a pessoa 
que mais sonhou este sonho comigo, desde o começo financiando meu xerox, meu 
pastel na cantina e os valores do curso em si, e me dando aquele puxão de orelha 
que toda mãe dá quando o filho pensa em desistir. 
Este trabalho é também dedicado ao meu maior fã do mundo, meu pai. Para 
ele sou advogada desde o momento que pisei pela primeira vez na faculdade, 
obrigada pela moral pai! 
O presente trabalho também é para minha irmã Elimara e para os meus 
adoráveis animais de estimação, Angus, Bart, Anthony, Pantera e Meg que daquele 
jeito especial tornaram meu fardo mais leve. 
Este curso não é e nunca foi uma conquista só minha, mas de toda a minha 
família. 
E finalmente, quero agradecer ao responsável por tudo isso, Deus. Não teria 
chego até aqui sem fé (e café!). 
 
EPÍGRAFE 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
"No dia que for possível à mulher amar-se em sua força e não 
em sua fraqueza; não para fugir de si mesma, mas para se 
encontrar; não para se renunciar, mas para se afirmar, nesse dia 
então o amor tornar-se-á para ela, como para o homem, fonte 
de vida e não perigo mortal." 
 
- Simone de Beauvoir 
 
 
RESUMO 
 
O presente estudo tem o intuito de questionar se de fato os direitos 
humanos das mulheres estão sendo aplicados no mundo atual, visto que milhares 
não são devidamente protegidas pela legislação e tão pouco pelo Estado. 
É importante mencionar que o Estado ainda é ineficaz na proteção dos 
direitos humanos das mulheres e muitas vezes omisso, esquecendo-se muitas 
vezes do desrespeito diário, da desigualdade salarial e da violência de gênero. 
Irei expor de forma concisa o que mudou e o que ainda falta mudar para 
que os direitos humanos das mulheres saiam da utopia e passem a ser reais. 
 
Palavras-chave: direitos humanos – mulheres – violência de gênero - desigualdade 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 07 
2 APONTAMENTOS HISTÓRICOS ....................................................................... 08 
3 DIREITOS HUMANOS DAS MULHERES............................................................. 05 
 3.1 DIREITOS POLÍTICOS............................................................................11 
 3.2 A MULHER NO MERCADO DE TRABALHO..........................................12 
 3.3 DIREITOS REPRODUTIVOS E SEXUAIS..............................................14 
 3.4 A MULHER NA CONSTITUIÇÃO FEDERAL BRASILEIRA.....................17 
 3.5 VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E A LEI MARIA DA PENHA...........................18 
 3.6 FEMINICÍDIO...........................................................................................21 
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS....................................................................................24 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..........................................................................25 
ANEXOS....................................................................................................................30 
ANEXO A – ELEITORADO POR SEXO........................................................30 
ANEXO B – QUANTITATIVO DE CANDIDATOS POR SEXO......................31 
ANEXO C – CARGO POLÍTICO/SEXO.........................................................31 
ANEXO D – VIOLÊNCIA NOS RELACIONAMENTOS.................................32 
ANEXO E – TAXA DE FEMINICÍDIO 2009-2011..........................................33 
 
7 
 
 
 
1 INTRODUÇÃO 
 
A mulher é de longe um importante pilar da história, mas desde os mais 
remotos tempos é vista como inferior aos olhos da sociedade e do mundo. 
Foram séculos atrás de séculos vivendo sob o manto do patriarcado e das 
regras que só cabiam à elas. 
No Brasil a realidade feminina ainda é assustadora, os direitos humanos das 
mulheres são recentes e ainda negligenciados fazendo-nos questionar se de fato tais 
direitos são efetivos. 
A escolha do tema ocorreu tendo em vista sua importância no Brasil, em razão 
das péssimas condições de vida que muitas brasileiras ainda têm em decorrência de 
um machismo histórico que prejudica tanto nas relações sociais quanto no emprego e 
na vida doméstica. 
É difícil de acreditar que em pleno século XXI ainda existam tantas 
desigualdades de gênero, mas é fato que o mundo precisa evoluir muito na proteção 
dos direitos humanos das mulheres. 
O empoderamento feminino é uma ferramenta importante para evolução do 
país. Um país que promove a igualdade de gênero é um país que acredita nos direitos 
humanos e na força feminina, é um país que quer evoluir. 
Deste modo, o presente trabalho tem a finalidade de trazer um apanhado geral 
sobre as condições da mulher quanto aos direitos humanos e questionar se de fato 
existem. 
 
 
8 
   
 
 
