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CURSO DE PSICOLOGIA DISCIPLINA: ESTÁGIO BÁSICO I PROFESSORA: SUZANNE ROCHA BANDEIRA UNIDADE DA SAÚDE: HOSPITAL INFANTIL DE FORTALEZA PROFISSIONAL DO SERVIÇO: DRA. NÁGILA FERREIRA ROTEIRO DE OBSERVAÇÃO Acadêmica: Karine Guilherme de Lima FORTALEZA 2022 SUMÁRIO I. Projeto de Estágio Observacional 1. Identificação....................................................................................................3 2. Introdução.......................................................................................................4 3. A Visita...........................................................................................................5 4. Descrição do Campo.......................................................................................6 5. Percepções e Articulação com o conteúdo......................................................7 6. Considerações Finais.......................................................................................8 IDENTIFICAÇÃO Estagiária: Karine Guilherme de Lima; Matrícula: 202110009541 Local de Estágio: Hospital Infantil de Fortaleza- HIF Rua Guilherme Perdigão, 299 – Parangaba / Fortaleza – CE (85) 2180-6706 Supervisor Acadêmico: Profa. Dra. Suzanne Rocha Bandeira; CRP: 00/0000 Profissional do Serviço: Dra. Nágila Ferreira- Psicóloga Hospitalar CRP: 00/0000 INTRODUÇÃO O hospital é um ambiente no qual a vida se desenrola em seu cotidiano e o psicólogo é também um personagem que vivencia este momento junto aos pacientes, familiares e equipe de saúde. Diferentemente da clínica, muitas vezes, o psicólogo hospitalar precisa ser ativo e dinâmico, adaptando- se e estando preparado para as mais inesperadas situações que a enfermidade pode trazer, com o objetivo da promoção de saúde. A importância de reconstruir a percepção de que os procedimentos e tratamentos médicos são eventos estressantes em que a criança precisa suportar sua dor e sofrimentos, propondo que as circunstâncias difíceis vivenciadas no contexto hospitalar são oportunidades para que as famílias possam fortalecer possibilidades de apoiar à criança, se auxiliadas pela equipe. O terapeuta deve exercer um papel ativo, explora, solicita as informações para compor uma história de vida do paciente, promove diálogo e depois de avaliar a situação total do paciente, compreendendo sua problemática, elabora um plano terapêutico, a fim de construir metas fundamentais a serem alcançadas. Para isto, elabora estratégias, que incluem o saber como: áreas de conflito existentes e sua relação com os sintomas, quais defesas do paciente devem ser atacadas e quais fortalecidas e a focalização do tratamento. Assim, a base deste trabalho constitui-se na compreensão sistêmica da família cujas intervenções, no contexto hospitalar, são focais, visando uma participação mais ativa do paciente e familiares no enfrentamento e tratamento da doença. Observações, tanto das atividades quanto dos sentimentos que surgiam, nos colocando no papel de futura estagiária de psicologia das Unidades. De modo que cada uma pudesse tirar o melhor proveito desta experiência. Este projeto de estágio visa intervir em três aspectos da realidade hospitalar: o paciente infantil (incluindo-se adolescentes); os acompanhantes - sua família ou responsáveis; e a equipe de saúde, com intervenções de apoio, preparação e acompanhamento nos procedimentos realizados, dentre outros. Busca-se a integração da Psicologia no atendimento hospitalar. A VISITA O estágio/ visita ao Hospital Infantil de Fortaleza, aconteceu no dia 27 de setembro de 2022, das 14:00 às 16:00, com caráter curricular, e com objetivo de complementar e trazer realidade da experiência profissional. O Hospital, de acordo com a política de Saúde no Setor Médico Hospitalar, coordenada pela Secretaria de Saúde Pública do Estado, visa atender a população infantil e do adolescente, por meio do Sistema Único de Saúde (SUS), na defesa da saúde e assistência, tem por objetivo colaborar com entidades que exerçam atividades de ensino e de saúde pública, procurando propiciar uma oportunidade de treinamento, especialização e aperfeiçoamento técnico a estudantes e profissionais destas entidades. A Instituição atende as crianças e adolescentes de 2 meses a 17 anos de idade, que irá inicialmente passar por um acolhimento, realizado por um enfermeiro, baseado em consensos estabelecidos conjuntamente com