2 APONTAMENTOS HISTÓRICOS 
 
O vulgarmente conhecido sexo frágil vem sobrevivendo há séculos a trancos 
e barrancos, vitórias e derrotas e quebrando tabus pré-estabelecidos desde que o 
mundo é mundo. 
Se a mulher já foi líder em alguma ocasião da história tão logo foi destituída 
do poder e posta de lado. Se antes ter a capacidade de gerar uma vida era 
considerado divino com o tempo passou a ser considerado fraqueza e prejuízo. 
No Brasil como na maioria dos lugares do mundo a mulher sempre foi vista 
como uma “cuidadora” do lar, subjulgada, submissa e muda. 
O espartilho castigava o corpo, mas o que mais castigou a mulher em toda a 
história da humanidade foi a falta de voz e de direitos. 
A igreja católica teve grande influência na demonização feminina durante 
muito tempo, a virgindade foi colocada em um pedestal e a mulher que ousasse perdê-
la era condenada a uma vida miserável, nunca conseguiria um bom casamento etão 
pouco o respeito da própria família. Para reprimir ainda mais, a igreja começou a 
legislar severamente no que dizia respeito à condição da mulher. Proibiram o divórcio 
e o concubinato. 
Sexo tinha o único objetivo de reprodução e nunca de prazer, aliás o prazer 
era algo que nenhuma pessoa do sexo feminino poderia se dar ao luxo de sentir, era 
pecado se fosse fora do casamento ou se fosse feito sem que o objetivo fosse ter 
filhos. 
A Igreja foi de longe quem mais reprimiu as mulheres, colocou-lhes em um 
cabresto de obediência e ferraduras de submissão em seus pés. Limitou seus direitos 
a nada, liberdade era um sonho distante e quem ousasse o contrário era acusada de 
bruxaria, o que deixou muito claro a perseguição ao sexo feminino. 
Foi na Segunda Guerra Mundial que a presença feminina começou a significar 
muito mais. Como os homens norte americanos tiveram que ir para a guerra suas 
mulheres tiveram que assumir seus postos de trabalho. Para estimular a mão de obra 
feminina foi criado uma propaganda, que até hoje ainda é símbolo da luta feminista, 
uma operária chamada Rosie Will Monroe estampada com a frase “We Can Do It”. 
Os Estados Unidos apelaram fortemente para o nacionalismo das mulheres e 
para o sentimento de que existiam homens morrendo na guerra e por isso era 
9 
 
essencial que as fábricas continuassem na ativa com mão de obra feminina, porque 
isso ajudaria o país. 
Durante os anos de 1940 Simone de Beauvoir foi responsável por desconstruir 
o papel da mulher na sociedade através de sua obra “O Segundo Sexo”, livro que a 
tornou referência até os dias atuais. Beauvoir também rompeu muitos paradigmas da 
época, um deles foi o relacionamento aberto que manteve durante toda a vida com o 
filósofo Jean-Paul Sartre. 
Nos anos de 1960 outro nome popularizou-se nas rodas feministas, Betty 
Friedan ficou conhecida logo após a publicação de seu livro “A mística feminina”, 
abordando a mulher na indústria e no lar no que concerne ao capitalismo. 
Friedan foi importante também nas discussões sobre o aborto, tornando-se 
então uma das feministas mais influentes do século XX. 
No Brasil uma das pioneiras na luta dos direitos das mulheres, e 
consequentemente feminista, foi Bertha Lutz. Lutz foi diretamente responsável pela 
articulação política que resultou nas leis que deram direito de voto à mulheres, bem 
como de igualdade política. 
Bertha foi idealizadora e organizadora do movimento sufragista no Brasil, 
trazendo para o país a base do feminismo. É difícil falar em direitos humanos das 
mulheres sem citar Bertha, tendo em vista suas diversas contribuições na luta por 
igualdade no Brasil. Em 1919 criou a Liga para Emancipação Intelectual da Mulher, 
que deu origem mais tarde a Federação Brasileira Pelo Progresso Feminino. 
O Brasil é tido por muitos com um país atrasado em diversos quesitos, mas 
no que diz respeito ao voto feminino somos precursores, inclusive o voto feminino no 
Brasil é anterior ao voto feminino no país que ostentou o lema “Liberdade, igualdade 
e fraternidade”, a França. 
O mundo avançou muito quanto aos direitos das mulheres, no entanto no 
Brasil somente o direito ao voto foi adquirido antes de alguns países considerados 
desenvolvidos, porque no que diz respeito à violência e igualdade salarial estamos 
muito atrasados. 
O século XXI trouxe uma nova esperança de mudanças e trouxe uma nova 
geração de mulheres prontas a honrar o legado de outras que morreram lutando por 
igualdade, uma dessas mulheres é Maria da Penha, um símbolo na luta contra a 
violência doméstica. 
10 
 
Historicamente falando os direitos femininos são recentes, o que é realmente 
lamentável, principalmente se colocarmos em um contexto nacional. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
11 
 
3 DIREITOS HUMANOS DAS MULHERES 
 
3.1 DIREITOS POLÍTICOS 
 
Detentora das responsabilidades do lar e dos cuidados dos filhos a mulher era 
objetificada e não passava de mera posse do seu pai e posteriormente do marido. 
Sempre esteve em posição inferior ao homem em todos os aspectos, do político ao 
familiar. 
 
Há mais de dois séculos, com o surgimento das democracias ocidentais, 
nasceu também a busca pela efetiva aplicação do princípio da igualdade, na 
tentativa de diminuir, quiça eliminar a imposição da hierarquia do sexos. 
Notório é que durante muito tempo a política foi cenário restrito para poucos: 
homens, brancos e detentores de razoável poder aquisitivo. (OAB  Paraná, 
2014, P. 17) 
 
No Brasil, assim como na maioria dos países da América Latina, sempre 
existiu forte resistência à ideia da participação feminina na política, no entanto 
conforme corrobora Amini Haddad Campos e Lindinalva Rodrigues Correia a primeira 
conquista considerada estopim para que outros direitos fossem alcançados 
posteriormente foi justamente o direito ao voto no país. 
 