a equipe médica para avaliar a gravidade ou o potencial de agravamento do caso, assim como o grau de sofrimento do paciente, para, em seguida, ser encaminhado para o atendimento. A classificação de risco é baseada nos parâmetros do Protocolo de Manchester, tendo como referência as cores: vermelha, laranja, amarela, verde e azul. Após a classificação, o usuário é direcionado para o atendimento médico. Atualmente, dentre as unidades hospitalares infantis em nossa Cidade, a utilizada em nossa visita, consta dentro do planejamento do Governo, como um empreendimento reformado e atualizado, obedecendo aos parâmetros exigidos e atualizados no âmbito da Saúde, 104 leitos divididos entre internação e observação, com o foco do novo hospital de reunir casos que precisem de mais aparatos tecnológicos ou cirurgias de média complexibilidade, como hérnias, apendicites, amidalites e outras cirurgias programadas. Anteriormente, os pacientes infantis eram tratados em outros hospitais especializados em um perfil de assistência diferente, como o Instituto José Frota e Hospital Albert Sabin. DESCRIÇÃO DO CAMPO Neste ambiente, no caso o Hospital Infantil de Fortaleza, o profissional de psicologia se depara com uma demanda de trabalho superior comparada de maneira proporcional a quantidade que se encontra trabalhando por turno, neste caso, estava presente apenas a Dra Nágila Ferreira, que por rotina, se redobra em atender aos pacientes acamados nos leitos que já estavam dias anteriores independentemente do quadro de gravidade, como também ela precisa recepcionar por meio da triagem possíveis candidatos a paciente de psicologia, que através deste estudo observamos o grau de complexidade devido ao fator de englobar, filogênese, ontogênese, sociocultural, entre outras variáveis intervenientes, então fica difícil sincronizar trabalho de curto e longo prazo, pois de praxe ambos deveriam obedecer protocolos para o intuito da finalidade que é tratar aquele ser. A grande demanda defronta o psicólogo com vários comportamentos que precisam ser alterados quase que imediatamente ou pode ter muito pouco tempo para produzir mudanças comportamentais necessárias e desejadas, tanto para que a equipe interdisciplinar possa realizar seu trabalho, quanto para facilitar adesão ao tratamento do próprio paciente e seus familiares. Tornar claro o papel do psicólogo na instituição hospitalar, colocando o Serviço à disposição para esclarecimento, sempre que for necessário, destacando a importância do tratamento, assim como suas implicações, caso o mesmo não seja realizado. Documentar e arquivar as atividades que serão relatadas, constituindo o registro dos trabalhos realizados, dentre elas, a entrevista Inicial com os Pais e o Paciente, apresentando o Serviço de Psicologia, estabelecer a formação de um vínculo, identificando o nível de conhecimento sobre a patologia e o tratamento, levantando dados acerca do comportamento e experiências anteriores relacionadas com a hospitalização, investigar reações, expectativas, medos,fantasias e hábitos de vida da criança e familiares, na intenção de revelar a dinâmica e os processos internos de criação, estruturação, experimentação e controle da realidade. Objetivos Específicos: • Minimizar a ansiedade e sofrimento, oriundos da doença e tratamento, propiciando um espaço que possibilite a expressão de sentimentos e angústias tanto da criança como de seus pais, assim como desmistificar suas fantasias e preconceitos; • Favorecer a integração entre pacientes, famílias e equipe; • Propiciar a compreensão, por parte da criança e sua família, da situação de hospitalização, possibilitando que os mesmos tornem-se elementos ativos deste processo; • Fortalecer e manter um trabalho em equipe multidisciplinar; • Elucidar aspectos do diagnóstico, do tratamento e do prognóstico de forma simples e clara; • Discutir, em supervisão, os atendimentos do estágio e facilitar a compreensão dos casos e situações que possam aparecer, favorecendo a aprendizagem. PERCEPÇÕES E ARTICULAÇÃO COM O CONTEÚDO Foi possível observar a carência da quantidade de profissionais para a demanda, a sala se encontrava em local de difícil acesso, pois não havia instrução quanto a localização que pudesse orientar ao paciente, colegas, família sobre a existência da sala de psicologia, cujo espaço de suma importância é destinado e capaz de acolher a expressão dos sentimentos e fantasias oriundos da situação