Foi na Constituinte Republicana de 1980 que surgiram as primeiras 
manifestações em favor do direito político para a mulher brasileira. Mas a 
emenda que concedia expressamente o direito de voto à mulher não foi 
aprovada, talvez por debates parlamentares não foram acompanhados por 
um movimento feminista de apoio à iniciativa. (CAMPOS e CORRÊA, P.71) 
 
 
Bertha Lutz foi uma das idealizadoras no movimento sufragista no país, sendo 
sua militância política e científica muito conhecida até os dias de hoje. 
Só em 1932 o então presidente Getúlio Vargas sanciona o Decreto nº. 21.076, 
de 24 de fevereiro de 1932, o Código Eleitoral Brasileiro que em seu artigo segundo 
diz que “É eleitor o cidadão maior de 21 aos, sem distinção de sexo, alistado na forma 
desse código”, decreto este considerado uma grande vitória no movimento sufragista. 
Em 1933 a médica Carlota Queirós foi a primeira Deputada Federal eleita no 
Estado de São Paulo, seguida de Aldamira Guedes Fernandes que foi a primeira 
mulher do Brasil eleita pelo voto popular para o cargo de Prefeita.. 
 
12 
 
De acordo com dados estatísticos do Tribunal Superior Eleitoral, em 2014 as 
mulheres eram cerca de 52,11% do eleitorado nacional, correspondendo à 74.248.667 
eleitoras no Brasil, ou seja, a força quantitativa do voto feminino é inquestionável, 
principalmente se for levado em consideração que a participação na política ainda é 
minoritária. Segundo estatística do TSE cerca de 31,06% dos candidatos das eleições 
de 2014 eram mulheres, ou seja, 8.125 candidatas, destas apenas 176 foram eleitas. 
Neste sentido, Flávia Piovesan (p.7) afirma que mesmo com a política de 
cotas (adotada em 2002) as mulheres não tiveram apoio efetivo quanto a candidatura 
e afirma que os próprios partidos políticos não cumprem as cotas. 
No entanto, apesar da mulher brasileira ainda ter pouca participação e 
visibilidade na política é inquestionável que a eleição de Dilma Rousseff trouxe uma 
nova perspectiva e, porque não dizer, oportunidade para que outras milhares de 
mulheres se sentissem encorajadas. 
 
3.2 A MULHER NO MERCADO DE TRABALHO 
 
O mercado de trabalho é solo fértil para a população feminina não faz tanto 
tempo quanto deveria. A mulher começou a trabalhar pela necessidade de garantir o 
sustento do lar e de ajudar o marido. 
A Revolução Industrial levou milhares de mulheres às fábricas e barateou a 
mão de obra. Contratar mulher era um bom negócio, pois elas trabalhavam muito e 
ganhavam pouco. 
 
Outro ponto importante nas grandes conquistas e mudanças, foi ainda na 
segunda metade do século XVIII, com a vinda da Revolução Industrial, que 
acabou por absorver de forma importante a mão de obra feminina pelas 
indústrias, com o objetivo de baratear os salários, trazendo definitivamente, a 
inserção da mulher na produção (....) Encontraremos a presença de 
trabalhadoras assalariadas,em grande número e essenciais ao 
desenvolvimento da indústria têxtil. Mesmo com isto há uma busca pela 
negação da inclusão da mulherna classe trabalhadora, ontem e hoje. (LOPES, 
C. L. E) 
 
 
A mão de obra feminina era tão exploratória e desumana que ser espancada 
era rotina, conforme corrobora Zamariolli: 
 
A mulher tinha que cumprir jornadas de trabalho de até 17 horas diárias em 
condições insalubres sendo submetida a humilhações e espancamentos, 
13 
 
chegando a ter desvantagem salarial de até 60% em relação aos homens. 
Com este cenário de exploração e injustiça surgiram manifestações 
operárias, pela Europa e Estados Unidos, tendo como principal reivindicação 
a  redução  da  jornada  de  trabalho  para  oito  horas  por  dia.  (ZAMARIOLLI, 
2012) 
 
 
Com o passar dos anos a economia do Brasil foi se fortalecendo com a 
entrada da mulher no mercado de trabalho, da mesma forma a mulher brasileira foi 
ganhando cada dia mais credibilidade e confiança conseguindo equilibrar a vida como 
mãe de família/dona de casa e empregada. 
 
O trabalho feminino passa a integrar crescentemente a estrutura econômica 
a sociedade capitalista, sempre sob a determinação mencionada, ou seja, 
submetida ao capital e a sua necessidade de valorização no entanto nas 
primeiras décadas do século passado era ainda muito superior a proporção 
do trabalho masculino em relação ao feminino na esfera produtiva. (TOITIO, 
R. D, 2008) 
 
No entanto, apesar do crescimento constante da mulher como trabalhadora 
a situação ainda está em pé de desigualdade no que tange a posição no mercado e 
salário. Poucas são as mulheres em cargos de gerência de empresas ou de chefia, 
geralmente cargos hierarquicamente superiores são ocupados em sua maioria por 
homens. 
Em estudo recente da Organização Internacional do Trabalho restou claro 
que, apesar da força quantitativa da mulher no mercado de trabalho ser maior, a sua 
condição ainda é desfavorável se comparada aos homens. 
Segundo o sociólogo Clemente Ganz Lúcio “As mulheres estudam mais e têm 
maior nível de instrução, mas possuem formação em áreas que pagam menores 
salários e ocupam postos de trabalho com menor remuneração”, mas mesmo quando 
ocupam o mesmo cargo de homens acabam recebendo menos, sem contar a 
dificuldade de ser respeitada. 
A desigualdade aumenta ainda mais se além de mulher a pessoa for negra, 
ou seja, se uma branca já ganha menos, a negra ganha menos que a branca que 
ganha menos que o homem, a matemática é simples, mas o resultado não reflete em 
nada a força de trabalho feminina. 
Estima-se que uma mulher chegue a ganhar 30% a menos que um homem, 
segundo estudo do Banco Interamericano de Desenvolvimento, mas a situação só 
piora quando esses números são trazidos para a realidade da América Latina. 
14 
 
Apesar dos movimentos por igualdade de gênero estarem se tornando fortes 
no país, ainda sofremos com um cultura machista-patriarcal, uma cultura que oprime 
ao invés de libertar, e de igual forma é para o trabalho. Apesar da mulher brasileira 
hoje em dia ser muitas vezes a única fonte de renda do lar, seu serviço é 
menosprezado e diminuído por uma sociedade que a pune por querer uma vida melhor 
e independente. 
O discurso bonito de “todos são iguais perante a lei” não funciona se você 
for mulher, negra e pobre, principalmente nas relações de trabalho. 
 
 
3.3 DIREITOS REPRODUTIVOS E SEXUAIS 
 
A figura da mulher sempre esteve diretamente vinculada à maternidade, 
desde muito jovens são estimuladas a serem mães e a desejarem conceber filhos. 
Na pré-história a maternidade era vista como uma manifestação divina, 
mulheres eram sagradas, pois detinham o “poder” de gerar vida. Foi justamente neste 
período histórico que o matriarcado surgiu, as mulheres mais desejadas eram as que 
podiam dar à luz à filhos fortes e bonitos. 
Portanto, a imagem feminina sempre esteve vinculada à maternidade, ser 
mãe tornou-se encargo e não opção. A mulher perdeu a autonomia de decidir sobre o 
próprio corpo, sobre quando e quantos filhos gostaria de ter, seu corpo não era seu e 
sim do marido. No Brasil, por exemplo, os direitos reprodutivos não vieram juntos com 
os direitos civis. 
 
Somente nos anos 60 que as mulheres passaram a romper com a pretensa 
naturalidade da opressão feminina através da nova ordem liberal, que tinha 
como base fundamental discutir a desigualdade como componente das 
relações sociais, que antes eram baseadas na dominação de sexo. 
(BRAUNER, P.02) 
 
 
Foi na Conferência Mundial de Direitos Humanos em 1968 que surgiu a 
primeira ideia de Direitos Reprodutivos, “Capítulo 16: Os pais têm o Direito Humano 
fundamental de determinar livremente o número de seus filhos e os intervalos entre 
seus nascimentos.” 
No entanto, só a partir dos anos 80 é que tomou maior proporção como pauta 
no movimento feminista. 
15 
 
 
A noção dos direitos reprodutivos se expandiu no movimento feminista 
mundial pelos meados dos anos 80, depois do Congresso Internacional de 
Saúde e Direitos Reprodutivos, ocorrido em Amsterdã, no ano de 1984. A 
pauta de então privilegiava denúncias às políticas demográficas em curso nos 
países do sul, ao mesmo tempo que assinalava questões emergentes, tais 
como o incremento das técnicas conceptivas nos países do norte. Na origem 
do conceito estava presente uma das ideias fundadoras do feminismo 
contemporâneo: o direito ao próprio corpo, baseado nos princípios de 
autonomia e de liberdade, expressos na máxima “nosso corpo nos pertence”. 
Os direitos reprodutivos nasceram da luta do Movimento Feminista 
Internacional para obtê- los – direito à livre escolha da maternidade, ao 
aborto, à contracepção – e podem ser considerados, do ponto de vista dos 
direitos humanos, como uma ampliação dos mesmos. (SCAVONE, P.1) 
 
É importante frisar que direitos sexuais e reprodutivos não são a mesma coisa, 
não possuem o mesmo significado, mas se complementam de um certo modo. 
O termo “Direitos reprodutivos” popularizou-se depois do “I Encontro 
Internacional de Saúde da Mulher” que foi realizado em Amsterdã em 1984, mas só 
criou raízes na “Conferência Internacional de População e Desenvolvimento”, em 
1994. Segundo o Programa de Ação do Cairo: 
 
Os direitos reprodutivos abrangem certos direitos humanos já reconhecidos 
em leis nacionais, em documentos internacionais sobre direitos humanos e 
em outros documentos consensuais. Esses direitos se ancoram no 
reconhecimento do direito básico de todo casal e de todo indivíduo de decidir 
livre e responsavelmente sobre o número, o espaçamento e a oportunidade 
de ter filhos e de ter a informação e os meios de assim o fazer, e o direito de 
gozar do mais elevado padrão de saúde sexual e reprodutiva. Inclui também 
seu direito de tomar decisões sobre a reprodução livre de discriminação, 
coerção ou violência, conforme expresso em documentos sobre direitos 
humanos. (PLATAFORMA DE AÇÃO DE CAIRO, § 7.3) 
 