de adoecimento. Com isso, procura-se detectar e minimizar possíveis danos provocados pela hospitalização através do apoio psicológico necessário e da avaliação da situação particular de cada criança. Recursos importantes e visíveis durante a visita: sala de Espera do Hospital e ambulatório, sala de exames e procedimentos, sala do serviço de Psicologia, material Lúdico (brinquedos e jogos em geral), livros, revistas e cartilhas, fantoches, material para expressão gráfica (como lápis, caneta, papel), prontuários e fichas de atendimento. A importância da Dra Nágila inicia abrangendo desde o acompanhamento daqueles que estão internados, tal como os que estão dando entrada ao atendimento pelo o setor de triagem, ou seja, se espera englobar: Entrevista Inicial com os Pais e o Paciente; Apresentação do Ambulatório; Apoio e Acompanhamento do Diagnóstico Confirmado; Acompanhamento Psicológico às Famílias e Criança; Preparação para Exames e Procedimentos; Preparação Acompanhamento Psicológico à Família Diante da Possível ou Confirmada Perda da Criança; Cirurgia; Preparação Psicológica a Pais e Pacientes para um Mau Prognóstico; Discussão dos Casos com o Corpo Clínico da Unidade; Formação de Grupos Espontâneos (Pacientes ou Acompanhantes), Fornecimento de Informações sobre o Estado Psicológico da Criança e seus Familiares em Prontuários Médicos; Infelizmente não foi possível observar algum atendimento individualizado, para que pudéssemos fazer uma correlação dos tipos de entrevistas, no que tange ser: estruturada com roteiro, perguntas fechadas, semiestruturada ela sendo pré- definida podendo ser alterada e não estruturada que seria livre, mas visto em aula e colocando em prática apesar de muitas informação de natureza não verbal, a Dra Nágila se manteve exercendo sua postura, com clareza na comunicação, essencialmente aberta, atenta e disponível, com toda certeza evitando a transferência e contra transferência, esclarecida, transmitindo uma relação de confiança recíproca, ouvindo, sem reações emocionais e de forma habilidosa sem dar conotação, verificando sentimentos e impressões, focando apenas objetivos psicológicos o que seria totalmente inverso a psiquiatria CONSIDERAÇÕES FINAIS Tem sido reconhecido que toda a doença leva a um sentimento de isolamento, e todas as pessoas desejam ter os seus sentimentos, ideias e dilemas entendidos por outras pessoas. Por isso criar espaços para que a criança possa aliviar o estresse que enfrenta ao mesmo tempo em que elabora suas sensações, passando a entender os recursos psíquicos que se instauram na luta pela vida. “Através da linguagem própria da criança, a linguagem simbólica, dos jogos, brincadeiras, desenhos e histórias, a psicologia clínica restaura, em alguma medida, as ideias de saúde, alegria e crescimento, próprias do mundo infantil. Não tenho dúvidas que o estágio além de trazer e enriquecer aprendizagem e os conhecimentos, promove também momentos e vivência impactantes de muita tristeza ao ver crianças doentes ao meu redor. E essa ambiguidade era muito dolorida, pois ao mesmo tempo em que sabia do valor do nosso campo de trabalho, questionava em vários momentos que se era hospital realmente o lugar que eu trabalharia futuramente. Porém esses sentimentos foram se diluindo, porque pensando mais no presente. Isso diminuiu muito minha angústia porque a teoria dada foi excelente. Conteúdos que eu nunca tivera contato e tantos outros. Como sugestão, o serviço de Psicologia do Hospital Infantil de Fortaleza precisa de profissionais capacitados para trabalhar. Contratempos podem acontecer e a demanda diária é elevada e não podemos sobrecarregar o que já está sobrecarregado, dificulta a validade, eficiência, um trabalho fidedigno, pois cada vida importa. Acredito que profissionais que procurem se capacitar, especialistas ou mesmo com maior conhecimento na área possuem mais amadurecimento para lidar com situações delicadas que as patologias e hospitalização envolvem. Desenvolver projetos científicos na área de Psicologia Hospitalar. Fazer reuniões multi e interdisciplinares estruturadas para a discussão de casos pode contribuir na melhora dos atendimentos, tanto do psicólogo, quanto do enfermeiro e do médico. Ampliar as estruturas físicas da Casa de Apoio para que mais de um acompanhante possa pernoitar e cuidar do paciente. Criar espaços para realizar trabalhos de expressão artística com pacientes e acompanhantes.