Os direitos sexuais entraram em voga com a pandemia de HIV nos anos 80, 
que atingiu principalmente a comunidade LGBT. 
O termo “Direitos sexuais” segundo Sonia Corrêa e Maria Betânia Ávila foi 
uma garantia de que os Direitos Reprodutivos continuassem no texto final da 
”Declaração e Programa de Ação do Cairo”, pois se quisessem que o termo “sexual” 
fosse retirado teriam que manter o texto de “direitos reprodutivos”, e assim se fez. 
Em suma, Direitos Sexuais significam a liberdade de exercer a sexualidade, 
sem rótulos ou paradigmas, sendo homem ou mulher. 
O catolicismo foi um dos grandes empecilhos à política dos direitos 
reprodutivos e sexuais, criando tabus e mitos que se espalharam pelo mundo com 
supostos princípios à “ordem e moral”. Sexo sempre foi visto como algo pecaminoso 
16 
 
se o objetivo não fosse procriação e não acontecesse dentro do casamento, do 
mesmo modo os métodos contraceptivos foram mal recepcionados na população 
cristã. 
Os direitos sexuais e reprodutivos estavam sujeitos aos valores culturais e 
religiosos, tanto que, nas conferências mundiais, que debatiam o tema, a Igreja 
mantinha posicionamentosbaseados em seus dogmas e ensinamentos, usando 
sempre como argumento a moralidade sexual e a tradição das famílias cristãs, assim 
como, visando a “segurança da instituição familiar nuclear”, onde a mulher era 
claramente discriminada no que dizia respeito a sua sexualidade. Como assevera 
Laura Davis Mattar: 
 
Instaura-se, pois, uma ameaça à universalidade dos direitos humanos, uma 
vez que ainda existem vozes que querem um conceito de direitos humanos 
sensível aos valores culturais e religiosos. Essas vozes, claramente, fazem 
uso político da religião, a cultura e a tradição para oprimir não só as mulheres, 
mas também as minorias sexuais, negando-lhes o exercício pleno da 
cidadania. Mas, argumentos de convicção religiosa, como elucida Lima 
Lopes, não podem ser legitimamente usados no espaço democrático quando 
fundados em si mesmos. Nesse sentido, a convicção religiosa alheia, quando 
há previsão de liberdade de convicção religiosa, não pode privar o exercício 
de direitos de determinado grupo social que não se recusa a cumprir os 
deveres gerais de cidadania. (MATTAR. P.23) 
 
 
Portanto, fez-se necessário que os direitos reprodutivos e sexuais fossem 
vislumbrados sob uma ótica feminina também, que as leis e os direitos humanos 
fossem visualizados em sua totalidade e não apenas abrangendo quem as escreveu 
visando suas próprias necessidades, ou seja, os homens. 
Então firmou-se a necessidade da existência de movimentos feministas que 
buscassem a igualdade entre homens e mulheres, pois as mulheres não encontravam 
amparo nos direitos humanos da época, eram excluídas, visto que o Estado não as 
assistia, conforme Laura Davis Mattar assevera: 
 
Diante deste vácuo legal, o movimento feminista passou a reinterpretar os 
direitos que não foram tradicionalmente pensados para serem aplicados às 
mulheres. É o caso do direito à vida, previsto no artigo 6(1) do Pacto 
Internacional dos Direitos Civis e Políticos, tradicionalmente entendido como 
a obrigação dos Estados-Parte de assegurar a observância do devido 
processo legal para imposição de uma pena de morte. O Comitê de Direitos 
Humanos da ONU, ligado ao mencionado Pacto, considera essa 
interpretação restritiva e afirma que a proteção ao direito à vida requer a 
adoção de medidas positivas, como aquelas voltadas para a redução da 
mortalidade infantil e o aumento da expectativa de vida. (MATTAR, P.25) 
 
17 
 
Este foi o início para que o feminismo começasse a lutar de forma intensa 
pelos direitos reprodutivos e consequentemente à descriminalização do aborto, pois a 
proibição sua proibição seria uma forma de intervenção do Estado no corpo da mulher, 
tal prática condenada veementemente pela corrente liberal feminista. 
No entanto, o Estado só passou à assistir os Direitos Sexuais depois que o 
assunto se tornou problema de saúde pública com a proliferação de Doenças 
Sexualmente Transmissíveis, mais especificamente o surto de HIV. Deste modo, 
passou à regular de forma mais específica os Direitos Reprodutivos através da 
Constituição Federal de 1988. 
No entanto, até os dias atuais os direitos reprodutivos e sexuais são 
vigorosamente discutidos, principalmente no que diz respeito ao aborto. 
 
3.3 A MULHER NA CONSTITUIÇÃO FEDERAL 
 
A Constituição Federal é considerada um marco na história do Brasil, pois 
conforme discorre Flávia Piovesan: 
 
A Constituição Federal de 1988 simboliza o marco jurídico da transição 
democrática e da institucionalização dos direitos humanos no País. O texto 
constitucional demarca a ruptura com o regime autoritário militar instalado em 
1964, refletindo o consenso democrático ‘pós-ditadura’. Após vinte e um anos 
de regime autoritário, objetiva a Constituição resgatar o Estado de direito, a 
separação dos poderes, a federação, a democracia e os direitos 
fundamentais, à luz do princípio da dignidade humana. O valor da dignidade 
da pessoa humana, como fundamento do Estado democrático de direito (art. 
1o , III da Constituição), impõe-se como núcleo básico e informador de todo 
ordenamento jurídico, como critério e parâmetro de valoração a orientar a 
interpretação do sistema constitucional. (PIOVESAN, p.2) 
 
Portanto, a Constituição não foi representativa apenas no âmbito institucional 
e político, mas trouxe também uma nova visão de mundo, trazendo em seu rol direitos 
e garantias fundamentais, abraçando os direitos humanos e dando uma nova 
perspectiva aos direitos das mulheres. 
Um pouco antes de 1988 o movimento das mulheres foi essencial para 
reivindicar mudanças legislativas significativas que viriam a ser implementadas na 
Constituição. Foi neste momento que ocorreu a elaboração da “Carta das mulheres 
brasileiras aos constituintes”, onde abarcava as principais pretensões do movimento. 
Como obseva Leila Linhares Barsted: 
 
18 
 
O movimento feminista brasileiro foi um ator fundamental nesse processo de 
mudança legislativa e social, denunciando desigualdades, propondo políticas 
públicas, atuando junto ao Poder Legislativo e, também, na interpretação da 
lei. Desde meados da década de 70, o movimento feminista brasileiro tem 
lutado em defesa da igualdade de direitos entre homens e mulheres, dos 
ideais de Direitos Humanos, defendendo a eliminação de todas as formas de 
discriminação, tanto nas leis como nas práticas sociais. De fato, a ação 
organizada do movimento de mulheres, no processo de elaboração da 
Constituição Federal de 1988, ensejou a conquista de inúmeros novos 
direitos e obrigações correlatas do Estado, tais como o reconhecimento da 
igualdade na família, o repúdio à violência doméstica, a igualdade entre filhos, 
o reconhecimento de direitos reprodutivos, etc. (BARSTED, 2001, p. 35). 
 
 
O movimento das mulheres foi de extrema importância para a construção de 
uma nova forma de legislar sobre os direitos humanos, bem como foi essencial para 
garantir que o legislador assim dispusesse na própria Constituição Federal acerca do 
que foi pleiteado, conforme evidencia-se em diversos artigos, dentre eles o art. 226, § 
3º, 5º e 7º 
 
3.4 VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E A LEI MARIA DA PENHA 
 
Maria da Penha Maia Fernandes nasceu em 1945, na cidade de Fortaleza 
Ceará. Tornou-se farmacêutica bioquímica em 1966 na Universidade Federal do 
Ceará. 
Quando começou a cursar sua pós-graduação na USP conheceu seu marido, 
homem que sequer imaginava que se tornaria seu agressor. 
Maria da Penha é o exemplo vivo sobre onde relacionamentos abusivos e 
violentos podem levar uma mulher. 
Segundo Maria, Marco Viveros mudou depois que sua segunda filha nasceu, 
e essa mudança repentina ocasionou em um tiro em uma noite de maio de 1983. Na 
época Viveros disse à polícia que o tiro veio de assaltantes, mas após Maria voltar 
para a casa depois de longos meses de recuperação foi alvo novamente da violência, 
mas dessa vez seu marido tentou eletrocutá-la durante o banho. 
Viveros já era apontado como autor do tiro que deixou Maria da Penha 
paraplégica quando tentou matá-la no banho, sua crueldade claramente não tinha 
limites. 
Felizmente Maria conseguiu sair de casa e foi neste momento que sua batalha 
judicial pugnando pela condenação de seu ex- marido começou. 
19 
 
Somente em 1991 Viveros foi condenado, mas conseguiu manter-se em 
liberdade. Maria da Penha escreveu o livro “Sobrevivi... posso contar”, onde relata a 
violência sofrida durante o casamento, e foi através deste livro que conseguiu entrar 
em contato com o Centro para a Justiça e o Direito Internacional e com o Comitê 
Latino-Americano do Caribe para a Defesa dos Direitos da Mulher, que encaminharam 
em 1998 uma petição contra o Estado Brasileiro para a Comissão Interamericana de 
Direitos Humanos da Organização do Estados Americanos. 
Foi só então, em 2001 que a Comissão Interamericana de Direitos Humanos 
da Organização dos Estados Americanos responsabilizou o Estado brasileiro por 
omissão frente ao caso de Maria da Penha. 
 
A comissão concluiuque o Estado Brasileiro não cumpriu o previsto no art.7o 
da Convenção de Belém do Pará e nos arts. 1 o, 8o e 25 o da Convenção 
Americana de Direitos Humanos. Recomendou o prosseguimento e 
intensificação do processo de reforma que evite a tolerância estatal e o 
tratamento discriminatório com respeito à violência doméstica contra a mulher 
no Brasil e, em especial recomendou “simplificar os procedimentos judiciais 
penais a fim de que possa ser reduzido o tempo processual, sem afetar os 
direitos e garantias do devido processo” e “o estabelecimento de formas 
alternativas às judiciais, rápidas e efetivas de solução de conflitos 
intrafamiliares, bem como de sensibilização com respeito à sua gravidade e 
às consequências penais que gera”. (CAMPOS, A. H.; CORRÊA, L. R. 2007. 
Pg. 112) 
 
Em outubro de 2002, quando faltavam seis meses para que o crime 
prescrevesse, Marco Viveros foi preso, mas só cumpriu 1/3 da pena que foi 
condenado. 
O sofrimento da Maria da Penha foi de conhecimento mundial e obrigou o 
Brasil a criar uma lei que punisse e prevenisse a violência doméstica, que ocorria 
também em diversos outros lares brasileiros, para que a situação não chegasse ao 
ponto que chegou a história de Maria. 
Foi então sancionada a lei nº 11.340, de 7 de agosto 2006., em que Maria da 
Penha se tornou símbolo e heroína nacional para outras milhares de mulheres. 
No entanto, como outras leis, a Lei Maria da Penha acarretou diversos 
debates, assim assevera Campos e Corrêa: 
 
Até a promulgação desta lei, que acarretou um acalorado debate sobre o 
tema, a violência de gênero sofria de uma espécie de “invisibilidade”, 
difundida pela ideia nefasta de que a violência entre parceiros íntimos ou 
pessoas da mesma família, constituía um problema privado, que só aos 
envolvidos interessava, o que era perfeitamente possível pelas leis 
20 
 
descriminalizadoras vigentes até então, que efetivamente não puniam os 
agressores, nem tratavam as vítimas, permitindo a propagação da violência 
de gênero. 
 
 
Pode-se notar que a máxima “em briga de marido e mulher não se mete a 
colher” era levado à risca no Brasil até esta lei, e é lamentável que o país tenha que 
ter levado um “puxão de orelha” da Comissão Interamericana de Direitos Humanos da 
Organização dos Estados Americanos para mudar esse quadro. 
A lei Maria da Penha representou um marco institucional no país, pois tratou 
individualmente a violência doméstica que é berço de todas as outras formas de 
violência. Segundo Calazans e Cortes a lei representa um exemplo interessante de 
amadurecimento democrático, pois para formulação contou com o auxílio de 
organizações não governamentais feministas, secretaria de Política para mulheres, 
operadores do direito e Congresso Nacional, ou seja, a lei teve participação de 
diferentes partes da sociedade, do estado aos grupos que defendem os direitos 
humanos das mulheres. 
Diferente do que muitos acreditam a Lei Maria da Penha não se trata apenas 
da violência física, em seu inciso II do art. 7 fala também da violência psicológica, ou 
seja, dano emocional. 
É importante compreender que a violência contra a mulher possui várias 
facetas, e esta lei abrange cada uma delas, inclusive a violência patrimonial. 
Assim como a própria Maria da Penha, inúmeras brasileiras sofrem 
diariamente com a violência doméstica, muitas vezes silenciadas pelo agressor barra 
opressor. 
 
A origem da violência contra a mulher está nas relações de poder e 
desigualdade entre os sexos na nossa sociedade. A cultura patriarcal se 
construiu tomando o masculino como norma, o que transforma as mulheres 
em sujeitos socialmente inferiores, passíveis das mais perversas formas de 
exploração e opressão. A violência doméstica é a forma mais desumana de 
exclusão das mulheres, de seus direitos enquanto cidadãs. Esse profundo 
desrespeito às mulheres se mantém tão ativo graças à impunidade dos 
agressores e à banalização da violência por parte da sociedade. (CAMPOS, 
A. H.; CORRÊA, L. R. 2007. Pg. 178) 
 
21 
 
Portanto, a efetividade real da Lei Maria da Penha é extremamente 
questionada e discutida, tendo em vista que a vítima está em posição inferior de poder, 
temendo muitas vezes pelos filhos e pela saúde financeira do lar. Para alguns pode 
parecer simples acusar o marido violento, mas para quem padece disso geralmente 
existe uma dependência financeira juntamente com a psicológica, uma frase que 
chama a atenção é quando Maria da Penhas diz que “Uma mulher quando escolhe 
um homem, ela quer que seja para sempre”, isso revela muito sobre a realidade dos 
casamentos e da expectativa de que dê certo, e consequentemente da esperança de 
que o parceiro mude. 
 
3.5 FEMINICÍDIO 
Feminicidio no dicionário significa basicamente “perseguição e morte 
intencional de pessoas do sexo feminino”, no entanto a realidade é muito pior. 
O feminicídio é a consequência máxima da misoginia e do machismo, e 
porque não dizer uma consequência cultural. O termo assusta quem está pouco 
familiarizado, mas é isso mesmo, feminicidio em suma é matar uma mulher por ela 
ser mulher. 
 
O termo femicídio foi usado por Russell em um tribunal de direitos humanos 
e corresponde a qualquer manifestação ou exercício de relações desiguais 
de poder entre homens e mulheres que culmina com a morte de uma ou 
várias mulheres pela própria condição de ser mulher. (MENEGHEL, S. N.; 
HIRAKATA, V. N, 2011. Pg. 565) 
 
 
Entre 2011 e 2013, estima-se, segundo o IPEA, que ocorreram no Brasil 
17.581 óbitos de mulheres por agressões, o que seriam mais de cinco mil mortes por 
ano. 
Segundo a Organização Mundial de Saúde, os assassinatos de homens e 
mulheres são muito diferentes. No caso da mulher geralmente existe um envolvimento 
emocional, um relacionamento e geralmente são decorrentes da violência doméstica, 
muitas vezes vem junto com a violência sexual ou quando a mulher depende 
financeiramente do homem. 
Os homens também morrem pela violência, mas ao contrário das mulheres 
tanto o autor quanto vítima são homens, ou seja, enquanto a mulher sempre é vítima 
22 
 
de um homem o homem é sempre vítima de outro homem, como corrobora Meneghel 
e Hirakata: 
 
A mortalidade masculina por violência tem aumentado em várias regiões da 
América Central e do Sul e, ao contrário dos homicídios de mulheres, tanto 
vítimas quanto perpetradores são homens. Os assassinatos masculinos não 
ocorrem pela desigualdade de gênero, e sim por conflitos que ocorrem no 
espaço da rua: brigas, controle do território, pertencimento a gangues, 
narcotráfico, grupos de extermínio, enquanto as mortes de mulheres são da 
ordem da violência privada que permeia as relações intersubjetivas entre 
homens e mulheres. 
 
 
Fica muito claro que o feminicídio é decorrente na maioria das vezes de 
relacionamentos abusivos, onde o homem exerce uma posição de poder sobre a 
mulher. 
No Brasil o feminicídio foi incluído como uma modalidade de homicídio 
qualificado pela lei 13.104/15, quando o crime for praticado contra mulher na condição 
de sexo feminino. Esta lei trouxe diversas discussões para o ramo do Direito Penal e 
Direitos humanos, alguns acharam a modalidade absurda alegando que não existe 
diferença entre homicídio e feminicídio, já outros consideraram um grande avanço nos 
direitos das mulheres. 
Luís Francisco Carvalho Filho foi um dos que se puseram contra essa nova 
modalidade, publicando um texto na coluna da Folha de São Paulo, no caderno 
Cotidiano , intitulado “Assassínio de códigos”. Para Carvalho Filho esta lei nada mais 
é do que “um desastre técnico que conspira contra o equilíbrio, a equidade e a lógica 
do código penal”. Seu discurso continua: 
 
Matar homem não é menos grave do que matar mulher. Matar índio ou negro 
não é mais grave do que matar branco. Matar pobre não é mais grave do que 
matar rico. Matar criança não é mais grave do que matar adulto. Matar policial 
não é mais grave doque matar preso. E vice-versa. 
 
 
Fica claro então o quão polêmico o tema acabou se tornando, fazendo com 
que juristas gritassem aos quatro ventos se tratar de uma lei que diferenciaria o sexo 
feminino do masculino e não uma lei que ajudaria a coibir a violência de gênero no 
país. 
Do outro lado, especialistas defendem que a lei do feminicídio é um grande 
avanço na luta feminista. Para Nadine Gasman, representante da ONU Mulheres 
23 
 
Brasil, a lei do feminicídio representa um avanço político, legislativo e social, “Temos 
falado a muito tempo da importância em dar um nome a este crime. Essa aprovação 
coloca o Brasil como um dos 16 países da América Latina que identifica este crime 
com um nome próprio”. 
O desenvolvimento da mulher na sociedade também é um grande causador 
de conflitos, assim como a grande abertura do mercado de trabalho feminino. 
 
 
A entrada maciça das mulheres na força de trabalho formal possibilita 
que muitas alcancem sua independência econômica. Essa situação é 
potencialmente geradora de conflitos, já que os homens, ao perderem 
o papel de provedor e de chefe de família, muitas vezes reagem de 
modo agressivo, e isso pode aumentar o número de situações de 
violência entre os gêneros, inclusive os casos fatais.Uma das 
expressões dessa mudança nos papéis aparece no aumento do 
número de famílias em que a mulher está no mercado de trabalho e o 
companheiro, desempregado. Homens desempregados podem usar a 
violência contras as mulheres para impor autoridade, e o desemprego 
masculino torna-se um dos maiores fatores de risco para o femicídio. 
((MENEGHEL, S. N.; HIRAKATA, V. N, 2011. Pg. 569) 
 
 
Ou seja, se a mulher está em posição inferior ela é alvo do feminicídio, mas 
se ela passa à condição de provedora do lar também é alvo. Isto sugere que apesar 
de geralmente estar ligado a baixa escolaridade, pobreza e grande diferença de idade 
entre vítima e agressor, o feminicídio também está presente em grande escala em 
centros urbanos desenvolvidos, ou seja, o feminicídio deixou de ser apenas um 
problema regional ou nacional para se tornar um tema de preocupação global. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
24 
 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
Diante de tudo que foi exposto no presente trabalho de conclusão de curso, 
partindo desde o desenvolvimento histórico da mulher até questões de gênero atuais, 
ficou claro que os direitos humanos das mulheres ainda não são cobertos em sua 
totalidade. 
Uma das dificuldades de elaborar este trabalho foi conseguir achar na história 
momentos em que a mulher foi beneficiada, pois apesar de todo histórico de lutas a 
figura feminina ainda é extremamente desvalorizada e os direitos humanos são 
recentíssimos. 
Felizmente a mulher nunca foi e nunca será o sexo frágil, do mesmo modo 
que vem sobrevivendo há séculos sob um manto de desigualdade, misoginia e 
patriarcado, e cada conquista nos direitos humanos é de extrema significância e 
abarca todas as classes e cores de mulheres. 
Um ponto crítico sobre os direitos humanos das mulheres sem dúvida é no 
que tange à violência doméstica e feminicídio, os números são alarmantes e as 
políticas públicas de prevenção e punição ainda se mostram ineficazes. 
É difícil dizer no que a figura da mulher é menos privilegiada, se no emprego 
ou na política, se em casa ou fora, fato é que para que houvesse uma mudança 
significativa ela teria que ser iniciada de dentro para fora, ou seja, os direitos humanos 
das mulheres só existiriam plenamente em um país culturalmente diferente, pois a 
desigualdade de gênero é um problema de berço, é o que você aprende com seus 
pais, é o que ensinam na escola, o que aparece na televisão e etc. Sendo assim, se 
o país tivesse suas diretrizes e bases educacionais voltadas à promoção da equidade 
nossas meninas não sofreriam com a opressão de um país patriarcal. 
Para embasar este trabalho utilizei diversas pesquisas bibliográficas e 
estatísticas, bem como dados de organizações internacionais. O tema não é novo, a 
discussão não é nova, mas o conteúdo é escasso, pois as conquistas são recentes. 
 
 
 
 
 
 
25 
 
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30 
 
ANEXOS 
 
ANEXO A – ELEITORADO POR SEXO 
 
Disponível em: http://www.tse.jus.br/ 
 
 
 
 
 
 
 
31 
 
ANEXO B – QUANTITATIVO DE CANDIDATOS POR SEXO 
 
 
ANEXO C – CARGO POLÍTICO/SEXO 
 
Disponível em: http://www.tse.jus.br 
32 
 
ANEXO D –VIOLÊNCIA NOS RELACIONAMENTOS 
Dados Instituto Avon 
33 
 
ANEXO E – TAXA DE FEMINICÍDIO 2009-2011 
 
Disponível: http://www.ipea.gov.br/

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